Edição 40, março de 1989

Page 60

Instrumento de democratização e de negociação. A experiência concreta dos trabalhadores é bem mais diversif icada e, por isso mesmo, mais rica. Essa é a razão da impossibilidade de apreendê-la a partir de pressupostos que nada mais são que avatares da velha dicotomia bem/mal. Demanda importante da classe trabalhadora no pós-78, a comissão de fábrica é a novidade que emerge da prática operária nos últimos anos, representativa dos movimentos moleculares que estão ocorrendo no interior das fábricas: defendem rei vindicações igualitárias, maior liberdade para a mão-de-obra na produção e a democratização das relações de trabalho, podendo ser um elo importante na transformação da estrutura sindical no Brasil. A representação por local de trabalho é fundamental para o operariado: organismo de base que vive o dia-a-dia da fábrica, é importante veículo de dr nocratização no interior da empresa, atingindo um contingente operário que muitas vezes o sindicato não consegue se aproximar, à medida que_ a

representação na unidade produtiva consegue dar conta da heterogeneidade da classe trabalhadora dentro da fábrica com a participação de sindicalizados e não-sindicalizados. Há, por outro lado, a ambigüidade e tensão que estão presentes no dia-a-dia das çomissões de fábrica. Pois, ao mesmo tempo que funcionam , por vezes, como uma espécie de contrapoder na produção, elas são, antes de tudo, organismos que privilegiam a negociação. A comissão de fábrica nasce junto com a luta dos trabalhadores por novos direitos no espaço da produção, digladiando-se com a supervisão intermediária: daf significar uma ampliação do espaço de liberdade, para os trabalhadores no estabelecimento fabril. Funciona ainda como importante fator de coesão e identidade coletivas. Por isso a diferenciação, em alguns momentos, com a prática sindical , ainda que participando das mesmas lutas e com os mesmos objetivos imediatos.

Leia e assine a revista tempo e presença

tempo e presença \1rHI~IJI\/ r J

58

rii'/11/\/WI


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

negociação

4min
pages 60-64

Necessidade de uma nova correlação de forças

3min
page 59

operária

1min
page 58

comissões de fábrica

2min
page 55

do Rio de Janeiro

10min
pages 47-51

O trabalho da FASE e as comissões de fábrica

3min
page 52

Bibliografia comentada Alcances e limites da experiência das

5min
pages 53-54

O movimento sindical no Rio e sua base operária

3min
page 42

Sindicato, comissão de fábrica e delegado sindical

7min
pages 25-26

A solidariedade entre os trabalhadores

6min
pages 28-29

A importância da fábrica na esfera de organização politica

1min
page 41

E DIADEMA Organização dentro da fábrica: Avanços e dificuldades

39min
pages 30-40

História das comissões

8min
pages 23-24

Para Quando?

4min
pages 21-22

As causas das debi i idades

8min
pages 11-12

Possibilidades de mudança

6min
pages 13-14

Dimensão pol ftica das novas formas de organização

3min
page 20

O nascimento do novo sindicalismo

3min
page 17

O surgimento do novo sindicalismo

3min
page 9

A reação patrona I

3min
page 19

Suas debilidades

3min
page 10

A organização nas empresas através da história

6min
pages 15-16
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.