2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica desta pesquisa compreende estudos que foram realizados ao longo dos anos por autores conceituados no campo da neurociência como Suzana Herculano-Houzel, Roberto Lent, Mark Bear, Barry Connors, Michael Paradiso, Eric Kandel, entre outros. Este capítulo se dedicará a breve conceituação da neurociência. Em seguida, será abordado de forma introdutória o sistema nervoso. Posteriormente, será explorada a noção acerca do cérebro no decorrer da história, apresentando a visão da filosofia e da medicina e por último a estrutura e as funções cerebrais básicas.
2.1. Conceituação da neurociência
O termo neurociência surgiu por volta de 1970, ano em que a Society for Neuroscience foi fundada na cidade de Washington para ser uma associação que congrega neurocientistas. No entanto, antes disso já eram realizados estudos, buscando compreender o comportamento humano e fenômenos da mente. Para BEAR, CONNORS e PARADISO (2017) o estudo do encéfalo é tão antigo quanto a própria ciência. Não somente médicos e cientistas, mas também filósofos como Platão, Aristóteles e René Descartes se dedicaram ao entendimento do corpo e da mente. BEAR, CONNORS e PARADISO (2017), no livro Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso, faz um breve resumo sobre a história da neurociência desde a Grécia Antiga e a dualidade de pensamento sobre o órgão do intelecto e das emoções ser o encéfalo como afirmava o considerado “pai da medicina” Hipócrates (460-379 a.C.) ou, contrariamente a isso, o coração ser o centro das emoções como sugeriu o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.). Passando pelo Império Romano com as dissecções de animais pelo médico e filósofo Cláudio Galeno (130-200 d.C.) e a hipótese de que o cérebro recebe as sensações e o cerebelo comanda os músculos, visão que perpetuou até a Renascença quando o cérebro passou a ser visto como uma máquina de fluídos, cujos mecanismos foram propostos pelo filósofo francês René Descartes (1596-1650), e a teoria ventricular que perdurou
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