Habitat Mundo
Geração Japão
Atualmente, o país tem 28,4% de idosos e a estimativa é que, até 2040, eles cheguem a 35% da população. A tendência é universal e crescente
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O Japão é techno, é pop, tem arranha-céus iluminados e multicoloridos. É também conservador e tradicional. Tem cerimônia do chá e cerejeiras em flor. E justo ele, que convive numa boa com o pessoal do cosplay de Harajuku, em Tóquio, e com os costumes remanescentes do império em Kioto, é o país que mais envelhece no mundo. Atualmente, pessoas com mais de 65 anos já representam 28,4% da sua população, de acordo com números pré-pandemia. O segundo país com mais idosos é a Itália, com 23%. E a tendência é universal. O governo japonês divulgou a retomada da economia e da vida normal para o fim deste ano e, para que os planos deem certo, conta com a ação de velhos samurais, ve-
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habitat outubro 2021
lhos moderninhos e velhos empresários. Eles representam atualmente 12,9% da força de trabalho do país, número que cresce a pelo menos 15 anos. A população de japoneses com 90 anos ou mais está em 2,31 milhões e, entre eles, 70 mil centenários. E o Instituto Nacional Pesquisa sobre População e Seguridade Social do Japão estima que as pessoas com mais de 65 anos representarão 30% da população em 2025 e acima de 35% até 2040. Essa nova ordem mundial virou de ponta-cabeça a pirâmide populacional, puxada pelos países mais desenvolvidos. Esses países tendem a ter menores taxas de natalidade por uma série de razões ligadas principalmente à afluência econômica - as taxas de mortalidade infantil são menores, o controle da natalidade é mais fácil e a educação dos filhos