Revista Its Teens Joinville nยบ 51 2020 | R$ 13,50
CURTA AS NOSSAS
PÁGINAS. A Revista ITS reúne muito conteúdo, informação e fotos. E reúne também a galera de todos os colégios. Não fique de fora dessa.
TAMO JUNTO
na escola,
TAMO JUNTO
no mundo.
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editorial
Grupo ND Fundador e Presidente Emérito “in memoriam” Mário J. Gonzaga Petrelli Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ndtv.com.br Diretor Comercial Gilberto Kleinübing | gilberto.k@ndtv.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ndtv.com.br Diretor de Planejamento e Estratégia Derly Massaud de Anunciação Diretor de Conteúdo Luís Meneghim | meneghim@ndmais.com.br Diretor Regional Florianópolis Roberto Ivan Bertolin | bertolin@ndtv.com.br Diretor Regional Joinville Silvano Silva | silvano@ndtv.com.br Diretor Regional | Itajaí e Blumenau Cristian Vieceli | cristian@ndtv.com.br Diretor Regional Oeste Cristiano Mielczarski | cristiano.mielczarski@ndtv.com.br
Falar do ensino, atualmente, é falar da inclusão digital. A educação está imersa na tecnologia que, em tempos de pandemia, tem sido aliada e o canal principal de interação entre aluno, professor e escola. É por ela que os professores planejam e produzem suas aulas. É por ela que a maioria dos estudantes recebem os materiais, em diferentes formatos, e estudam. É por ela que reuniões e encontros virtuais passaram a ser estabelecidos. Não tem mais como fugir ou prorrogar: é hora de estabelecer uma amizade sincera com a tecnologia. Na matéria de capa desta edição de setembro da revista its teens, as aulas síncronas, encontros virtuais em tempo real, tem sido mais uma forma de fazer com que os alunos possam receber os conteúdos das disciplinas, tirar dúvidas e fortalecer os laços educacionais. Com encontros marcados semanalmente, professores se reinventam para enfrentar o desafio de falar na frente de uma câmera e atrair os estudantes, do outro lado da tela, com uma aula dinâmica, interessante e que estimule a participação e interação entre os colegas. Desde a Educação Infantil até os anos finais do Ensino Fundamental, alunos e professores estão conectados a tecnologia e a ferramentas que contribuem para facilitar e melhorar o modelo de ensino e aprendizagem. Ao longo das matérias produzidas neste mês, você vai ler como a escola segue viva e que o distanciamento da comunidade escolar é apenas físico: o ensino segue, ainda que desafiador, mesmo a distância.
Com carinho, Renata Bomfim
A Revista its é uma publicação da Editora Notícias do Dia Editora Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Leonardo Messias de Jesus Coordenador de Operações Rodrigo Oliveira | rodrigo@ndmais.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ndtv.com.br
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#mandapau
Este espaço é seu: tem algum projeto bacana sendo produzido na escola ou que já foi feito, mas vale estar nas páginas da its teens? Manda a sua sugestão aqui, ó: renata.bomfim@portalits.com.br
Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Diego Ibarreta | diego.ibarreta@ndtv.com.br Gerente Comercial Joinville Flavia Borba Vieira | flavia.vieira@ndtv.com.br
Relembre as edições anteriores. Aponte a câmera do seu celular para este tas código de QR Code e tenha todas as revis is icipa mun as escol nas s uzida its teens prod e. toqu um as apen a ille de Joinv
Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ndtv.com.br Gerente Comercial Itajaí Felipe Muchenski | felipe.m@ndtv.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Jéssica Falk | jessica.falk@ndtv.com.br Florianópolis Crystiano Parcianelli | crystiano.parcianelli@ndtv.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3.235 exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville
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#osculpado
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Educação financeira Cultura pop No divã Wi-fi Educação infantil Para marcar a Semana Nacional da Educação Infantil, CEI Raio de Sol promove atividades com os pequenos para fortalecer e desenvolver habilidades alinhadas com a base Nacional Comum Curricular (BNCC)
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O “Teleitura”, projeto da Escola Municipal Prefeito Max Colin, desperta nos estudantes o hábito da leitura pelo celular
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Para observar as diferentes fases do satélite natural, alunos constroem calendário lunar por meio da observação
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educação financeira
Os 5 Rs da reciclagem: atitudes que salvam o planeta Neise do Nascimento
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s 5 Rs da reciclagem consistem em cinco palavras: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. Neste período de isolamento social e com as famílias presentes cada vez mais em casa, refletir sobre o consumo consciente e a produção excessiva de materiais descartados têm ganhado espaço nas discussões dos lares e pode ser uma boa hora de ser desenvolvido este tema dentro dos conteúdos de Ciências. A aplicação da prática dos 5 Rs no conteúdo pode começar no entendimento das cinco palavras. É preciso repensar o consumo e como fazer o descarte correto de todo material que não terá mais utilização. Recusar o que pode ser considerado excesso e verificar se aquela compra ou utilização é realmente necessária. Reduzir o uso dos recursos naturais, poupar para ter sempre. Reutilizar todo material que pode ser transformado em outra coisa. Reciclar materiais, transformando-os em matéria prima para novos produtos. E estes dois últimos itens podem ser muito bem trabalhados com os alunos, criando objetos de uso pessoal, brinquedos e até adornos para casa. O professor precisa promover a preservação do meio ambiente e ensinar que muito material é jogado fora e que pode ser reutilizado de forma prática. Antes de investimento financeiro, é possível olhar o que se tem em casa e dar uma nova utilidade. Desenvolver conteúdos aliados com a prática, desde o incentivo da separação dos materiais para reciclagem até a reutilização, pode gerar uma outra forma de uso. Além de despertar a consciência ambiental, a ação fortalece o trabalho em família e desperta as habilidades manuais.
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É possível trazer ideias de formas práticas sobre adoção de novos hábitos que ajudam o meio ambiente e a vida financeira. Precisamos deixar claro que uma tonelada de papel reciclado poupa cerca de 22 árvores, economiza 71% de energia elétrica e polui 74% a menos o ar. Além disso, a água que sai da máquina de lavar pode ser utilizada para limpeza do quintal. Os restos de cascas de alimentos podem ser usados em uma composteira para ajudar as plantas a crescerem saudáveis. Após a separação desse material, inicia o processo criativo. Procurar produtos que podem ser transformados por meio do material separado na coleta seletiva e colocar mãos à obr: montar as composteiras em casa, repensar em descartes que podem virar pequenas hortas e incentivar a alimentação saudável com produtos sem agrotóxicos. Por tudo isso, é preciso repensar os hábitos e ter uma vida consciente. Não consumir sem necessidade e com consciência do que é comprado, de onde veio e para onde vai quando perder a utilidade. Para salvar o planeta, precisa de pequenas atitudes, lembre-se: a mudança de hábito começa em casa.
Foto: Divulgação/Freepik
Professor(a) de Ciências, este planejamento de aula é para você!
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cultura pop
SÓ EM 2021 Mesmo adiado para o final do segundo semestre deste ano, os organizadores do Lollapalooza resolveram cancelar o evento. Em 2020, parece mesmo que a aglomeração faz parte de um passado não distante, mas que não está muito perto de retornar. Com nova data confirmada para setembro de 2021, as edições do festival que também ocorre no Chile e na Argentina foram canceladas. A organização ainda não confirmou se o line-up segue o mesmo que seria deste ano, com a participação de Guns n’ Roses, The Strokes, Lana Del Rey e por aí vai. Essa é a primeira vez, nos últimos nove anos, que o festival está marcado para o segundo semestre, já que ele sempre ocorreu nos primeiros meses do ano. Nas redes oficiais do Lollapalooza, a organização publicou comunicado:
O Lollapalooza Brasil não vai mais acontecer em dezembro de 2020, seguindo as orientações das autoridades de saúde nacionais. A gente amaria fazer mais um festival inesquecível neste ano, mas a segurança dos fãs, artistas, parceiros, equipe e comunidade continua sendo nossa maior prioridade.
AQUI SE FAZ,
AQUI SE CUMPRE Não faz muito tempo que a Sia, cantora australiana, disse em uma entrevista que gostaria de ajudar as famílias atingidas pela pandemia causada pelo novo coronavírus, mas ainda não sabia como. E como aqui se faz, aqui se cumpre, ela doou a quantia de 100 mil dólares, de acordo com um jornal britânico, para amenizar as dificuldades financeiras que as pessoas em seu país estão passando. Para que o benefício possa chegar até as pessoas certas, foi criado um fundo com formulário online. Lá, as famílias que precisam de ajuda se cadastram ou as pessoas também podem indicar quem pode receber a doação.
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QUEM GOSTA DE
ABRAÇOS QUENTINHOS?
O personagem, que de congelante não tem nada, acaba de ganhar um novo curta-metragem para chamar de seu: Olaf chega na Disney+ em outubro com “Once upon a snowman (Era uma vez um boneco de neve, em tradução livre). O personagem icônico de Frozen mergulha na missão de saber sobre sua origem. Na edição anterior do Cultura Pop, até falamos sobre a chegada no novo canal de streaming aqui no Brasil, marcada para o mês de novembro, mas agora a data de estreia também já está confirmada para o dia 17. O valor de assinatura ainda não foi divulgado.
AGORA
VAI!
Em entrevista a uma rede internacional de revistas, Halle, que faz dupla com Chloe, já liberou o coração para a galera e revelou que está gravando a trilha sonora do novo live-action de “A Pequena Sereia”, a qual ela vai interpretar Ariel. O remake deve contar com quatro músicas inéditas.
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no divã
Tudo mudou na quarentena:
Este material é para você, educador (a)
Foto: Divulgação/Freepik
como organizar o tempo agora?
Anelise Muxfeldt Trentini Psicopedagoga Os alunos estavam acostumados com uma rotina de quatro horas de aula, mais o período para a realização das tarefas de casa e, conforme o caso, algumas atividades extracurriculares. Porém, a quarentena mudou tudo e o desafio agora é o de como dividir o tempo e manter uma rotina saudável. Qual é a duração de tempo adequado para o ensino remoto durante o período de isolamento social? Não há uma medida de tempo referencial para as atividades escolares na quarentena, mas as
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necessidades de cuidados e adaptações a serem tomadas nesse momento. O ideal é que as aulas remotas sejam realizadas nos mesmos dias e turnos que ocorriam no presencial, auxiliando na manutenção do ritmo de aprendizado das crianças. Adotar em casa, durante o período da pandemia, uma rotina totalmente diferente daquela realizada no ensino presencial, confunde o cérebro e dificulta a concentração: manter horários faz parte da criação de uma rotina necessária para a aprendizagem.
O tempo dos estudos deve ser apropriado ao desenvolvimento das crianças. Considerando que a criança precisa de, no mínimo, nove horas de sono, de horários para comer, tomar banho e fazer outras atividades, teria que passar, pelo menos, metade do dia desconectada. Portanto, pais e cuidadores, além de preservar uma rotina necessária para os estudos e aprendizagem, precisam reservar o tempo das crianças para o relacionamento familiar, para o brincar e para a criação de novas formas de interação e afeto. É importante lembrar que quantidade não é qualidade e que não podemos permitir que as crianças estudem mais ou menos do que devem. A maior razão para não existir um padrão referencial sobre a quantidade de tempo de estudo durante o ensino remoto é que ele não faz parte da nossa cultura. Então, é realmente uma construção. O importante é entender que este momento vai passar e que ter uma rotina como aliada, principalmente neste período de ensino remoto, é respeitar, preservar e fortalecer aquele que aprende, aquele que ensina e aqueles que mediam as atividades domiciliares.
wi-fi
Nerds
online e unidos
Dois grandes eventos voltados ao público nerd ganharam as redes nos últimos meses. A Comic Com de San Diego (EUA) é o mais tradicional, criado em 1970 com público presencial de 135 mil pessoas e com uma marca que tem eventos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Já a editora DC realizou pela primeira vez em 2020 o DC FanDome (“redoma do fã”, em tradução literal) com uma etapa em agosto e outra em setembro. Ambos os eventos foram realizados online e de graça, o que aproximou fãs de todo o mundo em suas respectivas plataformas e permitiram que pessoas de diversas classes sociais também pudessem ter um pouco dessa experiência que, normalmente, é limitada. O resultado foi um público online de 22 milhões no evento da DC FanDome, por exemplo, e muita gente empolgada com os novos lançamentos, como Batman, Mulher Maravilha e o novo filme da Liga da Justiça.
A imitação
que diverte
Nas últimas semanas, o jogo Fall Guys tomou conta da internet com muito sucesso entre os entusiastas de games. Como todo sucesso que se preze, os produtos inspirados no original surgem com versões nem tão populares, mas muitas vezes divertidas. Esse é o caso de Fall Dudes 3D – não tentaram disfarçar nem o nome – que segue o mesmo cenário caótico com até 39 personagens tentando chegar de um lugar ao outro com obstáculos e alguns adversários que entram apenas para tentar atrapalhar sua jornada. O jogo é gratuito e está disponível para Android. Nem sempre recuse imitações.
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Lucas Inácio
Comunicação
é tudo
As redes sociais são um grande espaço onde a linguagem informal, o uso de memes e outras formas de comunicação marcam nossa geração. Porém, tanto contato pode acabar nos confundindo na hora de escrever formalmente, seja ao trocar letras, interpretar um texto ou até mesmo se fazer entender. Então, a dica de aplicativo de hoje é um que foca nesse aprendizado, o Português Coruja. Com linguagem simples e direta, sem focar naquele uso da gramática formal, o app vai ajudar a fixar a grafia das palavras e nos fazer pensar nas ocasiões em que devemos usar cada regra. Nas redes sociais, pode usar o #chatiado sem problemas, mas na hora da prova é importante lembrar o jeito certo de escrever para não ficar chateado depois.
Sua cidade nem
sempre foi aqui
Qual seria o endereço de sua cidade natal há 750 milhões de anos? Quais países fariam fronteira com você? Em qual continente ficaria o Brasil? São perguntas difíceis de responder, até Ian Webster, um paleontólogo da Califórnia, criar um mapa interativo que reconstitui o mapa da Terra em 25 períodos diferentes da história do nosso planeta nesse período. Você pode procurar sua cidade e fazer uma viagem no tempo para ver como as placas tectônicas se movimentaram para estarem no lugar atual. O litoral de Santa Catarina, por exemplo, fazia fronteira com a costa da Namíbia e da Angola até 150 milhões de anos no período Jurássico. E assim podemos voltar até o período em que as primeiras formas de vida unicelulares surgiram em uma viagem biológica, geográfica e histórica.
Cada vez
mais futurista
Entre as várias tecnologias imaginadas por desenhos, filmes e outras produções da cultura pop futurista, o carro voador é a mais popular e parece que este momento na vida real está chegando. No dia 29 de agosto, a empresa japonesa SkyDrive realizou um voo de demonstração em um “carro voador” tripulado, num espaço controlado e chegando até dois metros de altura. Funcionando com hélices como um drone, o veículo despertou interesse e curiosidade, tendo quase 500 mil visualizações em apenas dois dias. A expectativa é que o veículo passe a ser usado comercialmente até 2023 e tenha venda expandida até 2030. O futuro não parece tão distante assim. setembro 2020 its
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educação infantil
Stella Junge estuda na plataforma com a ajuda da mãe, Adriana Gonçalves de Freitas Junge
Estudo por telas:
aulas interativas e encontros virtuais aproximam crianças da escola Para marcar a Semana Nacional da Educação Infantil, CEI Raio de Sol promove atividades com os pequenos para fortalecer e desenvolver habilidades alinhadas com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Renata Bomfim
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antasiados em casa e com os olhares atentos nos rostos conhecidos e até novos que viam, a tela da televisão, celular ou notebook, foi o meio que aproximou os alunos do Centro de Educação Infantil (CEI) Raio de Sol para interagir com todas as atividades propostas pela unidade e marcar a Semana Nacional da Educação Infantil, celebrada em agosto. De contação de história a dança por vídeo, os lares viraram extensões da sala de aula e alunos de diferentes fases e idades construíram uma única turma, dando espaço para a aprendizagem e o desenvolvimento no coletivo.
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Com uma programação ativa de segunda a sexta-feira, a equipe pedagógica da unidade construiu um planejamento que pudesse unir todas as turmas, com vídeos postados na plataforma Educa Joinville e um dia de aula síncrona para conversar, brincar, interagir e rever professores e alunos. Na casa do Miguel Nazatto Demétrio, a família toda participou e dançou junto. “Estava muito entusiasmado em ver os amigos e a professora Jana, de quem ele tem muita saudade. Foi uma manhã muito divertida e que fez com que ele matasse um pouquinho da saudade que sente dos amigos e professores”, escreveu em mensagem um dos seus responsáveis. Para a diretora da unidade, Eliane Maria da Rosa de Souza, toda essa experiência serviu para levar alegria para as famílias que há mais de seis meses estão aprendendo a conciliar a rotina de trabalho, estudo e convivência em um único espaço. Ao todo, foram mais de 120 crianças que estiverem presentes no encontro síncrono oferecido durante a Semana Nacional da Educação Infantil. Entre elas estava Stella Junge, que quis participar das atividades oferecidas nos dois momentos. “Ela fica perguntando: ‘quando vai ter uma nova live da minha escola, mamãe?’. Vejo que mexeu bastante com ela, deixou seu dia mais feliz e completo”, escreveu a sua mãe, Adriana Gonçalves de Freitas Junge, em recado deixado à escola.
Foi uma experiência legal, porque a gente não consegue atender todo mundo mesmo (no online), mas quem a gente conseguiu obteve um resultado formidável.” Eliane Maria da Rosa de Souza
Miguel Nazatto Demétrio
A experiência de fazer o segundo encontro ao vivo com os alunos e o retorno que tiveram das famílias tem feito com que o CEI repense as abordagens feitas até o momento para que possa colocar, dentro dos seus planejamentos, as aulas síncronas com encontros quinzenais. “Foi uma experiência legal, porque a gente não consegue atender todo mundo mesmo (no online), mas quem a gente conseguiu obteve um resultado formidável”, diz Eliane. “Eu acredito que essa experiência vai repercutir em muita ideia daqui para frente também, porque a gente não sabe quanto tempo isso vai levar ainda. E com o retorno das aulas, nós temos que pensar em algo criativo e diferenciado, porque a gente sabe que o retorno vai ser gradativo e que muitas famílias não vão retornar, porque tem criança em grupo de risco, família e nós vamos ter que atendê-las também.” De casa, João Schneider Gonçalves ficou empolgado com a ideia de rever os amigos e professores mais vezes pelo virtual. Em depoimento dos pais, eles não imaginavam o tamanho da saudade do filho de viver essas experiências do ambiente escolar. “Foi um momento muito especial, afinal, estamos tão distantes daqueles que amamos e os colegas e professores têm um lugar especial na vida do João. Foi a primeira live dele com os amigos e espero que não seja a última, pois foi muito legal encontrar a professora que ele tanto adora.” A Semana Nacional da Educação Infantil faz parte da Lei 12.602/12 e é uma homenagem a médica Zilda Arns, mulher que dedicou toda a sua vida para desenvolver e despertar os direitos da infância. Com isso, os CEIs da rede municipal de ensino de Joinville “trabalham com o compromisso de propiciar um espaço de vivências significativas e que faça sentido às crianças, em seus direitos ao afeto, a proteção, ao cuidado, as brincadeiras, as interações, a socialização e a educação, complementando assim as ações das famílias.”
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educação infantil
Tania Santana
Agenda do Professor Em paralelo a Semana Nacional da Educação Infantil, professores, gestores e equipes pedagógicas compartilharam suas experiências e vivências no encontro virtual da Agenda do Professor, que ocorre todos os anos com os educadores da rede. Com um dia e meio de programação, desde o maternal até a pré-escola, puderam ouvir sobre abordagens e partilhar metodologias aplicadas neste período de aulas não presenciais. Integrante da comissão deste ano e cerimonialista dos encontros virtuais, Tania Santana, diretora do CEI Ciranda Cirandinha, fez as mediações entre as apresentações divididas por faixas etárias de ensino. “Nessa Agenda, a gente trouxe o professor para pensar um pouco sobre este momento de como está a criança, essa família e o nosso carinho da rede sobre esse trabalho que o professor tem feito neste período”, diz. Projeto consolidado há mais de 20 anos com vários encontros presenciais ao longo do ano, este foi o primeiro encontro virtual organizado. “É muito importante de a gente entender o que está levando para dentro das casas, porque o primeiro que vai receber é o pai e a mãe. O primeiro pensar de a gente planejar é para a criança, mas a primeira vivência é o pai e a mãe que vai ler.” Para dividir com o grupo os trabalhos e planejamentos, três educadoras, de faixas etárias de salas de aula diferentes, foram convidadas para compartilhar com toda a rede sobre os trabalhos e como tem sido o contato e a troca com os pequenos da Educação Infantil. Com propostas que valorizam a capacidade do desenvolvimento, as interações e afetividade no fortalecimento de vínculo entre professor e aluno, as professoras trouxeram exemplos e vivências do processo. Além delas, Marli Vitali Corrêa Kloczko, uma das finalistas do prêmio Educador Nota 10 deste ano pela rede municipal de ensino de Joinville, participou dos encontros para compartilhar seu trabalho e incentivar professores e CEIs a participarem de premiações.
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Bem Catarinense.
biblioteca virtual
Conect@ados com a leitura
O “Teleitura”, projeto da Escola Municipal Prefeito Max Colin, desperta nos estudantes o hábito da leitura pelo celular Renata Bomfim
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e visitar a biblioteca da escola costumava ser aquele dia de aula livre, com liberdade para escolher a leitura e relaxar a mente durante uns minutos entre um estudo e outro, lá se foram seis meses que isso não faz mais parte da vivência escolar e os livros, aliados no desenvolvimento dos estudantes, estão mais organizados do que nunca nas prateleiras. Para incentivar a leitura em casa e seguir despertando nos alunos o imaginário, a criatividade e o senso crítico, a Escola Municipal Prefeito Max Colin resolveu desenvolver o “Teleitura”, a biblioteca no celular. “O afastamento da criança da escola foi muito
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grande. Ela não tem mais acesso a escola, só que os livros estão ali e não é só material, conteúdo. A leitura é fundamental”, comenta Aurea Vieira, auxiliar de direção da escola. Com experiência na área de tecnologia, uniu o desejo da diretora da unidade, Nazaré Costa, e as experiências da bibliotecária da escola para desenvolver na internet a biblioteca virtual. “A literatura estava muito longe de mim, só a tecnologia. Por mais que eu goste de ler, estava muito longe. Quando eu cheguei aqui, eu encontrei pessoas que estavam muito próximas, só que elas não eram da tecnologia. Eu disse: ‘a gente pode trazer isso para o virtual.’”
Assim, como uma união de juntar o melhor dos recursos disponíveis, a parede de entrada da escola foi o local escolhido para ilustrar a seleção quinzenal das obras hospedadas no “Teleitura”. Com código de QR Code, o estudante que passa pela unidade escolar para retirar material impresso ou até os responsáveis podem voltar para casa com o material de estudo na mão e um livro novo no celular. Com a curadoria das obras feita pela equipe de gestão, bibliotecária e professora de atividades complementares, o material disponibilizado gratuitamente ou conta com licença para divulgação ou já está para a leitura digital e fica publicado por tempo indeterminado na página, como forma de criar um repertório e um local seguro de busca para leitura online.
Mas para que todo esse trabalho possa chegar o mais próximo dos cerca de 960 alunos matriculados na escola, as 34 salas virtuais também contam com uma página exclusiva na plataforma Educa Joinville para que possa engajar e despertar o interesse do estudante pela leitura. “Fora isso, a nossa bibliotecária e atividades complementares fazem a contação de história para a gente disponibilizar às crianças. Nós criamos uma página exclusiva que vai dentro da plataforma, porque eles têm acesso a essa página, mas ela é toda divulgada dentro da sala de aula virtual deles”, conta Aurea. Com contações gravadas, a ação é mais uma iniciativa de usar todos os recursos que a escola já oferecia no presencial, mas agora pode contar com a mediação da tecnologia para chegar aos alunos da unidade.
Nazaré Costa e Aurea Vieira
Escola cada vez mais digital Ana Luiza de Souza, aluna do 5º ano
Apesar de não ter adotado o método de ensino com as aulas síncronas, a Escola Municipal Prefeito Max Colin tem oferecido desde o mês de julho, semanalmente, formações em tecnologia para todos os professores da unidade, com encontros divididos entre anos iniciais e finais. Organizado pela auxiliar de direção, Aurea Vieira, os encontros de duas horas servem para trazer novas ferramentas que possam ajudar no planejamento das aulas, interação com os alunos e uma exploração ativa de tudo o que está disponível na plataforma Educa Joinville. “Eu sempre observo o que está sendo produzido, a necessidade deles e trago ferramentas para trabalhar”, comenta Aurea. Com a preocupação de oferecer o mesmo conteúdo para todos os alunos, independente da forma em que recebem os materiais, Nazaré Costa, diretora da escola, sempre buscou junto com os professores alternativas para alcançar a todos. “Eu sempre dizia para os professores que a gente tinha que pensar numa forma para não se-
gregar mais do que eles estão segregados. Nós temos que pensar em uma alternativa que esses alunos que não estão na plataforma avancem no objeto de conhecimento que nós temos que trabalhar com eles.” Além das produções de vídeos hospedadas no YouTube, os materiais impressos contam com códigos de QR Code para que o estudante possa acompanhar as aulas gravadas e ter acesso aos conteúdos que podem agregar no processo de aprendizagem. As atividades de fixação disponíveis nos materiais impressos também são feitas no mesmo modelo de formulário online para que, ao ser devolvida à escola, possa entregar apenas o exercício e continuar com o material em casa para apoio e pesquisa. “Eu falo para eles (professores): ‘nós não somos criadores de conteúdo, somos professores. Mais do que criar um bom material, é saber ensinar com um bom material e é isso que a gente está fazendo aqui toda semana, refletindo sobre como o nosso estudante está aprendendo com o que é feito.’”, conclui Aurea.
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s encontros entre aluno e professor se expandiu do ambiente escolar para a cozinha, sala ou até o quarto de casa. Com as atividades não presenciais desde o mês de março, ofertar aulas síncronas, encontros ao vivo por videoconferência, tem diminuído a distância e conectado o ensino e a aprendizagem por meio das plataformas digitais. Na Escola Municipal Professora Virgínia Soares, professores se reinventam, descobrem ferramentas e superam o desafio de planejar, construir e ofertar um aula pelo virtual. Com encontro marcado toda quarta-feira pela manhã, os alunos dos segundos anos das professoras Adriana de Borba e Priscila Scortegagna participam de aula temática com planejamento de atividades práticas, alinhado com o módulo da semana. Com quase uma hora e meia de encontro, as duas professoras fazem o planejamento juntas, constroem o roteiro da aula e, mesmo cada uma em sua casa, unem as turmas no virtual para desenvolver os objetos do conhecimento por meio de propostas lúdicas que unem brincadeira e interação. “Nós percebemos que os que conseguem entrar têm uma interação melhor. Porque eles conseguem ver os colegas, tirar dúvidas e mostrar o que produziram para a professora. Tem uma importância muito grande: o aluno produzir e mostrar para a professora um dia, que ele não sabe
quando, e mostrar para a professora o que conseguiu produzir na hora”, comenta Priscila. É que com as aulas síncronas, a interação tem sido ainda melhor com os estudantes, que há pouco mais de três meses, além de receber os materiais pela plataforma Educa Joinville ou também impressos na escola, passaram a ter mais uma forma de estudar no isolamento social com a oferta de aula por vídeo em tempo real. “Alguns que não estavam conseguindo manter em dia as atividades, a gente percebeu que melhorou essa devolutiva após as aulas síncronas.” Para atrair os estudantes para as aulas transmitidas ao vivo, professoras usam a estratégia de desenvolver os conteúdos por meio de grandes temas. Para estudar com os segundos anos sobre os tipos de energia e alimentação saudável, a saída encontrada foi promover um piquenique virtual. Com um convite publicado na plataforma uma semana antes da transmissão e envio da chamada nos grupos de Whatsapp das turmas, o “piquenique online: prepare sua frutinha preferida”, desafiou os estudantes a substituírem, por uma semana, o doce por uma fruta. No dia da aula, além de jogos, músicas e interações, a abordagem do encontro desenvolveu a escrita com os pequenos.
Kátia Daniella Ramos Lopes dos Santos e Susana Cercal de Nascimento
Nós percebemos que os que conseguem entrar têm uma interação melhor. Porque eles conseguem ver os colegas, tirar dúvidas e mostrar o que produziram para a professora.” Priscila Scortegagna
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Com o ritmo de presença online constante dos alunos, abordar temas atrativos e que chame a atenção para a participação das turmas tem sido a estratégia para atraí-los durante as aulas virtuais. “A partir do momento em que a criança estiver motivada, a família vai entrar”, diz Priscila. Para ela, engajar o aluno atrai os pais para que possam abrir o link da aula e permitir a participação da criança. Até o momento, o plano tem dado certo. “A parceria dos pais foi essencial nesse processo. O primordial neste momento é não perder o vínculo”, conta Kátia Daniella Ramos Lopes dos Santos, diretora da unidade. “Mesmo com o retorno, o vídeo tem que existir, a plataforma tem que existir. A gente só tem que continuar e não regredir.” Para evitar invasões hackers em links de aulas síncronas, a escola tem tomado a medida de só permitir a entrada na sala virtual de alunos que se apresentam com o nome completo. Além disso, a auxiliar de direção, Susana Cercal de Nascimento, participa das aulas e é ela quem toma todo o cuidado de monitorar as entradas e saídas. “Mesmo sendo compartilhado apenas com as famílias, isso é para não escapar das nossas mãos. Só a partir disso a aula começa”, descreve Kátia.
Dica boa é dica #compartilhada
Professora Priscila Scortegagna
Além de usar o Whatsapp como canal de relacionamento com as famílias neste período de aula não presencial, seja para divulgação dos links das aulas síncronas de quem não conseguiu acompanhar ou até mesmo enviar convites e conteúdos sobre os módulos, a gestão escolar da EM. Professora Virgínia Soares e professores também criaram seus grupos para compartilhar e trocar ideias de ferramentas e metodologias que podem contribuir para o desempenho do grupo. Foi nesse espaço que a professora de quinto ano, Cristina Gomes da Silva Batista, publicou uma ferramenta que encontrou para gravar aulas com voz e imagem. “Ela compartilhou a ideia com os colegas, cada um testou e foram atribuindo para as suas aulas”, diz a auxiliar de direção, Susana Cercal de Nascimento. É que a produção de vídeos postados na plataforma complementam os módulos com explicações das atividades ou até mesmo do conteúdo da semana. Além dessa produção, Cristina oferece todas as segundas e quartas-feiras, junto com a professora Ieda Maria Vargas Santos, as aulas síncronas. Com transmissão na escola, as duas optaram em se encontrar e oferecer os encontros presencialmente, mas com distanciamento entre as mesas, uso de máscara de proteção facial e álcool em gel para higienização do espaço. Com organização do ambiente uma hora antes da transmissão, as professoras releem o roteiro e testam as câmeras e áudios antes de a aula começar. setembro 2020 its
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capa Com disciplinas estabelecidas como base entre português e matemática, todos os temas abordados nas aulas se dão de forma multidisciplinar. Para trabalhar sobre o funcionamento do corpo humano e alimentação saudável na aula síncrona, a disciplina de ciências serviu para entender sobre os benefícios dos alimentos. Com abordagem alinhada com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o currículo municipal, as propostas pedagógicas desenvolvem os objetos do conhecimento, as habilidades manuais, a
criatividade e a socialização em grupo, ainda que a distância. Da mistura da banana com a maçã e laranja, a criatividade da alimentação deu vida a um coqueiro comestível. Do pão integral com ovos, a coruja. E da uva com e laranja, a borboleta. “Cada um foi balanceando e fazendo para que refletisse sobre alimentação saudável, balanceada e os nutrientes que cada alimento compõe”, fala Cristina sobre a proposta da atividade. A prática surgiu como resultado de estudo sobre a pirâmide alimentar e análise dos nutrientes consumidos no dia a dia pelos estudantes. “Saíram pratos maravilhosos.”
Maria Eduarda Coelho
Atentas a importância da parceria com a tecnologia em sala de aula, professoras comentam que já faziam o uso da ferramenta, ainda que no modelo presencial, com o apoio da lousa. Para Ieda, neste modelo de ensino temporário, é preciso repensar nas formas de atrair e manter o aluno conectado na aula. “A gente precisa o tempo todo chamar e inovar”, diz. Com abertura dos encontros estabelecidos, para começar a transmissão da aula de português só depois de uma contação de história. Matemática não fica atrás: para exercitar o cérebro, o cálculo mental anima a turma. Com a participação ativa dos alunos que assistem a aula com câmera ligada e só
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contam com cinco minutos de tolerância do início do horário combinado para responder a chamada, tem sido importante o retorno positivo que recebem. “Até, inclusive, uma aluna minha comentou no Whatsapp depois da aula. Eu estava fazendo divisões no quadro e ela disse: ‘quando eu vi a professora escrevendo no quadro, correu uma lágrima’”, relembrou Cristina sobre a mensagem emocionada que escreveu. Assim como ela, Ieda compartilha da felicidade que sentiu quando uma aluna a procurou para contar que havia acabado as folhas do caderno. “Eu mandei mensagem pra Susana (auxiliar de direção) e disse que estava chorando, porque eu estava com saudade disso.”
Do virtual para o impresso: facilitação de acesso aos módulos Assim como os vídeos produzidos e as aulas síncronas têm facilitado a aprendizagem de quem tem o acesso a tecnologia, é preciso, também, pensar em como fazer com que o aluno que só recebe o material impresso receba o mesmo conteúdo, de forma clara e didática. Desde as transcrições de vídeos, músicas ou qualquer atividade passada, para além do conteúdo abordado pelos professores, os planejamentos não só aumentaram de tamanho, como também expandiram do cuidado, zelo e atenção no processo de que um meio não privilegia mais que o outro. “Os materiais físicos contam com enunciados muito claros, como se estabelecesse um diálogo com a criança, para que ela reconheça o professor neste processo, mesmo que ele não esteja ali presente. E que aquela explicação que seria dada em sala, seja feita ali, no roteiro, de forma mais acessível para que a criança possa entender também”, explica Susana. Além disso, os módulos impressos contam com códigos de QR Code que pode integrar o material físico com digital com o módulo ofertado. Com o acompanhamento e observação ativa dos trabalhos dos professores, seja no formato presencial ou remoto, Susana diz que a dedicação e entrega tem marcado esse momento na escola. “O que eu vejo que, aqui, elas representam todo o grupo da comunidade escolar, todos os nossos professores. Não é exigido deles uma maior carga de trabalho, mas o que vemos é que os nossos professores têm se dedicado muito mais, pesquisando muito, para acessar a todas as nossas crianças.”
Professora Cristina Gomes da Silva Batista
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ciências
Professora de Ciências, Waldycléia Fabiana Mello Pagliarini Grams
Já olhou aquela lua que brilha lá no céu? Para observar as diferentes fases do satélite natural, alunos constroem calendário lunar por meio da observação Renata Bomfim
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lhar para o céu e se encantar com a beleza da lua, por vezes, vai além dos olhos de quem observa: também enche a câmera do celular com registros e engaja nas redes sociais. Ao menos em dias de lua cheia, a beleza vista nas alturas costuma impactar ainda mais quando compartilhada. Mas para ensinar os alunos dos oitavos anos da Escola Municipal Governador Pedro Ivo Campos a entenderem melhor sobre todas as quatro fases da lua, a observação deu lugar para lápis, papel, caneta e criatividade. Com o calendário lunar, a professora de Ciências, Waldycléia Fabiana Mello Pagliarini Grams, alinhou a prática com os conteúdos teóricos abordados no eixo “Terra e Universo”.
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Com os registros diários feitos ao longo de duas semanas a um mês, os alunos reproduziram as observações em calendários desenvolvidos por eles mesmos, divididos pelos dias da semana, horários e anotações. “Como a gente está nesse formato de aula não presencial, tem que pensar em algo que o aluno consiga fazer sozinho em casa e sem muito recurso, que não precise comprar nada”, diz a professora. É que com o distanciamento social, a importância das atividades, além de serem cumpridas, também desenvolve a criatividade e inovação dos alunos para pensar e utilizar materiais que possam ajudar no desenvolvimento das atividades propostas, sem precisar de investimento financeiro.
Para a aluna Amanda Aparecida Raymundo, o diferente do trabalho foi justamente a facilidade de ser desenvolvido e uma proposta prática, que não toma muito tempo de aplicação e que tem resultado positivo. “Foi divertido até, certas vezes até chamava meus pais para ‘procurar’ a lua junto comigo, já que na maioria das vezes não era possível vê-la, pois estava nublado ou chovendo, e até mesmo conversei com alguns colegas sobre”, comenta. Assim como Amanda, Pedro Henrique Bartsch da Silva também gostou de fazer a atividade proposta pela professora. Além de ter feito a observação durante um mês inteiro, o trabalho despertou no aluno o interesse, por conta própria, de criar o hábito da observação. “Percebi que, a cada dia, ela se encontrava em forma e até mesmo em posição/ângulo diferente. Em algumas noites ficava triste, pois estava nublado ou chovendo e não conseguia ver a lua”, diz o estudante. “Nas noites em que estava nublado, chegava a ir duas vezes em horários diferentes tentar encontrar a lua. Valeu a pena ter feita essa observação desse fenômeno em suas várias transformações e em horários diferentes da noite, onde pude registrar tal fato em fotos e em um calendário lunar.” Com o objetivo de fazer com que a observação da lua fizesse sentido prático com os conteúdos aplicados nos livros e em pesquisas, a professora Waldycléia buscou desenvolver o estudo do objeto de conhecimento, como o sistema sol, terra, lua e clima, mais próximo da realidade vivida pelos alunos. “Quando ele observa na prática, por mais simples que seja, consegue guardar um pouco mais aquela informação. Quando consegue concretizar algo que ele mesmo precisou elaborar, facilita a aprendizagem.” Tayná Ketlin Guisso Cam argo
Desdobramento da atividade
tsch Pedro H. Bar
da Silva
Para complementar os estudos feitos pelos alunos com o desenvolvimento do calendário lunar, a segunda atividade promoveu a experiência prática. Para que pudessem entender melhor as mudanças das fases da lua, o exercício proposto fez com que os estudantes colocassem a mão na massa e, com a ajuda de recursos encontrados em casa, construir um pequeno observatório. Para a atividade foi preciso contar com o apoio de uma caixa de papelão, bola pequena, barbante, fita adesiva e fonte de luz. Com marcação de orifícios nos quatro lados da caixa e a bola pendurada bem no centro, o apoio da luz colocada em um ponto escolhido pelo estudante indicava o período da lua. Toda essa ideia de promover atividades diferentes dentro dessa habilidade proposta pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), também foi nova para a professora Waldycléia. É que com a reestruturação do currículo nacional e também municipal, este assunto, antes, fazia parte da disciplina de Geografia. “Este ano é bem atípico, não só pela pandemia, mas pela mudança curricular. Essa temática toda é novidade pra mim, tive que estudar bastante, porque a gente conhece o assunto, mas não tinha o costume de trabalhar com os alunos.”
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Otávio - EM Prefeito Wittich Freitag
Alan - EM Professora Isabel Silveira Machado
Ana Carolina - EM Prefeito Baltasar Buschle
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Ana Júlia - EM Professor Bernardo Tank Ana Luísa - EM Prefeito Baltasar Buschle
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Ana Júlia - EM Prefeito Baltasar Buschle
Vitor - EM Presidente Castello Branco
Natália - EM Professora Virgínia Soares
Ana Gabriela - EM Prefeito Wittich Freitag Ketlyeen - EM Prefeito Wittich Freitag
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Kauê - EM Prefeito Wittich Freitag
Milena - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem
Carlos Eduardo - EM Professor Bernardo Tank
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Júlia Gabriela - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem
João Vitor - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem
Nathaly - EM Professora VirgĂnia Soares
Rede conect@da
Maysa - EM Prefeito Wittich Freitag
Andriel - EM Professora Isabel Silveira Machado
Arthur - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem Angela - EM Prefeito Baltasar Buschle
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Larissa - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem
Joรฃo Victor - EM Professora Isabel Silveira Machado
Matheus Henrique - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem
Emily Vitรณria - EM Professora Isabel Silveira Machado
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Maria Eduarda - EM Prefeito Wittich Freitag
Maria Luiza - EM Prefeito Wittich Freitag
Brayan - EM Presidente Castello Branco
Mateus - EM Presidente Castello Branco
Brenda Eloise - EM Professor Bernardo Tank
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Kleiton - EM Prefeito Baltasar Buschle
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Maria Clara - EM Professor Bernardo Tank
Fernanda - EM Prefeito Baltasar Buschle
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Luana - EM Prefeito Baltasar Buschle
Davi e Daniel - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem Luiza - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem
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Victor Hugo - EM Professor Bernardo Tank
Elias - EM Professora Isabel Silveira Machado
Bettina - EM Professora Isabel Silveira Machado
Francine - EM Presidente Castello Branco Elaine - EM Presidente Castello Branco
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Liliane - EM Professora VirgĂnia Soares
Jeferson - EM Professora Isabel Silveira Machado
Eduardo - EM Prefeito Wittch Freitag
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Heloise e Isadora - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem
Pietra - EM Professora Isabel Silveira Machado
JoĂŁo Pedro - EM Presidente Castello Branco
Jaiane - EM Prefeito Wittich Freitag
Joares - EM Presidente Castello Branco Jonathan - EM Professora Isabel Silveira Machado
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Vinicius - EM Professor Bernardo Tank
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Isabela - EM Professora Isabel Silveira Machado
Leticia - EM Prefeito Wittich Freitag
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Yasmin - EM Professora Isabel Silveira Machado
Larissa - EM Professora VirgĂnia Soares Wagner - EM Prefeito Baltasar Buschle
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Herrick - EM Doutor Sadalla Amin Ghanem
Jean Carlos - EM Prefeito Baltasar Buschle
LetĂcia - EM Professora VirgĂnia Soares Leonardo - EM Professor Bernardo Tank
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Foto: Divulgação/Freepik
saideira
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epois de implorar durante anos para não ter que ir à escola ou ao trabalho, eis que ninguém aguenta mais ficar em casa, né?! É uma situação curiosa, pois a gente resmungava dizendo que não queria sair, preferia ficar mais um tempinho na cama, essas coisas que todo mundo fazia. Agora, ninguém aguenta mais olhar para as mesmas paredes, ficar no mesmo ambiente e a gente toparia até maratonar aulas daquela matéria que a gente não gosta só para não ter que ficar mais no nosso ex-querido lar. Aos poucos vamos tentando achar alguns alívios cômicos nas situações dessa rotina atípica. Sabemos que a situação é delicada para muita gente, mas tentar ver algumas coisas por
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Lucas Inácio
esse ponto nos ajuda a passar melhor por isso. Então o jeito é rir de nós mesmos no melhor estilo “classe média sofre”. E tudo começa pelo melhor despertador do mundo chamado mãe. Aquele “acooorda” que vem num tom que nos deixa em estado de alerta, quase um instinto natural. Deve ser algum resquício da nossa evolução. Aposto que há algumas centenas de milhares de anos, lá no período paleolítico, a mãe chamava e os nossos ancestrais levantavam da caverna num pinote. E, se antes a gente passava por isso só nos dias de faxina, agora é todo dia e sem chance de colocar no modo soneca, porque o despertador vem pior depois – tentei isso algumas vezes e acordei à base do safanão.
Já que falamos em faxina, se aquele sábado que a gente usava para limpar a casa era chato, imagina fazer isso todo dia. Pois é, a primeira coisa que eu percebi é que com gente em casa, sempre tem coisa suja. E aí entro num dilema meio filosófico: a gente suja mais a casa ou a gente percebe que a casa está mais suja? Eis a questão que me surgiu enquanto eu estava lavando a louça. Aliás, essa pia parece até chapéu de mágico, não acaba nunca e sempre sai umas coisas estranhas para lavar. Galera da casa inventou de aprender a cozinhar comida chique e como quem cozinha não lava, sobra para o lavador oficial. E não basta sujar três panelas, sete travessas e 31 talheres para fazer um arroz branco, a pessoa ainda tem que usar aquele processador que tava em promoção na Black Friday passada e seu pai comprou porque tava viciado em programa de culinária. E a fabricante consegue piorar a situação fazendo lugares praticamente impossíveis de lavar, aqueles cantinhos que sempre entra comida, mas nunca passa uma esponja. Aí tem que apelar para a escova de dente velha, o que me faz perceber que minha escovação melhorou com esse treino – olha aí o lado bom das coisas de novo. Já falei que a gente fica meio filósofo lavando a louça?! Tinha pensado em tanta coisa para escrever e nem deu espaço. Talvez eu volte com este assunto na próxima, mas agora vou lá porque tocou o despertador do “se tu não vier almoçar agora, vai comer comida fria”. Parece que meu irmão fez pasta ao molho bechamel, o que não passa de um nome chique para macarrão com molho branco. E adivinha de quem é a louça?! Espero que ele não tenha usado o processador. setembro 2020 its
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