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LIVROS DE JOSÉ POÇAS E JOÃO TABORDA APRESENTADOS NA SRNOM
Duas obras, vários pontos em comum Após longos meses de pausa, o Salão Nobre da SRNOM voltou a receber o lançamento de duas obras literárias. “Reflexões em tempos de Pandemia”, de José Poças, e “João Taborda: Um fotógrafo humanista”, publicado a título póstumo, ambos da editora By The Book, foram apresentados entre amigos no dia 12 de novembro. Texto Catarina Ferreira › Fotografia Medesign
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Salão Nobre do Centro de Cultura e Congressos da SRNOM recebeu a apresentação das obras “Reflexões em tempos de Pandemia - Histórias de vida, de prazer, de sofrimento e de morte” e “João Taborda: Um fotógrafo humanista”. A primeira da autoria de José Poças, médico especialista em Medicina Interna, e a segunda lançada por Fá-
tima Caeiro Taborda, esposa do autor que dá nome ao livro. O evento aconteceu no dia 12 de novembro e contou com a presença de vários convidados, amigos e familiares dos autores, e ainda António Sarmento e Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos. Coube a Lurdes Gandra, em representação do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM), inaugurar a cerimónia que, antes do mais, pretendeu ser uma “sentida e merecida homenagem” ao médico e fotógrafo João Taborda. “Quaisquer adjetivos são sempre poucos para qualificar a arte fotográfica do nosso colega. Espero que a qualidade dos textos e a beleza das imagens vos encante tanto quanto a mim me encantou”, confessou. Nesta introdução, agradeceu ainda o contributo de José Poças e recordou o seu percurso, com esta nova obra após o livro “A Relação Médico-Doente: Um con-
tributo da Ordem dos Médicos”, apresentado na SRNOM em fevereiro de 2020, de que foi coautor e editor.
CONTRIBUTO ÉTICO
“Reflexões em tempos de Pandemia” dá nome ao mais recente livro de José Poças, diretor do serviço de Infeciologia do Centro Hospitalar de Setúbal. Recuando no tempo, o autor recordou o facto de, naquela mesma sala, na cidade que o viu nascer há 63 anos, ter discursado na cerimónia de apresentação do livro “A Relação Médico-Doente”, numa altura em que chegavam as “aterradoras imagens que retratavam o caos que se vivia nos hospitais da China, de Itália e, até mesmo, da vizinha Espanha”. Nessa época, questionava-se sobre “a capacidade de Portugal resistir a um cenário daquela intensidade”, inquietando-o ainda mais a “possibilidade de tal se prolongar no tempo”, recordou. Para enquadrar a reflexão que faz