Fotografia Essa maneira de ver, que agora tem uma longa história, molda aquilo que procuramos perceber e estamos habituados a distinguir nas fotografas. Susan Sontag
Em 1915 a morte de um civil inocente, em solo esloveno, por um militar italiano, na Europa Central, teria sido para Bavcar (2014) o verdadeiro início da Primeira Guerra Mundial. Em 1957 o então filósofo e fotógrafo cego, Evgem Bavcar, com 12 anos, sofreu um grave acidente que tirou sua visão dos dois olhos, seus olhos do corpo tinham se fechado para nunca mais abrir, com isso seus olhos do espírito, se abriram para mostrar-lhe uma outra face da natureza. Graças as suas experiências, Evgen Bavcar, passou a perceber o mundo guiado por seus outros sentidos do corpo, para ele, os ventos, o calor do Sol, os sons das ruas, que lhe mostravam os corpos das coisas. Bavcar hoje com vários livros publicados entre eles, Memória do Brasil, Bavcar (2003), formou-se em estética e filosofia pela Universidade de Paris i, onde também estudou e se tornou fotógrafo, provavelmente, um dos primeiros fotógrafos cegos da história moderna da fotografia. Com exposição realizada no Brasil, Rio de Janeiro, com curadoria das pesquisadoras cariocas, Ângela Magalhães e Nadja Peregrino (2000), no ensaio escrito para a exposição, foi traduzido a experiência de Evgen Bavcar quando Labaki (2000) escreveu sobre a necessidade de “[...] voltar às trevas, à sombra, para achar as verdadeiras imagens. É o mundo invisível que me interessa [...]”, este ensaio O ponto zero da Fotografia, Bavcar, demonstrou o poder da transformação vivenciado para dar conta de suas descobertas em mundos percebidos, o mundo do pensamento.
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