Ponto Zero da Fotografia, Caderno com 101 atividades para o ensino da fotografia

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Entre os anos de 1865 até 1885, estabelecido em Salvador no Largo do Teatro 92, registra-se a presença do suíço Guilherme Gaensly, com destacado trabalho sobre a Bahia, de acordo a Ferrez (1980, p. 18) Gaensly “[...] produziu muitas vistas dos arredores de Salvador, que sobressaem por sua beleza e valem como notáveis documentos dessa cidade para o período de 1865 a 1880.” A Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, dispõe, em seu acervo, de quatro álbuns de 63 fotos avulsas desse artista. Ainda segundo Ferrez, Gaensly fez como seu sócio nos negócios fotográficos o também artista Lindermann, do qual se pode ver sua assinatura em conjunto em parte do acervo existente. Estes fotógrafos se tornam personagem principal da primeira fase da fotografia na Bahia, deixando assim um legado de relevante importância em seus registros fotográficos que dão conta de uma cidade como Salvador, e demais regiões registradas de alguma maneira com apuros que demonstram não só uma preocupação técnica como estética para com as imagens produzidas. A história da fotografia na Bahia, ao que se refere ao primeiro período que vai de 1840 até 1880, deve a estes artistas, dentre outros não citados, a construção de uma iconografia de nossa própria história. Olho e olhar, ou como pensam as imagens Do ponto de vista das pesquisas em anatomia, durante muito tempo, segundo Bosi (novais, 1988, p. 65) persistiu a hipótese revolucionária de que em pequenos organismos aquáticos que viveram bilhões de anos, o desenvolvimento do tecido cerebral resultou de uma evolução dos olhos, ainda para Bosi (1988): “[...] não foi o cérebro que se estendeu até a formação dos órgãos visuais, mas, ao contrário, foi o olho que se complicou extraordinariamente dando origem ao córtex onde, supõe-se, estaria a sede da visualidade[...]”. Partindo desse argumento, damos início a um percurso que categoriza e distingue a relação do olhar, como fenômeno mental e simbólico que por sua vez constituem a natureza das imagens, fazendo nos aproximamos de seu pensamento, o pensamento das imagens, quando Novaes (1988, p.14) diz que o: “[...] olho não é suporte natural do espírito, sublimação da visão. [...] Quando o pensamento de ver substitui o ver e fez dele seu objeto[...]” ele propõe a

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