Loie Fuller

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Loïe Fuller para Muito Além da Dança Mãe Paulo e Tales Frey

T

ratando-se de uma autobiografia, todas as experiências narradas por Loïe Fuller são incontestavelmente escolhidas e, assim, a veracidade dos fatos pode ser oriunda tanto de uma memória clara como também completamente imprecisa (em alguns casos até pouco confiável), afinal, como foi enfatizado no catálogo da exposição Loïe Fuller: Magician of Light, organizado por Margaret Haile Harris, a artista, “ao longo dos anos, mudou a sua história de vida ao seu bel prazer, oferecendo ao seu biógrafo a escolha de oito datas de nascimento possíveis e inúmeras versões de outros eventos importantes”1. No entanto, apesar de a ficção e a realidade estarem diluídas, gerando informações ambíguas em alguns casos, uma estimulante trajetória de vida é apresentada no contexto do fim do século XIX e início do século XX, dando-nos acesso ao ambiente artístico da época e às diferentes realidades pelas quais Loïe Fuller transitava, vivendo dias glamorosos em que tinha flores e garrafas de champanhe a sua espera em seu camarim, bem como dias em que dançava de estômago vazio por não ter o que comer. Num dia, encontrava-se em palácios luxuosos entre pessoas de suma impor1

Margaret Haile Harris, Loïe Fuller: Magician of Light. 1. ed. Richmond: The Virginia Museum, 1979, p. 15.


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Loie Fuller by Rubens Rangel - Issuu