Loie Fuller

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IV

Como Vim a Paris

P

ouco depois da minha estreia no teatro de Madison Square, fui convidada para dançar em benefício de uma obra caritativa no teatro alemão de Nova York. Tinha esquecido completamente da minha promessa até o dia da apresentação, quando um cartão veio recordar-me. Não lembrei de pedir ao meu diretor autorização para comparecer naquele evento filantrópico, pois não me passava pela cabeça que ele recusaria a minha participação. Naquele mesmo dia, ocorreu a primeira parte de um incidente doloroso que levaria à ruptura das relações cordiais entre mim e a direção do Madison Square. O sócio do meu diretor me pedira, como sendo um grande favor, para abrir um baile dado por seus amigos em sua homenagem. Aceitei, encantada com a ideia de ser-lhe útil. Quando perguntei a data da festa, ele me disse para não me preocupar com isso. Foi só então que pedi a autorização para dançar naquela mesma noite no teatro alemão em benefício de uma atriz alemã enferma. O diretor concordou. No teatro alemão contrataram uma orquestra romena para mim. O chefe da orquestra, o sr. Sohmers, entusiasta como todo romeno, veio me ver após minha apresentação e predisse-me maravilhas com o sucesso que ele estava certo que eu encontraria na Europa. Ele me aconselhou a ir para Paris, onde um público de artistas saberia acolher as minhas danças como elas mereciam. A partir desse momento, tornou-se uma verdadeira obsessão para mim: dançar em Paris. Em


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