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1. Reflexões sobre Finanças Públicas que nos anos 1920 vão tendo ecos fora da Academia Percorrendo as Lições de Finanças de quatro Professores de Coimbra
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Há interesse em discutir se a acção de António de Oliveira Salazar – que assinou no início das suas funções como Ministro das Finanças o Decreto n.º 16 670, criando em 1929 a Intendência-Geral do Orçamento – estava ou não prefigurada no ensino que assegurou na Universidade de Coimbra nas cadeiras de Economia Política e de Finanças, como o próprio não deixou de propalar, e se as preocupações com a eficiência que na época se apresentavam, em contexto empresarial, muito ligadas com a difusão das teses da Organização Científica do Trabalho (OCT), tinham lugar relevante neste seu ensino. Nuno Valério, que organizou a edição pelo Banco de Portugal (BdP), em 1997, sob o título O ágio do ouro e outros textos económicos 19161918 (Salazar, Valério, 1997) de três trabalhos de Salazar no domínio da Economia, redigidos no início da sua actividade académica (O ágio do Ouro. Sua natureza e suas causas (1891-1915); Questão Cerealífera: O Trigo; Alguns aspectos da crise das subsistências), refere-se também à existência de lições de Economia Política, organizadas em 1927 pelo aluno Alberto Menano que apenas abrangem a introdução e uma das partes do curso – a produção (faltando circulação, distribuição e consumo) e de Finanças, organizadas em 1922 pelo aluno João Pereira Neto. A inclusão destas lições na colectânea editada por Valério é afastada pelo organizador por razões semelhantes: 11
A Intendencia - Geral do Orçamento - Historia de um organismo que nunca existiu (1929-1996).indd 11
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