Coronavírus e Imunidade por Manuel Pinto Coelho Médico | Doutorado em Ciências da Educação Autor do livro +Vida +Saúde +Tempo (Oficina do Livro, 2020)
Tendo assistido, como todos, à dor e ao sofrimento de famílias destroçadas, bem como a uma desmotivação, a um cansaço crescentes e a uma economia a afundar de forma preocupante, urge uma reflexão composta por várias questões. Tenho-me questionado se faz mesmo sentido continuar a privilegiar unicamente o combate ao inimigo - germe/micróbio/vírus - com as armas exclusivamente a ele apontadas, desconhecendo a sua origem, as suas verdadeiras características e conjeiturando que poderá reaparecer no próximo inverno, mantendo o foco apenas na descoberta de uma vacina que ninguém sabe quando estará disponível. Assim, pergunto, não poderia fazer mais sentido a preocupação institucionalizada, a nível presidencial, governamental e das entidades de saúde, alterar o foco para o hospedeiro que o recebe, ou seja, para com o terreno, com a homeostase, com o sistema imunitário, cuja importância já ninguém duvida, para fazer frente ao vírus, hoje e/ou quando ele decidir voltar a aparecer? A medicina ocidental desde há muito que tem optado por tratar o agente causador e a infecção/ afecção, ao abrigo do paradigma - uma maleita - um comprimido - e não o portador, com as suas vicissitudes próprias, perpetuando-se, até aos nossos dias, um modelo totalmente reducionista, apostando na já renegada pelo próprio Pasteur – o pai “teoria do germe” -, que fez nascer o uso de vacinas, antibióticos e demais agentes antimicrobianos ou não microbianos.
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