URBANISMOS DE INFLUÊNCIA PORTUGUESA • [ territórios + planos ]
GUINÉ
Nas viagens de reconhecimento da costa africana, os portugueses chegaram à foz dos rios Casamansa, Gâmbia, Cacheu e Geba em 1446, desenvolvendo, desde essa data, atividade comercial entre o Senegal e a Serra Leoa, mas só em 1630, com a criação da capitania-mor do Cacheu, se delineou o que veio a ser a Província da Guiné6. Separada de Cabo Verde em 1879, a Guiné passou a ser governada autonomamente como uma colónia que, efetivamente, se circunscrevia ao aglomerado de Bissau, pois as autoridades tradicionais mantinham o controlo da maior parte do território. O pequeno porto de Bissau assegurou, desde o século XV, as relações com a região do Cacheu, fornecedora de escravos para o mercado mundial, mas o fim da escravatura e a falta de alternativa económica implementada pela administração portuguesa condenou a Guiné a uma situação de letargia económica. No dealbar do século XX, com a ocupação militar, abriram-se novas oportunidades. O desenvolvimento da cultura do amendoim no arquipélago de Bijagós e no vasto território de Bolama gerou um fluxo comercial com o exterior que se concentrou na cidade de Bolama, até então simples entreposto de escravos, e capital da Guiné até 1941. A expansão da cultura do amendoim conferiu a Bissau um preponderante papel na articulação com o mercado mundial, situação que contribuiu para a sua elevação a capital da província. Com a
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Após a independência do país, reconhecida em 1974, foi acrescentado ao nome do país o nome da capital, Bissau, para evitar ser confundido com a Guiné e com a Guiné Equatorial.