Tertúlias na Educação de Jovens e Adultos, na educação inclusiva e nas políticas educacionais

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POSFÁCIO

Esse livro, editado no período pandêmico e sem o apoio financeiro governamental, mostra a resistência de cada autor que oferece sua pesquisa ao mundo. A pandemia nos colocou diante de reflexões necessárias para nós, profissionais da educação, sobre como se fazer um projeto e um processo educacional e pedagógico verdadeiramente inclusivo. Ressalto esse ponto porque o livro, organizado por Maylta dos Anjos, “Tertúlias na Educação de Jovens e Adultos, na Educação Inclusiva e nas Políticas Educacionais”, traz, nos diversos artigos, a responsabilidade de todas e todos. Trata-se de uma maneira de ver o mundo, uma atitude diante da vida. Trazer a inclusão para o centro da educação implica em rasurar imaginários de que ela se faz numa ação pontual ou residual, e sim, é uma prática coletiva do entendimento entre diversidade e desigualdade. Não seria forçoso trazer à tona uma perspectiva freiriana da leitura do mundo. “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, afirmou Paulo Freire em “A Importância do Ato de Ler”. Com essa ideia, Freire revela uma teoria do conhecimento, uma compreensão crítica da educação na qual, a sua palavra, lia o contexto do mundo ditado pelo “texto”. Daí porque Paulo entendia que a palavra verdadeira é práxis transformadora, porque ela diz da intenção de não dizer a palavra vazia, oca ou inconsistente. Dizer a palavra é possibilitar que sejamos sujeitos da história também e saiamos da condição de apenas objeto da sociedade. Ao falar em Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Inclusiva (EI), busca-se garantir uma política adequada aos alunos que experimentam a necessidade dela. Sendo a escola local de interação de aprendizagens, de entendimento de complexas relações, observamos as diversas dificuldades encontradas na construção e efetivação de um espaço que atenda às grandes demandas que se relacionam a EJA e a EI. As políticas públicas educacionais devem, não somente, democratizar e possibilitar o acesso ao ensino, mas também incentivar a cooperação, entendida como aprendizagem cooperativa nas diferenciações pedagógicas e no acesso a ela. Nesse sentido, as necessidades educacionais, explicadas na EJA e EI, requerem ambientes de trabalho facilitadores para interação e promoção de uma pedagogia responsável e envolvente. Essa sensação é incentivada por um modelo de inclusão em que se fortalece a contribuição e colaboração aos pares na escola. 353


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