Actualidade Economia Ibérica - nº 300

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ÍNDICE

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ÍNDICE

Grande Tema

Nº 300 - junho de 2022

ACTUALIDAD

32.

ECONOMIA IBÉRICA

Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org)

Planos de Recuperação e Resiliência: da transição climática à digitalização e outras oportunidades

Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Henrique Cruz, Jorge Fonseca e Pedro Morão Correia Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua Roy Campbell, Lote 5 – 4ºB 1300-504 Lisboa Telefone: 219 267 950 E-mail: info@wcit.pt Website: www.wcit.pt Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89

Editorial 04.

Opinião 06.

As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.

Desafios nas transmissões de estabelecimento - Henrique Cruz

44.

Novas medidas de apoio às empresas e às famílias - Pedro Morão Correia

Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Miguel Seco, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Enrique Hidalgo, Berta Dias da Cunha, Carla Rebelo, Pablo Forero e Maria Celeste Hagatong

Assessoria de scaleups e PME: uma alternativa de emprego para executivos depois dos 50 anos - Jorge Fonseca

42.

Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org

Os Programas de Recuperação e Resiliência e o foco nas pessoas e na inovação

Gestão e Estratégia 20.

Freire Shipyard: da pesca à navegação de recreio e à oceanografia

E mais... 08. Apontamentos de Economia 14. Grande Entrevista 20.Gestão e Estratégia 24. Marketing 28. Fazer Bem 42. Advocacia e Fiscalidade 46. Setor Imobiliário 48. Ciência e Tecnologia 50. Vinhos & Gourmet 52. Eventos 56. Intercâmbio Comercial 58. Oportunidades de Negócio 60. Calendário Fiscal 61. Bolsa de Trabalho 62. Espaço de Lazer 66. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

Luso Espanhola JUNHO DE 2022

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EDITORIAL EDITORIAL

Os Programas de Recuperação e Resiliência e o foco nas

pessoas e na inovação

S

erão cerca de 16.600 milhões de euros que Portugal captará de Bruxelas, nos próximos quatro anos, para implementar os investimentos e reformas previstos no PRR e que permitirão obter importantes resultados alinhados com a Estratégia Portugal 2030. Este plano contempla três grandes pilares de intervenção, com o objetivo de recuperar a sociedade e a economia da crise gerada pela pandemia. No primeiro pilar, o da Resiliência, o Governo pretende atingir, entre outros, os seguintes objetivos: alcançar um volume de exportações equivalente a 50% do PIB até 2027 e a 53% do PIB até 2030, tendo enfoque no aumento da balança tecnológica de pagamentos; criar 15 mil novos postos de trabalho qualificados; aumento da despesa (pública e privada) em I&D para pelo menos 2% do PIB até 2025; criar 34 novas unidades móveis para cuidados de saúde primários para cobertura das regiões de baixa densidade; alargar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados com 5.500 novas camas de internamento, e a Rede Nacional de Cuidados Paliativos, com 400 camas de internamento de menor complexidade; requalificar ou adaptar 326 edifícios para aumentar a eficiência energética; alargar a rede de equipamentos e respostas sociais ao nível da infância, pessoas idosas e pessoas com deficiência ou incapacidades (28 mil lugares em respostas sociais intervencionadas); ou ainda apoiar 26 mil agregados familiares com habitação digna. No segundo pilar, o da Transição Climática, o PRR deverá, entre outros: contribuir para a redução das emissões de CO2 em 55% até 2030, em linha

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com o Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030) e com o Roteiro para a Neutralidade Carbónica; apoiar a criação de um hub com uma rede de sete polos de bioeconomia azul; apoiar intensivamente a renovação de edifícios residenciais, públicos e de serviços; apoiar a aquisição de frotas de transportes públicos limpos e respetivos postos de carregamento/ abastecimento, entre outros objetivos. Na terceira dimensão, a da Transição Digital, pretende-se, entre outros objetivos, formar 800 mil pessoas em competências digitais com planos de formação individual e acessos a formação online; promover a transição digital das empresas, requalificando 36 mil trabalhadores, apoiando 30 mil PME; adquirir 600 mil computadores de uso individual nas escolas (alunos e professores); ou ainda promover a digitalização da administração pública, reforçando a interoperabilidade e facilitando o acesso aos serviços públicos. Quanto a Espanha, até final de 2026, receberá 140 mil milhões de euros procedentes da Europa, no âmbito do Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência. O PRTR espanhol conta com uma importante agenda de investimentos e reformas estruturais, que se relacionam e retroalimentam para atingir quatro objetivos transversais: avançar para uma Espanha mais verde, mais digital, mais unida desde o ponto de vista social e territorial e mais igualitária. O primeiro objetivo reforça o investimento público e privado para reorientar o modelo produtivo e promove a transição verde, a descarbonização, a eficiência energética, a implantação das energias renováveis, a eletrificação

da mobilidade, o desenvolvimento do armazenamento de energia, a economia circular, as soluções baseadas na natureza e a melhoria da resiliência de todos os setores económicos. O segundo, está alinhado com a estratégia digital europeia e a Agenda Digital 2025, define o roteiro para acelerar uma transição digital humanista e inclusiva na Espanha, por meio de investimentos e reformas que promovem as infraestruturas, competências e tecnologias necessárias para uma economia e sociedade digitais. Já o terceiro objetivo trata da coesão social e territorial, que vai ser atingida através do reforço do Estado do bemestar, do sistema educativo, do impulso do emprego de qualidade, um sistema fiscal justo e com medidas orientadas para responder ao desafio demográfico e para trazer novas oportunidades às próximas gerações. Por último, o objetivo da igualdade de gênero está centrado em medidas transversais que vão permitir aumentar elevar a taxa de emprego feminina, bem como melhorar, fortalecer e reorganizar o sistema de cuidados de longa duração, elevar o potencial educativo e reduzir a desigualdade digital. Muitas reformas, que beneficiarão os cidadãos e diversas instituições nacionais em cada um dos países, mas que representarão potenciais oportunidades também para as empresas portuguesas e espanholas, enquanto fornecedoras de bens ou serviços ao Estado, as quais poderão ainda, por outro lado, concorrer a programas de incentivos a investimentos na sua atividade (ver também págs. 32 a 41). ■ Emails brodrigo@ccile.org e cfonseca@ ccile.org


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OPINIÓN

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APONTAMENTOS DE ECONOMIA APUNTES DE ECONOMÍA

Mercadona fez compras de 500 milhões de euros a 900 fornecedores portugueses

A Mercadona continua a crescer em Portugal, reforçando, ano após ano, o volume de compras a fornecedores nacionais e a sua aposta no setor primário português, afirma a empresa espanhola. Em 2021, a empresa, que conta já com 30 lojas e território nacional, comprou cerca de 500 milhões de euros a mais de 900 fornecedores comerciais e de serviços, um número que aumentará em 2022 com a abertura de mais 10 supermercados em Portugal, chegando a cinco novos distritos, adianta a Mercadona, em comunicado. As compras da Mercadona a fornecedores portugueses, comerciais e

de serviços, têm vindo a um crescimento conjunto. Esta aposta aumentar progressivamen- tem-se revelado não só um motor de te desde 2019, tendo pas- desenvolvimento económico e social sado de 217 milhões para como também, e sobretudo, uma aposos atuais 500 milhões de ta na qualidade. euros, o que representou um Pedro Barraco, diretor de Cadeia aumento de 130% em quase Agroalimentar da Mercadona em três anos. Portugal, refere que: “esta aposta na Com o objetivo de oferecer produção nacional permite uma maior os produtos mais frescos frescura dos nossos produtos e, consee com a máxima qualida- quentemente mais qualidade”. de aos seus clientes, a Mercadona A Mercadona assinou, em 2021, um mantem-se fiel ao seu compromisso acordo de colaboração com a CAP de desenvolvimento de uma “Cadeia – Confederação dos Agricultores de Agroalimentar Sustentável”, apostando Portugal, para dinamizar a produção no setor primário português e desen- nacional. O acordo, recentemente renovolvendo com os seus fornecedores vado por um ano mais, visa também relações estáveis, de compromisso e a adesão da Mercadona à iniciativa a longo prazo, permitindo um cresci- “Portugal Sou Eu”, do Ministério da mento sustentável para todos os elos Economia, para dinamização e valoda cadeia, afiança ainda o distribuidor. rização da oferta nacional e da qual a Desde a pera rocha do Oeste, à laranja Mercadona participa com uma ampla do Algarve, do queijo dos Açores, ao oferta de produtos, como o leite de borrego alentejano, a empresa procura origem portuguesa, produzido pelo os melhores fornecedores especialis- grupo Lactalis - Parmalat, ou o Pão de tas, de Norte a Sul até às ilhas, pro- Ló, produzido pela Confeitara Alvorada, movendo a exportação e permitindo em Guimarães.

Embraer vende duas fábricas à espanhola Aernnova A venda das duas fábricas de Évora fornecer componentes para a aviação do fabricante de aeronaves brasileira comercial, executiva e área de defesa da Embraer foi concluída no início de maio, empresa, existe a expectativa de aumenficando a espanhola Aernnova com a to da produção de componentes para totalidade das ações das unidades, anun- outros fabricantes aeronáuticos globais”, ciaram as duas empresas. Em comunica- o que contribuirá para a criação de “mais do conjunto, a Embraer e a empresa aero- empregos” nesta região portuguesa, náutica Aernnova revelaram a conclusão “além de um potencial crescimento das do acordo de parceria estratégia entre exportações”. “Dessa forma, as fábriambas, anunciado no início deste ano. cas em Évora também contribuem para “Desta forma, a Aernnova passa a deter o aumento da capacidade de produtodas as ações da Embraer Metálicas e da ção aeronáutica da região do Alentejo e Embraer Compósitos, num investimento garantem uma posição de referência no que totaliza cerca de 174 milhões de dóla- cluster aeronáutico de Portugal”, referires [aproximadamente 165,4 milhões de ram as empresas. euros]”, adianta o documento. A parceria “reforça a posição da Aernnova Para a Embraer, “esta parceria é mais como fornecedora de primeira linha para uma oportunidade para o aumento da aeronaves de corredor único, avançando capacidade produtiva” destas unidades a posição da companhia nos mercados fabris localizadas no Alentejo. “Além de de aeronaves executivas e de defesa”,

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acrescentam as empresas. As atividades nestas fábricas “adicionarão cerca de 157 milhões de euros em receitas para a Aernnova” e permitirão “a assinatura de novos contratos, seja com a Embraer ou com outros fabricantes”. Apesar da venda das unidades, a Embraer afiançou que “mantém” o seu “compromisso estratégico com Portugal”, país onde, fora do Brasil, “mais investe em capacidade industrial”. “Exemplo disso é o investimento anunciado recentemente de 74 milhões de euros na OGMA, para trazer para Portugal a manutenção dos motores GTF da Pratt & Whitney, usados pela nova geração de aviões comerciais”, o que vai permitir criar “300 postos de trabalho e poderá triplicar o volume anual de negócios para 600 milhões de euros”, de acordo com o comunicado.


A Galp acordou adquirir, após a maturidade, uma carteira diversificada de projetos de energias renováveis de até 4,8 GW que serão desenvolvidos no Brasil, mais do que duplicando a sua capacidade global de funil e expandindo-se para a energia eólica no maior país da América do Sul. O acordo-quadro com a SER Energia abrange a aquisição de projetos em desenvolvimento com uma capacidade máxima total de 4,6 GWp em todo o Brasil, enquanto o acordo com a Casa dos Ventos abrange um cluster de 216MW de parques eólicos em desenvolvimento no Nordeste brasileiro. “O Brasil dinamizou o crescimento da Galp nos últimos 12 anos, através dos nossos principais projetos de produção no pré-sal”, afirma Georgios Papadimitriou, COO de Energias Renováveis e Novos Negócios da Galp. “Estamos agora a adicionar um novo motor de crescimento, alavancado no vasto potencial do Brasil nas

energias renováveis, e a reequilibrar os nossos negócios no país em linha com as nossas ambições de transição para um modelo energético mais limpo”, acrescentou. A Galp, atualmente o terceiro maior produtor de petróleo e gás do Brasil, acordou em outubro a aquisição de duas carteiras de projetos solares em desenvolvimento nos estados da Bahia e Rio Grande do Norte à SER Energia, com capacidades de 282 MW e 312 MW, respetivamente. A Galp é já um dos principais produtores de energia solar fotovoltaica da Península Ibérica, com uma capacidade instalada já em produção de 1,2 GW. Com este novo pipeline de projetos, a carteira de energias renováveis da Galp totaliza agora 9,6 GW em várias fases de desenvolvimento no Brasil, Espanha e Portugal, tornando mais próximas as metas de aumento de capacidade de produção de energias renováveis para 4GW até 2025 e 12GW até 2030.

Lucros trimestrais do Santander Totta mais do que quadruplicam O Santander Totta registou lucros de 155,4 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma subida de 350% em relação ao mesmo período de 2021. O banco explica a subida dos resultados com o facto de ter registado um encargo extraordinário de 164,5 milhões de euros por esta altura no ano passado, para fazer face ao plano de saída de trabalhadores, efeito que este ano desaparece. A margem financeira do banco subiu cerca de 1%, para 193,9 milhões de euros, com a instituição liderada por Pedro Castro e Almeida a dar “especial destaque” à melhoria deste indicador num “contexto de taxas de juro negativas, bem como pela continuada redução

dos spreads de crédito, num enquadramento concorrencial que permanece bastante competitivo”. Já as comissões líquidas, dispararam 23,3%, para 119,1 milhões de euros, refletindo em parte o aumento das transações feitas pelos clientes, em particular relacionadas com investimentos em fundos e seguros financeiro, assim como na distribuição de seguros autónomos de risco. Ainda assim, o produto bancário registou uma queda de 21,2%, para 331,7 milhões de euros, devido à quebra de 94% dos resultados obtidos com a venda de dívida pública, que ascendeu a apenas 8,1 milhões nos três primeiros meses do ano.

Prosegur Alarms contrata 100 novos colaboradores em Portugal A Prosegur, multinacional líder no setor da segurança e presente em Portugal há 40 anos, vai recrutar 100 novos colaboradores para a equipa comercial da Prosegur Alarms, até ao final do ano, com o intuito de reforçar o seu plano de crescimento no nosso país. Atualmente, a Prosegur Alarms emprega mais de 600 pessoas em Portugal, e conta com cerca de 90 mil alarmes instalados em casas e empresas. A Prosegur Alarms, responsável por um vasto portefólio de serviços de segurança, representa cerca de 27% da faturação do grupo em Portugal, o que corresponde a aproximadamente 47 milhões de euros. “Mesmo com todo o caminho percorrido ao longo das últimas quatro décadas, continua a existir uma margem significativa para o crescimento neste setor que se encontra em transformação permanente. Nesse sentido, a Prosegur Alarms orgulha-se de anunciar o recrutamento de 100 novos comerciais, que terão um papel decisivo no plano de crescimento desta área de negócio em Portugal”, anuncia Carlos Vaqueirinho, diretor-geral da Prosegur Alarms. Eurofirms Group abre 250 ofertas na indústria de transformação de tomate Altamente dependente do trabalho manual, o setor agrícola da indústria do tomate está a ressentir-se de falta de mão de obra disponível para garantir a produção, de acordo com a empresa Eurofirms Group, que salienta ainda o facto desta ser uma indústria altamente exportadora, sendo atualmente o quinto maior player mundial. E, devido à pandemia, a procura pelos produtos derivados da indústria do tomate (molhos de massas, ketchup) subiu ainda mais. Contudo, “o setor não tem resposta, pela incapacidade de atrair jovens, ou ainda mão de obra qualificada, maioritariamente pela concorrência que o setor do turismo e restauração oferece”, alerta a mesma empresa de recursos humanos. Assim, a Eurofirms abriu, só no mês de maio, 250 vagas para operadores para a transformação do tomate em ketchup, para o período compreendido sensivelmente entre final de julho e início de outubro deste ano, para Águas de Moura. Segundo Filipa Almeida, regional leader e especialista no setor agrário do Grupo Eurofirms em Portugal, “Portugal tem uma excelente condição para a flieira do tomate de indústria: boa qualidade, bom clima e bons solos,

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Galp assegura 4,8 GW de novos projetos de renováveis e entra na energia eólica no Brasil

Breves


Breves uma produção bem organizada, um país relativamente pequeno em termos de rápidas e fáceis acessibilidades, investimento técnico e tecnológico que confere maior idoneidade da produção. É preciso, além dos apoios, ter competitividade a nível de geração de emprego. Existe essa capacidade, mas depois falta sim, a promoção para conseguir atrair e cativar os candidatos necessários”. Efapel aumenta vendas para mais de 50 milhões de euros A Efapel aumentou em 20% o seu volume de negócios em 2021, ultrapassandoo os 50 milhões de euros, com destaque para as exportações, que cresceram 25% face a 2020. “A crescente procura dos produtos Efapel foi acompanhada de um forte investimento em novas tecnologias e melhoria de produtos, como também na ampliação da sua capacidade produtiva e de armazenamento, com a ampliação do atual edifício 2 da fábrica de Serpins para o dobro da área, que passou a ser de 18 mil metros quadrados”, de acordo com um comunicado da empresa portuguesa. O exercício de 2021 foi, assim, também marcado pelo lançamento de novos produtos, como a nova série de aparelhagem de embeber Latina e o sistema de Domótica Domus 40. Apoio ao setor exportador impulsiona desempenho da Certif A Certif, líder de mercado em Portugal na certificação de produtos, superou em 7%, no exercício de 2021, o desempenho de 2019, depois da quebra de 5% sentida em 2020, por causa da crise pandémica. A certificação de produtos, em conjugação com a marcação CE, representou 74% do volume de negócios, alavancada pelos produtos destinados a exportação. Destes, 85% refere-se a produtos da construção e setor elétrico, adianta a associação. Com clientes em 25 países, a faturação direta no estrangeiro da Certif foi de 35%, sendo de referir que vários trabalhos realizados no exterior são pagos em Portugal, não estando, por isso, contemplados nesta estatística. Da mesma forma, uma grande parte do volume de negócios com empresas nacionais destina-se à certificação de produtos exportados, adianta a Certif em comunicado. Destaque ainda para o acordo com o BBA – British Board of Agreement, congénere britânico, com vista à atribuição a produtos de construção da marcação UKCA, o que permitirá aos clientes da Certif, nomeadamente às empresas portuguesas, continuarem a exportar os seus produtos para o Reino Unido após o Brexit.

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novobanco vence prémio por solução digital para seguros de vida O novobanco venceu os “Digital CX Awards 2022”, na categoria Outstanding Digital CX – Bancassurance, com a solução de subscrição digital de seguros de vida, reconhecimento que demonstra a capacidade de resposta do novobanco de “construir as soluções mais ajustadas”, melhorando a experiência omnicanal dos clientes com o banco, realça a instituição bancária. Esta solução de simulação e subscrição de seguros de vida à distância foi lançada pelo novobanco em abril de 2021, ainda na fase pandémica, onde a necessidade de tornar o banco mais próximo dos seus clientes era fundamental. “Trata-se de uma solução simples e intuitiva, disponível no canal mobile ou no desktop, que no mesmo passo compara as diversas ofertas que o cliente poderá subscrever, utilizando sempre uma linguagem adaptada às necessidades dos utilizadores”. De

forma a acompanhar o cliente ao longo do processo de subscrição, o utilizador vai sendo guiado nos diferentes passos a dar em cada etapa da jornada. Com esta iniciativa, concebida e desenvolvida em estreita parceria com a Gamalife, o novobanco “conseguiu amenizar a ansiedade sentida pelos clientes, proporcionando uma solução que permite a subscrição do produto à distância e permitindo à área comercial, simultaneamente, a continuidade de negócio neste segmento”. Os “Digital CX Awards” são organizados pela “The Digital Banker” e existem para avaliar as expectativas em rápida mudança dos clientes na economia digital e a forma como as organizações de serviços financeiros, neo banks finTechs e bigtechs estão a criar novos modelos de negócio e a transformar a jornada de cliente através de todos os touch points digitais.

Repsol contrata novo grupo de colaboradores para Sines A Repsol integrou recentemente 26 novos colaboradores, que serão formados como técnicos de Operação de Unidades Industriais, através de um curso lecionado em conjunto com o IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional e que contará com uma segunda edição, no segundo semestre deste ano. responsabilidade de formadores habilitaAtravés desta iniciativa, a Repsol concreti- dos, provenientes da Repsol, do IEFP e za mais uma ação de renovação geracional de outras entidades externas contratadas, dos seus quadros e contratação de ope- bem como aulas práticas, que se realizaradores para as futuras novas unidades rão nas diferentes fábricas do Complexo industriais de Polipropileno e Polietileno Industrial. Linear, que fazem parte do projeto de “Os formandos deste novo curso poderão expansão do Complexo Industrial de Sines, iniciar a sua carreira profissional e adquirir derivadas do investimento de 657 milhões competências para trabalhar na Repsol e de euros, o maior investimento industrial na própria indústria química. Esta aposta dos últimos 10 anos em Portugal. reflete o nosso compromisso com a região, O curso capacitará os novos colaborado- com a criação de emprego de qualidade, res para assegurar uma operação indus- não deslocalizável. Em Sines, estamos, litetrial com elevados níveis de segurança ralmente, a formar o nosso futuro, o futuro e ambiente, integridade e disponibilidade que conta com uma química mais eficiendos ativos, e respeito pela comunidade te, a todos os níveis”, sublinha Arsénio envolvente. Terão aulas teóricas sob a Salvador, diretor-geral da Repsol Polímeros.


sentir desde do ano passado a agravarA guerra na Ucrânia deverá levar a um abrandamento económico à escala glo- -se, a incerteza ao nível económico está também a aumentar. No entanto, a almobal. Na Zona Euro, a desaceleração fada financeira que as empresas tinham do crescimento da atividade económica criado tem estado até agora a amortecer pode traduzir-se num aumento do risco os efeitos do aumento do custo das de incumprimento de pagamentos por matérias-primas e da disrupção das parte das empresas, o que pode resultar cadeias logísticas”, adianta a mesma numa subida de 12% das insolvências análise, divulgada no início de maio. na Zona Euro neste ano, estimam os economistas da Allianz Trade, acionista “Até ao momento, os fortes balanços das empresas, conjugados com um aumento da Cosec – Companhia de Seguros de da rentabilidade e do investimento, pareCrédito, no estudo “Corporate credit: straddle or struggle?”. Por outro lado, cem ter protegido muitas empresas dos preços elevados de produção. Contudo, nos Estados Unidos da América, os os efeitos reais sobre as empresas ainda especialistas admitem um aumento das não são totalmente claros”, admite Jordi insolvências na casa dos 7% em 2022. Basco Carrera. “Este crescimento das insolvências Apesar de ainda não ser evidente qual na área da moeda única espelha uma realidade desigual entre os Estados- o impacto real que a guerra vai ter nas membros. A economia italiana já regista- contas da maioria das empresas, os primeiros resultados trimestrais que as va um aumento das insolvências no ano passado enquanto a economia germâni- cotadas têm estado a apresentar denoca e a francesa registavam níveis baixos” tam já alguns efeitos, embora ainda conafirma Jordi Basco Carrera, especia- troláveis. As estimativas para as economias são um indicador muito relevante lista sénior da Área de Investimento da para as empresas pelo que, uma deteAllianz Trade. rioração da atividade económica acaba Uma política monetária mais hawkish (que se pauta por taxas de juro mais por ter efeitos para as companhias. altas, o que pode levar a uma diminuição “Ainda assim, e apesar dos riscos que as da procura por bens, mas, por outro empresas enfrentam, as expectativas de lado, a um maior controlo da inflação) resultados mantêm-se globalmente resipode conduzir a maiores restrições na lientes. Os elevados lucros registados no concessão de crédito e também a uma ano passado acabaram por surpreender subida das taxas de incumprimento o mercado, que antecipava este nível pelas empresas. Ainda assim, os espe- de resultados em dois anos e não apecialistas da Allianz Trade admitem que, nas em um. Atualmente, os mercados o facto de muitas empresas terem os continuam a antecipar que as empresas seus principais indicadores robustos, registem lucros neste ano, mas de um isso pode ajudar a uma certa estabilida- digito apenas. Já para 2023, as expecde dos spreads nos créditos cobrados tativas apontam para, em media, níveis às empresas. próximos de históricos”. “As empresas europeias são das mais “Algumas diferenças regionais tornaramafetadas pela guerra na Ucrânia. Com -se mais proeminentes depois do início os preços das matérias-primas a dispa- da guerra na Ucrânia. Esperamos que rar – em particular das matérias-primas os resultados das empresas na Europa energéticas, como o gás e o petróleo –, sejam mais afetados que os das comcom as perturbações das cadeias de panhias no resto do mundo”, remata o abastecimento que já se vinham a fazer especialista da Allianz Trade.

em Foco Foto Arquivo

Abrandamento económico pode fazer disparar insolvências na Zona Euro

Gestores António Rios Amorim é o novo presidente da Cotec Portugal, sucedendo a Isabel Furtado, que ocupou o cargo nos últimos quatro anos. O líder da Corticeira Amorim, de 54 anos, lidera agora também esta associação, que promove a inovação e a cooperação tecnológica entre as empresas, e cujo presidente honorário é o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Constituída em 2003, a Cotec Portugal engloba empresas multinacionais, grandes grupos nacionais e PME, de vários setores de atividade, representando em termos agregados mais de 16% do PIB em valor acrescentado bruto e 8% do emprego privado. A Egon Zehnder, multinacional da área da consultoria em liderança e gestão de talento a nível mundial, reforçou o seu investimento no mercado português, com a contratação de um novo consultor para o escritório de Lisboa. A contratação de Jorge Valadas (na foto) como consultor evidencia a aposta da Egon Zehnder no mercado português, adianta a empresa. A sua vasta experiência internacional, na Europa, América Latina e Ásia-Pacífico, conjugada com a experiência de direção na Oracle e consultoria estratégica na McKinsey & Company, vai contribuir decisivamente para a expansão do leque de serviços disponíveis para novos e atuais clientes da Egon Zehnder. André Cruz é o novo Chef executivo do Altis Belém Hotel e do Restaurante Feitoria, o restaurante daquele hotel com uma “estrela Michelin” desde 2012. André Cruz é membro da equipa inicial do Feitoria, onde entrou com 21 anos. Formado pela Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, já faz parte da equipa do Feitoria desde 2009, ano da abertura, e antes já tinha passado pela cozinha do antigo Vírgula, do chefe Bertílio Gomes, e do Bica do Sapato. Durante quase um ano, decidiu fazer uma pausa e embarcar numa aventura gastronómica pela América do Sul, onde passou pelas cozinhas de alguns dos mais conceituados restaurantes da Bolívia e Chile.

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Breves CAF gana un 25% más con récord de pedidos de 10 mil millones El grupo de Beasain (Gipuzkoa) CAF ganó 20 millones de euros netos en el primer trimestre, un 25% más. Con unas ventas de 736 millones de euros de enero a marzo, lo que supuso un incremento del 11,17%, la cartera de pedidos se sitúa en niveles de récord histórico y supera los 10 mil millones. Sin contabilizar contratos posteriores al 31 de marzo, como el proyecto de 525 millones para el tren ligero de Tel Aviv (Israel) y los ingresos de 100 millones por el suministro de autobuses impulsados por hidrógeno para ciudades como Villach (Austria) y Mallorca. Estos 600 millones de euros se podrán consolidar en el balance del ejercicio en curso, según fuentes del grupo vasco. CAF ha conseguido estos resultados pese a los problemas derivados de la anterior huelga de transportes, que interrumpió su actividad durante cinco jornadas, y por los retrasos causados por el colapso de la cadena de suministros, que se han agudizado tras la invasión de Ucrania por Rusia. Ryanair celebra 20 años de inversión en España Ryanair, la primera aerolínea de España y Europa, celebra su 20 aniversario en España y su contribución a la economía y a la sociedad española. Ha presentado un estudio de la mano de la consultora PwC en donde se analiza el impacto de su actividad, generando más de 14 mil millones de euros anuales a la economía española. Desde los modestos comienzos con su primer vuelo español a Girona en 2002, Ryanair invierte actualmente más de 8.000 millones de euros en 27 aeropuertos, de los cuales 10 son bases, y mantiene más de 300 mil puestos de trabajo indirectos y seis mil directos, ofreciendo más rutas y conexiones que cualquier otra compañía aérea en España. Desde el inicio de sus operaciones en España en 2002, Ryanair ha transportado a más de 400 millones de pasajeros hacia/desde España, aportando importantes beneficios a la economía y la sociedad española en su conjunto. La textil portuguesa Altri invertirá 800 millones en Galicia y creará 2.500 puestos de trabajo La compañía portuguesa Altri ha decidido que instalará en el municipio lucense de Palas de Rei la primera fábrica de fibras textiles de España, y segunda de Europa, con la que prevé captar fondos europeos ‘Next Generation’ y crear unos 2.500 empleos directos e indirectos, tal y como ha avanzado el CEO de la empresa, José Soares de Pina. Este proyecto “estratégico” para Galicia y con una inversión de 800 millones de euros arrancará su construcción a finales de este mismo 2023 en una ubicación “específica” en Palas de Rei que no será el polígono debido a “sus dimensiones”, ha concretado posteriormente.

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Endesa vende el 51% de su negocio de movilidad eléctrica a Enel por 122,4 millones de euros

Endesa ha acordado la venta del 51% de su negocio de movilidad eléctrica, denominado Endesa X Way, a Enel X Way, sociedad íntegramente participada por Enel, por un importe de 122,4 millones de euros. Con el cierre de la venta, Endesa mantendrá la titularidad del 49% de Endesa X Way. El pasado mes de febrero, Endesa aprobó la segregación del negocio de movilidad eléctrica mediante la

creación de una nueva sociedad denominada Endesa Movilidad Eléctrica, a la que se aportaron todos los medios técnicos y humanos necesarios para poder desempeñar la gestión del negocio. Enel X Way es una nueva sociedad del Grupo Enel, accionista mayoritario de Endesa con un 70% de su capital, dedicada íntegramente a la movilidad eléctrica que presta servicios en 17 países. Con esta operación, podrá fomentar las capacidades desarrolladas a nivel mundial para dar servicios de valor añadido en el ámbito de la movilidad eléctrica en el mercado de España y Portugal.

El grupo VW movilizará 10 mil millones para electrificar su producción en España El grupo Volkswagen movilizará 10 mil millones de euros para electrificar su producción en España. Destinará cuatro mil millones de euros a sus fábricas de automóviles y tres mil millones a la producción de baterías. El resto–3.000 millones de euros– lo Herbert Diess, en la presentación del pondrán sus socios del proyecto proyecto de la nueva gigafactoría de ‘Future: Fast Forward’, una agrupa- baterías para coches eléctricos que ción de empresas que optan a los el grupo Volkswagen construirá en fondos del Perte del coche eléc- Sagunto (Valencia). trico–el Proyecto Estratégico para “Esta inversión de 10.000 millones de la Recuperación y Transformación euros electrificará España, el segunEconómica del Vehículo Eléctrico y do país europeo fabricante de autoConectado (Perte VEC). móviles, creando una gigafactoría de Se trata de “la mayor inversión baterías en Sagunto, produciendo industrial realizada en la historia de vehículos eléctricos en las plantas España” para “asegurar el futuro del de Martorell y Pamplona, y creando automóvil” a nivel nacional, manifestó un amplio ecosistema de proveedoel presidente del grupo Volkswagen, res”, ha explicado Herbert Diess.


Breves Enagas y Snam firman un acuerdo para el estudio de un gaseoducto entre Italia y España

El gestor de transpor te de gas italiano Snam y la compañía energética española Enagas firmaron un memorando de entendimiento para el estudio de la viabilidad para construir un gaseoducto entre España e Italia, según ha informado la sociedad italiana “El 11 de mayo, Snam firmó un memorando de entendimiento con Enagás para encargar conjuntamente un estudio de viabilidad técnica para la posible construcción de un gasoducto en alta mar

entre España e Italia, en beneficio de otra diversificación de los suministros a Italia y Europa”, informó Snam. “Nuestra infraestructura de transpor te, almacenamiento y regasificación confirma su centralidad en el complejo contexto geopolítico actual”, explicó el director general Stefano Venier. “Estamos trabajando para emprender las iniciativas necesarias para contribuir a la seguridad y permitir la diversificación de los suministros en Italia y en los territorios en los que operamos, al tiempo que seguimos comprometidos con permitir la transición energética y alcanzar nuestros objetivos de neutralidad en carbono, en interés de todas nuestras par tes interesadas”, añadió.

Naturgy invierte 264 millones de euros en su primera planta fotovoltaica en Estados Unidos Naturgy ha iniciado la construcción de su primera instalación de energía renovable en Estados Unidos, la planta fotovoltaica 7V Solar Ranch, en el estado Texas, que tendrá 300 MW de potencia pico y que supondrá una inversión de 264 millones de euros. La planta, que está previsto que entre en operación comercial antes de final de 2023, ocupará una superficie de más de 800 hectáreas y estará ubicada en el condado de Fayette, al Este de Texas. La instalación estará constituida por cerca de 555.600 módulos fotovoltaicos, que generarán 560 GWh anuales de electricidad. “El inicio de la construcción de esta nueva instalación es un hito para Naturgy, no

sólo porque es la primera en Estados Unidos y la mayor fotovoltaica de la compañía en el mundo, sino porque demuestra nuestro firme compromiso con el desarrollo de las energías renovables y con la transición energética”, ha explicado el presidente de Naturgy, Francisco Reynés.

La elección de este municipio lucense por encima de “más de 40 ubicaciones” alternativas ofrece a Altri una “tranquilidad” por sus características en materia de orografía, tipo de suelo, recursos hídricos disponibles, materias primas, infraestructuras y disponibilidad de fuentes de energía, según ha explicado el CEO de la empresa portuguesa. Qatar quiere invertir 4.700 millones de euros en España El fondo soberano de 300 mil millones de dólares (284.865 millones de euros) de Qatar planea invertir cinco mil millones de dólares (4.747 millones de euros) en proyectos en España, según confirmó el gobernante del Estado del Golfo Pérsico durante la cena celebrada en su honor en Madrid. “Un gesto de confianza en la economía y empresas españolas que refuerza las relaciones bilaterales”, según explicó el presidente de Gobierno español, Pedro Sánchez. Las inversiones, principalmente en proyectos tecnológicos y medioambientales, se llevarán a cabo en un plazo de dos a tres años. España, el principal receptor de fondos de recuperación de la UE, con un total de 140 mil millones de euros (147.530 millones de dólares), está trabajando para conseguir el apoyo de inversores privados y extranjeros y así acelerar la recuperación, tras la contracción récord del 11% que sufrió en 2020, como consecuencia de la pandemia de covid-19. La brasileña JBS entra en el capital de Biotech Foods La empresa brasileña JBS, la mayor productora mundial de proteínas, ha entrado en el capital de la española Biotech Foods. Con una inversión de 36 millones de euros, pasa a ser el accionista mayoritario, según ha informado en un comunicado. La nueva sociedad se convierte en uno de los mayores proyectos de producción de proteínas cultivadas. Gracias a esta inyección de capital Biotech va a construir una primera planta industrial en España para carne cultivada. Además, JBS va a construir el primer centro de investigación y desarrollo de proteínas cultivadas en Brasil. Desde BioTech Food reconocen que la entrada de JBS “permitirá un salto de enorme dimensión en el crecimiento de Bio Tech Foods, con la construcción de una nueva unidad de fabricación en España que escalará la producción y dará continuidad al I+D, con perfiles profesionales de alto nivel de cualificación, según ha indicado Iñigo Charola, cofundador y consejero delegado de BioTech Foods.

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Alexandra Andrade Country manager da Adecco Portugal 14 ACTUALIDAD€

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“É de crucial importância que as pessoas sejam flexíveis e que

não resistam à mudança”

Depois de liderar equipas em Espanha e Itália, Alexandra Andrade assume agora a Direção da Adecco Portugal, com o objetivo de manter a trajetória de crescimento, num mercado em veloz transformação. O desafio reside em encontrar os “casamentos” perfeitos entre profissionais e empresas numa altura em que a escassez de talento global na área tecnológica se agravou. A par com os conhecimentos tecnológicos, a gestora considera que atributos como a inteligência emocional, a criatividade e a flexibilidade são cada vez mais valorizados. A nova country manager da Adecco Portugal alerta também para a necessidade de encarar a formação como um investimento contínuo.

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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

omo encontra esta Adecco Portugal que começa agora a liderar?

Herdo a liderança da Adecco Portugal num momento em que se regista um crescimento de dois dígitos: vimos de uma caminhada em constante progressão e é isso que pretendemos manter, tendo agora também o foco e a preocupação de desenvolver e fazer crescer o negócio em diferentes setores. Atualmente, estamos a desenvolver todas as áreas em que atuamos, desde o trabalho temporário, às operações externalizadas do outsourcing, novos modelos de formação na área de training e uma grande aposta no recrutamento e seleção, com a Adecco Recruitment. Como define o seu perfil de liderança e as características da equipa que está a constituir?

Diria que me enquadro numa liderança soft power: lidero pelo exemplo, mais num contexto de atração do que imposição. Valorizo a iniciativa, a autonomia, a capacidade de inovação e a criatividade num contexto de diversidade de perfis

em que o progresso da empresa depende da colaboração interpessoal e interequipas. Sou uma líder próxima das pessoas e dos processos e não consigo conceber outra forma de estar numa empresa e liderar para o sucesso. Quanto às equipas, que já estão a funcionar em pleno, é essencial que estejam alinhadas com o ADN da Adecco, que reside num serviço diferenciado e único a colaboradores, candidatos e clientes: pretendemos unir talento e tecnologia melhorando a competitividade das empresas e dos indivíduos ajudando a criar líderes de futuro com uma forte componente de inteligência emocional para que haja uma maior conexão com a diversidade empresarial. No fundo, é isso que espero das pessoas que compõem as equipas Adecco Portugal: a capacidade de fazerem vingar no seu quotidiano este ADN, o que exige soft skills bem trabalhadas, como a inteligência emocional, o novo padrão de ouro, a empatia, a capacidade de ter escuta ativa e dar feedback construtivo. No contexto que vivemos, extremamente desafiante, é de crucial importância que as pessoas sejam flexíveis e que

não resistam à mudança. Que possam perceber que os objetivos da Adecco podem ser abordados com estratégias adequadas ao momento em que nos inserimos. E esta flexibilidade, por oposição a uma cartilha de gestão imutável, é um posicionamento fundamental. O que retira de mais valioso da sua experiência anterior em Espanha e em Itália?

Sem dúvida que a bagagem de qualquer experiência profissional é útil sempre que abraçamos novas funções no nosso percurso. Quando se tem o privilégio desse caminho ter sido trilhado em mercados diferenciados, a bagagem que trazemos para essa nova função é necessariamente mais rica. A começar pela dimensão dos mercados, onde a Adecco é líder, pelos contextos culturais, pois apesar de estarmos a falar de mercados do Sul da Europa, as texturas sociais e vivências são diferenciadas. O facto de ter estado em várias frentes nestes mercados, no regresso ao meu país dá-me um contexto de experiência alargada e capacidade de resposta muito encorpada, sobretudo num contexto em que o paradigma de trabalho mudou e ainda se JUNHO DE 2022

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encontra em evolução, depois de dois anos é no candidato e na sua empregabilimuito exigentes. Quando nos exigem dade. Conseguir que ele seja atrativo e muita flexibilidade, criatividade e inova- acompanhá-lo em todas as fases da sua ção para lidar com os desafios do mercado, carreira. A nossa metodologia, das mais a bagagem internacional empossa respos- rigorosas a nível de NPS (net promoter tas mais ágeis, céleres, mas também mais score), permite-nos ter uma excelência sábias porque são suportadas por uma de serviço para os nossos clientes e canexperiência muito diversa. didatos em qualquer território. Quais são as especificidades de cada um destes mercados, quer em termos de oferta, de procura e de estratégias de recrutamento?

Quais são os seus objetivos e expectativas face à empresa em Portugal?

tecnológico do mercado, uma alteração transversal a praticamente todos os setores de atividade. Desta forma, ofertas na área digital, nomeadamente inteligência artificial, Internet das coisas, big data, desenvolvimento de software, marketing digital e outros perfis relacionados dispararam. Há também uma procura emergente nas áreas do turismo, logística ou energia, que também se ressentiram muito. Mas porque a evolução tecnológica é sempre mais intensa do que o ritmo a que os mercados evoluem, a escassez de talento na área tecnológica não é nova, apenas se agravou com a pandemia. Esta não é uma prerrogativa do mercado português, é transversal a toda a Europa e, diria, ao mundo. Por outro lado, há uma crescente importância dos perfis de gestão de Pessoas porque numa situação de escassez de talento, atrair, encontrar e reter profissionais certos na empresa certa é mais importante do que nunca. Neste momento, não se trata só de encontrar uma pessoa certa para o lugar certo, mas sim unir pessoas alinhadas com o mesmo propósito. É este o objetivo da Adecco no contexto de hoje: o mercado está mais complexo e ambíguo e ser bem-sucedido neste match de união candidato/organização requer uma análise mais detalhada, profunda e sábia que passa pela relação entre pessoas e não se resume meramente ao desempenho.

Como referi inicialmente, continuar a impulsionar o desenvolvimento e cresciComo referi, Portugal e Espanha têm mento de todas as nossas áreas, num conculturas similares, mas com diferentes texto de inovação e flexibilidade face à contextos. A escassez de talento é um evolução do mercado de trabalho. Todo denominador comum, no entanto a o grupo Adecco tem a missão de tornar taxa de desemprego em Portugal é infe- a empregabilidade sustentável e ao longo rior tornando a luta pelo talento mais da vida para as pessoas e a capacitação Há maior abertura para o trabalho remopremente. Apesar de vivermos num das organizações nacionais para otimizar to? Para o modelo misto? Há mais recrumundo globalizado é muito importante as suas forças de trabalho. Neste contexto, tamento de cariz internacional (empremanter o talento dentro das fronteiras. a Adecco Portugal está a focar a sua ação sas disponíveis para ter funcionários a Queremos ter um talento português prioritária em unir o talento e as empre- viver em geografias distintas da morada competitivo, tal como a Adecco traba- sas com o mesmo propósito. Acredito da empresa)? lhou sob a minha liderança em Espanha que os resultados deste trabalho irão ala- A pandemia também acelerou e tornou para ter talento espanhol competitivo vancar a Adecco Portugal como partner real a possibilidade do trabalho remodentro das fronteiras do país. O con- global de soluções de recursos humanos, to sem compromisso de produtividade, texto de salários tem diferenças e em no mercado nacional. mas com custos de bem-estar e saúde Portugal é necessário trabalhar de outra mental que emergiram deste modelo forma para que o país possa ser atrativo Até que ponto as ofertas de trabalho se de trabalho e que foram alvo de inúmealteraram depois da pandemia? O que ros estudos, nomeadamente do grupo e manter o talento ‘entre portas’. Tendo em conta estas disparidades, a procuram agora os mercados português, Adecco. O bem-estar e saúde mental metodologia Adecco aplica-se em ambos espanhol e europeu? passaram a estar no foco das atenções os territórios. O foco do nosso negócio A pandemia foi um inegável acelerador pelo que a oferta de um modelo flexível 16 ACTUALIDAD€

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surgiu como tendência, em função dos global que foi a pandemia, o setores de atividade onde tal é possível, padrão da flexibilidade, seja no como fator atrativo nas ofertas. Claro regime de trabalho, seja no regique no trabalho puramente remoto, a me de horários, veio para ficar. contratação em geografias distintas é E é neste ajuste, perspetivandouma possibilidade, mas como referi -se sempre mais imprevisibilianteriormente, o nosso foco é manter o dade do que já alguma vez os talento nacional entre fronteiras, inde- mercados tinham sentido, que pendentemente de o modelo de traba- o mercado se irá reequilibrar. lho ser remoto, híbrido ou presencial. As empresas em Portugal e em Espanha estavam preparadas para o trabalho remoto (tecnologicamente e em termos organizacionais) e para o modelo misto? Adaptaram-se bem?

Em Espanha e Itália, o teletrabalho já era uma prática, mesmo que residual face ao modelo presencial, pelo que tanto colaboradores como empresas estavam abertos para essa possibilidade. Em Portugal, esta mudança foi mais drástica e emergente, mas veio à tona a universal capacidade de adaptação às adversidades que os portugueses têm e rapidamente adotaram o teletrabalho de forma positiva. Não poderia ser de outra forma: quem não o fez comprometeu a sua viabilidade. O esforço tecnológico foi grande e as organizações foram-se adaptando progressivamente. Os tempos não foram fáceis nem para colaboradores nem para as lideranças, mas desta adversidade global saíram equipas mais unidas, reforçadas e o propósito de vida veio à tona como papel importante no dia-a-dia de cada um. Quais são os aspetos que mais poderão mudar na maneira de trabalhar daqui para a frente, em Portugal e em Espanha?

Como em muitos aspetos, o novo paradigma de trabalho, marcado pela flexibilidade, tornou-se uma realidade, por necessidade, antes de ser regulamentado. O mercado ainda está em fase de ajuste e espera-se que ambos os governos respondam com uma legislação justa e capaz de dar resposta tanto às empresas como aos seus colaboradores, como também aos trabalhadores independentes. Depois do verdadeiro ‘abanão’

O que muda para a Adecco, face ao atual e perspetivado mundo do trabalho? Em que segmentos do negócio irão apostar? Em que assentam as Vossas estratégias de recrutamento e assessoria /consultadoria às empresas?

Em parte, já respondi a esta pergunta, com o cenário que tracei do atual mundo do trabalho em que a escassez de talento é um facto. Neste contexto, a nossa prioridade é unir o talento e as empresas com o mesmo propósito e fazemo-lo com recurso a trabalho flexível, soluções de Outsourcing, Recrutamento & Seleção e Training. As características que inicialmente referi – criatividade, flexibilidade, capacidade de sermos adaptáveis, inovadores e sobretudo não sermos resistentes à mudança – serão qualidades preciosas para esta união seja bem-sucedida. O que sabemos como facto é que, mais do que candidatos qualificados, as empresas procuram candidatos comprometidos: nunca a máxima ‘recrutamos valores e treinamos competências’ foi tão atual. Acredito que, além do que referi, a atração e retenção de talentos pode ser alcançada por quem se foca em processos de recrutamento ágeis aliados à experiência e capacidade de identificar o potencial de cada candidato para conseguir match certo. Do lado dos nossos clientes, seremos verdadeiros consultores/parceiros no sentido de ajustarem as suas posições com um pacote de benefícios que são mais valorizados tanto na ótica da atração como da retenção de talento, onde entra a componente emocional da gestão de Pessoas e a perceção da individualidade/diversidade. Esta é

estruturalmente a nossa estratégia na abordagem ao mercado, sempre com uma postura de flexibilidade para responder às evoluções e alterações que o futuro nos trouxer. Quais são os pontos fortes e fracos dos recursos humanos em Portugal?

Os pontos fortes são a crescente qualificação das pessoas e uma cultura própria de adaptabilidade que se alinha com um mercado que pede cada vez maior flexibilidade; diria que os pontos menos positivos são ainda uma cultura organizacional muito hierarquizada pouco conducente à tomada de decisões autónomas, ao estímulo da criatividade e inovação. Considera que existe uma boa articulação entre as empresas e as entidades educativas e que prestam formação em Portugal e em Espanha? Como poderemos melhorar essa articulação?

O mundo evolui muito mais rapidamente do que os modelos formativos, que levam anos a ser ajustados e que estão dependentes das políticas públicas e dos ciclos legislativos, que são curtos. Ora, penso que nos dois países existe muito melhor articulação entre as entidades de ensino e formação do que há anos e que a oferta de formação ttde JUNHO DE 2022

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Uma gestora com “bagagem” internacional Alexandra Andrade teve “um percurso de sucesso em várias multinacionais na área de recursos humanos e gestão de carreiras”. Em 2016, juntou-se ao grupo Adecco, onde assumiu cargos de liderança nas empresas da multinacional em Itália, Portugal e em Espanha: liderou primeiro a marca Spring Professional, acumulando mais tarde a gestão da Badenoch + Clark, empresa de Executive Search do Grupo, passando igualmente pela gestão das áreas de training e outsourcing especializado na área de IT, health care e lifescience. Em comunicado, o grupo Adecco sublinha que , “no cargo, Alexandra Andrade foi responsável por uma área que é um dos três pilares estratégicos do Grupo Adecco, que visa promover uma maior ligação com clientes e candidatos, melhores práticas na área do Talento e ser a referência para empresas e candidatos na procura, seleção e atração de talento” Em 2021, é nomeada como senior vice-president Professional Recruitment para o Sul da Europa, acumulando funções no grupo Adecco em Itália e Espanha,

onde a Adecco é líder de mercado. Desde abril, é a nova country manager da Adecco Portugal. Licenciada em Sociologia, com especialização em Criminologia, Alexandra Andrade possui um MBA e é coacher desde 2016. O grupo de soluções de recursos humanos Adecco chegou ao mercado português em 1990 e conta com uma rede de 18 agências, tendo proporcionando trabalho a mais de 24 mil pessoas, colocadas em cerca de 1.500 empresas clientes de vários setores de atividade.

base é sólida e adequada. Mas o que é pensar e articular melhor com o mundo mais importante reter na questão da organizacional é o desenho de formaeducação, e do seu relacionamento com ções que permitam estar up to date com o mercado de trabalho, é: doravante a rápida evolução do mundo. Um perfil ninguém pode pensar que faz uma qualificado e competente hoje, pode formação, independentemente de ser estar desatualizado amanhã. Esta é a de curta ou longa duração, técnica ou pedra de toque na articulação das entisuperior, e fica capacitado para exer- dades de ensino e o mundo do trabalho. cer uma profissão para a vida inteira. Profissionais e empresas têm que pensar Na sua opinião, qual é a melhor forma na qualificação e requalificação como de abordar os problemas de produtivium investimento contínuo ao longo dade atribuídos a Portugal? Quais são de toda a vida ativa das pessoas, seja ao os pontos críticos? Com que exemplos nível das bases, seja das lideranças. O poderemos aprender? que as entidades formativas têm que Independentemente dos estudos que 18 ACTUALIDAD€

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atribuem baixa produtividade a Portugal, há um ponto crítico que é para mim incontornável: o país tem um problema de autoestima e de projeção nacional para o exterior. No mercado global em que nos inserimos, este aspeto impacta a produtividade de forma transversal. A prova disso é que há anos que temos talento altamente qualificado a emigrar. Há mudanças de mentalidade que têm de ser trabalhadas, a começar pelos modelos de negócio: não podemos reter talento se não projetarmos uma imagem de profissionalismo, rigor e capacidade efetiva de delivery. Se o fizermos, conseguimos competir pela qualidade, e não pelo preço porque não temos escala para tal, conseguimos aumentar salários e atrair talento português em Portugal. Além de manter o talento nacional “dentro de casa” Portugal tem no seu ADN uma excelente forma de receber. Somos dos países que melhor acolhe outras nacionalidades, está nos nossos genes desde os descobrimentos, e isso é uma oportunidade de abrir portas a outros países que veem em Portugal uma excelente oportunidade de investimento para abrir os seus hubs tecnológicos, administrativos e financeiros. Quando entram em Portugal encontram uma excelente capacidade de trabalho, resiliência e alta formação. Reter esse talento e estas empresas significa que este modelo de negócio terá que evoluir e enquadrar o novo paradigma de trabalho que prioriza as pessoas, o seu bem-estar e colocar as relações de trabalho num patamar de personalização que antes não existia. Os benefícios aos colaboradores têm que ser ajustados às suas necessidades pessoais. É mais fácil de dizer do que fazer, mas a valorização e autoestima do país tem que ser trabalhada porque a prazo pode refletir-se muito positivamente na produtividade das organizações e no bem-estar das pessoas. E se há uma questão que não me oferece dúvidas, é que profissionais felizes são mais produtivos. Está provado em inúmeros estudos. ■


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Freire Shipyard: da pesca à navegação de recreio e à oceanografia O negócio de reparação e construção de barcos de pesca começou em 1895 com Paulino Freire, em Vigo. Atualmente, a Freire Shipyard exporta também barcos de recreio de luxo e oceanográficos. Guillermo Freire, director-geral do mais antigo estaleiro espanhol em atividade, aponta a inovação e a diversificação como as cartas chave para continuar a “navegar a todo o vapor”.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

este momento estamos a construir duas embarcações oceanográficas de 50 metros para os EUA e Abu Dhabi. Por outro lado, temos um projeto para transformar uma embarcação offshore numa embarcação oceanográfica para um cliente dos EUA. Também estamos a construir dois barcos de luxo, mas não podemos fornecer dados devido a contratos de confidencialidade.” Há 127 anos de distância entre estas palavras de Guillermo Freire, atual director-

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-geral da construtura naval Freire Shipyard, e o momento em que o seu visavô Paulino Freire decidiu arrancar com um estaleiro em Vigo para reparar os seus próprios barcos de pesca. Não lhe terão faltado clientes, estando numa das mais dinâmicas regiões pesqueiras da Península Ibérica. À reparação, logo juntou a construção de embarcações para outros armadores. Em 1928, já tinha clientes portugueses e fabricava máquinas de vapor com patente própria. A exportação e a inovação estiverem desde o início no ADN da Freire


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Shipyard, como frisa Guillermo Freire, que pertence à quarta geração da família que detém a empresa: “ A Freire Shipyard é um estaleiro que se compromete há muitos anos com a construção de navios tecnicamente complexos e com alto nível de customização. No setor naval espanhol somos uma empresa importante que foi pioneira na aposta em certos tipos de navios e isso gerou know-how não só na nossa empresa, mas em toda a indústria em torno deste setor, bem como na indústria nacional de máquinas e de equipamentos. A nível internacional, somos um estaleiro reconhecido por termos construído navios muito significativos na indústria.” Os barcos oceanográficos atualmente em construção ou em conversão destinam-se a organismos que desenvolvem investigação de ponta nos oceanos, como o Monterey Bay Aquarium Research Institute (fundada en 1987 por David Packard), à Agência do Meio Ambiente – Abu Dhabi e ao Schmidt Ocean Institute (fundado por Eric Schmidt e Wendy Schmidt). “A Freire é muito ativa nos segmentos oceanográficos, offshore , pesca, barcos de patrulha e iates de luxo2, salienta o director-geral da empresa sediada em Vigo, acrescentando que “os oceanográficos são totalmente estratégicos” para o estaleiro, pelo que vão continuar a apostar neste segmento: “A experiência é fundamental na hora de concorrer a licitações internacionais para este tipo de projeto e desde que construímos o Sarmiento de Gamboa percebemos que era um nicho ideal para a Freire devido ao exposto: tecnologia e customização, além do seu tamanho, pois são geralmente não são maiores que 100 metros.” O balanço fazem destes 127 anos “em geral, é positivo”, afirma Guillermo Freire. “Não podia

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ser de outra maneira. Estamos e nunca contratar além das nossas num setor altamente dependente possibilidades. Num setor tão gloda economia global e os momen- balizado como o nosso, a diversifitos piores vêm claramente com cação é muito importante porque as crises mundiais, como os que de um dia para o outro um merestamos a viver ultimamente, mas cado que exige novos navios pode temos que enfrentar os temporais deixar de o fazer.” Guillermo Freire sublinha que na e entrar no rumo certo em direção aos mercados que estão menos lógica de diversificação, Portugal afetados. Nestes tempos de crise, está na mira da empresa: “O meré a única forma de sobreviver cado português é um mercado num setor tão competitivo”, argu- muito interessante para nós, não menta o gestor, consciente de que só pela proximidade geográfido sucesso da empresa dependem ca, mas também pelos novos e muitas pessoas: “Juntamente com inovadores projetos que estão a os trabalhadores subcontratados, ser realizados em Portugal e os entram nos estaleiros da Freire que se esperam (oceanográficos, uma média de 500-600 pessoas navios de passageiros...). Na Freire Shipyard estamos muito atentos a todos os dias.” todos estes desenvolvimentos no Terceira maior construtora naval país, onde sem dúvida apostamos em oferecer os nossos serviços e de Espanha A faturação da Freire Shipyard produtos.” Assegurar o futuro passa por ultrapassa os 67 milhões de euros e a empresa é a terceira maior do continuar a investir em inovação, setor em Espanha. Com mais de remata o gestor: “Os nossos depar280 barcos construídos desde 1958 tamentos técnicos estão diaria(ano em que começaram a produzir mente a estudar a melhor maneira em aço), a empresa quer manter o de fazer as coisas e a inovar nos ritmo: “Os maiores desafios são nossos processos de produção. Os sempre manter uma carga de tra- números contáveis de investimento balho sustentável e viável para a em I+D+i (invstigação, desenvolviempresa, nunca parar a produção mento e inovação) são de cerca de em nenhuma das nossas oficinas 300 mil euros anuais.” ■ JUNHO DE 2022

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GESTIÓN Y ESTRATEGIA El Presidente de la República Portuguesa llevó a cabo una corta e intensa visita a España. Participó en la entrega del legado del escritor José Saramago en la Caja de las Letras del Instituto Cervantes de Madrid e inauguró la exposición de Paula Rego en el Museo Picasso de Málaga. Además, participó en una cena con empresarios ibéricos y miembros de la diáspora portuguesa.

José Saramago y Paula Rego, protagonistas de la visita del Presidente Marcelo a España

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos Presidência da República

esde el pasado 25 de abril el legado de José Saramago reposa en el cofre de seguridad 1.670 de la Caja de las Letras del Instituto Cervantes de Madrid. Se convierte así en el primer escritor luso en formar parte de este rincón de las letras y el segundo en esta lengua tras la presencia de la brasileña Nélida Piñon desde el año pasado. “Representa el pago de una deuda con España que Saramago no pudo pagar en vida”, afirmaba el jefe de Estado portugués, Marcelo Rebelo de Sousa. Una deuda por toda la influencia recibida, “fue el país en el que vivió una parte de su vida y conocía muy bien la literatura española”, añadió, sin olvidar la influencia personal al estar casado con la periodista andaluza Pilar del Río, hoy presidenta de la Fundación Saramago. El legado depositado está formado por una obra del Padre António Vieira,

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las pruebas de imprenta de la obra de sus amigos Alberti, García Márquez teatro de Saramago “¿Qué haré con y Donoso, entre otros. Junto a todos este libro?” (donde narra las peripe- estos libros y textos, también se incluyó cias de Luís de Camões para publicar una agenda de 2002 y una libreta de “Os Lusíadas”), la obra “El año de la direcciones de 1986 rellenada a mano muerte de Ricardo Reis”, un texto del por el autor. Por último, una tarjeta en Nobel sobre Fernando Pessoa y confe- blanco, un lápiz y un sobre con el sello rencias, artículos y reflexiones sobre sus de Saramago “por si alguno de los habimaestros, Cervantes y Borges, y sobre tantes de esta caja necesita decirse algo”.


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Tras esta ceremonia, Rebelo de Sousa participó en una cena con empresarios organizada por la Cámara Hispano Portuguesa Al día siguiente, el Presidente portugués presidió la inauguración oficial de la exposición de la artista lusa Paula Rego en el Museo Picasso de Málaga, quien definió el acto como “un momento único de amistad entre los dos países a través de la obra genial” de la creadora. “Es un honor estar aquí, en Málaga, para la consagración de un genio de la cultura portuguesa como Paula Rego”, añadió el máximo mandatario portugués, quien estuvo acompañado por Nick Willing, hijo de la pintora, ausente por motivos de salud. Una exposición que la creadora deseaba inaugurar ya que “sus pintores favoritos españoles son Goya y Picasso”. Tal y como resaltan desde el museo, la exposición de Paula Rego presenta la obra de una artista insobornable de extraordinaria imaginación que ha

redefinido el arte figurativo y revolucionado la representación de las mujeres. La exposición refiere su notable trayectoria, poniendo de manifiesto el carácter autobiográfico de buena parte de su arte, el contexto sociopolítico donde hunde sus raíces y el amplio espectro de sus puntos de referencia, desde el cómic

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hasta la pintura de historia. A través de más de ochenta obras, entre collages, pinturas, pasteles de gran formato, dibujos y aguafuertes, el recorrido abarca desde sus trabajos en los años sesenta hasta las escenas ricamente estructuradas y estratificadas de las dos primeras décadas de este siglo. ■ PUB

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AGE: BPI com aposta renovada no segmento jovem

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BPI lançou o AGE, a nova marca do banco com uma oferta 100% digital, sem custos nem burocracias, destinada aos jovens até aos 25 anos. A Conta AGE Jovem, uma conta multiproduto, pode ser aberta com o mínimo de 25 euros e está isenta de comis-

são de manutenção. Inclui, sem custos, um conjunto alargado de meios de movimentação (cartões, app, MBWay, Apple Pay, transferências online, entre outros). Os jovens AGE vão ter uma plataforma dedicada, na BPI App (disponível para iOS e Android), com um novo visual e funcionalidades específicas adicionais, que permitem um maior índice de personalização, por exemplo, através da utilização de nicknames ou de emojis ou alteração do look&feel da app, com várias cores à escolha. Francisco Barbeira, Administrador Executivo do BPI refere que: “O AGE representa uma forte aposta do Banco num modelo mais disruptivo e moder-

no de relação com as novas gerações, que nasceram num mundo digital. O objetivo é oferecer uma experiência bancária personalizada, com recomendações de produtos e serviços relevantes para a situação financeira específica de cada jovem. Pretendemos criar um vínculo de confiança com os jovens e dar uma resposta às suas necessidades, presentes e futuras, à medida que entram na vida ativa, apoiando, por exemplo, a compra do primeiro carro ou da primeira casa”. A dimensão social e ambiental também está presente no AGE. Os jovens vão ter cartões bancários “verdes”, produzidos em PVC reciclado e impressos com tintas ecológicas. O BPI AGE promove também a literacia financeira dirigida a pais e filhos, divulgando conteúdos pedagógicos através do novo site Bpiage. pt e das redes sociais do banco. No âmbito do lançamento, os clientes que aderirem à Conta AGE Jovem e ativarem a BPI App recebem, como oferta, um voucher de desconto de 15 euros ou 10% na Worten online. ■

El Corte Inglés cria Montra online para os produtos portugueses M arcas de moda como Fátima Lopes, Marta Ponti, Mike Davis, Salsa, Futah, Luis Onofre, entre outras, ou de têxteis-lar como a Lameirinho ou a Abyss Habidecor, insígnias de utensílios de cozinha como Cutipol, Spa, Silampos, SPAL ou Costa Nova, bem como marcas centenárias como a Benamor e outras recentes como a Alma da Comporta integram a Montra Portuguesa, o espaço criado pelo El Corte Inglés, na sua loja online. “O El Corte Inglés procura desde sempre promover o melhor do que se produz em Portugal desde a moda aos artigos de casa e decoração procurando a expressão da qualidade, da tradição e da excelência da produção”, assinala a marca em comunicado, acrescentando

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que “a Montra Portuguesa, em formato online, procura dar visibilidade as marcas portuguesas não só em Portugal mas também junto dos clientes do grupo”. Além das já referidas marcas, há uma oferta também “nas áreas de moda Homem, malas Mulher, moda Infantil, bebé e Espaço Sáude com os melhores cuidados e a excelência da produção e investigação nacionais”. Na área alimentar, a presença de marcas portuguesas também é significativa: “São centenas de referências no Supermercado e no Club Del Gourmet. Doces de tradição centenária, vinhos de exceção, queijos raros, iguarias secretas e outras delícias que só em Portugal podem ser colhidas, ou plantadas ou criadas. A

selecção Gourmet de produtos portugueses do El Corte Inglés está sempre a ser enriquecida e é um verdadeiro tesouro em todos os sentidos e para todos os sentidos.” Ricardo Lemos Gomes, diretor de compras do El Corte Inglés Portugal, frisa que a empresa “tem vindo a apostar de forma contínua na produção nacional em todas as áreas de negócio e sabe que, mais do que nunca, é essencial promover marcas portuguesas, cujos produtos são de reconhecida qualidade”. A Montra Portuguesa “é uma grande oportunidade para as marcas portuguesas se apresentarem a um universo de clientes muito maior, que é o do Grupo El Corte Inglés”, remata. ■


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Tahini da Mercadona: a iguaria saudável, que triunfa em todo o tipo de receitas

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Mercadona apresentou recentemente ao mercado tahini em pasta da sua marca própria, a Hacendado.

Composto única e exclusivamente por sementes de sésamo, este produto vende já 3.250 unidades por dia em toda a cadeia.

Versátil e fundamental para elaborar diferentes tipos de receitas, como húmus ou baba ganoush, é também ideal para barrar nas torradas ou acompanhar frutas e saladas. Por não ter gorduras saturadas, e ser rico em ácidos gordos essenciais, como o ácido oleico, além de ser um alimento benéfico para o coração é também muito importante para regular o trânsito intestinal, por conter grandes quantidades de fibra. O creme ou pasta tahini ou tahine é feito de sementes de gergelim (sésamo) e é muito usado na cozinha do Oriente Médio, como complemento de muitos pratos e doces. Pode ainda ser misturado com alho esmagado e outros ingredientes para temperar alguns pratos, como os falafel. ■ PUB

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O futurismo da Vista Alegre em nova coleção “F uturismo” dá nome e mote à nova colecção da Vista Alegre. Pautada por cores vibrantes e formas geométricas, esta gama foi desenvolvida enquanto releitura contemporânea do movimento artístico com o mesmo nome, surgido em 1909. A aposta premium da Vista Alegre é composta por 27 peças, com propósitos decorativos e utilitários, e inclui uma elevada

percentagem de ouro aplicado manualmente pelos artesãos da marca. “Esta coleção é de uma gran-

de riqueza visual e um enorme desafio de produção devido à complexidade estética e à minúcia que a Vista Alegre gosta de colocar nas suas peças. Estamos muito satisfeitos com o resultado final, com a modernidade e arrojo que esta coleção evidencia. É impossível ficar indiferente a uma colecção tão impactante», comenta, em comunicado, Nuno Barra, administrador da Vista Alegre. ■

Pinhais celebra arranque da época de pesca da sardinha

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á arrancou mais uma campanha da pesca da sardinha, espécie nobre e de eleição dos portugueses, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente. Na campanha deste ano os pescadores de barcos da frota do cerco vão poder capturar até 29,4 mil toneladas, mais duas mil que em 2021. A centenária Pinhais, símbolo incontorná-

vel da indústria conserveira nacional, planeia absorver cerca de 900 toneladas de sardinha, quota semelhante à do ano anterior, cuja quantidade foi usada em 4,1 milhões de latas de conservas. Para a conserveira, a reabertura da época de pesca da sardinha significa celebração, a par de um período de entusiasmo na produção, que traz grande frenesim aos colaboradores. Sendo a única conserveira em Portugal que mantém toda a sua produção elaborada através do método tradicional, a Pinhais começa com o arranque da campanha o mesmo ritual que preserva há mais de 100 anos. Assumindo uma ligação muito forte à comunidade piscatória local, a conserveira começa o dia bem cedo na Lota de Matosinhos, onde participa nos leilões dos cabazes, com 22,5 quilos de sardinha cada. Este processo é essencial para, por um lado assegurar a adequação dos produtos da Pinhais, que são de nicho e reconhecidos pela elevada qualidade, e por outro a sustenta-

bilidade da comunidade piscatória local. “A Pinhais está fortemente convicta do seu papel na compra do cabaz da sardinha ao preço justo ao pescador. É um comentário habitual na lota de Matosinhos que, quando a Pinhais se vai embora, o preço do cabaz da sardinha baixa. É fundamental não deixar o preço do cabaz ir a preços que não permitam a saída dos barcos e nós estamos bem cientes disso”, explica João Paulo Teófilo. Para o gerente da Pinhais, a quota estipulada para captura de sardinha na campanha deste ano “é o esperado e vai permitir que a indústria tenha acesso à sardinha em condições equilibradas”. Todo este processo integra cerca de 40 etapas e é integralmente manual, passando pelo corte da sardinha, retirada da tripa, lavagem das sardinhas nas grelhas para eliminar impurezas que adulterem o processo de maturação e o corte dos ingredientes frescos, como a cenoura ou a malagueta, entre outros procedimentos até à sua maturação em conservas, durante o restante ano. ■

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

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Fundação MAPFRE e Direção-Geral da Educação promovem cidadania e segurança rodoviárias

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Fundação MAPFRE e a DireçãoGeral da Educação estabeleceram um protocolo de colaboração para os próximos três anos letivos (2021 a 2024), ao longo dos quais vão ser desenvolvidos projetos e materiais didáticos no âmbito da Educação Rodoviária, como componente curricular da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, destinadas aos alunos portugueses do pré-escolar ao ensino secundário. O protocolo agora assinado em Lisboa pelo diretor-geral da Educação, José Victor Pedroso, e pelo CEO da

MAPFRE em Portugal, Luis Anula (ambos na foto), em representação da Fundação MAPFRE Portugal, pretende fornecer os meios necessários para sensibilizar professores e alunos para temas como a prevenção e segurança rodoviária (duas rodas, peões, condutores, perigos na estrada, etc.). Além da adaptação para português de material didático da Fundação MAPFRE, serão criadas novas ferramentas destinadas a professores e alunos, no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, instrumentos esses que ficarão igualmente disponíveis ao público em geral. Os materiais, formações e webinares terão o apoio e a validação técnica da APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil. Segundo Luis Anula, CEO da seguradora, “na Fundação MAPFRE, sabe-

mos que a prevenção e a sensibilização são os instrumentos mais eficazes para reduzir a sinistralidade e construir uma sociedade mais consciente e segura. Este protocolo de colaboração é um excelente exemplo da materialização dos nossos objetivos de promover a formação e a educação para uma mobilidade segura; queremos que os jovens de hoje aprendam a identificar e a evitar as situações de perigo de forma dinâmica e lúdica, pois serão eles os adultos de amanhã”. Por seu lado, José Victor Pedroso considerou que “um dos objetivos da disponibilização destes materiais no âmbito da segurança rodoviária será permitir a discussão aberta a toda a turma, podendo ser complementados com outros julgados pertinentes e que apresentem outras visões, lembrando que as turmas não são um grupo homogéneo” e que “incluem crianças e jovens que diferem na situação familiar, na condição socioeconómica”, entre outros fatores ou características. ■

Indra consolida posição como a empresa mais sustentável do mundo no seu setor N um ambiente global altamente competitivo, em que a governação empresarial, o desempenho social e ambiental (ESG) são cada vez mais relevantes, a Indra, uma das principais empresas globais de tecnologia e consultoria, alcançou a melhor pontuação entre as empresas do seu setor e a classificação de “gold class”, pelo segundo ano consecutivo, no relatório anual de sustentabilidade da S&P “Global, The Sustainability Yearbook 2022”. Com base na avaliação de mais de 7.554 empresas em todo o mundo que completaram a avaliação de sustentabilidade corporativa anual da SAM, o anuário de sustentabilidade mais prestigiado atribui à Indra uma pontuação de 85 pontos, supe-

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rior à conseguida em 2021. Globalmente, apenas 76 empresas alcançaram a distinção “gold class”. A Indra posiciona-se como a empresa número um em sustentabilidade, à frente das 179 empresas do setor dos serviços de TI avaliadas a nível mundial, das quais apenas 21 conseguiram ser incluídas neste anuário exclusivo. Também o faz como líder no pilar económico e de governação, no qual atinge uma pontuação de 100%, alcançando uma excelente classificação, muito superior à média das empresas do setor, em aspetos que a S&P considera serem os mais relevantes para a indústria das TI. Ainda de acordo com a tecnológica, a Indra alcançou a classificação mais alta

possível na gestão da inovação (100%) e a classificação mais alta do setor na proteção da privacidade (98%). A empresa destaca-se também no que respeita à estratégia climática (98%), assim como na segurança da informação, cibersegurança e disponibilidade do sistema (90%). Todos estes são aspetos que a S&P considera críticos no setor tecnológico. Em menos de um ano, a Indra conseguiu reduzir o consumo de energia e os resíduos não perigosos gerados nas suas principais fábricas em 15 e 20%, respetivamente. A empresa otimizou também a gestão dos seus envios e transportes em Espanha, obtendo poupanças de 12% em emissões de CO2, entre outros impactos positivos. ■


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Descoberto na Universidade de Aveiro método revolucionário para reciclar plásticos de garrafas S ão 400 milhões as toneladas de plástico produzidas anualmente, mas só cerca de 10% são recicladas por não existirem técnicas eficazes para as reciclar. Tratam-se de plásticos feitos de polímeros, como o PET, muito utilizados em garrafas que são descartadas após uma única utilização ou reciclado um número limitado de vezes já que o processo tende a diminuir a performance do material. Esta limitação leva a que a maioria dos plásticos acabe em aterro, ou disperso, contribuindo para graves problemas ambientais, além de requerer um maior consumo de recursos fósseis para produzir mais matérias-primas. A necessidade de contribuir para um desenvolvimento mais sustentável, reduzindo o impacto ambiental, e o consumo de recursos, exige uma revolução social e técnica, em primeiro lugar via a redução e consumo inteligente de plástico, e, por outro lado, é premente o desenvolvimento de

novos processos de reciclagem que permitam a reutilização destes materiais, no âmbito do conceito geral da economia circular. Na Universidade de Aveiro (UA) uma equipa de investigadores descobriu um processo simples e inovador que permite reciclar infinitamente os PET e, com isso, ajudar a solucionar a imensa poluição do planeta com plástico contribuindo assim para o desenvolvimento da economia circular e para um desenvolvimento mais sustentável. “Desenvolvemos uma forma simples, mais verde e contínua de fazer reciclagem de poliésteres [uma das famílias de polímeros mais utilizadas no fabrico de plásticos], tais como o PEF [baseado em açúcares das plantas] ou o PET [de origem petroquímica] muito utilizado em garrafas de plástico tipicamente

utilizados uma só vez e depois descartadas”, congratula-se Andreia Sousa (na foto, ao centro, entre Beatriz Agostinho e Armando Silvestre), investigadora do Ciceco-Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da UA. Dada a importância do estudo agora publicado com honras de capa na revista científica “Green Chemistry”, este foi selecionado ainda para figurar entre os 30 de uma coleção especial destacada pela mesma publicação. ■

Pingo Doce e Novo Verde juntam-se à Liga Meo Surf para limpeza de praias portuguesas O Pingo Doce, através do seu programa Amar o Mar e em parceria com a Novo Verde, associou-se à Liga MEO Surf 2022, enquanto parceiro de sustentabilidade, e está a promover várias ações de sensibilização e de limpeza nas praias que são palco desta prova. As escolas locais, do 1.º e 2.º ciclos, foram desafiadas a juntarem-se à sua missão e a iniciativa vai contar com a participação de cerca de 500 crianças. O programa Amar o Mar do Pingo Doce pretende sensibilizar e alertar para a necessidade da preservação dos rios, mares, oceanos e toda a biodiversidade que neles habita. Sendo o surf um desporto de mar, um dos ecossistemas com mais problemas ambientais, o Pingo

Doce aliou-se ao evento desportivo como agente sensibilizador e mobilizador de comportamentos junto das gerações mais jovens. Nas cinco praias por onde passa a Liga Meo Surf 2022 – Cabedelo (Figueira da Foz), Matosinhos (Porto), Ribeira D’Ilhas (Ericeira), Ribeira Grande (Açores) e Supertubos (Peniche)–, as crianças vão poder colocar mãos à obra para contribuírem para a limpeza dos areais e assim ajudarem a mitigar o impacto ambiental nestes locais. Francisco Simões Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas, a entidade responsável pela organização da competição, explica que “ao longo da Liga Meo Surf, vamos promover cinco

dias (um por etapa) de iniciativas do programa Amar o Mar do Pingo Doce, em que as crianças das escolas dos concelhos visitados terão uma ação de consciencialização para a importância da proteção dos oceanos e de limpeza de praia”. Em cada uma das etapas, a iniciativa conta com uma sessão de sensibilização com a mergulhadora Sónia Sousa Ell, seguida de uma ação de limpeza da praia, em parceria com a Novo Verde, recebendo cada participante um kit de limpeza, que poderá depois utilizar proativamente para continuar a dinamizar as suas próprias ações de limpeza. No final, é feita a contabilização, triagem e encaminhamento correto de todos os resíduos recolhidos. ■ JUNHO DE 2022

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Estudo reafirma que subpavimentos em cortiça são soluções “amigas” do ambiente

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subpavimento Go4cork Nature by Amorim– produto da Amorim Cork Composites–, “contribui determinantemente para o desempenho de um piso em termos de isolamento acústico, conforto térmico e melhoria

da qualidade do ar”, afirma a empresa corticeira. “Produzido em cortiça, uma matéria-prima 100% natural, reciclável e renovável, o subpavimento Go4cork Nature by Amorim também oferece alta performance, resistência ao impacto e bem-estar ao caminhar. O subpavimento Go4cork Nature by Amorim protege igualmente o piso, tendo ainda como atributo a durabilidade”, afiança a mesma empresa. De acordo com um estudo de análise levado a cabo pela consultora EY, o balanço de carbono do subpavimento Go4cork Nature by Amorim é de -12,4 quilogramas de CO2 eq/m2. Promovendo, então, um sequestro de carbono no montado que é superior

às emissões de CO2 resultantes da sua produção, o subpavimento Go4cork Nature by Amorim “surge como uma excelente opção para quem procura o equilíbrio entre desempenho e sustentabilidade ambiental. Leveza, elasticidade e aderência ao piso são outras propriedades conferidas pelos subpavimentos produzidos em cortiça”, adianta a corticeira, no mesmo comunicado. Ao utilizar cortiça na composição do subpavimento Go4cork Nature by Amorim, a Amorim Cork Composites consegue reduzir os possíveis impactes ambientais, sobretudo quando comparamos com subpavimentos que utilizam matérias-primas cuja única fonte é de origem sintética. ■

Canal Horeca desafiado a aumentar taxa de reciclagem de vidro “A Sociedade Ponto Verde está ao lado do setor das embalagens de vidro com uma ambição muito clara, que é a de ultrapassar as metas da reciclagem nacionais estabelecida nos 70% para 2025. Queremos chegar a 75% de reciclagem deste material, o que significa que nos próximos três anos precisamos de aumentar a taxa de reciclagem de vidro em 19%”, refere Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, à margem do evento de apresentação deste projeto, realizado no final de março. “Para aqui chegarmos, é fundamental a participação de todos os agentes da cadeia de consumo, e em especial do canal Horeca, que, pela natureza da sua atividade, gera volumes muito significativos de resíduos. Com este projeto, esperamos mobilizar o setor para uma maior separação das embalagens de vidro para reciclagem, apostando na disponibilização de novos meios e ferramentas, aliada à inovação tecnológica, que é já uma marca de atuação

da SPV”, refere ainda a CEO. Por seu lado, Sandra Santos, presidente da AIVE-Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem, acrescentou que “quanto mais embalagens de vidro usadas forem recolhidas, mais será possível utilizar pela indústria vidreira no seu processo produtivo, para dar origem a novas embalagens de vidro. Era possível reciclar 100% das embalagens de vidro que utilizamos em Portugal, se as conseguíssemos recolher. Reciclar as embalagens de vidro usadas não é uma obrigação imposta, mas uma oportunidade com vantagens em termos de eficiência e sustentabilidade”, concluiu a mesma responsável. A apresentação do projeto Mais Vidro, Mais Reciclagem #Horecafazpartedasolução: decorreu ontem à tarde em Guimarães, município onde vão ser instalados os primeiros 100 vidrões de baldeamento assistido. Após os 18 meses previstos para a implementação desta iniciati-

va, prevê-se uma segunda fase com o alargamento a mais zonas do país. A Sociedade Ponto Verde é uma instituição privada sem fins lucrativos que tem por missão organizar e gerir a retoma e valorização de resíduos de embalagens, promovendo a economia circular, através da implementação do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE). A sensibilização e a educação para as melhores práticas ambientais são um dos grandes objetivos da Sociedade Ponto Verde junto dos portugueses. Quanto à AIVE- Associação dos Industriais do Vidro de Embalagem, foi constituída em 1975, tendo por missão a defesa dos interesses do setor industrial de fabrico de vidro de embalagem. Neste quadro de referência, compete-lhe “contribuir para o progresso técnico e económico deste setor, em linha com a transição para uma economia circular e na rota da neutralidade carbónica”, refere esta entidade. ■

Textos Clementins Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

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GRANDE TEMA GRAN TEMA inclusão digital das pessoas através da educação, formação em competências digitais e promoção da literacia digital, transformação digital do setor empresarial e digitalização do Estado. As medidas de apoio previstas contarão com 22% da dotação total do plano, ultrapassando o limiar de 20% definido pela regulamentação europeia, sendo ainda que 12 das 20 componentes do PRR têm contributo direto para a meta digital, enquadra o resumo do documento na página oficial do PRR.

- Transição verde; - Transformação digital; - Crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, incluindo coesão económica, emprego, produtividade, competitividade, investigação, desenvolvimento e inovação, e um mercado único em bom funcionamento com PME fortes; - Coesão social e territorial; - Saúde e resiliência económica, social e institucional, inclusive com vista ao aumento da capacidade de reação e preparação para crises; - Políticas para a próxima geração, crianças e jovens, incluindo educação e competências. O PRR articula-se em três dimensões estruturantes: a da resiliência, a da transição climática e a da transformação digital. A principal dimensão é a da resiliência, que pretende aumentar a capacidade de reação face a crises e de superação face aos desafios atuais e futuros que lhes estão associados, surge para promover uma recuperação transformativa, duradoura, justa, sustentável e inclusiva, em várias vertentes. Nesta dimensão, foram consideradas nove componentes com vista a reforçar a resiliência social, económica e territorial do país, onde se incluem áreas estratégicas como a saúde, a habitação, as respostas sociais, a cultura, a 34 ACTUALIDAD€

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capitalização e inovação empresariais, as qualificações e competências, as infraestruturas, a floresta, ou a gestão hídrica. Já a dimensão da transição climática resulta do compromisso e contributo de Portugal para as metas climáticas que permitirão o alcance da neutralidade carbónica até 2050. "A descarbonização da economia e da sociedade oferece oportunidades importantes e prepara o país para realidades que configurarão os fatores de competitividade num futuro próximo", enquadra o documento estratégico. Nesta dimensão, foram consideradas seis componentes com intervenção em áreas estratégicas, a saber: o mar, a mobilidade sustentável, a descarbonização da indústria, a bioeconomia, a eficiência energética em edifícios e o hidrogénio renováveis. Relativamente ao princípio da integração climática, o PRR português cumpre o limiar do seu investimento global com afetação a objetivos de transição climática, atingindo 38%. Finalmente, a dimensão da transição digital, que prevê reformas e investimentos significativos nas áreas da digitalização de empresas, do Estado, e no fornecimento de competências digitais na educação, saúde, cultura e gestão florestal. Desenvolve-se em cinco componentes: capacitação e

Concursos já abertos No âmbito do PRR, o primeiro grande concurso cujos beneficiários diretos são as empresas foi lançado em 2021, com as Agendas/ Alianças Mobilizadoras e as Agendas/Alianças Verdes, que tiveram a primeira fase até setembro de 2021 e a segunda fase até abril de 2022. Atualmente, estão abertos dois concursos de sistemas de incentivos, e a ambos podem candidatar-se diversas entidades, incluindo empresas. O primeiro diz respeito ao investimento na Renovação e Aumento do Desempenho Energético dos Edifícios de Serviços, cujas candidaturas terminam dia 29 de julho de 2022. Este sistema de incentivos tem como objetivo apoiar financeiramente projetos que visem a: a) renovação e aumento do desempenho energético dos edifícios de serviços (estando excluídos edifícios de habitação), fomento da eficiência energética e o reforço da produção de energia de fontes renováveis em regime de auto-consumo; b) produção de energia de fontes renováveis em regime de autoconsumo coletivo e/ ou comunidades de energia renovável. A componente da Eficiência energética em edifícios conta com um total de 610 milhões de euros, mas só 70 milhões serão para benefício direto das empresas. Contudo, estas deverão estar atentas a futuros concursos de fornecimentos de sistemas para a


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implementação da eficiência energética dos restantes beneficiários. Foi ainda lançado o concurso para Apoio à Descarbonização da Indústria, aberto até ao final de julho. É destinado a empresas de qualquer setor industrial. As tipologias de projetos passíveis de apresentação de candidaturas a este concurso são: a) processos e tecnologias de baixo carbono na indústria – Introdução de novos processos produtos e modelos de negócio inovadores ou a alteração de processos visando a sua descarbonização e digitalização, incluindo tecnologias e soluções limpas e inovadoras de baixo carbono que promovam o uso eficiente dos recursos e a sua circularidade, incluindo simbioses industriais, potenciando a sustentabilidade e a resiliência das cadeias de valor; a incorporação de novas matérias primas, de combustíveis derivados de resíduos, incluindo biomassa e biogás; do recurso a simbioses industriais e medidas de economia circular, incorporando inovação; a substituição e/ou adaptação de equipamentos e processos para novas tecnologias sustentáveis e vetores de energia renovável; destacam-se ainda medidas que visam a adoção de gases fluorados de reduzido potencial de aquecimento global. É ainda relevante um aumento da eletrificação dos consumos finais de energia, designadamente através da eletrificação dos consumos finais de energia na indústria e do reforço do acesso e da qualidade de serviço, principalmente em zonas industriais. b) adoção de medidas de eficiência energética na indústria - Reduzir o consumo de energia e as emissões de gases com efeito de estufa, em paralelo com a adoção de sistemas de monitorização e gestão de consumos que permitam gerir e otimizar os consumos de energia aproveitando o potencial da digitalização e a automação c) incorporação de energia de fonte renovável e armazenamento de energia – Promoção da incorporação de hidrogénio e de outros gases reno-

euros por beneficiário), está a ser apreciado pelo Fundo Ambiental, enquanto o da Descarbonização da Indústria é gerido pelo IAPMEI. Ambos têm tido grande procura por parte das empresas, revela à "Actualidad€" a Yunit Consulting. No caso das Agendas/ Alianças Mobilizadoras e das Agendas/ Alianças Verdes, destinam-se principalmente a empresas, que, através de consórcios com outras empresas ou entidades, liderem projetos que tenham base de investigação e desenvolvimento (I&D). Deste modo, de acordo com os objetivos anunciados no PRR, "pretende-se acelerar a transformação estrutural da economia portuguesa, melhorando o seu perfil de especialização, através da formação de consórcios sólidos e estruturantes que garantam o desenvolvimento, a diversificação e a especialização de cadeias de valor nacionais, prosseguindo metas objetivas ao nível das exportações, emprego qualificado, váveis na indústria, designadamente investimento em I&D". naquelas situações em que as opções Dos 144 consórcios que se canditecnológicas custo-eficazes para des- dataram às Agendas Mobilizadoras e carbonização, nomeadamente através às Agendas Verdes para a Inovação da eletrificação, são mais limitadas. Empresarial do PRR, foram selecionaA dotação total afeta ao presente das 64 Agendas, que passaram à fase concurso é de 705 milhões de euros, seguinte e que estão em avaliação. dos quais 200 milhões de euros afetos "Estes são os concursos específicos preferencialmente a PME. para empresas. Complementarmente, O concurso relativo à Eficiência estas devem estar atentas aos conEnergética, que prevê que as empresas cursos que o Estado publique, para possam receber até 70% do investi- serem fornecedoras em projetos espemento a fundo perdido (até 200 mil cíficos, seja na área da saúde, da

Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal: as instituições do Estado serão os principais beneficiários diretos da maior parte dos fundos previstos no PRR, mas as empresas poderão beneficiar também, indiretamente, enquanto fornecedoras do Estado

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Fonte: "Plano de recuperação e resiliência", Governo Português

Administração Central, da Segurança Social, das Finanças, muito ligada à transformação digital, mas também da construção e obras públicas, setor social, equipamentos, etc. Neste â,bito, surgirão muitas oportunidades a que as empresas devem estar atentas", incentiva Bernardo Maciel. Os concursos e as respetivas dotações e contrapartidas serão apresentados conforme o calendário previsto para o efeito. As empresas portuguesas podem ponderar também participar nos concursos dos Planos de Resiliência abertos noutros países, mas terão de ter uma empresa de direito no país em causa. Ao nível dos sistemas de incentivos a empresas, de salientar ainda a componente 16 - Empresas 4.0, integrada na dimensão da Transição Digital do PRR, que procura promover a digitalização da economia, através da adoção tecnológica por parte dos operadores económicos e pela digitalização dos seus modelos de negócio, bem como da sensibilização e capacitação dos trabalhadores e empresários. Esta componente prevê três tipologias de investimento: a Capacitação Digital das Empresas, com uma dotação de 100 milhões de euros; a Catalisação da Transição Digital das Empresas, também com 100 milhões de euros, e a Transição Digital das Empresas, com 450 milhões de euros, e que 36 ACTUALIDAD€

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engloba os programas Rede Nacional de Test Beds, Comércio Digital (Coaching 4.0) e Empreendedorismo. Estão a decorrer as candidaturas relativamente aos dois primeiros programas: o da Rede Nacional de Test Beds, que visa a criação de uma rede nacional para prestação de serviços às empresas para o desenvolvimento e teste de novos produtos e serviços; e o do Comércio Digital, que prevê três iniciativas: Aceleradoras de Comércio (aviso aberto até 1 de julho de 2022), Bairros Comerciais Digitais (já encerrado) e a Internacionalização via e-Commerce. De acordo com um comunicado do IAPMEI sobre o programa de criação da Rede Nacional de Test Beds, esta rede contará com o financiamento de 150 milhões de euros, sendo que cada candidatura poderá receber até cerca de 7,5 milhões de euros, podendo realizar os testes em espaço físico ou através de simulação virtual. O objetivo da medida passa por “criar uma rede de infraestruturas colaborativas que impulsione e multiplique o número de pilotos de produtos comercialmente viáveis, ao mesmo tempo que partilha conhecimento através de casos de estudo”. O apoio será atribuído a empresas responsáveis pela criação e operação desta test bed, independentemente de “dimensão ou forma jurídica, setor

privado ou público”. O financiamento poderá variar entre 50 e 90% e irá depender do tipo de despesa, da localização e do valor de apoio transferido para as pequenas e médias empresas e startups aderentes. A apresentação das candidaturas poderá ser feita no portal do IAPMEI entre 20 de abril e 17 de junho. A dimensão da Transição Digital será essencial para a educação, formação e qualificação, em variadas áreas da sociedade. Um dos objetivos será promover a transição digital das empresas, requalificando 36 mil trabalhadores e apoiando 30 mil PME; O apoio à qualificação e o aumento de competências tem como objetivos, por outro lado, a modernização dos estabelecimentos de ensino e da formação profissional, a criação da agenda de promoção do trabalho digno, bem como a promoção da formação e qualificação de adultos. Os apoios para a educação digital têm como objetivos a inclusão e incremento da literacia digital e centram-se na transição digital na educação, designadamente na Escola Digital. Prevê-se a formação de 800 mil formandos em competências digitais com planos de formação individual e acessos a formação online. Iniciativas de capitalização das empresas Paralelamente aos sistemas de incentivos, o PRR contempla ainda algumas iniciativas de apoio à capitalização das empresas. Foram lançados no dia 25 de janeiro de 2022, pelo Banco Português de Fomento, os dois primeiros programas de investimento do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), através de empréstimos do PRR– o Programa de Recapitalização Estratégica e o Programa Consolidar. Com uma dotação global de 650 milhões de euros, estes dois programas visam apoiar a solvabilidade e resiliência financeira de empresas nacionais estratégicas e o investimento


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produtivo, em crescimento e consolidação empresarial. O Programa Consolidar, com uma dotação global de 250 milhões de euros, destina-se a apoiar a subscrição de fundos de capital de risco para investimento em PME e mid -caps, que sofreram impactos negativos decorrentes da pandemia de covid-19, mas economicamente viáveis e com potencial de recuperação, através de fundos de capital de risco onde existe, também, capital privado. O Programa de Recapitalização Estratégica, com uma dotação global de até 400 milhões de euros e uma duração de até 10 anos, destina-se a financiar empresas nacionais estratégicas não financeiras que desenvolvam atividade em Portugal. O objetivo deste programa é "estimular o crescimento sustentável de longo prazo da economia portuguesa, o qual terá de responder simultaneamente à prioridade europeia da dupla transição para uma sociedade mais ecológica e mais digital, "reduzir o défice estrutural de capitalização do tecido empresarial português" e "colmatar a delapidação de capitais próprios ocorrida durante a crise pandémica em empresas não-financeiras relevantes e de potencial impacto futuro significativo". Para além dos instrumentos de capitalização, destaca-se, ainda, um conjunto de instrumentos de garantia, lançados durante os anos de 2020 e 2021 e que se encontram em vigor em 2022, com diversos limites de prazo. Nomeadamente, para o setor do turismo, estão disponíveis vários instrumentos de financiamento específicos para o investimento, no âmbito de linhas como a Linha de Apoio ao Turismo 2021 ou a Linha de Apoio à Economia COVID-19: Médias e Grandes Empresas do Turismo. A Linha de Apoio ao Turismo 2021, a decorrer até dezembro de 2022, é um instrumento de garantia dedicado ao setor que pretende alargar o leque de soluções atualmente oferecidas para apoiar a retoma sustentável do

Turismo. Com uma dotação global de 150 milhões de euros, dispõe de três linhas específicas: Fundo Maneio, Investimento e Garantias Bancárias. A Retomar - Linha de Apoio à Recuperação Económica, é um instrumento de garantia pública que pretende apoiar a reestruturação de empresas com créditos em moratória. Dirigida a empresas dos setores mais afetados pela pandemia de covid-19, tem uma dotação de mil milhões de euros. O prazo para a contratação das operações junto das instituições bancárias está fixado em 30 de junho de 2022. Adicionalmente, foram prorrogados os prazos de vigência e contratação de operações no âmbito de diversas Linhas de Apoio à Economia covid19, que se traduzem em empréstimos bancários exclusivamente para o financiamento das necessidades de tesouraria. Empresas espanholas atentas também ao Portugal 2030 Paralelamente ao PRR, que será uma componente fundamental de financiamento com a qual se pretende ter um efeito estrutural em Portugal por ser um instrumento financeiro extraordinário e único, para os investimentos empresariais correntes, as empresas continuarão a ter outros apoios disponíveis, como a restante dotação do Portugal 2020, o REACT EU e o próximo quadro financeiro 2021/2027, e ainda fontes de financiamento comunitário como o Horizonte 2030. O futuro quadro comunitário que

irá substituir o Portugal 2020 está em fase de elaboração, mas o foco será também nas pessoas e na qualificação dos recursos humanos, na inovação, na transformação digital e na eficiência energética. "Os empresários espanhóis têm estado bastante atentos, nomeadamente em relação ao Portugal 2020, tendo procurado fazer uso dos financiamentos comunitários para os seus projetos de investimento também em Portugal", refere Benardo Maciel. Para Portugal, "também é interessante, pois estamos a captar investimento estrangeiro e a contribuir para aumentar a empregabilidade nacional", considera o responsável da Yunit. Quanto aos investimentos a partir de Espanha, ao longo do Portugal 2020, a Yunit deu apoio a candidaturas de mais de 30 empresas espanholas que investiram no nosso país. Planear antecipadamente os projetos de investimento Esta consultora ajuda as empresas, numa primeira fase, para realizar os investimentos pretendidos. "É necessário perceber se a empresa tem as condições para fazer o investimento, nomeadamente a capitalização necessária, ou se é necessário realizar suprimentos, ou recorrer a venture capital ou à banca comercial para a melhor adequação dos financiamentos–, obviamente, sempre de forma a operacionalizar a estratégia. É determinante assegurar a diferenciação, por exemplo, como é que a empresa pode aportar à sua atividade, concretizando-a através de um projeto de JUNHO DE 2022

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GRANDE TEMA GRAN TEMA investimento". Isto é um trabalho que pode demorar mais do que dois ou três meses, ou seja, deve ser planeado antes da abertura dos concursos, para se poder afinar os projetos para que estejam suficientemente sólidos para serem apresentados no concurso seguinte, aconselha Bernardo Maciel. As empresas precisam de ter uma boa saúde financeira para realizarem investimentos investimentos com potencial para serem financiados por fundos comunitários, ou seja, "ter uma autonomia financeira suficientemente sólida no ano anterior" ao da candidatura, adverte Bernardo Maciel.

ESPAÑA

PRTR: España es el segundo país más beneficiado, por detrás de Italia “El plan de Recuperación y Resiliencia de España transformará profundamente la economía española y la hará más ecológica, más digital y más resiliente. Lo hemos respaldado porque es ambicioso, tiene visión de futuro y contribuirá a un futuro mejor para el pueblo español”. Así definió la presidenta de la Comisión Europea, Ursula von der Leyen, el Plan de Recuperación, Transformación y Resiliencia (PRTR) de España, el segundo país más beneficiado, por detrás de Italia, del apoyo financiero en el marco del Mecanismo de Recuperación y Resiliencia de la Unión Europa. Contará con una suma total de 140 mil millones de euros, cantidad que incluye 69.528 millones de euros en transferencias no reembolsables pudiendo, además, acceder a más de 70.000 millones de euros en présta38 ACTUALIDAD€

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"Caso não tenha, será necessário proceder à análise económico-financeira da empresa e determinar o plano de ação que permitirá a correção das situações identificadas, com monitorização da nossa equipa", adianta o gestor. Já durante a execução do projeto de investimento, a empresa é acompanhada também pela equipa da Yunit para monitorizar o cumprimento do calendário previsto, preparar pedidos de pagamento ou auditorias, ou a refazer o plano quando há desvios significativos. Por exemplo, atualmente, verificam-se desvios nos preços das matérias-primas, ou quando

a empresa quer alterar, por determinadas circunstâncias justificáveis, os mercados-alvo de internacionalização. Nestes casos, é necessário expor a situação às entidades que acompanham as candidaturas, como o IAPMEI, a ANI ou o Turismo de Portugal, etc. Com a guerra na Ucrânia, muitas empresas tiveram de refazer os seus planos estratégicos de investimento, exemplifica ainda. Bernardo Maciel diz que as empresas atualmente, perante todas estas circunstâncias "estão mais parcimoniosas e a refletir mais antes de decidir investir, face à volatilidade atual".

mos hasta el 31 de diciembre de 2026. España fue uno de los países europeos que más fuerte sufrió las consecuencias del covid por lo que están puestas muchas esperanzas en los fondos europeos para hacer realidad la esperada recuperación económica. No obstante, a pesar de los millones que están en juego y de los esfuerzos del Gobierno para que todo el proceso sea transparente, a día de hoy siguen existiendo muchas dudas entre las empresas sobre el acceso a este tipo de ayudas. “Lo primero que hay que tener en cuenta es que funcionan igual que las ayudas que se han dado hasta ahora en Europa”, señala María Ángeles Ruiz Ezpeleta, profesora de EAE Business School y fundadora y asesora de ARJ Consulting. Ayudas que estarán divididas “en un 85% que recibirá directamente el Estado y distribuirá entre ministerios y comunidades autónomas y en un 15% que servirán para reforzar los fondos europeos que ya estaban funcionando”, añade. Es decir, a nivel macroeconómico, se espera que los resultados de las ayudas no tarden en llegar, pero todavía queda por ver cómo van a sentir dicha ayuda las empresas. Por parte del Gobierno español se detecta un esfuerzo por hacer llegar toda la información de estos fondos a la sociedad, razón por la cual existe un portal con toda la formación oficial sobre la estrategia española para cana-

lizar los fondos. “Hay una web transparente donde se pueden acompañar todas las convocatorias y toda la información está muy detallada”, recuerda la consultora. Es importante analizar si el proyecto que tenga una empresa encaja en alguna de las ayudas, pero teniendo en cuenta que “no son a fondo perdido, puedes tener que adelantar una parte y te pagan lo que te gastas”, matiza. Es importante estar atento a la información publicada e incluso apoyarse “en asociaciones porque hay fondos que van a ellas”. Ruiz Ezpeleta señala que las empresas españolas recurren poco a las administraciones y “se debe estar atento a todas las subvenciones existentes, poque funcionan”. En cuanto a la posibilidad de empresas de un país presentarse a las ayudas de otro, “no es posible, cada una tiene que presentarse a las de su país”, aclara. La transición ecológica, la transformación digital, la cohesión social y territorial y la igualdad de género son los cuatro ejes transversales del plan que está inspirado en la Agenda del Cambio, en la Agenda 2030 y los Objetivos de Desarrollo Sostenible de Naciones Unidas. Está estructurado en torno a diez políticas palanca que incidirán directamente en aquellos sectores productivos con mayor capacidad de transformación del tejido económico y social del país. A su vez, las diez polí-


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ticas palanca integran 30 componentes o líneas de acción estructuradas en 102 reformas y 110 inversiones.

competitivas, “cuyo acceso únicamente queda condicionado al cumplimiento de una serie de requisitos formales de índole técnico-administrativa para todas las empresas o autónomos que los soliciten hasta el agotamiento de los fondos”. En este contexto, resulta crucial anticipar al máximo la preparación de toda la posible documentación técnica y

Acceso a las ayudas Cabe siempre recordar que son dos los instrumentos de mayor volumen del Next Generation EU. El Mecanismo para la Recuperación y la Resiliencia (MRR), cuya finalidad es apoyar la inversión y las reformas en los Estados Las ayudas estarán Miembros para lograr una recuperación sostenible y resiliente, al tiempo que se divididas en un promueven las prioridades ecológicas y 85%, que recibirá digitales de la Unión. Y los fondos de REACT EU que operan como fondos directamente el estructurales, pero con mayor flexibiliEstado, y en un 15% dad y agilidad en su ejecución. Carlos Bofill, socio del área de que servirán para Subvenciones e Incentivos en Deloitte reforzar los fondos Legal, resalta los dos canales principales para el acceso a los fondos. “En prieuropeos que ya mer lugar, la posibilidad de acceder vía estaban funcionando concurrencia competitiva a programas de financiación que incorporarán un tramo no reembolsable o subvención a económica relativa al proyecto objeto de fondo perdido. Esta financiación podrá la solicitud para que nos aseguremos de suponer entre un 15% y un 25% del que llegamos a tiempo. presupuesto de los proyectos, lo que Lo cierto es que los procesos burocráticos se denomina técnicamente intensidad no son sencillos, “pero resultan necesarios de la ayuda, llegando al 50% en pro- para garantizar el reparto de los fondos yectos que contengan I+D”. Se espera de una manera justa”, recuerda Bofill. Es una competencia intensa y por ello se cierto que hay empresas a las que estos recomienda diseñar proyectos que se trámites pueden echar atrás, pero un buen adecúen muy bien a los principios de las asesoramiento hace el camino más fácil. convocatorias y a lo que quiere apoyar “Apoyarse en profesionales que te puedan la Administración para aumentar las guiar en la obtención de ayudas públicas probabilidades de su elegibilidad. es siempre una buena idea. Tanto el perEn segundo lugar, se podrá acceder sonal interno de las propias empresas que a los fondos con ayudas directas no tenga experiencia previa en la presentación

de ayudas, como una empresa de servicios profesionales, ayudarán a llevar los proyectos al éxito en la consecución de financiación”, recomienda el consultor. Convocatorias Desde el Gobierno señalan que las convocatorias son publicadas por los ministerios, las empresas públicas estatales, las comunidades autónomas y los ayuntamientos y otras entidades locales. Además, para facilitar el acceso a los fondos, el Gobierno ha puesto en marcha dos mecanismos llamados PERTE y Manifestaciones de interés. Los PERTES son grandes proyectos estratégicos que exigen la colaboración entre administraciones, empresas y centros de investigación. De carácter estratégico, cuentan con una gran capacidad de arrastre para el crecimiento económico, el empleo y la competitividad de la economía española, con un alto componente de colaboración público -privada y transversales a las diferentes administraciones. Las manifestaciones de interés, por su parte, son consultas realizadas por los diferentes ministerios para analizar posibles ámbitos de actuación. Contribuyen a aportar una visión más amplia y plural para que el diseño de las líneas pueda tener en cuenta la diversidad y características de los posibles proyectos. El plan incluye en sus distintos componentes, iniciativas para fomentar la participación de las pymes y dedica un apartado específico a su fortalecimiento. El componente 13 “Impulso a la pyme” está dotado con 4.894 millones de euros y en él se recogen una serie de reformas e JUNHO DE 2022

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PERTE Los Proyectos Estratégicos para la Recuperación y Transformación Económica (PERTE) tratan de agilizar los fondos Next Generation y reforzar los proyectos que más contribuyan a la transformación de la economía española. El PERTE puede solicitarse como un proyecto particular, en el caso de las grandes empresas o compartido por varias corporaciones. En total son ocho los PERTE aprobados en Consejo de Ministros y otros dos más ya han sido anunciados. - PERTE para el desarrollo del vehículo eléctrico y conectado Su eje central es la creación del ecosistema necesario para el desarrollo y fabricación de vehículos eléctricos y conectados mediante el impulso a la industria del automóvil (con fuerte tracción sobre otros sectores económicos), para dar respuesta a la nueva movilidad sostenible y conectada y a la generación de nuevas actividades. El desarrollo de este proyecto prevé una inversión total de más de 24.000 millones de euros en el periodo 20212023, con una contribución del sector público de 4.300 millones de euros y una inversión privada de 19.700 millones de euros. - PERTE para la salud de vanguardia Se pretende mejorar la salud de la población a partir de la innovación diagnóstica, terapéutica y preventiva en el Sistema Nacional de Salud, que a su vez permitirá fomentar la generación de tejido industrial y la creación de empleo de calidad. En total, se prevé una inversión del sector público y privado de 1.469 millones de euros en el periodo 2021 y 2023. - PERTE de energías renovables, hidrógeno renovable y almacenamiento La transición hacia una economía

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neutra en carbono es una oportunidad en términos ambientales, sociales y económicos, y entre otras ventajas también permite reducir la dependencia energética exterior. Con este PERTE se quiere apuntalar las áreas asociadas a la transición energética en la que España está bien posicionada, como las energías renovables, la electrónica de potencia, el almacenamiento o el hidrógeno renovable, y reforzar aquellas con menor presencia. Sus instrumentos y medidas movilizarán una inversión total superior a 16.300 millones de euros (6.900 del sector público y 9.500 de la privada) y permitirá crear más de 280.000 empleos, entre directos, indirectos e inducidos en el resto de la economía. - PERTE Agroalimentario Su objetivo es promover el desarrollo integrado de toda la cadena agroalimentaria a través de la digitalización de los procesos y de la incorporación de conocimiento e innovación. Se trata de facilitar el acceso a alimentos sanos, seguros y sostenibles, que cubra las necesidades de una población cada vez más segmentada y con una mayor demanda de alimentos con atributos saludables y medioambientalmente sostenibles. Contará con una inversión pública de unos 1.000 millones de euros hasta 2023, aunque se prevé que genere un impacto en la economía de unos 3.000 millones de euros. - PERTE Nueva economía de la lengua Pretende desarrollar las oportunidades que presenta el español como un activo para impulsar la economía. Se estructura en siete objetivos: inteligencia artificial, ciencia en español, aprendizaje del español en el mundo, turismo de la lengua, industrias culturales, español global y lenguas

cooficiales. Cuenta con un presupuesto de 1.100 millones de euros de inversión pública, con el objetivo de movilizar otros 1.000 millones de inversión privada. - PERTE Economía circular Este plan estratégico responde al objetivo de contribuir a los esfuerzos por lograr una economía sostenible, descarbonizada, eficiente en el uso de los recursos y competitiva. Es también una oportunidad para favorecer nuevos nichos de actividad y empleo, por ejemplo, asociados al reciclaje, la reparación y el sector servicios. Las inversiones previstas incluyen ayudas por valor de 492 millones de euros y se espera movilizar recursos superiores a los 1.200 millones hasta el año 2026. - PERTE para la industria naval El reto fundamental de este PERTE es diversificar el sector naval hacia nuevos productos, su digitalización, la mejora de su sostenibilidad medioambiental y la capacitación de sus empleados. Busca llegar al conjunto de la cadena de valor del sector, dando apoyo a los participantes en cada una las fases desde el personal investigador y el mundo académico hasta los proveedores y prestadores de servicios en un ecosistema empresarial en el que tiene cabida desde empresas emergentes, pymes y grandes compañías. Para cumplir con estos objetivos está prevista una inversión total de 1.460 millones de euros, con una contribución pública de 310 millones de euros y 1.150 millones de inversión privada. - PERTE Aeroespacial Engloba un conjunto de actuaciones orientadas a mejorar y generar capacidades tecnológicas e industriales en el sector aeroespacial, así como


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avanzar en un mejor posicionamiento estratégico de la industria radicada en España en campos clave del sector aeronáutico y espacial. En el ámbito del sector aeronáutico este PERTE financiará actividades de I+D+I que generen un efecto de arrastre sobre toda la cadena de valor. En el área de espacio, el PERTE persigue el establecimiento de un programa de tecnología espacial que genere nuevas capacidades innovadoras e industriales propias y que, aporte servicios relacionados con el medioambiente y la cohesión del territorio. El PERTE Aeroespacial prevé movilizar cerca de 4.533 millones de euros entre 2021 y 2025, con una contribución del sector público de alrededor de 2.193 millones de euros y una inversión privada de cerca de 2.340 millones. - PERTE de digitalización del ciclo del agua Transformará y modernizará los sistemas de gestión del agua, tanto para el ciclo urbano del agua, como para el riego y los usos industriales. Permitirá mejorar la eficiencia, reducir las pérdidas en las redes de suministro de agua y, por tanto, ahorrar en el consumo de agua y energía. Asimismo, aumentará la seguridad del suministro de agua y contribuirá a la seguridad de las infraestructuras hidráulicas, especialmente de las presas y embalses. Se han previsto 400 millones de euros para financiar el proyecto, que se ejecutará a través de la convocatoria de subvenciones del Ministerio para la Transición Ecológica y el Reto Demográfico y gestionarán los gobiernos regionales. La inversión total hasta 2026 rondará los 3.000 millones. Fuente: Gobierno de España

Económica de Funcas, think-tank dedicado a la investigación económica y social y a su divulgación. “La ejecución desde el punto de vista presupuestario ha sido mejor. El Estado ha asignado los fondos entre administraciones y empresas públicas, e incluso los propios ministerios”, señala. Torres detecta una serie de problemas para que estas ayudas lleguen a la vida real, entre ellos “los cuellos de botella en la administración y falta de personal para gestionar los fondos”. El sistema de asignación de gasto publico requiere controles a priori que retrasan el proceso, al igual que el hecho de integrar las ayudas dentro de los PERTE para promover empresas españolas ya que “requiere un acuerdo con Bruselas sobre las ayudas públicas”. Cada semestre España debe cumplir con una serie de requisitos, de reformas o de inversión, los llamados hitos, para seguir recibiendo dinero. “Cuando se cumplen se envía una previsión de fondos a la comisión justificando el cumplimiento de los hitos. Y en este punto va bastante bien”, explica Torres. Si España cumple a finales de este año con los 178 hitos y objetivos ligados a las reformas e inversiones comprometidas entre 2021 y 2022, culminaría el año con el 43% de los hitos y objetivos del PRTR. Según la información facilitada por el Gobierno español, a través de las 59 conferencias sectoriales en las que se ha abordado el PRTR y mediante otros mecanismos, a fecha de 31 de diciembre de 2021 se habían asignado a las comunidades autónomas 11.151 millones de euros, destinados a políticas públicas vinculadas a la transición ecológica (restauración de ecosistemas y biodiversidad, energías renovables, movilidad sostenible, rehabilitación energética de edificios), la digitalización (digitalización de las pymes, modernización de la administración, digitalización Ejecución del plan En España, a diferencia de países como de la educación, proyectos innovadores y Francia e Italia, los fondos europeos se refuerzo de la conectividad), la protección empezaron a ejecutar una vez aprobados social (igualdad, inclusión social y salud), en julio de 2021. “Las ayudas comenza- la educación y formación profesional, el ron a sentirse en noviembre y diciembre turismo sostenible, el empleo y la ciencia. del año pasado y ya este año han cogido De acordo con Funcas, “en mayo de este una buena velocidad de crucero”, indica año ya se habían ejecutado ayudas por Raymond Torre, director de Coyuntura valor de 13.000 millones de euros”. ■

inversiones que promoverán cinco ámbitos estratégicos: emprendimiento, crecimiento, digitalización e innovación, apoyo al comercio e internacionalización. A pesar de la existencia de estas inversiones, la consultora Ruiz Ezpeleta nota una cierta desorientación en gran parte de las pymes que desconocen exactamente en qué proyectos pueden recibir ayudas. El “Programa Kit Digital” es uno de los que más interés ha despertado entre pymes y autónomos. Tiene como objetivo que 1.000.000 de pymes reciban apoyo para empezar, mejorar o ampliar su nivel de digitalización con servicios como la creación de página web, ciberseguridad, comercio electrónico, entre otros. También existe un “Programa de apoyo a clústeres empresariales innovadores” que está orientado a ayudar a agrupaciones de empresas en la ejecución de proyectos conjuntos de carácter innovador. Las pymes pueden acceder igualmente a los tradicionales “Planes de Acción de Internacionalización”, para tener apoyo en su salida al extranjero y existe además la Estrategia Española de Emprendimiento y Agenda Digital España 2025, que son medidas encaminadas a impulsar el ecosistema emprendedor, en el marco del Marco Estratégico sobre Política PYME 2030. Está prevista igualmente la participación de las pymes en actuaciones orientadas a movilidad eléctrica, rehabilitación energética, despliegue de energías renovables, procesos industriales y de I+i, turismo y formación y desarrollo de capacidades. Con el objetivo de facilitar la participación de las pymes en las distintas inversiones del plan, varias instituciones han puesto en marcha distintos mecanismos e iniciativas de apoyo, entre ellas ENISA, CDTY y Cámara de Comercio de España.

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OPINIÓN III – O entendimento jurisprudencial Face aos entendimentos e interesses opostos dos sujeitos jurídicos, os tribunais têm, nos últimos anos, sido chamados a pronunciar-se sobre estas questões. Numa decisão proferida no Acórdão de 19 de outubro de 2017, o Tribunal de Justiça da União Europeia procurou determinar quais os elementos essenciais que deverão estar reunidos para que, na atividade de segurança privada, se considere que se está perante uma transmissão de estabelecimento e, consequentemente, se deva concluir pela obrigação de admissão dos trabalhadores pela nova empresa. No referido acórdão, foram identificados elementos de várias naturezas, sendo de destacar o entendimento de que apenas se estará perante uma transmissão de estabelecimento, se essa transmis-

OPINIÃO

são for acompanhada da transmissão maioria das vezes, a transmissão de de bens materiais utilizados pela bens materiais entre empresas que anterior empresa para nova empresa se sucedem num determinado estaprestadora de serviços. belecimento. Este entendimento, que tem sido Assim, e tendo em conta a reflexão seguido pelos tribunais portugueses exposta, surge como inevitável e , é um catalisador de situações ver- como uma questão premente encondadeiramente arbitrárias, dado que trar uma solução unitária para esta os trabalhadores poderão ver a sua problemática e que tenha como prinsituação laboral profundamente alte- cipal prioridade dotar as empresas e rada pelo mero facto da sua entidade os trabalhadores de uma previsibiempregadora, ou do cliente titular lidade e de um claro conhecimento do estabelecimento onde prestam o da sua situação jurídica. Só assim se seu trabalho, providenciarem, ou não, permitirá que os agentes económicos meios materiais acessórios ao desem- possam prosseguir a sua atividade penho das suas funções profissionais. comercial com um elevado grau de Não obstante as mencionadas deci- segurança, princípio fundamental sões judiciais terem sido proferidas para o desenvolvimento do tecido em processos relativos à atividade de empresarial português. ■ segurança privada, este entendimento será igualmente aplicável ao setor *Advogado da Teresa Patrício & das limpezas, dado que também Associados nesta atividade não se verifica, na Email hc@tpalaw.pt PUB

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SETOR IMOBILIÁRIO

SECTOR INMOBILIARIO

Mercan Properties vai operar três hotéis da Marriott International

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Mercan Properties, que conta já com 17 projetos em Portugal, assinou acordos de franchising com a Marriott International. para operar três hotéis sob as marcas da Marriott International. Os acordos aplicam-se a projetos hoteleiros situados em Lagos (na foto), Lisboa e Vila Nova de Gaia. A gestão ficará a cargo da Ace Hospitality Management (AHM). “A colaboração com a Marriott

International é mais um motivo de orgulho para a Mercan Properties, que tem procurado trabalhar com as melhores marcas no desenvolvimento de projetos hoteleiros de qualidade em Portugal e que contribuem positivamente para a economia portuguesa”, afirma Jordi Vilanova, presidente da Mercan Properties. “Estes três hotéis representam um investimento total que ronda os 187 milhões de euros e a criação de 281 postos de trabalho diretos”, conclui. No Algarve, o Marriott Lagos, fruto de investimento de 98 milhões de euros, encontra-se localizado junto à praia de Porto de Mós e apostará nos segmentos de lazer e desporto, contando com várias valências desportivas. O Marriott Lagos incluirá

ainda sala de cinema, spa e ginásio. Já o Moxy Alfragide Lisbon é a primeira aposta da Mercan Properties na Grande Lisboa, concebido para dar aos hóspedes tudo o que eles prentendem, a um preço acessível. Serão investidos neste projeto 63 milhões de euros com o objetivo de criar um espaço dedicado ao turismo, mas também a atividades empresariais, com um foco importante nos espaços sociais e de co-work. O The Riverview, situado em Vila Nova de Gaia, é um projeto de requalificação urbana e terá capacidade para 70 quartos, com piscina, bar e ginásio. O investimento ronda os 26 milhões de euros. A Mercan Properties tem atualmente 17 projetos imobiliários no ramo do turismo em Portugal, cinco destes já concluídos, sendo que dois hotéis operam a 100% e três vão abrir em breve. ■

Novo projeto de 400 fogos vai ser construído junto à Marina de Lagos O Departamento de Development da JLL acaba de conquistar um novo mandato para a comercialização exclusiva do Marina Park II, um projeto de promoção residencial de larga escala em Lagos, na região do Algarve, atribuído pela Interfundos. O projeto está em venda por 16,25 milhões de euros. Projetado para uma área de intervenção com cerca de 73 mil metros quadrados situada junto à Marina de Lagos (a um quilómetro da marina e a 2,5 quilómetros da Praça Gil Eanes, no centro da cidade), o Marina Park II tem um PIP (pedido de informação prévia) aprovado, com potencial para construir cerca de 400 apartamentos, além de uma área de retalho, constituindo-se como uma excelente oportunidade para o reforço da oferta residencial de Lagos. O projeto prevê uma área total de construção superior a 51 mil metros quadrados,

dos quais 49.520 metros quadrados se distribuem por 16 lotes para desenvolvimento da componente habitacional, além de contemplar ainda 1.600 metros quadrados para retalho. A JLL está agora ativamente no mercado a captar investidores para desenvolver este empreendimento de grande dimensão na principal área de expansão daquela cidade algarvia, que tem também como argumento diferenciador os excelentes acessos à praia e a proximidade a diversos campos de golfe num raio de apenas 15 minutos de distância. Gonçalo Ponces, head of Development da JLL, comenta que, “nos últimos meses, tem havido uma retoma progressiva dos planos de investimento no setor da promoção imobiliária, sendo evidente uma preferência por projetos de construção nova para habitação, os quais vão ao encontro da franja da pro-

cura mais ativa na atualidade, nomeadamente a classe média portuguesa. Por isso, a procura por terrenos para o desenvolvimento de projetos de grande escala tem-se intensificado, liderada por investidores que olham para este mercado numa perspetiva de investimento de médio e longo prazo”. Nesse sentido, diz Gonçalo Ponces, “este ativo é uma oportunidade única para quem está ativamente no mercado à procura de projetos para desenvolver habitação com escala, situado numa das principais cidades do Algarve e, no seio dessa cidade, numa das zonas de expansão urbana mais interessantes. De tal forma que não só é excelente para criar oferta para os compradores que procurem primeira habitação ou até uma habitação de férias, como também tem um enorme potencial para quem procure comprar apartamentos para rendimento”. ■

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto DR

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CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CIENCIA Y TECNOLOGÍA

Thales Group acorda com Sonae Investment Management adquirir a Maxive Cybersecurity O Thales Group assinou um acordo com a Sonae Investment Management para adquirir a Maxive Cybersecurity, a holding que agrega duas das principais empresas europeias de cibersegurança MSSP (managed security service provider)– a S21sec e a Excellium. “A aquisição planeada é um importante passo para a S21sec no mercado altamente dinâmico dos serviços de consultoria e gestão de cibersegurança, que prevê um crescimento de aproximadamente 10%, entre 2020 e 2025”, adianta a Thales. As atividades de cibersegurança da Thales representam mil milhões de euros em vendas anuais. O grupo está envolvido a todos os níveis da cadeia de ciber-valor, oferecendo soluções que vão desde a avaliação de riscos à proteção de infraestruturas críticas, apoiadas por capacidades abrangentes de deteção e resposta a ameaças. O grupo

desenvolveu três famílias de produtos e serviços chave: a plataforma Cybels, uma plataforma completa de serviços de cibersegurança, incluindo avaliação de risco, formação e simulação, e deteção e resposta a ciberataques; produtos soberanos, incluindo encriptadores e sensores para proteger sistemas de informação críticos e a gama de produtos CypherTrust para satisfazer os requisitos de proteção de dados, segurança na cloud e controlo de acesso. A Thales conta com 10 mil programadores de software e cinco mil engenheiros de IT e cibersegurança, em 60 países. Em 2022, planeia contratar mais 11 mil pessoas em todo o mundo, incluindo um milhar em cibersegurança. A aquisição planeada da Maxive Cybersecurity irá expandir, por seu lado, a presença europeia da S21sec e a sua liderança do mercado de cibersegu-

rança. “Esta operação representa uma oportunidade para a S21sec continuar a sua história de inovação e liderança em cibersegurança dentro de uma organização global totalmente dedicada à inovação digital e tecnológica, conectividade, big data, cibersegurança de inteligência artificial, tecnologia quântica e defesa”. “Estamos muito entusiasmados por iniciar esta nova era na S21sec dentro do Thales Group, pois acreditamos que esta operação permitirá desenvolver as competências, know-how, experiência e serviços da S21sec à escala global”, refere Agustin Muñoz-Grandes, CEO da S21sec. “Os clientes da S21sec beneficiarão das capacidades adicionais e complementares que a Thales já desenvolveu dentro da sua divisão de cibersegurança, concentrando-se sempre em negócios e organizações públicas críticas”. ■

DecSkill reforça estratégia low code com a WorKato A DecSkill, empresa de tecnologias de informação e outsourcing, anunciou um nova parceria com a WorKato, plataforma líder global de automação empresarial. “A DecSkill está alinhada com os desafios da transformação digital nas organizações e torna-se o parceiro de eleição neste contexto, capacitando as empresas com serviços em tecnologias de informação e comunicação através de modelos de negócio flexíveis e ágeis. Comprometida com o crescimento do negócio dos clientes, o desenvolvimento low & no code faz parte da sua estratégia e sai reforçado com esta parceria com a WorKato”, adianta a DecSkill. Esta empresa e a WorKato visam ampliar a capacitação de integrações de sistemas complexos nas organizações, contribuindo para a criação de equi-

pas e serviços inovadores e ágeis para os seus clientes. “A missão da DecSkill é simplificar o processo de transformação digital através de modelos de negócio ou do talento das equipas. A WorKato vem reforçar a nossa estratégia de especialização e diversificação de portfólio com o acesso a sistemas Low Code que potenciam o negócio e a operação dos clientes e parceiros, com integrações entre sistemas e plataformas– pagamentos, faturação, CRM, gestão documental, governance, etc.”, afirma Diogo Mendonça, executive board member e cross market lead da DecSkill. A plataforma de automação da WorKato permite a integração de sistemas empresariais, através de uma abordagem visual ou de elementos gráficos versus desenvolvimento de software.

Responde a uma necessidade de automação inteligente permitindo atingir objetivos de inovação, capacitação, otimização de processos de negócio e melhoria da experiência de cliente. “Estamos radiantes por integrar a DecSkill como novo parceiro líder na transformação digital no mercado ibérico, na comunidade de parcerias da WorKato Automation League. A DecSkill concentra-se em tecnologias low code para assegurar projetos de transformação digital ágeis e rápidos, que combinam na perfeição com a nossa plataforma de integração e automatização empresarial. Temos expetativa de desenvolver em parceria a nossa prática na região ibérica e mais além”, refere Alexander Seggerman, diretor de Business Development para a região EMEA da WorKato. ■

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org

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CIENCIA Y TECNOLOGÍA

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

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ACTUA LIDA D € 49




EVENTOS EVENTOS

Torneio Ibérico de Padel CCILE aproveita notoriedade da modalidade

O VIII Torneio Ibérico de Padel CCILE reuniu no passado dia 7, em Cascais, 32 jogadores amadores, ligados a empresas com relações institucionais com a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola e ainda familiares daqueles. Um momento diferente para gestores e atletas presentes, que aproveitaram mais uma prova desportiva para manter a boa forma física e conviver com pares do mundo empresarial luso-espanhol.

N

Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

a sua oitava edição, o anos, tendo tido a oportunidade de Torneio Ibérico de Padel desfrutar de um dia ensolarado, para CCILE regressou à época a prática desportiva saudável e divertradicional da sua realiza- tida, e ainda para algum convívio e ção, a primavera, depois de no ano passado ter, excecionalmente, decorrido no final do verão. Este torneio empresarial amador, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE) com o objetivo de reunir algumas das suas empresas sócias numa prática desportiva em crescimento, reuniu este ano 16 duplas, constituídas por gestores, outros quadros e alguns dos seus familiares. Este ano, a prova decorreu nos campos da Rackets Pro Quinta da Marinha, em Cascais, e os 32 jogadores participantes tinham idades compreendidas entre os 14 e os 60

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networking de negócios. Devido à forma de organização do torneio este ano, com uma fase de grupos, a prova decorreu de forma


EVENTOS

mais corrida e célere do que em edi- da organização da prova este ano. ções anteriores. Quem sorriu mais “Não nos correu bem, mas as duplas no final foram Pedro Santos e Diogo eram de muito nível”, reconheceram Mendonça (na foto de cima da pág. ambos. A praticar padel há quase ant.), a dupla que voltou, passa- quatro anos, quer o gestor espanhol dos três anos, a repetir o feito de quer o gestor português continuam ganhar a prova. A dupla vencedora a treinar assiduamente juntos e espebateu a dupla formada por Alberto ram ter melhor sorte no torneio do Benarroch e Nicolas Noriega (na próximo ano. Sobre a modalidade, Sergio foto da pág. ant.), por 9-4. Rodrigo comenta ainda que tem Modalidade com aumento de pra- registado um forte crescimento, com um grande aumento de jogadores ticantes e de notoriedade As participações no torneio repe- federados, mesmo entre pessoas que tem-se ano após ano, como foi o nem praticavam qualquer desporto, caso da dupla formada por Sergio frisa o gestor espanhol, que começou Rodrigo e Fernando Soeiro, que a jogar quando veio para Portugal. Para aproveitar a notoriedade cresse estreou no torneio no ano passado e logo a vencer o quadro B cente da modalidade, são diversas as da prova. Este ano, a participa- marcas que patrocinam ou apoiam o ção não correu tão bem e ambos Torneio Ibérico de Padel CCILE. Manuel Paula, diretor de Marketing os jogadores lamentaram os poucos jogos realizados, devido à dinâmica do El Corte Inglés Portugal, subli-

EVENTOS

nha que “o padel tem a grande mais valia de poder conciliar momentos saudáveis de prática desportiva com momentos de socialização e lazer. Acreditamos que esta dupla função vai de encontro ao que procuram os gestores ibéricos e, por isso, é com toda a naturalidade que, mais uma vez, fomos o main sponsor do Torneio de Padel da CCILE”. Sublinhando o interesse cada vez maior no padel em Portugal, Manuel Paula considera que a “tendência de crescente implantação nos hábitos das pessoas parece ter vindo para ficar, e é com muita satisfação que vemos que são cada vez em maior número aqueles que se deixam seduzir pela modalidade”, sublinhando que esta cadeia também aposta na modalidade. Por seu lado, a vice-presidente da Cepsa Portugal, outra das empresas JUNHO DE 2022

ACTUA LIDA D € 53


EVENTOS EVENTOS

que patrocinaram o evento, comenta que “este torneio é mais um excelente evento organizado pela CCILE, e no qual estamos presentes com muita alegria. Este convívio saudá-

Organização

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Patrocinador Oficial

vel reforça e alimenta a relação construtiva existente entre Portugal e Espanha e as suas empresas”, destaca Ruth Breitenfeld. Também Vicente Huertas, country manager da Minsait em Portugal, destaca “o bom relacionamento” da empresa tecnológica do grupo Indra com a CCILE para justificar o patrocínio ao evento deste ano, tal como já tinha acontecido no passado. Embora a marca habitualmente não

Patrocinios

patrocine eventos desportivos e tenha um posicionamento de marketing low profile, Vicente Huertas reconhece, contudo, que a modalidade é cada vez mais praticada entre os colaboradores da Minsait em Portugal e que “o patrocínio de desporto saudável é bom para a imagem da empresa”. Deste modo, está nas intenções da tecnológica continuar a patrocinar este evento da CCILE, que “tem visibilidade interna e externa, estando alinhado com os parâmetros de marketing corporate da Minsait”, mais do que se fosse um torneio profissional e não de âmbito corporativo, antecipa o mesmo responsável. ■ PUB

Media Partner


EVENTOS

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EVENTOS

ACTUA LIDA D € 55





OPORTUNIDADES DE NEGOCIO

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO

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ACTUA LIDA D € 59


CALENDÁRIO FISCAL CALENDARIO FISCAL >

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6 20

7 8 21 22

9 23

F 24

11 25

12 26

junho Prazo Imposto 10 IRS / IRC Até / Seg. Social

Declaração

Entidades

Declaração de rendimentos pagos e de a enviar/Obrigação retenções, contribuições sociais e de saúde e quotizações, referentes a maio de 2022 (trabalho dependente)

DeclaraçãoSujeitas mensal de remunerações ao cumprimento

Observações

da obrigação

Comunicação deverá ser efetuada: - por transmissão eletrónica em tempo real; - por transmissão eletrónica de dados, mediante remessa de ficheiro normalizado estruturado com base no ficheiro SAF-T (PT), criado pela Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março, na sua redação atual; - por inserção direta no Portal das Finanças; - por outra via eletrónica, nos termos a definir por portaria do ministro das Finanças

12

IVA

Comunicação dos elementos das faturas referentes a maio de 2022

n/a

20

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a maio de 2022

n/a

20

IVA

Envio de declaração recapitulativa mensal referente a maio de 2022

Declaração recapitulativa: Transmissões intracomunitárias de bens e operações assimiladas/prestações de serviços

20

IRS / IRC / Selo

Pagamento do IRC e IRS retidos e do Imposto do Selo referentes a maio de 2022

Declaração de retenções na fonte de IRS/IRC Declaração Mensal de Imposto do Selo (DMIS)

20

IVA

Envio da declaração periódica referente ao mês de abril de 2022, e anexos, para os contribuintes no regime mensal

Declaração Periódica

Envio de anexos adicionais, em caso de reembolso

25

IVA

Pagamento do IVA referente ao mês de abril de 2022

n/a

Documento de pagamento gerado no Portal das Finanças após submissão da Declaração Periódica de IVA

30

IRS / IRC

Declaração de rendimentos pagos ou colocados à disposição de sujeitos passivos não residentes em abril de 2022

Modelo 30

30

Planos de ações

Comunicação da criação ou aplicação em planos de opção/subscrição/atribuição/ outros, de valores mobiliários em benefício de colaboradores e/ou Membros de Órgãos Estatutários, com referência a 2021

Modelo 19

30

IVA

Envio da declaração mensal referente às obrigações declarativas decorrentes do regime de importação do Balcão Único, relativa ao mês de maio 2022

Declaração mensal

30

IRS

Entrega da declaração Modelo 3 e anexos relativa a 2021 / Confirmação da declaração automática de rendimentos

Modelo 3

Fonte: PwC Portugal

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Aplicável a: sujeitos passivos no regime mensal; e, sujeitos passivos no regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na Declaração Recapitulativa tenha, no trimestre em curso ou em qualquer um dos quatro trimestres anteriores, excedido 50.000 €


BOLSA DE TRABAJO BOLSA DE TRABALHO

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

Data de Nascimento Línguas

BE200151

F

ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

BE200152

F

19/01/1992

INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

BE200153

F

01/12/1975

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL

BE200154

M

18/02/1993

ESPANHOL

ADVOCACIA

BE200155

F

23/10/1980

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA

BE200156

M

ESPANHOL/ALEMÃO/INGLÊS/PORTUGUÊS/ITALIANO

COMERCIAL DE MÁQUINAS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL

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F

BE200158

F

06/03/1979

Área de Atividade

INGLÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ ESPANHOL/PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS / COMÉRCIO EXTERNO MARKETING

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ESPANHOL/INGLÊS/PORTUGUÊS

BE200160

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ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS

DESIGNER DIGITAL

BE200161

F

ESPANHOL/PORTUGUÊS/INGLÊS

GESTÃO DE STOCKS / LOGÍSTICA / TRANSPORTE

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01/09/1971

01/01/1959

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS/ ALEMÃO/ FRANCÊS

GESTÃO

PORTUGUÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL/FRANCÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ FRANCÊS/ ESPANHOL

GESTÃO DE PRODUÇÃO DE ARTES GRÁFICAS

INGLÊS

DESIGN E PROGRAMAÇÃO WEB

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

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NOVEMBRO DE 2014

ACTUA LIDA D € 61


ESPAÇO DE LAZER

ESPACIO DE OCIO

La Mafia senta-se numa mesa portuguesa O La Mafia se sienta a la mesa, famosa cadeia de restauração de inspiração italo-mediterrânica e que pretende recriar também todo o ambiente do filme “O Padrinho”, chegou há um mês a Portugal, para trazer “pratos de pasta, pizzas e risottos diferentes e de elevada qualidade, com ingredientes exclusivos” desta já icónica marca espanhola. Uma experiência gastronómica que pode já ser saboreada perto do rio Tejo, no Parque das Nações.

A

inspiração da cozinha italo-mediterrânica surgiu na família de Javier Floristan há 20 anos, com a abertura de um restaurante em Espanha, a partir do qual seria depois desenvolvido o conceito da La Mafia se sienta a la mesa. Depois de se ter tornado já uma marca icónica em Espanha, sobretudo entre os mais jovens pela irreverência do estilo e decoração dos espaços, a cadeia La Mafia se sienta a la mesa conta com 50 restaurantes em todo o território espanhol, tendo finalmente lançado, há cerca de um mês, a primeira unidade em Portugal. Neste restaurante de mais de 500 metros quadrados que acaba de abrir na capital portuguesa, os comensais podem apreciar uma carta variada, inspirada na gastronomia italo-mediterrânica, onde pontuam “ingredientes de elevada qualidade e exclusivos, que não podem ser encontrados noutros restaurantes quaisquer”, garante Javier Floristan, 62 ACTUALIDAD€

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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

fundador e CEO do grupo detentor cional trufada, que inclui ainda panceta da cadeia La Mafia se sienta a la mesa, italiana, pecorino, gema de ovo, trufa à “Actualidad€”. Produtos que são con- negra ralada e pimenta; Gnocchi de fecionados pela cozinha do grupo em batata, ragu da nossa bolonhesa caseira, Saragoça (Espanha) e que se traduzem chouriço de León e molho de laranja em pastas maiores, típicas da alta gas- com mostarda. tronomia italiana, e com recheios de Das muitas entradas ou pratos de elevada qualidade, e em ingredientes petiscos ideais para partilhar propostos muito frescos, quer para os pratos quer na carta do La Mafia, podem destacarpara as sobremesas. Da carta, constam pratos como Risotto com ragu ao vermute rosso, que inclui ragu de bochecha e meloso, azeite macerado picante, vermute rosso, cogumelos, queijo Grana Padano e chips de espinafres; Giganti de cordeiro de leite em molho de Pedro Ximenez e foie gras, tendo como base uma massa recheada de cordeiro de leite, com aroma de tomilho-limão, com molho de cogumelos, creme de leite, Pedro Ximenez e foie gras; Rigatone de ovo com ragu de bochechas e meloso de bovino, com vinho, molho de tomate e salsa; Spaghetti com carbonara tradi-


ESPACIO DE OCIO

-se as Lascas de foie gras fresco com pão de frutos; a Tábua de enchidos Toscana; os Ovos rotos com polvo salteado; ou ainda as saladas Insalata de mortadela de Bolonha e pistachio ou a Insalata César Romana. As pizzas e calzones não poderiam faltar na gastronomia italiana e a carta do La Mafia dispõe de variadas opções, assim como de opções vegetarianas. Uma cozinha sofisticada, que irá atrair sobretudo famílias e grupos de jovens millennials, antecipa Javier Floristan, frisando que todo o conceito trazido da cadeia de Espanha, que inclui “uma decoração, música própria e uma comida fora de série, provocarão um efeito uau, de surpresa sempre acima das expectativas” também entre os portugueses que visitarem o La Mafia, marca inspirada no filme “O Padrinho”. Concebido para ser o principal restaurante da cadeia no país, o novo espaço

ESPAÇO DE LAZER

gastronómico de Lisboa divide-se por próximos cinco anos. Este investimento dois andares, contando ainda com um ascenderá a 10 milhões de euros e permigrande terraço, que pode acolher apro- tirá a criação de 300 postos de trabalho, ximadamente 240 comensais. frisa o mesmo responsável. O crescimento da marca em Portugal O La Mafia se sienta a la mesa deciestá a ser levado a cabo por um master diu exportar, juntamente com a sua franchisado com experiência no setor marca, os seus valores, filosofia e comda distribuição e, especificamente, na promisso de solidariedade, pelo que expansão através do franchising. De estabeleceu também uma colaboração acordo com os planos da empresa, o com a Federação Portuguesa dos Bancos objetivo passa por levar a marca La Alimentares, para apoiar os 21 bancos Mafia se sienta a la mesa em Portugal alimentares do país. às principais cidades portuguesas, o que O grupo La Mafia se sienta a la mesa incluirá desde restaurantes de rua até tem mais duas cadeias de restauração – a espaços dentro de centros comerciais, Ditaly e a La Boutique Italian Food –, já que pretende ter grande versatilidade que poderão também chegar a Portugal em termos de públicos, que poderão num futuro a médio prazo. ■ ser desde famílias a amigos reunidos em refeições especiais, até aos grupos de La Mafia se sienta a la mesa reuniões, eventos e refeições de negócios. Rua do Bojador, 107, Parque das Nações O plano de expansão para Portugal 1990-048 Lisboa prevê a abertura de uma segunda unidade Telefone: 218 949 119 em Lisboa neste verão, e de mais 13 nos JUNHO DE 2022

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ESPACIO DE OCIO

gens que existem. Outro aspeto que tivemos em conta, foi a integração de artistas que se encontrem em diferentes fases das suas carreiras.” Os artistas, “habituados a usar as paredes da cidade como telas”, experimentam assim outros suportes para a sua criatividade. “Sou um artista que adora inovar. Para esta exposição, criei duas obras frente a frente, uma monocromática e outra bem marcada pela cor, como que numa ode representativa das várias fases das nossas vidas”, explica o artista contemporâneo Helio Bray. A exposição terá visitas guiadas em grupo, com o máximo de 25 pessoas, que decorrerão nos dias 2 e 18 de junho, pelas 11h. As visitas são gratuitas e as marcações deverão ser feitas no balcão de informações do shopping. Até 19 de junho, no Amoreiras Shopping Center, em Lisboa

ESPAÇO DE LAZER

Nortear vai distinguir jovens escritores da Galiza e do Norte de Portugal

Coelho, Cecília Santomé, Sara Brandão, Sabela Varela, Célia Fraga e Pedro Rodríguez Villar nas últimas sete edições deste concurso literário que premeia jovens escritores da Eurorregião Galicia – Norte de Portugal. Trata-se de “uma iniciativa conjunta do GNP - AECT, a Consellería de Cultura, Educación e Universidade da Xunta de Galicia e a Direção Regional de Cultura do Norte que colaboram de forma continuada, promovendo diferentes atividades com o objetivo do conhecimento mútuo da cultura, da literatura e da criação artística em geral, em ambos os territórios”. Os candidatos, entre os 16 e os 36 anos, que tenham escrito uma obra original em português ou em galego, com uma extensão entre as cinco mil e as oito mil palavras podem concorrer ao Prémio até 30 deste mês. O prémio tem uma dotação financeira de três mil euros e o vencedor terá a sua obra publicada em português e galego. A apresentação das candidaturas deverá ser feita online, na página web da plataforma Nortear: https://nortear.gnpaect.eu/

Estão abertas as candidaturas da oitava edição do Prémio Nortear, que já distinguiu Lara Dopazo Ruibal, Rui Cerqueira

Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Prémio

“Évora Património – Fotografias de Artur Pastor” Nasceu a 1 de maio de 1922, em Alter do Chão, e é um dos mais notáveis fotógrafos do século XX (morreu em 1999), tendo como poucos caraterizado Portugal de lés e lés. O centenário do nascimento de Artur Pastor está a ser assinalado em Évora com uma exposição na Igreja do Salvador, intitulada “Évora Património – Fotografias de Artur Pastor”. Em comunicado, a entidade promotora, a Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlentejo), sublinha a importância do legado deste fotógrafo: “Muito eclético, fotografou um Portugal, em parte desaparecido, com as suas gentes e os seus costumes, sendo a sua obra o grande repositório de fotografias do Portugal rural das décadas compreendidas entre 1940 1990.” A mostra inclui um conjunto de 92 fotografias, a cores, feitas por Artur Pastor na década de 80, e que fazem parte de uma doação da família do fotógrafo a Évora. Foi a cidade onde viveu a partir dos três anos, onde estudou e onde descobriu o gosto pela fotogra-

fia quando decidiu ilustrar a tese final do seu curso de regente agrícola com imagens captadas por si. “Artur Pastor retratou o património eborense com um rigor de arquivista e o seu monumento de eleição era a catedral, muito mais fotografada que todos os outros monumentos”, informa a nota de imprensa. Artur Pastor “fotografou um Portugal, em parte desaparecido, com as suas gentes e os seus costumes”, e a sua obra constitui “o grande repositório de fotografias do Portugal rural das décadas compreendidas entre 1940-1990”. Durante cerca de trinta anos trabalhou na Direção-Geral dos Serviços Agrícolas, em Lisboa, onde foi responsável pela produção e organização das mais de 10 000 fotos que compõem a sua Fototeca. Além das várias exposições que fez no país, muitas das suas fotografias foram também publicadas em revistas como “Photography”, “Art Photography” e “National Geographic” e no jornal “The Times”. Até 23 de setembro, em Évora J JUUNNHHOO D E 2 0 2 2

ACTUA LIDA D € 65





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