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RODOVIÁRIO

Espanha acaba com portagens em mais 479 km Enquanto não se decide sobre o novo modelo de cobrança pela utilização das infraestruturas rodoviárias (exigido por Bruxelas e pelos cofres do Estado), Espanha continua a abolir as portagens nas autoestradas à medida que os respetivos contratos de concessão vão terminando. A partir de 1 de setembro, mais cerca de 479 km de autoestradas espanholas deixarão de ser portajadas. Com os contratos com os privados a expirarem a 31 de agosto, ficam livres de portagens os troços Tarragona – La Jonquera (fronteira com França), na AP7, e Saragoça – El Vendrell (Tarragona), na AP-2, num total de cerca de 479 quilómetros. Foi em 2018 que o então ministro do Fomento, José Luís Ábalos, anunciou o programa de “libertação” de portagens. Desde então, ficaram sem portagens os troços da AP-1 entre Burgos e Ar-

minñon, da AP-7 entre Alicante e Tarragona, e da AP-4 entre Sevilha e Cádiz, num total de 468 quilómetros. Uma dimensão que agora duplicará com os novos troços. Ainda nesta legislatura, recorde-se, o

governo de Madrid resgatou várias concessões rodoviárias falidas, nomeadamente as quatro radiais de Madrid, num total de 684 quilómetros. Aí manteve as portagens, mas reduziu o seu valor para cerca de metade.

Faltam 400 mil motoristas na Europa

A escassez de motoristas na Europa nunca foi tão grave, com cerca de 400 mil profissionais em falta, estima a Transport Intelligence. O problema da falta de motoristas de transporte rodoviário de mercadorias já

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se nota há uns 15 anos, mas agravou-se sobremaneira com o Brexit e, mais recentemente ainda, com a pandemia de Covid-19. Para o ano passado, a Transport Intelligence calcula, com base em inquéritos a empresas, um défice de 60 mil motoristas no Reino Unido, de 45 mil motoristas na Alemanha, de 43 mil em França, e de 15 mil em Itália e em Espanha. Para este ano, as empresas europeias antecipam um défice de 17% dos motoristas, e a tendência é para piorar, até pela recuperação da economia no pós-Covid. O caso do Reino Unido apresenta-se particularmente grave, em consequência do Brexit, que levou à perda de 14 mil

motoristas (de 42 mil para 28 mil) da UE que operavam naquele país. Para aliciar motoristas, há empresas que estão a oferecer prémios de assinatura de contrato e de permanência. E também há notícias da tentativa de recurso a reclusos (no âmbito dos programas governamentais de reinserção social). O facto de a profissão continuar a ser pouco atrativa para os jovens (apenas 7% dos motoristas europeus terão menos de 25 anos) e para as mulheres (apenas 2-3% do total dos efetivos) é uma das explicações mais referida para a falta de profissionais. A ausência de formação adequada é também destacada pela IRU.


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