NA ESTEIRA DO INVERNO As folhas caídas no chão douram a grama ainda verde e rolam leve ao vento suave da manhã ensolarada e fria. É outono e o choro das árvores na extensa avenida alinhadas, é dourado e está nas folhas, como lágrimas despencadas do alto dos galhos, agora nus. O quadro, contudo, é belo e de passada em passada, sigo minha caminhada, a admirar o contraste das cores, do pranto das árvores, com a relva O ar gelado nas frontes me bate, encontra poucos cabelos e brancos, que ainda persistem do meu outono iniciado em décadas já passadas. Admiro e invejo as árvores chorosas, por elas se revitalizarem na primavera. Terão novas e verdejantes folhas, novo viço, mais beleza, mais encanto, enquanto meu outono é continuo. Embora feliz, não tenha eu pranto, meus verdes anos jamais retornam e já caminho do inverno na esteira!
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Miscelânea Poética