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O MOLDE N125 | 04.2020
OS JOVENS NA INDÚSTRIA Nesta edição da revista “O Molde”, damos início a um conjunto de entrevistas a jovens técnicos que acabam de chegar à indústria de moldes. Nestas conversas, procuramos perceber como é que os profissionais que chegam, agora, ao mercado de trabalho veem o sector e como perspetivam o seu futuro profissional.
idealizado”, explica. Gostou. O seu desempenho e gosto não passaram despercebidos e acabou por ser convidado a ficar na empresa, no final do estágio. Aceitou. E conta, com orgulho que, neste momento, está a ser ultimado o primeiro molde que projetou. “É muito gratificante”, assegura.
O que têm em comum António Crespo, Diogo Parreiras e Francisco Bernardo Francisco? São os três jovens (de 24, 23 e 19 anos, respetivamente) e escolheram a indústria de moldes como o ponto de partida para as respetivas carreiras profissionais.
Para aqui chegar, considera ter sido fundamental a presença e o apoio dos profissionais mais experientes que, desde o primeiro dia, o têm acompanhado e apoiado na secção de projeto da empresa. “Estou sempre a aprender. Acho que vou estar sempre, ao longo da minha vida”, afirma, contando que, por isso, e para aumentar ainda mais as suas capacidades, está a concluir o mestrado de Produção Industrial.
António Crespo é projetista há cerca de um ano e meio, na Tecnimoplás. A curiosidade pela indústria de moldes, conta, começou no momento de decisão, no final do secundário. Foi nessa altura que começou a investigar sobre este sector, na qual trabalhava um seu familiar. Tinha de decidir, nesse momento, o que seguiria em termos de área profissional para o futuro. Optou, então, por engenharia mecânica e ingressou no Instituto Politécnico de Leiria (IPL). “Naquela altura, os moldes estavam em alta. Falava-se muito e bem sobre o sector. Hoje também, mas naquela altura isso chamou-me a atenção”, conta.
Mas o seu grande foco é continuar a aprender e a fazer cada vez mais e melhor. “No início de carreira, penso que não há nada melhor do que estarmos num sítio com pessoas dispostas a ensinar-nos e pessoas que apostam em nós, na nossa evolução”, sublinha. Apesar de ter gostado do curso que frequentou, considera que seria benéfico para todos os alunos se “o contacto direto com a indústria fosse feito mais cedo”. Ou seja, “a escola devia apostar em estágios mais cedo e não apenas no último ano”. Mas afirmase satisfeito com a escolha que fez e o resultado final da formação. “Tive a sorte de aquilo que idealizava fazer, é mesmo o que gosto de fazer”, conclui. “SINTO QUE VOU EVOLUINDO E ISSO É MUITO MOTIVADOR” Diogo Parreiras, 23 anos, é programador há quase dois anos e meio, na TJ Moldes. Foi no início da licenciatura de Engenharia Mecânica, no IPL, que teve conhecimento da indústria de moldes. Até aí, já ouvira falar de moldes, de uma forma superficial, e nunca imaginou integrar-se, um dia, nessa indústria. Imaginava, sim, integrar-se na indústria, de uma forma genérica, pois, relata, sempre teve um fascínio grande pela criação e pelo desenvolvimento de produtos.
“Fui pesquisando, de forma autodidata, para conhecer mais. Comecei a gostar do próprio conceito de criar o molde para a produção da peça plástica. E foi logo aí que nasceu o gosto pelo projeto. Acho que é o mais desafiante de todas as fases de produção do molde, apesar de haver muitos colegas que conheço a dizer que é ‘o mais secante’. Mas decidi que era o que queria”, relata. No curso de Engenharia Mecânica, os alunos realizaram algumas visitas a empresas, e, na escola, houve algumas palestras sobre a indústria de moldes. E essa proximidade acabou por o fazer gostar ainda mais. No final do curso, realizou o estágio na Tecnimoplás. Percorreu várias áreas da empresa e acabou por pedir para experimentar o projeto. “Precisava de saber se correspondia ao que tinha