TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
1
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
São Paulo, agosto/2009
12
Ano 01. Número Circulação Gratuita
Ademir Pascale O Início Almir Pascale Dolores Margarida Carla Ribeiro O Último Som CDX Influenza Daniel Frini Compañía Darwen Cohen Residente do Armário Dimítry Uziel Père-Lachaise Elenir Alves Implorando Perdão Emanoel Ferreira O Bicho de Estimação Emanuel R. Marques Laika
Estevan Lutz Execução Felipo Bellini Ritual Felipe CamarAzevedo Branca de Medo Igor Silva Sentimentos Sozinhos Leonardo A. Ragacini Sohn der Wölfe (fragmento) Lino França Jr O Morto-vivo Luciana Fátima A Morta M. D. Amado A Inveja tem Cor M. J. Borghi Traição por Traição Mauricio Montenegro Parceiros
Miriam Santiago Abismo Oscar Mendes O Despertar... Wilson Silva Lar
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
2
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Editorial Fechamos a edição de número 12 com ótimos minicontos e dicas de livros, além das excelentes entrevistas com os escritores Jorge Luiz Calife e Nelson Magrini. Calife fala sobre o seu mais recente lançamento, a Trilogia Padrões de Contato (Devir), além do seu contato pessoal com Arthur C. Clark. Magrini fala sobre o lançamento do tão esperado livro Os Guardiões do Tempo (Giz Editorial), que acontecerá no dia 20 de agosto (quinta-feira) às 19h na Saraiva MegaStore do Shopping Pátio Paulista, Rua treze de Maio, 1.947. Estaremos lá prestigiando o lançamento. Dia 22 de agosto (sábado) acontecerá o tão esperado lançamento do livro Draculea: O Livro Secreto dos Vampiros organizado por Ademir Pascale, das 18h30 às 22h (sábado). Local: Bardo Batata: Gastronomia e Cultura. Rua Bela Cintra, nº 1333, Jardins, São Paulo. Presença confirmada dos escritores Ademir Pascale, Elenir Alves, Adriano Siqueira, Ricardo Delfin, Almir Pascale, Danny Marks, M. D. Amado, Raphael Albuquerque, Jean Felipe Felsky, Dione Mara Souto da Rosa, Luciana Fátima e Nelson Magrini (prefaciador). Para mais informações, acesse: www.cranik.com/draculea.html. O livro Draculea já está disponível na pré-venda da Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br). Recebemos da Devir Livraria os exemplares dos livros Taikodon Crônicas de Gerson Lodi-Ribeiro (Devir), Trilogia Padrões de Contato de Jorge Luiz Calife (Devir), O Jogo do Exterminador de Orson Scott Card (Devir) e O Livro Vermelho dos Vampiros de Luiz Roberto Guedes (org.).
Ademir Pascale e Elenir Alves Editores e Organizadores
Fotografia de Ademir Pascale e Elenir Alves. Dicas, opiniões, etc., entre em contato: cranik@cranik.com. Teremos prazer em respondê-lo.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
3
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
"O livro é um mudo que fala, um um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive. vive." Antônio Conselheiro (1830-1897)
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
4
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Lançamento: Draculea: O Livro Secreto dos Vampiros
Draculea: O Livro Secreto dos Vampiros Organização: Ademir Pascale Prefácio: Nelson Magrini 27 autores Editora: All Print
Lançamento: 22 de agosto de 2009. Local: Bardo Batata: Gastronomia e Cultura. Rua Bela Cintra, 1333, Jardins, São Paulo. Horário: das 18h30 às 22h30. COMPAREÇA E PEGUE O SEU AUTÓGRAFO Presença confirmada dos autores: Ademir Pascale, Elenir Alves, Adriano Siqueira, Ricardo Delfin, Almir Pascale, Danny Marks, M. D. Amado, Raphael Albuquerque, Jean Felipe Felsky, Dione Mara Souto da Rosa, Luciana Fátima e Nelson Magrini (prefaciador).
Valor do livro no lançamento: De R$ 29,90 por R$ 25,00.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
5
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Sumário Ademir Pascale Almir Pascale Carla Ribeiro CDX Daniel Frini Darwen Cohen Dimítry Uziel Elenir Alves Emanoel Ferreira Emanuel R. Marques Estevan Lutz Felipo Bellini Felipe CamarAzevedo Igor Silva Leonardo A. Ragacini Lino França Jr Luciana Fátima M. D. Amado M. J. Borghi Mauricio Montenegro Miriam Santiago Oscar Mendes Wilson Silva Entrevista Entrevista Dicas de Livros TerrorZine nº 13
(O Início)................................................................... (Zé do Verso)..................................................................... (O Último Som)............................................................ (Influenza).................................................................... (Compañía)......................................................................... (Residente do armário)....................................................... Père-Lachaise).................................................................... (Implorando Perdão).......................................................... (O Bicho de Estimação...).................................................. (Laika)................................................................................ (Execução)......................................................................... (Ritual)............................................................................... (Branca de Medo).............................................................. (Sentimentos sozinhos)...................................................... (Sohn der Wölfe - fragmento)........................................... (O Morto-vivo).................................................................. (A morta)........................................................................... (A Inveja tem cor)............................................................. (Traição por traição).......................................................... (Parceiros).......................................................................... (Abismo)............................................................................ (O Despertar...).................................................................. (Lar)................................................................................... (Ademir Pascale entrevista Jorge Luiz Calife).................. (Ademir Pascale entrevista Nelson Magrini)..................... (Dicas de excelentes livros)............................................... (Saiba como participar do próximo TerrorZine)................
06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 32 36 40
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
6
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
O Início Ademir Pascale
Ano 2137: Ao longe, ela era Geóide, verde, azul e com algumas manchas uniformes esbranquiçadas. Seu diâmetro polar era de 12.713,5032 Km e seu diâmetro equatorial de 12.756,2726 Km. *Isaías, filho de Amos, Nicolau Copérnico e Galileu Galilei estavam errados: a circunferência foi quebrada e ela teve fim, não deveria, mas teve... A propulsão super-luz de minha nave interestelar nos separa em milhões de quilômetros e sonhos terminados. Do pó ao pó, restou apenas uma camada espessa branca abrilhantada. Sou o último dos seres-humanos; exceto pelos milhões de embriões diversos congelados -196* que me fazem macabra companhia. Mas no Reticulum do hemisfério celestial sul (Ascensão reta 4h, Declinação -60°), encontraremos morada, e num futuro muito distante serei chamado de Deus. Novas histórias serão contadas e novos livros escritos, até que o fim de início novamente as múltiplas e novas formas de vida.
*Isaías 40:22
Ademir Pascale: Lingüista, crítico de cinema, ativista cultural, escritor, professor de informática (LINUX), idealizador do projeto de inclusão social Vá ao cinema e do zine TerrorZine – Minicontos de Terror. Administrador do portal Cranik (www.cranik.com) e dos sites (www.oentrevistador.com.br) e (www.divulgalivros.org) é autor do áudiolivro Cinema – Despertando seu olhar crítico, editora Alyá. Organizou a coletânea de novelas de FC Invasão, Giz Editorial, Draculea – O Livro Secreto dos Vampiros, All Print. Atualmente organiza a coletânea Metamorfose: A Fúria dos Lobisomens e em parceria com Maurício Montenegro, organzia a coletânea Poe 200 anos. Contato com o autor: ademir@cranik.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
7
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Zé do Verso Almir Pascale
Z
é do Verso: era assim que gostava de ser chamado. Já com seus oitenta
e poucos anos, ainda escrevia e vendia seus cordéis. Tudo era motivo para um bom poema — a criação de cabras, o velho burrico, a carne de preá acompanhada da boa farinha de mandioca... Um dia, sentiu um forte aperto no peito — só deu tempo de ouvir pela última vez o canto do sabiá. Quando acordou, sua casa estava cheia de gente chorosa: o Bastião, a Maria Antonia, Zé da pinga, Dita, Chorão... todos estavam lá. Tinha bolo de milho, café, muita vela acesa, e o velho e cansado corpo repousando num caixão de madeira branca. Sabia que sua hora havia chegado, mas... e os versos? Gostava de escrever sobre a vida na vila, de falar das palmeiras, pássaros, das boas pescarias... Zé do Verso falou para si mesmo: — Moço, não vou ficar choroso nem vou deixar meu cordel, vou continuar a fazer o que tenho gosto, vou continuar a escrever meus versos e alegrar meu povo. E assim, a cada amanhecer, um poema era encontrado na porta de uma casa, na parede de outra, no tronco de uma árvore... De início, havia gente com medo, teve reza, benzedeira... mas os versos continuaram e, aos poucos, o povo se habituou. Zé do Verso só seguiu seu caminho quando depois de muitos anos, sua velha vila foi transformada em um lago artificial para abastecer uma hidrelétrica. O velho se foi, mas em algum lugar ainda escreve seus versos...
Almir Pascale: Paulista (1968) de origem européia (Itália) por parte de mãe; é formado em gestão financeira, participou de antologias e de todas as edições do TerrorZine – Minicontos de Terror; ativista cultural e colaborador do Portal Cranik (www.cranik.com). Publicou recentemente um conto na coletânea Draculea: O livro secreto dos vampiros (All Print) Conheça o seu trabalho: www.divulgalivros.org/almirpascale.htm. Contato com o autor: almir_pascale@hotmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
8
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
O Último Som Carla Ribeiro
E
la vem, como um espectro nas cordas do violino abandonado no chão. O
corpo partiu, removido por mãos invisíveis, perpetuado nas cinzas de quem não tem senão o abismo do inacreditável para viver. Longe, o silêncio dispersa as vagas do murmúrio que anuncia: ele morreu. A alma, contudo, divaga no solo profano, e contempla os temerários que invadem a sua morada. Estende-se em braços de névoa até às gargantas expostas e aperta em dedos de fumo o final dos curiosos. Ninguém vê. Ninguém entende. E apenas o violino presencia o derramar dos corpos sobre o abismo. A fátua sombra do espectro que derrama sobre o som a voz de uma única nota. Depois, a escuridão…
Carla Ribeiro: estudante de Medicina Veterinária. Premiada em vários concursos literários, participou em várias antologias e e-books. Autora de “Estrela sem Norte”, “Alma de Fogo”, “Canto de Eternidade”, “Herdeiros de Arasen, vol. I”, “Herdeiros de Arasen, vol. II” , “O Deus Maldito” e “Alma Abandonada” e “E Morreram Felizes para Sempre”. Co-autora de “Dualidades”. Contacto com autora: carianmoonlight@gmail.com
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
9
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Influenza CDX
J
á era perto das 3 da manhã, mas o telefone do superintendente da
Smithfield Foods não parava de tocar. Ele hesitou em atender. Uma ligação aquela hora não poderia ser boa notícia. Mas atendeu. Do outro lado da linha um funcionário desesperado: — Senhor, senhor.... uma das cobaias sumiu! Uma das cobaias escapou senhor! — Calma homem! De qual divisão você fala? — De La Gloria, senhor, México. Da granja Carroll — respondeu o homem muito nervoso. — E essa cobaia está infectada com o vírus? — Sim senhor! É um espécime de 3 semanas, mas estava sendo testado com o H1N1. — Certo. Mandarei uma equipe até aí. Temos que achá-lo antes que alguém tenha contato. Desligou e ficou pensativo. Ele tinha sido contra a manipulação genética nos porcos. O lucro na produção não compensava os riscos. Mas os demais executivos não pensavam assim. Próximo à granja, em um pequeno vilarejo, a pandemia começou. Um menino achou um porquinho. Sua mãe deixou que ficasse com o animal. O vírus havia encontrado enfim seu paciente zero.
CDX: é formado em Letras Português/Inglês pela Universidade Estadual de Maringá já participou de várias coletâneas e antologias pelo Brasil, foi vencedor do 14 º Concurso Nacional de Contos Paulo Leminski (de 2003) e é autor do livro VIDEUM ARTIS (de 2004). Contato com o autor:leandro.cdx@gmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
10
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Compañia Daniel Frini
L
o encontré en la fiesta, copa en mano, mirando a la concurrencia, se diría
que con soberbia. Nuestras miradas se cruzaron casualmente, y levanté mi copa en señal de saludo. ¡Ah! ¡Qué personaje más entretenido! Las horas restantes, hasta el amanecer cuando se fueron todos, las pasé dialogando con él de los temas más diversos: viajes, aventuras con mujeres, gustos, libros, música… Cuando la claridad del día ganó el salón, me encontré saludando, en la despedida, a un hermosísimo espejo de la casa Ravenscroft.
Daniel Frini: Berrotarán (Córdoba, Argentina), 1963. Ingeniero, Redactor y columnista en revistas humorísticas del interior del país. En 2000 publicó el libro “Poemas de Adriana”. Colabora habitualmente en “Químicamente Impuro”; “Ráfagas, Parpadeos” ; “Breves no tan Breves”; “La Sonriente Cocina de Peloncha”; “Cuentos y Más”; “Educared-TamTam”; “La Oveja Negra”;, “Antología Literaria”; en las publicaciones digitales “Axón”, “Terrorzine” (Sâo Paulo, Brasil) y “miNatura” (La Habana, Cuba) y en papel, en el diario “El Litoral” (Concordia, Entre Ríos) y la revista “Gabinetes Espaciales” (Mar del Plata). Reciente ganador del 1er Premio de la Segunda Convocatoria de Microcuentos “El Dinosaurio” (Colombia). Mail del autor: dfrini@gmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
11
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Residente do armário Darwen Cohen
—O
senhor pode arrumar suas coisas e ir embora imediatamente —
disse o gerente. Olhava à parede logo atrás de Todeílton por medo do que pudesse encontrar em seus olhos. — O senhor não se adaptou ao regime de serviço e tem tomado atitudes meio estranhas nos últimos meses. Está assustando os outros empregados. — Mas eu tenho trabalhado bem, senhor. Pelo amor de santo Antônio! Não posso ir para casa desempregado. Sabe o que vai acontecer?! Meu papai vai me matar! — Lamento. Não posso pôr em risco toda uma empresa diante de suas, digamos, “manias”. — O gerente fez aspas com os dedos no ar. Para a percepção de Todeílton soou como puro escárnio. E, de repente, um horror ancestral adormecido despertou-se rubro nos olhos. Era a pura crueldade. Injetaram-se de sangue. Em seguida, pegou a cadeira giratória em que estava sentado e fez dela um martelo, esmagando o crânio do gerente no primeiro golpe. Era como se não houvesse osso, apenas pele rompida pelo metal. A sala havia adquirido uma nova decoração: paredes vermelhas com pedaços de miolos sobre os móveis. Belo. — Vamos molenga! — disse Todeílton rindo-ainda temos um andar inteiro pela frente.
Darwen Cohen: prefiro não falar sobre mim. Pode soar pior que uma história de horror, justamente por ser real. Brincadeira! Como a maioria dos escritores, Enredei por essa via obscura e obtusa desde cedo. Tornou-se parte fundamental. Desde as primeiras vezes que vi a morte de perto entendi a importância da literatura em mim. Não sou ninguém sem a escrita.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
12
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
PèrePère-Lachaise Dimítry Uziel
”N
ão cabemos em nossa própria vida!”
A noite ia alta! O chão parecia verter uma densa e perturbadora neblina. Onde estavam os corpos? Wilde, Morrison ou até mesmo Chopin? O vazio dos olhos do povo com certeza se refletiria naquela surreal visão sobre o campo de morros cobertos por sepulcros suntuosos, invólucros, asas de querubins e baionetas de arcanjos. Quiçá viera a ser um imensurável invocatório penumbroso. Pois à noite, quando cedem as trevas, se destampam as campas e erguem-se triunfantes os seres lúgubres dos jardins onde imaginamos fenecerem os “mortos”. E lá vão eles noite adentro. Salvai a ilusão prestigiosa dos que não crêem em tal hipótese.
Dimítry Uziel: nascido na cidade São Paulo (capital) e nela vive até os dias de hoje. Amante das obras e dos próprios poetas Jean Nicholas Arthur Rimbaud e James Douglas Morrison. Em 16 de dezembro de 2007, Dimítry publicou o conto Passione Nocturnale, em O Livro Negro Dos Vampiros pela Andross Editora. Participou do Terrorzine 6 e 11. Contato com o autor: dimitryuziel@yahoo.com.br.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
13
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Implorando Perdão Elenir Alves
D
e olhos fechados, o tiro acerta o alvo. Cabisbaixa, implora perdão em
oração. Dentro da pequena Abadia: — Senhor, perdoe-me por ter matado aquele homem inocente, o beco estava escuro, tentei apenas impedi-lo que levasse os meus pertences, mas a arma disparou antes. Deixo aqui a arma de meu crime, somente tu, farás justiça sobre mim.
Elenir Alves: publicitária e escritora. Colabora regularmente com a revista Caderno Literário da editora Pragmatha, trabalhou 11 anos na área de R.H e trabalha atualmente na assessoria de imprensa do portal Cranik (www.cranik.com), além de organizadora e co-editora do zine TerrorZine – Minicontos de Terror, mantém também a sua página pessoal no Divulga Livros: www.divulgalivros.org/elenir_alves.htm, a home page Terror e Mistério: www.terroremisterio.ning.com e o site: www.docevampiro.com.br. Publicou reecentemente um conto na coletânea Draculea: O livro secreto dos vampiros (All Print) Contato com a autora: elenir@cranik.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
14
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
O Bicho de Estimação Emanoel Ferreira
N
a fatídica primeira vez, ela chorou copiosamente ao perceber que todos
a temiam: correram desesperados ao vê-la. — Pombas! Qual o problema deles? Na segunda vez, o mesmo aconteceu. E na terceira. Na quarta. Na quinta. Ela, então, deixou de abater-se por aquilo. Não a fariam chorar mais. A última vez, contudo, fora diferente: um menino esquelético, de pele roxomórbida e rosto triste veio falar-lhe. Por isso, agora, estava ansiosa pelo cair da noite, quando, uma vez mais, levantar-se-ia de seu leito trevoso. — Aquele menino é realmente estranho, não? — disse ela, virando-se para o próprio coração esfolado e ensanguentado, que arrastava consigo através de uma corrente presa ao pulso, como um bicho de estimação. — Queria saber por que ele não tem olhos... Pobrezinho!
Emanoel Ferreira: nasceu no dia 16 de dezembro de 1991, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Publicou no volume 1 de “Solarium - Contos de Ficção Científica” (Editora Multifoco / 2009). Blog: www.escribasagaz.blogspot.com. Contato com o autor: emanoelferreira@ymail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
15
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Laika Emanuel R. Marques
O
Cadillac preto deixava um rasto de fumo que impedia que alguém
pudesse ver o trágico bailado no banco traseiro. A rapariga do vestido ensanguentado aceitava alegremente a desgovernada velocidade e o seu cabelo descrevia afinidades com o vento quente da região. Ele sabia que não deveria olhar directamente para trás, pois ouvira contar demasiadas vezes a história daquela aparição. Pelo retrovisor, percebeu a esguia silhueta que dançava, de pé, e pode ver os traços escarlates do seu vestido. Pobre criatura. Ninguém soubera ao certo quem fora responsável pela sua desgraça. Especulavam-se homens, espíritos e até extraterrestres. Ninguém conhecia ao certo as suas intenções, se vingativas, protectoras, reveladoras, benéficas ou maléficas, mas as lendas em seu torno agradavam a todas as teorias. Ele não acreditava em fantasmas, por isso tentava ignorar o seu espectral passageiro, mas a sua cadela, Laika, conhecia bem aqueles seres, e ladrava desenfreadamente. Deste dia em diante, nunca mais a enigmática figura foi avistada. O mistério continua… ainda maior....
Emanuel R. Marques: nascido em Aveiro, Portugal. Formado em Comunicação Audiovisual. Autor do livro de contos “Sui Generis-Contos DeMentes” e do livro de poesia “Madrugadas indefinidas”. Colaborações/contos nas revistas “Miasma” (Espanha), “Gótica” (México), Juvenatrix (Brasil), Lama (Brasil), Revista da editora Alma Azul “O mal” (Portugal) e “Abismo Humano” (Portugal). Contacto com o autor:sumesest@hotmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
16
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Execução Estevan Lutz
S
eus olhos inchados fitavam, apenas, o sorumbático interior da caixa de
madeira. Seus ouvidos eram fustigados, apenas, pelo coro hostil e eufórico que proferia ofensas irracionais. Seu corpo, imóvel, exausto e dolorido clamava, apenas, pelo final daquele momento tortuoso. Para seu alívio, ouviu o som de uma corda sendo rompida. A estrutura de madeira que envolvia seu pescoço vibrou sutilmente com a aproximação da pesada e impiedosa lâmina. Esforçou-se para erguer um olhar e viu, apenas, vultos ensandecidos. Sentiu, apenas, a frieza do metal tocar sua nuca e atravessar a secção de seu pescoço. Sem lhe causar dor, o fundo da caixa colidira com sua testa. Por três eternos segundos, ouvira os gritos da multidão enquanto contemplava a madeira manchada de sangue, bem de perto!
Estevan Lutz: Projetista de Elétrica e Automação Industrial. Participação na antologia “Draculea” com o conto “O Missionário”. Participação na antologia “Invasão” com o conto “O Nano Império”. Participou do Terrorzine 9 e 10 usando o pseudônimo de “Darkmind”. Contato com o autor: estevanlutz@hotmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
17
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Ritual Felipo Bellini
”A
s sombras são mais intensas do que você pode imaginar, vá em frente
e me mate, mas saiba que agora não pode mais voltar atrás.” Aquela palavras ecoaram venenosas pela cripta. Quem falava era alguém de estatura mediana, que encobria a palidez de seu magro e marcado rosto com um capuz como escondia a alma dos fantasmas que o assombravam. Aos seus pés ele via corpos mortos, silenciados pela arma que apontava para seu peito. Ele sabia que sua vida estava por um fio, que a pessoa a sua frente descarregaria a pistola, rasgando seu corpo e tirando sua vida sem o menor ressentimento, mas aquilo não era nem de perto o mais macabro da noite, e por isso falou aquelas palavras. Pelas paredes, de extremo a extremo subiam ossos humanos, ao centro um altar do mais negro mármore elevava as imagens do anticristo, enquanto sob seus sapatos ele sentia o sangue que escorria de seu pulso, se misturando ao sangue dos mortos ao chão e ao do homem que lhe apontava a arma, completando o ritual. — Já esta feito? — a voz saiu esganiçada junto a um sorriso doentio. — O que está feito está feito, sei que serei cobrado no inferno e já sinto minha alma se misturando a do demônio, mas entre nós, serei o único a apreciar de nossa troca! E mais um estampido estourou naquela cripta, mais um corpo caia e o demônio se gabava de sua troca.
Felipo Bellini: nascido em Santa Maria, RS, veio ainda bebê para estudante e apaixonado por textos de ficção, literatura brasileira e esteve envolvido em grupos de proximidades literárias, do teatro como atualmente participa de grupos de troca de livros e estuda Contato com o autor: familiabellini@gmail.com.
Natal no RN, RPG, sempre e da música, no Cefet-RN.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
18
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Branca de Medo Felipe CamarAzevedo
A
caveira correu até o fim da rua. Não passava de 3 horas da manhã e ela
já tinha os ossos moídos. Deixou-se cair ao lado do latão de lixo, onde ratazanas faziam barulhos terríveis. Estariam acasalando, pensou ela. Lembrou-se quase instantâneamente, com toda saudade que lhe cabia, do membro que já não mais carregava. Após uma breve pausa pôs-se de pé — não era bom ficar parada, dando sopa. O vento reverberou em seu crânio cheio de pavor, tentava escapar desde o pôr do sol. Olhou entre as frestas do muro antes de atravessar o beco, olhou para os lados antes de atravessar a rua e deslizou tão silenciosamente quanto podia seu esqueleto seco pela cidade. Faltavam ainda duas quadras. Ouviu passos rápidos e não pode conter os nervos que não tinha: teria soltado um grito se lhe sobrasse algum vestígio que fosse de cordas vocais. Saiu correndo, nem olhou para o mendigo bêbado que, do outro lado da avenida, prometia aos céus nunca mais ingerir uma única gota de álcool que fosse. Quando parecia seguro acalmou-se. Mais uma quadra agora, pensou. Enxergou as cruzes mais altas do cemitério, do túmulo das famílias mais abastadas. Pensou na besteira daquilo, pensou no frio do mármore, pensou na vida e na morte. Distraída não percebeu atrás de si o rotweiller do qual estava fugindo.
Felipe CamarAzevedo: é um escritor medíocre, que não sabe diferir muito bem terror de humor. Nascido no Amapá, mora atualmente em Curitiba, onde passa o tempo se misturando aos homens, e se revoltando com eles. Contato com o autor: camarazevedo@gmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
19
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Sentimentos Sozinhos Igor Silva
A
garrada
aos
lençóis
ela
chorava
rios
de
lágrimas,
sofrimentos
incontáveis, um coração já endurecido pela frigidez do mundo. Na sua mente, imagens de sua vida desenfreada chegavam como facas direcionadas ao espírito. Ela sabia que só o tempo poderia curar as chagas de sua alma... O tempo ou a morte... Preferia a morte a ter de conviver com essa angústia a dilacerar seu ser. Por isso não teve dúvidas, enterrou o metal frio da adaga contra o peito esquerdo. No quarto só o silêncio e a esperança tola de se tornar um anjo.
Igor Silva: é pseudônimo de Igor Patrick Silva, escritor nascido e criado em Diamantina - MG e autor de “O Olho de Hórus”, série sobre mitologia. Expõe seus contos em auroresderowling.blogspot.com. contato com o autor: igorsilva88037610@hotmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
20
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Sohn der Wölfe (Fragmento) Leonardo Adriano Ragacini
A
lua iluminava a mata fechada na noite escura. Minhas patas pisavam
nas folhas secas e quebravam os gravetos espalhados pelo solo úmido. O cheiro aromático da mata selvagem acariciava meu olfato sensível. Todos os sentimentos trasbordavam sem censura. Nada importava. Meu pelo negro esvoaçando livremente e meus olhos dourados vigilantes era tudo que precisava para me sentir forte. Esse era meu verdadeiro eu, aquilo que sempre fui. Muitos nomes já foram dados a mim e aos meus irmãos, mas nada que digam pode mostrar a satisfação da fuga desenfreada do animal interno. Adrenalina cortante e respiração excitada na forma perfeita e alucinante. Os sons da noite circulando a minha volta em nítida sinfonia, na mata todos os seres da noite se encontram como realmente são, humanos ou não. Longe das cidades e da civilização padronizada todas são tentados a vestir sua eximia pele de lobo. Mesmo o humano sente-se confortável em meio às árvores e aos segredos que escondem suas copas altas, a mata é cega e muda em seus braços de mãe acolhedora. Nunca humano e nem completamente animal, a sina de todos que são abençoados pela condição ou amaldiçoados por ela, a liberdade é a maior dádiva de um sohn der wölfe.
Leonardo Adriano Ragacini: é um jovem escritor de 19 anos que escreve desde os doze. Criaturas da noite fria de sangue quente é seu primeiro livro, lançado este ano, uma seleção de 10 contos mesclando seres fantásticos e dramas reais. Sua mete é atingir o máximo dos seus sentimentos no que escreve em um próprio estilo apelido de “S.R.M”. Contato com o autor: Leo89_adriano@hotmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
21
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
O MortoMorto-Vivo Lino França Jr.
C
omo em todas as noites, segui meu caminho de volta pra casa, que
passava em frente ao antigo cemitério da cidade, e que possuía o sugestivo nome de Cemitério da Encarnação. A noite estava mais escura que o de costume, e exatamente quando eu passava pelos altos e enferrujados portões do CampoSanto. Notei uma movimentação estranha em seu interior. Por um momento me detive observando o que poderia estar acontecendo altas horas da noite. Para meu total espanto, percebi a terra vermelha que cobria os sombrios sepulcros, sendo remexida, e, atarantado, senti meu sangue regelar nas veias ao identificar duas azuladas e apodrecidas mãos, tatearem o chão a procura de saída. Tentei me mover, buscando fugir daquela visão aterradora, mas estranhamente, não consegui mexer meus pés, que pareciam colados ao piso frio da calçada. Por mais que forçasse as pernas, elas não se moviam. Levantei a cabeça, e notei, atônito, que o morto-vivo já estava em pé e seguia arrastando-se em minha direção. Sua carne carcomida e suas vestes esfarrapadas e cheias de terra, davam-me a exata noção de que aquele abominável ser já havia partido deste mundo há tempos. Indefeso, só pude assistir a chegada da assombração, e no momento em que o morto-vivo tocou minha mão, saí daquele transe infernal e saí correndo desesperado, parando somente após trancar a porta de minha casa. Depois de me recuperar do susto, levantei-me e me dirige ao banheiro para tomar um banho quente, e foi aí que notei as marcas de duas mãos sujas de terra nas barras da minha calça jeans.
Lino França Jr: é paulista e graduado em Direito. Publica seus contos em sites da internet. Participou das antologias: Solarium (Multifoco – 2009), Seleção de Contos de Autores Contemporâneos (CBJE – 2009), e Réquiem para o Natal (Andross – 2008). Em 2009, lançou seu primeiro livro solo: A Volta do Todo Poderoso, pela CBJE. Contato com o autor: keanefran@hotmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
22
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
A Morta Luciana Fátima
O
dia foi duro. A pilha de papel esparramava-se pela mesa. O implacável
auditor buscava, incansavelmente, falhas no processo. As reuniões intercalavamse, sendo o tempo insuficiente para estar em tantos lugares ao mesmo tempo. O chefe, como sempre, achava o trabalho executado uma porcaria: o prazo nunca estava bom, a qualidade precisava alcançar patamares inimagináveis e a produção jamais chegaria à quantidade estabelecida. Números, relatórios, gráficos, tabelas, slides, flipcharts, cronogramas, organogramas, células, cabeçalhos, rodapés... Ao final do expediente — terminado muito além do horário comercial —, finalmente eu conseguira ir para casa. Em frente ao prédio, vejo algo impactante: um rabecão parado na rua. A bandeja vazia aguarda, a céu aberto, para receber o conteúdo. Chegando ao hall do elevador, deparo-me com o cadáver sendo carregado por alguns homens. Fito aquele rosto envolto em uma impressionante placidez. De repente, ao vislumbrar toda essa cena, dou-me conta: ela está liberta. Eu sou a morta!
Luciana Fátima: paulistana, graduada em Produção Editorial, pós-graduada em Língua Portuguesa & Literatura e mestranda em Comunicação. É fotógrafa e escritora. Já publicou contos em várias antologias e em sites literários. É autora de “Álvares de Azevedo: o poeta que não conheceu o amor foi noivo da morte”. Contato com a autora: lucianafatima@uol.com.br.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
23
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
A Inveja Tem Cor M. D. Amado
E
u não ficava bem de vermelho, ao contrário de todas as minhas amigas.
Os homens ficavam fascinados com seus vestidos, blusinhas e principalmente com a lingerie. Por que eu não ficava bem de vermelho? Por quê? Não adiantava tentar nada... Nunca consegui atrair a atenção de ninguém me vestindo de vermelho. E eu adoro vermelho. Amo vermelho. Já pintei meu cabelo de vermelho imitando todos os tons que cada uma delas usava e nem assim obtive sucesso. Marcinha e Roberta sempre chamaram a atenção com seus cabelos ruivos. E nem eram naturais. Queria tanto ter o charme da Marcinha, ter os cabelos da Roberta, o corpo da Juliana, que vestia tão bem qualquer vestido, vermelho ou não. Os pés da Mariana e os olhos da Claudinha... Ironicamente agora nenhuma delas pode mais se vestir de vermelho. E eu estou aqui, cercada de homens, todos olhando para mim. Todos querem me levar. Mas não vou... Agora quem não quer sou eu. Vou ficar aqui no meio do salão de festas... Juliana não ficou bem de branco. O vestido de noiva ficaria melhor se fosse vermelho. Por isso abri seu ventre, para dar um bom tingimento ao tecido. Não consegui fazer com que os olhos da Claudinha se encaixassem no lugar dos meus, mas antes de arrancá-los, consegui ver como fiquei bem com o escalpo da Roberta. Não quis os pés da Mariana hoje. Ela pintou suas unhas de roxo... Não gosto. O charme da Marcinha eu não sei como arrancar.
M. D. Amado: é mineiro de Belo Horizonte, desde 1969. Mantém o site Estronho e Esquésito (www.estronho.com.br), onde abre espaço para novos escritores de literatura fantástica. Participou das coletâneas: Necrópole Vol II, Paradigmas Vol I e Draculea – O livro secreto dos vampiros, além de ter vários contos espalhados pela internet. Seus textos podem ser encontrados em www.mdamado.com.br.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
24
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Traição Por Traição M. J. Borghi
O
lhos lentamente se abrem. Há escuridão por todos os lados. Um homem
estava deitado num espaço minúsculo, porém era quente e macio, devido ao estofamento. Assim que sua consciência voltou pôde notar através de sua noção de espaço, que ele estava dentro de um porta-malas de um automóvel em movimento. Lentamente sua memória voltou em imagens fragmentadas de como veio parar ali: ele estava na boate caçando uma mulher para ter prazeres sexuais e, trair sua esposa. Afinal, seu casamento havia ruído há tempos. Era apenas uma mentira para eles e seu filho. A segunda lembrança dele é indo até um apartamento com aquela mulher. Depois bebeu um drink, mas sua visão começou a nublar e a última imagem é da mulher dando uma coronhada em sua cabeça com o cabo da arma. Depois de inúmeras tentativas em vão de abrir o porta-malas, não restou nada além de esperar o capítulo final daquela traição.
M. J. Borghi: é o pseudônimo de Marcelo Jacomo Borghi, designer detentor de uma nova técnica de construção de objetos tridimensionais. Pioneiro da sustentabilidade em seus projetos. Publicou nas antologias: caminhos do medo e o livro negro dos vampiros, ambos da Andross editora e no Terrorzine 1, 2, 8, 9, 10 e 11. Contato com o autor: marcelo.borghi@gmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
25
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Parceiros Mauricio Montenegro
Q
uando sai da UTI, disseram que se não tivesse pulado para o banco de
trás teria sido morto também, pois as laterais do carro ficaram tão cheias de balas que tive sorte de ter tomado somente sete tiros. O que eles não sabem é que quando meu parceiro foi alvejado agi por reflexo recolhendo nos bancos de trás os pedaços do cérebro dele. Fiquei quase um ano recuperando da emboscada e quando voltei queriam me oferecer um trabalho burocrático, não aceitei. Meu lugar é nas ruas, se tiver que morrer que seja nas ruas. Sabia que eles ainda estavam lá e assumi o compromisso de pegá-los. Por isso, quando entrei no carro totalmente restaurado, sentei atrás do volante e chorei. Então, senti uma mão no meu ombro. Olhei para o carona envergonhado por ter sido flagrado num momento de fragilidade. Não havia ninguém ali. Levantei o rosto e olhei pelo retrovisor, como é natural para qualquer motorista. No banco de trás, com um buraco roxo no olho esquerdo estava meu parceiro. Imaginei o rombo onde a bala saiu levando sua vida. Ele deu um sorriso e disse: — Vamos Joe. Sei onde estão os desgraçados. Liguei o carro e engatei a primeira. Saímos do DP sem pedir reforço.
Mauricio Montenegro: nasceu no Rio de Janeiro e seu interesse pela escrita surgiu aos nove anos de idade. Tem participado do TerrorZine desde a 5ª. Edição. Juntamente com Ademir Pascale é co-organizador da Coletânea POE 200 ANOS: Contos Inspirados em Edgar Allan Poe (editora All Print). Contato com o autor: mauri-cio.sp@hotmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
26
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Abismo Miriam Santiago
L
ugar escuro e sombrio seres horríveis! Monstros sem cabeças seres
rastejantes e grandes, sangue e perversidade. Correm atrás de pessoas apavoradas de medo no meio da lama da sujeira e da brutalidade. Uma moça que pula de um abismo faz aquilo todos os dias. Seu rosto pálido e sem vida olha para o vazio da imensidão e ela se atira. O corpo cai rapidamente o grito ecoa, todos param, e em minutos o mundo infernal recomeça. Aqui, não há esperança para ninguém! Almas vagando torturadas por seus pecados e corpos amontoados como lixo! Lembro-me de como vim para cá. Desgostosa com a vida tomei um frasco de remédio para dormir. Acordei neste lugar! Não sei quanto tempo permanecerei, mas tenho certeza que será por um longo período. Chegou a hora. Os vermes já estão à espera da horrenda cena. Sedentos por ver a pobre pecadora, que a cada dia, reafirma sua eterna estadia. Aguardam com água na boca. Tudo cessou. Ela vem caminhando devagar. Lágrimas escorrem por seu rosto. Ela passa por entre as criaturas e continua andando. A mulher chega à beira do abismo... Para e sorri. Um sorriso iluminado.
Miriam Santiago: é jornalista e trabalha em Assessoria de Comunicação. Cursa Letras na Universidade Metodista. Participou das antologias “Livro Negro dos Vampiros”, 2007, “A Mulher Japonesa Imigrante”, 2008 e “Histórias de uma Noite de Natal”, 2008. Além de escrever, adora fotografar. Contato com a autora: mirianmorganuns@hotmail.com/miriansssantos@gmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
27
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
O Despertar... Oscar Mendes
P
arecia ter adormecido há meses tamanho era o mal estar que sentia.
Sentia muito frio e mesmo estando estranhamente vestido parecia que nada seria capaz de lhe aquecer o corpo dolorido. O quarto estava mal iluminado e aos seus ouvidos chegava o som de murmúrios e de contidos soluços chorosos. Com a visão turva ele não pôde visualizar corretamente o que se passava ao seu redor, ergueu-se. Diversas pessoas estranhamente o cercavam e ele se desesperou. Curvou-se para trás e se deu conta de que estava sentado sobre seu próprio corpo. Jonas estava, ainda, em seu velório.
Oscar Mendes: Paulistano, nascido a 01/12/1975, casado e pai de um filho, me dedico à arte de escrever desde os vinte anos de idade. Possuo duas obras escritas (não publicadas) e duas obras em andamento. Dono do blog Prisioneiro da Eternidade (www.prisioneirodaeternidade.blogspot.com) onde publico algo dos meus trabalhos.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
28
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Lar Wilson Silva
E
nquanto o pai e a mãe evitam sua fuga, o irmão mais velho sussurrava
obscenidades em sua orelha. Na entrada, a pessoa mais perversa que conhecia: a tia apontava a corda pendurada no alpendre e avisava que era melhor ser obediente, porque todos andavam irritados com seu comportamento. Ela achou que, se conseguisse escapar, bastaria chegar até a rua e gritar por socorro. Aproveitou-se de um momento de distração dos pais e se livrou das mãos que a seguravam. Pulou a janela, que era baixa, e alcançou o portão. Parou instantaneamente, à procura de qualquer pessoa, mas não havia ninguém. Ouviu gritos abafados de crianças esparsos ao longo das quadras. Percebeu que não havia pessoas nas ruas porque estavam todos ocupados em suas casas, matando suas crianças. A consciência de que não era a única consumiu todo o pavor. Voltou para casa a fim de enfrentar a família. Feliz com a decisão, chegou a proferir ameaças antes de ser amordaçada. Sentados no alpendre, eles fizeram planos e comemoraram satisfeitos. Continuaram assim até o momento em que um grupo de crianças armadas invadiu a casa e os exterminou.
Wilson Silva: é formado em letras anglo-portuguesas e pós-graduado em língua inglesa pela Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, onde reside atualmente. Participa da antologia "Invasão" (GIZ EDITORIAL), prevista para ser lançada em Setembro de 2009. Contato com o autor: wiluminado@hotmail.com.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
29
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Entrevista Ademir Pascale entrevista o escritor Jorge Luiz Calife Ademir Pascale: Quais foram as principais influências e como foi o início de Jorge Luiz Calife para o meio literário? Jorge Luiz Calife: Eu cresci na época mais futurista da história da humanidade, os anos de 1950 e 1960, em meio a corrida espacial. Acho que fui atraído pela FC pelas histórias em quadrinhos do Flash Gordon e do Buck Rogers que saíam em tiras nos jornais que meu pai e meu avô compravam. Depois eu descobri a literatura, Arthur C.Clarke, Larry Niven e outros autores. Eu gostava de inventar histórias, imaginar seqüências para meus filmes favoritos. Comecei a escrever na faculdade de jornalismo, como um passatempo. Aí, em 1982 o Arthur Clarke me incluiu nos agradecimentos do seu livro 2010, por uma sugestão que eu tinha feito e que resultou no livro. E a editora dele no Brasil, a Nova Fronteira, interessou-se pelo meu trabalho. Ademir Pascale: Por que a escolha pela FC? Jorge Luiz Calife: Acho que a FC é a literatura mais adequada para a época de mudanças aceleradas em que nós vivemos. O mundo em que vivemos hoje é diferente do mundo em que nossos pais viveram e o mundo dos nossos filhos e netos será diferente do nosso. A tecnologia avança muito rapidamente, o mundo muda. Só a FC pode lidar com isso. Imaginar as possibilidades do futuro. A literatura mainstream se volta mais para o passado e o presente. Ademir Pascale: Poderia comentar sobre a sua nova obra Trilogia Padrões de Contato (Devir) e também nos dizer como está sendo a receptividade dos leitores? Jorge Luiz Calife: Esse projeto de publicar os três livros da série em um volume só foi idéia do Roberto Causo. Eu preferia Ter feito o quarto livro, que ficou inédito, mas aceitei a vontade do editor. Espero que dê certo. O livro saiu há coisa de um mês, ainda não deu para sentir a receptividade dos leitores. Ademir Pascale: Como foi a premiação Nova de Ficção Científica com a obra Linha Terminal (1991, GRD)? Jorge Luiz Calife: Foi uma surpresa. Acho que ganhei porque não havia muita concorrência, mas é claro que foi bom Ter o trabalho reconhecido. Ademir Pascale: Como surgiu a idéia para continuação de 2001: Uma Odisséia no Espaço e como foi o contato com Arthur C. Clarke?
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
30
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.) Jorge Luiz Calife: O Arthur vivia dizendo que não podia imaginar o que acontecia depois do final do “2001” e eu achava muito simples. Difícil foi a continuação do Planeta dos Macacos, “2001” era brincadeira. Escrevi um conto, que ficou na gaveta muitos anos até que li uma entrevista do Arthur na revista Omni dizendo que ia parar de escrever, que considerava a carreira encerrada. Escrevi para ele, mandei um resumo das idéia no conto e o resto é história. Ele gostou, pediu para usar as idéias e eu consenti. Ademir Pascale: E como surgiu a ideia para a criação da criativa obra Como os Astronautas vão ao banheiro? e Outras Questões Perdidas no Espaço (2003, Record)? Jorge Luiz Calife: Foi resultado do meu trabalho como jornalista. Quando trabalhei no Jornal do Brasil, na década de 1980 eu cobri o programa espacial, conversei com astronautas da Nasa, incluindo as mulheres da equipe do ônibus espacial e fui acumulando conhecimento sobre o assunto. Um dia um estudante me ligou pedindo uma indicação de um livro de referência sobre o assunto e não havia um título em português, atualizado, que eu pudesse indicar. Daí surgiu a idéia de fazer um livro sobre a vida real dos astronautas. E essa questão do banheiro é a pergunta que mais intriga as pessoas, está até naquele filme com o Tom Hanks, o Apollo 13. Ademir Pascale: Você já escreveu várias obras, entre elas algumas do gênero infanto-juvenil. Mas de todos os seus títulos, qual mais lhe marcou e por quê? Jorge Luiz Calife: ? Acho que o meu favorito foi o meu primeiro romance, que continua inédito até hoje. Dos livros publicados eu gosto mais do “Sereias do espaço” onde eu pude escolher as histórias que mais gosto entre as muitas que escrevi. Ademir Pascale: Quais são as suas dicas para os autores em início de carreira? Jorge Luiz Calife: Pesquisar muito o assunto escolhido e escrever sobre aquilo que gostam e entendem. Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta ainda para este ano? Jorge Luiz Calife: No momento não, mas a vida é cheia de surpresas. Ademir Pascale: Como os interessados poderão saber mais sobre Jorge Luiz Calife? Jorge Luiz Calife: Eu assino várias colunas no Diário do Vale de Volta Redonda que estão online, na internet, para quem quiser ler. Incluindo a cronica semanal dos domingos. É lá que eu falor da vida e das coisas que gosto. É só acessar a edição online do jornal.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
31
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.) Perguntas Rápidas: Um livro: Star Riggers way do Jeffrey Carver Um(a) autor(a): Joe Haldeman Um ator ou atriz: Helen Slater Um filme: A noite americana Um dia especial: 21 de julho de 1969, a Águia pousando foi inesquecível. Um desejo: Que o trabalho dos escritores seja mais valorizado no nosso país. Ademir Pascale: Foi um imenso prazer conversar contigo. Desejo-lhe muito sucesso. Jorge Luiz Calife: Obrigado, foi um prazer pra mim.
Crédito da foto: Arquivo pessoal de Jorge Luiz Calife. Livro: Padrões de Contato, Jorge Luiz Calife. Devir Editora.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
32
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Entrevista Ademir Pascale entrevista o escritor Nelson Magrini
Ademir Pascale: Para quem não teve a oportunidade de ler a nossa primeira entrevista, poderia falar um pouquinho sobre o início da carreira de Nelson Magrini no meio literário? Nelson Magrini: Primeiramente, é um prazer estar aqui outra vez, Ademir. Em relação à minha carreira, iniciei-a no ano 2000, quando pensava em uma atividade alternativa, mas que deveria ser totalmente diversa daquilo que fazia, consultoria em Gestão Empresarial, e que eu soubesse fazer. Ou seja, não teria de aprender, como por exemplo, música. Uma madrugada, de estalo, me veio à mente escrever. Pessoalmente, até acho estranho, mas foi assim; de uma hora para outra, tinha certeza de que saberia escrever. Seria apenas uma questão de arregaçar as mangas e paciência. E de lá para cá, nunca mais parei. Logicamente, o fato de ter sido sempre um leitor voraz, me ajudou muito em meu desenvolvimento como escritor. Ademir Pascale: E como estão os preparativos para o lançamento da sua mais recente obra Os Guardiões do Tempo (Giz Editorial)? Nelson Magrini: Está praticamente tudo pronto. A tiragem já está impressa; a capa e a diagramação ficaram perfeitas, com um toque de requinte, completado pelo papel superior de ótima qualidade. A fase atual está reservada à divulgação do livro e de seu lançamento, que se dará no dia 20/08/2009, quinta-feira, às 19h, na Saraiva MegaStore do Shopping Pátio Paulista, rua Treze de Maio, 1.947 Ademir Pascale: Os Guardiões do Tempo é uma obra apenas do gênero FC ou tem uma pitada de horror? Nelson Magrini: Certamente é um tanto diferente de meus anteriores, com um clima mais suave que, embora recheado de mistério e suspense, traz muita aventura e humor. Contudo, como não poderia deixar de ser, acho que isso está em mim quando escrevo, há pitadas de terror, principalmente em determinado capítulo, que não direi qual, para não estragar o que vem pela frente. Ademir Pascale: Onde os interessados poderão adquirir Os Guardiões do Tempo? O livro já está em pré-venda? Nelson Magrini: A partir do dia 20, em todas as principais livrarias, na Internet e na própria Giz Editorial. Até onde sei, ainda não se acha em pré-venda; contudo, no site da Saraiva, ele já se encontra, mas com prazo de entrega de 16 dias úteis. Imagino que já esteja pelo fato do lançamento ser em uma de suas lojas, e já o estão divulgando. Também conta do Almanaque Saraiva no. 40, de agosto, com distribuição gratuita em todas as lojas da rede, no setor Eventos.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
33
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.) Ademir Pascale: Já existem novos projetos em pauta ainda para este ano? Se sim, quais? Nelson Magrini: Neste ano ainda teremos dois encontros do Fontes da Ficção, na livraria Martins Fontes, Avenida Paulista, 509, sendo o próximo dia 29/08 e mais um no final de novembro. Além desses, o Ednei, o editor, está vendo a possibilidade de um evento juntamente com outros escritores da Giz Editorial, mas por hora, não tenho maiores detalhes. Junto com o J. Modesto e o James Andrade, temos também a intenção de migrar o Fontes da Ficção de blog para site, embora não sei se conseguiremos ainda dentro de 2009. O Fontes da Ficção está plenamente consolidado e chegou a hora de alçarmos voos mais altos. Em relação a projetos literários, por hora tenho a participação em sua própria coletânea, Ademir, A Caixa de Pandora, que se encontra em andamento, além de ter prefaciado o livro Fragmentos, da escritora e poetisa Nana B, sua estréia no mundo impresso, com lançamento previsto para novembro próximo. Mas se deixarmos 2009 de lado, as coisas não param. Atualmente, fora o lançamento, tenho pronto mais dois originais. Um deles traz os mesmo personagens principais de Os Guardiões do Tempo, e pode-se dizer que é uma ficção-científica com mesclas de fantasia. Desta feita, os garotos se veem às voltas com um Universo Paralelo, que começa a se mesclar com nosso mundo. O outro é uma história de terror, onde um dos personagens principais é um vampiro, embora eu trate o personagem de uma maneira não clássica, com alguns elementos inéditos. Esta obra, inclusive, também traz nuanças de erotismo e sexualidade, mas nada grosseiro e dentro do contexto da trama. Era mais um elemento que eu vinha querendo explorar mais, e mesmo com outra visão, desde meu conto Isabella, em Amor Vampiro. Além desses dois, já estou na metade de meu novo romance, que também poderá ser classificado como ficção-científica, mas com intensos elementos de terror e suspense angustiante, bem ao estilo de Relâmpagos de Sangue. E fora isso tudo, (he he, como se precisasse de mais!) um trilhão de idéias anotadas e rabiscadas; prólogos escritos; partes de primeiros capítulos salvos e além um monte de coisa. É somente uma questão de tempo para que tudo venha para o papel. Ademir Pascale: Onde os interessados poderão saber mais sobre Nelson Magrini? Nelson Magrini: Primeiro no Fontes da Ficção, www.fontesdaficcao.com.br; segundo, em minha página do orkut, www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=6637510294845515276, onde estão listados links para resenhas de meus livros, entrevistas, etc. Por fim, para aqueles que gostariam de conhecer um pouco de tudo que já li na vida, recomendo minha página no Skoob, www.skoob.com.br/usuario/mostrar/22901/usuario. Ah, de novidade, que deve ir ao ar ainda este ano, está o lançamento do blog Nelson Magrini Oficial, que estou desenvolvendo com a preciosa e inestimável ajuda da
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
34
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.) Nana B, e lá haverá muitas novidades. Este, inclusive, pode ser acrescentado dentro dos projetos para este ano, da questão acima. Ademir Pascale: Mais uma vez lhe agradeço pela gentileza da entrevista. Um forte abraço, sucesso no lançamento e que venham muitos outros.. Nelson Magrini: Ademir, eu é que agradeço a esta oportunidade de mais uma vez estar aqui, no Cranik e poder falar com seus leitores. Um abraço e você e a todos, e fica o convite para que compareçam ao lançamento dia 20. Será um prazer encontrá-los por lá.
Crédito da foto: Arquivo pessoal de Nelson Magrini. Livro: Os Guardiões do Tempo, Nelson Magrini. Giz Editorial.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
35
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Poe – 200 Anos Contos Inspirados em Edgar Allan Poe ANTOLOGIA
Reunir cerca de 25 escritores com contos inspirados nas obras de Edgar Allan Poe. Os participantes deverão criar textos baseados em seus personagens, continuações de suas histórias ou usar o próprio romancista como protagonista. Os trabalhos deverão conter o comentário: “Baseado no conto...”. O autor é livre para utilizar os diversos trabalhos do ficcionista americano como O Gato Preto, Os Crimes da Rua Morgue, O Corvo, A Carta Roubada, O Retrato Ovalado, Berenice, A Queda da Casa de Usher e tantos outros. Poemas não serão aceitos por não se adequarem ao objetivo da antologia de reunir narrativas em prosa. Cada candidato deverá manter as próprias características de escrita e não o estilo de Poe. Organizadores: Maurício Montenegro e Ademir Pascale Editora: All Print Pretensão: Selecionar 25 autores Leia o regulamento completo na página: www.cranik.com/poe_200anos.html PRAZO PARA RECEBIMENTO DOS CONTOS: 10/07/09 A 30/09/09
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
36
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Dicas de Livros DRACULEA: O LIVRO SECRETO DOS VAMPIROS ADEMIR PASCALE (ORG.) Romênia, 1456. Um grande cavaleiro cristão torna-se temido agente contra os turcos. Conhecido pelos romenos como Vlad Draculea, o filho do dragão, empalava cruelmente seus derrotados inimigos. Considerado pelos oponentes e próprios súditos a encarnação do demônio, devido aos atos de crueldade cometidos contra ambos. Como esse servo da Igreja transformou-se no mais sanguinário entre os homens de sua época? Em 1897, o escritor irlandês Bram Stoker inspirou-se em Vlad e criou a personagem principal do romance 'Drácula', popularizando o mito do vampiro. Seriam apenas fragmentos da imaginação criativa de um escritor? Ou há uma verdade oculta nesse relato? Veja em 'Draculea - O Livro Secreto dos Vampiros', uma antologia de contos de alguns dos autores do gênero organizada pelo escritor Ademir Pascale. Valor: R$ 29,90 ISBN: 9788575323328 Páginas: 160 – All Print Para adquirir, acesse: www.livrariacultura.com.br (pré-venda)
PADRÕES DE CONTATO JORGE LUIZ CALIFE A Trilogia Padrões de Contato é composta dos romances Padrões de Contato (1985, Nova Fronteira), Horizonte de Eventos (1986, Nova Fronteira) e Linha Terminal(1991, GRD, este, vencedor do Prêmio Nova de Ficção Científica), e é resultado da proeminência que Calife alcançou depois que Arthur C. Clarke agradeceu à ele pela idéia de continuação de 2001: Uma Odisséia no Espaço. Jorge Luiz Calife nos mostra um mundo maravilhoso e utópico em que todos sonhamos um dia viver, um só mundo, sem fronteiras ou ódio de raças. Valor: R$ 52,50 ISBN: 9788575323328 Páginas: 644 – Devir Para adquirir, acesse: www.livrariacultura.com.br
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
37
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
TAIKODOM - CRÔNICAS GERSON LODI-RIBEIRO 'Crônicas do Taikodom' reúne sete contos ambientados no universo Taikodom, escritos por Gerson Lodi Ribeiro. Os contos são apresentados em ordem cronológica e mostram momentos importantantes na história da humanidade.
Valor: R$ 39,50 ISBN: 8575323725 Páginas: 360 – Devir Para adquirir, acesse: www.livrariacultura.com.br
O JOGO DO EXTERMINADOR ORSON SCOTT CARD O romance de ficção científica 'O Jogo do Exterminador' foi originalmente lançado nos Estados Unidos em 1985 e recebeu os prêmios Nebula 1985 e Hugo 1986 - os dois principais prêmios da ficção em língua inglesa. O livro também esta na lista de clássicos de John Clute, considerado um dos mais importantes críticos do gênero.
Valor: R$ 36,00 ISBN: 8575322575 Páginas: 380 – Devir Para adquirir, acesse: www.livrariacultura.com.br
*DIVULGUE A SUA OBRA NO TERRORZINE. SOLICITE INFORMAÇÕES SOBRE VALORES, ETC. ENVIE UM E-MAIL PARA: ademir@cranik.com
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
38
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
TRIBO DE DANA SIMONE O. MARQUES Na terceira parte da Saga Paganus, Sara deverá enfrentar o maior desafio de sua vida e para isso deverá percorrer caminhos desconhecidos. Ela, Lucas e Felipe, um expadre, partem em uma aventura por cidades místicas no Brasil em busca de uma tribo de inspiração celta, a TRIBO DE DANA, e mais uma vez se verão diante do confronto com o destino e divindades cristãs e pagãs... Até onde podemos mudar nosso destino? Se os deuses comandam nossas vidas, qual é o papel do livre arbítrio, então? Convido-os a conhecerem uma história que envolve uma grande missão, um conflito religioso e psicológico, um embate entre forças e crenças, entre destino e livrearbítrio. Não há o bem ou o mal, o certo ou o errado, não há maniqueísmo quando o destino já está traçado... Vale a pena lutar contra o destino? Valor: R$ 60,88 ISBN: 9788578932633 Páginas: 322 – Biblioteca 24x7 Para adquirir, acesse: www.biblioteca24x7.com.br
DIAS CONTADOS CONTOS SOBRE O FIM DO MUNDO RICARDO DELFIN E DANNY MARKS (ORG.)
Nos séculos que se passaram, eventos naturais como eclipses, erupções vulcânicas e maremotos foram encarados como sinais do fim dos tempos”, afirma o editor da Andross, Edson Rossatto. “Mais tarde, tivemos as profecias de Michel de Nostradamus. Agora, o mundo volta seus olhos para 2012, o último ano do calendário maia. Previsões à parte, Dias Contados traz a visão de vários autores sobre este tema sempre polêmico. Valor: R$ 29,00 ISBN: 8599267337 Páginas: 256 – Andross Para adquirir, acesse: www.livrariacultura.com.br
*DIVULGUE A SUA OBRA NO TERRORZINE. SOLICITE INFORMAÇÕES SOBRE VALORES, ETC. ENVIE UM E-MAIL PARA: ademir@cranik.com
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
39
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Metamorfose: A Fúria dos Lobisomens ANTOLOGIA
Reunir cerca de 25 escritores com contos de até 8.000 caracteres cada voltados para o mundo dos lobisomens. Os participantes deverão escrever contos sobre os lobisomens. "A Fúria" dos lobisomens no subtítulo da obra já indica o que pretendemos. Você deverá criar o seu tema, desde que use a raiva, ódio, vingança, fúria e seus derivados em seu contexto. Um lobisomem que busca vingança? Um ser diferente, mistura de lobo e homem, que busca as suas raízes ou mesmo uma cura? Um ser mutante que deseja se vingar dos humanos por ser diferente? Use a sua criatividade. Título: Metamorfose - A Fúria dos Lobisomens Organizador: Ademir Pascale (Invasão e Draculea: O livro Secreto dos Vampiros) Participação Especial: Marco Bourguignon (Editor da Scarium) Prefácio: J.Modesto (Trevas e Anhangá: A Fúria do Demônio) Editora: All Print Pretensão: Selecionar 25 autores Leia o regulamento completo na página: www.cranik.com/metamorfose.html PRAZO PARA RECEBIMENTO DOS CONTOS: 10/07/09 A 30/09/09
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
40
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
PARA PARTICIPAR DO PRÓXIMO TERRORZINE, ACESSE:
www.cranik.com/terrorzine.html
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
41
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Camisetas TerrorZine Adquira a sua:
CAMISETAS TERROZINE, RESERVE JÁ A SUA. MANDE UM E- MAIL PARA: CRANIK@CRANIK.COM FALE COM ADEMIR OU ELENIR. CUSTO R$ 25,00 COM FRETE SIMPLES INCLUSO.
TerrorZine – Minicontos de Terror nº 12
42
Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)
Antônio Conselheiro (1830-1897)
Ademir Pascale
Elenir Alves Alves
ademir@cranik.com
elenir@cranik.com
www.cranik.com Para anunciar, divulgar seu livro ou patrocinar o TerrorZine, envie um e-mail com sua proposta para: cranik@cranik.com
® Todos os direitos reservados a Ademir Pascale e Elenir Alves – 2009 Cada autor responde pelo teor do seu miniconto, assim como plágio.