PONTOS DE ENCONTRO DA JUVENTUDE NEGRA PAULO RAFAEL DA SILVA*
MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO a resistência nas ruas
*HISTORIADOR E EDUCADOR SOCIAL E COAUTOR DO LIVRO ALMAS DA LIBERDADE, SÃO PAULO: AQUARELA BRASILEIRA LIVROS, 2018.
Na trilha da geração de julho de 1978 havia muitos pontos de encontros, lugares onde a juventude negra começava a se reagrupar em torno dos bailes, das amizades na periferia, na escola, na universidade e na agitação política. Tudo deixa muita saudade e boas lembranças, guardadas nas crônicas de Paulo Rafael da Silva.
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MÃO NA VITROLA, DETALHE DO ENSAIO DO FOTÓGRAFO “BAILE DO LU”, TRADICIONAL EVENTO DE MÚSICA NEGRA NA ZONA LESTE DA CIDADE DE SÃO PAULO. ©JUVENAL PEREIRA
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“QUERO VER VOCÊ NO BAILE” Quando Maria Aparecida Pinto Silva, doutora em Antropologia pela PUC-SP, saiu colhendo dados para sua tese de mestrado Visibilidade e respeitabilidade – memória e luta dos negros nas associações culturais e recreativas de São Paulo (19301968), não imaginava que a luta dos entrevistados fosse tão intensa para conseguir um espaço de lazer para a população negra. Com espaços de encontro limitados, esses negros, que na época tinham o centro da cidade como eixo especificamente a igreja da Mãe Preta no largo Paiçandu frequentemente eram expulsos pela polícia e proibidos de participarem de bailes promovidos pela população branca.
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