Revista Petro & Química n°385

Page 1

Editorial

Ano XLIV - nº 385 - 2021

www.petroquimica.com.br

Sistema portuário se atualiza

no 385

Petro & Química

1


Sumário

,6 6HJXUDQoD ,QWUtQVHFD &$/,%5$'25 81,9(56$/ '( 352&(662

1292

,62&$/ 0&6 ,6

DRDMUNKUHCN O@Q@ @SDMCDQ @NR HSDMR MNQL@SHUNR QDK@BHNM@CNR @ RDFTQ@Mb@ HMSQhMRDB@ N §¬­§ ONCD RDQ NODQ@CN DL QTON

~ NM@ « W H@

¯ @~ PTD d N L@HR DWHFDMSD PT@MSN @ OQNSDb^N BNMSQ@ E@hRB@R DKdSQHB@R

DEDQeMBH@ M@BHNM@K DL B@KHAQ@b^N CD HM@HR KdSQHBNR~ N TKSHB@KHAQ@CNQ RNB@K §¬­§ @FNQ@ ONRRTH TL@ UDQR^N @OQNU@C@ O@Q@ TRN DL \QD@R BK@RRHEHB@C@R

,6 6HJXUDQÄD ,QWUÊQVHFD &HUWLILFDGR RULJLQDOPHQWH QR %UDVLO SHOR ,10(752

&$/,%5$'25 '( 35(66 2

3& ,6 @HW@R CDRCD ­°« LL ­ @Sd ¬«««« ORH CD OQDRR^N L@MNLdSQHB@ NT @ARNKTS@~ HMBKTHMCN U\BTN D OQDRR^N CHEDQDMBH@K DMSQD PT@KPTDQ O@Q CD SNL@C@R

&DOLEUDomR $%17 1%5 ,62 ,(&

&$/

2

Petro & Química

no 385

ZZZ SUHV\V FRP EU


Editorial

Portos e terminais em bom momento O Ministério da Infraestrutura, por meio da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), leiloou, em abril, cinco áreas portuárias – quatro no Porto de Itaqui, no Maranhão, e uma no Porto de Pelotas, no Rio Grande do Sul. As empresas vencedoras do certame se comprometeram a investir R$ 612 milhões nessas áreas, nos próximos anos – milhões que vão gerar emprego, possibilidade de um setor portuário mais eficiente, mais produtivo e mais forte. O Brasil está atrasado na modernização dos portos – já existem portos completamente automatizados –, mas a iniciativa privada tem mostrado que pode entregar serviços portuários com qualidade, tecnologia, segurança e ambientalmente corretos: o setor naval também está pressionado por novas normas de descarbonização. Nesta edição, você, leitor, encontra um panorama dos negócios portuários, inseridos numa logística integrada, e um pouco da tecnologia de carga e descarga de óleo, gás e químicos: a transferência de custódia de combustíveis, por ser monitorada pela ANP e Receita Federal, buscou automatização há anos, e já está na fase de digitalização. Ainda que as matérias de capa foquem nos terminais de líquidos, a edição traz artigos que também contam um pouco sobre a modernização em conteinerização. As notícias da edição não esgotam o tanto de movimento que os setores de energia, petróleo & gás, química e petroquímica apresentaram nos últimos meses. Mas, você pode acompanhar nossas mídias digitais para saber mais, diariamente, e acompanhar nossas newsletters semanais. Boa leitura O editor Colaboraram: assessorias de imprensa, Alberto Machado (Abimaq/FGV)

Próxima Edição:cadeia do gás; fortalecimento da petroquímica www.editoravalete.com.br DIRETOR RESPONSÁVEL Waldir Rodrigues Freire DIRETORIA editoravalete@editoravalete.com.br

ASSINATURAS comercial@editoravalete.com.br DEPTO. COMERCIAL/ANÚNCIOS publicidade@editoravalete.com.br FINANCEIRO financeiro@editoravalete.com.br

ENDEREÇO Rua Siria,. 90 Pq. São Jorge São Paulo - SP CEP: 03086-040 Tel/Fax: (11) 2292.1838 / 3798.1838

REDAÇÃO Teresinha Cehanavicius Freire - Diretora redacao@editoravalete.com.br ISSN: 0101-5397

no 385

Petro & Química

3


Sumário

Índice Matéria de capa – Sistema portuário atualiza reformulações legais, ambientais, técnicas e de negócios

40

Seções 6 10 20 68

Agenda/Gente Jornal Empresas & Negócios Produtos e Serviços

Petróleo & Gás Do gerenciamento à orquestração

79

Jornal 10 Hub de Hidrogênio Verde com investimentos de U$ 6 bi 10 Siemens conclui venda de Flender 11 Wärtsilä fornecerá e manterá dois sistemas interconectados de armazenamento de energia 11 Wilo assume o Grupo Abionik 12 Governo do estado vai criar autoridade marítima fluminense 12 Nuclep inaugura linha de produção de torres de transmissão 14 Santos Brasil dá início à operação no Terminal Saboó 14 Milhões para modernizar fábrica em Camaçari 15 Produção inovadora de biocombustíveis na Refinaria do Danúbio 15 Instituto Militar de Engenharia leva Shell Eco-marathon 2021 16 Pesquisa da Abimapi mostra impactos da Pandemia no transporte marítimo internacional 16 Com drones, Terminal Portuário avança em eficiência e segurança 17 Tribunal Marítimo completa 87 anos, com ênfase na modernização 18 Kongsberg vai explorar o uso da solução SaaS com a ExxonMobil 18 Agricultura inteligente recebe luz verde global 19 Oportunidades de negócios para apoio marítimo com Nova Lei do Gás

Excelência Sustentável 56 56 57 58 60 61 61 62 63 63 64 65 66

4

Renascimento Ambiental pede atenção Primeira cera de polietileno de fonte renovável do mundo Chave de remoção de carbono para cumprir a meta do Acordo de Paris Maioria das energias renováveis custa menos que combustível fóssil mais barato Fujitsu obtém classificação máxima em Mudança Climática e Segurança Hídrica da CDP 3M investirá US$ 1 bilhão para acelerar novas metas ambientais Ambipar compra Disal e inicia internacionalização Dow é reconhecida por práticas ESG Descarbonização é fundamental para o setor de papel e celulose Ternium anuncia investimento de US$ 500 milhões Hat-trick de baixo carbono no Reino Unido O papel do gás natural na contenção do aquecimento global Captura e armazenamento de carbono são essenciais para atender aos objetivos climáticos

Petro & Química

no 385

80 80 Fiepa forma GT do “Pré-sal” da Amazônia 82 Nova solução de tubulação flexível para Pré-sal 83 Em seis meses, RJ arrecada 72,57% dos royalties recebidos em 2019 84 Aprovada resolução sobre formatação e entrega de dados multifísicos à ANP 85 Terminais aquaviários podem adicionar biodiesel ao diesel 85 ANP publica estudo sobre monitoramento de estoques de combustíveis 86 ANP explica novas regras de dosimetria de pena na medição da produção de petróleo e gás 86 Resolução proíbe definitivamente venda de etanol hidratado entre distribuidoras 87 Assinados os contratos do 2º Ciclo da Oferta Permanente 87 Oportunidades de investimento na Segunda Rodada da Cessão Onerosa 88 Novos atores na Bacia de Campos devem investir mais de R$ 13,2 bilhões 89 Sefaz-RJ assina com ANP, para fiscalizar arrecadação de royalties 89 TotalEnergies adquire 10% da Arctic Transshipment LLC da Novatek 90 Definido conceito para o BM-C-33 91 Siemens fornecerá 8 módulos de superfície e suporte para navio FPSO offshore 92 Desenvolvendo Lavrans e Kristin Q 93 Estratégia para acelerar transição 94 ANP lança painel dinâmico com dados de qualidade de lubrificantes 95 Investimento para Bacalhau fase 1 no Brasil 96 Operação inédita com supernavio gaseiro para abastecer termelétrica em Sergipe


Editorial

no 385

Petro & Química

5


Agenda / Gente

2021

2022

Setembro 21 a 24 – Rio Oil & Gas 2021 – Híbrido – https://www.riooilgas. com.br/

Novembro 06 a 09 – 40ª reunião anual da APLA – Associação Petroquímica Latino Americana – reunionanual@ reunionesapla.com.ar – www.apla.lat

Desembro 05 a 09 – 23o Congresso Mundial de Petróleo – Houston-EUA – https:// www.23wpchouston.com/registerplan/register/

O Conselho de Administração e a Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração – ABM, com o apoio da Comissão Organizadora Master, decidiram adiar a 6ª edição da ABM WEEK para o próximo ano. A semana técnico-científica, que aconteceria de 19 a 21 de outubro de 2021, foi transferida para os dias 7, 8 e 9 de junho de 2022. O local permanece o mesmo: o Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo. Informações e inscrições: ((net)) https://www.abmbrasil.com.br/por/evento/abm-week-6-edicao * Com base no cenário brasileiro e nas projeções de cobertura da vacinação em 2021, o Conselho de Administração do IBP optou por transferir o evento, que seria realizado entre 21 e 24 de setembro deste ano, para o período entre 26 e 29 de setembro de 2022. A decisão foi tomada pensando na segurança de todos os stakeholders envolvidos – expositores, patrocinadores, congressistas, autores, visitantes e colaboradores -, mantendo as proporções do maior evento de óleo e gás da América Latina. O cuidado se faz ainda mais necessário pelo caráter híbrido da conferência, que terá parte da programação online, e outra, física, diretamente do Pier Mauá, zona portuária no Rio de Janeiro. A decisão marca também a volta da conferência a um ano par, pelo qual ficou tão conhecida no calendário de eventos de óleo e gás.

* Mais notícias e eventos nas nossas redes sociais

Gente Novos presidentes do Ciesp e da Fiesp

O industrial Rafael Cervone (à direita) foi eleito novo presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) com cerca de 62% dos votos, segundo mapa eleitoral divulgado após a eleição. O mandato começará em 1º de janeiro de 2022, e vai até 31 de dezembro de 2025. Cervone foi apoiado pelo atual presidente, Paulo Skaf. A nova diretoria do Ciesp é composta também pelos empresários Josué Gomes da Silva, 1º vice-presidente, Vandemir Francesconi Junior, 2º vice-presidente, e Luiz Alberto Soares Souza, 3º vice-presidente. Para Cervone, é preciso pensar em uma indústria unida, forte e integrada, entre Fiesp e Ciesp. “Novas indústrias aparecem, novos empregos, novos tipos de indústria. Estamos no auge da manufatura avançada e da indústria 4.0, e uma das discussões é quais serão as vocações da capital e das distritais”, avaliou Cervone, ao destacar a importância da indústria do interior, lembrando que é de Santa Bárbara 6

Petro & Química

no 385

D’Oeste, onde mora e trabalha. Para Paulo Skaf, o expressivo percentual dos votos obtidos demonstra o apoio que a chapa, liderada por Cervone, obteve. “O empresário industrial está unido, preocupado com os seus negócios, com a geração de emprego, suas responsabilidades e investimentos”, concluiu Cervone. Josué Gomes da Silva, com 97% dos votos, foi eleito novo presidente da Fiesp para mandato de 2022 a 2025. Concorrendo em chapa única, o mandato de Josué Gomes da Silva se inicia em 1 de janeiro de 2022, e irá até 31 de dezembro de 2025. A nova diretoria da Fiesp é composta pelos empresários Rafael Cervone, 1º vice-presidente, Dan Ioschpe, 2º vice-presidente, e Marcelo Campos Ometto, 3º vice-presidente. O presidente eleito, Josué, disse estar honrado por haver recebido tantos votos, e pela confiança do empresariado industrial. “Isso aumenta a responsabilidade, pois, suceder a Paulo Skaf é um desafio enorme, especialmente neste momento em que, pela primeira vez em décadas, a indústria de transformação apresentou participação no PIB um pouco inferior à do setor agropecuário”, observou o empresário, que também defendeu a retomada do crescimento do setor, e o não aumento de impostos. Todo o processo eleitoral foi acompanhado pela Comissão Eleitoral, composta por: Sydney Sanches (ex-ministro do Supremo Tribunal Federal), Ellen Gracie (ex-ministra do STF), Almir Pazzianotto (ex-ministro do Tribunal do Trabalho), Ives Gandra Martins (jurista), e Maria Cristina Mattioli (desembargadora aposentada do Tribunal Regional do Trabalho).


Agenda / Gente

Novo vice-presidente no Grupo Ecom Energia José Maurício D’Isep assumiu

package em energia na América do Sul, e amplie a atuação para novos mercados, por meio do fortalecimento de suas áreas de negócios de Geração de Energia, Petróleo e Gás, através da Petrom, e a Comercialização de Gás, além dos segmentos de Comercialização e Gestão de Energia, onde já se destaca. Fazem parte dos planos da holding os investimentos de R$ 200 milhões, até 2025, em geração solar e eólica no Brasil; US$ 35 milhões, nos próximos cinco anos, em novos poços de petróleo e, no Chile, investimento de US$ 11 milhões, em geração solar, até 2025. A Evo Energia, comercializadora do grupo, criada em 2018, com a proposta de oferecer operações estruturadas em negociação de energia, gerou ganhos acumulados acima dos R$ 40 milhões, e irá expandir seus negócios investindo também em projetos de geração de energia, em parceria com seus clientes. Recentemente, a holding, por meio da Petrom Oil & Gas, adquiriu 100% do campo de exploração de óleo e gás Rabo Branco, em Sergipe. A mais nova empresa do grupo tem ainda, entre suas metas de médio e longo prazos, a construção, no Brasil e no Chile – onde a Ecom Energia já possui um parque solar de 3MWp (Til Til) – de ativos de geração solar, eólica e gás natural, como também a comercialização de gás, um mercado que está prestes a se tornar realidade no país.

a vice-presidência executiva do Grupo Ecom Energia Holding Brasil, com o desafio de manter o ritmo de profissionalização, as metas de crescimento da holding, e implementar as melhores práticas de governança, na liderança do planejamento estratégico, e das áreas corporativas da companhia. D’Isep acumula mais de 25 anos de experiência em cargos de liderança de grandes empresas. Formado em Ciências Contábeis, e pósgraduado em Controladoria (CEAG e FGV), o executivo tem passagens pela PwC, TAM, Grupo Bunge/Santista Têxtil, Grupo Coelho da Fonseca, e Grupo Vicunha, onde atuou por 11 anos, sendo os últimos três (2019 a 2021) como CEO. Sua chegada faz parte dos planos dos acionistas Márcio Sant’Anna e Paulo Toledo, que buscam crescimento e diversificação dos negócios em energia, eficiência de resultados, e melhoria dos processos internos do grupo. Esse movimento marca o início de uma nova fase da Ecom Energia, que está presente no mercado livre há quase duas décadas, por meio de sua comercializadora e gestora de contratos para consumidores livres e geradores. O objetivo é que o Grupo se torne uma companhia full

Aumente a eficiência e reduza os custos do seu terminal Check-in

Vistoria

Entrada

Laboratório

Pesagem Inicial

Carga e Descarga

Pesagem Final

Check-out

Vistoria

Saída

AGENDAMENTO

RELATÓRIO

automind.com.br comercial@automind.com.br

no 385

Petro & Química

7


Agenda / Gente

Novo diretor na Cemig

Flávia Takafashi é a nova diretora da ANTAQ

Após renúncia de Paulo Mota Henriques, o Conselho de Administração da Cemig definiu o nome de

O presidente da República, Jair Bolsonaro, nomeou Flávia Morais Lopes Takafashi, para exercer o cargo de diretora da ANTAQ, com mandato até 18 de fevereiro de 2026, na vaga decorrente do término do mandato de Francisval Dias Mendes. A nomeação foi publicada (20/07) no Diário Oficial da União. Flávia Takafashi é servidora pública federal, da carreira de especialista em Regulação de Transportes Aquaviários da ANTAQ, com experiência de mais de dez anos, atuando com matérias afetas ao setor portuário brasileiro. Atualmente, é diretora do Departamento de Gestão de Contratos da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura. Flávia é mestre em Direito das Relações Internacionais e da Integração da América Latina, pela Universidad de la Empresa / Montevidéu-Uruguai, pós-graduada em Direito Marítimo e Portuário, pela Maritime Law Academy, pós-graduada em Logística Internacional, pela Abracomex (Associação Brasileira de Consultoria e Assessoria em Comércio Exterior), possui MBA em Regulação de Serviços Públicos, pela Fundação Getúlio Vargas – FGV – e é bacharela em Direito.

Thadeu Carneiro da Silva, como novo

Diretor de Geração e Transmissão da companhia. Silva é graduado em engenharia mecânica, doutor em engenharia de energia, e possui mais de 15 anos de experiência no setor elétrico, tendo seu último trabalho como diretor de Operações e Manutenção da Copel GT. Outra nomeação foi a de Franklin Moreira Gonçalves, ao Conselho de Administração, após o desligamento de Marco Aurélio Dumont Porto, como representante dos empregados. Com 33 anos de Cemig, Franklin atuou como Diretor de Geração e Transmissão por quatro anos e, como conselheiro suplente de Administração, por 13 anos.

Rhodia tem nova Gerente de Vendas de Solventes Oxigenados Larissa Martinelli

assumiu a posição de Gerente de Vendas de Solventes Oxigenados da Rhodia – empresa do Grupo Solvay – no Brasil. Larissa é engenheira química, formada pela Escola de Engenharia Mauá, tem pós-graduação em Administração de Empresas, pela Escola de Administração Mauá, e especialização em Marketing Estratégico, pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalha, desde 2001, na Rhodia, onde ingressou como estagiária. Possui ampla experiência na área técnica e industrial, tendo ocupado diversas funções, durante três anos, em empresas do Grupo na Itália e na Espanha. Há 10 anos, atua na área comercial da empresa, sendo cinco anos na área de especialidades químicas, e cinco anos na área de commodities químicas. Dentre as missões de Larissa Martinelli, estão estreitar parcerias e a busca de soluções personalizadas, para atender as necessidades de cada cliente, gerando incremento dos negócios para as empresas. 8

Petro & Química

no 385

Hub onono tem nova gerente de inovação aberta e ecossistemas digitais

Ornella Nitardi é a nova gerente de Inovação Aberta e Ecossistemas Digitais para América do Sul, da Basf. A executiva ficará à frente do Centro de Experiências Científicas e Digitais, espaço colaborativo criado para conectar e expandir o ecossistema de inovação aberta e digital da empresa. Ítalo-argentina, Ornella vem expatriada do Chile, onde liderou a estratégia de transformação digital para os países andinos, com foco na comunicação e no contato com os ecossistemas digitais, atuando como gerente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Basf. Com mais de 15 anos de experiência em relações públicas, comunicação e sustentabilidade na América do Sul e Europa, trabalha na Basf desde 2010, participando de projetos estratégicos da empresa na região e, de forma integrada, à equipe brasileira. Ornella possui formação em Relações Internacionais pela Universidad Torcuato Di Tella, é pós-graduada em Gestão da Inovação e Tecnologia, pela Universidad Austral – ambas na Argentina –, e Master em Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Corporativa, pela Escuela de Organización Industrial da Espanha. O Centro de Experiências Científicas e Digitais foi criado para conectar e aproximar o ecossistema de transformação digital e inovação aberta, entre a Basf e seus diversos públicos, como parceiros, clientes, estudantes, associações.


Agenda / Gente

no 385

Petro & Química

9


Jornal

Hub de Hidrogênio Verde com investimentos de U$ 6 bi

O governador do Ceará, Camilo Santana, se reuniu virtualmente com representantes da Fortescue Future Industries Pty Ltd (FFI), empresa que pretende desenvolver uma usina de Hidrogênio Verde (H2V), com meta de produzir 15 milhões de toneladas de H2V, até 2030.

Carlos Gibaja/gov. do Ceará

Carlos Gibaja/gov. do Ceará

A usina será instalada no Complexo do Pecém, com investimento de US$ 6 bilhões. A expectativa é de que 2.500 postos de trabalho sejam gerados, durante a instalação, além de 800 empregos, quando a empresa estiver em operação, a partir de 2025. O Memorando de Entendimento (MoU) permitirá parcerias com as universidades locais, para realização de programas de pesquisa, a fim de promover tecnologias relacionadas ao hidrogênio, com uma visão de treinar e contratar pessoal local, bem como reter serviços, e comprar produtos localmente, sempre que possível. “Isso significa movimentar a economia do estado e gerar empregos para os cearenses. Sem falar na contribuição para descarbonização do mundo”, disse o governador Camilo Santana, que destacou ainda que este será um dos maiores investimentos da história do Ceará. “Na FFI, nossa visão é fazer, do hidrogênio verde, a commodity de energia mais comercializada globalmente no mundo. Queremos impulsionar o uso da energia verde e a indústria de produtos, aproveitando os recursos de energia renovável do mundo, para produzir eletricidade verde” afirmou a CEO da empresa, Julie Shuttleworth.

Siemens conclui venda de Flender A Siemens vendeu a Flender – fornecedora especializada de sistemas de acionamento mecânico e elétrico – para o Carlyle Group, por US$ 2,42 bilhões – negócio em linha com a estratégia da Siemens, de se tornar uma empresa focada em tecnologia. Em outubro de 2020, a Siemens anunciou seus planos, de vender o fornecedor especializado de sistemas de acionamento mecânico e elétrico para a Carlyle. Agora que as autoridades competentes concederam as aprovações necessárias, a transação foi encerrada. Conforme anunciado anteriormente, a venda do Flender resulta em

10

Petro & Química

no 385

O presidente da Fortescue para a América Latina, Agustin Pichot, reconhece o potencial significativo de energia renovável do Ceará. “O Estado do Ceará tem infraestrutura portuária, e localização estratégica. Este acordo permitirá a transição energética do Brasil para a descarbonização”, disse Pichot. Participaram da reunião, a vice-governadora, Izolda Cela; o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Júnior; a secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba; o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante; e o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cândido Albuquerque. A Fortescue Metals Group Ltd está comprometida com uma meta de emissões zero de carbono líder, até 2030. Para alcançar isto, a empresa está investindo em iniciativas práticas, como o desenvolvimento de energia eólica e solar, além de gás e projetos híbridos de armazenamento de bateria, para deslocar a geração térmica atual. Também estão investindo no desenvolvimento e aperfeiçoamento da eletrólise para a produção do hidrogênio verde, no transporte marítimo deste vetor energético, bem como na mobilidade de veículos elétricos a bateria e hidrogênio.

um ganho de alienação de um valor, em euros, em milhões de três dígitos intermediários para a Siemens. “A venda do Flender é mais um passo na execução de nossa estratégia para permitir que a Siemens se torne uma empresa focada em tecnologia”, disse Ralf P. Thomas, Diretor Financeiro da Siemens. A Siemens pretende dar às suas empresas de portfólio individuais – que tendem a ter características de médias empresas – mais independência e autonomia, possivelmente, também, no que diz respeito a uma mudança de propriedade.


Jornal

Wärtsilä fornecerá e manterá dois sistemas interconectados de armazenamento de energia

Wilo assume o Grupo Abionik

A Wärtsilä Corporation fornecerá sua tecnologia de armazenamento de energia para dois grandes projetos, no sul do Texas, EUA. Os sistemas autônomos interconectados terão uma capacidade nominal combinada de 200 MW; a Wärtsilä também assinou acordos de desempenho de ativos com garantia de dez anos para as instalações. O pedido foi feito pela Able Grid Energy Solutions, Inc., braço de desenvolvimento de projetos de armazenamento de energia em escala de utilidade da MAP RE / ES, um dos principais investidores da América do Norte, em projetos de energia. O pedido foi registrado pela Wärtsilä em fevereiro de 2021. As usinas de armazenamento de energia Madero e Ignacio fornecerão um valioso suporte de rede para o Conselho de Confiabilidade Elétrica do Texas (ERCOT), o órgão responsável pelo gerenciamento do fornecimento de eletricidade para mais de 25 milhões de clientes. A Wärtsilä fornecerá sua solução de armazenamento de energia GridSolv Quantum de última geração totalmente integrada. A solução modular foi projetada para facilitar a implantação e otimizar a energia sustentável. Os sistemas de armazenamento de energia também apresentarão a plataforma de gerenciamento de energia inteligente GEMS, da Wärtsilä, para monitorar e controlar o fluxo de energia, permitindo que esses projetos forneçam suporte à rede para períodos críticos, durante condições meteorológicas extremas, ou condições de instabilidade da rede, como as que o Texas experimentou recentemente. “A Able Grid selecionou a tecnologia Wärtsilä, entre outras considerações, por sua segurança crítica, e recursos de segurança cibernética. O sistema está em conformidade com todos os padrões aplicáveis, como UL9540A, para garantir operações sustentáveis, seguras e confiáveis. Além disso, o GEMS Power Plant Controller é baseado no código dos EUA, e atende a todos os padrões de segurança cibernética IEC62443”, comentou Sharon Greenberg, Diretor de Operações da Able Grid. “Os projetos Madero e Ignacio participarão do mercado atacadista de eletricidade existente, fornecendo serviços auxiliares essenciais necessários para a estabilidade da rede, incluindo regulação de frequência. O armazenamento de energia está se tornando rapidamente um ativo importante para os mercados globais de energia, e a Wärtsilä tem uma posição de liderança neste campo. No planejamento dessas instalações, fomos capazes de fornecer conhecimento sólido com base em nossa profunda experiência em armazenamento de energia, e isso agregou um valor considerável às nossas capacidades de otimização de energia”, disse Risto Paldanius, vice-presidente para as Américas da Wärtsilä Energy. Os contratos de desempenho de ativos com garantia Wärtsilä de dez anos dos projetos permitirão flexibilidade na manutenção e operação do sistema, a fim de maximizar a receita no mercado de ERCOT – e incluem serviços de manutenção, garantia de disponibilidade e garantia de capacidade flexível, com base no uso. Espera-se que os sistemas estejam totalmente operacionais, a partir de janeiro de 2022. A Able Grid fornecerá serviços de gerenciamento de construção e gerenciamento de ativos operacionais para a instalação, que pertence a um produtor privado, que atualmente está construindo vários projetos de armazenamento de energia em escala de serviço público, nos Estados Unidos.

Em fevereiro de 2021, o Grupo Wilo concluiu com sucesso a aquisição do Grupo Abionik, com sede em Berlim, e está ampliando sua competência como fornecedor de soluções em tratamento de água limpa. A Abionik atualmente emprega cerca de 170 pessoas, em onze locais de produção, e vendas na Europa e na Ásia. Entre outras empresas, o Grupo Abionik inclui a Martin Systems, a Likusta Umwelttechnik, e a Steinhardt, que são especializadas em tratamento de efluentes e gases de exaustão, bem como tratamento de águas pluviais e controle de enchentes. “Com a aquisição do Grupo Abionik, estamos diversificando nosso portfólio no segmento de gestão de águ,a de forma direcionada e perseguindo de forma consistente nosso alinhamento estratégico como provedor de soluções, no que diz respeito ao tratamento de água e esgoto. Com seu forte foco em produtos sustentáveis, e com eficiência energética, o Grupo Abionik compartilha totalmente nossos valores, como o vencedor do Prêmio Alemão de Sustentabilidade 2021. O clima mundial precisa de pioneiros. Na Wilo, afirmamos, não só promover o tema da eficiência energética, mas também ser um pioneiro na proteção do clima e digital. Estamos convencidos de que os produtos mais inteligentes são também aqueles com maior eficiência energética. Faz sentido então que a transformação digital, a eficiência energética e a proteção do clima estejam firmemente re l a c i o n a das”, explica Oliver Hermes, Presidente e CEO do Grupo Wilo. no 385

Petro & Química

11


Jornal

Governo do estado vai criar autoridade marítima fluminense

Firjan

Para debater ações de desenvolvimento socioeconômico do litoral fluminense, integrantes do Cluster Tecnológico Naval do estado do Rio se reuniram com o governador Cláudio Castro, no Palácio Guanabara, nesta semana. O grupo sugeriu a criação da “autoridade marítima”, no âmbito do governo, com a missão de articular ações para fomentar a chamada “economia do mar”. O governador deu 15 dias para o Cluster formatar a ideia em conjunto com a secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, e apresentar as propostas de ação do novo órgão. O Cluster, ligado à Firjan, existe desde 2019, e é formado pelas estatais federais Emgepron, Nuclep e Amazul, além da Condor Tecnologias não Letais, única empresa privada do grupo. Na reunião, foi apresentado o plano de ação, elaborado pelo Cluster para fomentar a chamada matriz insumo-produto do setor, que vai, da construção de navios e plataformas de petróleo, até o turismo marítimo, passando por temas, como a da compra de conteúdo nacional e a pesca artesanal. “As ações já estão mapeadas. O que falta hoje é uma coordenação e articulação com todos os atores envolvidos, governos federal, estadual e municipais, empresas e Assembleia Legislativa (Alerj), para fazer esse barco entrar no prumo”, afirmou o presidente da Engepron, almirante Edesio Teixeira. Ele lembrou que a falta de articulação política impediu o Rio de disputar a concorrência para a construção das quatro novas corvetas da Marinha, vencida em 2019, por um consórcio que se instalou no Porto de Itajaí, em Santa Catarina – o empreendimento está gerando seis mil empregos no estado do Sul. O governador fluminense disse que, desde a campanha de 2018, fala da importância da indústria naval e da economia do mar para o estado. “Como se diz na igreja, vocês estão pregando para um convertido. Deem-me a missão, que eu cumpro”, disse Cláudio Castro. Também participaram da reunião, o ex-comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa, o segundo vice-presidente da Firjan e o presidente da Condor, Carlos Erane Aguiar, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Vinicius Farah, e a deputada estadual Célia Jordão (Patriota), presidente da Comissão Especial de Indústria Naval da Alerj. “Precisamos retomar a força da indústria naval, dentro de um planejamento estratégico, com o apoio dos governos federal e estadual, e da Marinha do Brasil”, ressaltou Célia Jordão. Ela contou que, como presidente da comissão no parlamento estadual do Rio, já manteve reuniões com Petrobras, ANP, Firjan, Sinaval, secretaria de estadual de Desenvolvimento Econômico, conselho diretor do Fundo de Marinha Mercante, senadores, universidades, trabalhadores do setor, Engeprom e Cluster Tecnológico Naval, para ouvir e buscar um caminho integrado de desenvolvimento. 12

Petro & Química

no 385

Nuclep inaugura linha de produção de torres de transmissão

Nuclep/MME

A Nuclep – Nuclebrás Equipamentos Pesados – inaugurou sua Linha de Produção de Torres de Transmissão. Agora, a empresa poderá produzir, no auge, até 35.000 toneladas de estruturas metálicas, por ano. Esse volume possibilitará a instalação anual de 1.500 km de linhas de transmissão no país. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, representou o governo federal na cerimônia, na fábrica da companhia, em Itaguaí/RJ. O evento também marcou a entrega dos dois últimos acumuladores para a usina de Angra 3, de um total de oito. Os equipamentos são tanques com 14,2 metros de comprimento, e 22 toneladas, utilizados no resfriamento do sistema primário do reator nuclear. Também estiveram presentes à cerimônia Ilques Barbosa Junior – Comandante da Marinha; Marcos Sampaio Olsen – Diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha; Rubem Vieira – prefeito de Itaguaí; Haroldo Jesus – presidente da Câmara Legislativa de Itaguaí; Luiz Carlos Ciocchi – diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico; e Leonam Guimarães – presidente da Eletronuclear. “A nossa meta é aumentar a participação da energia nuclear em nossa matriz energética, posicionando o Brasil como ator internacional relevante nesse restrito mercado. E a Nuclep, como uma das primeiras empresas estratégicas de defesa nacional, dona do seu próprio terminal marítimo, e estrategicamente localizada às margens da Baía de Sepetiba, terá um papel proeminente nesta retomada do Programa Nuclear Brasileiro”, destacou o Ministro Bento Albuquerque.


Jornal

no 385

Petro & Química

13


Jornal

Santos Brasil dá início à operação no Terminal Saboó

Milhões para modernizar fábrica em Camaçari

A Santos Brasil começou a operar este ano o terminal logístico Saboó, localizado na margem direita do Porto de Santos. Com cerca de 42 mil m2 de área total dedicada ao recebimento, armazenamento e carregamento de carga geral e cargas de projeto, o terminal marca o início da nova fase de diversificação das atividades da Companhia, para setores que tenham sinergia com suas atuais operações. O contrato transitório foi assinado em 2020, a autorização da Receita Federal para operação saiu no dia 2 de fevereiro, e a primeira carga um transformador de 217 toneladas, com 12,4m de largura, por 3,82m de comprimento, e 4,7m de altura, primeira parte de um lote de duas unidades; ficou armazenada no Saboó, por cerca de 30 dias, até ser embarcada pelo cais público de Santos para a Flórida, nos Estados Unidos. Em janeiro deste ano, a Santos Brasil venceu outra licitação, para exploração de mais uma área transitória no Saboó, com 64 mil m², que será destinada à movimentação de contêineres vazios, além de carga geral e de projeto. O investimento nestes dois terminais faz parte do novo direcionamento da Santos Brasil, que prevê a diversificação e expansão da atuação da companhia para setores desassistidos, e que tenham sinergia com suas atuais operações, de forma a compor seu portfólio, e reforçar sua participação no mercado portuário, ampliando a conectividade com os serviços logísticos, ofertados à sua base atual e potencial de clientes. Em Santos, além dos terminais do Saboó, a Santos Brasil opera o Tecon Santos (terminal de contêineres) e o TEV (Terminal de Veículos), e conta com dois terminais alfandegados (Clias), estrategicamente posicionados em cada uma das margens do porto. Por meio da Santos Brasil Logística, a empresa atua na prestação de serviços de logística integrada in house e operações 3PL (Third-Party Logistics). Conta com uma frota de 130 caminhões, e responde por toda a coordenação de fluxo de carga entre a fábrica dos clientes e o porto de Santos; pela gestão de embarque e desembarque, do desembaraço aduaneiro, do estoque, dos armazéns que alimentam as linhas de produção, dos modais (com integração das atividades portuária, ferroviária e rodoviária), e a distribuição dos produtos. De acordo com Antônio Carlos Sepúlveda, presidente da Santos Brasil, o Saboó, por sua localização na entrada da cidade, é estratégico para o porto, e ideal para a movimentação de cargas de projeto, carregamentos com dimensão e peso de grandes proporções e fora de padrão, e de carga geral. É também muito importante para a descarga de fertilizantes, por ser a única área ainda disponível no porto público para esse tipo de carga. “Com os arrendamentos, reforçamos a nossa presença no porto de Santos para atividades além do contêiner, buscando sinergia com os nossos atuais clientes”, diz. Em novembro de 2020, a Santos Brasil levantou R$ 790 milhões com oferta primária de ações na B3. Os recursos foram destinados, prioritariamente, para viabilizar o crescimento da empresa, por meio de participação em novos arrendamentos de ativos portuários; verticalização e integração da cadeia logística portuária, a partir da plataforma da Santos Brasil Logística; e ampliação da participação na movimentação brasileira de contêineres.

A Tronox anunciou um investimento de R$ 36,5 milhões na sua fábrica do Polo de Camaçari, para modernização de equipamentos, desenvolvimento de projetos estratégicos, e atualizações nas áreas de segurança e meio ambiente.

14

Petro & Química

no 385

Divulgação

Esse é o maior investimento da área de projetos dos últimos anos. A planta baiana está recebendo o incentivo global de R$ 36,5 milhões, para a realização de projetos. O recurso irá proporcionar a implementação de 22 projetos novos, continuidade de 13 trabalhos que já estão em execução, e mais nove projetos que seguem em etapa de aprovação final. Um total de R$ 21 milhões será utilizado para substituições e aumento de vida útil de máquinas e equipamentos, utilizados para produção do TiO2 – elemento usado pelo setor de pigmentação, que faz com que a Tronox esteja presente nas principais marcas de tintas vendidas no mercado brasileiro: a empresa é a única produtora no Brasil, e a 2ª no mercado mundial. R$ 10,3 milhões devem atender os projetos estratégicos e de melhorias, e R$ 5 milhões serão aplicados em adequações de segurança e meio ambiente, com ações que visam a atender à legislação, e qualificar a segurança nos processos. Serão implementados 22 projetos novos, na unidade de Camaçari. “Esse aporte demonstra a confiança da Tronox global nas nossas operações, e a disposição para investir no Brasil, melhorando a produtividade, e trazendo mais segurança”, afirma Roberto Garcia, diretor-geral da Tronox Brasil. Vale destacar que a fábrica baiana é signatária do Programa Atuação Responsável, seu Sistema de Gestão Integrada é certificado pela ISO 9001:2015 e, como ressalta o diretor, “tem uma cultura interdependente de segurança, o que contribui para que se mantenha na faixa do zero acidente de trabalho, pois, segurança, para nós, é mais que prioridade, é um valor fundamental”.


Jornal

Produção inovadora de biocombustíveis na Refinaria do Danúbio Após vários anos de pesquisa e desenvolvimento, a MOL intensificou a cadeia de valor, e tornou-se produtora de biocombustíveis, na Refinaria do Danúbio. A bio-matéria-prima será coprocessada junto com materiais fósseis, aumentando a parcela renovável de combustíveis, e reduzindo a emissão de CO2 em até 200.000 toneladas / ano, sem afetar negativamente a qualidade do combustível. “O MOL Group tem sido um usuário de biocombustíveis, comprando mais de 500.000 toneladas de biocombustíveis (bioetanol e biodiesel) para mistura. Com este investimento, começamos a produzir diesel sustentável, pela primeira vez dentro do Grupo MOL, e nos tornamos produtores de biocombustíveis. Os benefícios são inúmeros, à medida que produzimos mais combustível sustentável, também ajudaremos a economia circular, através da reciclagem de resíduos. Em linha com nossa estratégia recentemente atualizada, “Shape Tomorrow”, estamos planejando produzir mais de 100.000 toneladas de biocombustível, até 2030”, disse Gabriel Szabó, vice-presidente executivo do MOL Group Downstream. A bio-matéria-prima é processada junto com o material fóssil na produção de combustível diesel. Óleos vegetais, óleos de cozinha usados e gorduras animais também podem ser usados para esse fim. Como resultado, o gasóleo produzido é parcialmente renovável, sem quaisquer alterações de qualidade, em comparação com o gasóleo produzido inteiramente a partir do petróleo bruto. A principal vantagem deste método é que o biodiesel resultante ainda pode ser misturado com um máximo de 7 % de combustível à base de bio-matéria-prima, de acordo com os padrões do diesel, permitindo que a bio-participação do gasóleo seja maior. A MOL começou o coprocessamento como um projeto de P&D, em 2012, com base nos resultados da pesquisa da Pannon University. Os tipos e requisitos de qualidade das matérias-primas processáveis foram determinados, e o investimento foi lançado em 2018. Isso incluiu o desenvolvimento da infraestrutura necessária para armazenar e processar os novos biomateriais. A operação experimental do novo processo começou em março de 2020, e está operando regularmente, desde maio. O bio-componente produzido usando este processo tem um potencial de economia de CO2 significativamente maior do que outro tipo de biocombustível, produzido a partir da mesma matéria-prima. Este projeto significa que até 200.000 toneladas de emissão anual de CO2 serão cortadas, o equivalente a uma cidade de 200.000 habitantes, mudando totalmente para energia solar. A meta é expandir ainda mais o tipo de resíduo que pode ser usado como matéria-prima no processamento, para obter uma economia ainda melhor de CO2 do produto.

Instituto Militar de Engenharia leva Shell Ecomarathon 2021

Focada no presente e nas soluções de mobilidade sustentáveis que já estão à disposição, a Equipe Eco IME Racing, do Instituto Militar de Engenharia (IME), foi a grande vencedora da última etapa da Shell Eco-marathon 2021, chamada “Road to 2050”. Nesta fase, os estudantes foram encorajados a pensar no futuro da mobilidade, produzindo um vídeo de 30 segundos, respondendo à pergunta: como deve ser a mobilidade no futuro? A equipe do IME destacou a importância do desenvolvimento e popularização de tecnologias limpas já disponíveis, como veículos elétricos e trens de levitação magnética. Em votação aberta pela internet, os estudantes cariocas venceram entre os competidores das Américas, sendo credenciada à disputa mundial, onde também saiu vencedora. “Esse é um resultado que nos enche de orgulho, pois, mostra a grande capacidade dos nossos alunos e universidades, competindo em igualdade com instituições renomadas de todo o mundo. Esperamos que seja um incentivo para que tenhamos um número maior de participantes nacionais, fazendo com que o Brasil seja uma presença ainda mais marcante nesta competição, em busca da sustentabilidade”, destaca Leíse Duarte, assessora de Investimentos Sociais da Shell Brasil. Promovida pela Shell, a competição global focada em eficiência energética foi adaptada ao atual cenário e, em 2021, lançou uma temporada virtual, composta de mini-desafios que engajaram centenas de estudantes em todo mundo. Cada etapa valia pontos para o resultado final da Shell Eco-marathon. no 385

Petro & Química

15


Jornal

Pesquisa da Abimapi mostra impactos da Pandemia no transporte marítimo internacional

Com drones, Terminal Portuário avança em eficiência e segurança

O transporte marítimo, parte essencial para as empresas brasileiras exportadoras, tem sido duramente impactado na Pandemia, especialmente desde o 1º trimestre de 2021. De acordo com dados da pesquisa, conduzida pelo projeto setorial Brazilian Biscuits, Pasta and Industrialized Breads & Cakes, mantido pela Abimapi – Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados –, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), as empresas esperavam, em média, 26 dias, entre solicitação de reserva de carga e o efetivo embarque, e agora levam 33 dias, ainda assim há casos extremos de realizarem a reserva e, em 20 dias, prosseguiam com o embarque, e agora levam 50 dias. Em relação aos valores do frete marítimo, as empresas sentiram incremento de 62% nos custos de embarque. “Com crescimento da demanda na Pandemia e a demora, o aumento de custos nos embarques prejudica o desempenho, cerca de 50% das nossas Associadas já perdeu exportações”, explica Rodrigo Iglesias, Diretor Internacional da Abimapi. Rodrigo ressalta que grandes empresas e multinacionais, como fazem embarques constantes, acabam tendo uma certa prioridade, na hora de realizar o serviço de entrega dos alimentos, enquanto as pequenas e médias empresas, que não têm uma regularidade mensal para os embarques, acabam sendo prejudicadas. “Trabalhamos com alimentos essenciais para a população, por isso, a urgência em medidas, que tornem o processo mais assertivo e funcional, é fundamental”, completa. Mais de 80% das empresas exportadoras utiliza contêineres 20’ Dry, 40’ Dry ou 40’ High Cube. O destaque vai para contêineres 20´ Dry, que, sozinhos, respondem por mais de 40% da demanda exportadora. Tal concentração nesse tipo de equipamento para embarque de cargas pode explicar o motivo da empresa ter dificuldade de encontrá-los, além da espera para o carregamento pode ser grande e custosa. Entre os Países com maiores dificuldades no embarque estão: Arábia Saudita; Canadá; China; Colômbia; Emirados Árabes; Estados Unidos; Kuwait; Japão e Venezuela A maioria das cargas estão nos estados de São Paulo (35%), Rio Grande do Sul (24%), Paraná (13%) e Santa Catarina (10%). São Paulo e os estados do Sul somam 82% do total do país. Qual a consequência? Os portos de Santos (41%), Rio Grande (24%), Paranaguá (10%) e Navegantes (10%) concentram 85% dos carregamentos de todo o Brasil. “Mais disponibilidade de datas para embarque, aumento da frota de navios para atendimento da demanda mundial, e disponibilizar mais navios e containers para regular demanda e oferta, são algumas das soluções para a melhoria de custos e condições do embarque das mercadorias”, completa Rodrigo.

Garantir mais segurança, reduzir o tempo da operação portuária, e ganhar produtividade estão entre os benefícios dos drones, que passaram a ser utilizados no Terminal Portuário São Luís (TPSL), operado pela VLI, companhia de soluções logísticas, que integra terminais, ferrovias e portos, responsável pela circulação de trens, entre o Maranhão e o Tocantins. A ideia nasceu em 2019, foi implantada no ano seguinte, e mostra bons resultados desde então, otimizando o carregamento dos navios na capital maranhense. De acordo com o inspetor de Operação Multimodal, Tércio Máximo, os drones são utilizados no processo de arqueação dos navios (leitura do calado). Essa operação é fundamental para dar segurança ao carregamento da embarcação. Os aparelhos sobrevoam ao redor do navio, e fazem o que antes era realizado por um funcionário, a bordo de uma lancha. Os ganhos com o sistema de drones podem ser medidos pela redução do tempo de operação, e eliminação da necessidade de aluguel de lanchas. Sem os equipamentos, a leitura do calado consumia, pelo modelo tradicional, até uma hora, período em que a operação ficava parada. Agora, é possível realizar o mesmo trabalho em apenas 25 minutos, e com total segurança. “De uma só vez, reduzimos o custo da operação, pois, eliminamos o aluguel da lancha, tornamos o trabalho mais seguro, pois, o arqueador não precisa mais se deslocar até a lancha, e diminuímos o tempo da arqueação”, explica Tércio. Além disso, o processo traz mais precisão ao carregamento do navio. Segundo Tércio, o valor investido na aquisição de dois drones foi recuperado, no primeiro mês de operação, com o novo sistema. A busca por inovação é uma constante na empresa, por meio do Inova VLI, programa criado há três anos, e que atua em três frentes: detectar tendências tecnológicas, inovação aberta, e foco na colaboração com startups, universidades, grandes empresas, entre outros agentes. O uso de drones no TPSL é uma das iniciativas desse programa. A ideia, segundo Tércio, era apresentar algum projeto inovador na área, que apresentasse, como resultado, ganho de tempo, produtividade e segurança. Daí surgiu a ideia de passar a usar os equipamentos para leitura de calados.

16

Petro & Química

no 385


Jornal

Tribunal Marítimo completa 87 anos, com ênfase na modernização O Tribunal Marítimo (TM) realizou Sessão Solene, presidida pelo Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, em comemoração aos 87 anos de sua existência, completados no dia 5 de julho. A Sessão foi realizada com público restrito, em virtude das medidas de proteção para o enfrentamento da Covid-19 – e transmitida ao vivo, pelo canal do TM no Youtube. Atuante desde 1934, a “Corte do Mar” é uma instituição que prima pela tradição, mas isso não impede seu avanço, em consonância com a disrupção tecnológica característica da atualidade, e, mesmo diante dos desafios interpostos pela Pandemia causada pela Covid-19, desde o último ano. Alinhado com o Comando da Marinha, e na esteira do Poder Judiciário, o TM não parou. Durante a Sessão, o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Garnier, o Juiz Marcelo David Gonçalves, representando os Juízes do TM, a Capitão de Corveta (T) Paula de São Paulo Nunes Bastos Ribeiro, representando a Procuradora Especial da Marinha, e o Dr. Iwam Jaeger, representando os advogados que labutam na “Corte Marítima”, enalteceram, por meio de seus discursos, os 87 anos de atividades do TM, em prol da Justiça e Segurança da Navegação. Em seu discurso, o Comandante da Marinha afirmou a importância do Tribunal Marítimo para a segurança da navegação, e parabenizou as ações referentes a modernização da Corte. “Reafirmo meu reconhecimento pela firme atuação desta casa, e a plena contribuição ao Poder Marítimo. A atuação do Estado, na forma de leis e normas fortes, e na condução de ações educativas e medidas de dissuasão devem caminhar conjuntamente, com o firme posicionamento desta egrégia Corte”. O Almirante Garnier reforçou a dedicação e o honrado conceito que o Tribunal desfruta, junto ao Poder Judiciário e à Comunidade Marítima. Em sua Ordem do Dia, o Juiz-Presidente do Tribunal Marítimo, Vice-Almirante, Wilson Pereira de Lima Filho, ressaltou que o momento enfrentado mundialmente apontou a relevância do binômio navio x porto, e consequentemente do mar, para o nosso país. O Presidente destacou ainda a exitosa trajetória deste Tribunal, e a modernização alcançada pela Corte nesse último ano, “fruto do elevado nível de profissionalismo e comprometimento dos militares e servidores civis, que não mediram esforços para prestar o melhor serviço à sociedade e ao país, principalmente neste período de pandemia”. A “Corte Marítima” realizou a primeira Sessão por videoconferência de sua história, no dia 22 de Abril de 2020. Em agosto, retornaram as sessões presenciais, intercaladas com as realizadas por videoconferência. Em de 1° de outubro de 2020, foi realizada a primeira sustentação online de um advogado, durante julgamento presencial ocorrido no plenário desta Corte Marítima, localizada no Rio de Janeiro. Outro marco importante deste último ano, no enfoque das inovações alcançadas

Divulgação

em sua história, foi a realização da primeira distribuição de processo por meio do Sistema Eletrônico de Informações (SEI-TM), em 12 de novembro de 2020. A necessidade de criar uma prestação de serviços adequados, otimizados e transparentes, fez com que os recursos computacionais fossem utilizados em vários tribunais do país, a partir da prática de atos processuais eletrônicos, e do documento eletrônico. Dentre as capacidades do Sistema, estão o acompanhamento de processos online, e a assinatura de documentos por usuários internos e externos ao Tribunal, o que automatiza todas as etapas do processo, e reduz o tempo de tramitação. Essas capacidades permitirão o aumento da produtividade, e a diminuição do uso do papel no trâmite de processos e, neste período de pandemia, possibilita aos representados ou advogados das partes peticionarem em qualquer computador, ou até mesmo pelo celular, facilitando o acesso aos autos, sem sair de casa. Todos os setores produtivos do Brasil e do mundo tiveram de alterar radicalmente seus procedimentos, pois, a Pandemia impôs novos paradigmas de gestão. “Em que pesem os sinais positivos do atual Governo, no tocante à valorização do que denomino ‘Binômio Navio-Porto’, a sociedade, de uma forma geral, ainda não despertou para a importância do cluster marítimo para o nosso país. Talvez este momento de pandemia, aliado aos ventos favoráveis que sopram para o setor marítimo, seja uma excelente oportunidade para a necessária valorização do mar, e daqueles profissionais que nele, ou junto a ele, trabalham”, ressalta o Presidente do Tribunal, Vice-Almirante Wilson Pereira de Lima Filho. É importante ressaltar que o Tribunal Marítimo atua no âmbito administrativo, por isso, as penas aplicadas pela Corte são todas nessa esfera. Pela lei 2.180, de forma geral, o Tribunal Marítimo pode aplicar diversas penalidades, e a decisão do TM subsidia o juiz togado em sua decisão, dentro de um processo Divulgação judicial. Entre as penas, pode haver repreensão, medida educativa afeta à segurança da navegação, suspensão de pessoal marítimo, interdição para o marítimo exercer alguma função, pode inclusive cancelar matrícula profissional, e também a carteira de amador. O TM pode suspender, ainda, dependendo do caso, o tráfego de uma embarcação, cancelar o registro de armador, e aplicar multas, penas pecuniárias. O “novo normal” tem trazido mudanças significativas, e o TM se preparou para tal. Por incrível que possa parecer, após a Pandemia, a Corte do Mar estará muito melhor: mais informatizada e conectada, terá sua força de trabalho readequada, haverá um maior cuidado com a prevenção de doenças contagiosas, e a valorização ainda maior do convívio social. O JuizPresidente enfatiza que a superação que caracterizou o TM, em tempo de pandemia, só foi possível em virtude do comprometimento e resiliência de sua tripulação, e o apoio inconteste da Marinha do Brasil. no 385

Petro & Química

17


Jornal

Kongsberg vai explorar o uso da solução SaaS com a ExxonMobil

Kongsberg e Exxon assinaram, recentemente, um acordo, que inclui a avaliação do Kognitwin Energy, uma solução digital gêmeo contextualizada, contendo simulação dinâmica e recursos de colaboração. Os esforços iniciais serão focados em um novo ativo no portfólio da ExxonMobil na Guiana. Kognitwin Energy é a plataforma digital dupla de software, como serviço da Kongsberg Digital, que permite às operadoras integrar e contextualizar dados de seus sistemas de TI e OT, e permitir processos avançados e simulação de fluxo, para impulsionar níveis mais elevados de desempenho e colaboração de ativos. As operadoras aplicam a Kognitwin Energy, para conduzir uma agenda de transformação estratégica que permite que sua força de trabalho reimagine a forma como trabalham, por meio digital. Além de dados, fluxos de trabalho e simulação, a Kognitwin Energy permite um ecossistema aberto de aplicativos, por meio de uma abordagem de integração orientada por API, enraizada em um princípio de padrões abertos e inovação democratizada. A Kongsberg Digital está aproveitando sua experiência de trabalho com a ExxonMobil, onde, entre outros itens, implantou modelos de simulação dinâmica, em tempo real, aproveitando suas principais tecnologias de simulação dinâmica K-Spice Dynamic Process Simulation Platform, e LedaFlow Advanced Transient Multiphase Flow Simulator. Hege Skryseth, presidente da Kongsberg Digital, acrescenta “A Kongsberg Digital está extremamente satisfeita em construir nosso relacionamento com a ExxonMobil, como usuário da Kognitwin Energy, e abraçamos totalmente a oportunidade de trabalhar juntos, na capacitação digital das operações na Guiana”. 18

Petro & Química

no 385

Agricultura inteligente recebe luz verde global A joint venture entre a Bosch e a Basf Digital Farming, para comercializar e vender tecnologias agrícolas inteligentes de uma única fonte, recebeu a aprovação de todas as autoridades de controle de fusões relevantes, e foi registrada como Bosch Basf Smart Farming (BBSF) GmbH. Um marco importante, o BBSF, desde então, estabeleceu sua sede em Colônia, Alemanha, e nomeou diretores executivos experientes, como Silvia Cifre Wibrow, da Basf, e Florian Gwosdz, da Bosch, para liderar conjuntamente a empresa. A empresa distribuirá sua solução Smart Spraying, que a Bosch e a Basf estão desenvolvendo e testando, para os mercados iniciais na América do Norte, América do Sul e Europa. Sua solução de plantio inteligente já está disponível comercialmente no Brasil e na Argentina, e usará a inteligência agronômica digital avançada da plataforma de otimização de safra xarvio, da Basf, para aprimorar as recomendações de semeadura por zona, em um futuro próximo, no Brasil. A solução Smart Spraying oferece, em tempo real, identificação e gestão automatizada de ervas daninhas pré-emergência (“verde-sobre-marrom”) e pós-emergência (“verde-sobre-verde”), dia e noite. A combinação da tecnologia de sensor de câmera de alta tecnologia e software da Bosch com a inteligência agronômica do xarvio permite a Smart Spraying em milissegundos, para detectar, com precisão, ervas daninhas nas fileiras da plantação, e aplicar herbicida somente onde necessário. Sua configuração única suporta um uso mais eficiente de herbicida, com testes que mostram uma economia de volume de herbicida de 70%. Economias maiores também são possíveis, com a variabilidade dependente das condições de campo prevalecentes, e da pressão das ervas daninhas de campos individuais. “Alcançamos outro marco importante no recebimento da aprovação do controle de fusões, e fizemos um progresso considerável nos últimos meses. Estabelecemos a nova empresa juntos, construímos a nova equipe, e continuamos a testar nossos produtos com sucesso, em diferentes condições climáticas, com vários fabricantes”, disse Florian Gwosdz, diretor administrativo adjunto da Bosch Basf Smart Farming. “Nossa solução de pulverização inteligente continua a retornar resultados de teste consistentes e positivos, o que mostra claramente a combinação de nosso hardware, software, e resultados de lógica agronômica avançada.” “Com o Smart Spraying, estamos trazendo uma nova solução digital para o mercado, e uma nova abordagem para o manejo de ervas daninhas – um modelo de otimização de volume, que aumenta a lucratividade da fazenda, por meio de um uso mais preciso e eficiente de herbicida”, disse Silvia Cifre Wibrow, diretora-gerente ad Bosch Basf Smart Farming. “A capacidade única do Smart Spraying, de ver, decidir e pulverizar, com base na inteligência agronômica, não é boa apenas financeiramente para os agricultores, mas é boa para o meio ambiente, a sustentabilidade e a biodiversidade.”


Jornal

Oportunidades de negócios para apoio marítimo com Nova Lei do Gás

Com a nova Lei do Gás, sancionada em 8 de abril, o gás natural liquefeito (GNL) passa a ter papel relevante no mercado nacional. Entre as principais vantagens do combustível, estão os preços competitivos, além da flexibilidade de origem. E as oportunidades nessa indústria também trazem bons ventos para o setor de apoio portuário. A Wilson Sons, maior operadora de logística marítima e portuária do mercado brasileiro, está preparada para atender o crescimento desse mercado. No último ano, a divisão de Rebocadores da Companhia realizou mais de 25 operações especiais, que incluíram serviços ao setor de gás natural ou GNL, como o apoio a navios gaseiros e FSRUs (sigla em inglês para Unidade de Armazenamento e Regaseificação de Gás Natural), bem como ao setor de O&G, no apoio às FPSOs e sondas de perfuração. “Hoje, temos uma frota de 80 rebocadores, a maior do Brasil, espalhados por toda a costa brasileira. Quatro são modelos escort tug, de grande potência, e aguardamos uma nova série de seis novas unidades dessa classe, que começaram a ser construídas este ano, no estaleiro da Companhia no Guarujá/SP”, conta Elísio Dourado, diretor comercial da divisão de Rebocadores da Wilson Sons. Os rebocadores da Wilson Sons atuam em operações ship to ship, para abastecimento do terminal. São operações de grande complexidade, e exigem um alto nível de se-

TDM - Transmissor de Densidade *Online de Alta Precisão

gurança, com planejamento e treinamento adequados. Hoje, a unidade de negócios de Rebocadores tem status de classe mundial em segurança, com base em padrões definidos pela Du Pont, consultoria referência no setor. Nos últimos dois anos, foram realizadas 14 campanhas, voltadas para SMS, e acumuladas mais de 75 mil horas de treinamento. A empresa conta também com a Central de Operações de Rebocadores (COR), que monitora as embarcações 24 horas por dia, 365 dias por ano, e utiliza tecnologias como Inteligência Artificial, big data, entre outras. Os terminais de GNL também são vistos, no Brasil, como uma alternativa para a monetização de gás do Pré-sal. Dados do IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo – mostram que a nova Lei do Gás pode gerar investimentos de até R$ 17,1 bilhões, para construção de Unidades de Processamento de Gás Natural e Terminais de GNL. Outra oportunidade são os projetos envolvendo a cabotagem e a comercialização do GNL em pequena escala. O objetivo é atender a demanda de gás no interior do País, onde não há gasodutos para levar o combustível. Para Elísio, o mercado de gás natural brasileiro está passando por uma grande transformação, com um potencial de investimentos na geração de energia termelétrica, na indústria como matériaprima, na substituição do diesel e óleo combustível. “O gás natural tem papel significativo para a diversificação da matriz energética brasileira, e é chave para a transição para uma economia de baixo carbono”, ressalta.

Medidor Mássico Axiom MMF

VCDM - Válvula de Controle Digital

Axiom MFC

*Preset Eletrônico

NOVO!

SOLUÇÕES INTEGRADAS EM MEDIÇÃO DE LÍQUIDOS E GASES

OI-MV - Medidor Volumétrico

*Vazão e Preset Integrados

Turbina MTF Dispenser GNV

NOVO! NOVO!

MEMBER

FALE COM A METROVAL

no 385 vendas@metroval.com.br

+55 19 2127 9400

Integradas em Medição de Fluídos Petro &Soluções Química 19

metroval.com.br

/metroval


Empresas & Negócios

EDF Norte Fluminense fecha contrato para operação e manutenção da UTE Marlim Azul A EDF Norte Fluminense, uma das subsidiárias brasileiras do grupo francês Electricité de France – EDF, acaba de fechar um contrato com a Arke Energia, formada pelo Pátria Investimentos (50,1%), Shell (29,9%) e Mitsubishi Power (20%), para realizar a operação e a manutenção da Usina Termelétrica (UTE) Marlim Azul, em Macaé/RJ, pelos próximos 10 anos. A parceria prevê apoio na construção, operação e manutenção (O&M) da usina. O suporte de O&M potencializa as capacidades técnicas dos parceiros, com mão-de-obra especializada e serviço de monitoramento remoto global, para maximizar a disponibilidade e performance da planta. O trabalho será executado pela EDF Norte Fluminense Serviços, que oferece soluções de operação e manutenção para usinas termelétricas e hidrelétricas. O Grupo EDF já presta um serviço consagrado e reconhecido internacionalmente na operação de plantas de terceiros, sendo a UTE Marlim Azul o primeiro projeto de operação e manutenção da EDF Norte Fluminense em um ativo, sem participação do Grupo EDF no Brasil. Com 17 anos de experiência em usina de ciclo combinado a gás (CCG) no Brasil, a companhia vai usar sua expertise no país, a experiência internacional, e sua cultura de segurança, para gerar os melhores resultados e soluções à nova usina. “Esse é um passo estratégico fundamental para a EDF Norte Fluminense, na diversificação de seu portfólio. Pretendemos continuar oferecendo nossos serviços de operação e manutenção a outros ativos, e assim reforçar a nossa presença industrial e contribuir com a modernização do setor elétrico brasileiro”, diz Emmanuel Delfosse, presidente da EDF Norte Fluminense. Um dos grandes diferenciais do contrato é que, em adição ao monitoramento remoto das Turbinas a Combustão da Mitsubishi Power, a EDF também está implementando o e-Monitoring, serviço de monitoramento remoto, que contará com o envolvimento de profissionais da matriz da EDF, na França. Uma equipe altamente qualificada, formada por engenheiros e especialistas de materiais, irá monitorar o funcionamento da usina, trazendo uma visão internacional para o projeto. A EDF já monitora outras plantas desta forma, em países como Vietnã, Inglaterra, Bélgica, e a própria usina de Macaé. “A EDF Norte Fluminense é referência em performance e tem, no seu DNA, a cultura do resultado e a eficiência. Nosso

20

Petro & Química

no 385

Arke Linkedin

objetivo é replicar nossa filosofia de operação e manutenção para a Marlim Azul, trazendo excelência para a nova usina, em meio ambiente, segurança, qualidade e disponibilidade técnica. Vale destacar que a EDF Norte Fluminense tem certificação tripla em qualidade, meio ambiente e segurança”, explica Jean-Philippe de Oliveira, diretor de Operações da EDF Norte Fluminense. Localizada a aproximadamente 10 km da UTE Norte Fluminense, a UTE Marlim Azul é uma usina do tipo CCG, e foi o primeiro projeto vencedor dos leilões de energia com gás do Pré-sal brasileiro, com um dos custos variáveis unitários (CVU) mais competitivos entre as usinas a gás. Com capacidade de gerar 565 MW de energia, o empreendimento também será o primeiro a utilizar a turbina a combustão da Mitsubishi Power com tecnologia M501JAC no Brasil, e tem a expectativa de despacho de mais de 80%, o que permitirá complementar a intermitência da geração renovável, com a exploração das reservas de gás natural do Pré-sal. A expectativa é de que a planta entre em operação no final de 2022, produzindo energia para abastecer o equivalente a 2 milhões de domicílios. “A Arke é pioneira na transformação do gás do Présal brasileiro em energia elétrica, e veio para consolidar o novo mercado de gás. Nosso primeiro projeto, a UTE Marlim Azul demonstra que é possível gerar energia elétrica a preços competitivos, a partir do gás natural. O projeto está em plena fase de implantação, e prima pela excelência em todos os seus aspectos, unindo a expertise de investimentos do Pátria, o gás fornecido pela Shell e a turbina da Mitsubishi Power. A parceria com a EDF Norte Fluminense é importante, porque assegurará a continuidade dessa cultura de excelência, também para a operação segura e eficiente da planta”, diz Bruno Chevalier, CEO da Arke. Para a Arke, outro aspecto determinante na contratação da EDF Norte Fluminense foi seu relacionamento próximo com a comunidade de Macaé, consolidado ao longo de mais de 15 anos de atuação na região.


Empresas & Negócios

Combustível 100% sustentável com avião comercial de passageiros A Airbus, junto ao centro de pesquisa alemão DLR, a Rolls-Royce e o fabricante de combustível sustentável, Neste, lançou o primeiro estudo de emissões em voo com combustível de aviação 100% sustentável (Sustainable Aviation Fuel, SAF), em um avião comercial de fuselagem larga. O time de especialistas se uniu para dar início ao projeto pioneiro “Emission and Climate Impact of Alternative Fuels” (ECLIF3), que estuda os efeitos de 100% de SAF nas emissões e no rendimento dos aviões. Os resultados do estudo – que será realizado em terra e no ar utilizando um Airbus A350-900 propulsado por motores Rolls-Royce Trent XWB – servirão de apoio aos esforços atualmente empenhados pelas companhias, que buscam garantir a preparação do setor de aviação para o uso em grande escala do combustível sustentável, como parte da ampla iniciativa de descarbonização da indústria. Os testes dos motores foram iniciados nas instalações da Airbus, em Toulouse (França), incluindo um primeiro voo para comprovar a compatibilidade operacional do uso de 100% de SAF com os sistemas da aeronave. Em seguida, vão ocorrer os testes de emissões em voo, que se iniciarão em abril e retomados no outono, utilizando a aeronave Falcon 20-E da DLR, para executar medições que investiguem o impacto do uso do combustível sustentável nas emissões. Enquanto isso, em terra, serão realizadas outras análises para mensurar as emissões de partículas, e determinar o impacto ambiental do uso de SAF nas operações aeroportuárias. Tanto os testes em voo, quanto em terra, vão comparar emissões do uso de 100% de SAF, produzido com tecnologia HEFA (Ésteres e Ácidos Graxos Hidroprocessados), contra os de querosene fóssil, com baixo teor de enxofre. O combustível sustentável será oferecido pela Neste, uma das principais fornecedoras mundiais. Já as medições e análises adicionais para caracterização das emissões de partículas durante os testes em terra ficarão a cargo da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá. “O SAF é uma parte vital da meta da Airbus de descarbonizar a indústria de aviação e estamos trabalhando, lado a lado com uma série de parceiros, para assegurar um futuro sustentável para o transporte aéreo. Atualmente, os aviões só podem funcionar com uma mistura máxima de 50% de SAF e querosene fóssil; esta parceria permitirá, não apenas entender como os motores de turbina a gás funcionam utilizando

100% do combustível sustentável visando à certificação, mas também identificar as possíveis reduções de emissão e os benefícios ambientais de utilizar tais combustíveis em voo com uma aeronave comercial”, afirma Steven Le Moing, diretor do Programa de Novas Energias da Airbus. Ao investigar o uso total do SAF, o grupo está levando o estudo sobre o desenho do combustível, e o impacto climático da aviação a um outro patamar. Em campanhas de pesquisa anteriores, já puderam demonstrar o potencial de redução de fuligem, entre 30% e 50%, em mesclas de combustíveis alternativos; esperam que esta nova campanha mostre que este potencial é ainda maior. A DLR já conduziu uma ampla pesquisa sobre análises e modelagem, além de realizar testes em terra e no ar, com combustíveis alternativos, utilizando o avião Airbus A320 ATRA em 2015 e, em 2018, junto com a NASA. No mundo pós-Covid-19, as pessoas vão querer se conectar novamente, mas de modo sustentável. No caso das viagens de longa distância, isso acarretará o uso de turbinas a gás durante as próximas décadas: o SAF é essencial para a descarbonização destas viagens. “Estamos orgulhosos em contribuir para este projeto de mensuração dos amplos benefícios do SAF, em comparação com o combustível fóssil para aviões, e proporcionar os dados que apoiam o uso do combustível sustentável em concentrações maiores que 50%. Uma análise verificada de forma independente demonstrou que o combustível de aviação sustentável da Neste proporciona uma redução de até 80% nas emissões de gases de efeito estufa, comparado ao uso de combustíveis fosseis, levando em conta todo o ciclo de vida da aviação; este estudo vai esclarecer os benefícios adicionais do uso de SAF”, complementa Jonathan Wood, vicepresidente da Neste para Europa, no setor de aviação sustentável. no 385

Petro & Química

21


Empresas & Negócios

Unipar mais que dobra o lucro líquido em 2020 A Unipar reportou os resultados financeiros de 2020, e os destaques ficaram por conta do lucro líquido, que atingiu R$ 370 milhões no ano, com o EBITDA na casa de R$ 1 bilhão, e a utilização da capacidade instalada das operações de cloro/ soda em seus 3 sites industriais de 78%, 5 pontos percentuais acima de 2019. A empresa também encerrou o ano passado com receita líquida de R$ 3,8 bilhões, o que representa crescimento de 26,9%, comparado aos 12 meses de 2019. O lucro bruto, em 2020, teve alta de 63,4% em relação a 2019 e atingiu R$ 1,3 bilhão. O lucro líquido, em 2020, alcançou a marca de R$ 370,2 milhões. O EBITDA atingiu R$ 946,5 milhões, representando uma margem sobre a receita de 25%. Uma operação mais sólida e sustentável permitiu à Unipar obter uma geração de caixa robusta, cumprir seu cronograma de amortização de dívidas, terminar o ano com caixa de R$ 1,1 bilhão, e saldo negativo em sua dívida líquida. Por avaliar constantemente a melhor estrutura e alocação de capital, a diretoria da Unipar está submetendo à aprovação, em sua próxima Assembleia Geral de Acionistas, uma proposta de distribuição de dividendos, no total R$ 111,7 milhões, sendo R$ 15,3 milhões, oriundos do lucro líquido de 2020 – distribuição complementar do resultado de 2020 – e R$ 96,4 milhões de dividendos extraordinários para adequação das reservas, em relação ao capital social. Os resultados favoráveis em 2020 foram possíveis, graças a nova estratégia corporativa da Unipar, que tem como principal objetivo a continuidade do crescimento sustentável da companhia com o compromisso de desenvolvimento e proximidade dos colaboradores, comunidades, parceiros de negócio e responsabilidade com o meio ambiente, saúde e segurança. A estratégia de crescimento foi traduzida para implementação em quatro importantes alicerces da Unipar: Pessoas, sustentabilidade, excelência operacional e foco no negócio do cliente, que, juntamente a questões conjunturais, como a forte demanda de PVC no segundo semestre e a desvalorização do Real, elevaram a posição da Unipar e garantiram os resultados divulgados. Em cada pilar, uma definição tática coerente ao novo momento da empresa e ambições de futuro. Uma real preparação para o crescimento permitiu uma gestão ágil e assertiva de crise, durante os meses de grande criticidade da Pandemia. “O novo modelo de gestão e mentalidade na Unipar foram decisivos, criando um senso de urgência e uma mobilização imediata da organização, para passar pelos meses mais desafiadores de pandemia, onde definimos como objetivos: cuidar das equipes e seus familiares, apoiar a sociedade com informação e doação produtos para higiene e limpeza, e garantir a continuidade operacional de nos-

22

Petro & Química

no 385

sas fábricas por nosso compromisso de manter o abastecimento de produtos essenciais para a vida das pessoas, e o combate ao Covid-19”, comenta Mauricio Russomanno. A Unipar concorre no mercado internacional com países que têm uma estrutura de custos e acesso a matérias primas e insumos mais econômicos, como energia elétrica e etileno. A assinatura da Joint Venture com a AES, para a construção de um parque eólico no estado da Bahia, no município de Tucano, garantirá acesso à energia elétrica, de origem renovável e a um menor custo. Com Foco no Negócio do Cliente, a Unipar se estruturou para dar suporte e atender aos diferentes perfis e necessidades de clientes, principalmente durante a Pandemia, apoiou com financiamentos dos recebíveis, na gestão dos estoques, no fornecimento dos produtos essenciais para manter a continuidade das operações do setor, e combater o Covid-19. Toda a área comercial e industrial da companhia trabalhou para garantir disponibilidade, e buscar soluções ágeis, a cada desafio colocado pelo mercado. Assim, a companhia foi capaz de atender a base atual e novos clientes nas áreas de atuação. Todas essas iniciativas e outras têm contribuído para que a Unipar atue de forma cada vez mais sustentável. A empresa manteve a saúde financeira, com baixo nível de endividamento e elevada liquidez, e agiu prontamente para passar pelos momentos mais adversos da crise, com uma gestão rigorosa dos custos. Além disso, também trabalhou em colaboração com os seus fornecedores, inclusive no aspecto financeiro, para garantir a fornecimento e continuidade das operações. A empresa apoiou as comunidades onde está presente, com doações de produtos avaliados em R$ 14 milhões, no período mais crítico da Pandemia, e investiu R$ 4 milhões em projetos sociais, com impacto direto em mais de 10 mil pessoas no segundo semestre. “Temos um papel e responsabilidade junto a sociedade e, por isso, avaliamos os nossos resultados e sucesso, além do retorno financeiro. Investimos nas comunidades no entorno de nossas operações, para ajudar no seu desenvolvimento, e retribuir o que recebemos”, reforça Mauricio. A excelência operacional também se demonstrou presente nos resultados de 2020. A utilização da capacidade produtiva de químicos (cloro/soda) ficou em 78%, cerca de 5% acima da observada em 2019. A planta de Cubatão/SP, focada na produção de cloro e soda, registrou uma utilização de 82%. As plantas de Santo André/SP e Bahía Blanca (Argentina), que são produtoras de cloro, soda e PVC, registraram números consistentes, com utilização da capacidade instalada de 80% e 65%, respectivamente, resultados que refletiram a alta confiabilidade destas unidades industriais. “Estamos confiantes de que estamos no caminho certo, e nossa transformação em direção ao futuro já demonstra os


Empresas & Negócios primeiros resultados. Estamos trabalhando para aumentar a proximidade junto a nossas equipes, comunidades e parceiros de negócio, e temos um forte compromisso com nossos acionistas e toda a sociedade, pois, acreditamos que somente com uma atuação abrangente e colaborativa conseguiremos atingir nossa ambição de continuar crescendo de forma sustentável”, finaliza Russomanno. No negócio de commodities, uma vez que formação de preços ocorre no âmbito internacional, a gestão de custos é imprescindível para o sucesso da empresa. Devido ao intenso consumo de certos insumos, buscar a competitividade da indústria com sustentabilidade frente aos competidores internacionais é fundamental para o sucesso do negócio. Um dos principais insumos para a produção de cloro e soda cáustica é a energia elétrica. Pensando na redução desses

custos com sustentabilidade, a Unipar anunciou, em janeiro de 2020, a criação de uma joint venture para construção de um parque eólico na Bahia, em parceria com a AES Brasil. O projeto prevê a instalação de uma planta de energia eólica, nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci, com capacidade instalada de 155 Megawatts (MW). Com o término de implantação previsto para o 2º semestre de 2022, o empreendimento permitirá comercializar metade da produção (78 MW) prevista para a planta, dos quais 60 MW já estão contratados pela própria Unipar. Desta forma, a UNIPAR conseguiu combinar o consumo de energia elétrica de origem renovável, para seu negócio e para os consumidores do Ambiente de Contratação Livre (ACL), a garantia do fornecimento de um terço (33%) de toda a necessidade energética da companhia no Brasil e a melhoria na competitividade de custos

Clariant abre um centro de P&D na China A Clariant Catalysts abriu um novo centro de P&D de última geração em seu “One Clariant Campus” (OCC), em Xangai. Este Centro de P&D está integrado ao novo Centro de Inovação da Clariant China, e promoverá os recursos de P&D da Clariant naquele país. Até o momento, a Clariant é uma das únicas empresas internacionais a ter construído uma unidade completa e abrangente de pesquisa de catalisadores na China. “Esta nova instalação é parte do compromisso da Clariant com a inovação local e o crescimento na China, pois, nosso objetivo é ser o inovador líder em catálise, beneficiando a China e além. Com este centro de P&D avançado, estamos agora ainda mais próximos de nossos clientes para que possamos responder melhor e mais rapidamente às suas necessidades”, disse Kevin Chan, chefe da Clariant Catalysts China. A proximidade com os clientes ajudará as atividades de pesquisa da Clariant, fornecendo informações não filtradas em primeira mão sobre as necessidades locais e tendências de mercado. A indústria química chinesa tem crescido continuamente, nos últimos anos, a taxas mais altas do que outras regiões – a China é hoje o maior mercado de produtos químicos do mundo, e o país sozinho responde por 46% das vendas mundiais de produtos químicos. O centro de P&D se concentrará em quatro campos, que abordam a megatendência da China para impulsionar a sustentabilidade e a eficiência: soluções mais sustentáveis para a cadeia de valor do carvão, hidrogenação para produtos químicos de alto valor agregado, proteção ambiental e catalisadores personalizados. As capacidades do centro incluem pesquisa

e desenvolvimento de catalisadores, preparação, caracterização e testes de desempenho. O centro possui três unidades de laboratório, em um espaço de 27.000 pés quadrados, de dois andares, equipado com equipamentos avançados para preparação de catalisador, caracterização de superfície sólida, e análise química, bem como testes de desempenho de catalisador em várias escalas. A Clariant Catalysts estabeleceu sua primeira presença na China há quase 50 anos, quando forneceu soluções catalíticas completas para os produtores chineses de fertilizantes de nitrogênio. Desde então, a Clariant Catalysts estabeleceu duas fábricas em Xangai e Panjin, com uma outra em Jiaxing – atualmente em construção. “O novo centro de P&D irá colaborar com instituições acadêmicas internacionais, incluindo as melhores universidades da China, que fornecem pesquisa avançada em tecnologias-chave e catálise globalmente. Ao mesmo tempo, as atividades de pesquisa do centro serão fortemente integradas à rede Clariant Catalysts, de 10 centros de P&D, em todo o mundo”, afirmou Marvin Estenfelder, chefe de P&D global da Clariant Catalysts. Com este novo Centro de P&D de Catalisador, o Centro de Inovação da Clariant China hospeda cinco plataformas de tecnologia de som, a saber, Química e Materiais, Biotecnologia, Catálise, Tecnologia de Processo e Tecnologias Emergentes. Essas plataformas são os principais capacitadores para a inovação. Em combinação com as Plataformas de Aplicação das Unidades de Negócios, eles serão a base para a inovação orientada para o mercado, e permitirão uma resposta adequada aos desafios de sustentabilidade no 385

Petro & Química

23


Empresas & Negócios

Empresa aposta em motobombas a diesel para drenagem de fluido abrasivo

Gestão da Lanxess reafirma a sustentabilidade no seu negócio

Trabalhar com fluidos abrasivos requer cuidados, especialmente no que diz respeito à prevenção de acidentes, mas também em relação à eficiência das operações, devido ao desgaste imposto aos equipamentos. Considerando que a intervenção humana deve ser a mínima possível nestes casos, é fundamental que as empresas que lidam com esse tipo de material contem com o apoio de equipamentos confiáveis. Uma companhia do ramo petroquímico precisava realizar a drenagem de fluidos abrasivos, salmoura e água com areia, durante o processo de ampliação de uma de suas unidades. Enquanto aguardava a chegada de equipamentos adquiridos para o projeto, uma solução temporária se fazia necessária. As exigências do projeto consistiam em obter equipamentos que atendessem aos requisitos técnicos e de segurança, mas também contingências logísticas, devido aos vários pontos de coleta dos fluidos, e à localização do reservatório no complexo industrial. A solução escolhida para atender a demanda foi a locação de motobombas a diesel ITU-44S10, da Itubombas. Ao todo, três equipamentos do mesmo modelo operam no local, bombeando 150 m3/h de salmoura ou água e areia, em cada ponto de trabalho, com atuação 24/7, e uma pressão total de cerca de 10 mca. As funções de escorva e sucção automáticas, características dos equipamentos da Itubombas, proporcionam mínima interferência humana possível no processo, e foram preponderantes para a consolidação do fornecimento. Outro diferencial de destaque é a robustez das motobombas ITU-44S10. As partes que entram contato com o fluido abrasivo, por exemplo, são revestidas com tinta cerâmica. Já a voluta é confeccionada em aço inox. Essa construção foi pensada para evitar o desgaste prematuro de peças e componentes, suportando assim a abrasividade do fluido, ao mesmo tempo que diminui o número de paradas para manutenção e garante a segurança em todos os processos. Além disso, a equipe técnica da Itubombas demonstrou o know-how necessário para adequar os equipamentos aos espaços definidos dentro do parque industrial, e ofereceu atendimento de pós-vendas ágil e eficaz. Prevista para durar quatro meses, a solução continua em operação no cliente.

A Lanxess incorporou a sustentabilidade com ainda mais firmeza na companhia. Desde o início do ano, a companhia implementou um novo sistema de remuneração da Diretoria Global. Com isso, aproximadamente um terço da remuneração variável dos executivos passou a ser vinculada ao desempenho de sustentabilidade da empresa, especificamente nas áreas de proteção climática, e saúde e segurança ocupacional, que serão consideradas no sistema para 2021. Com isso, 80% da remuneração variável de curto prazo, agora, depende do resultado operacional (EBITDA pré-excepcionais), e 20% da saúde e segurança ocupacional, medida em termos de acidentes com afastamento. Aproximadamente 60% da remuneração variável de longo prazo é baseada no desempenho do preço das ações da Lanxess em relação ao MSCI World Chemical Index, e cerca de 40% na redução das emissões de gases de efeito estufa. Em 2019, a LANXESS estabeleceu para si mesma a meta de se tornar neutra para o clima, até 2040. O novo sistema de remuneração será proposto aos acionistas da Lanxess para aprovação na Assembleia Geral Ordinária, em 19 de maio de 2021. A empresa de especialidades químicas também atribuiu o tema sustentabilidade diretamente aos membros da sua Diretoria Global. Isso cobre proteção climática e energia, saúde e segurança ocupacional, proteção ambiental, produtos e cadeias de valor circulares, funcionários, e cultura corporativa e relatórios transparentes sobre o alcance da sustentabilidade. Por meio do recém-criado Comitê de Sustentabilidade, todos os membros da Diretoria Global tomarão decisões conjuntas sobre os principais projetos de sustentabilidade. “Temos plena consciência da nossa responsabilidade corporativa, por isso, a sustentabilidade é um princípio norteador de nossas ações. Mas também está se tornando cada vez mais uma vantagem competitiva – junto aos clientes, funcionários e também no mercado. Ao adaptar nosso sistema de incentivo e nossas estruturas, estamos ancorando a sustentabilidade ainda mais firmemente na empresa”, explica Matthias Zachert, Presidente da Lanxess Global.

24

Petro & Química

no 385


www.eltex.com/en

Aterramento monitorado portátil com TERRALIGHT, o monitor de aterramento alimentado por pilha e a nova garra de aterramento TERRACLAMP da Eltex

Recipientes portáteis muitas vezes são aterrados e

controlados por sistemas de aterramento ligados à rede elétrica. Esses sistemas estão interligados ao controle operacional que comanda os processos de abastecimento e descarregamento. Contudo a instalação elétrica de um sistema de monitoramento de aterramento fixo e integrado ao processo produtivo costuma ser complexa e, portanto, de alto custo. Muitas vezes a interligação do sistema de aterramento ao controle operacional não é necessária. Por isso, frequentemente são utilizados componentes de aterramento passivos, que consistem em uma garra de aterramento e um cabo estável e resistente conectado de forma fixa e permanente a um ponto da malha de aterramento da planta industrial. A grande desvantagem do aterramento passivo é que os usuários não conseguem identificar se foi estabelecida a ligação ao equipotencial da terra. A falha de aterramento pode ser causada, por exemplo, por danos invisíveis no interior do cabo ou porque os dentes da garra não são suficientemente fortes ou afiados para penetrar a tinta ou outra camada de material isolante do objeto a ser aterrado.

Aqui o Monitor de aterramento TERRALIGHT da Eltex garante segurança, pois mostra ao usuário imediatamente o estado da conexão de aterramento. Se a garra estabelecer contato com a terra um LED verde se acende na própria garra de aterramento TERRACLAMP. Assim o monitor TERRALIGHT combina as vantagens dos aparelhos de monitoramento de aterramento fixos com possibilidades de uso flexíveis e portáteis.

no 385

Petro & Química

25


Detalhe TERRALIGHT

Detalhe TERRACLAMP

Devido ao seu funcionamento a pilha, o TERRALIGHT pode ser utilizado tão facilmente quanto uma garra de aterramento passivo. O conjunto de pilhas do TERRALIGHT pode durar até dois anos, sendo que a necessidade de troca de pilhas é indicada com o led piscando na cor amarela.

Alta pressão de fechamento dos mordentes: A nova garra de aterramento TERRACLAMP, com sua intensa pressão nos mordentes, prende-se com firmeza ao objeto a ser aterrado e com os seus dentes extremamente pontiagudos, afiados e duráveis penetram até mesmo grossas camadas tinta e outros revestimentos isolantes, como sujeira e ferrugem.

Versátil:

O TERRALIGHT pode ser instalado diretamente em locais fixos apropriados. Porém a grande vantagem é que o sistema de aterramento pode ser instalado diretamente em contêineres móveis, estações móveis de bombeamento ou mistura e em muitos outros tipos de unidades móveis.

Seguro: Como o TERRALIGHT monitora tanto o ponto de ligação à terra quanto o contato com o objeto a ser aterrado, sua utilização correta oferece altíssima segurança contra descarga de faíscas eletrostáticas não controlada ao lidar materiais inflamáveis. 26

Petro & Química

no 385

Tanto o TERRALIGHT quanto o TERRACLAMP podem ser utilizados em áreas classificadas EX, nas zonas 0 ou 20.


de alto risco, é necessário colocar todos os recipientes, equipamentos e dispositivos eletricamente condutivos no mesmo potencial e aterrá-los através de uma ligação com uma linha de equalização potencial (PAL).

Conclusão:

Na prática, os colaboradores procuram atender os requisitos e regulamentos de forma segura na Indústria, porém com frequência há uma falta de conhecimento sobre os reais requisitos técnicos necessários para operar os equipamentos de forma segura. Muito importante ainda é utilizar monitores e dispositivos para aterramento eletrostático em conformidade com as mais recentes e modernas regras técnicas TRGS 727 e com a série de Normas IEC 60079, reconhecidas e aprovadas pelo INMETRO. Estação portátil de bombeamento

! " #

Como ocorre a eletrostática? Como é gerada a eletricidade estática?

Autor: Walter Schwarzwälder Gerente comercial da Eltex Especialista em Aterramento

A carga eletrostática é causada pelo atrito entre superfícies líquidas ou sólidas. Isso acontece por exemplo com todo tipo de transporte de materiais líquidos ou sólidos em tubulações. „Íons“ de uma polaridade se acumulam nas paredes da tubulação, enquanto „Íons“ da polaridade oposta se distribuem de forma difusa no material. Quando o material é bombeado pela tubulação, as cargas na tubulação se separam daquelas no líquido. Ao sair do tubo, o material está carregado. Essa carga é transferida para as paredes do recipiente ao tocar a parede por contato direto ou lentamente durante transporte da carga. Como proteção contra esses efeitos indesejados e

Balança de tambor portátil

no 385

Petro & Química

27


Empresas & Negócios

Nouryon expandirá instalação para atender à demanda global A Nouryon deve investir na sua fábrica de Kromasil, em Bohus, Suécia, para atender à crescente demanda global das indústrias farmacêuticas e biotecnológicas, por soluções de alto desempenho. Espera-se que o investimento dobre a capacidade de produção da instalação, o que fortalecerá a posição de liderança global da Nouryon em sílica de alto desempenho. “Esse investimento reflete o compromisso da Nouryon de ser um parceiro confiável para as indústrias farmacêutica e biotecnológica, que dependem cada vez mais de nós, para fornecer soluções que contribuam para a produção de produtos farmacêuticos seguros”,

disse Johan Landfors, Vice-presidente Executivo e Presidente de Soluções Tecnológica da Nouryon na Europa. Os produtos Kromasil são utilizados pelas indústrias farmacêuticas, alimentícia e de bebidas, indústrias clínicas e ambientais, para aplicações que vão, desde análises laboratoriais, até purificação em escala industrial. O Kromasil contribui para melhorar o tratamento do diabetes, como parte vital da purificação da insulina. Outros usos incluem aplicações biofarmacêuticas complexas. A expansão da instalação de Nouryon está prevista para começar em 2022.

Programa de desinvestimento chega a pigmentos A Clariant anunciou acordos definitivos para o desinvestimento de seu negócio de pigmentos para um consórcio de Heubach Group (“Heubach”), e SK Capital Partners (“SK Capital”), em uma Enterprise Value (EV) de CHF 805 milhões a CHF 855 milhões, em uma base livre de caixa e dívida, dependendo de um pagamento de CHF 50 milhões, contingente ao desempenho financeiro de 2021 dos negócios de Pigmentos da Clariant – isso representa de 10,7 a 11,4 vezes o EBITDA ajustado autônomo de 12 meses, em abril de 2021 (LTM). No fechamento da transação, a Clariant reinvestirá para se tornar um acionista de 20%, ao lado da Heubach e da SK Capital na holding final. O negócio combinado será um player global de pigmentos, com aproximadamente 3.000 funcionários, gerando mais de € 900 milhões em vendas anuais, forte serviço e capacidade de produção em todo o mundo. O reinvestimento permite que a Clariant se beneficie ainda mais da lucratividade aprimorada do negócio de pigmentos, resultante do programa de eficiência iniciado, e participe das oportunidades de crescimento futuro, bem como das sinergias da combinação com o negócio de pigmentos da Heubach. A transação está sujeita às condições habituais de fechamento e aprovações regulatórias, e deve ser concluída no primeiro semestre de 2022. A participação na Infraserv Höchst, Alemanha, atribuível ao negócio de pigmentos da Clariant, não faz parte desta transação. “Temos o prazer de anunciar o acordo com a Heubach e a SK Capital, para a venda de nosso negócio de pigmentos. Essa conquista representa uma etapa final no programa de desinvestimento e reposicionamento do portfólio, anunciado em julho de 2018. Estamos confiantes de que, com a Heubach e a SK Capital, encontramos os proprietários certos deste negócio, para nossos clientes, nossos colegas e outras partes interessadas. Agora, nosso foco pode ser totalmente no crescimento de nos-

28

Petro & Química

no 385

sas principais áreas de negócios: produtos químicos para cuidados, catálise e recursos naturais”, disse Conrad Keijzer, CEO da Clariant. “Trabalhamos com pigmentos há mais de 200 anos. Meu falecido pai e eu decidimos impulsionar a consolidação na indústria de pigmentos, e a combinação de Heubach e Clariant Pigments é um marco importante nessa visão. O ajuste entre os pigmentos Heubach e Clariant é perfeito. A combinação de tecnologias líderes da indústria, um portfólio de produtos atendendo a uma ampla gama de requisitos do cliente e produção global, e pegada de serviço, dará ao recém-formado Heubach Group a capacidade de atender a nossa base de clientes globais, nos campos de revestimentos, plásticos, tintas e aplicações especiais, com produtos e serviços líderes da indústria”, observou Johann Heubach, CEO do Heubach Group. Depois de concluído o negócio, a Clariant terá finalizado seus desinvestimentos pretendidos, como parte da atualização de seu portfólio, tendo previamente alienado os negócios de embalagens para saúde e masterbatches. Os recursos do desinvestimento da Pigments serão usados para investir em projetos de crescimento dentro das principais áreas de negócios, executar a estratégia junto com a sustentabilidade e inovação, financiar os programas de melhoria de desempenho, bem como fortalecer o balanço patrimonial da Clariant, e financiar o reinvestimento.


Empresas & Negócios

Novas propostas focadas na segurança e eficiência da operação ferroviária Estimular o empreendedorismo e capacitar profissionais para propor soluções inovadoras, no setor ferroviário, é o propósito da Rumo, ao lançar mais uma edição do Programa Acelera. Focada em soluções que aumentam a segurança e a eficiência da operação, a iniciativa desenvolvida internamente pelos colaboradores da empresa é estruturada com base nos módulos de Inovação e Design Thinking, que considera a resolução de problemas, utilizando princípios de multidisciplinaridade, colaboração e estruturação de ideias e processos. Dividido em etapas, o projeto recebeu 34 propostas para desenvolvimento, sendo selecionadas 10 para a fase de capacitação, em cinco módulos de treinamento. Entre os estudos previstos, estão temas como revistamento de trens em pontes, desgaste dos trilhos, otimização da capacidade dos vagões, armazenamento e transporte de cargas perigosas, entre outros. “É uma oportunidade de estimular o empreendedorismo, e de engajar os profissionais no desenvolvimento de novas soluções, na operação ferroviária. Os colaboradores apresentaram temas diversos e multidisciplinares. Acreditamos que todo colaborador pode ser um pioneiro na inovação” afirma Vivian Gasperino, Gerente executiva de inovação da Rumo. A capacitação dos profissionais nos treinamentos e o desenvolvimento dos protótipos serão feitos 100% na modalidade de Ensino a Distância (EaD). Orientado por mentores da Rumo, das áreas de engenharia, manutenção, operação e inovação, o projeto conta com apoio da GrandDesigns, consultoria especializada na aplicação de treinamentos e cursos, utilizando as metodologias de Design Thinking. “O Acelera agora passa por uma verdadeira fase de imersão. Oferecemos todo o suporte para que as ideias possam ser desenvolvidas. No final do processo, um dos projetos será patrocinado pelo time de Inovação, e colocado em prática”, contextualiza Rafael Pinto, gerente de Inovação. Realizado em 2019, a primeira edição do Acelera serve de inspiração para que novas propostas sejam desenvolvidas. Um case, desenvol-

vido pelo gerente de engenharia de operação da Rumo, Rodrigo Rampinelli, desenvolveu uma ferramenta de feedback para a condução de maquinistas, inspirada nos modelos das equipes de engenharia da Fórmula 1, baseado em como os pilotos são treinados. Rampinelli explica como adotou a metodologia que hoje é aplicada integralmente em boa parte das operações da Rumo. “Nós fizemos um benchmarking do treinamento dos pilotos da F1, com ensino adaptativo para o nosso modelo de operação, com foco em identificar quais eram os pontos de melhorias dos maquinistas, baseados no padrão ideal de condução desenhado. Cada maquinista tinha um ponto a ser trabalhado, que era identificado pela ferramenta e, semanalmente, o maquinista recebia um feedback. E, com isso, os líderes eram treinados para aperfeiçoar o treinamento do maquinista na condução dos trens”. O projeto desenvolvido no Acelera se tornou em uma realidade dentro da empresa. Mais de 700 maquinistas foram treinados com a ferramenta, que passou a fazer parte do dia-a-dia dos maquinistas da Operação Norte da Rumo, que conduzem os trens no trajeto entre Rondonópolis e o Porto de Santos. “Identificamos uma oportunidade excelente, aplicável à nossa operação. É um projeto que trouxe ganhos de segurança, otimizou o tempo de trânsito e, consequentemente, contribuiu para a redução no consumo de combustível, já que padronizamos o modelo de condução dos maquinistas”, enaltece Rampinelli. Desde que foi aplicado em 2019, estima-se que o projeto tenha gerado uma economia de R$ 10 milhões de reais em combustível. A Rumo pretende replicar o modelo, e expandir o padrão de condução dos maquinistas, em todas as operações da Companhia no 385

Petro & Química

29


Empresas & Negócios

Valmet adquire operações da Neles

A Valmet assinou um acordo para fundir suas operações produtos ampla e competitiva para nossos clientes, e aproveicom a também finlandesa Neles Corporation, que oferece sotará a excelente reputação de nossos dois negócios. A tranluções de controle de fluxo para indústrias de processo – com sação cria um líder industrial global com um futuro brilhano acordo entre ambos os Conselhos de Administração, a Nete, muito além do que poderíamos alcançar separadamente. les será absorvida pela Valmet. A conclusão da fusão está preJuntos, nossos negócios estão mais bem posicionados para vista para 1º de janeiro de 2022, sujeita ao cumprimento de impulsionar a inovação e a liderança em sustentabilidade”. todas as condições acordadas pelas duas empresas. “A herança comum da Valmet e da Neles permitirá uma Os acionistas, que representam 16,9% integração harmoniosa de nossas duas das ações e votos da Valmet, e aqueles que empresas, para o benefício dos acionistas, equivalem a 15,4% das ações e dos votos clientes e funcionários. A Neles se beneda Neles, deverão votar a favor da fusão, ficiará de uma escala aprimorada para para que o negócio seja concluído. Juntaacelerar seu crescimento, e aproveitará mente com a Valmet, os acionistas acima o excelente trabalho realizado pela admencionados da Neles detêm aproximadaministração da Neles, desde a sua formamente 45% das ações em circulação, e dos ção como uma empresa independente, em votos da Neles. 2020”, afirma o presidente do Conselho da Da esquerda para direita: Olli Isotalo, Jaakko O Conselho de Administração da ValNeles, Jaakko Eskola. Eskola, Mikael Mäkinen e Pasi Laine met, juntamente com sua administração, “Estamos muito satisfeitos com o anúnconsiderou as metas financeiras preliminares adequadas para cio da fusão, que criará uma Valmet ainda mais forte, com a fusão, e concordou com a seguinte estrutura: vendas líquiuma oferta forte para indústrias de processo globais, e uma das para serviços e negócios de automação crescerão mais equipe de 17 mil profissionais, em todo o mundo. A junção de duas vezes que a média do mercado; vendas líquidas para de forças terá fundamentos de negócios sólidos, um perfil finegócios de capital excederão o crescimento do mercado, de nanceiro forte, potencial de crescimento atraente, e sinergias acordo com a margem EBITDA, comparável de 12% a14%, estimadas que contribuem para aumentar o valor para os e um retorno comparável sobre o capital empregado de pelo acionistas”, analisa o CEO da Valmet, Pasi Laine. menos 15%, além de pagamento de dividendos de, no míni“Por meio de nossas capacidades e know-how, posiciomo, 50% do lucro líquido. namos a Neles para o melhor crescimento e lucratividade, e A Valmet obteve os compromissos necessários para o fiagora esperamos acelerar essa agenda, como parte da fusão. nanciamento da fusão, e a Neles conseguiu os compromisEstamos muito satisfeitos com as oportunidades de continuar sos exigidos para a distribuição extra de fundos. A fusão está a executar nosso crescimento em controle de fluxo, em tosujeita, entre outros itens, à aprovação por maioria de dois das as indústrias de processo, a partir de uma base ainda terços dos votos expressos e mais sólida. A combinação ações, representadas nas restambém cria oportunidades pectivas Assembleias Gerais atraentes para digitalizar Extraordinárias da Valmet e nossos serviços conjuntos, Neles, e à obtenção do conpara apoiar os esforços dos trole da fusão e outras regulaclientes, e alcançar maior mentações. sustentabilidade em suas O acordo propõe que o operações”, comemora o Conselho de Administração presidente e CEO da Neles, da fusão inclua seis diretoOlli Isotalo. res do atual conselho da ValCom a união, a Valmet met (Mikael Mäkinen, Aaro será líder no fornecimento Cantell, Pekka Kemppainen, de soluções para indústrias Per Lindberg, Monika Maurer e Eriikka Söderström), e dois de processo em todo o mundo, com vendas líquidas combinadiretores do atual conselho da Neles (Jaakko Eskola e Anu das em cerca de € 4,3 bilhões, somente em 2020. Além disso, Hämäläinen). Foi proposto também que o presidente do Cona companhia terá uma organização especializada globalmenselho de Administração da fusão seja Mikael Mäkinen, e que te, que contará com 17 mil profissionais. o vice-presidente seja Jaakko Eskola. Pasi Laine continuará A fusão entre Valmet e Neles prevê sinergias anuais de a atuar como presidente e CEO da fusão, após a conclusão aproximadamente € 25 milhões, das quais, cerca de 60% dedo acordo. vem ser alcançadas até 2023, e aproximadamente 90% até O presidente do Conselho de Administração da Valmet, 2024. Os custos de implementação únicos, relacionados às Mikael Mäkinen, acredita que “a fusão criará uma oferta de sinergias, também devem ficar em torno de € 25 milhões.

30

Petro & Química

no 385


Empresas & Negócios

Ascoval no Brasil

Uma trajetória de muitas conquistas e histórias pra contar.

Início das operações da subsidiária da Automatic Switch Co no Brasil - Ascoval

Inauguração da unidade fabril em Barueri - São Paulo, hoje com 4.800 m2

Passamos a fazer parte da família Emerson

Chega no Brasil a linha de equipamentos pneumáticos Joucomatic

A Emerson desembarca no Brasil – tem início a operação com seu primeiro escritório nas instalações em Barueri

50 ANOS CONTRIBUINDO para a indústria brasileira

Ao longo dessas décadas construímos uma trajetória de sucesso com integridade, segurança e qualidade, apoio aos nossos colaboradores, foco nos clientes, melhoria contínua, colaboração e inovação. A nossa história não para por aqui! Por isso,o n 385 para celebrar esses 50 anos, novidades estão chegando. Aguardem!

www.emerson.com.br

Petro & Química

31


Especial

Estudo revela aprendizados em logística, após um ano de pandemia •

Com a participação de mais de 350 de suas instalações em todo o mundo, a DHL já distribuiu mais de 200 milhões de doses de vacinas, para mais de 120 países e territórios; • Estima-se que, a partir de 2022, serão necessárias entre 7 e 9 bilhões de doses adicionais ao ano, para manter as taxas de reinfecção baixas, e reduzir o ritmo de mutação do vírus; • Adaptação local do last mile, modelos de distribuição e manutenção de um estoque consistente de vacinas seguirão sendo fatores essenciais pós-2021. Passado mais de um ano, desde que o mundo se deparou com a notícia do SARS-COV-2. A logística e as cadeias de suprimento têm desempenhado um papel vital na gestão da Pandemia desde o início, garantindo a disponibilidade e a distribuição dos principais dispositivos usados no combate à Pandemia, como medicamentos e suprimentos médicos, vacinas, kits, testes, suprimentos auxiliares, tratamentos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). A DHL tem feito parte da estratégia global de resposta à Pandemia, desde o início, e já foi responsável pelo transporte de mais de 200 milhões de doses de todas as vacinas aprovadas, para mais de 120 países e territórios, por meio de 9 mil voos operados pela DHL, tendo envolvido mais de 350 de suas instalações em todo o mundo. Mais de 50 colaborações bilaterais e multilaterais foram criadas com parceiros da indústria farmacêutica e do setor público, incluindo diversos novos serviços especializados nesta área. O estudo da DHL, “Aprendizados sobre a resiliência diante da pandemia”, avalia o desempenho global no enfrentamento da crise, e destaca o que o setor de logística aprendeu, durante a corrida contra a Covid-19, identificando as principais ações de preparação para melhor gerenciar emergências de saúde pública, no futuro. “Uma vez que as vacinas contra a Covid-19 ficaram prontas, era crucial que a logística e a gestão de supply chain fossem eficientes o bastante, para atender a todos os continentes com a urgência necessária”, disse Claudia Roa, Vice-Pre32

Petro & Química

no 385

sidente do Setor Farmacêutico e de Equipamentos Médicos da DHL nas Américas. “Na DHL, desenvolvemos e implantamos soluções especializadas para a distribuição de vacinas, que possibilitaram a movimentação de volumes inéditos até então, sempre levando em conta a urgência com que as vacinas precisam chegar a cada país. A logística e o gerenciamento da supply chain desempenharam um papel fundamental durante a pandemia e, no decorrer dessa batalha, aprendemos lições valiosas”. Foram registradas importantes conquistas em pesquisa e desenvolvimento, produção e gestão da supply chain, bem como políticas que ajudarão a superar a crise como uma comunidade global. As bases para isso foram construídas por meio de pesquisa e desenvolvimento, que possibilitou a criação de uma vacina com uma agilidade cinco vezes maior do que qualquer outra vacina da história, e pelo aumento da produção de vacinas em tempo recorde, quadruplicando a capacidade de produção verificada antes da Pandemia. Por meio da logística e supply chain, as vacinas que salvam vidas estão sendo entregues a pacientes de todo o planeta. Embora tenha sido necessário cumprir requisitos sem precedentes na cadeia


Especial fria de distribuição – até -70°C de temperatura para transporte e armazenamento – a logística possibilitou a distribuição em uma velocidade três vezes mais rápida do que a de costume. Além disso, as ações multilaterais, realizadas por diferentes atores da saúde pública e do governo, possibilitaram a criação de uma estrutura propícia para acelerar o desenvolvimento e a implementação das vacinas. “Todos os setores, indústrias e nações devem trabalhar em conjunto, para vencer com sucesso a fase aguda desta pandemia. Firmar parcerias sólidas e alavancar a análise de dados será fundamental para combater, com sucesso, essa e qualquer outra pandemia no futuro”, acrescentou Roa. Para atingir níveis elevados de imunização, estima-se que serão necessárias cerca de 10 bilhões de doses, até o final de 2021. Poucos países alcançaram taxas de vacinação superiores a 50% de suas respectivas populações – e muitos dos países e territórios restantes têm infraestruturas menos desenvolvidas, o que torna a implementação ainda mais desafiadora nesses locais. Para acelerar a entrega de vacinas, os seguintes aspectos precisam ser levados em conta: • Os diferentes setores da economia e os governos devem promover a colaboração, com foco específico no estabelecimento de parcerias sólidas, e na criação de uma infraestrutura de dados de apoio. • Para garantir os fluxos de abastecimento, é necessário realizar uma gestão proativa das capacidades de transporte e dos fluxos sustentáveis de devolução de embalagens. Isso é de extrema importância, uma vez que mais de 95% das doses da vacina para a Covid-19 no mundo são fabricadas em apenas oito países, a partir dos quais devem ser distribuídas para o resto do mundo. • Também devem ser implementados modelos de distribuição terrestres no trecho final da entrega (last mile delivery), com base nas necessidades locais específicas, priorizando a localização estratégica dos armazéns, a sincronização dos fluxos de vacinas e produtos auxiliares, bem como a quantidade e a localização dos pontos de vacinação existentes em cada local. A infraestrutura logística e as capacidades estabelecidas deverão ser mantidas nesse nível nos próximos anos, uma vez que serão necessárias entre 7 e 9 bilhões de doses adicionais de vacinas, todos os anos, para manter as taxas de reinfecção baixas, e reduzir o ritmo de mutação do vírus – isso sem contar com as flutuações sazonais. “Embora tenhamos sido ágeis durante esta pandemia, devemos nos manter preparados para grandes fluxos de pacientes e volumes de vacinas, preservar a infraestrutura e a

capacidade logística instaladas, e nos planejar para as flutuações sazonais, fornecendo uma plataforma estável e bem equipada ao longo dos próximos anos”, explicou Roa. De acordo com o estudo, o planejamento futuro é algo essencial, para identificar e prevenir crises de saúde por meio de cooperação ativa, ampliação dos sistemas globais de alerta, agenda integrada de prevenção de epidemias e investimentos específicos em P&D. Também é recomendado expandir e institucionalizar medidas de contenção e combate ao vírus (por exemplo, rastreamento digital de contatos e criação de

reservas nacionais), a fim de garantir a preparação estratégica e tempos de resposta mais eficientes. Para facilitar a rápida distribuição de insumos e medicamentos – incluindo produtos para diagnóstico, tratamento e vacinação – os governos e a indústria precisarão manter as capacidades de produção permanentemente disponíveis, com pesquisas sobre modelos, sistemas de produção e planos de provisionamento, além de expandir as capacidades locais de implementação. Para ler o estudo na íntegra: https://www.dhl.com/pandemic-resilience

no 385

Petro & Química

33


Especial

Porto de Santos

Porto de Santos – hub em modernização

A

quebra de recordes tem sido uma constância na movimentação de cargas, no complexo portuário de Santos. Essa performance reflete a força do agronegócio, e os investimentos públicos e privados na sua infraestrutura. Para 2021, estão previstos aportes de, aproximadamente, R$ 200 milhões relativos a obras nas avenidas perimetrais portuárias nas margens do porto, em Santos e Guarujá. São projetos que envolvem a criação de novos acessos rodoviários, construção de pontes e viadutos, que eliminarão cruzamentos de nível, otimizando o fluxo rodoviário, e ampliando o potencial do transporte ferroviário, por meio do aumento do fluxo de composições maiores, em linha com os investimentos previstos no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Santos (PDZ), aprovado pelo Ministério da Infraestrutura, em julho de 2020. Além disso, são estimados investimentos privados da ordem de R$ 2,3 bilhões (entre 2020 e 2023). O novo planejamento portuário leva em consideração a

34

Petro & Química

no 385

necessidade de aumento aproximado de 50% da capacidade do complexo santista, até 2040, elevando-a para 240,6 milhões de toneladas, objetivando atender à movimentação de 100% das cargas localizadas na zona de influência do Porto. Assim, a estimativa de investimentos é da ordem de R$ 9,7 bilhões, entre os próximos cinco e dez anos. O pacote se divide em investimentos nos terminais com contratos vigentes, 8 novos leilões, e obras de acessos rodoferroviários. Dos 8 novos arrendamentos, que somam R$ 4,8 bilhões, dois já foram licitados, o STS 14 e o STS 14A, em agosto de 2020. As outorgas obtidas nesses leilões, vencidos, respectivamente, pelas empresas Eldorado e Bracell, representam arrecadação de R$ 505 milhões pela SPA. Entre outorgas e investimentos, serão quase R$ 900 milhões, que virão para o Porto de Santos nos próximos anos, induzindo a geração de emprego e renda na região. Para o ano de 2021, estão previstas mais entregas: a SPA encaminhou, ao Governo Federal, estudos de outros seis ar


Especial

Inovações Eletrostáticas

SISTEMA DE ATERRAMENTO ATIVO: monitor portátil TERRALIGHT e garra ativa TERRACLAMP

rendamentos, dentre os quais, três já foram qualificados no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Os STS 08 e 08A, para granéis líquidos, devem ir a leilão no segundo trimestre deste ano. Os estudos preveem investimentos combinados de R$ 1,06 bilhão, sendo R$ 265,5 milhões para o STS 08, e R$ 791,8 milhões, para o STS 08A. Os recursos serão destinados à modernização, aumento de capacidade dos terminais e construção de um novo píer, com dois berços de atracação. As áreas são contíguas, e somam 443 mil metros quadrados, mas serão licitadas separadamente, perfazendo 137,3 mil metros quadrados do STS 08, e 305,6 mil metros quadrados, do STS 08A. A terceira área qualificada é o STS 11, no Paquetá, que será arrendada para um terminal destinado a granéis sólidos vegetais. Os estudos iniciais apontam que, quem arrematar o terminal, terá de investir, aproximadamente, R$ 484,35 milhões, em uma área de 114,7 mil metros quadrados, com capacidade para armazenar 397 mil toneladas. A estimativa é que a publicação do edital ocorra no 3º trimestre de 2021, e o leilão, no 1º trimestre de 2022. Todas essas iniciativas, aliadas à eficiência, austeridade e diligência na gestão da Santos Port Authority e do Porto de Santos, vêm propiciando as condições para que a movimentação de cargas continue crescendo e estabelecendo novos recordes anuais. A diretoria da SPA vem acelerando medidas indispensáveis para preparála para a máxima geração de valor, no

processo de desestatização, que caminha de forma célere, desde setembro do ano passado, quando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social contratou o consórcio responsável pelos estudos. A eficiência, austeridade e diligência na gestão da empresa resultaram no crescimento de receitas e lucros, que culminaram no melhor resultado financeiro da história da SPA, atingindo um lucro líquido de R$ 202 milhões, alta de 132%, sobre 2019, quando fechou com lucro de R$ 87,3 milhões. O resultado reflete o turnaround, iniciado em 2019, para assegurar o equilíbrio econômico e financeiro da Companhia, possibilitando, além da resolução de passivos históricos, como o equacionamento do déficit atuarial do plano de pensão, o fortalecimento do caixa da Companhia, para viabilizar a melhoria contínua dos serviços, e a realização dos investimentos indispensáveis para a sustentabilidade do principal ativo portuário nacional. As medidas relevantes, que se refletirão na gestão do porto nos próximos 10 anos, incluem as aprovações já efetivadas da nova poligonal do Porto de Santos e do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ), bem como novos arrendamentos de longo e curto prazos a serem viabilizados.

Concessões ferroviárias com ligação direta ou indireta à FIPS

TERRALIGHT

O novo monitor de aterramento TERRALIGHT, da Eltex, funciona a pilha. Isso o torna portátil, prático e econômico. Outra vantagem do monitor de aterramento TERRALIGHT é sua certificação e aprovação para uso em áreas classificadas EX Zona 0 e Zona 20. A nova garra de aterramento TERRACLAMP, da Eltex, tem indicação luminosa. O Led verde só acende quando a condição segura de aterramento é, de fato, atingida. Além disso, ela é ainda mais ergonômica e tem alta pressão de força. Seus mordentes extremamente afiados ultrapassam com facilidade espessas camadas de sujeira ou tinta. Conheça mais sobre esses dois produtos Eltex. Juntos, eles garantem o aterramento eletrostático eficiente nas operações com substâncias inflamáveis.

TERRACLAMP

Outras medidas importantes para o desempenho do Porto na próxima década já foram deflagradas. Uma delas se refere à futura gestão, operação, manutenção e expansão da no 385

www.eltex.com

Representante exclusivo no Brasil: Knapp Representações Ltda Calçada das Bétulas, 97 Petro Química Centro& Comercial Alphaville 35 06453-045 Barueri/SP (11) 4195-0728 knapp@uol.com.br


Especial

Ferrovia Interna do Porto de Santos (FIPS), que demandará R$ 2 bilhões em investimentos, necessários à expansão da capacidade ferroviária, em vista do aumento de demanda prevista para curto prazo. Para isso, a SPA realizou (10/02/21) uma audiência pública sobre o novo modelo de exploração da FIPS (https://www. youtube.com/watch?v=QkE5e3 5z7UI). Hoje, cerca de 50% da safra de grãos chega à Santos por ferrovia, com expectativa de significativa ampliação dessa participação nos próximos anos. Junta-se a essa iniciativa, a homologação do Porto de Santos (23/02/21) pela Marinha do Brasil, para receber navios de 366 metros de comprimento, maiores embarcações previstas para a Costa Leste da América do Sul. Essa iniciativa amplia a vocação de Santos como hub port da América do Sul. Com quase 30% da corrente de comércio nacional, o Porto de Santos já se prepara para maiores movimentações de contêineres. Além disso, a BR do Mar, projeto do Minfra de incentivo à cabotagem, deve beneficiar o Porto como concentrador de carga. Mesmo sem considerar a BR do Mar, o crescimento previsto é de 3,3% ao ano, para este tipo de carga, saindo hoje, de cerca de 4,4 milhões de TEU, para 7,9 milhões, em 2040, conforme projeção do PDZ. Hoje, o Porto de Santos recebe embarcações de até 340 metros de extensão, com capacidade para cerca de 9 mil TEU. Com a homologação pela Marinha de novo tamanho máximo para navios, será possível aumentar a capacidade para 14 mil TEU, considerando um navio porta contêiner com 366 metros de comprimento, e 52 metros de boca (classe New Panamax). O Porto de Santos fez chamamento público para “internet das coisas” para viabilizar a implantação de rede sem fio de longo alcance no complexo portuário. A SPA lançou o edital de chamamento, no dia 7 de janeiro, para recebimento de doações de projetos e estudos técnicos, para subsidiar a implantação de rede sem fio de longo alcance, do tipo LoRa (Long Range). A SPA realizou uma pesquisa, junto aos arrendatários do Porto de Santos, segundo a qual, mais de 20% têm interesse em aplicação de IoT em sensores de umidade do ar, elevadores, temperatura, proximidade, velocidade, presença e monitoramento de vagas de pátio; mais de 40% demonstraram muito interesse em sensores de chuva, incêndio, vazamento de gás e ambiental; e mais de 50%, em controle de equipamentos, movimentação de ativos, sistemas de identificação, detecção de movi36

Petro & Química

no 385

mento e medidores de energia. A SPA lançou (06/04/21) edital de chamamento público para doação de projetos, visando à implantação e gestão do túnel submerso, ligando Santos e Guarujá. E, com o propósito de melhorar a performance do Porto, e avançar na otimização de processos operacionais, aumentando a produtividade e reduzindo o tempo das operações portuárias, a SPA iniciou os trabalhos pelas alterações na normatização dos procedimentos operacionais. A revisão das “Normas para Atracação” foi uma das principais iniciativas. A substituição da norma de atracação, vigente desde 1979, por uma mais enxuta e objetiva, trouxe aprimoramentos importantes ao funcionamento eficiente e mais racional das atracações de navios. O novo plano para amarração de navios contempla as embarcações de 366 metros de comprimento; o estabelecimento de movimentação mínima, conforme o tipo de carga, por meio de tabela de produtividade, permitindo um controle mais eficiente, e proporcionando a otimização da ocupação dos berços de atracação; e requisição Virtual de Atracação, estabelecendo que as demandas de atracação sejam aceitas somente por meio eletrônico, possibilitando um ambiente mais transparente. A SPA trabalha, ainda, para desburocratizar a operação e fiscalização no Porto. Uma das medidas será reunir os diversos regramentos, hoje pulverizados em dezenas de resoluções sobre operações portuárias, segurança do trabalho e meio ambiente, facilitando, assim, o entendimento sobre as normas de operação por toda a comunidade portuária. A área de Operações está desenvolvendo, ainda, a primeira etapa do Sistema Único Digital, ambiente para o usuário do Porto realizar a programação de seus navios, o agendamento de serviços, entre outras solicitações. Por fim, foi viabilizada a modernização da norma para credenciamento de pátios para caminhões, destinados ao Porto de Santos, buscando aumentar número de vagas e melhorar condições de segurança, sanitárias e de conforto aos caminhoneiros.


Especial

Ainda muitos desafios para os navios petroleiros A Simpson Spence Young (SSY) disponibilizou, no início do ano, um estudo, em que pondera que 2021 deve ser um ano desafiador para o mercado de petroleiros, depois das condições tumultuadas de 2020, onde as taxas subiram rápido e, em algumas rotas, chegaram a bater recordes, antes de despencar rapidamente. O setor deve lidar com as mudanças na produção de petróleo bruto, estoques, fechamentos de refinaria, um novo governo dos EUA, e uma possível mudança na política externa, um excesso de tonelagem, após baixo sucateamento em 2020 e, claro, com o consumo de petróleo se recuperando, após a destruição da demanda durante a Pandemia. As mudanças na política de produção de petróleo, em resposta à aceleração dos casos da Covid, criaram volatilidade e incerteza para o setor de petroleiros. A política externa dos EUA impôs sanções mais severas aos produtores de petróleo, Venezuela e Irã, o que reduziu drasticamente suas oportunidades comerciais, volumes de exportação e produção e, um governo Biden buscaria um retorno ao acordo multilateral com o Irã, resultando em um afrouxamento das sanções (em curso, mas não fechadas até o fechamento desta edição). Note-se que uma das principais desvantagens para o mercado de petroleiros de óleo bruto seria o retorno da frota de petroleiros do Irã – esses navios têm sido amplamente utilizados para armazenar petróleo, desde que as sanções foram impostas e, se começarem a entregar petróleo iraniano aos refinadores novamente, se reduzirá o comércio do resto da frota. Os EUA pararam de importar petróleo venezuelano, em junho de 2019, o que reduziu as oportunidades de comércio regional para Aframaxes e tanques menores, enquanto a China e a Índia reduziram suas importações da Venezuela em navios-tanque maiores em 2020, sob pressão dos EUA. Qualquer relaxamento das sanções aqui pode permitir que mais petroleiros, que antes estavam restritos, retomem os embarques da Venezuela, principalmente para a Ásia, devido a acordos de petróleo por ajuda. Com a reaceleração em bloqueios, no final de 2020 e em 2021, grandes analistas de petróleo, como a OPEP e a Agência Internacional de Energia (AIE), reduziram o ritmo de recuperação do consumo de petróleo para 2021, apesar do lançamento das vacinas. A redução do uso de óleo pesará sobre a atividade dos petroleiros, mas pode haver algumas oportunidades positivas, com fechamentos de refinaria, concentrados principalmente na bacia do Atlântico – essas instalações enfrentam a concorrência crescente das refinarias maiores e mais sofisticadas, que possuem instalações petroquímicas em operação no Golfo do Oriente Médio e na Ásia.

Os navios continuarão a retornar do armazenamento flutuante, e novos navios-tanque chegarão. O descomissionamento deve ser acelerado, devido aos baixos rendimentos, aumento nos valores de sucata e, com base no perfil de idade da frota, há espaço para muitos navios mais antigos serem removidos, em 2021. no 385

Petro & Química

37


Especial

Fim da PEC 108/2019

Foi publicada, no Diário Oficial da União (14/07), a sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao texto da Lei nº 14.183, que prevê o fim do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) em quatro anos, foi aprovado com a versão proposta pela Câmara dos Deputados, sem vetos. A lei teve origem na MP 1.034, de autoria do próprio Executivo, que tramitou pelo Congresso Nacional para, entre outros pontos, extinguir o REIQ. A extinção gradual da medida é resultado da mobilização de instituições ligadas à indústria química, como a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), e o próprio Sistema CFQ/CRQs, já que o fim imediato do REIQ traria consequências devastadoras para a competitividade do parque industrial da Química do país. Para o presidente do CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho, a união das entidades que atuam na Química consolida um movimento coletivo para outras ameaças ao setor e à sociedade, já no horizonte. “Esperávamos que o texto do Senado, que previa os oito anos para a adequação do setor ao fim do REIQ, fosse aprovado. Ficaram os quatro anos, na lei sancionada pelo presidente. De qualquer forma, fizemos um movimento que encontrou eco na defesa dos empregos, da indústria química e da população. Saímos fortalecidos”, completou o presidente. Pelas novas regras, as alíquotas atuais, de 1% de PIS e de 4,6% de Cofins, continuam até junho de 2021. De julho a dezembro, ficarão em 1,13% e 5,2%, respectivamente. Para 2022, as alíquotas serão de 1,26%, para o PIS, e de 5,8%, para a Cofins, subindo, em 2023, para 1,39% e 6,4%, respectivamente. Por fim, em 2024, o PIS será de 1,52%, e a Cofins, de 7%. A partir de 2025, elas voltam aos patamares normais de 1,65% para o PIS, e de 7,6%, para a Cofins. Um regulamento fixará como poderão ser compensados, com outros tributos, os créditos obtidos por meio do regime especial, até 2024. O Conselho Federal de Química e os Conselhos Regionais de Química (Sistema CFQ/CRQs) comemoram a iniciativa da Presidência da República de retirar de tramitação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 108/2019, que “Dispõe sobre a natureza jurídica dos Conselhos Profissionais”. Para o Sistema, a retirada é reconhecimento do equívoco da proposta inicial. O Sistema CFQ/ CRQs é uma instituição de Direito Público, para proteger 214 milhões de brasileiros, que podem consumir produtos e serviços da área da Química, graças a sua atuação. Garante ainda que os 216 mil profissionais da Química registrados, que possam ocupar as posições de acordo com suas habilida38

Petro & Química

no 385

des, ofereçam atendimento seguro e qualificado ao país. O posicionamento do Sistema CFQ/CRQs: Brasília, 26 de julho de 2021 O Sistema CFQ/CRQs saúda a iniciativa da Presidência da República, de retirar de tramitação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 108/2019, que “Dispõe sobre a natureza jurídica dos Conselhos Profissionais”. A retirada, formalizada pela mensagem número 359, do presidente Jair Messias Bolsonaro, publicada no Diário Oficial da União (DOU), com data de 23 de julho de 2021, é o reconhecimento do equívoco da proposta inicial. O Sistema CFQ/CRQs é uma instituição de Direito Público, para proteger 213 milhões de brasileiros que podem consumir produtos e serviços da área da Química, graças a sua atuação. Garantimos ainda, aos 216 mil profissionais da Química registrados, que possam ocupar as posições de acordo com suas habilidades, oferecendo atendimento seguro e qualificado ao país. Com efeito, os Conselhos Profissionais vinham apontando uma série de impropriedades contidas na PEC 108/2019, desde a sua propositura. É importante observar que a “privatização” dos Conselhos acarretaria desvio do foco da atividade fiscalizatória, e inviabilizaria as atividades de normatização; a PEC 108/2019, em boa hora retirada, atacaria a sustentabilidade dos Conselhos Profissionais – um patrimônio do Brasil e da nossa sociedade; em mecanismo pouco transparente, a PEC 108/2019 se propunha a oferecer tratamento diferenciado aos Conselhos, a depender da natureza da atividade regulada; o texto expunha, ainda, certa confusão entre as iniciativas próprias de Conselhos Profissionais e de sindicatos e, por fim, provocaria um caráter quase que facultativo na fiscalização, gerando riscos e desconfiança na população. Em suma, é com alegria e alívio que recebemos a notícia de que o governo federal reconhece que a PEC 108/2019 não é boa para o Brasil. Como um verdadeiro legado dessa mobilização, entretanto, contamos agora com uma conexão ainda mais forte com os demais Conselhos Profissionais, e a renovada disposição de explicar e reiterar ao Congresso Nacional, ao Executivo e ao Judiciário o caráter indispensável do trabalho que realizamos. Possuímos a consciência de que outras medidas contrárias aos interesses dos brasileiros e dos profissionais da Química já se apresentam no horizonte, e que outras mais ainda virão. Aqui estaremos, em defesa da Ciência e em nome do desenvolvimento do Brasil. JOSÉ DE RIBAMAR OLIVEIRA FILHO, Presidente do Conselho Federal de Química


Especial

Simpson Spence Young torna-se neutra em carbono Simpson Spence Young (SSY) anunciou um novo serviço de compensação de carbono, parte de uma estratégia mais ampla, que começa com o compromisso da SSY de tornar seus escritórios globais neutros em carbono. Para ajudar os clientes a alcançar suas próprias estratégias de descarbonização, a SSY oferecerá um serviço completo em compensações de conformidade e voluntárias, bem como cobertura de futuros e opções. A SSY se envolverá com uma variedade de empresas que podem fornecer carteiras de alta qualidade, para atender às diferentes necessidades de seus clientes. “O novo carbon desk será apoiado por nossa equipe de pesquisa interna, bem como dados de nossas parcerias com Signal Ocean e Marine Benchmark. Isso sustenta a capacidade da SSY, de estimar com precisão as emissões futuras de uma embarcação, ou fornecer uma auditoria completa de suas emissões reais”, comentou Duncan Dunn, Diretor Sênior da SSY Futures. A SSY apresentará essa experiência, por meio de um portal de cliente online, a ser lançado no próximo mês, onde os profissionais do mercado de transporte podem obter uma visão geral dos mercados de carbono, juntamente com informações atualizadas sobre as emissões de carbono globais e europeias. Esta plataforma também estará vinculada ao índice EEX Carbon in Shipping.

A SSY também está trabalhando em prol de sua própria neutralidade de carbono, reduzindo suas emissões, e colaborando com o provedor líder de compensação de carbono, Respira International. O transporte marítimo é responsável por cerca de 2,5% das emissões globais, e a redução dos gases de efeito estufa está rapidamente se tornando uma prioridade para muitos de seus clientes.

SUA EMPRESA TEM UMA SOLUÇÃO?

Nossos leitores querem saber!

acompanhe:

(11) 2292-1838 / 3798-1838

controleinstrumentacao.com.br facebook.com/controleinstrumentacao issuu.com/editora_valete

Rua 4ÓSJB, SEMPRE JUNTO DO USUÁRIO

no 385

1R 4ÍP +PSHF - São Paulo/SP

Petro & Química

39


Matéria de Capa

Sistema portuário atualiza reformulações legais, ambientais, técnicas e de negócios

N

avegando pelos oceanos e mares, transportando os mais diversos produtos, há cerca de 70.000 navios, total que responde por cerca de 80% do comércio internacional. Proporcionais a esse volume são os reflexos sobre o meio ambiente, pois, essas embarcações utilizam 300 milhões de toneladas de combustível, por ano, o que corresponde a cerca de 3% das emissões mundiais de dióxido de carbono. A descarbonização do transporte marítimo merece atenção em todo o mundo e, inclusive, foi tema de um relatório apresentado pelo Fórum Internacional de Transporte da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – com o objetivo de, até 2035, zerar as emissões de CO2 originadas por esse modal. Essa entidade estima que a Economia dos Oceanos será responsável por US$ 3 trilhões, ou 5% a 6% da economia global real, em 2030, bem como por 40 milhões de empregos, em todo o globo. Portanto, essa expansão também proporcionará oportunidades no setor naval, também para o Brasil. As novas regras da IMO – Organização Marítima Inter-

40

Petro & Química

no 385

nacional – também caminham rumo à descarbonização, e devem agitar a indústria naval brasileira – e mundial – nos próximos anos, visando à melhor eficiência energética das embarcações, por meio de abordagens técnicas e operacionais, seja no projeto e na construção de novos navios, seja na modernização e na adequação das embarcações. Paralelamente à construção e à atualização das embarcações, são imprescindíveis adequações na infraestrutura portuária e na implantação de uma regulamentação global. E, como grande movimentador de cargas diversas em âmbito mundial, o Brasil se insere nesse contexto. No entanto, como os portos nacionais operam de forma pouco eficiente, muito precisa ser feito para que se tornem competitivos globalmente – a condição atual prejudica o comércio internacional, o mercado de trabalho e o desenvolvimento. Vários atores estão envolvidos, e investimentos substanciais precisam acontecer. Números da Antaq – Agência Nacional de Transporte Aquaviários – mostram que, atualmente, o setor portuário nacional conta com aproximadamente 160 terminais portuários, operando nos portos públicos, e


Matéria de Capa 200 Terminais de Uso Privado (TUP) autorizados. Alguns passos vêm sendo dados, mesmo que em ritmo aquém do necessário e desejável, em que pese a Antaq garantir que “desde o advento da Lei nº 8.630/1993, a operação portuária foi passada para o privado, e todos esses terminais descritos são terminais modernos, uma vez que a busca incansável pela eficiência é uma constante nesses terminais. Portanto, pode-se inferir sem erro que o setor portuário se encontra preparado para os desafios que as mudanças nas cadeias logísticas acarretam”. Em 7 de julho, por exemplo, o Ministério da Infraestrutura, com a assinatura de 11 contratos, garantiu R$ 1,4 bilhão em investimentos em TUP, de oito estados brasileiros, nos quais circulam, anualmente, mais de 60 milhões de toneladas de carga sólida. Os valores se destinam à exploração de nove áreas, com previsão de uso dos recursos para melhoria da infraestrutura e aquisição de novos equipamentos, entre outras benfeitorias. Os investimentos da iniciativa privada – a serem praticados por WSAM, Edlog & Zport, Imetame, Porto São Luiz, Rio Amazonas, Hidrovias do Brasil, PLA, Chibatão, Enseada, Porto Sudeste e Plataforma Logística do Amapá – de acordo com Diogo Piloni, secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, “reforçam o acerto do Governo Federal em investir na simplificação de processos, e garantir a segurança jurídica e o cumprimento dos contratos. Além disso, vão gerar empregos e deixar o Brasil mais competitivo”. Além dos portos inseridos nesses contratos, localizados nas cidades de Aracruz/ES, Barcarena/PA, Itaguaí/RJ, Itaituba/PA, Jaguarão/RS, Manaus/AM, Maragogipe/BA, Santana/AP e São Luís/MA, outros cinco projetos de desestatização de autoridades portuárias, que englobam oito portos, estão previstos até 2022: Codesa (portos de Vitória e Barra do Riacho), com previsão de leilão até o final deste ano; Codeba (portos de Salvador, Aratu e Ilhéus) , que tem previsão de contratação e início dos estudos ainda em 2021; enquanto, para 2022, estão previstos leilões de Santos Port Authority – SPA (Porto de Santos), Porto de São Sebastião e Porto de Itajaí. A busca permanente de modernização se refere a projetos em andamento para reduzir custos, e aumentar a eficiência no tráfego de cargas. O MInfra está desenvolvendo a Janela Única Aquaviária – que contempla a integração do Porto sem Papel ao Portal Único de Comércio Exterior –, a modernização do Porto sem Papel para o PSP 2.0, a implementação do Port Community System em alguns portos, dentre outros projetos, além de haver reativado a Comissão Nacional das Autoridades Portuárias (Conaportos), que reúne os Órgãos públicos presentes nos portos e – como comenta Piloni – tem como principal objetivo a coordenação e a integração da atuação entres os anuentes, a

desburocratização, revisão de normativos e a agilização do tratamento das cargas nos portos. Piloni reforça que “modernizar e ampliar os portos brasileiros têm sido uma das prioridades do Governo Federal. Existe uma forte agenda de desburocratização do tratamento da carga, e uma busca incessante do aumento da tecnologia e inovação nos portos”. O secretário frisa que, a partir dos contratos de arrendamento assinados nos últimos anos, “foram contratualizados mais de R$ 8 bilhões em investimentos, que irão modernizar os portos organizados. A partir destes contratos, os parceiros privados possuem incentivos para realizar investimentos, e aumentar a eficiência de suas operações. Com isso, já se nota uma melhoria de percepção dos investidores, e dos operadores da nossa comunidade portuária”. Os resultados – contabiliza Piloni – elevam a posição do Brasil no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial em 13 posições (de 104 para 91), e também podem ser mensurados pela profissionalização da gestão das Companhias Docas, promovida pelo MInfra, destinada a gestores de perfil técnico e profissional, com reflexos diretos nos resultados operacionais dos portos públicos, que registraram aumento de receita e a redução de custos, alterando uma tendência histórica, de prejuízos acumulados, para lucros consolidados.

Impacto do setor de combustíveis no setor naval Hoje, uma série de mudanças no setor de combustíveis brasileiro impacta o setor naval nacional, tais como BR do Mar, mudança da IMO 2020, processo de desinvestimento da Petrobras, licitações portuárias, e a revisão da Portaria ANP nº 251/2000. A ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – consoante informação de Helio Bisaggio, titular da Superintendência de Infraestrutura e Movimentação (SIM) – olha o cenário sob o ponto de vista da revisão, em andamento, da Portaria ANP nº 251/2000, norma que trata do livre acesso aos terminais aquaviários e à preferência do proprietário. Os principais objetivos da revisão da norma são garantir o abastecimento com preços justos e qualidade do produto, e incentivar investimentos; aumentar a transparência para incentivar o livre acesso; diminuir a burocracia e fomentar a livre negociação entre as partes, uma vez que não cabe à ANP tratar de formulação de políticas. Investimentos em infraestrutura portuária aumentam o leque de alternativas de fluxos logísticos, favorecem o abastecimento, e podem viabilizar o desenvolvimento de outros modos de transporte, muito importantes para o aumento da competição entre fontes de suprimento, contribuindo para a

no 385

Petro & Química

41


Matéria de Capa garantia do abastecimento, e reduzindo o preço para o consumidor final, destaca a ANP. No caso específico de combustíveis, a Agência garante a existência no Brasil de ampla cadeia logística, responsável pelo suprimento de todas as regiões do país, e vê como benéfico o desenvolvimento de infraestrutura destinada a interiorização de derivados de petróleo.

A visão do usuário Como usuária dos serviços portuários, a Braskem, na voz de Silvia Migueles, diretora de Logística da empresa, no quesito competitividade, destaca o papel positivo das reformulações regulatórias, especificamente a BR do Mar, que “aumentam de forma significativa a competitividade nos custos e a disponibilização de frota para realização de operações de cabotagem”. Para ela, somente mudanças atreladas à desburocratização e à diminuição dos custos são passíveis de conduzir a infraestrutura logística do Brasil a outro patamar, esperando que as normas técnicas “mantenham o processo de consultas e audiências públicas, além das Análises de Impacto Regulatório (AIRs) no momento das regulamentações nas Agências Reguladoras”. A posição do Brasil, em âmbito mundial, com relação ao fluxo portuário, também é comentada por Migueles, ao lembrar que o Brasil, com 7 mil km de costa e aproximadamente 28 mil atracações anuais, está defasado em relação a países como China, com 15 mil km de costa e 205 mil atracações anuais, e a Coréia do Sul, terceira colocada, com 2 mil km de costa e 27 mil atracações anuais. Do ponto de vista de gasodutos, em que “a indústria petroquímica tem grande concentração de operações nos portos, de embarque e desembarque de navios, e posterior transporte, através do modal dutoviário, comparando com EUA, que tem o famoso Colonial Pipeline, estamos falando de 1,6 km de dutos por mil km quadrados de área sem floresta, versus 5,1 km de dutos por mil km quadrados de área sem floresta”, ressalta a diretora de Logística da Braskem. Outro ponto destacado por Migueles tem relação com o nível de automação da carga e descarga, e também de transferência de custódia (onloading/offloading) que “em se tratando de produtos líquidos armazenados em terminais, hoje, os sistemas de transferência de custódia dos produtos acontecem de forma automatizada, através de radares de telemetria”, garante ela, enxergando na implantação de TMS (Terminal Management System) a possibilidade de olhar a operação de forma integrada, além dos faturamentos, através de medidor mássico, eliminando o processo de pesagem nas balanças. A modernização dos portos e dos terminais também favorece a integração logística, entende a diretora da Braskem, defendendo o agendamento nos portos, pois, “hoje, as filas 42

Petro & Química

no 385

de atracação das embarcações de granéis líquidos acontecem por ordem de chegada, diferindo das embarcações de container, que ocorrem por agendamento e propiciam previsibilidade muito maior, permitindo um agendamento logístico e encadeamento mais otimizado”. A realização urgente de investimentos, principalmente em infraestrutura portuária para atender as demandas de comércio exterior e, automaticamente, melhorar o nível de serviço aos clientes, é preconizada pela Maersk. Douglas Piagentini, ECSA Head of Sales da empresa, ressalta que, em âmbito global, a indústria marítima está muito atrasada na agenda digital, condição essencial à desejada integração logística, assim como a padronização dos processos: “Há progresso, e eu diria que estamos liderando o processo. Para uma cadeia logística mais ágil e eficiente, todas as pontas precisam estar em constante desenvolvimento. Os portos brasileiros vêm evoluindo bem nesse sentido, sempre buscando novas formas de otimizar a operação, aumentando assim a eficiência”, confirma Piagentini.

A Maersk acelera a descarbonização com um navio movido a metanol, que deve estar navegando em 2023


Matéria de Capa A descarbonização do transporte marítimo também é foco da Maersk, garante Piagentini: a operadora, recentemente, firmou contrato com a Hyundai, para construir um navio alimentador com uma tecnologia de motor duplo, que permite navegar com metanol ou combustível tradicional de muito baixo teor de enxofre. “Este navio será o primeiro porta-contêiner neutro em carbono da indústria, apresentando soluções para resolver os desafios de emissões do transporte marítimo. Isso mostra que é possível, sim, falar em descarbonização no transporte marítimo. A partir de 2023, isso proporcionará uma experiência valiosa na operação dos recipientes de contêiner para as empresas que procuram descarbonizar suas cadeias de abastecimento.” Gargalo destacado por Piagentini reporta-se aos sistemas de gerenciamento de tráfego, que impactam o acesso dos navios e o acesso terrestre aos portos. O primeiro ponto, no entender da operadora, “pode ser solucionado, se houver um sistema de boias, um controle das vias de acesso, e um aprofundamento dos canais de acesso. Apesar de cada governo iniciar um plano de aceleração de crescimento, poucos são concluídos. É necessário que esses projetos sejam priorizados e efetuados. Já com relação ao acesso terrestre, há dificuldades relacionas ao acúmulo de volumes, simultaneamente. No passado, um dos grandes problemas era o processo aduaneiro, que ficou melhor, mas ainda é dependente de muito papel e, apesar da vontade das autoridades em desburocratizar, as engrenagens ainda não funcionam 100%. Um bom exemplo são os documentos eletrônicos (NFe, CTe), que, apesar de serem eletrônicos, precisam ser impressos por força de fiscalização, e trafegar com a mercadoria”. Visão crítica sobre o tema também marca a posição da Associação do Cluster Tecnológico Naval, entidade sediada no Rio de Janeiro/RJ, criada em novembro de 2019, e que se constitui em espaço para reunir Estado, empresariado e academia, na promoção de uma abordagem integrada, direcionado às atividades relacionadas à economia do mar no estado do Rio de Janeiro, com benefício aos associados e à sociedade. Almirante Walter Lucas da Silva, Presidente do Cluster, – ao informar que o ambiente marítimo ocupa cerca de 70% da superfície do planeta, abriga as linhas de comunicação marítimas (LCM) por onde trafegam 90% do comércio exterior mundial, bem como 99% das comunicações globais, por meio dos cabos submarinos, reforça que os negócios do setor naval no país, “demandam aprimoramento no seu arcabouço legal e normativo, visando a

uma maior competitividade e atratividade de investimentos, que vão muito além do próprio setor, envolvendo questões trabalhistas, segurança jurídica e estabilidade econômica”. Situando a capacidade de organização de agentes econômicos públicos e privados para viabilizar um ambiente mais fértil para os negócios relacionados ao mar, ainda distante das condições desejadas, o Almirante cita como prioritários para o alcance das condições ideais, “vontade política destinada ao setor e de forma perene. Assim, o capital privado poderá organizar-se e buscar soluções, com um menor intervencionismo estatal, restrito àquelas responsabilidades que lhes são atribuídas precipuamente, como nas que se referem à segurança pública, infraestrutura e educação, incluindo Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)”. A atualização tecnológica, seja dos portos, seja dos terminais, ainda demanda investimentos significativos para apresentarem melhores resultados e retornos para a economia do país, efetivamente, frisa o Almirante Walter, situando o sistema de transferência de custódia (onloading/offloading) e carga/descarga como um exemplo, pois, “ainda é pouco automatizado, e demanda uma infraestrutura informacional digital mais eficiente, para tornar as atividades mais ágeis, como informações das cargas com antecipação, situação alfandegária, condições sanitárias da embarcação e do porto, disponibilidade das instalações no porto, facilidades de acesso e apoio ao porto, entre outros aspectos que dinamizam os processos portuários”. O presidente do Cluster Naval agrega ao cenário um outro ponto crítico: “Com o avanço das novas tecnologias, o desenvolvimento da educação e da capacitação para a força de trabalho do futuro se demonstra cada vez mais urgente, caso contrário, o país corre o risco de enfrentar um incremento no desemprego, ou tornarse cada vez menos competitivo, e ser alijado das grandes cadeias globais de valor, em uma Economia cada vez mais periférica”. no 385

Petro & Química

43


Artigo Técnico

Controle de Inventário em Terminais de Armazenamento e Distribuição

Marcus V Gomes e Jorge Bueno Metroval

1. Introdução Controle de Inventario em Terminais de Armazenamento e Distribuição é a gestão no manuseio e contabilidade física dos fluidos que são transferidos, de forma legal e/ou comercial, entre diferentes empresas/CNPJs. Este tema é a maior preocupação na operação e gestão de um terminal, devido ao valor e às grandes quantidades dos produtos movimentados, somado a um mercado de grande competitividade, pois, qualquer perda, por menor que seja, torna-se em prejuízo. Atualmente, os terminais demandam um grande controle, no que se refere a procedimentos de operação e ou automação, para evitar contaminações dos fluidos, e manter a qualidade dos fluidos recebidos e expedidos, bem como na exatidão das medições de volume e ou massa dos fluidos transferidos. Tradicionalmente, medimos grandezas, como volume, massa, nível, temperatura, densidade, concentração, condutividade, pH e peso, associados a dispositivos eletrônicos para correção de volume a temperatura de referência e totalização. Se considerarmos o valor de mercado destas comodities e as quantidades movimentadas, torna-se mandatório identificar os pontos onde historicamente existem perdas, pois, ainda com erros da ordem de 0,5% ou menores, geram altos custos por perdas e reposição.

• No enchimento de caminhões tanque que farão o transporte do fluido do terminal alfandegado até o Terminal, que realizará a distribuição aos postos de combustível; • Na descarga do caminhão tanque no terminal de distribuição; • No enchimento dos caminhões que abastecerão os postos de combustível.

Sistema de medição de vazão em barcaças

2. Aplicações Como exemplo, quando uma empresa compra combustível no exterior, e traz ao Brasil, têm-se ao menos 6 pontos de transferência/fracionamento do fluido, que podem gerar erros de medição, e gerar conflitos de medição que, dependendo da ordem, poderão gerar perícia e arbitragem. No enchimento do navio no porto de coleta do combustível; • Na descarga do navio no porto destino, onde o combustível será alfandegado, internado, e estocado e fracionado para distribuição interna; 44

Petro & Química

no 385

Sistema de descarregamento de caminhões

O fato é que, durante todas estas transferências, existem erros de medição, inerentes à tecnologia utilizada e à grandeza medida, por exemplo, o volume pode ser medido através de meios diretos (medidor de vazão), meios indiretos, como


Artigo Técnico arqueação de tanque e nível, ou ainda, através da massa e densidade do fluido. Em cada uma destas etapas, o método e tecnologia de medição pode ser diferente, e consequentemente os requisitos metrológicos e legais também serão diferentes. Da mesma maneira, cada uma das opções de medição apresenta uma exatidão diferente, onde o menor erro apresentado melhora a qualidade da medição. No controle de inventário de um Terminal, se deve analisar a forma de logística utilizada, onde, tanto no recebimento do fluido, quanto na expedição os modais por navios, barcaças, trem, caminhão ou dutos podem ser utilizados. Para cada um destes modais, os sistemas de medição têm particularidades, que devem ser observadas, as quais estão definidas no regulamento técnico, estabelecido pela Portaria Inmetro 64/2003. Este “regulamento estabelece as exigências, metrológicas e técnicas, aplicáveis aos sistemas de medição dinâmica de quantidades de líquidos utilizados em medição fiscal da produção de petróleo nas instalações de produção, em terra e no mar, em medição da produção de petróleo em testes de longa duração dos campos de petróleo, medição para apropriação da produção de petróleo dos poços e campos, medição da produção de petróleo em testes de poços, cujos resultados sejam utilizados para apropriação da produção aos campos e poços, e medição em transferência de custódia de petróleo, seus derivados líquidos, álcool anidro e álcool hidratado carburante, sujeitos ao controle metrológico, e fixa os requisitos para aprovação de modelo de partes desses sistemas de medição”. “Este regulamento se aplica a todos os sistemas de medição, equipados com medidores para volumes de líquidos, destinados a medir continuamente, calcular e indicar o volume escoado através do transdutor de medição, independentemente do princípio de medição dos medidores, ou de sua utilização”.

Sistema de medição de vazão conforme Portaria Inmetro 64/2003

3. Pontos conflitivos Com base na experiência de mais de 30 anos na medição e controle de fluidos, podemos identificar 5 pontos conflitivos.

3.1. Rastreabilidade metrológica: • A rastreabilidade metrológica depende, em grande medida, das calibrações dos instrumentos de medição. A calibração em laboratórios acreditados pela Cgcre, conforme a norma ABNT NBR ISO IEC 17025, garante que os instrumentos de medição atendem aos erros máximos admissíveis, e rastreabilidade a padrões nacionais de medida. • Os instrumentos utilizados para medição fiscal e transferência de custódia devem atender aos requisitos de exatidão e repetibilidade, os quais se encontram estabelecidos na Portaria Inmetro 64/2003.

Laboratório de vazão acreditado ABNT NBT ISSO/IEC 17025

3.1. Conversão volume do fluido a temperatura referência: • Todos os líquidos derivados do petróleo, etanol e biodiesel, quando comercializados em volume, devem ser convertidos para uma temperatura de referência (no Brasil, 20 °C). Não fazer esta conversão pode acarretar erros consideráveis, proporcionais às diferenças de temperatura. • Em aplicações de medição fiscal e transferência de custódia, é mandatório utilizar equipamentos que façam esta conversão de volume que possuam aprovação de modelo pelo Inmetro, pois, além de cumprir com a legislação vigente, há a segurança das medições, incluindo sua rastreabilidade.

3.1. Medição bifásica de fluidos (Líquido + Ar/ Gás): • Todas as aplicações de medição fiscal e transferência de custódia requerem escoamento em fase única, neste caso, unicamente na fase líquida. Presença de ar/gás na corrente de líquido é proibida, pois, gera erros de medição em princípio desconhecidos e, na maioria dos casos, acima dos limites estabelecidos. • Existem duas maneiras de tratar este problema, o primeiro é evitando que o ar/gás entre na corrente de líquido, e o segundo é no caso de não poder evitar sua entrada, o ar/gás deve ser eliminado antes do medidor de vazão. • Dispositivos como eliminadores de ar/gás reduzem o risco de medição bifásica, inclusive de fraudes. Dispositivos como chaves de nível, válvulas de controle e densímetros

no 385

Petro & Química

45


Artigo Técnico ajudam na tarefa de manter o escoamento na sua fase líquida.

3.1. Adulteração fluído: • Tentativas de fraude nas operações, como furto de produto puro e substituição por produtos inferiores, inclusive água para repor o volume retirado, são práticas e ocorrências frequentes em terminais com medição e controle de qualidade não automatizada. • A utilização de sistemas de medição, projetados conforme normas e recomendações, e operados com base nas boas práticas, inibe de maneira considerável este tipo de fraudes, pois, a medição dinâmica de vazão e das propriedades do fluido garantem a detecção e registro de qualquer anomalia, durante as operações de medição (carregamento ou descarregamento).

3.1. No armazenamento do fluido em tanques • Higroscopia; • Dois fluidos em um mesmo tanque quando não são miscíveis (Fluido + Água); • Estratificação produtos ; • Desempenho dos instrumentos de medição de nível e temperatura; • Gradientes axiais e radiais de temperatura; • Incidência do sol nas paredes dos tanques.

Medição de volume em tanques de armazenamento

4. Controle metrológico legal Conforme descrito anteriormente, a Portaria Inmetro 64/2003 “estabelece as exigências, metrológicas e técnicas, aplicáveis aos sistemas de medição dinâmica de quantidades de líquidos utilizados em medição”. • Aplicado em qualquer operação de transferência de custódia de petróleo, seus derivados líquidos, etanol hidratado e carburante; • Define as classes exatidão para sistemas de medição; • Define também os erros máximos admissíveis nos equipamentos de medição das grandezas associadas, como Tem-

46

Petro & Química

no 385

peratura, Pressão e Densidade onde aplicáveis; • Trata do uso de acessórios dos equipamentos de medição, a destacar: o Sistemas eliminação de ar; o Mangote cheio ou vazio; o Drenos, Ponto transferência, Contornos e derivações; o Medidores e dispositivos de correção ou predeterminação; o Sistemas medição; o Selagem dos equipamentos e sistema medição; Por fim, define a obrigatoriedade de aprovação de modelo e verificação inicial, para instrumentos e sistemas de medição de vazão. Conforme Item 9, da Portaria Inmetro 64/2003, todo equipamento aplicado à medição de transferência de custódia deve ter seus equipamentos testados e aprovados pelo Inmetro; • Aos equipamentos como medidores de vazão e pré-determinadores (computadores de vazão); • Aos sistemas (Conjunto Medição) tanto de carregamento, quanto descarregamento; Antes da sua entrada em operação, os instrumentos e sistemas de medição de vazão devem passar pelo processo de verificação inicial por órgão delegado do Inmetro (Institutos de Pesos e Medidas – IPEMs). Neste processo de verificação metrológica, é avaliado o atendimento aos requisitos construtivos e metrológicos dos instrumentos e sistemas de medição. Esta atividade é uma faculdade exclusiva dos IPEMs, os quais avaliam e certificam que todos estes equipamentos atendem aos requisitos metrológicos legais. Para equipamentos de medição de nível eletrônico, ainda não temos, no Brasil, Portarias e Normas relacionadas; nestes casos, recomenda-se como base o uso de boas práticas da OIML. Adicionalmente, é importante ressaltar que o Brasil ainda não possui laboratórios acreditados para execução de calibrações e verificações de erros em medidores de nível, para fins de transferência de custódia ou controle de inventário.

5. Gerenciamento da informação Pouco adianta utilizar excelentes equipamentos de medição, computadores de vazão e sistemas de telemetria de tanques, sem um software de gestão que controle as operações, realize os cálculos de volume ou massa dos fluidos que entram ou saem, e permanecem no terminal em tempo real, e armazene dados para realizar análises de futuras demandas, sazonalidades, custos, performances, etc.

Funcionalidades, como as descritas abaixo, garantem uma operação eficiente, evitando tempos mortos, retrabalho e • Controle de acesso; • Controle de filas;


Artigo Técnico

• • • • • • • •

Faturamento; Pesagem; Controle de contrato; Controle de lacre; Carregamento e descarregamento; Tancagem; Autorização de carregamento; Relatórios.

6. Conclusões Um eficiente controle de inventários depende de vários fatores, tais como logística, correta medição, agilidade operacional, além da aquisição e disponibilização da informação. Cada um destes fatores tem sua importância, e deve atender aos requisitos legais, metrológicos e contratuais.

A utilização de equipamentos de medição que cumprem com os requisitos metrológicos estabelecidos pelo Inmetro é garantia de atendimento à legislação vigente e, somados a calibrações em laboratórios acreditados, garantem uma medição confiável e rastreável aos padrões nacionais. O coração do controle de inventários é o software de gestão, que garante a integridade das medições, controle fiscal e operacional, com agilidade e segurança da informação. Atividades, tais como controle de acesso, controle de filas, faturamento, pesagem, controle de contratos, controle de lacre, carregamento e descarregamento, tancagem e geração de relatórios, são fundamentais para um eficiente controle de inventários, garantindo uma maior autonomia, agilidade, segurança e controle na gestão de abastecimento de combustíveis.

AS NOTÍCIAS DO MERCADO MAIS PERTO DE VOCÊ

no 385

issuu.com/editora_valete

Petro & Química

facebook.com/petroequimica

47


Artigo Técnico

Uso de computador de vazão multitarefas em aplicação de carregamento portuário – um estudo de caso

Octávio Francisco Paschoal Silva Ribeiro dos Santos, MSc Nova Smar S/A

Introdução A disrupção, causada pela Covid-19, afetou os mais variados mercados, e toda sua cadeia de produção. As várias e contínuas tentativas de frear o avanço da epidemia, com diversas, e muitas vezes desordenadas, ações de restrições, impactou de maneira jamais vista a indústria de base, de bens e serviços. Na indústria de óleo & gás, os Estados Unidos, por exemplo, experimentaram uma queda de demanda de gasolina de 45%, em abril de 2020, enquanto o consumo de combustível aeronáutico foi diretamente afetado pela queda de 80% dos voos, também em abril 2020, em comparação a janeiro do mesmo ano [1]. No entanto, seja com o caótico cenário causado pelo coronavírus, ou pelo momento de transição energética com energias renováveis ganhando espaço [2], seria leviano apostar no enfraquecimento da indústria de óleo e gás, uma vez que os produtos extraídos neste setor se configuram como base de muitos outros. E, com tanto valor agregado, todo tipo de perda de exatidão nas medições de óleo e gás pode ser traduzida em prejuízos financeiros extremamente altos, no médio e longo prazos. Este prejuízo se torna ainda mais grave, se esta perda ocorre na transferência de produto entre partes, o que é chamado de transferência de custódia. Transferência de custódia é a transferência legal e/ou comercial de fluidos hidrocarbonetos [3]. Esta definição mostra um caráter importante, pois, a transferência de custódia indica uma parte que efetua a venda, e outra a compra, e se objetiva não haver prejuízos oriundos de incertezas de medição para nenhuma das partes. Por isso, aplicações de transferência de custódia requerem mais que um medidor de vazão preciso, mas há uma série de componentes críticos que compõem um sistema de medição completo, como: múltiplas linhas de medição em paralelo, transmissores de pressão e temperatura para compensação, computadores de vazão estandardizados, medição de qualidade (cromatografia de gases ou amostragens de BS&W para óleo), calibrações locais com uso de provadores ou master meters, e sistemas automatizados [4]. Assim, visto que as medições de óleo e gás estão cada vez mais atualizadas com elementos de medição, computação e registros automáticos, e que a automatização de processos prevê, não apenas a garantia da medição, mas todo um con48

Petro & Química

no 385

junto de tarefas, com intervenção humana mínima e manutenção de padrões, este artigo propõe mostrar um estudo de caso do uso de um sistema de medição fiscal com computador de vazão multitarefas, em uma aplicação de transferência de custódia no Oriente Médio.

A aplicação O projeto que é objeto deste estudo de caso fez parte da 12ª fase de exploração do campo de South Pars. O campo de gás de South Pars é um dos maiores reservatórios independentes de gás do mundo, localizado no Golfo Pérsico, na fronteira territorial entre Irã e Catar [5]. A décima segunda fase do projeto de exploração, definida em 2005, previu produções diárias de 78 milhões de metros cúbicos de gás, 110 mil barris de condensados pesados, e 750 toneladas de enxofre granulado, contando com instalações onshore e offshore, além de utilidades e salas de controle e supervisão. Dentre dessas instalações onshore, estavam incluídos dois skids de medição para transferência de custódia, compostos cada um por três linhas de medição de óleo, um provador bidirecional tipo U, um computador de vazão para medição de vazão compensada, e um controlador habilitado para realizar as manobras de atuação e reversão do provador. Das três linhas de cada skid, sempre se deve ter duas delas prontas para

Figura 1 – Detalhe do skid de medição com 3 linhas Autor: SANTANA, Marcelo (Nova Smar S/A)


Artigo Técnico o uso, sendo a terceira de backup. Além disso, o skid deve ser manobrável através de válvulas motorizadas, para permitir que cada linha possa ser ligada ao provador, uma por vez, sem que seja afetada a medição nas outras linhas. As linhas de medição de vazão de óleo foram compostas basicamente por um medidor de vazão tipo turbina, com pulso duplo, um transmissor de pressão e um transmissor de temperatura, além de outros equipamentos pertencentes à estrutura, como filtros, válvulas e dispositivos de acoplamento. A figura 1 mostra uma imagem de parte de um dos skids de medição. Como requisitos do sistema, foi designado que o sistema tivesse redundância de controlador / computador de vazão, fonte e rede de comunicação, suporte a provador para correção de meter factor; entradas e saídas discretas, para manobras de válvulas direcionais e válvula multivias do provador; suporte à aplicação de batelada para transferência de custódia e computador de vazão aprovado para medição fiscal pela NMi. Além disso, para a sala de controle, foram requisitadas duas estações de operação com software SCADA em comunicação Modbus TCP, e uma estação de engenharia e relatórios. Assim, a arquitetura desenvolvida para atender a aplicação se utilizou de dois computadores de vazão modelo HFC302, em configuração redundante, com cartões adicionais para pulsos, entradas analógicas e sinais discretos. O desenho da solução pode ser visto na figura 2, abaixo.

Figura 2 – Arquitetura do sistema de medição Autor: PASCHOAL, Octávio (Nova Smar S/A)

O HFC302 se mostrou uma solução bastante atrativa, por conseguir reunir, em um único hardware, todos os requisitos necessários ao atendimento da aplicação. Por ser um controlador parte da linha DFI302, as questões de redundância são atendidas de maneira padrão, com hot swap em caso de falhas de CPU, fonte ou placa de rede primários, com sincronização automática entre as CPUs. Além disso, a linha DFI302 é modular, de forma que permite a adição de cartões de entradas e saídas diversas, sejam sinais de 4~20 mA, Foundation Fieldbus, pulsos simples ou duplos, e incluindo os discretos para integração via lógica Ladder. Outra característica do HFC302 é a capacidade de medição fiscal de até quatro linhas de vazão, o que torna o

custo por medição mais atrativo. As medições compartilham os mesmos cartões de aquisição de dados, e a mesma CPU se encarrega dos cálculos de vazão compensados com exatidão fiscal, bem como toda tratativa de sinais adicionais. Para os sinais de pulsos e provador, o HFC302 conta com um módulo de entrada com nível A de fidelidade e segurança, com diagnósticos tipo pulsos coincidentes, pulsos defasados e pulso faltante, por exemplo. Além disso, este cartão tem suporte direto à provadores, com sinais automáticos de início de corridas e detectores. Finalizando a arquitetura, na parte de software, foram fornecidos o software de engenharia, para configuração e manutenção das estratégias de medição e controle discreto, servidor de comunicação OPC, para acesso aos controladores DFI302 e, por fim, o software de gestão de relatórios, que, em conformidade com as normas API 21.1 e API 21.2, é capaz de estabelecer a rastreabilidade do sistema, pela compilação e retenção de informações suficientes para verificar quantidades de transferência de custódia [6].

O uso de blocos funcionais na configuração do HFC302 Em uma definição, os Blocos Funcionais representam as funções de automação básicas, que são executadas por aplicações do bloco funcional. Cada bloco funcional processa parâmetros de entrada, de acordo com um algoritmo específico, e um conjunto interno de parâmetros de controle. Eles produzem parâmetros de saída, que estão disponíveis para uso dentro da mesma aplicação de bloco funcional, ou em outras aplicações de bloco funcional [7]. Isto significa que várias funções de automação estão prontas para serem usadas, sem a necessidade de se criarem algoritmos especializados, apenas lançando-se mão destes blocos funcionais, e interligando estratégias com uso de entradas e saídas, ou mesmo apenas parametrização de blocos específicos. A linha de controladores DFI302 dispõe de uma longa biblioteca de blocos funcionais, que vão, desde funções básicas de controle, como bloco PID (controlador proporcional, integral e derivativo), até funções avançadas para medição fiscal, como LKD (base de conhecimento para líquidos), PIP (entrada de pulso e provador), e SBC (controle de batelada e amostrador). Outro bloco funcional disponível no HFC302 é o FFB-1131 (flexible function block), que agrega controle lógico ao computador de vazão, através de lógica Ladder. Para este projeto, destaca-se o uso dos seguintes blocos funcionais, bem como suas características [8]: – Base de Conhecimento para Líquido (LKD): Este bloco, específico para medição de líquido, possui parâmetros para configuração das condições base, informações sobre os medidores, prover e produtos. Todas as características do líquido em medição são parametrizadas neste bloco, de forma que se permita saber qual o tipo de líquido está sendo medido. – Transação de Líquido: Cálculo das vazões bruta, bruta corrigida e líquida, e as correspondentes totalizações e médias ponderadas para transação contínua ou batelada, com geração de relatórios para períodos: batelada, hora, dia e no 385

Petro & Química

49


Artigo Técnico mês. Faz todo o processamento referente à avaliação das condições usuais. Em resumo, este bloco é o responsável pela aplicação das normas AGA, API e ISO nas medições de vazão compensada. O diagrama da figura 3 abaixo mostra a estrutura do bloco, com ênfase nas conexões de entrada (vazão, temperatura, pressão e densidade). – Entrada de Pulso e Provador (PIP): Bloco transdutor do módulo DF77, que possui 5 grupos de entradas de pulso com fidelidade de transmissão nível A, e capacidade de provador. – Controle de Batelada e Amostrador (SBC): Bloco utilizado para programação de batelada de gás e líquido, que pode ser do tipo: quantidade (volume, massa, energia), intervalo de tempo (programação do início e fim da batelada), ou detecção de interface entre produtos líquidos de diferentes densidades. Uma aplicação típica que usa este bloco é a medição de produto de mesmo tipo, na qual a batelada é programada por volume bruto na condição base. Ao se atingir o valor de volume da transferência, um arranjo de válvulas On/Off bloqueia a linha, cessando o fluxo.

Figura 3 – Esquemático do bloco LT (Transação de Líquidos) Autor: Nova Smar S/A

– Bloco de Função Flexível (FFB-1131): bloco que tem o propósito de prover a conexão entre a lógica Ladder (tipicamente utilizada em estratégias de controle discreto) e as estratégias de controle contínuo, configuradas através da linguagem de blocos funcionais. Este bloco foi utilizado neste projeto com parte fundamental no quesito de manobras das linhas de vazão, bem como atuação / reversão do provador. A figura 4 a seguir mostra a lógica discreta usada neste fim.

Conclusões As aplicações de medição de vazão são muito variadas, e envolvem diversos requisitos de precisão. Mesmo no setor de óleo & gás, por exemplo, existem medições que requerem menos precisão (medições operacionais), e aquelas que exigem alto grau de certeza, incluindo variações que o fluido pode sofrer no próprio processo. As transferências de custódias, executadas em pontos de carregamento e descarregamento, por exemplo, são um exemplo desta medição mais acurada, pois, envolvem uma questão financeira bastante importante para as partes envolvidas no processo. A especificação de equipamentos que atendam as normas e sejam adequados a esta medição se faz básica para o sucesso de um projeto com tamanho rigor. Neste quesito, não basta apenas um sistema que cumpra estes requisitos nas camadas de campo e controle, mas que tenha também características importantes na disponibilidade, rastreabilidade e interoperabilidade, para compor um pilar que atenda em sua totalidade aos requisitos de um cliente. Neste cenário, a solução com o computador de vazão HFC302 se mostrou robusta e expansiva, de forma a concentrar em apenas um hardware as tarefas de medição fiscal das linhas de vazão, transferência de custódia via batelada, controle lógico, disponibilidade via redundâncias e conectividade com sala de controle. Além disso, o uso de blocos funcionais permitiu uma configuração de estratégias simples, limpa e estruturada. Por fim, vale ressaltar que esta aplicação está em uso desde o ano de 2013, e mesmo com os adventos tecnológicos que trazem à tona a indústria 4.0, a solução de hardware e software apresentada neste artigo encontra-se totalmente em consonância com os novos requisitos, devido a sua arquitetura aberta.

Referências: 1 DICKSON, Duane – Deloitte Midyear Outlook, 2020 oil and gas industry outlook 2 DICKSON, Duane – Deloitte 2020 oil, gas and chemistry industry outlook 3 Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) – Resolução Conjunta ANP/Inmetro nº 1 de 10 de junho de 2013 4 DUPUIS, Emerie – Oil and Gas Custody Transfer, Petroleum Africa Magazine, May 2014, p. 24 – 29 5 Pars Oil & Gas Company – Informações sobre o campo de South Pars, retirado de https://www.pogc.ir/Default. aspx?tabid=136 6 Nova Smar S/A – Catálogo do AuditFlow, Junho de 2013 7 Nova Smar S/A – Manual de Blocos Funcionais, Julho de 2007

Figura 4 – Configuração do bloco FFB para atuação e reversão do provador Autor: KAI, Chang Shen (Nova Smar S/A)

50

Petro & Química

no 385

8 Nova Smar S/A – Manual do AuditFlow, versão 7.4, Agosto de 2019


Artigo Técnico

Análise das vantagens e desafios da automação em terminais de contêineres

Letícia Magenta da Silva Martins – Luiz Henrique Pereira dos Santos – Rebecca Brandão Pereira Valdrighi FATEC-SANTOS

Resumo A integração comercial entre as nações teve início com o advento do mundo globalizado, que trouxe consigo um aumento crescente nas circulações de mercadorias. Neste contexto, o setor portuário tem papel de destaque, sendo responsável por boa parte das movimentações comerciais. Ao longo do ano de 2018, foram movimentadas aproximadamente 1,117 bilhão de toneladas de cargas, só nos portos brasileiros. Por conta deste fator, justifica-se este estudo, pela necessidade de um sistema logístico eficiente, e investimentos constantes na modernização dos portos, objetivando manter a competitividade e conquistando clientes. Parte destas transações são realizadas por meio de contêineres. Em 2018, o Brasil foi responsável pela movimentação de 112,8 milhões de toneladas de cargas unitizadas, números estes que representam um aumento significativo, com relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram movimentadas 107,5 milhões de toneladas. Este artigo analisa as vantagens e os desafios da automação em terminais de contêineres, exibindo alguns dos tipos de equipamentos automatizados, e expondo investimentos necessários. A metodologia utilizada neste estudo foi de origem descritiva, quantitativa e qualitativa, tendo como base órgãos do governo, e sites de grande importância no setor.

1. Introdução O sistema portuário evoluiu com o passar dos anos, pelos diversos modelos operacionais. No início, o denominado Porto 1.0, adotava máquinas individuais, e os funcionários ficavam responsáveis por interligar cada etapa do processo, além das operações do pátio. Em seguida, veio o Porto 2.0, que é definido pelo controle das etapas operacionais através de um sistema, com os trabalhadores controlando as operações na torre de controle central. O Porto 3.0 é considerado uma evolução do Porto 2.0, utilizando algoritmos, executando e otimizando processos, assim como equipamentos automatizados, minimizando a atividade humana. O próximo modelo que vem ganhando força é o Porto 4.0, onde os portos vão expandir a sua função, gerenciando os fluxos físicos e de informação no terminal, tanto interna, quanto externamente, aumentando a eficiência, conectando todas as partes envol-

vidas no processo, objetivando a otimização das operações. (MCKINSEY, 2018) O Porto 4.0 será definido pela automação, que se implantada e gerenciada corretamente, terá o potencial de tornar os modelos portuários atuais em hubs de logística de extrema confiança e flexibilidade, que serão capazes de direcionar os fluxos utilizando informações e um sistema analítico avançado, com o objetivo de proteger os diversos fluxos de transporte, tendo a capacidade de solucionar empecilhos em outras etapas da cadeia logística. Para alcançar esta transformação, são necessárias mudanças significativas na parte operacional, além de recursos financeiros a serem investidos. Por exemplo, em um porto com capacidade de 8 milhões de TEUs, que trabalha com importação exportação, os investimentos podem superar a marca de US$ 1,5 bilhão, anualmente, para os portos. (MCKINSEY, 2018) De acordo com dados veiculados pela ANTAQ, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (2018), a movimentação de contêineres no Brasil está tornando-se cada vez mais expressiva, e a tendência é que aumente cada vez mais. Em 2018, foram movimentadas 112,8 milhões de toneladas de contêineres, nos portos brasileiros, o que representou um aumento de 4,8% quando comparado ao ano anterior, que atingiu apenas 107,5 milhões de toneladas. Por conta deste contexto, o objetivo deste estudo foi o de mostrar a automação voltada para terminais de contêineres, suas vantagens e desafios, mostrando a importância do setor de movimentação de contêineres no Brasil, e expondo alguns investimentos em terminais automatizados. O processo de modernização dos portos é imprescindível para que se mantenham competitivos perante o mercado externo. Tendo em vista este fato, justifica-se o presente estudo pela necessidade de atenção e investimentos na automação dos terminais de contêineres para que não se tornem ultrapassados. As informações contidas neste estudo foram coletadas utilizando metodologia descritiva, que visa à descrição exata de determinados fatos, sem que haja interferência do autor. É qualitativa, fundamenta-se pelo uso de análises qualitativas, e não pela utilização de dados estatísticos, interpretando e atribuindo significados aos acontecimentos. E quantitativa, que procura quantificar os dados

* Este artigo foi apresentado na X FatecLog : Logística 4.0 e a sociedade do conhecimento, 31/05/19 no 385

Petro & Química

51


Artigo Técnico da investigação, utilizando recursos estatísticos. (PRODANOV; FREITAS, 2013)

2. Embasamento teórico Automação é a utilização de métodos mecânicos ou computadorizados a fim de reduzir o esforço humano na execução de qualquer atividade, como a utilização de robôs na linha produtiva, o que acarreta a redução de despesas, aumentando a agilidade produtiva, tanto para operadores, quanto para empresas. (LACOMBE, 2004) Os sistemas de automação são classificados em 3 categorias, tendo como características em comum o alto investimento em equipamentos, altas taxas de produção, e a falta de flexibilidade para lidar com variações no processo de produção. As etapas das categorias são: na automação rígida, o equipamento é configurado para realizar uma sequência básica nas execuções de processamentos; na automação programável, o maquinário é capaz de modificar a sequência de realização da operação, a fim de se adaptar a alguma mudança; já a automação flexível é considerada uma variação da programável, sendo apta a desenvolver diversos produtos, com desperdícios reduzidos, e podendo alterar a configuração dos produtos e equipamentos. (ZHEN et al., 2012) Para Seleme e Seleme (2008), a diferença entre automação e mecanização é que esta última se refere à utilização do maquinário apenas no lugar do esforço humano. Enquanto automação se trata de sistemas independentes, que executam suas próprias funções, e realizam reparos, sem que haja necessidade do controle humano. Contêineres são equipamentos constituídos de materiais resistentes, utilizados principalmente para a unitização de mercadorias, com o objetivo de facilitar a movimentação, armazenagem e transporte das cargas, permitindo a integração entre vários modais. Possui 8 pés, tanto de altura, como de largura, e o seu comprimento é de 20’, equivalente a um TEU (Twenty-feet equivalente unit), ou 40’, equivalente a dois TEUs. (KEEDI, 2007) Terminais de contêineres podem ser definidos como estruturas presentes nas áreas portuárias, cujo objetivo é o deslocamento dos contêineres dos navios para os caminhões ou trens. Os terminais contam com a presença de cais e berços de atracação para as embarcações, além de uma parte reservada para armazenamento e manejo dos contêineres. Estas instalações podem ser públicas ou privadas, e fornecem investimentos constantes em infraestrutura, equipamentos modernizados de movimentação, e trabalhadores especializados nos sistemas virtuais. (SEST SENAT, 2016)

3. Movimentação de Contêineres no Brasil O volume de produtos comercializados vem mexendo cada vez mais com a economia, e passando a necessitar de estratégias internacionais. A necessidade de uma boa infraestrutura e logística em operações portuárias aumenta, à medida que as movimentações entre países se intensifica, a fim de receber grandes quantidades de cargas, com o menor custo possível. (BAIÃO apud BRAVO, 2015)

No Brasil, a conteinerização se iniciou efetiva-

52

Petro & Química

no 385

mente em 1981, em Santos, no terminal TECON, atual Santos Brasil, sendo o primeiro terminal dedicado a contêineres do País. A partir de 1995, começaram a surgir outras licitações, e com isto, a implementação de terminais de contêineres espalhados pelo Brasil. (GRANTHAM, 2016). Segundo dados da empresa de logística internacional ALLOG (2018), no Brasil, no ano de 1998, foi sancionada a Lei do Operador de Transporte Multimodal, Lei n° 9.611, que se refere ao contêiner como instrumento do veículo transportador, podendo assim, ter passe livre em todo o país, sem a necessidade de portar a nota fiscal. O transportador só precisará ter a nota da carga transportada, e não do contêiner. No ano de 2018, os portos brasileiros movimentaram 10,041 milhões de TEUs (medida padronizada para o cálculo do volume de contêineres de 20’), o que corresponde a uma evolução de 7,22%, quando comparados a 2017. Os portos públicos foram responsáveis por 71% da movimentação de contêineres no país, em 2018, enquanto a movimentação nos portos privados foi de 29%, no mesmo ano. (ANTAQ, 2019) A forma de navegação que mais transportou contêiner no ano de 2018 foi a navegação de longo curso, totalizando um crescimento de 5%, quando relacionado a 2017. Na sequência vem a cabotagem, trazendo um aumento de 10%, evidenciando um equilíbrio nas operações. (ANTAQ, 2019) A Figura 1 mostra o número acumulado da movimentação de contêineres no Brasil, ao longo do ano de 2017, e a movimentação acumulada de 2018, evidenciando o aumento destas transações entre esses anos.

Figura 1 – Movimentação de Contêineres no Brasil Fonte:Webportos apud ANTAQ

Dados da ANTAQ (2019), apontam que o porto que teve a movimentação mais significativa de contêineres no Brasil, em 2018, foi o Porto de Santos, registrando 3,221 milhões de TEUs, e apresentando um crescimento de 8,83%, seguido do Porto de Paranaguá/PR, Porto de Rio Grande/RS, e Portonave/SC.

4. A automação em terminais de contêineres O Porto de Roterdã, na Holanda, foi o pioneiro no assunto “terminais automatizados”, quando, em 1993, teve a inauguração do ECT Delta Terminal. O terminal passou a contar com equipamentos mais modernos e que melhorariam a sua produtividade. Dentre eles, o Automated Guided Vehicles (AGV) e o Automated Stacking Cranes (ASC), que possibi-


Artigo Técnico litavam o manejo e a armazenagem, e a integração, respectivamente, auxiliando no gerenciamento das mercadorias, sem a necessidade da mão-de-obra humana. Desde então, muitos terminais de contêineres passaram a adotar a automação, passando a ser considerada uma tendência mundial e permanente. (SOBERÓN et al., 2014) A automação no Porto de Roterdã abriu as portas para que a inovação se espalhasse pelo mundo, alcançando um total de aproximadamente 40 portos automatizados, parcial ou totalmente, ao menos U$ 10 bilhões foram utilizados com esses projetos, e os números só tendem a aumentar, a estimativa é de que os investimentos cheguem a US$ 15 bilhões, nos cinco anos seguintes. (MCKINSEY, 2018) De acordo com a empresa de logística IContainers (2018), em 2017, entrou em operação o primeiro porto completamente automatizado da Ásia, o Porto de Qingdao New Qianwan, contendo dois berços de atracação automatizados, com 38 guindastes automatizados, e 38 AGVs. O custo do projeto foi de US$ 468 milhões, e após dez meses, os investimentos já tinham sido recuperados. Segundo a imprensa chinesa Xinhuanet (2018), o Porto de Qingdao movimentou 790 mil TEUs, em seu primeiro ano em operação, tendo um média de 26,1 contêineres movimentados em um guindaste, por hora, já no ano seguinte, sua eficiência aumentou para 33,1 contêineres, sendo considerado 50% maior que a média mundial. Ocorreu uma redução de 70% em custos com mão-de-obra, e poder operar durante a noite aumentou a eficiência em 30%. Os terminais de contêineres são ideais para a automação, o espaço físico é bem estruturado, possuem uma grande integração com os outros modais, o modo de transportar mercadorias e o frete são padronizados, podendo fornecer, não só a economia nos gastos, mas também lucros no seu desempenho e na segurança, chamando atenção dos clientes. (MCKINSEY, 2018)

5. Equipamentos automatizados nos terminais de contêineres De acordo com o PEMA, Port Equipment Manufacturers Association (2016), os principais motivos para investimentos em automação estão relacionados aos benefícios para a economia nacional e aumento da eficiência. Um processo automatizado traz resultados mais previsíveis, pois, não está sujeito a possíveis falhas humanas. As máquinas de movimentação de contêineres, controladas remotamente, permitem ao operador controlar uma grande quantidade de equipamentos. Em alguns casos, toda a operação é automatizada, onde a função do operador se torna apenas supervisionar e lidar com situações excepcionais. Segundo o ICTSD – International Centre for Trade and Sustainable Development –, (2018), primeiramente, a automação provoca aumento da eficiência, otimizando a utilização da disposição das instalações portuárias, com o objetivo de aprimorar o gerenciamento das operações dos portos, trazendo informações rápidas, minimizando os gastos por conta da economia de escala, e de necessitar menos esforços. Outro benefício da automação é que ela promove o aumento da segurança, tanto dos trabalhadores, como dos equipamen-

tos, pelo fato de controlar as operações de modo remoto, minimizando as porcentagens de falha humana, e acidentes no local de trabalho. Esses tipos de terminais automatizados diminuem a poluição no meio ambiente, pois, necessitam de áreas menores, reduzindo os espaços percorridos, sem contar o fato de operarem com equipamentos elétricos, minimizando os impactos sonoros, e principalmente de gases nocivos na atmosfera. Somando-se a isto, alguns equipamentos específicos ajudam até na prevenção de ataques terroristas. (ICTSD, 2018) Segundo Patrício (2014), em toda a operação de embarque de contêineres, pode-se substituir o trabalho humano pelo automatizado. O processo de posicionamento da carreta pode ser realizado com o uso do Trailer Position System, que facilita para o motorista encontrar o local correto de parada, utilizando lasers, sensores e lâmpadas, que ficam localizadas nas pernas do contêiner e nos equipamentos, facilitando a visualização. Já no processo de colocação e remoção de Twistlocks, comparando a operação manual com a automatizada, em um contêiner de 40 com 4 Twistlocks, no modo manual, utilizando dois funcionários da capatazia, a tarefa é executada em 20 segundos, enquanto, com o uso do sistema automático automatic twistlock handling system, o tempo é reduzido pra menos de 1 segundo. O uso de OCR, Optical Character Recognition, nos portêiners e lacres eletrônicos, dispensam o trabalho humano na conferência do registro de embarque e descarga da carga unitizada, números de lacres e avarias. (PATRÍCIO, 2014) Os TOS (Sistema de Planejamento de Terminal) são softwares, que planejam e organizam a operação no porto, sendo feito de módulos de planejamento de berços, de navio, de pátio, de controle e alocação dos equipamentos, controle de Gates, registro e controle de documentação, troca eletrônicas de dados, sistema de faturamento, e interface com outros dispositivos e sistemas. (ZHEN et al., 2012) De acordo com a empresa de automação Kalmar Global (2019), o transporte dos contêineres, entre o cais e o pátio, é realizado por AGVs, Automated Guided Vehicles, que são veículos completamente automatizados, feitos para transportar facilmente os contêineres, entre as pilhas e o cais. Eles possuem um sistema elétrico ecologicamente eficiente, e não precisam de pausas para a troca de baterias, pois, podem ser carregados durante a operação. A figura 2 mostra os AGVs em operação em um terminal.

Figura 2 – Automated Guided Vehicles Fonte: Konecranes no 385

Petro & Química

53


Artigo Técnico Para a operação de armazenagem nos pátios, são utilizados RTGs, Rubber Tired Gantry, que podem ser convertidos, de manual a automáticos, com adição dos dispositivos: Auto-Steering, que auxilia o RTG a não sair da pista, criando trilhas virtuais no seu GPS; Auto TOS Reporting, que utiliza do sistema de planejamento de pátio do TOS para prevenir erros na movimentação; Auto-Truck Guiding, dispositivo que permite alinhar o caminhão para ser atendido pelo equipamento; Auto Positining, dispositivo que converte para latitude e longitude as posições do pátio do tipo quadra/bay/coluna/altura; Stack Collision Prevention, equipamento que evita colisões, utilizando laser para observar o perfil da pilha; e o Truck Lift Prevention, que previne o levantamento de veículos, se o contêiner ainda estiver preso aos locks. Restando apenas ao operador o trabalho de controlar a colocação e retirada do contêiner na carreta. (PATRÍCIO, 2014). A figura 3 mostra como é este tipo de equipamento já em seu formato automatizado. Figura 3 – RTG Automatizado

Fonte: Konecranes

O sistema de carregamento de contêineres automatizado (ACLAS) é um sistema de operações autoassistido, que evita que o contêiner aterrisse de forma errada sobre as carretas ou células do navio. Ele é composto pela união dos sistemas: sistema de sensores de posicionamento (Load Position Sensor), e controle de embarque eletrônico, (Electronic Load Control), que são responsáveis pela redução dos balanços do contêiner quando suspenso, posicionando-o corretamente. O tempo médio de estabilização de um contêiner de 40, sem nenhuma intervenção, pode ser maior que 20 segundos. (PATRÍCIO, 2014)

Resultados e discussão Segundo dados do grupo Markets and Markets (2018), o processo de automação em terminais portuários surgiu como uma inovação tecnológica, com potencial para alavancar a produtividade e a eficiência das operações nos portos. A implantação da automação em terminais de contêineres requer altos custos iniciais. São necessários grandes investimentos, para construir novos terminais, e ainda mais recursos para mantê-los e aplicá-los na modernização do que já existe. Soma-se a isto, todo o procedimento de substituir e atualizar os equipamentos e sistemas internos existentes, que também faz parte do total de gastos. Seguindo as tendências internacionais, o Brasil começou a adotar a inovação cautelosamente, nos últimos

54

Petro & Química

no 385

anos, trocando máquinas obsoletas por equipamentos eficientes e modernos, que auxiliam na redução do tempo que os navios ficam atracados. O tempo economizado em cada operação pode acarretar novos clientes, por conta dos melhores índices de produtividade. (INVESTE SÃO PAULO, 2016) Atualmente, a categoria de terminais de contêineres com automação, sendo semi ou totalmente automatizados, tem o valor de US$ 9,09 bilhões, e a previsão é de que, até 2023, ocorra um aumento de 20% em cima deste número, passando para US$ 10,89 bilhões. Este crescimento está sendo instigado por conta da alta procura pelos grandes navios porta- contêineres, fazendo com que os custos trabalhistas e a concorrência aumentem. (MARKETS AND MARKETS, 2018) Alguns benefícios da automação são a ausência de erros humanos e atrasos, possibilidade de trabalho contínuo e sem a necessidade de pausas para descanso. Porém, devido à influência dos sindicatos e os custos elevados, nem todos os terminais estão caminhando nesta direção, a automação está presente em apenas 3% dos portos mundiais. (ICONTAINERS, 2018) A automação é um grande investimento, e alguns terminais podem ter dificuldades em aderir a essa modernização, devido a bloqueios sindicais, ou até mesmo a legislação, e como se trata de um conceito inovador, alguns terminais tendem a optar pela espera, para analisar como essa tecnologia funcionará nos portos pioneiros, ao invés de iniciar seus investimentos. (ICONTAINERS, 2018)

Considerações Finais O principal objetivo desta pesquisa foi analisar quais as vantagens que a automação oferece, apresentando também os obstáculos para alcançá-la. Foram apresentados alguns dos tipos de equipamentos presentes em terminais de contêiner automatizados ou semiautomatizados, mostrando os benefícios de uma operação automatizada, em comparação com uma operação manual. Com base nas informações coletadas, as vantagens da automação consistem na ausência de falhas humanas, possibilidade de trabalho constante, sem que haja descanso, aumentando o tempo disponível para a realização das operações, além da economia com mão-de-obra e a redução da emissão de gases poluentes, através da mudança dos equipamentos. Os principais desafios para a viabilidade da automação vêm dos altos custos iniciais em investimentos com os equipamentos, e com os sindicatos se posicionando contra a automação completa, pois, ela apresenta uma grande substituição da mão-de-obra humana por máquinas, acarretando desemprego. O comercio exterior é um dos pilares da economia do Brasil e, apesar dos entraves sociais, a modernização dos terminais de contêineres através da automação é essencial para que não se tornem obsoletos, necessitando de maior atenção dos setores públicos e privados, e investimentos constantes, para manter os portos nacionais competitivos.


Artigo Técnico Referências ALLOG – Allog International Transport. Contêiner: conheça a história. Disponível em <http://www.allog.com.br/blog/historia-do-conteiner/>. Acesso em: 12 mar. 2019 ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Antaq divulga os números da movimentação portuária de 2018. Disponível em: <http://portal.antaq.gov.br/index.php/2019/02/12/antaq-divulga-os-numeros-da- movimentacao-portuaria-de-2018/>. Acesso em: 08 mar. 2019 ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Movimentação de contêineres cresce 7,22% em 2018. Disponível em <http://portal.antaq.gov.br/index.php/2019/02/28/movimentacao-de-conteineres-cresce-722- em-2018/>. Acesso em: 05 abr. 2019 A TRIBUNA – A Tribuna Jornal. Movimentação de Contêineres está em alta no Brasil. Disponível em: <https://www.atribuna.com.br/noticias/portoemar/ movimenta%C3%A7%C3%A3o-de- cont%C3%AAineresest%C3%A1-em-alta-no-brasil-1.45311>. Acesso em: 01 abr. 2019. BAIÃO, J. S. O mercado de terminais de contêineres no Brasil – Uma análise de investimentos em infraestrutura para a próxima década. Disponível em: http://www.econ.puc- rio. br/uploads/adm/trabalhos/files/Julia_de_Sa_Baiao.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2019 GRATHAM, R. Terminais de contêineres. Disponível em: <http://enciclopediaaduaneira.com.br/terminais-de-conteineres-roberto-grantham/>. Acesso em: 06 mar. 2019 ICONTAINERS. The future of automation at terminals and ports. Disponível em: <https://www.icontainers.com/ us/2018/10/09/the-future-of-automation-at-terminals-andports/>. Acesso em: 20 mar. 2019 ICTSD – International Centre For Trade And Sustainable Development. Automatização de portos e outros desafios para a América Latina. Disponível em: <https://www.ictsd.org/ bridges-news/pontes/news/automatiza%C3%A7%C3%A3ode-portos- e-outros-desafios-para-a-am%C3%A9rica-latina>. Acesso em: 12 mar. 2019 INVESTE SÃO PAULO – Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade. Automação eleva produtividade de portos. Disponível em: <https://www.investe.sp.gov. br/noticia/automacao-eleva-produtividade-de-portos/>. Acesso em: 20 mar. 2019 KALMAR GLOBAL. Automated guided vehicles. Disponível em: <https://www.kalmarglobal.com/equipment/automatedguided-vehicles/>. Acesso em: 17 abr. 2019 KEEDI, S. História do container. Disponível em: <http://enciclopediaaduaneira.com.br/historia-do-container-samir-keedi/>. Acesso em: 10 mar. 2019. Acesso em: 15 abr. 2019 KEEDI, S. Logística de Transporte Internacional: Veículo prático de competitividade. 3ª edição. São Paulo: Aduaneiras, 2007. KONECRANES. Automated container transport for performance-orientated terminals. Disponível em: <https://www.konecranes.com/equipment/container-handling- equipment/auto-

mated-guided-vehicles/agv>. Acesso em: 15 abr. 2019 KONECRANES. Pórticos para contêineres sobre pneus automatizados (ARTG). Disponível em: <https://www.konecranes. com.br/porticos-para-conteineres-sobre-pneus- automatizados-artg>. Acesso em: 17 abr. 2019 LACOMBE, Francisco José Masset. Dicionário de administração. São Paulo: Saraiva 2004. MARKETS AND MARKETS. Automated Container Terminal Market by Degree of Automation (Semi-Automated and Fully Automated), Project Type (Brownfield and Greenfield), Offering (Equipment, Software, and Services), and Geography - Global Forecast to 2023. Disponível em: <https://www.marketsandmarkets. com/Market- Reports/automated-container-terminal-market109170291.html>. Acesso em 17 abr. 2019 MCKINSEY – Mckinsey & Company. The future of automated ports. Disponível em: <https://www.mckinsey.com/ industries/travel-transport-and-logistics/our-insights/the-future- of-automated-ports 2018>. Acesso em: 28 mar. 2019 PATÍCIO, M. Diagnóstico e proposta de modelo de avaliação operacional para automação em terminais de contêineres no Brasil. Disponível em: <file:///C:/Users/ANGELICA/Downloads/Tese_Patricio%20(2).pdf>. Acesso em: 08 mar. 2019 PEMA – Port Equipment Manufactures Association. Container Terminal Automation. Disponível em: <https://www.pema. org/wp-content/uploads/downloads/2016/06/PEMA-IP12Container-Terminal-Automation.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2019 PRODANOV, C.C; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico 2° edição. Disponível em: <http://www.feevale.br/ Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/ E- book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientific o.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2019 SEST SENAT – Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. Unitização e movimentação de contêineres. Disponível em: <https://ead. sestsenat.org.br/ava/pluginfile.php/96654/mod_resource/ content/2/Unitiz%20%20Moviment%20%20Conteineres_ 11022017%20-%20comp%C3%ADlado_OK.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2019 SOBERÓN, A; MONFORT, A; SPIÑA, R; MONTERD, N; CALDUCH, D. Automation in port container terminal. Disponível em <https://core.ac.uk/download/pdf/82820957. pdf>. Acesso em: 08 abr. 2019 WEBPORTOS – Secretaria Nacional de Portos. Movimentação portuária. Disponível em: <https://webportos.labtrans.ufsc. br/Brasil/Movimentacao>. Acesso em: 25 mar. 2019 XINHUANET – Xinhua Net News. Automated port terminal in Qingdao handless 790,000 TEUs within first year. Disponível em: <http://www.xinhuanet. com/english/2018-05/11/c_137172655.htm>. Acesso em: 05 mar. 2019 ZHEN, L.; LEE, L. H..; CHEW, E. P.; CHANG, D-F; XU, Z-X. A Comparative study on two types of automated container terminal systems. IEEE Transactions on Automation Science and Engineering, vol. 9, no. 1, January, 2012

no 385

Petro & Química

55


Renascimento Ambiental pede atenção

Dependendo da administração, a conformidade regulatória ambiental pode ser um alvo móvel – e a conformidade com as regulamentações ambientais é considerada uma linha de base. Independentemente de sua função na gestão ambiental, você provavelmente se perguntou quais mudanças ocorrerão sob a administração Biden – e a resposta é clara: o governo Biden parece estar pedindo um renascimento ambiental. Jessica Sarnowsky, da Intelex Technologies, elaborou um relatório sobre o que isso significa para as empresas. À medida que mergulhamos mais fundo em 2021, as empresas devem estar cientes do revigoramento da posição dos Estados Unidos no campo ambiental porque, em um futuro previsível, a política ambiental está na vanguarda das prioridades da administração atual. Claro que, dependendo da administração, a conformidade regulatória ambiental pode ser alterada, mas se for possível estar além dos regulamentos, para que não se precise mais alterar políticas e programas, a cada nova administração – isso pode tornar a vida mais fácil. Você precisa sempre do apoio corporativo, e o mandato para estruturar fluxos de trabalho sustentáveis e desenvolver estratégias, para não apenas alcançar a conformidade ambiental, mas também para que seus objetivos e políticas ambiental, social e de governança (ESG) estejam além da conformidade. O governo Biden está tomando uma abordagem holística sobre as mudanças climáticas, observando o que os EUA podem fazer internacionalmente, bem como internamente. Na frente global, Biden comprometeu novamente os Estados Unidos com as metas do Acordo de Paris, convocou uma Cúpula de Líderes em abril, e anunciou metas abrangentes de atingir 50-52 por cento de redução de emissões, até 2030 (em comparação com níveis de emissões em 2005). A nova administração vai apoiar outros países para alcançar seus objetivos, o que é um determinante vital do futuro global, visto que outros países podem não ter os recursos para contribuir, de forma equitativa, sem assistência. Ao definir essas metas ambiciosas para os EUA, haverá um efeito cascata nos negócios naquele país, porque para alcançar uma redução tão grande nos gases de efeito estufa (GHS), é provável que os limites da Lei do Ar Limpo (CAA) para o setor de energia sejam mais rigorosos; e haja aumento nos requisitos para poluentes que impactam nas mudanças climáticas, como o dióxido de carbono. Embora o ritmo exato e os tópicos dos regulamentos a serem alterados estejam sendo determinados, seria sensato monitorar as ações dos órgãos reguladores, como a EPA, para se preparar para um aumento no número e na intensidade das obrigações relacionadas a ESG.

56

Petro & Química

no 385

Primeira cera de polietileno de fonte renovável do mundo

A Braskem lançou a primeira cera de polietileno (PE) de fonte renovável do mundo, direcionada para a produção de adesivos, cosméticos, tintas e compostos, utilizados em processos de transformação das resinas termoplásticas. O produto, comumente utilizado como um agente modificador de viscosidade em diversas formulações, possui as mesmas propriedades e performance da versão feita com PE de origem fóssil. Produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar, a nova solução oferece menor pegada de CO2, é reciclável, e tem aplicação multimercado. Com a chegada da cera de PE de fonte renovável ao mercado mundial, a Braskem inova e amplia o portfólio I’m green bio-based, com produtos que vão além das resinas existentes e fornecidas, até hoje. A marca I’m green representa o compromisso da companhia com a economia circular, e é composta por soluções de fonte renovável e reciclada. “Há mais de uma década, a Braskem produz plástico de origem renovável. Deste então, a Braskem vem buscando formas de apoiar seus clientes, na busca de novos produtos para redução da pegada de carbono. Depois do PE e do EVA I’m green bio-based, agora trazemos a cera de PE de fonte renovável para o mercado global de adesivos, cosméticos, tintas e compostos, o que reforça o compromisso de nos tornamos uma empresa carbono neutro, até 2050”, explica Gustavo Sergi, diretor de Químicos Renováveis e Especialidades da Braskem. O polietileno I’m green bio-based, utilizado na fabricação da cera de PE renovável, é capaz de absorver gás carbônico da atmosfera durante seu ciclo produtivo. Além disso, a fabricação do polietileno renovável, a partir do etanol, gera economia de energia, em torno de 80%, em relação às rotas tradicionais. “Trabalhamos diariamente com o objetivo de unir inovação e desenvolvimento sustentável, para gerar um melhor impacto ao planeta e à sociedade, e este lançamento é mais um dos frutos do nosso esforço na descarbonização da cadeia de valor na qual estamos inseridos”, finaliza Gustavo.


Chave de remoção de carbono para cumprir a meta do Acordo de Paris

Alcançar a meta de 2°C do Acordo de Paris exigirá mais do que simplesmente evitar produzir mais carbono. Para limitar o aquecimento global em 1,5°C, ou mesmo 2°C, a remoção de carbono será essencial. Pesquisa da consultoria global de recursos naturais Wood Mackenzie, uma empresa da Verisk, mostra que a chave para a remoção eficaz de carbono em grande escala é desbloquear potenciais economias de escala, por meio da captura e armazenamento de carbono em toda a bacia (CCS), fornecendo efetivamente uma comunidade resposta a um problema global. Amy Bowe, chefe da pesquisa de carbono, disse: “No cenário de Transição de Energia Acelerada de 1,5°C da Wood Mackenzie, o mundo ainda estará produzindo – e usando – apenas 30 milhões de barris de petróleo, por dia, em 2050. Ao mesmo tempo, o consumo global de gás natural totalizará cerca de 3.200 bilhões de m3 de gás natural, apesar do crescimento significativo das energias renováveis. Para manter o aquecimento global dentro dos limites do Acordo de Paris, soluções zero carbono, como energias renováveis por si só não são suficientes. Devemos pensar em termos de prevenção e remoção de carbono, o que significa acelerar o aumento da utilização e armazenamento de captura de carbono, começando agora”. Neeraj Nandurdikar, chefe global de consultoria de energia e energias renováveis, acrescentou: “A expansão da CCS exige que pensemos em maneiras radicalmente diferentes e desafiadoras de paradigmas, para resolver o problema do carbono. Devemos, não apenas nos voltar para tecnologias inovadoras e novas políticas e projetos regulatórios, mas desafiar nossos modelos de negócios tradicionais, e perguntar se eles estão à altura da tarefa. ‘Coopetição’ é o caminho a seguir – unindo forças com a concorrência.” Em 2019, o mundo emitiu cerca de 33 gigatoneladas de CO2. Os atuais projetos de CCS em operação estão captando apenas uma fração disso, cerca de 40 milhões de toneladas de CO2 por ano. Isso se deve, tanto a barreiras técnicas, quanto à falta de incentivo comercial. As tecnologias de captura mais estabelecidas são intensivas em energia, o que aumenta os custos, especialmente para aplicações com fluxos de fonte de CO2 de baixa concentração, como cimento ou aço. As tecnologias mais recentes consomem menos energia, mas têm taxas de captura mais baixas, e são menos escalonáveis. Essas barreiras técnicas são agravadas pela falta de ambientes de políticas de apoio, e modelos de negócios. “Se quisermos ter um impacto sobre as emissões, é necessário haver uma discussão muito mais urgente e ampla, sobre a viabilidade do CCS em toda a bacia. O sucesso exigirá economias de escala, para triunfar sobre as economias de escopo. A atual gama de projetos de CCS sugere que a indústria

parece favorecer o escopo, no entanto, levando as empresas a se concentrarem apenas em, digamos, captura ou transporte. Onde houver economias de escala no armazenamento de toda a bacia, tais projetos devem ter precedência, combinando grandes concentrações de emissores, e um grande número de locais de armazenamento tecnicamente viáveis”, disse Nandurdikar A Wood Mackenzie acredita que os clusters CCS podem desempenhar um papel fundamental no aproveitamento de economias de escala. As sinergias são maiores onde as fontes pontuais industriais estão próximas umas das outras, e em um local de armazenamento viável. Os clusters e hubs CCS podem conectar várias fontes de pontos de emissão industriais, com locais de armazenamento comuns, por meio de infraestrutura de transporte compartilhada. Custos e responsabilidades compartilhados ajudam a diminuir o risco do projeto para todos os participantes, e podem tornar o CCS viável para fontes pontuais menores, para as quais a solução não seria econômica de outra forma. A Wood Mackenzie mapeou as fontes de emissões, usando nossos dados em nível de ativo, para identificar potenciais sumidouros com as propriedades técnicas corretas para CCS em grande escala. “Selecionamos cerca de 1.500 campos globalmente que poderiam ser possíveis candidatos para armazenamento de carbono, em grande escala, com 62% deles apenas na América do Norte. Examinamos quatro locais em detalhes. As quatro localidades, dentro de 100 km de fontes de ponto industrial, têm capacidade para armazenar mais de 700 MtCO2. Apenas em considerações técnicas, três dos quatro parecem ser candidatos viáveis para hubs CCS. Um dos mais promissores se juntou ao cluster industrial de Alexandria, na costa norte do Egito, que inclui a instalação egípcia de gás natural liquefeito de dois trens e a refinaria El Mex, com campos de gás esgotados na bacia do Delta do Nilo. Com base em nossas avaliações do volume de emissões atuais do cluster, e a capacidade de armazenamento nos campos esgotados de Saffron e Rosetta, estimamos que haja um potencial de armazenamento de 39 anos”, disse Bowe. Certos fatores são críticos para fazer com que projetos de cluster a sumidouro CCS, em grande escala, funcionem – volumes de emissão, tipos de emissão, proximidade de reservatórios subterrâneos adequados e infraestrutura de transporte existente, por exemplo. Regulamentações governamentais favoráveis e política tributária são cruciais para encorajar as empresas a usar sites tecnicamente vantajosos. Mais importante ainda, a indústria precisa dar um passo à frente. As empresas mais ousadas, dispostas a colaborar com outras para o bem comum, se moverão em discussões de modelagem de risco, para construir uma indústria de eliminação de carbono. no 385

Petro & Química

57


Maioria das energias renováveis custa menos que combustível fóssil mais barato A parcela de energia renovável que atingiu custos mais baixos do que a opção de combustível fóssil mais competitiva dobrou, em 2020, mostra um novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). Sessenta e dois gigawatts (GW), ou 62% da geração total de energia renovável adicionada no ano passado, teve custos mais baixos do que a nova opção de combustível fóssil mais barata. Os custos de geração de energia renovável, em 2020, mostram que os custos das tecnologias renováveis continuaram a cair significativamente, ano a ano. A energia solar concentrada (CSP) caiu 16%, a energia eólica onshore 13%, a energia eólica offshore 9% e a energia solar fotovoltaica 7%. Com os custos em níveis baixos, as energias renováveis reduzem, cada vez mais, os custos operacionais do carvão existente. As energias renováveis de baixo custo oferecem, aos países desenvolvidos e em desenvolvimento, um caso de negócios sólido, para superar o carvão em busca de uma economia líquida zero. As novas adições aos novos projetos de energias renováveis, em 2020, irão economizar até US $ 156 bilhões para as economias emergentes, ao longo de sua vida. “Hoje, as energias renováveis são a fonte de energia mais barata. As energias renováveis apresentam aos países vinculados ao carvão uma agenda de eliminação progressiva economicamente atrativa, que garante que atendam à crescente demanda de energia, ao mesmo tempo que economizam custos, adicionam empregos, impulsionam o crescimento, e atendem às ambições climáticas. Sinto-me encorajado, pelo fato de mais e mais países optarem por alimentar suas economias com energias renováveis e seguir o caminho da IRENA, para alcançar emissões líquidas zero, até 2050”, disse o diretor geral da IRENA, Francesco La Camera. Segundo La Camera, estamos muito além do ponto crítico do carvão. “Seguindo o mais recente compromisso do G7 de reduzir a zero, e interromper o financiamento global de carvão no exterior, cabe agora ao G20 e às economias emergentes igualar essas medidas. Não podemos permitir que haja uma dupla via de transição energética, onde alguns países rapidamente se tornam verdes, e outros permanecem presos no sistema baseado em fósseis do passado. A solidariedade global será crucial, desde a difusão de tecnologia, até estratégias financeiras e apoio ao investimento. Devemos garantir que todos se beneficiem da transição energética.” Os projetos renováveis adicionados no ano passado reduzirão os custos no setor de eletricidade, em pelo menos US$ 6 bilhões, por ano, nos países emergentes, em relação ao acréscimo da mesma quantidade de geração por combustível fóssil. Dois terços dessas economias virão da energia eólica onshore, seguida da energia hidrelétrica e solar fotovoltaica.

58

Petro & Química

no 385

A economia de custos vem além dos benefícios econômicos e da redução das emissões de carbono. Os 534 GW de capacidade renovável adicionados nos países emergentes, desde 2010, a custos mais baixos do que a opção de carvão mais barata, estão reduzindo os custos de eletricidade, em cerca de US$ 32 bilhões, a cada ano. 2010-2020 viu uma melhoria dramática na competitividade das tecnologias solar e eólica com CSP, energia eólica offshore, e energia solar fotovoltaica, todos se juntando à energia eólica onshore, na gama de custos para capacidade de novos combustíveis fósseis, e cada vez mais os superando. Em dez anos, o custo da eletricidade da energia solar fotovoltaica em grande escala caiu 85%; o da CSP, em 68%; o da energia eólica onshore, em 56%; e 48%, no da energia eólica offshore. Com preços recordes de leilão de US$ 1,1, a três centavos por kWh, hoje, a energia solar fotovoltaica e a energia eólica onshore prejudicam continuamente até mesmo a nova opção de carvão mais barata, sem qualquer apoio financeiro. O relatório da IRENA também mostra que as novas energias renováveis superam as usinas de carvão existentes em custos operacionais, tornando a energia do carvão, cada vez mais antieconômica. Nos Estados Unidos, por exemplo, 149 GW, ou 61% da capacidade total de carvão custa mais do que a nova capacidade renovável. A aposentadoria e substituição dessas usinas por energias renováveis cortaria as despesas em US$ 5,6 bilhões, por ano, e economizaria 332 milhões de toneladas de CO2, reduzindo as emissões do carvão nos Estados Unidos em um terço. Na Índia, 141 GW de carvão instalado é mais caro do que a nova capacidade renovável. Na Alemanha, nenhuma usina de carvão existente tem custos operacionais mais baixos do que a nova energia solar fotovoltaica ou capacidade eólica onshore. Globalmente, mais de 800 GW de energia a carvão existente custa mais do que novos projetos solares fotovoltaicos ou eólicos em terra comissionados, em 2021. A aposentadoria dessas usinas reduziria os custos de geração de energia em até US$ 32,3 bilhões anuais, e evitaria cerca de três giga tonela-


das de CO2 por ano, o que corresponde a 9 % das emissões globais de CO2 relacionadas à energia em 2020, ou 20% da redução de emissões, necessária até 2030, para um caminho climático de 1,5°C, descrito no World Energy Transitions Outlook da IRENA. A perspectiva até 2022 mostra os custos globais de energia renovável, caindo ainda mais, com a energia eólica onshore se tornando 20% – 27% menor do que a nova opção de geração a carvão mais barata. Setenta e quatro por cento de todos

os novos projetos solares fotovoltaicos comissionados nos próximos dois anos, que foram adquiridos competitivamente por meio de leilões e licitações, terá um preço de prêmio inferior ao da nova energia a carvão. A tendência confirma que as energias renováveis de baixo custo não são apenas a espinha dorsal do sistema elétrico, mas também permitirão a eletrificação em usos finais como transporte, edifícios e indústria, e desbloquearão a eletrificação indireta competitiva com hidrogênio renovável. no 385

Petro & Química

59


Fujitsu obtém classificação máxima em Mudança Climática e Segurança Hídrica da CDP A Fujitsu foi indicada na Lista A do Carbon Disclosure Project – CDP (instituição sem fins lucrativos que mede e relata o impacto ambiental das ações das companhias para construir uma economia verdadeiramente sustentável) – para mudanças climáticas, pelo quarto ano consecutivo, e segurança hídrica, pelo segundo ano consecutivo. Essas são as classificações mais altas na avaliação do CDP das atividades corporativas. O objetivo da Fujitsu é tornar o mundo mais sustentável, criando confiança na sociedade, por meio da inovação – a conquista da impressionante lista A para atividades de água e mudanças climáticas demonstra que a empresa está contribuindo para esse objetivo. A pesquisa avalia os esforços das empresas para demonstrar liderança na divulgação de informações, identificação e gerenciamento de riscos, enfrentamento de desafios, estabelecimento de metas ambiciosas e significativas. Em 2020, a CDP deu pontuações a mais de 8.000 empresas, com base em suas divulgações de 2019, classificando-as de A a D; apenas os 2% superiores entraram na Lista-A. Em 2017, a Fujitsu delineou sua visão climática e energética de médio a longo prazo. Isso incluiu alcançar zero emissões de CO2, construir uma infraestrutura social mais resiliente, para mitigar e se adaptar às mudanças climáticas, e reduzir o consumo de água. A visão da empresa para alcançar essas metas era implementar tecnologia de maneira inteligente, tanto internamente quanto para os clientes. Para orientar sua resposta, a Fujitsu estabeleceu um Comitê de Gestão de Risco e Conformidade. Este comitê tem a tarefa de identificar, analisar e avaliar os riscos em 33 diferentes áreas associadas aos negócios da Fujitsu em todo o mundo, além de desenvolver soluções que reduzem o risco. A última fase (Estágio IX) do Plano de Ação Ambiental da Fujitsu (FY 2019-2020) é baseada em quatro categorias de importância crítica. Em primeiro lugar, aborda questões na cadeia de abastecimento da Fujitsu, e três outras áreas que desafiam a sociedade como um todo: mudança climática, circulação de recursos, e cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas. A Visão de Clima e Energia da Fujitsu descreve os principais indicadores de desempenho, e especifica quais ações são necessárias para alcançá-los. Isso inclui melhorar a eficiência do uso de energia, e impulsionar estrategicamente o uso de 60

Petro & Química

no 385

energia renovável em data centers – um setor que deverá contribuir significativamente para o crescimento das emissões de gases de efeito estufa. A Fujitsu também está concentrando esforços na redução de resíduos vinculados a plásticos, usados em embalagens, ao mesmo tempo que continua reduzindo o volume de resíduos gerados durante a fabricação, além de outras iniciativas, como a conservação e reciclagem de recursos em produtos de TIC.

Para preservar a qualidade da água de corpos d’água próximos, a Fujitsu definiu controles voluntários, que são ainda mais rígidos do que os mandatos legais. A empresa recupera e recicla produtos químicos usados nos processos de produção, em vez de descartá-los em águas residuais. Também está trabalhando para gerenciar e reduzir adequadamente o descarte de substâncias nocivas e outras substâncias regulamentadas, garantindo o uso adequado de produtos químicos, evitando vazamentos de produtos químicos, e gerenciando com eficácia as instalações de tratamento e purificação de água.


3M investirá US$ 1 bilhão para acelerar novas metas ambientais

A 3M anunciou, no começo de 2021, que espera investir globalmente US$ 1 bilhão, nos próximos 20 anos, para acelerar novas metas ambientais: alcançar a neutralidade de carbono até 2050, reduzir o uso de água em 25% em suas instalações e devolver água de maior qualidade ao meio ambiente, após o uso em operações de fabricação. “À medida que a 3M cresce, queremos ampliar nossa liderança em iniciativas que envolvem gestão ambiental, justiça e equidade social, e governança corporativa. Estamos agindo agora, para dobrar a curva das emissões de carbono e do uso da água, e melhorar a qualidade da água. Nossos investimentos nos tornarão mais eficazes e eficientes, e impulsionarão o crescimento. Estes anúncios demonstram novamente como a 3M aplica a ciência para melhorar vidas, e ajudar o mundo, por meio de um ar mais limpo, melhor qualidade da água e menos desperdício”, disse o presidente e CEO da 3M, Mike Roman. Os investimentos de longo prazo da empresa ajudarão a promover programas de redução de resíduos e controle de poluição, e reduzir o uso de água. A iniciativa irá acelerar ainda mais a melhoria contínua da 3M em suas operações de manufatura, e capacidade de cumprir seus objetivos ambientais. Por meio de conhecimentos científicos e tecnológicos, a 3M espera reduzir ainda mais as emissões de carbono, visando a uma redução de 50%, até 2030, uma redução de 80%, até 2040, e 100% de neutralidade de carbono, em suas operações, até 2050. A companhia continuará a trabalhar em colaboração com os clientes, governos e parceiros globais, para reduzir as emissões de suas operações por meio de tecnologia, e introduzindo novos produtos e soluções inovadores. O novo compromisso da 3M com a neutralidade de carbono se baseia em sua promessa de eletricidade renovável, como membro da RE100. A 3M ultrapassou consistentemente as metas provisórias, ao longo de sua jornada renovável, e sua abordagem baseada na ciência permitiu-lhes definir metas de sustentabilidade ainda mais ambiciosas. A 3M continua a liderar e deve servir de inspiração, para que mais empresas adotem iniciativas sustentáveis. A partir deste ano, como parte de sua revisão contínua de suas instalações fabris, a 3M também trabalhará para garantir que todas as operações atinjam nível de excelência, para minimizar as emissões que podem ser produzidas durante as operações.

Ambipar compra Disal e inicia internacionalização

A Ambipar fez a maior aquisição de sua história, ao comprar 100% da Disal Ambiental, para internacionalizar a carteira de serviços do segmento Environment, chegando a três países: Chile, Peru e Paraguai. A partir da iniciativa, a Ambipar passa a focar em crescimento orgânico e M&A, na América Latina, ofertando gestão ambiental com soluções integradas. A Disal atua, há 40 anos, com soluções integradas de gestão ambiental no Chile, Peru e Paraguai, regiões onde possui posição de liderança de mercado, e vanguarda tecnológica. O foco de atuação se dá na gestão total de resíduos industriais, provendo soluções de coleta e tratamento de resíduos sólidos, líquidos e perigosos. A companhia pretende complementar a carteira de serviços da Disal para ofertar aos clientes de segmentos que ainda não são atuantes, como o de papel e celulose, por exemplo, em que a Ambipar possui soluções proprietárias, e é líder de mercado no Brasil. Além disso, o objetivo é continuar com o plano de expansão global, também através da Environment, com o intuito de assumir a liderança do setor também no exterior, além de gerar créditos de carbono certificáveis. Segundo o diretor de Relações com Investidores da Ambipar, Fábio Castro, a aquisição está alinhada com o plano estratégico de crescimento, com captura de sinergias entre as companhias, e potencial maximização das margens e retorno. “Esse é um dos M&As mais importantes da história da organização, em que inicia o processo de internacionalização do segmento Environment. Ao adquirir a Disal, ampliamos a carteira de clientes para um futuro cross selling, geramos sinergia, e aumentamos a gama de soluções proprietárias de valorização de resíduos, como, por exemplo, o setor de mineração que é foco da companhia, mas ainda possui pouca penetração no Brasil. Somado a isso, aumentamos a receita oriunda do mercado externo, e troca de know how na valorização de resíduos”, afirma. O plano de expansão global da Ambipar já levou os serviços de atendimento emergencial a 16 países da América do Sul, América do Norte, Antártida, África e Europa, através de crescimento orgânico e M&A, tornando o segmento de Response, referência global no setor. No total, foram 13 aquisições após o IPO, contando com a Disal. “A Environment passa, agora, a ser o foco do projeto de crescimento no Brasil, e exterior. Só em junho, a Ambipar já fortaleceu a carteira de serviços em valorização de resíduos, economia circular, e adentrou o mercado de pós-consumo, a partir de quatro aquisições, focadas em gestão ambiental no Brasil”, explica Castro. Com carteira diversificada de clientes blue chips, e contratos de longo prazo para os setores de mineração, construção civil, alimentos, dentre outros, a Disal conta com 2.665 colaboradores, 665 ativos em 65 filiais. Teve receita líquida de R$ 503,2 milhões, EBITDA de R$ 93,8 milhões, nos últimos 12 meses, a partir de de maio de 2021.

no 385

Petro & Química

61


Dow é reconhecida por práticas ESG O

contrato de Compra de Energia da Dow com a Atlas Renewable Energy, para o consumo de energia solar para a unidade de Aratu, na Bahia, foi o vencedor do Whirlpool Supplier Awards 2020. Promovida anualmente, a iniciativa reconhece as principais entregas de seus fornecedores, Complexo industrial da Dow em Aratu, Bahia. considerando diferentes requisitos técnicos. Nessa edição, o prêmio ganhou uma importante atualização, transformando-se em prêmio ESG (Environment, Social and Governance), destacando as empresas que tiveram excelente desempenho em critérios de gerenciamento de fornecedores, situação financeira, conformidade social e ambiental, risco para a qualidade, sistema logístico e índice de dependência. No último ano, a Dow ampliou sua participação no uso de fontes renováveis de energia em suas operações. O projeto vencedor da Dow na premiação focou especificamente na contratação de energia solar, em uma parceria fechada com a Atlas Renewable Energy. O contrato de Compra de Energia, firmado entre a Dow e a Atlas, e com duração inicial de 15 anos, representará um aumento de energia renovável consumida pela fábrica de Aratu, na Bahia. A unidade já utiliza 75% de sua demanda, vinda de fontes renováveis (hidrelétrica, biomassa e gás natural), e o contrato firmado com a Atlas contribui para a meta global da Dow em atender 750 MW de sua demanda de energia, por meio de fontes renováveis, até 2025. O novo parque de energia solar Jacaranda será construído em Juazeiro/BA, e deverá ter capacidade instalada de 187 megawatts-pico (MWp). Além disso, o parque será equipado com mais de 450 mil módulos, com potência suficiente para atender a uma cidade de 750 mil habitantes. O contrato proporcionará maior competitividade à fábrica da Dow em Aratu, reforçando o posicionamento da unidade fabril na produção de soluções para o negócio de Poliuretanos, com matriz mais sustentável de energia renovável. Neste mesmo complexo industrial, são desenvolvidas tecnologias de Poliuretano para a produção de produtos que atendem diversos mercados e clientes, dentre os quais a Whirlpool, líder no mercado latino-americano de eletro-

62

Petro & Química

no 385

Divulgação

domésticos, reconhecida por seus produtos inovadores, e pelo seu compromisso com a sustentabilidade. As soluções fornecidas pela Dow atendem os refrigeradores das marcas Brastemp e Consul, comercializados no Brasil e são responsáveis pela promoção de eficiência energética e longa durabilidade dos produtos. “A premiação é um passo importante em nosso compromisso pela neutralidade em carbono em nossas operações e fomento à economia circular, e potencializa nosso esforço como diferencial competitivo, cada vez mais valorizado por clientes”, afirma Matias Campodonico, Diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade para a América Latina da Dow. A unidade industrial da Dow em Aratu já possui 70% do consumo de energia renovável (hidrelétrica, biomassa e gás natural), e o contrato firmado com a Atlas contribui para a meta global de atender 750 MW de sua demanda de energia por meio de fontes renováveis, até 2025. No conjunto de metas globais, a companhia se comprometeu em reduzir emissões em 15%, até 2030 (versus 2020), e se tornar carbono neutro, em 2050. A nova planta solar Jacaranda, que abastecerá a unidade em Aratu, deverá evitar a emissão de cerca de 35.000 toneladas de emissões de CO2, por ano, com base no GHG (Greenhouse Gases Protocol). Essa quantidade de emissão de CO2 evitada pode ser comparada à retirada de 36,8 mil veículos das ruas de São Paulo. Outro destaque do projeto é o compromisso da Atlas em gerar empregos e desenvolvimento, além de iniciativas de capacitação para aumentar a participação de mulheres na força de trabalho.


Descarbonização é fundamental para o setor de papel e celulose

A preocupação com as constantes mudanças climáticas no planeta Terra, e o seu consequente impacto na vida humana, já fazem parte do pensamento da grande maioria dos consumidores atuais, que buscam conhecimento sobre a origem e o destino do que é produzido no mundo. Neste contexto, as empresas estão cada vez mais engajadas com o tema, e, por isso, vem crescendo o interesse de diferentes áreas das companhias para compreender o assunto, e avaliar o que pode ser feito para contribuir com este processo. “Apesar dos avanços vivenciados nos últimos anos, estes aspectos ainda não estão completamente inseridos no dia-a-dia de todos, principalmente, os envolvidos na cadeia produtiva de papel e celulose”, comenta Luis Guilherme Bandle, Gerente Geral de Aplicação e Vendas da Voith Paper América do Sul. Para o executivo, é urgente e necessária, a conscientização de todas as pessoas inseridas no setor, desde os colaboradores da área comercial, até os funcionários da fábrica. Para Bandle, tanto os times de venda, quanto os demais colaboradores precisam entender a importância da questão da descarbonização, para apresentar aos clientes todos os benefícios existentes nas propostas de trabalho, reforçando o diferencial competitivo da alternativa. “Mais do que meramente uma questão de lucro, entender como funciona o sistema de descarbonização, é compreender que o mundo tem um limite, e que, se nada for feito, podemos sentir graves problemas, daqui para frente”, explica Bandle. Bandle acredita que esta construção de pensamento, deve ser difundida a todas as equipes, pois, é fundamental para mostrar que a descarbonização é um ativo importante das companhias, e que todo o trabalho realizado para alcançar este objetivo precisa ficar evidente, tanto para os clientes, quanto aos consumidores finais de nossos produtos e serviços. Ciente de seu papel na sociedade e com o ideal de prestar uma significativa contribuição à proteção do clima, o Grupo Voith assumiu o compromisso de que nenhuma de suas unidades no mundo deixará pegadas de carbono, até 2022. Em um mundo cada vez mais impactado pelos riscos do aquecimento global, a descarbonização busca a redução e, a longo prazo, a eliminação da emissão de gás carbônico, nas atividades das pessoas e empresas em geral.

Ternium anuncia investimento de US$ 500 milhões

A Ternium anunciou um plano de US$ 500 milhões, em projetos e tecnologias ambientalmente corretas para suas plantas, principalmente nas que estão localizadas no México, Argentina e Brasil. O anúncio foi feito pelo CEO da empresa, Máximo Vedoya, na conferência com investidores e analistas. “Cuidar do meio ambiente é um aspecto fundamental das operações da Ternium. A indústria do aço, como muitas outras, tem direcionado cada vez mais recursos para melhorar sua pegada ambiental”, disse Vedoya. Em seu último plano até 2019, a empresa investiu US$ 260 milhões, em projetos relacionados ao meio ambiente e à eficiência energética, em todas as suas instalações. Agora, seu novo plano agrega US$ 500 milhões de dólares, em uma estratégia a ser implementada nos próximos sete anos. Os projetos terão como foco a redução de emissões, gestão de efluentes e gestão de materiais, principalmente nas plantas de Nuevo León, no México; San Nicolás de los Arroyos, na Argentina; e Santa Cruz, no Brasil. Entre os projetos a serem executados estão: a construção de cúpulas e silos de matéria-prima na Usina Guerrero em San Nicolás de los Garza, Nuevo León; a modificação do Sistema Secundário de Aspiração da Aciaria de San Nicolás de los Arroyos, Argentina; e a baghouse – dispositivo para filtrar e remover partículas – na planta da Sinter no Brasil. A empresa deu conhecimento deste plano de investimento ambiental em paralelo ao anúncio da sua Rota da Descarbonização, iniciativa com a qual pretende reduzir as suas emissões específicas de CO2 em 20%, até 2030. O progresso na rota de descarbonização incluirá projetos para: aumentar a participação das fontes renováveis de energia; aumentar o uso de sucata no mix metálico; expandir a capacidade de captura de carbono em instalações de redução direta no México; substituir parcialmente o carvão mineral por carvão vegetal nas operações do Brasil e da Argentina; priorizar tecnologias siderúrgicas, com menores emissões específicas. no 385

Petro & Química

63


Hat-trick de baixo carbono no Reino Unido

O termo hat trick se refere a quando um jogador marca três gols em uma partida: todos os três projetos da Equinor para fornecer cortes profundos nas emissões das indústrias e apoiar o crescimento limpo na costa leste do Reino Unido receberam financiamento público das autoridades do Reino Unido. Com uma combinação de financiamento público e privado, a Equinor e seus parceiros irão agora progredir nesses projetos, a fim de criar o primeiro cluster industrial líquido zero do mundo, até 2040. Em 17 de março de 2021, o governo do Reino Unido anunciou os prêmios de financiamento no âmbito do Fundo de Desafio de Estratégia Industrial (ISCF) do Reino Unido, para três consórcios de projetos, nos quais a Equinor está diretamente envolvida: * Zero Carbon Humber (ZCH), uma parceria de doze empresas para transformar o maior cluster industrial do Reino Unido em zero, por meio da implantação gradual de hidrogênio de baixo carbono, captura de carbono e emissões negativas, entregues em locais ao longo do estuário de Humber. O primeiro projeto é a instalação de hidrogênio de baixo carbono H2H Saltend, liderada pela Equinor, e uma rede de dutos de hidrogênio e dióxido de carbono (CO2) em locais industriais de Humber, desenvolvidos pela National Grid Ventures. * Net Zero Teesside (NZT), uma parceria de cinco empresas para descarbonizar o cluster industrial de Teesside, com captura de carbono, e construir uma nova estação de energia a gás, com tecnologia de ponta de captura de carbono. * Northern Endurance Partnership (NEP), uma parceria de seis empresas (com ENI, National Grid, Shell, Total e operadora bp) para desenvolver a infraestrutura offshore de transporte e armazenamento de dióxido de carbono, no Mar do Norte do Reino Unido, que atenderá tanto ZCH quanto NZT. As três propostas bem-sucedidas totalizam GBP 229 milhões em financiamento público e privado, com a Equinor e seus parceiros contribuindo com mais de dois terços do total.

Grete Tveit, senior vice presidente para Low Carbon Solutions, e Irene Rummelhoff, vice presidente executiva de Marketing, Midstream & Processing

“O desafio comum das mudanças climáticas exige que governos, indústrias e sociedades se unam. Este prêmio de 64

Petro & Química

no 385

financiamento das autoridades do Reino Unido mostra que isso funciona na prática, e estamos muito satisfeitos com o sucesso desses três projetos pioneiros. Trabalhando com nossos parceiros e partes interessadas, a Equinor continuará a aplicar nossos recursos para entregar esses projetos, para que, juntos, possamos demonstrar o valor significativo que a captura e armazenamento de carbono e o hidrogênio oferecem às comunidades e países em um futuro líquido zero”, disse Irene Rummelhoff, vice-presidente executivo de Marketing, Midstream & Processing, na Equinor. Os prêmios de financiamento da Pesquisa e Inovação do Reino Unido e o financiamento da Equinor e seus parceiros serão usados em cada projeto, para passar pelos estágios de engenharia e design detalhados, e progredir até o ponto em que, sujeito ao desenvolvimento em paralelo de uma política de apoio do Reino Unido, uma decisão final de investimento (FID) em cada um possa ser tomada. “Os prêmios são uma ótima notícia para o Reino Unido e para a Equinor. O Humber e o Teesside representam quase metade das emissões industriais do Reino Unido, portanto, para chegar a zero líquido, há um enorme valor em combater as emissões em ambos os clusters juntos. O lançamento do uso e armazenamento de captura de carbono e hidrogênio em todos os clusters industriais do Reino Unido apoia os objetivos do governo de uma recuperação verde e de nivelamento, ao proteger e criar muitos empregos altamente qualificados, e estabelecerá o Reino Unido como líder mundial em hidrogênio e baixo carbono tecnologias. Como fornecedor líder de energia do Reino Unido, continuaremos a trabalhar com nossos parceiros, para levar nossos projetos à decisão final de investimento, nos envolvendo, local e nacionalmente, para que isso aconteça”, disse Grete Tveit, vice-presidente sênior de Soluções de Baixo Carbono no Equinor. Na Noruega, a Equinor e seus parceiros começaram os trabalhos de construção, em janeiro de 2021, na Northern Lights, o primeiro projeto de transporte e armazenamento de carbono em grande escala da Europa, após a votação do Parlamento norueguês para aprovar o financiamento em dezembro. A construção está prevista para ser concluída no final de 2023, com a primeira fase operacional durante 2024.


O papel do gás natural na contenção do aquecimento global Ainda que a demanda energética mundial siga em crescimento, tornou-se evidente, a partir do fim do século XX, a necessidade de diminuir as emissões de carbono na atmosfera. A discussão sobre fontes de energia mais limpas e renováveis surgiu como resposta a essa demanda, em busca da redução das emissões de gases de efeito estufa e contenção do aquecimento global. Fontes primárias de energia de origem fóssil, contudo, ainda hoje, desempenham papel central para suprir a demanda energética mundial e, mesmo com o avanço de fontes renováveis, continuarão ocupando um lugar relevante no fornecimento de energia nas próximas décadas. Nesse cenário, o gás natural desponta como fonte de energia estratégica na transição para uma economia de baixo carbono. Isso porque consegue equilibrar a necessidade de redução de emissões, estabilidade produtiva e custo competitivo, sem impor grandes desafios às cadeias produtivas, já adaptadas a lidar com outros hidrocarbonetos, por apresentar o menor índice de emissões em relação a esses. Por que o gás natural é o combustível-chave para a transição rumo ao desenvolvimento sustentável? Cássio Adriano Teixeira, André Pompeo, Ricardo da Costa, Marco Aurélio Rocio e Haroldo Prates responderam, através do artigo Gás natural – um combustível-chave para uma economia de baixo carbono, publicado no BNDES Setorial 53 ( https://web.bndes. gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/20802/1/PR_Gas%20natural_ 215277_P_BD.pdf ), resumido pelo BNDES como segue:

máximo, até 2050. Considerando o ritmo de evolução das fontes renováveis e as dificuldades para alterar ou substituir a infraestrutura existente em economias industrializadas, em curto espaço de tempo, é fundamental a participação da indústria de petróleo e gás natural, no esforço de redução de emissões. O petróleo é o combustível que detém a maior participação na demanda mundial de energia primária, mas apresenta um alto índice de emissão de carbono. Entre as fontes de energia disponíveis para substituí-lo, a fonte fóssil que apresenta melhores resultados de eficiência energética e emissão de CO2 é o gás natural. Em média, o uso do gás gera 27% menos CO2 por unidade de energia gerada (BTU – British Thermal Unit) do que o petróleo, e 44% menos do que o carvão. Já na comparação com derivados de petróleo, ele emite cerca de 33% menos gás carbônico do que o óleo combustível, empregado nas indústrias, 17% menos do que o gás liquefeito de petróleo (GLP), usado em residências, assim como 26% menos do que a gasolina, e 27% do que o óleo diesel, consumidos por automóveis, caminhões e ônibus (EIA, 2016). Para além das emissões de gás carbônico, o uso do gás natural contribui ainda para a drástica diminuição das emissões de outros poluentes tóxicos, como óxidos de enxofre (SOx), ou óxidos de nitrogênio (NOx), além de eliminar a emissão de particulados finos (MP2,5).

A 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), que aconteceu em Paris, em 2015, estabeleceu metas desafiadoras para lidar com o aquecimento global. A principal delas foi manter o aumento de temperatura médio do planeta em até 2ºC, e idealmente em até 1,5ºC, até o fim do século. Já em 2020, durante os preparativos para a COP 26 (adiada em função da Pandemia), a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou a campanha Race to Zero, com o objetivo de mobilizar os governos e a sociedade para neutralizar integralmente o balanço das emissões de CO2, no

No Brasil, o gás natural pode contribuir para a redução de CO2, particulados e outros poluentes tóxicos, em diversas atividades econômicas, como nos transportes e na indústria. Se, em alguns casos ele pode substituir o uso de outros combustíveis mais poluentes, como derivados de petróleo, carvão mineral e lenha de desmatamento, em muitas aplicações, o gás natural poderia, pelo menos, frear o crescimento do consumo desses combustíveis. Para os próximos anos, a expectativa é de queda nas emissões derivadas da produção do petróleo e do próprio gás natural, uma vez que as principais petroleiras estão promovendo no 385

Petro & Química

65


esforços para atingir a meta de neutralidade de emissões líquidas. Espera-se também a difusão do uso do gás natural, como combustível em veículos de transporte de cargas e passageiros, bem como na geração termelétrica, em substituição à geração a óleo, no Brasil, e a carvão, em outros países. No setor elétrico brasileiro, onde a geração hidrelétrica, embora significativa, vem perdendo participação para fontes renováveis, como solar e eólica, deve-se atentar para o aumento potencial de instabilidade decorrente da sazonalidade e intermitência dessas fontes. Sendo assim, as termelétricas a gás contribuem para a estabilização do sistema elétrico. Além disso, cerca de 9% da geração de energia no país utiliza fontes mais poluentes que o gás natural, que poderiam ser substituídas por ele. Neste contexto, estão incluídas várias usinas termelétricas contratadas no âmbito do Programa Prioritário de Termoeletricidade, frente à crise energética de 2001, que são em geral movidas a diesel e óleo combustível, apresentando baixa eficiência calorífica e altos níveis de emissão. Como esses contratos têm prazo de vinte anos, e não devem ser renovados, há boas perspectivas para que sejam substituídos por plantas de geração termelétrica a gás natural. Outra frente para alcançar as metas de redução de carbono são as tecnologias CCUS (do inglês, carbon capture, utilization and storage), capazes de capturar o CO2 de grandes fontes emissoras, como termelétricas e indústrias que utilizam

combustíveis fósseis. Essas tecnologias permitem que o gás seja capturado, comprimido e transportado por dutos, ou pela malha de transportes, até locais em que possa ser utilizado como matéria-prima, em diversas indústrias, ou onde possa ser injetado, por exemplo, em formações geológicas profundas, nas quais ficará confinado de forma definitiva. Assim, mostram-se fundamentais especialmente para as indústrias incapazes de eliminar as emissões nos seus processos produtivos, como a siderurgia e a produção de cimento, acelerando a jornada pela neutralidade nas emissões. Até 2020, havia em funcionamento 21 instalações de CCUS, ao redor do mundo, sendo uma delas a da Petrobras, em operação na Bacia de Santos/SP, onde o CO2 é utilizado na recuperação avançada de petróleo. A próxima década promete grandes investimentos no desenvolvimento de tecnologias CCUS, principalmente por parte de companhias de petróleo e gás, que dispõem dos recursos financeiros e da capacidade de gerenciamento para viabilizar esses projetos, além da necessidade de utilizá-los para reduzir o impacto de suas operações. O BNDES tem apoiado o desenvolvimento desse mercado no país, desde a década de 1990, por meio de diversas ações, incluindo, recentemente, o lançamento de dois estudos detalhados com diagnóstico e propostas para o setor – em 2020 e 2021 – e do programa BNDES Gás para o Desenvolvimento, que abarca linhas de financiamento para projetos da cadeia de valor do gás natural.

Captura e armazenamento de carbono são essenciais para atender aos objetivos climáticos A captura e armazenamento de carbono (CCS), quando implantada em colaboração com tecnologias de energia limpa, tem o potencial de reduzir as emissões globais e, assim, limitar o aquecimento global, o que a torna uma tecnologia essencial para os países adotarem em grande escala, segundo estudos da GlobalData. Uma avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) estima que cerca de 10.000 toneladas métricas de capacidade de captura de CO2 são necessárias, até 2050, para apoiar as ambições climáticas globais. Tal como está, a previsão de capacidade mundial do CCS é estimada em cerca de 120 mtpa, até 2030, considerando os anúncios ativos, e também cerca de 35 novos projetos. Portanto, há um potencial de crescimento considerável para as tecnologias de CCS, nas próximas décadas. Os analistas da GlobalData ressaltam que os EUA respondem por mais da metade da capacidade ativa de captura de CO2 globalmente; também está liderando a próxima onda de projetos de CCS, com pelo menos 15 novas instalações previstas para entrar em operação, até 2030. A Europa, especialmente os países do Mar do Norte, deverão ser outro grande ponto de acesso para o desenvolvimento de CCS nos próximos anos. Embora o CCS já exista há quase cinco décadas, poucos países implementaram essa tecnologia em grande escala. Os altos custos incorridos na captura de CO2 de unidades industriais estão provando ser o principal impedimento para a implantação de CCS. A recuperação aprimorada de petróleo (EOR) tem sido o caso

66

Petro & Química

no 385

de uso mais comum para monetizar o CO2 capturado, em que o gás é injetado em poços para estimular a recuperação de petróleo bruto. Ultimamente, esse CO2 está encontrando novas áreas de aplicação, incluindo enriquecimento de concreto, produção de combustíveis sintéticos e horticultura. Apesar do advento de fontes de energia limpa, os combustíveis fósseis continuam a ser o esteio da geração de energia em todo o mundo. Para compensar as emissões geradas por usinas de energia, países como os EUA, Japão e China estão considerando a implantação de tecnologias CCS nessas instalações. Além disso, as empresas de energia estão empenhadas em desbloquear o potencial do hidrogênio para transporte e outras aplicações industriais. Como a viabilidade comercial do hidrogênio verde ainda está muito distante, a produção de hidrogênio azul, que depende do CCS, provavelmente ganhará impulso durante a fase de transição. Grandes empresas de petróleo, como ExxonMobil, Equinor, Shell e Total, estão entre os principais adotantes da tecnologia CCS. Essas empresas também estão planejando expandir ainda mais suas capacidades de captura de CO2, para reduzir sua pegada de carbono. A Occidental Petroleum é outro grande defensor das tecnologias de captura de carbono: e, além de capturar CO2 de instalações industriais, também está construindo a maior instalação de captura direta de ar do mundo, no Texas. O sucesso deste projeto pode encorajar outras operadoras a estabelecer unidades semelhantes, em todo o mundo.


no 385

Petro & Química

67


Produtos & Serviços

Primeiro compressor de pistão isento de óleo com inversor de frequência

A Schulz lançou a linha de Compressores de Ar Isentos de Óleo Flex, equipado com inversor de frequência, uma novidade no mercado brasileiro. A tecnologia permite controlar a vazão de ar de acordo com o uso, mantendo a pressão estável, durante o processo, e garantido vazão extra, em momentos de alta demanda. O uso do inversor gera maior economia de energia, aumentando a produtividade e a eficiência dos processos. Isso se explica pela capacidade de controle da velocidade do motor do compressor, o que torna o consumo de energia adequado à demanda, e evita picos de corrente elétrica. Além disso, o inversor tem a função adicional de proteger o compressor contra a falta de fase e sobrecorrentes, e de suavizar a partida do motor, características que aumentam a vida útil dos principais componentes mecânicos. Outra vantagem do equipamento é a interface digital, que permite monitorar os parâmetros técnicos e horas trabalhadas, o que possibilita visualizar e programar as manutenções do equipamento. O compressor conta ainda com reservatório de ar e válvulas de segurança, em conformidade com a ASME e Inmetro (Portaria nº 120 de 12/03/2021), e pintura interna do reservatório, com aditivo antibacteriano, itens que garantem a segurança e saúde dos usuários. Os Compressores de Ar Isentos de Óleo Flex da Schulz são ideais para ambientes clínicos e laboratoriais, como hospitais e consultórios médicos e odontológicos, além de atividades industriais com processos críticos, tais como indústria química, de alimentos e cosméticos. O fato de ser isento de óleo agrega, ao lançamento, o diferencial de operar com eficiência, em condições de baixa velocidade, por não necessitar de lubrificação dos componentes. Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=lEuDF Krz7rg&t=11s

68

Petro & Química

no 385

Atlas Copco apresenta compressor de ar portátil para perfuração de poços

A multinacional sueca Atlas Copco, através da sua área de negócios Power Technique, apresenta uma nova solução para a perfuração de poços, o compressor de alta pressão XRHS 800, que conta com um sistema de seleção da pressão de trabalho entre 14 e 20 bar, e foi desenvolvido para perfuração de poços. A flexibilidade do XRHS 800 é decorrente do seu sistema intuitivo de ajuste da pressão PACE (Pressure Adjusted through Cognitive Electronics), que permite que o usuário final altere precisamente a vazão e pressão de ar, de acordo com a necessidade específica de aplicação. Com o sistema PACE, as pressões de operação podem ser ajustadas, em questão de segundos, por incrementos de 0,1 bar, através de um controlador eletrônico fácil, simples e extremamente intuitivo. O controlador totalmente integrado e ergonomicamente posicionado facilita o diagnóstico, rastreia a utilização do compressor, e indica intervenções de serviço planejadas. Além disso, o compressor conta com algumas funcionalidades específicas: • Pressão e vazão reguláveis pelo usuário, entre 14 e 20 bar, e 802 e 863 pcm; • Duas unidades compressoras; • Recurso “Flowboost”, que permite aumento automático da vazão, se o controlador identificar folga de potência disponível durante a operação; • Motor diesel de 335 Cavalos e 6 cilindros; • Pintura altamente resistente em 3 camadas; • Painel de controle incorporado à carenagem; • Sistema de filtros de ar independentes para o motor diesel e para as unidades compressoras; • Sistema de resfriamento por água e óleo; • Tanque de combustível em polietileno, com capacidade para 350 litros. Com um chassi 100% vedado, o compressor é projetado contra vazamentos, com capacidade para contenção de até 110% de todos os fluidos contidos no equipamento. Conta ainda com reservatório de ar/óleo, dotado de válvula de segurança, válvula reguladora de pressão e manômetro local. Além disso, todos os reservatórios de ar/óleo passam por um teste hidrostático, certificando sua segurança de acordo com a norma NR13. A preocupação com a durabilidade do conjunto também está presente nos filtros de admissão, uma vez que todo o ar admitido para compressão passa pelo filtro de ar, que possui três estágios de filtração, item responsável pela eliminação de grande parte do material particulado presente no ar aspirado para compressão.


Produtos & Serviços

Lubrificante automotivo com tempo de troca prolongado

O Extravida XV500 LD chega ao mercado de lubrificantes para pesados, com o objetivo de prolongar o período de troca do óleo. A tecnologia long drain (LD), aplicada ao produto pela YPF Brasil, empresa de energia, requer acompanhamento técnico, mas é uma aliada para automóveis de carga que percorrem longas distâncias. A durabilidade do produto se dá por conta da resistência à oxidação em regime constante e a elevadas temperaturas. Tais características fazem com que seja controlado o aumento de viscosidade, o que assegura a fluidez do óleo. Além disso, o Extravida XV500 LD tem propriedades de dispersão e detergência, que contribuem para a limpeza do motor. O desenvolvimento do lançamento surge a partir das diversas tecnologias Euro para motores, de aspiração natural ou não, que incorporam os mais modernos sistemas de pós-tratamento de gases de escape – o SCR. O Extravida XV500 LD é 100% sintético, devido ao crescimento desse tipo de aplicação no mercado, segundo o especialista da marca. Eficácia no controle de cinzas é outra característica apresentada pelo novo óleo lubrificante, o que proporciona tolerar maior quantidade do contaminante em suspensão. Além disso, o Extravida XV500 LD oferece controle de depósitos nos pistões, o que evita polimento das camisas, ao mesmo tempo que diminui o consumo de óleo que o desgaste gera.

Controlador digital multiloop da Smar

O CD600 é um poderoso controlador digital de processos, capaz de controlar simultaneamente até 4 malhas de controle, com até 8 blocos PID, e mais de 120 blocos de controle avançado. O CONF600 Plus é um software para sistemas Windows, que proporciona, para os usuários, uma interface gráfica amigável. O CD600 pode ser configurado via Terminal Portátil ou pelo CONF600. Controla quatro malhas independentes, com até 8 funções PIDs; Oito entradas analógicas; Oito saídas analógicas; Oito entradas discretas; Oito saídas discretas; Painel alfanumérico de 8 dígitos de PV, SP e MV. Com fonte interna de 24 Vdc, 200 mA, para até 8 transmissores; mais de 120 blocos de função disponíveis para a programação do usuário; borneiras destacáveis, para fácil manutenção; sistemas de controle, através do OPC; porta de comunicação serial EIA-485 isolada; ajuste de opções de controle através do painel frontal; e ele trabalha com ENET-710 para comunicação CDBUS/TCP. Saiba mais https://www.smar.com/brasil/produto/cd600-controlador-digitalmulti-loop

Transferência de custódia

Os medidores mássicos Coriolis, de fabricação Metroval, utilizam-se deste princípio físico, para medir diretamente em massa a vazão de líquidos ou gases, sem a necessidade de compensação de pressão, temperatura, viscosidade ou densidade. Diversas opções de materiais e construções permitem sua aplicação em uma ampla gama de processos. Possuem aprovação de modelo pelo Inmetro para medição fiscal e transferência de custódia. • Família de sensores SMT, com vazão de 1 kg/min a 17.300 kg/min; • Conexões de ½” a 10” de diâmetro; • Temperatura de processo de -20 °C a +120 °C (Versão NT) - Standard; • Temperatura de processo de -20 °C a +210 °C (Versão ET) – Opcional; • Calibração em laboratório acreditado (ISO-17025) pelo INMETRO; • Diagnósco de funcionamento integrado; • Medição de Vazão Mássica, Vazão Volumétrica, Densidade e Temperatura; • Medição de concentração em °Brix, °Baumé e °INPM (Selecionáveis); Aprovado para uso em medição fiscal e transferência de custódia conforme OIMLR117 classe 0,3 e Portaria INMETRO nº 064-2003. Tecnologia digital de alta performance, compacto, auto drenante, medição de massa, densidade e volume, baixa perda de carga https://metroval.com.br/produtos/medidores-massicos-coriolis/

no 385

Petro & Química

69


Produtos & Serviços

Calibrador universal de processo – segurança intrínseca O MCS-12-IS é um calibrador, que possibilita a medição e geração dos sinais utilizados em Instrumentação e Controle de Processos. É intrinsecamente seguro, para uso em áreas classificadas, atmosferas explosivas, grupo IIC, Zona 0 / Ex ia IIC T4 Ga, que é o grupo do hidrogênio e do acetileno. Desenvolvido e fabricado no Brasil pela Presys, em caso de manutenção, não precisa retornar ou esperar por peças dos Estados Unidos, Europa etc. O conserto é feito aqui, rapidamente, sem perder a segurança intrínseca do instrumento. Portátil e compacto, ideal para uso em campo, apresentando níveis de desempenho somente comparáveis a padrões de laboratório. Comunica-se com o Software de Calibração ISOPLAN, em ambiente Windows, fornecendo um verdadeiro Sistema de Calibração Assistida por Computador com capacidade de documentação.

Protetor de Barramento com Detecção de Baixa Isolação

O VBP20 da Vivace é um protetor de barramento para redes Profibus PA e FOUNDATION fieldbus, disponível nas versões para quatro ou oito canais. De acordo com a IEC 61158-2, garante que um curtocircuito, gerado nos seus spurs, não se propague para outros spurs, ou para o tronco principal. Na condição de curto, entre os sinais + e – ou + e shield do spur, abre o spur, evitando o curto-circuito. Problemas de baixa isolação nas redes Profibus-PA e Foundation fieldbus fazem com que a rede caia, de repente, o que gera vários impactos e prejuízos para a empresa. Porém, com o VBP20, você não tem esse problema. Além de ser um protetor com técnica de foldback, onde desliga automaticamente o spur em qualquer situação que consuma mais que 48 mA (até que a situação volte à normalidade), possui inteligência para detectar o aumento gradativo da corrente, e abrir o spur, antes que cause um curto por baixa isolação. É o único protetor do mercado com esta característica e que, visualmente, pode indicar ao usuário a qualidade da corrente em cada spur. Quer saber mais? Acesse um dos contatos pelo mundo: https://www.vivaceinstruments.com.br/pt/contato 70

Petro & Química

no 385

ISOCAL MCS-12-IS é um instrumento de elevada exatidão, com características de alta estabilidade, em relação a mudanças de temperatura e manutenção das especificações com o passar de longos períodos de tempo. A entrada Probe calcula as temperaturas baseadas em tabelas internacionais padronizadas, nas escalas IPTS-68 e ITS-90, e também possui algoritmos internos, que calculam as temperaturas, utilizando-se coeficientes Callendar-Van Dusen, provenientes de uma calibração de um sensor. Possui itens úteis, que permitem seu uso em campo e em bancada. O calibrador também incorpora conceitos de calibração automática via computador, tais como emissão de relatórios e certificados, gerenciamento automático de tarefas, organização e arquivamento de dados, para abranger os requisitos de procedimentos de qualidade. https://www.presys.com.br/pt/produtos/calibradores/sinais-eletricos/mcs-12-is

Sobre loops de terra

O loop de terra ocorre quando existe mais de um caminho de aterramento, gerando correntes indesejáveis entre estes pontos, e ocasionando possíveis erros de medição, mau funcionamento, intermitências, e até queima de equipamentos. Normalmente, a referência de tensão fica instável, e ruídos aparecem nos sinais. Na prática, o que se faz é um “sistema misto”, separando circuitos semelhantes, e segregando-os quanto ao nível de ruído: 1. “terra de sinais”, para o aterramento de circuitos mais sensíveis; 2. “terra de ruído”, para o aterramento de comandos (relés), circuitos de alta potência (CCMs, por exemplo); 3. “terra de equipamento”, para o aterramento de racks, painéis, etc. Veja, na primeira figura, a utilização de um transmissor de temperatura não isolado, onde pode-se ter o loop de terra. Já na segunda figura, com a utilização do transmissor com isolação galvânica (VTT01, VTT10H), entre entrada e saída, tem-se a eliminação da diferença de potencial, “protegendo” a medição. Para aprofundar conhecimentos, e tirar dúvidas sobre aterramentos e outros detalhes, entre em contato com a Vivace: https://www.vivaceinstruments.com.br/pt/artigo/emi-interferencia-eletromagnetica-em-instalacoes-industriais-e-muito-mais


Produtos & Serviços

Transferência de custódia: do gerenciamento à orquestração no 385

Petro & Química

71


Interalli

Matéria de Capa

Do gerenciamento à orquestração

A

indústria marítima realiza quase 90% do volume do comércio global, o que tem demandado dela uma corrida às novas tecnologias, os algoritmos e soluções para fornecer qualidade de serviços, seja nos navios, nos portos ou terminais. A importância do transporte e armazenamento ficou ainda mais destacada no início da Pandemia, quando a quase totalidade dos países fechou fronteiras por um tempo – o que inflacionou o armazenamento – em especial de petróleo e seus derivados. Não apenas a movimentação de petróleo e gás em portos e terminas ganhou mais tecnologia e atenção, mas também as operações Ship-To-Ship (STS) – e existem quatro formas mais comuns de realizá-las: o STS navegando, onde ambas embarcações estão em curso; o STS fundeado, onde uma das embarcações é fundeada, e a outra é rebocada; o STS combinado, onde uma das embarcações é fundeada, e a outra não necessita ser rebocada; e o STS atracado, onde uma das embarcações é atracada em um terminal, enquanto a outra é rebocada até a localização exata para realização do processo.

Tipos de Ship-to-Ship (STS) Fonte Petrobras 72

Petro & Química

no 385

No Brasil, operações STS aumentaram com a necessidade de aliviar o movimento dos terminais com produtividade do Pré-Sal e o aumento das exportações porque as operações STS poderiam aumentar a disponibilidade nos terminais, realizando o procedimento com um custo financeiro menor, sem perder a segurança necessária, que envolve a movimentação com petróleo e derivados. Uma instalação de armazenamento desempenha papel estratégico na cadeia de valor da indústria do petróleo. Os operadores dessas instalações precisam otimizar seus processos de negócios, para permanecer competitivos e lucrativos. A automação – que está na base da aplicação de outras tecnologias disruptivas, porque é quem fornece os dados – é a resposta, e de fato o mundo passou pela implantação de sistemas de supervisão e soluções de monitoramento, controle e gerenciamento, desde a recepção, até o armazenamento e a distribuição. Devido ao custo da implantação dessas tecnologias, é vital buscar o equilíbrio, entre o custo e as opções fornecidas. Mas, essas mudanças transformam o negócio e, com o ambiente digitalizado, portos, terminais e navios são operados de maneiras diferentes, introduzindo novos riscos – harmonizar normas e boas práticas é um passo que o setor dará em breve. A seleção dos equipamentos que irão compor um sistema de


Matéria de Capa

Operações STS na Costa Brasileira Fonte Petrobras medição, a forma como este deve ser projetado e inserido, e os mecanismos de apoio, preconizado pelo RTM, devem atender aos requisitos metrológicos legais e uma série de normas nacionais e internacionais. IKSO

para as operações na interface navio/terra. (https://www.amnautical.isgott.internacional-safety-guidefor-oil-tankersterminals.uk). A atualização do ISGOTT é feita, de modo a apresentar as melhores práticas e legislação vigente, auxiliando a tripulação a compreender as responsabilidades individuais e conjuntas dos procedimentos, no mar e em terra. O Brasil ratificou as determinações internacionais da IMO, do OCIMF, adotando o “Ship to Ship Transfer Guide” e o ISGOTT como guias de procedimento em suas embarcações. Mas, as operações Ship-to-Ship são regidas, não só por essas determinações internacionais, mas por normas brasileiras específicas, que se encontram na ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis –, também pela Lei 9.966, pelo IBAMA e pela Marinha do Brasil. (LIMA FILHO, 2019, Requisitos metrológicos legais para medição fiscal aplicados a unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo). Marinha do Brasil

A segurança das operações offloading no ship-to-ship é semelhante a qualquer operação de carga e descarga nos portos, e segue as boas práticas internacionais de inspeção e controle. A IMO – Organização Marítima Internacional –, agência especializada da ONU, exerce o papel de uma autoridade normativa global, onde o foco é a análise da segurança das atividades comerciais de navios internacionais, em relação aos danos ambientais dessas atividades. O OCIMF – Fórum Marítimo Internacional das Companhias Petrolíferas – é uma associação de empresas do setor petrolífero, que disponibiliza o ISGOTT – Guia Internacional de Segurança para Petroleiros e Terminais –, considerado um guia definitivo para o transporte e manuseamento seguro de petróleo bruto e produtos petrolíferos, nos navios-tanque e nos terminais, que deve ser mantido a bordo das embarcações e terminais, de acordo com o aconselhamento da própria rede de comercialização e transporte de petróleo e afins. O objetivo da presença do ISGOTT nas embarcações é o de que haja uma abordagem consistente para os procedimentos operacionais e responsabilidades compartilhadas

A ANP é quem tem a função de garantir a correta medição destes produtos, a medição fiscal, transferência de custódia. Para padronizar e regulamentar as medições volumétricas de óleo, a ANP publicou um documento que rege os requisitos metrológicos dos sistemas de medição, esse documento é denominado de Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural (RTM) – a ANP realizou, em 23/02/21, um workshop, por videoconferência, sobre a proposta de revisão da Resolução Conjunta ANP/Inmetro n°1/2013, que contém o RTM. (https://www.youtube. com/watch?v=pLueKv6Ee3A). No workshop, foram apresentadas 29 propostas: para fazer uma diferenciação clara entre o campo de aplicação de produção e de transporte, de forma a permitir que os requisitos de medição possam ser melhor adequados às necessidades de cada aplicação, simplificando requisitos; propõe que os requisitos de medição operacional serão aplicados quando a ANP explicitar de forma genérica por tipo de medição, e demais sistemas poderiam seguir requisitos estabelecidos pelo agente regu-

no 385

Petróleo & Gás

73


Matéria de Capa lado; dividir a documentação prévia para autorização de uso de sistemas de medição em instalações de produção em criação de terceiro tipo de medição; redução do prazo de coleta para análise; incentivar o uso de cromatógrafos em linha; calibração ser feita pelo agente regulado; aumentar limite de tempo de detecção de falha, etc. Considerando os benefícios potenciais das tecnologias, a falta de equalização de normas não é um obstáculo – as partes seguem normas rígidas, que a maioria dos fornecedores segue. Exemplo de aumento dos riscos podem ser observados na segurança cibernética, sistemas de automação que as tri- Exemplo de cadeia do petróleo pulações e pessoal em terra não conhece, e mesmo novos combustíveis – como o hidrogênio! Segundo dados do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), o tempo de duração estimado para uma operação ship-to-ship, via terminal, é de 37 horas, incluindo atracação e desatracação das embarcações, e a duração máxima, 48 horas. É bastante tempo. A tancagem em terra estende o tempo dessa transferência. Mas, cada minuto economizado significa um outro cliente sendo atendido. Embora os portos tenham adotado a automação mais lentamente do que outros setores, como a mineração e o armazenamento, o ritmo está acelerando-se. Portos automatizados são mais seguros, diminuem o número de interrupções relacionadas ao homem, e o desempenho se torna mais previsível. Ainda assim, as despesas de capital iniciais são bastante altas, e os desafios operacionais são muito significativos. Uma pesquisa da McKinsey mostra que, em automações bem-sucedidas, as despesas operacionais aí podem cair, de 25 a 55 por cento, e a produtividade pode aumentar, de 10 a 35 por cento. E, no longo prazo, esses investimentos abrem as portas para o que se poderia chamar de Porto 4.0. Podemos medir a competitividade de um país através de sua integração comercial entre as nações e, mais do que nunca, nos dias de hoje, 74

Petróleo & Gás

no 385

com a globalização, é fundamental ser competitivo. Pelos portos é que acontece boa parte destas movimentações, e com certeza, ter portos automatizados e inteligentes aumenta a qualidade das negociações, simplifica processos, e traz valor qualitativo e quantitativo, para cliente, fornecedores e Estado. “Assim como temos a Indústria 4.0, já existem várias frentes em nível mundial implantando o Porto 4.0, buscando vantagens com otimizações e aumento de eficiência com a digitalização, com conectividade e integração de sistemas, expandindo os gerenciamentos de fluxos físicos e de informações. Através de automatização e inteligência artificial, os portos conseguirão dobrar a velocidade de operação e tráfico de cargas e, assim, aumentar a lucratividade: os portos serão hubs de logística, com sistemas inteligentes e acessos remotos confiáveis”, afirma Cesar Cassiolato,


Matéria de Capa Presidente & CEO da Vivace Process Instruments Ltda. Os sistemas inteligentes trazem maior velocidade nas operações, menos gargalos, mais informação disponível, em todos os níveis, e clientes alvos, redução de custo, aumento da segurança, aumento da confiabilidade, menos riscos aos trabalhadores, acessos remotos, melhor utilização das malhas de transportes, cumprimento de normas e padrões com maior visibilidade, melhor fiscalização, menor burocracia, redução de energia, melhor gestão sanitária e ambiental, etc. “Mas, junto com isso, vem os desafios deste novo advento, principalmente no Brasil. Podemos citar a falta de tecnologias padronizadas, e que permitam atualizações, assim como expansões com baixo custo, alto investimento em infraestrutura, falta de leis que permitam a automação nos mais altos níveis, e muito mais. O desafio é criar ecossistemas em sinergia com as comunidades de interesses, e práticas que tornem o porto mais inteligente e com competitividade ao país. Os processos portuários são complexos e dinâmicos e, com a automação nos níveis em que temos as tecnologias, todos os processos podem ser automatizados e assim, enfrentar os desafios atuais e futuros. Os portos automatizados podem utilizar vários sistemas integrados em suas operações, principalmente nos terminais de movimentação e armazenamento de contêineres. Além disso, podem possuir dispositivos conectados, através da Internet das Coisas (IoT), com rede de sensores inteligentes, com equipamentos sem fio, uso de sistemas de informações, de Big Data, de sistema de simulação, sistemas de realidade aumentada, robótica, e dados em nuvem. E mais do que isso, podem existir partes das operações feitas remotamente e com interação de profissionais não localizados nos portos”, reflete Cassiolato. Muitos processos estão envolvidos na automação de portos e, consequentemente, há a necessidade de soluções tecnológicas interligadas, que abranjam diferentes aspectos, como a gestão do tráfego portuário, a melhoria de acesso ao porto, e a questão da integração porto-cidade, a otimização da eficiência energética e a gestão ambiental. Sem esquecer da necessidade de soluções para controlar as instalações, e melhorar a eficiência da gestão da manutenção das infraestruturas portuárias, bem como soluções para garantir a segurança e proteção do porto – todos estes elementos devem estar conectados e permitir o compartilhamento dados e informações pelos subsistemas, facilitando serviços e processos.

A transferência de óleo de um navio a outro, passando ou não por terminais e tanques, se dá através da operação de transferência de custódia, onde se monitora o medidor da transferência. Periodicamente, os medidores fiscais da quantidade de óleo exportada (FQI – flow quantity indicator) devem ser verificados e calibrados, de modo que forneçam valores corretos da vazão de bombeio, e do total de óleo exportado, durante uma operação de offloading. Seu funcionamento correto e preciso é muito importante, pois, os impostos e taxas sobre a quantidade de óleo que foi movimentada é baseado no valor informado por este equipamento. E operam simultaneamente dois medidores, a fim de que os valores sejam comparados; caso comece a haver discrepância, sua calibração deverá ser programada para antes do próximo offloading. Esse processo de medição pode acontecer através de medidores isolados, ou montados formando um sistema, em Skids. Nestes casos, permite o total controle das medições de transferência de custódia, apropriação de produção e medição fiscal. Os skids podem ser compostos por alguns sistemas de amostragem, provador, sistemas de medição de óleo e gás e sistemas de medição de água. Os sistemas de medição de petróleo e gás se caracterizam por serem projetos de medição desafiadores, pois, têm requisitos para ambientes perigosos, e devem ser resistentes à corrosão, ter tamanho compacto, peso mínimo, etc. Ainda maiores cuidados devem ser tomados na transferência de custódia de GNL – os navios flutuantes de produção de gás natural liquefeito (FLNG), e as unidades de regaseificação e armazenamento flutuante (FSRU), são utilizados para manter uma infraestrutura de GNL flexível e conectada; devido à baixa temperatura do Smar

no 385

Petróleo & Gás

75


Matéria de Capa fluido, os sistemas de medição para GNL são geralmente criogênicos. A ANP publicou um documento que rege os requisitos metrológicos dos sistemas de medição, o Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural (RTM). A seleção dos equipamentos que irão compor o sistema de medição, a forma como este deve ser projetado e inserido na planta de processo, e os mecanismos de apoio preconizado pelo RTM, devem atender aos requisitos metrológicos legais, e uma série de normas nacionais e internacionais. E ainda, o RTM estabelece que os instrumentos utilizados nos sistemas de medição devem ter sua portaria de aprovação devidamente regulamentada pelo INMETRO. Na indústria de petróleo e gás, alguns medidores são mais facilmente encontrados, desde medidores do tipo placa de orifício, turbina, deslocamento positivo, coriolis, ultrassônico e magnético. Mas, o sistema deve atender aos requisitos e ser submetido à aprovação da ANP antes da sua execução. Até algum tempo atrás, toda transferência de custódia era feita através de medição de nível nos tanques de navios, vagões e caminhões. E a maioria dos terminais brasileiros ainda não está automatizada, com transferência de custódia ainda usando estes métodos, quando a integração na logística navio/tanque/trem/caminhão é fundamental, otimizada pela automação e determinante para a concepção de um sistema de sucesso. “Novas oportunidades para o uso de inteligência artificial e poderosos algoritmos aparecerão na automação de portos. Esses algoritmos terão acesso a centenas de dados logísticos e históricos, assim como a centenas de variáveis provenientes do IoT, e poderão utilizar modelos confiáveis e provisionais e, rapidamente, aprender e saber prever o que não era possível até então. A avaliação rápida e exaustiva das possibilidades fará a diferença na cadeia logística e nos portos. Além disso, haverá o uso cada vez maior de robôs. No transporte marítimo, há a possibilidade da inovação com embarcações não tripuladas e controladas remotamente. Todo este universo de novas possibilidades pode ser usado pelos portos nas melhores tomadas de decisões, sincronização, detecção de padrões, otimização dos processos, minimização de falhas e riscos. Pode ajudar a tomar as melhores decisões nos terminais, com base nas previsões de navios e cargas, escolher os melhores locais de parqueamento, armazenamento, e prever o melhor passo 76

Petróleo & Gás

no 385

Metroval

a cada momento com as mudanças”, pondera Cassiolato. A CBL – Companhia Brasileira de Logística –, do Grupo Interalli, é um bom exemplo, pois, teve seu terminal de líquidos premiado pela Raizen, por sua operação e segurança. O terminal da CBL já nasceu com a tecnologia necessária que permite controlar e fazer a transferência de custódia, por meio da automação. Utilizamos medidores de vazão mássico coriolis e ultrassônicos; todas as plataformas de carregamento e descarregamento estão equipadas com skids, e o terminal ainda tem balanças rodoferroviárias automatizadas e interligadas ao ERP, que permitem fazer um “double check” das operações. José Marinho Leite, diretor da Ikso, empresa que atuou na construção do Terminal da CBL em Paranaguá, conta que a precisão na medição é o maior benefício da automação do processo. “Os equipamentos utilizados têm aprovação do Inmetro, e os dados são disponibilizados, em tempo real, para os envolvidos”. A automação foi feita nos terminais, não no píer – no Porto de Paranaguá, por exemplo, existem terminais automatizados, e outros sem nenhuma automação e, ainda que seja possível manter um sistema ‘antigo’ em paralelo a um automatizado, isto só criaria conflitos. Sistema de medição de vazão, conforme Portaria Nº64 INMETRO – aplicada em qualquer operação de transferência de custódia de petróleo, seus derivados líquidos, etanol hidratado e carburante, define a exatidão para sistemas de medição, e também os erros máximos admissíveis nos equipamentos de medição das grandezas associadas como Temperatura, Pressão e Densidade onde aplicáveis. José Marinho conta que, para automatizar a transferência de custódia, a Ikso segue todas as normas e boas práticas e, nas suas estações de medição, montadas em skid ou não,


Matéria de Capa estão todos os componentes de medição e controle. “Uma camada superior de automação é necessária para disponibilização dos dados para o ERP do terminal, para os clientes, e também para a fiscalização – seja da ANP ou da Receita Federal. Após nossa participação na construção do terminal da CBL, participamos também na completa automação do terminal TESCAN, em Senados Canedo/GO, Base da Petronac em Porto Nacional/TO e São Francisco do Conde/BA. No momento, estamos trabalhando na automação de bases da BR e Ipiranga. Vale lembrar que a ANP aprova os sistemas de medição, antes de liberar a unidade para operação. A ANP acompanha as medições fiscais e de apropriação na produção de óleo e gás. E, nos terminais onde ocorrem importação e/ou exportação, a Receita Federal recebe as informações on line. A Ikso procura aplicar os melhores equipamentos do mercado, e se adequa à padronização de seus clientes. Uma EMED – Estação de Medição – é um dos componentes de um City Gate, que normalmente é composto por Filtragem, Aquecedor, Regulagem de Pressão e Medição. Aquecedores também são equipamentos comuns em skids. A medição de offloading, transferência de petróleo dos tanques das plataformas para navios aliviadores, também são medições de transferência de custódia, e a Ikso está habilitada para fazer estas medições”, conta José Marinho. A medição ocorre dentro do Terminal, através de um skid /Emed, que faz o controle dos volumes, antes/depois de passar pelos dutos que estão instalados no píer público. As medições acontecem no Terminal, independentemente da tecnologia do navio. A CBL opera apenas com líquidos, o que permite, desde que sejam compatíveis e observados os procedimentos operacionais, que sejam utilizadas as mesmas rotas. Os produtos ficam então em taques da CBL – equipados com sistemas de radar, medição de temperatura e chaves de nível alto, em conformidade com API 2350. Vale destacar que o terminal da CBL tem sua operação completamente integrada: todas as operações são automatizadas, e os dados estão disponíveis, na sala de controle e em tempo real, no ERP – isso permite o acesso remoto, e o controle a distância, ainda que o monitoramento das operações acabe ocorrendo “inloco”. A logística na CBL é acompanhada, do início ao fim. O navio, ao ser carregado na origem, inicia um processo de troca de informações com o terminal, até a sua chegada; ao atracar nos berços, a CBL tem o controle e monitoramen-

to efetivo da operação. Os caminhões e vagões que estão vindo para operar no Terminal são cadastrados no sistema pelas transportadoras dos clientes, sendo possível acompanhar o fluxo de veículos, horários de chegada, cadência de operação, e horário das operações. “Como um grupo que vem investindo muito em projetos de infraestrutura, nas diversas regiões do país, vemos com bons olhos as ações realizadas pelos governos, no sentido de transferir ao setor privado os investimentos em infraestrutura em geral. Nossos projetos estão muito alinhados com essa reestruturação que vem acontecendo, temos uma visão focada em inovação, tecnologia, geração de valor e sustentabilidade. Defendemos o posicionamento de que precisamos ser cada vez mais competitivos, e que isso, no fim do dia, está muito relacionado com a qualidade dos nossos serviços, com a melhoria contínua dos processos, com a geração de valor ao cliente, e com o foco na execução. A privatização destas áreas, aliada com uma política positiva, em termos de liberdade econômica, regulação e segurança jurídica, poderá trazer grandes resultados para o país e para os investidores, que têm buscado opções de negócio. O setor privado tem interesse em investir e quer investir, mas é necessário promover estudos econômicos e planejamento adequado, de forma que a remuneração do capital investido seja atraente, buscando, no final do dia, o crescimento do país, com maior geração de emprego e renda, e oportunidades de negócio nos diversos setores da economia”, comenta Fabrício Slaviero Fumagalli, diretor do Grupo Interalli, que tem apostado na descarbonização do setor naval, especialmente, no que se refere a geração de energias renováveis. O Grupo Interalli tem projetos, já em operação, de Pequenas Centrais Hidrelétricas, em diferentes regiões do Brasil, e também projetos em desenvolvimento de complexos fotovoltaicos no Piauí, que irão totalizar quase 1 no 385

Petróleo & Gás

77


Matéria de Capa

Senai prepara profissionais para Portos e Terminais

Simuladores do tipo K-SIM, capazes de simular a operação de equipamentos de movimentação de cargas, como RTG, STS e Reach Stacker No que tange especificamente à descarbonização, uma seu avanço tecnológico e eficiência. A tendência tecnológiimportante referência é a Convenção Internacional para a ca destes portos deve ser reproduzida nos portos brasileiros, Prevenção da Poluição de Navios (MARPOL), adotada pela em alguns anos, em especial no Porto de Santos, em função IMO, em 1973. Em suas últimas revisões, foi estabelecido das iniciativas de desestatização promovidas pelo governo, um índice de eficiência energética para navios exisque devem acelerar ainda mais a busca de competitivitentes (EEXI), e um indicador de intensidade de dade das empresas navais e portuárias que operam carbono (CII). Ambos os índices servirão como no Brasil. limites, que resultarão, em tese, na redução de Por se tratar de diferenciais que constituem o emissões de carbono. Propõe-se que o CII seja estado da arte da tecnologia de operação naval e calculado anualmente, concedendo-se, a partir portuária, os profissionais dessa área podem tamdeste cálculo, uma “nota”, de F (pior), até A bém se referenciar em estudos de automação e (maior), para cada embarcação. digitalização, divulgados em congressos, normalRelatórios emitidos por outros órgãos de refemente promovidos por publicações especializadas rência global trazem também bons indicadores, dee outros meios de comunicação. É possível, ainda, obrivados de estudos desenvolvidos por estas entidades. Fabrício Ramos, servar as tendências tecnológicas, por meio da consulta à Em relatório recente, emitido pelo Banco Mundial, decoordenador bases de pesquisa acadêmicas de acesso livre, mantidas nominado “The Potential of Zero-Carbon Bunker Fuels de atividades por universidades e centros de pesquisa das áreas naval e in Developing Countries” são sinalizadas tecnologias técnicas do Senai portuária. O SENAI-SP, por meio dos seus Institutos de promissoras para a substituição dos combustíveis fósde Santos Tecnologia e de Inovação, presta serviços, e desenvolve seis, como o uso do hidrogênio. projetos também nestas áreas. Em relação às tecnologias adotadas pelas áreas portuária Para lidar com esse avanço tecnológico, destaca-se tame naval, incluindo as atinentes à automação e digitalização, é bém a necessidade de capacitação constante dos profissiocomum a realização de benchmarkings de especialistas, por nais que atuam com toda a infraestrutura presente nos termimeio de visitas técnicas a portos de referência, como os de nais e nas embarcações. Procurando estar sempre alinhado Roterdã, Shangai e Antuérpia. Embora muitas empresas que com as demandas do mercado, o SENAI desenvolve estuatuam nestes portos mantenham certos aspectos das tecnolodos prospectivos junto às empresas demandantes dos progias que empregam como segredo industrial, algumas vezes, fissionais para a elaboração dos seus cursos. Os programas compartilham informações, como forma de promoção do são construídos com base em perfis profissionais traçados 78

Petro & Química

no 385


Matéria de Capa

Simulador de grande porte, com recursos de movimentação hidráulica pelo próprio mercado de trabalho. Isto é feito por meio da realização de comitês técnicos setoriais, que são compostos por profissionais das empresas demandantes, especialistas de órgãos de classe e de regulamentação da área, além de professores e representantes de instituições de pesquisa. O investimento constante em tecnologia para o treinamento dos profissionais traz benefícios, que vão além da formação alinhada à demanda tecnológica. O uso de simuladores, como os existentes na escola SENAI de Santos para treinamento em equipamentos de movimentação de carga, promove também a redução de combustíveis fósseis emitidos para esta finalidade. Esta relação é demonstrada em um estudo, desenvolvido pelo pesquisador Leonardo Finardi, instrutor da escola SENAI de Santos, em que evidencia que o treinamento de um profissional de operação de RTG, um equipamento para movimentação de containers, consome em torno de 660 litros de óleo diesel. A utilização de simuladores, portanto, colabora de forma interessante, no processo de descarbonização das áreas naval e portuária, ao passo que, em função da sua fácil adaptação para incorporação de novos recursos, proporciona a atualização tecnológica dos profissionais que atuam nestas áreas.

Simulador de guindastes offshore, destinado ao treinamento de operadores de movimentação de cargas em plataformas e outras embarcações

gigawatts de energia produzida. “Estamos atentos a essa nova demanda, e acreditamos que, cada vez mais, será necessário acompanharmos o exemplo de outros países, no sentido de incentivar a produção de energias limpas e de baixo impacto ambiental. Temos acompanhado os fóruns promovidos pela OCDE, no sentido de discutir temas relevantes, como esse. Achei surpreendente o lançamento do primeiro navio porta containers elétrico fabricado pela Tesla. Sabemos que o Brasil precisa avançar muito neste sentido, e que investimentos em pesquisa e tecnologia são fundamentais para avanços no desenvolvimento sustentável, com menor impacto possível na economia, especialmente no atual cenário mundial”, afirma Fabrício. Neste contexto, o Grupo Interalli expandiu sua área de atuação para investimento em tecnologias e novas soluções, como as startups, por exemplo. E postula que, quanto mais moderno for, mais vai alcançar resultados dos ativos disponíveis no país, resultados esses, não só em termos de operação e logística, mas de segurança, disponibilidade e confiabilidade. Mas, o Grupo sabe que é preciso criar instrumentos que possibilitem que a modernização ocorra, com rapidez e de forma contínua, não esquecendo a necessidade de reduzirmos, dentro do possível, o chamado custo Brasil e os entraves burocráticos, que dificultam e desaceleram os investimentos em modernização e inovação. “O terminal de líquidos da CBL é um dos terminais mais automatizados do país. Quando construímos o terminal, tínhamos em mente a necessidade de criar um terminal ágil, eficiente e seguro. Nossas operações contam com sistemas informatizados, que nos permitem monitorar e fazer a programação da carga, desde a origem até o destino, proporcionando, aos nossos clientes, resultados significativos, não só em termos de dados das operações, mas também na logística de movimentação dos produtos. As operações marítimas, rodoviárias e ferroviárias são monitoradas em tempo real, através de uma sala de controle, de onde é possível obter informações de volumes, temperatura, densidade, vazões, pressões das linhas e velocidade do vento, gerando dados que são – de forma instantânea – inseridos em nosso ERP, e permitindo a gestão completa dos processos. Automatizar o processo reduziu o tempo gate to gate das operações, a confiabilidade trazida pelos sistemas em termos de medição de volumes, o ganho percebido pelos clientes – em razão dos baixíssimos índices de perda de produto–, a agilidade dos processos e a facilidade de analisarmos os nossos principais KPIs, são questões que geram muito valor ao negócio, e fazem com que o cliente fique satisfeito. Sempre digo que, o cliente estando satisfeito, nós estamos atingindo o nosso principal objetivo”, reflete Fabricio.

no 385

Petróleo & Gás

79


Fiepa forma GT do “Pré-sal” da Amazônia Para discutir a exploração de óleo e gás na Amazônia, o Sistema Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) – por meio dos seus Conselhos Temáticos de Infraestrutura e de Meio Ambiente –, e a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) promoveram uma reunião com representantes do setor produtivo da região, governo do Estado, acadêmicos e demais instituições interessadas na descoberta do “Pré-sal” amazonense. O evento contou com a parceria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Estado do Pará (Sedeme), e a participação da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA).

80

Petro & Química

no 385

O encontro buscou estabelecer um grupo de trabalho (GT) para ampliar e aprimorar os debates sobre as reservas localizadas em águas profundas e ultraprofundas no litoral do Amapá, Maranhão e Pará, um novo Pré-Sal, tal seu potencial. A TGS fez aquisição de dados sísmicos na margem equatorial brasileira (AM e RN), onde identificou prospectos com elevados indícios de petróleo – um prospecto com as mesmas características na vizinha Guiana é hoje o poço de Lisa, explorado pela Exxon e produzindo 120 mil b/d. De acordo com os estudos, estima-se que existam 10 prospectos, na ordem de 20 a 30 bilhões de barris de óleo no local. O presidente do Sistema FIEPA, José Conrado Santos, afirmou, durante o evento, que o momento é propício para pensar em novas possibilidades de desenvolvimento para a região. O representante da TGS, João Correa, contou que a empresa investe na região desde 2015, por acreditar no potencial da área, e que os estados que abrigam as reservas de óleo e gás precisam se unir, para que atuem como protagonistas desse desenvolvimento. Durante o encontro, o geólogo, mestre e doutor em energia, Estanislau Luczynski, explicou que as discussões sobre a exploração de óleo e gás natural já existem há mais de 20 anos. Também participou do encontro na FIEPA, o geólogo Allan Kardec Barros, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), um dos autores da nota técnica sobre a margem equatorial brasileira, intitulada “Um novo Pré-Sal no Arco Norte do Território Brasileiro?”. A nota técnica pontua “que a efetiva exploração das bacias sedimentares do Arco Norte do território nacional, em especial a Pará-Maranhão, representa também um efetivo utis possidetis (princípio do direito internacional, segundo o qual os que de fato ocupam um território possuem direito sobre este) do Brasil sobre sua Amazônia Azul. Em especial, o Brasil precisa se apropriar de toda sua Plataforma Continental Estendida, transformando riqueza potencial em realidade. A conclusão principal desta Nota Técnica é a recomendação às autoridades energéticas brasileiras para a colocação de blocos exploratórios da bacia sedimentar Pará-Maranhão nos próximos leilões de concessão da ANP. Ao mesmo tempo, em linha com as definições dos


mencionados PDE 2030 e PNE 2050, é preciso instituir uma força tarefa, amplamente apoiada em estudos científicos, para desmistificar falsos argumentos “ambientais”, que contaminam a segurança jurídica necessária para o início da exploração das amplas riquezas energéticas brasileiras, na franja norte do território nacional, as quais exigem vultosos investimentos. Concomitante ao início da exploração das grandes reservas em P&G existentes no Arco Norte do território nacional, se farão necessárias medidas relativas ao fortalecimento da capacidade de Defesa nacional. Nesse sentido, será necessária a efetivação do projeto da Segunda esquadra Naval da Marinha do Brasil, prevista para ser estabelecida em região próxima ao Porto do Itaqui e da Ponta da Madeira em São Luís/MA. A Segunda Esquadra possuirá meios para proteger a Foz do Amazonas em sua plenitude. O financiamento do desdobramento da Esquadra para o Arco Norte poderá ocorrer inclusive com a destinação de parte das receitas que o Estado brasileiro arrecadará com a exploração das reservas aqui apresentadas”. Existem impeditivos ambientais destacados, logo que o assunto veio à tona: o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) reduziu, de 128 para 92, os blocos exploratórios que serão ofertados na 17ª rodada de licitação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), prevista para ocorrer no dia 7 de outubro. Entre os blocos retirados, oito são da Bacia do Pará-Maranhão. A remoção ocorreu por indicativo de inviabilidade do Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais – devido aos riscos que os empreendimentos poderiam impor à “costa do Pará e do Maranhão e o Parcel de Manuel Luís”. A nota técnica, entretanto, contesta o parecer do órgão ambiental. “Fala-se do Parcel de Manuel Luís, e também sobre corais, que poderiam ser atingidos por um eventual derramamento de óleo. Nenhuma das duas razões se sustenta. Primeiro, porque o Parcel está em águas rasas, assim como os corais, que são serem vivos que vivem em águas rasas. As águas sobre as quais estamos falando são profundas, de 4 mil, 5 mil metros. A 300 metros de profundidade, está completamente escuro, a luz não chega, e corais, por exemplo, não sobrevivem. Além disso, nós temos tecnologias no país. Na exploração de petróleo no Brasil, não há um caso sequer de derramamento de óleo.”

No encontro que estabeleceu o GT, a coordenadora do Centro Internacional de Negócios (CIN/FIEPA), Cassandra Lobato, apresentou um resumo dos reflexos da atividade petrolífera na economia brasileira, ratificando a importância da exploração de óleo e gás para os estados amazônicos. Para o doutor em engenharia de produção e especialista em petróleo e gás, Antonio Batista, a exploração na área equatorial é uma corrida contra o tempo, se levam muitos anos para o início da produção de petróleo e, com a transição energética, cada ano que passa, a janela se estreita: a primeira luta será incluir os blocos da Foz do Amazonas nos leilões. Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), José Fernando Gomes Júnior, o assunto é prioritário para o governo do Estado, que tem total interesse no avanço das negociações para a exploração das bacias de óleo o gás na Amazônia. José Maria Mendonça, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da FIEPA (Coinfra) e vice-presidente do Sistema FIEPA, afirmou que a entidade está aberta para discussões, porque seu interesse maior é trazer desenvolvimento para a região, e garantir que o assunto será tratado de forma séria, com profundos estudos acadêmicos, para evitar a desinformação, e avançar nessa demanda, que é de suma importância para a região e para o país. no 385

Petro & Química

81


ANP realizou (04/08) o seminário “Plays exploratórios em águas profundas das bacias da Margem Equatorial Brasileira”, de forma virtual, com o objetivo de apresentar os resultados alcançados nos estudos sobre as Bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão/Barreirinhas e Potiguar, realizados pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), a partir dos dados da Agência. Na abertura do evento, o Diretor da ANP, Raphael Moura, falou sobre a importância da Margem Equatorial Brasileira, por seu alto potencial para descobertas de petróleo leve, que tem elevado valor comercial, além de uma localização geopolítica estratégica, próximo aos maiores mercados consumidores no mundo. “Importante ressaltar que o nosso lado da Margem Equatorial se localiza no mesmo contexto geológico da Guiana e do Suriname e, dentro desse processo, em função das descobertas na Margem Equatorial no lado desses países, temos grande interesse e urgência em conhecer o potencial do nosso lado. A ANP acredita no potencial da Margem Equatorial Brasileira, como catalisador do desenvolvimento regional, em especial do Norte e do Nordeste brasileiros. Quem sabe não conseguiremos reproduzir o sucesso dos nossos vizinhos Guiana e Suriname? Para atingir esse objetivo, precisamos de um esforço conjunto, e de colaboração da indústria, da academia, do regulador e de políticas de governo. São necessários investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e nossas universidades têm um

papel central nesses esforços, para que possamos converter o potencial da atividade em prosperidade para a sociedade brasileira”, afirmou Raphael Moura. Os estudos apresentados são resultado de uma parceria da ANP com universidades brasileiras e estrangeiras, que possuem acesso gratuito aos dados públicos (sem restrições de confidencialidade) do setor armazenados no Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da Agência. Em contrapartida, as instituições compartilham os trabalhos acadêmicos realizados com base nas informações acessadas. Com o seminário, a ANP pretendeu conferir transparência aos seus processos, mostrando os benefícios da universalização dos dados petrolíferos, além de incentivar outras universidades a desenvolverem trabalhos, e apresentarem os resultados obtidos a partir dos dados públicos do BDEP. Dados de 2019 a 2021 demonstram que o acesso dessas instituições de ensino e pesquisa corresponde a 26% do total de acessos anuais aos dados públicos. A ANP, através do BDEP, tem a missão de disseminar conhecimento, e fomentar pesquisas acerca das bacias sedimentares brasileiras, em especial sobre as que possuem potencial petrolífero. O acesso aos dados públicos pelas universidades e instituições de pesquisa é regulamentado pela Resolução ANP n° 757/2018 – especificamente no Capítulo VI, Seção II “Do Acesso para Universidades e Instituições de Pesquisa”.

Nova solução de tubulação flexível para Pré-sal A Baker Hughes atingiu um marco tecnológico significativo, ao ser pioneira em uma solução para superar as tendências de corrosão por tensão (SCC) de tubos flexíveis, em campos de alto teor de CO2, como os encontrados nos empreendimentos offshore do Pré-sal no Brasil. O organismo de inspeção, verificação e garantia, Lloyd’s Register, emitiu para a Baker Hughes uma certificação de documento de avaliação de projeto (DAD), validando o programa e os resultados de testes de tubos flexíveis da empresa. Isto segue uma extensa campanha de testes de três anos pela Baker Hughes – apresentando mais de 120 configurações de teste, metodologias e caracterizações, incluindo dissecação de tubos recuperados de operações de campo – e marca um passo em direção a uma solução de tubo flexível, viável para as altas mais exigentes Campos offshore de CO2. A certificação verifica que, além da vida útil padrão do equipamento de 25-30 anos, a Baker Hughes pode estender a vida útil contratada dos tubos flexíveis em pelo menos 50%, com o potencial de 2,5x a extensão da vida útil. Em 2017, a Agência Nacional do Petróleo emitiu um alerta de modo de falha, ao identificar pela primeira vez tubos flexíveis usados em campos de alta pressão e alto teor de CO2 que causaram a quebra de fios de blindagem de tração, em uma instalação de tubo flexível, com potenciais impactos ambientais e perdas de produção. O DAD oferece um caminho a seguir para o crescimento de tubos flexíveis, para atender aos requisitos regulamentares e de segurança na indústria de petróleo e gás. 82

Petro & Química

no 385

“Como indústria de energia, devemos compartilhar constantemente as lições aprendidas para garantir operações seguras, confiáveis e ambientalmente corretas. A Baker Hughes aplicou sua experiência em tecnologia, para ser pioneira em uma solução para resolver esse desafio”, disse Domenico Di Giambattista, vice-presidente de sistemas de tubos flexíveis da Baker Hughes. “Embora o fenômeno SCC-CO2 não tenha sido algo que experimentamos com nossos tubos flexíveis, ele ameaçou a viabilidade de certos campos offshore, que exigem o desenvolvimento de tubos flexíveis. Esta certificação é um passo importante, à medida que investimos no crescimento para implantar totalmente sistemas de tubos flexíveis em ambientes offshore difíceis.” O DAD confirma que a combinação de materiais avançados e processos de fabricação de última geração produz um tubo flexível, que pode resistir às condições de operação mais severas, mantendo vantagens, incluindo flexibilidade no layout de campo, configuração simplificada de varanda FPSO, e tempo reduzido para primeiro óleo. No futuro, todos os tubos flexíveis instalados pela Baker Hughes no Brasil serão cobertos pelo DAD, e oferecerão aos operadores uma vida operacional estendida antes da substituição. Além disso, o DAD permite que a Baker Hughes avalie e preveja a integridade de tubos flexíveis em operação por vários anos.


Em seis meses, RJ arrecada 72,57% dos royalties recebidos em 2019 O início do segundo semestre confirma as expectativas de crescimento na arrecadação de royalties de petróleo no estado do Rio de Janeiro, em especial a região da Bacia de Campos. Conforme análise da Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro –, os municípios de Campos dos Goytacazes e Macaé, no Norte fluminense, alcançaram juntos, nos primeiros seis meses de 2021, 68,85% do montante arrecadado em 2020 – e 62,68%, se comparado a 2019. Os dados são da ANP – Agência Nacional de Petróleo –, que estima uma arrecadação, neste ano, superior até ao período pré-Pandemia. Os números da ANP apontam para um crescimento na produção do país, com a continuidade do protagonismo do Rio de Janeiro. Entre as principais razões da retomada dos royalties estão os volumes de produção, a taxa de câmbio e a recuperação dos preços mundiais dos barris de petróleo. Depois de ficar abaixo de US$ 20, durante a Pandemia, em 25 de junho deste ano, chegou a US$ 76,45/barril – patamar acima do período pré-crise. Renata Melo/Firjan “É importante destacar que as estimativas da ANP consideram um preço médio de US$ 60 a US$ 62 o barril, um parâmetro mais conservador do que a realidade de hoje, o que indica que o aumento na arrecadação de royalties pode até superar as atuais estimativas. O barril pode superar os US$ 90, até o fim do ano, o que demonstra a recuperação do mercado frente à crise”, explica a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso. Em Campos, por exemplo, foram arrecadados R$ 200,2 milhões em royalties, nos primeiros seis meses deste ano – montante equivalente a 70,72% de todo o ano passado, e 54,92% dos valores de 2019. Já Macaé, recebeu R$ 401,4 milhões em royalties no primeiro semestre deste ano – valor correspondente a 67,95% do total de 2020, e 67,42% de 2019. Em todo o estado, o montante já chega

a 72,57% do arrecadado em 2019 – ou R$ 3,2 bilhões, com expectativa de passar dos R$ 7 bilhões, até o fim deste ano. “O aumento dos royalties chega em ótima hora, num momento em que a vacinação avança e a economia vem sendo retomada. Fatores que se somam para chegarmos em dezembro mais otimistas para os anos seguintes”, destaca o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira. No horizonte de médio prazo, há ainda a expectativa de que novos campos e o aumento da atividade petrolífera reabasteçam ainda mais os cofres fluminenses. Até 2025, a previsão é de que o estado do Rio arrecade mais de R$ 75 bilhões, em participações governamentais (royalties e participações especiais) – sendo R$ 18 bilhões divididos entre Campos, Macaé e Maricá. Só para se ter uma ideia, desde 2000 até o primeiro semestre deste ano, estes municípios receberam R$ 32 bilhões. Além dos municípios avaliados pela federação, diversos foram os beneficiados com a arrecadação de royalties no estado, totalizando 92 municípios, conforme levantamento feito junto à ANP para o mês de junho de 2021. Outro grande destaque, nos últimos anos, foi Niterói. Confrontante com campos de grande produtividade, como Tupi, o município recebeu nos primeiros seis meses de 2021, cerca de R$ 323 milhões, em royalties. Já os municípios de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Armação de Búzios, na Costa do Sol, receberam juntos R$ 284,9 milhões, nos primeiros meses do ano. A previsão do estado é de arrecadação crescente. Nessa

no 385

Petro & Química

83


visão sobre aumento das receitas de royalties e participações especiais, surge uma oportunidade para o estado trabalhar sua missão, de melhorar o ambiente de negócios e atrair investimentos. Por isso, é tão importante o olhar para a equiparação das alíquotas de ICMS sobre os derivados de petróleo com os estados que fazem fronteira ao Rio de Janeiro. No olhar mais amplo, o tratamento equiparado deve ser para todas as fontes de energia, no sentido de posicionar o Rio em condições de competitividade, criando boa sinalização de que o estado pode ser o parceiro da indústria na retomada econômica. Assim, a valorização da cultura industrial se traduz na valorização do agente que de fato cria o emprego e gera renda. As razões para o otimismo são calcadas em novos investimentos, que vêm se confirmando. Segundo levantamento feito pela gerência de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, cinco multinacionais preveem uma injeção de pelo menos R$ 13,2

bilhões na Bacia de Campos. Isso por conta do processo de desinvestimento da Petrobras, que resultaram no leilão de 17 campos de petróleo da região. Somam-se a esses movimentos, o Promar – Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos –, do Ministério de Minas e Energia (MME), busca criar mecanismos de incentivo, para atrair diferentes empresas na exploração dos campos maduros, como é em sua maioria o caso da Bacia de Campos. Com infraestrutura instalada e reservatórios descobertos, os campos maduros oferecem oportunidade de acesso a volumes remanescentes de óleo e gás, com investimentos menores – com potencial, portanto, de reanimar a exploração de petróleo na região. Como resultado dos desinvestimentos da Petrobras, há também que se tratar as condições de entrada dos novos agentes nessas áreas. O estado do Rio de Janeiro precisa estar atento aos novos desafios, associados a esse ambiente, e fortalecer sua parceria com a indústria.

Aprovada resolução sobre formatação e entrega de dados multifísicos à ANP A Diretoria da ANP aprovou resolução que revisa o Padrão ANP2B, que estabelece os procedimentos para formatação e entrega de dados multifísicos ao Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da Agência, até então regulado pela Resolução ANP nº 09, de 2005. A revisão buscou simplificar o processo, e adaptar a norma às novas tecnologias, aos padrões técnicos internacionais, e às melhorias de infraestrutura e gestão de dados implementadas no BDEP. Além disso, com a revisão do Padrão ANP2B, a ANP contribui para a transformação digital no setor de petróleo, gás natural e bicombustíveis no Brasil. Os dados multifísicos, em se tratando do segmento de exploração e produção (E&P), são os dados geofísicos nãosísmicos. Suas tecnologias estão associadas aos métodos de aquisição e processamento de dados gravimétricos (gravimetria), magnetométricos (magnetometria), eletromagnéticos, magnetotelúrico, transiente eletromagnético, batimetria de multifeixe (multibeam), perfilagem de subfundo e fluxo de calor, entre outros. São dados utilizados para integrarem as pesquisas exploratórias, junto ao método sísmico. A partir dessa integração, é possível identificar feições estruturais e estratigráficas de uma bacia sedimentar, para maximizar as possibilidades de sucesso na locação e perfuração de um poço. Em alguns casos, os dados eletromagnéticos são utilizados para auxiliar também no imageamento do Pré-sal, e em monitoramento de reservatórios petrolíferos. De forma geral, as empresas que geram esses tipos de dados são comumente conhecidas como empresas de aquisição e processamento de dados (EADs). No entanto, 84

Petro & Química

no 385

Mapa gravimétrico/SBGF – imagem meramente ilustrativa

as operadoras (concessionárias de E&P) são consideráveis participantes neste setor. Em outras situações, universidades e instituições de pesquisa também realizam trabalhos que geram e consomem dados técnicos multifísicos.


Terminais aquaviários podem adicionar biodiesel ao diesel A Diretoria da ANP aprovou a possibilidade de terminais aquaviários prestarem serviço de adição de biodiesel ao óleo diesel A aos distribuidores de combustíveis líquidos, para formação de óleo diesel B, vendido aos postos de combustíveis. A adição do biodiesel, normalmente feita nas bases de distribuição, também pode ser feita nos terminais aquaviários, no momento do carregamento do caminhãotanque das distribuidoras. A decisão da Diretoria consolida o entendimento de que esse tipo de prestação de serviço é permitido, desde que

sejam observadas algumas condições precedentes, dispostas na regulamentação do setor. É necessário que exista um contrato de cessão de espaço, homologado pela ANP entre o distribuidor e operador de terminal (Resolução Pixabay ANP nº 58, de 2014), e a publicação das condições gerais de serviço do terminal e das tarifas de referência pelo terminal aquaviário (Portaria ANP nº 251, de 2000). Também é necessário atender à Resolução ANP n° 50, de 2013, e ao Regulamento Técnico ANP nº 4, de 2013, com vistas à garantia da qualidade do óleo diesel B.

ANP publica estudo sobre monitoramento de estoques de combustíveis A ANP publicou o relatório preliminar de Análise de Impacto Regulatório sobre Monitoramento dos Estoques de Combustíveis, estudo que visa à implantação de regras que permitirão à Agência receber, diariamente, informações sobre estoques de combustíveis no país. A iniciativa tem por objetivo permitir que a ANP realize um monitoramento mais dinâmico do abastecimento de combustíveis, por meio do acompanhamento diário dos estoques e de informações relacionadas à oferta, demanda e fluxos logísticos, utilizando ferramenta de business intelligence como solução tecnológica de análise de dados. Dessa forma, a Agência poderá identificar determinadas situações de risco de desabastecimento com a devida antecedência, possibilitando que sejam adotadas medidas voltadas para a garantia do suprimento de combustíveis à população. Futuramente, será publicada resolução específica da ANP sobre o assunto, precedida de consulta e audiência públicas. Relação causas-problema-efeitos/ANP

A medida atende ao cenário atual, em que a Petrobras, principal fornecedora de combustíveis do país, apresenta uma política de desinvestimentos, tornando ainda mais relevante que a Agência aperfeiçoe o monitoramento do abastecimento de combustíveis. Atualmente, a ANP recebe os dados relativos ao abastecimento de combustíveis com periodicidade mensal, e defasagem de até 15 dias em relação ao fechamento do mês de referência. Os agentes regulados responsáveis pelo envio dos dados diários serão os relacionados às atividades de produção, armazenamento e distribuição de combustíveis, que enviarão informa-

ções sobre os estoques de gasolina A, gasolina C (com adição de etanol anidro, vendida nos postos), GLP (gás de cozinha), óleo diesel A, óleo diesel B (com adição de biodiesel, vendido nos postos), óleo diesel marítimo, etanol hidratado (vendido nos postos), etanol anidro, biodiesel, óleo combustível, querosene de aviação (QAV), e gasolina de aviação (GAV). A resolução que será publicada pela ANP incluirá os prazos de adequação às novas regras pelos agentes. A proposta da ANP tem como base a Lei nº 9.478/97 (Lei do Petróleo) que estabelece, como uma das atribuições da Agência, a garantia do suprimento de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, e de biocombustíveis, em todo o território nacional. A Resolução CNPE nº 12/2020 remete à Agência a função de estruturar ferramentas que contemplem dados e informações, em tempo real ou outra periodicidade aplicável, das atividades econômicas relacionadas ao abastecimento nacional de combustíveis. no 385

Petro & Química

85


ANP explica novas regras de dosimetria de pena na medição da produção de petróleo e gás A ANP realizou, por videoconferência, o Workshop Nova Dosimetria de Pena em Processos Sancionadores da Medição da Produção. O objetivo do evento foi apresentar às empresas do setor de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás natural os novos critérios publicados pela Agência para graduar as sanções aplicadas em casos de autuações por irregularidades na medição da produção, bem como esclarecer possíveis dúvidas. Twitter ANP “A nova dosimetria trará maior clareza e segurança jurídica para os processos sancionadores relacionados à medição da produção, mantendo o objetivo principal punitivopedagógico dos processos sancionadores, mas sem gerar distorções ou provocar barreiras na indústria”, afirmou a Diretora da ANP, Symone Araújo na abertura do evento. A dosimetria da pena permite uma melhor gradação da sanção, seguindo os parâmetros já estabelecidos na Lei n° 9.847/99, como gravidade da infração, vantagem auferida, condição econômica do infrator e seus antecedentes. Com a nova orientação, a ANP busca a simplificação e a uniformização nas regras, pois, passam a ser usadas as mesmas fórmulas de cálculo da pena para todos os campos, terrestres ou marítimos.

A maior inovação é a apresentação de critérios atenuantes, que permitem a redução da pena. Entre esses critérios, estão, por exemplo, a confissão da irregularidade (comunicação espontânea), e a correção de volumes (recálculo), antes da decisão da ANP. A nova norma permitirá também ampliar a diferenciação de valores de multas, aplicadas em função dos volumes movimentados nas instalações, o que reduzirá distorções advindas, por exemplo, de campos marítimos de baixa produção. Além disso, os antecedentes passam a ser analisados também de forma específica, e não só de maneira genérica. Ou seja, quando a empresa já houver cometido infração da mesma natureza e na mesma instalação (específica), ela terá peso maior no cálculo da pena do que se tiver cometido infração de outro tipo e/ou em outra instalação anteriormente (genérica). As novas regras foram publicadas pela ANP por meio de um documento, intitulado Orientação de Julgamento (como determina a Resolução ANP nº 805/2019), através do Despacho Decisório nº 2/2021/NFP, de 21/05/2021, e valem para infrações cometidas a partir dessa data.

Resolução proíbe definitivamente venda de etanol hidratado entre distribuidoras A Diretoria da ANP aprovou resolução que proíbe definitivamente a venda de etanol hidratado (etanol combustível) entre duas distribuidoras autorizadas. O novo regulamento altera o artigo 30 da Resolução ANP nº 58/2014, que permitia esse tipo de comercialização, mas, em seu parágrafo único, autorizava a Diretoria Colegiada, por meio de Despacho publicado no DOU, a vedar esse tipo de operação, o que vinha ocorrendo, desde 2017. A motivação da ANP para proibir esse tipo de comércio nos últimos anos está baseada em estudos de mercado, que apontaram o aumento das vendas de etanol hidratado entre distribuidoras, com o objetivo de obter vantagem concorrencial, por meio de inadimplência e de sonegação de ICMS. Com a vedação adotada pela Agência nos últimos anos, verificou-se que houve uma mudança nos agentes destinatários desse tipo de operação, e que, não apenas o volume comercia-

86

Petro & Química

no 385

lizado se reduziu drasticamente, como também o número de agentes que fazem esse tipo de operação diminuiu. O objetivo da revisão é alterar de forma definitiva a resolução no que se refere à venda de etanol hidratado entre disTwitter ANP tribuidoras, como evolução da regulação da Agência sobre o tema. A iniciativa da ANP conta com o apoio de Secretarias da Fazenda Estaduais e representantes de classe. Adicionalmente, decisão do Grupo de Trabalho (GT) 05 - COMBUSTÍVEL, grupo permanente, do qual participam todas as Unidades Federadas, através das suas Secretarias de Fazenda, e o Ministério da Economia, ressaltou que a manutenção da vedação ao comércio de etanol hidratado entre distribuidoras é medida importante, e que, portanto, deve permanecer. Acesse a publicação da Resolução ANP Nº 844, de 31 de maio de 2021, no Diário Oficial da União.


Assinados os contratos do 2º Ciclo da Oferta Permanente

A ANP realizou, no Rio de Janeiro, a cerimônia de assinatura dos contratos das 18 áreas arrematadas no 2º Ciclo da Oferta Permanente, sendo 17 blocos exploratórios, e uma área com acumulações marginais. Na abertura do evento, o Diretor-Geral da ANP, Rodolfo Saboia lembrou que a sessão pública de apresentações de ofertas do 2º Ciclo ocorreu em 2020, um ano desafiador para a indústria global de petróleo e gás natural. “Naquele contexto, a simples realização de um ciclo da Oferta Permanente já seria em si só uma vitória, uma vez que, nesse modelo, o processo licitatório só tem início com a manifestação de interessados, acompanhada de garantia de oferta. Mas, esse ciclo, não só foi realizado, como também apresentou resultados extremamente positivos. Com os contratos assinados hoje, adicionaremos em torno de 20 mil

km² de área de exploração, em seis bacias sedimentares brasileiras, uma área quase do tamanho do Estado de Sergipe. Isso significa um acréscimo de 10% em área exploratória concedida”, afirmou. Saboia ressaltou ainda que os contratos assinados trarão impactos positivos em nível regional. “Destaco, por exemplo, os quatro blocos arrematados na nova fronteira exploratória na Bacia do Paraná, que poderão trazer produção comercial de hidrocarbonetos, pela primeira vez na região CentroOeste, sendo beneficiada com geração de empregos, renda e royalties. Destaco também a perspectiva de desenvolvimento do campo de Juruá, descoberto em 1978, mas que nunca produziu, e a concessão de um bloco marítimo na Bacia de Campos, que permitirá a formação de um cluster, com outros dois blocos do mesmo operador e, assim o aumento da economicidade dos projetos”, completou. No total, foram sete empresas signatárias: Shell Brasil Petróleo Ltda., Eneva S.A., Enauta Energia S.A., Imetame Energia Ltda., Energy Paranã Ltda., Potiguar E&P S.A. e Petroborn Óleo e Gás S.A. A sessão pública de apresentações de ofertas do 2º Ciclo da Oferta Permanente ocorreu no dia 4 de dezembro de 2020. No certame, foram arrecadados R$ 56,7 milhões em bônus de assinatura, e as áreas arrematadas irão gerar investimentos exploratórios mínimos da ordem de R$ 160 milhões. Na cerimônia de assinatura, estiveram presentes o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, os Diretores da ANP Rodolfo Saboia, Symone Araújo e Dirceu Amorelli, além de outras autoridades e representantes das empresas.

Oportunidades de investimento na Segunda Rodada da Cessão Onerosa A ANP participou do webinar Brazil Oil & Gas Bidding Rounds 2021, evento que apresentou, ao mercado, oportunidades de investimentos no setor de petróleo e gás do Brasil, com foco na Segunda Rodada de Licitações dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa. O Diretor da ANP, Dirceu Amorelli, lembrou que, para a realização da rodada, a Agência se baseia em um amplo arcabouço legal e regulatório, o que confere segurança jurídica ao processo. “Além dessa segurança jurídica, conferida pelas normas legais e infralegais, o Brasil tem ainda a tradição de honrar contratos, o que é muito bom para quem está vindo investir no país”, complementou. Amorelli apresentou ainda os procedimentos e prazos que devem ser observados pelas empresas interessadas em participar da rodada, tais como: para a habilitação das empresas interessadas; para a qualificação, que envolve aspectos técni-

cos, econômico-financeiros, legais e de regularidade fiscal e trabalhista; para o pagamento da taxa de participação, que dá acesso aos pacotes de dados das áreas em oferta; para o rito no dia da sessão pública de apresentação de ofertas; além das ações necessárias para as licitantes vencedoras para entrega de documentos para assinatura dos contratos de partilha de produção e pagamento do bônus de assinatura. O evento foi promovido pela Apex-Brasil, com participação da ANP, PPSA – Pré-Sal Petróleo S.A. –, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e Ministério de Minas e Energia, cujos representantes fizeram palestras, e Ministério das Relações Exteriores. A Segunda Rodada de Licitações dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa está prevista para 17 de dezembro do corrente ano, e ofertará as áreas de desenvolvimento de Sépia e Atapu, na Bacia de Santos. no 385

Petro & Química

87


Novos atores na Bacia de Campos devem investir mais de R$ 13,2 bilhões A concretização de desinvestimentos da Petrobras na Bacia de Campos já promove a abertura do mercado de exploração de petróleo e gás para outras companhias, revelando um horizonte de oportunidades para a região. As últimas negociações confirmaram a venda de 17 campos de petróleo para cinco empresas, das quais quatro apresentaram planos de desenvolvimento, que totalizam uma injeção de pelo menos R$ 13,2 bilhões, segundo levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Esses investimentos se referem àqueles classificados nos planos como obrigatórios. Ou seja, conforme a ANP, o valor ainda pode dobrar, se consideradas as chamadas “atividades contingentes” – aquelas que ainda dependem do desenvolvimento de projetos. “A entrada de novas empresas com expertise na recuperação de campos maduros traz benefícios para todos os envolvidos no mercado de petróleo e gás. Isso acelera os investimentos e o processo de recuperação da Bacia de Campos, prolongando, assim, a produção e os efeitos multiplicadores na região. E isso significa também mais royalties e mais empregos em todas as atividades ligadas direta ou indiretamente a este mercado”, explica Thiago Valejo, coordenador de Conteúdo de Petróleo, Gás e Naval da Firjan. Só a multinacional Tridenty Energy, com base em Macaé, arrematou 10 campos de petróleo, com previsão de R$ 5,6 bilhões em investimentos. Também com base em Macaé, a multinacional franco-britânica Perenco assumiu três campos, onde prevê investimentos de R$ 1,1 bilhão. A empresa pretende instalar uma nova plataforma flutuante de armazenamento e transbordo, com previsão de instalação no segundo semestre do ano que vem, e já iniciou a adoção de medidas para redução da dependência da rede de dutos existentes. Além dessas companhias, as operações na Bacia de Campos também vão contar com as atividades da PetroRio, da BW Offshore e da Petronas. Entre os campos de petróleo adquiridos pelas empresas, a Perenco é responsável por um dos que correspondem à geração de royalties para Macaé, e outros dois para Campos. Já a Tridenty, por seis em Campos, e oito em Quissamã. A Petronas e a PetroRio vão explorar, cada uma, um campo com geração de royalties para Campos. A maior parte corresponde a campos maduros, que são aqueles que já passaram do auge da sua capacidade de produção. 88

Petro & Química

no 385

“O movimento diversifica o mercado de óleo e gás, e assim ganhamos novos protagonistas, ao lado da Petrobras. A presença de todas elas enriquece o mercado e a região, trazendo o dinamismo que nós precisamos, para incrementar as atividades econômicas e sociais, gerando emprego e renda para todos”, destaca o coordenador da Comissão Municipal da Firjan em Macaé, Gualter Scheles. O plano de desinvestimentos da Petrobras tem como um dos objetivos reduzir a dívida, e alavancar o retorno dos investidores, possibilitando que a estatal foque na exploração dos campos de Pré-sal, mais rentáveis. Ao todo, 35 campos da Bacia de Campos foram colocados à venda, boa parte deles dedicados ao descomissionamento – desativação de antigas estruturas de exploração que, por estarem obsoletas, acabam gerando grandes gastos de manutenção. Mas, há também, por exemplo, Maromba, o campo arrematado pela BW Offshore, que terá o primeiro óleo retirado em maio de 2022. Somam-se a esses movimentos, o Promar – Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos –, do Ministério de Minas e Energia, que busca criar mecanismos de incentivo para atrair diferentes empresas na exploração dos campos maduros. Com infraestrutura instalada e reservatórios descobertos, os campos maduros oferecem oportunidade de acesso a volumes remanescentes de óleo e gás com investimentos menores do que os dos campos novos. O Rio de Janeiro é o estado que mais deve ser beneficiado com o programa, já que tem mais de 45 campos considerados maduros, muitos com potencial de produzir por mais tempo, a partir do aumento do fator de recuperação de óleo. Atualmente, o Promar está na fase de workshops para consolidação das contribuições recebidas no processo de consulta pública. A previsão é de que um relatório conclusivo seja lançado em julho, já com as soluções e propostas a serem apresentadas ao Conselho Nacional de Política Energética. Entre as contribuições encaminhadas pela Firjan, estão o incentivo a investimentos em tecnologia aplicada, e em inovação, para ampliar os métodos de recuperação dos campos maduros. Sobre geração de empregos, a federação sugere a criação de um programa de incentivo à formação e atualização profissional, para suprir o aumento da demanda do mercado. E, com relação a propostas para manutenção da indústria de bens e serviços locais, recomenda-se a implementação de uma política industrial, coordenando medidas existentes, como PDI, conteúdo local, Repetro, acesso a crédito, entre outros.


Sefaz-RJ assina com ANP, para fiscalizar arrecadação de royalties O secretário de Estado de Fazenda, Nelson Rocha, e sua equipe participaram da assinatura de um acordo de cooperação com a ANP – Agência Nacional do Petróleo –, para a fiscalização do pagamento de royalties e Participações Especiais (PEs) sobre a exploração de campos produtores de petróleo e gás, no estado. O termo de ajuste foi celebrado na Alerj – Assembleia Legislativa do Rio – e contou com a presença do governador Cláudio Castro, do procurador-geral do Estado, Bruno Dubeux e, claro, de parlamentares, como o presidente da Casa, André Ceciliano, e o deputado Luiz Paulo. Com o pacto firmado entre o governo e a ANP, haverá um controle maior, que garantirá o repasse das compensações a que o Estado do Rio tem direito, na exploração de óleo e gás, ajudando a diminuir o déficit e, consequentemente, ajudando na aplicação de mais políticas públicas. O acordo define parâmetros para melhorar a metodologia de fiscalização das receitas compensatórias da exploração de petróleo e gás, no Rio de Janeiro. A execução do convênio cumpre uma determinação do Superior Tribunal Federal (STF), e é resultado da atuação da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada pela Alerj, em março deste ano. Segundo cálculos dos técnicos da Sefaz-RJ – Secretaria de Estado de Fazenda –, o Estado do Rio de Janeiro pode ter perdido em torno de R$ 10 bilhões, nos últimos dez anos, em arrecadação de Participações Especiais. A Sefaz-RJ cobrava da ANP acesso detalhado e transparente às informações das deduções feitas pelas concessionárias. “A partir dessa assinatura, nós temos como identificar se to-

das as despesas estão sendo deduzidas, se estão de acordo ou não, e assim, a gente consegue evitar que certas despesas sejam excluídas da base de cálculo, aumentando com isso os royalties e as participações especiais. Além disso, o dinheiro perdido é recuperado, estamos revendo 10 anos para trás, e para frente, também. O fluxo fica no caixa, e a gente pode fazer os investimentos necessários para o desenvolvimento do estado”, explicou o secretário Nelson Rocha. A assinatura do acordo de cooperação técnica entre a ANP e o Estado do Rio de Janeiro, para fins de fiscalização da Participação Especial, é inédita no país. “Eu espero que essa parceria possa ser replicada para outros estados da federação. A combinação da qualidade da competência técnica da Secretaria de Estado da Fazenda e da ANP ampliará de sobremaneira a capacidade de auditoria dos gastos dedutíveis declarados pelas concessionárias sobre os campos produtores de petróleo e gás natural, conferindo uma maior transparência e publicidade na arrecadação de participação especial”, concluiu Dirceu Amorelli, diretor Geral Substituto da ANP.

TotalEnergies adquire 10% da Arctic Transshipment LLC da Novatek A TotalEnergies assinou um Contrato de Compra e Venda (SPA) com a Novatek, para adquirir 10% da Arctic Transshipment LLC, uma subsidiária integral da Novatek, que possui e operará dois terminais de gás natural liquefeito (GNL), em construção nas regiões de Murmansk e Kamchatka, na Rússia. Esses terminais fornecerão serviços de logística de exportação, incluindo o projeto Arctic LNG 2 em construção, e cada um incluirá inicialmente uma unidade de armazenamento flutuante de 360.000 m3 (FSU), e dois kits de transferência navio-a-navio (STS). Eles permitirão o transbordo de GNL dos transportadores de GNL da classe Arc7, que fornecem transporte nas águas geladas do Oceano Ártico, para transportadores convencionais de GNL. Ao limitar o uso de transportadores de GNL de classe de gelo Arc7, essa otimização reduz os custos e as emissões de CO2 do transporte de GNL. “Estamos satisfeitos por ter assinado esta aquisição com a Novatek, nosso parceiro de longa data, que está em li-

nha com nossa estratégia de integração, ao longo de toda a cadeia de valor do GNL. Esses terminais marcam um passo importante no avanço e consolidação do GNL do Ártico 2, e contribuirá para a exportação segura e sustentável de cargas de nossos projetos existentes e em desenvolvimento”, disse Patrick Pouyanné, presidente e CEO da TotalEnergies, por ocasião da assinatura no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.

no 385

Petro & Química

89


Definido conceito para o BM-C-33

Geir Tungesvik, senior vice president de projetos e Veronica Coelho, gerente da Equinor no Brasil

A Equinor, em conjunto com os parceiros licenciados Repsol Sinopec Brasil e Petrobras, aprovou o conceito de desenvolvimento do BM-C-33, um campo de gás / condensado, localizado no Pré-sal da Bacia de Campos, no Brasil. “BM-C-33 é um projeto-chave em nosso portfólio, e a seleção de conceito é um marco importante em nosso esforço para amadurecer o projeto. É importante otimizar e melhorar ainda mais o business case do projeto, para torná-lo mais robusto para o mercado futuro”, disse Geir Tungesvik, vice-presidente sênior de projetos da Equinor. Os fluxos dos poços serão enviados para uma unidade FPSO, localizada no campo. Gás e óleo / condensado serão processados no FPSO, de acordo com as especificações de vendas e exportados. O petróleo será descarregado por naviostanque aliviadores, e enviado ao mercado internacional, após a transferência de navio para navio. Um casco recémconstruído foi selecionado para acomodar 30 anos de vida útil do campo. A solução de exportação de gás é baseada em um gasoduto offshore integrado do FPSO, para uma nova instalação dedicada de 90

Petro & Química

no 385

recebimento de gás onshore, dentro do site da Petrobras TECAB em Cabiúnas, antes de se conectar à rede de transmissão de gás nacional. “O BM-C-33 detém volumes substanciais de gás. A conclusão da liberalização em curso do mercado de gás natural no Brasil, de acordo com o plano atual, é fundamental para o desenvolvimento do projeto. BM-C-33 é um ativo que pode gerar valor para a sociedade, tanto pela geração de empregos diretos e indiretos, efeito cascata, quanto pela oferta de gás, que pode induzir o crescimento industrial, como já aconteceu em outros países”, afirma Veronica Coelho, country manager da Equinor no Brasil. A capacidade de exportação de gás está planejada para 16 Mm3 / dia, com exportações médias estimadas em 14 Mm3 / dia, o que representa um volume significativo, com base na atual demanda brasileira de gás. A capacidade diária de processamento de óleo é de 20.000 m3. A seleção de conceito é uma conclusão de uma avaliação técnica e comercial de vários conceitos em desenvolvimento e avanços. O conceito escolhido oferece a solução mais robusta, para desenvolver o projeto BM-C-33 e a cadeia de valor do gás. Detalhes sobre o cronograma do projeto para as próximas portas de decisão e início da produção ainda não foram concluídos.


Siemens fornecerá 8 módulos de superfície e suporte para navio FPSO offshore A Siemens Energy venceu um contrato EPC da MISC Berhad para oito módulos de superfície completos, que fornecerão geração, transmissão e distribuição de energia sustentável, eficiente e ecologicamente correta, bem como o processamento e compressão de gás a bordo de um FPSO, que vai operar offshore na América do Sul, a partir de 2024. A MISC Berhad está construindo o FPSO para expandir sua frota de 14 unidades de produção flutuantes. O FPSO deverá ter uma capacidade de processamento de 180.000 barris de petróleo, e 12 milhões de metros cúbicos de gás, por dia. “Essa conquista demonstra nossos pontos fortes e a capacidade para transformar as operações do FPSO, para serem mais sustentáveis, atendendo, ao mesmo tempo, os requisitos de produção”, disse Thorbjoern Fors, vice-presidente executivo de Industrial Applications da Siemens Energy. Os módulos de superfície serão projetados e fabricados na Ásia, com as principais atividades de engenharia e execução feitas em Singapura. A montagem de todos os conjuntos de equipamentos rotativos será feita na fábrica da Siemens Energy, em Santa Bárbara d’Oeste, no Brasil. A instalação também será totalmente equipada para fornecer suporte e serviço aos módulos do FPSO, assim que este for implantado. O escopo de fornecimento da Siemens Energy inclui o trabalho de EPC para os oito módulos, e vários componentes importantes: dois compressores centrífugos elétricos

de baixa pressão; dois compressores elétricos para CO2; três compressores de injeção principais, acionados por turbinas a gás SGT-A35-GT62X, da Siemens Energy; quatro turbinas a gás SGT-A35-GT30, da Siemens Energy, para geração de energia; uma sala elétrica; além de toda a parte elétrica, incluindo um sistema de controle e gerenciamento elétrico (ECMS). O ECMS está sendo projetado para fornecer monitoramento e supervisão para a rede de geração e distribuição de energia, e para o gerenciamento de cargas da instalação do FPSO, incluindo os módulos de superfície e marítimos. A MISC Berhad e a operadora do FPSO podem usar o ECMS para monitorar a energia elétrica do FPSO, gerar relatórios, e planejar a sustentabilidade futura. “Nossa missão é ajudar nossos parceiros em sua transição energética, fornecendo equipamentos, infraestrutura e suporte, para criar mudanças inteligentes e sustentáveis, sem comprometer sua capacidade de atender às crescentes necessidades mundiais de energia”, afirma Arja Talakar, vice-presidente sênior de produtos da Industrial Applications na Siemens Energy. no 385

Petro & Química

91


Desenvolvendo Lavrans e Kristin Q A Equinor e os parceiros Petoro, Vår Energi e Total E&P Norge decidiram desenvolver a descoberta de Lavrans, e a descoberta de Kristin Q, que faz parte do campo de Kristin. Isso constitui a fase 1 do projeto Kristin Sul, e hoje o plano de desenvolvimento e operação (PDO) será apresentado ao ministro do petróleo e energia. As despesas de capital para esta primeira fase totalizarão cerca de NOK 6,5 bilhões. “A decisão de desenvolver a área de Kristin South gerará um valor substancial para a sociedade e para os proprietários. Exploramos os recursos e a infraestrutura existente de forma favorável, ao mesmo tempo que contribuímos para o desenvolvimento do Mar da Noruega. Também conquistamos contratos no valor de cerca de NOK 2,2 bilhões. Essas atribuições ajudarão a manter empregos na Noruega”, disse o vice-presidente executivo de Projetos, Perfuração e Aquisições da Equinor, Arne Sigve Nylund. A produção de Lavrans e Kristin Q será ligada à plataforma Kristin. Um modelo submarino será instalado em Lavrans, enquanto em Kristin Q, um modelo submarino já instalado, será reutilizado. Um total de cinco poços estão planejados para serem perfurados, quatro em Lavrans e um em Kristin Q – o campo Kristin foi colocado em operação em 2005. A vida técnica da plataforma Kristin está estimada para terminar em 2034, com possibilidades de extensão de vida útil até 2042. “Nossa ambição é transformar a plataforma continental norueguesa, para criar grande valor, enquanto ajudamos a Noruega a atingir os objetivos de Paris. Prolongar a vida produtiva, utilizando a infraestrutura que temos no NCS para desenvolvimentos de satélites, é muito importante e garante boa lucratividade e baixas emissões de CO2”, disse o vice-presidente executivo da Equinor para Exploração e produção da Noruega, Kjetil Hove. A descoberta de Lavrans foi descoberta em 1995. A descoberta tem um grande volume de gás e um potencial de alto valor. Lavrans é um reservatório complexo, e as qualidades de produção são incertas. Os poços Lavrans são, portanto, projetados para reduzir essa incerteza, tendo longas zonas de produção horizontais no reservatório. Kristin Q está locali92

Petro & Química

no 385

zada na parte sul do campo de Kristin. Como o resto do campo de Kristin, Kristin Q é um reservatório de alta pressão e alta temperatura. Lavrans e Kristin Q serão desenvolvidos como um projeto com um pipeline compartilhado para a plataforma Kristin. A produção esperada na fase 1 do projeto Kristin South é estimada em 6,2 GSm3 de gás, e 1,9 MSm3 de óleo (um total de 58,2 milhões de barris de óleo equivalente). O plano de desenvolvimento e operação também inclui uma descrição das possíveis fases futuras do projeto Kristin South, incluindo uma possível próxima fase de Lavrans, bem como o possível desenvolvimento das descobertas de Erlend e Ragnfrid. A intensidade de CO2 para extração e produção de Kristin South fase 1 é muito baixa – menos de 1 kg de CO2 por barril de óleo equivalente. As emissões serão geradas principalmente a partir das atividades de perfuração do projeto. Lavrans e Kristin Q serão operados pela organização Kristin, que está localizada em Stjørdal, no meio da Noruega. A produção dos três primeiros poços, dois em Lavrans e um em Kristin Q, está programada para começar em 2024. O início da produção dos dois últimos poços em Lavrans está programado para 2025. Em conexão com o desenvolvimento da área de Kristin South, haverá uma demanda por entregas substanciais de bens e serviços. Isso irá gerar efeitos de valor e emprego para o comércio e indústria noruegueses, e para a sociedade norueguesa. Estima-se que mais de 60% dos investimentos no projeto irão para fornecedores noruegueses, e cerca de um terço irá para empresas no meio da Noruega. Um estudo de efeito cascata realizado por Kunnskapsparken Bodø mostra que os efeitos nacionais sobre o emprego da fase 1 do desenvolvimento são estimados em um pouco menos de 4.000 pessoas-ano de emprego, divididos em seis anos, no período 2020-2025. Os efeitos regionais do desenvolvimento na Noruega sobre o emprego são estimados em cerca de 800 pessoas-ano de emprego, no mesmo período: a Aker Solutions conquistou o contrato para instalações de produção submarina, contrato estimado em cerca de NOK 1 bilhão, que deve gerar mais de 200 pessoas-ano de emprego; a TechnipFMC obteve o contrato para a fabricação de dutos, assentamento de dutos e serviços de instalação submarina, valendo cerca de NOK 1 bilhão; Aibel obteve o contrato de engenharia, aquisição, construção e instalação (EPCI) para a modificação da plataforma Kristin, contrato de cerca de NOK 190 milhões. Os contratos estão sujeitos à aprovação governamental do plano de desenvolvimento e operação.


Estratégia para acelerar transição A Equinor apresentou sua estratégia para acelerar a transição da empresa, enquanto aumenta o fluxo de caixa e os retornos, que destaca ações para acelerar a transição e definir a ambição de atingir uma redução de 40% na intensidade líquida de carbono, até 2035, rumo ao zero líquido, até 2050; aumentar os investimentos em energias renováveis e soluções de baixo carbono para mais de 50% dos investimentos anuais brutos, até 2030; fluxo de caixa e retornos crescentes, esperando um fluxo de caixa livre de cerca de US$ 35 bilhões, antes da distribuição de capital, em 2021-2026, e cerca de 12% de retorno sobre o capital médio empregado, em 2021-2030. A estratégia deve aumentar o dividendo trimestral em dinheiro, para 18 centavos por ação, e introduzindo um novo programa de recompra de ações. “Nossa estratégia é apoiada por ações claras para acelerar nossa transição, enquanto aumenta o fluxo de caixa e os retornos. Estamos otimizando nosso portfólio de petróleo e gás, para fornecer um fluxo de caixa e retornos ainda mais fortes com emissões reduzidas de produção, e esperamos um crescimento lucrativo significativo em energias renováveis e soluções de baixo carbono. Esta é uma estratégia para criar valor como líder na transição energética”, diz Anders Opedal, Presidente e CEO da Equinor. Na plataforma continental norueguesa, a Equinor está otimizando suas operações, para entregar forte criação de valor, e um fluxo de caixa livre médio anual de cerca de US$ 4,5 bilhões, em 2021-2030. Outras melhorias, no campo Johan Sverdrup de classe mundial, reduzem o ponto de equilíbrio preço do campo completo, com 25% a 15 USD / bbl. Internacionalmente, a Equinor está focando seu portfólio, saindo de posições operadas em não convencionais, priorizando operações offshore, onde a empresa pode utilizar sua competência central. A carteira internacional deve entregar forte fluxo de caixa, tornar-se mais robusta, em relação a preços mais baixos, e mostrar um lado positivo significativo com preços mais altos. A Equinor espera investimentos brutos, em energias renováveis, de cerca de US$ 23 bilhões, de 2021 a 2026, e aumentar a participação do capex bruto para energias renováveis e soluções de baixo carbono, de cerca de 4%, em 2020, para mais de 50%, até 2030. Com base no início acesso de baixo custo em escala, a Equinor espera atingir uma capacidade instalada de 12-16 GW (participação da Equinor), até 2030. Refletindo os níveis atuais dos mercados, a Equinor está ajustando os retornos reais esperados da base do projeto para 4-8%, e continua determinada a capturar mais retornos de capital, por meio de project finance e farm downs. O acesso antecipado, seguido de farm down direcionado, é uma parte integrante da proposta de criação de valor. Até agora, a Equinor desinvestiu ativos por US$ 2,3 bilhões, registrou um ganho de capital de

Phil Wells

Sheringham Shoal

US$ 1,7 bilhão, e espera entregar retornos patrimoniais nominais na faixa de 12-16% dos projetos eólicos offshore, com contratos offtake no Reino Unido e nos EUA.

A transição energética representa uma oportunidade para a Equinor alavancar sua posição de liderança em gestão de carbono e hidrogênio, e desenvolver e fazer crescer novas cadeias de valor e mercados. Em 2035, a ambição da Equinor é desenvolver a capacidade de armazenar 15-30 milhões de toneladas de CO2, por ano, e fornecer hidrogênio limpo em 3-5 clusters industriais. O Conselho de Administração da Equinor decidiu sobre um dividendo em caixa de 18 centavos por ação, para o segundo trimestre de 2021, um aumento de 3 centavos, em relação ao primeiro trimestre. O dividendo em dinheiro do segundo trimestre de 2021 será formalmente declarado, e anunciado em conexão com o anúncio dos resultados do segundo trimestre, incluindo informações importantes, relacionadas ao dividendo.

O Conselho também decidiu introduzir um novo programa anual de recompra de ações, de cerca de US$ 1,2 bilhão, no 385

Petro & Química

93


a partir de 2022. Além disso, a Equinor espera executar duas tranches de recompra de ações, em 2021, com uma primeira parcela de US$ 300 milhões, para ser lançado após o anúncio de resultados do segundo trimestre, e uma segunda parcela indicativa de US$ 300 milhões, a ser lançada após o anúncio dos resultados do terceiro trimestre. Espera-se que o novo programa de recompra de ações seja executado quando os preços do petróleo Brent estiverem dentro ou acima da faixa de 50-60 USD / bbl. O índice de dívida líquida permanece dentro da ambição comunicada de 15-30%, e isso é apoiado pelos preços das commodities. O programa de recompra de ações, de US$ 5 bilhões, lançado em 5 de setembro de 2019, e suspenso em 22 de março de 2020, foi cancelado. E todos os valores de recompra de ações incluem ações a serem resgatadas pelo Estado norueguês – o objetivo do programa de recompra de ações é reduzir o capital social emitido da empresa. Todas as ações recompradas como parte do programa serão canceladas. De acordo com um acordo entre a Equinor e o Estado norueguês, este participará na recompra de ações, em uma base proporcional. A execução de recompras de ações, após a assembleia geral anual de 2022, está sujeita a uma autorização renovada, incluindo a renovação do acordo com o Estado norueguês. A recompra de ações será executada dentro das provisões de porto seguro aplicáveis. As despesas de capital orgânico são estimadas em uma média anual de US$ 9-10 bilhões, para 2021-2022, e em cerca de US$ 12 bilhões, para 2023-2024, e o crescimento da produção de 2020 a 2021 é estimado em cerca de 2%. 94

Petro & Química

no 385

ANP lança painel dinâmico com dados de qualidade de lubrificantes

Aline Massuca

A ANP lançou o Painel Dinâmico da Qualidade dos Lubrificantes. A ferramenta apresenta, de forma interativa, dados do Programa de Monitoramento dos Lubrificantes da A N P (PML). O painel consolida informações do monitoramento de lubrificantes, e possibilita a visualização de seus dados de forma inédita. É uma ferramenta de análise, destinada a empresas, órgãos de governo, universidades, imprensa e à sociedade como um todo, além de estar em consonância com a política de transparência adotada pela ANP. Entre os dados disponíveis, estão índices de qualidade nacionais, e dados sobre as amostras analisadas, entre outros. É possível aplicar filtros, como data de fabricação do produto analisado, empresa responsável pela produção, marca comercial e número de registro dos produtos. Acesse o Painel Dinâmico da Qualidade dos Lubrificantes: https://www.gov.br/anp/ pt-br/centrais-de-conteudo/paineis-dinamicos-da-anp/painel-dinamico-do-programa-demonitoramento-de-lubrificantes A ferramenta disponibiliza ainda a lista de todos os lubrificantes registrados pela ANP, para que os consumidores possam consultar os produtos autorizados, antes de adquiri-los, bem como seções de informações gerais sobre o assunto, e de perguntas e respostas mais frequentes. Os dados serão atualizados, conforme os resultados de amostras analisadas forem concluídas e inseridas no banco de dados. O PML tem como objetivos avaliar a qualidade dos óleos lubrificantes automotivos comercializados no país, e a regularidade de seus registros, sendo um programa que vem contribuindo para a melhoria da qualidade desses produtos ao longo do tempo, através da redução significativa de não conformidades desse mercado. Bimestralmente, a ANP publica também os Boletins do PML, onde podem ser identificados todos os produtos que apresentam não conformidades.


Investimento para Bacalhau fase 1 no Brasil A Equinor (operadora), a ExxonMobil, a Petrogal Brasil e a PPSA – Pré-sal Petróleo SA – decidiram desenvolver a fase 1 do campo de Bacalhau, no Pré-sal brasileiro, na Bacia de Santos. O investimento é de aproximadamente US$ 8 bilhões. “Este é um dia emocionante. Bacalhau é o primeiro empreendimento desenvolvido por uma operadora internacional na área do Pré-sal, e criará grande valor para o Brasil, para a Equinor e para os parceiros. A boa cooperação com parceiros, autoridades brasileiras e fornecedores resultou em uma decisão de investimento para o campo de Bacalhau”, disse Arne Sigve Nylund, vice-presidente executivo de Technology, Projects & Drilling da Equinor. “Bacalhau é um projeto globalmente competitivo com um break even abaixo de USD 35, em uma região chave de energia no mundo. As reservas recuperáveis estimadas para a primeira fase são de mais de um bilhão de barris de petróleo”, afirmou Nylund. O plano de desenvolvimento foi aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em março de 2021. “Bacalhau é um passo importante para a realização de nossa ambição estratégica de fortalecer nossa presença no Brasil. É também um projeto importante para o país, pois, representa investimentos significativos, efeitos em cascata na cadeia de suprimentos, e geração de empregos locais”, afirma Veronica Coelho, presidente da Equinor no Brasil. “O desenvolvimento do campo de Bacalhau é um investimento estratégico em nosso portfólio global, e tem o potencial de trazer alto retorno para a ExxonMobil, nossos parceiros e o povo brasileiro”, disse Juan Lessman, presidente da ExxonMobil no Brasil. “Este projeto progrediu, graças à forte colaboração entre a ExxonMobil, a Equinor, a Petrogal e o governo.” “Bacalhau é um projeto offshore de classe mundial, com baixo break even, e baixa emissão de carbono. Este projeto irá contribuir de forma significativa para o crescimento competitivo contínuo da Galp em upstream. O investimento é uma prova do compromisso da Galp em continuar a crescer no Brasil, e o seu sucesso terá retornos positivos para todos os stakeholders da Galp, no país e fora dele”, afirma Thore Kristiansen, COO de Upstream da Galp. “O projeto de Bacalhau teve o mérito de superar aspectos técnicos de alta complexidade, sem prejudicar os aspectos econômicos e sociais altamente positivos. Bacalhau simboliza o grande benefício que empresas estrangeiras podem também aportar, no desenvolvimento do pré-sal e do Brasil. A PPSA se sente premiada com essa parceria de alta cooperação, que promete trazer excelentes resultados para a União”, afirma Eduardo Gerk, Diretor-Presidente da PPSA. O primeiro óleo está planejado para 2024. Devido à Pandemia COVID-19 e às incertezas relacionadas, os planos do projeto podem ser ajustados, em resposta às restrições de saúde e segurança.

Eduardo GErk (esquerda) - presidente Pré-Sal Petróleo S.A., Juan Lessmann - presidente da ExxonMobil Brasil, Veronica Coelho - presidente da Equinor Brasil, Miguel Pereira - CEO Petrogal Brasil e Trond Stokka Meling - diretor do Projeto Bacalhau, Equinor.

Desenvolvimento do campo

O campo de Bacalhau está situado em duas licenças, BM-S8 e Norte de Carcará. O recurso é um reservatório carbonático de alta qualidade, contendo óleo leve, com contaminantes mínimos. O desenvolvimento consistirá em 19 poços submarinos, ligados a uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO), localizada no campo. Este será um dos maiores FPSOs do Brasil, com capacidade de produção de 220 mil barris por dia, e dois milhões de barris de armazenamento. O óleo estabilizado será escoado para navios aliviadores, e o gás da fase 1 será reinjetado no reservatório. A empresa contratada para o FPSO irá operá-lo durante o primeiro ano. Posteriormente, a Equinor planeja operar as instalações até o final do período de licença. Esforços significativos foram feitos para reduzir as emissões da fase de produção, incluindo a implementação de um sistema de Turbina de Gás de Ciclo Combinado, para aumentar a eficiência energética da usina. Isso proporciona uma produção de energia elétrica eficiente, e um fornecimento de calor variável. Espera-se que a intensidade média de CO2 ao longo da vida seja inferior a 9 kg por barril produzido, significativamente inferior à média global de 17 kg, por barril. O trabalho continuará durante a vida útil do campo para reduzir as emissões, e aumentar a eficiência energética. no 385

Petro & Química

95


Operação inédita com supernavio gaseiro para abastecer termelétrica em Sergipe A Wilson Sons, através da sua unidade de Rebocadores, participou da primeira operação ship-to-ship offshore, para transferência de gás natural liquefeito (GNL), através de navio gaseiro ULGC (Ultra Large Gas Carrier), do tipo Q-FLEX no Brasil – o navio é considerado um dos maiores gaseiros do mundo, com capacidade de 215 mil m³. Essa inédita operação ocorreu no terminal da Celse, em Barra dos Coqueiros/SE, e teve como objetivo abastecer a Usina Termoelétrica (UTE) Porto de Sergipe, operada pela companhia. A UTE foi acionada, em julho, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e a Celse possui, em seu planejamento, mais duas operações, até setembro, também com navios do tipo Q-FLEX. Nesse primeiro momento, a termelétrica está sendo acionada pela ONS para despacho contínuo e ininterrupto, por quatro meses, mas existe a possibilidade de, até o final do ano, totalizarem mais oito operações para abastecimento. Quatro rebocadores da Wilson Sons apoiaram as manobras do navio gaseiro para transferência de GNL à Unidade de Armazenamento e Regaseificação de Gás Natural (FSRU). Elísio Dourado, diretor comercial da divisão de Rebocadores da Companhia, explica que foram necessárias duas operações de transferência ship-to-ship, para completar o processo de transferência de combustível. “O navio gaseiro, inicialmente, descarregou cerca de 2/3 da carga, em uma primeira operação. Depois, aguardou fundeado, enquanto a FSRU transferia o gás para a termelétrica”, conta Elísio. “Passado esse tempo, foi realizada nova manobra para descarregar o restante da caga”, complementa. Ao todo, os rebocadores executaram 4 manobras. “Operações ship-to-ship com embarcações de grandes dimensões são complexas, e exigem um alto nível de segurança. Por isso, precisamos contar com parceiros que possu-

96

Petro & Química

no 385

ímos total confiança, e que garantam a qualidade que tanto prezamos. A escolha pela Wilson Sons é um exemplo disso”, destaca Lucas Buranelli, gerente de operações de terminal GNL da Celse. Com uma frota de 80 rebocadores, a maior do Brasil, a Wilson Sons está presente em 25 localidades, cobrindo quase toda a costa brasileira. A Companhia conta ainda com a Central de Operações de Rebocadores (COR), que monitora as embarcações 24 horas por dia, 365 dias por ano, em 25 portos da costa brasileira, além do Centro de Aperfeiçoamento Marítimo (CAM) onde são realizados treinamentos periódicos das tripulações, e campanhas para projetos específicos de clientes e outras partes interessadas, através do simulador de manobras próprio da Wilson Sons, que é capaz de oferecer diferentes cenários operacionais.


Notícias da Petrobras

Campos do Pré-sal alcançam 70% da produção da Petrobras A Petrobras divulgou (22/07) seu relatório de resultados operacionais do segundo trimestre de 2021. Dentre os principais destaques, está a produção do Pré-sal, que alcançou 1,96 milhão de barris de óleo equivalente (boed), representando 70% da produção total da companhia, um percentual recorde. A produção média de óleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural alcançou 2,8 milhões de boed, por dia, 1,1% acima do primeiro trimestre. Os resultados foram obtidos devido à continuidade do ramp-up das plataformas P-68 (campos de Berbigão e Sururu) e P-70 (campo de Atapu), que atingiu a capacidade máxima de produção permitida, de 161 mil bpd, em menos de 13 meses, refletindo o esforço da companhia para agilizar e antecipar a produção dos campos. Também contribuiu para os resultados, a estabilização dos níveis de produção das plataformas, que realizaram paradas programadas no primeiro trimestre, em uma atuação eficiente e competitiva, maximizando o potencial dos ativos, e promovendo mais retorno para a empresa e para a sociedade, o que cria um ciclo virtuoso de geração de valor.

A companhia destaca que iniciou, em junho, a operação integrada das Rotas 1 e 2 de escoamento de gás da Bacia de Santos, permitindo maior flexibilidade, devido à melhor distribuição das unidades de produção conectadas ao sistema, potencializando a oferta de gás. E, no mesmo mês, iniciou o escoamento de gás da P-76 em Búzios, contribuindo para o aproveitamento do potencial do campo, e viabilizando uma melhor gestão do reservatório e aumento da geração de valor. O processamento de petróleo do Pré-sal se manteve elevado no 2T21, representando 54,7% da carga processada no 1S21, um aumento de 5,3 pontos percentuais, em relação ao ano passado, e um novo recorde de 898 Mbpd. Os petróleos do Pré-sal apresentam alto rendimento de derivados de maior valor agregado, e possuem baixo teor de enxofre, contribuindo para uma atividade de refino mais sustentável, e para a produção de derivados com

essa característica, como o diesel S-10 e o bunker. A Petrobras aumentou as exportações de petróleo no 2T21, e ampliou a base de clientes, incorporando quatro novos refinadores à carteira de Búzios, e quatro novos refinadores para Atapu. A companhia explorou a arbitragem que tem favorecido a venda de petróleo nos mercados ocidentais, diversificando o destino das exportações de petróleo, resultando no aumento das vendas de petróleo para Europa, América Latina, Estados Unidos e Índia, com consequente redução das exportações para China.

Em linha com a valorização global do óleo combustível de baixo teor de enxofre (BTE), a Petrobras iniciou operações de mistura de petróleos com óleo combustível, em busca da melhor rentabilidade. No 2T21, foi realizada a primeira carga de petróleo Jubarte, comercializada como componente de óleo combustível BTE, superando desafios operacionais, e apresentando resultados econômicos positivos. Para acessar o relatório na íntegra, clique https://www. agenciapetrobras.com.br/upload/documentos/apresentacao_ olXc3Hj7rc.pdf no 385

Petro & Química

97


Notícias da Petrobras

Dragão, o mais potente supercomputador da Petrobras

A Petrobras colocou em produção mais um supercomputador, que consta entre os mais potentes do planeta (High Performance Computing, HPC): o Dragão, que ocupa a posição 46º, foi implementado pela Atos, líder global em transformação digital, e referência em computação de alto desempenho, tem performance próxima ao dobro da do Atlas (94º), seu predecessor como líder na Petrobras, e também implementado pela Atos. Programados com algoritmos que envolvem equações matemáticas complexas e um volume gigantesco de dados, os supercomputadores projetados pela empresa geram imagens representativas da geologia abaixo do fundo do mar, onde ficam as camadas de Pré-sal. São analisadas centenas de quilômetros quadrados, a milhares de metros de profundidade, e isso é fundamental para as descobertas de novas jazidas de óleo e gás. Enquanto essa é uma tarefa impossível para um computador convencional, o Dragão poderá realizá-la com agilidade e precisão. “Realizar a fabricação e a entrega do maior supercomputador da América Latina, em tempos de pandemia, foi um desafio logístico imenso, somente possível superar, graças à incrível equipe da Atos, a parceria da Petrobras e de nossos parceiros tecnológicos. O ‘Dragão’ é o maior supercomputador brasileiro, e um dos 50 maiores do mundo. Junto com ele, teremos atingido o marco histórico e inédito de colocar cinco supercomputadores da Atos no Brasil, entre os 500 maiores do mundo”, diz Luis Casuscelli, Diretor de Big Data & Security da Atos para América do Sul. “Para nós, da Atos, é motivo de orgulho e fonte de motivação fornecer mais um supercomputador para a Petrobras. É uma prova irrefutável do nosso esforço e desenvolvimento constante, reforçando a posição da nossa empresa como referência mundial em supercomputação”, diz Nelson Campelo, CEO da Atos para América do Sul. Os supercomputadores são máquinas com velocidade de processamento e capacidade de memória milhares de vezes superiores aos computadores comerciais. Eles são usados para processamento paralelo, cálculos complexos, e tarefas extensas e intensivas, que exigem cálculos da ordem de quatrilhões por segundo. Geralmente, são empregados para pesquisas científicas em múltiplas áreas e com grandes volumes de dados, como medicina, meteorologia, geologia, geofísica, física e óleo e gás. 98

Petro & Química

no 385

Petrobras assina Acordo de Coparticipação de Búzios

A Petrobras assinou, com a Pré-sal Petróleo S.A. (PPSA) e as parceiras CNODC Brasil Petróleo e Gás Ltda. (CNODC) e CNOOC Petroleum Brasil Ltda. (CNOOC), o Acordo de Coparticipação de Búzios, que regulará a coexistência do Contrato de Cessão Onerosa e do Contrato de Partilha de Produção do Excedente da Cessão Onerosa para o campo de Búzios, no Pré-sal da Bacia de Santos. As negociações foram iniciadas logo após a licitação, ocorrida em 6 de novembro de 2019, em que a Petrobras adquiriu 90% dos direitos de exploração e produção do volume excedente da Cessão Onerosa do campo de Búzios, em parceria com a CNODC (5%) e a CNOOC (5%). Em conjunto, as partes e a PPSA definiram os Planos de Desenvolvimento do campo, incluindo as estimativas de curva de produção, e utilizando as premissas de preços de óleo e gás, taxa de desconto e métricas de custos, estabelecidas na Portaria MME nº 213/2019.Dessa maneira, o valor da compensação total devido ao Contrato de Cessão Onerosa (100% Petrobras) pelo Contrato de Partilha de Produção é de US$ 29,4 bilhões, que será recuperado como Custo em Óleo pelos contratados. Como a Petrobras possui uma participação de 90% no consórcio deste contrato, o valor referente à participação de 10% dos parceiros CNOOC e CNODC, no montante de US$ 2,94 bilhões, será recebido à vista pela Petrobras, na data de início de vigência do Acordo. Com o início de vigência do Acordo, a participação na jazida de Búzios será de 92,666% da Petrobras, e 3,667% de cada um dos parceiros. A efetividade do Acordo está sujeita à aprovação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), seguida do pagamento da parcela dos parceiros CNOOC e CNODC da compensação à Petrobras. As estimativas de participação e de compensação apresentadas têm como base a data efetiva do Acordo em 01/09/21, e, assim que a data for confirmada com a aprovação da ANP, serão realizados os ajustes necessários, conforme a produção acumulada e os investimentos realizados até aquela data.


Notícias da Petrobras

Refino de classe mundial

A Petrobras lançou o RefTOP – Refino de Classe Mundial – para estar entre as melhores companhias refinadoras de petróleo no mundo. O programa consiste em um conjunto de iniciativas, que buscam implementar melhorias para aumentar a eficiência e desempenho operacional das refinarias que não estão na carteira de desinvestimento – Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), Refinaria Duque de Caxias (Reduc), Refinaria de Capuava (Recap), Refinaria de Paulínia (Replan) e Refinaria Henrique Lage (Revap) – e posicionar a Petrobras, de forma mais competitiva, na abertura do mercado de refino de petróleo no país. Os investimentos inicialmente previstos no RefTOP até 2025 são de aproximadamente US$ 300 milhões. O programa promoverá o uso intensivo de tecnologias digitais, automação e robotização nas refinarias da Petrobras. Um dos exemplos de tecnologias digitais que já vêm sendo adotadas pela companhia, e que terá uso ampliado com o Reftop, são os Digital Twins (Gêmeos Digitais) – representações digitais das instalações operacionais – para monitoramento em tempo real, redução de falhas e facilitação na tomada de decisões. Outro direcionador importante do programa é o aumento da produção de derivados de alto valor agregado, como Diesel e Propeno – matéria-prima da indústria petroquímica para a produção de embalagens e peças para automóveis, por exemplo. A companhia vai alavancar o processamento de petróleos do Pré-Sal, que trazem uma série de vantagens competitivas, e oportunidades de aumento da margem de refino. Os óleos do Pré-Sal possuem elevada qualidade e baixo teor de enxofre, favorecendo a produção de Bunker (combustível marítimo) e Diesel S10 (Ultra Low Sulfur Diesel, com enxofre menor que 10ppm). O REfTOP também prevê iniciativas para o incremento do desempenho energético das refinarias, por meio, por exemplo, do melhor aproveitamento de insumos, como gás natural, energia elétrica e vapor nas próprias operações. “O programa tem forte viés de eficiência energética. Além de diminuirmos nosso custo de energia, passaremos a ter um processo de refino mais sustentável, com maior rentabilidade e menor emissão de gases de efeito estufa para o meio ambiente”, destacou Elza Kallas, gerente executiva de Refino. A companhia avaliou referências mundiais dos principais indicadores de refino para definir os objetivos do programa. Ao longo dos últimos anos, nossa área de refino vem apresentando intensas melhorias em seus indicadores. Em segurança e confiabilidade, por exemplo, os indicadores da Petrobras já se encontram entre os melhores do mundo. O novo programa é um dos norteadores da área de Refino e Gás Natural (RGN) da Petrobras, junto com o Programa Gás + e o BioRefino 2030. De acordo o Plano Estratégico 2021-2025 da Petrobras, esse conjunto de iniciativas irá preparar as atividades de refino e gás natural da companhia para um mercado aberto, competitivo e em transição para uma economia de baixo carbono.

RNEST tem parada programada

André Luiz de Azevedo Martins / Agência Petrobras A Renest – Refinaria Abreu e Lima – deu início (julho) à sua primeira parada programada para manutenção, desde que a unidade começou a operar, em 2014. Prevista para o atendimento de normas regulamentadoras, e essencial para a segurança operacional da refinaria, a parada envolverá a manutenção de praticamente todos os equipamentos da refinaria, tais como compressores, motores, vasos, permutadores de calor, válvulas, reatores e outros, que totalizam cerca de 3 mil equipamentos, em todas as unidades do trem 1 da Rnest. A parada tem duração prevista de cerca de 45 dias, e teve planejamento iniciado há dois anos. Para executar a parada de manutenção, foram contratadas várias empresas, que estimam empregar aproximadamente 3 mil pessoas, que atuarão nas diversas unidades e áreas da refinaria, divididas em turnos e seguindo todos os protocolos de segurança e de prevenção à Covid-19. A Petrobras tem foco na segurança das operações com indicadores de desempenho de SMS no primeiro quartil da indústria. As paradas para manutenção têm por objetivo manter a segurança e confiabilidade operacional da refinaria, reestabelecer as capacidades operacionais, além de promover melhorias nas suas instalações. Os serviços também atendem à NR-13 – Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego –, que estabelece um tempo máximo de seis anos para que as unidades operem de forma ininterrupta. Para o evento, é realizada análise de produção e logística do refino, o que garante o cumprimento dos compromissos comerciais de todos os derivados. Em relação ao mercado local, o óleo diesel será atendido com os estoques planejados e disponíveis na refinaria. Eventuais necessidades poderão ser supridas por meio de recebimento de cabotagens, ou até mesmo importações. Os demais produtos, como a gasolina, GLP e QAV, não serão impactados pela parada geral da refinaria. A Petrobras promove a busca pela excelência em saúde e segurança e, por isso, as paradas são realizadas com atendimento aos protocolos do ministério da Saúde, e os diversos protocolos internos de Petrobras, dentre eles a utilização de máscaras de proteção, adequação dos ambientes e meios de transporte, para facilitar o distanciamento social, reforço das ações de limpeza e higienização de ambientes e equipamentos, fornecimento abundante de álcool em gel, para limpeza das mãos e medição de temperatura diariamente em todos os trabalhadores, antes da entrada na refinaria, assim como ações de conscientização. Além disso, são realizados testes rápidos em 100% dos candidatos apresentados pelas contratadas, antes de ingressarem na refinaria, que são repetidos a cada 14 dias em todo o contingente, promovendo o afastamento, quando necessário.

no 385

Petro & Química

99


Notícias da Petrobras

Bilhões até 2025 para o refino

André Motta de Souza / Agência Petrobras

A Petrobras vai investir R$ 2,5 bilhões, até 2025, para melhorar o seu parque de refinarias. A finalidade é a de aumentar a produção de derivados de maior valor agregado, menos poluentes e maior qualidade. Dessa forma, a companhia busca se posicionar de forma ainda mais competitiva na abertura do mercado de refino de petróleo no país. Dentre os projetos de maior relevância, estão previstas ampliações e adequações de unidades de hidrotratamento (HDT), para elevar a produção de diesel S10, um produto mais moderno e sustentável. Como parte do programa, a Petrobras anunciou o processo de contratação para implantação de uma nova unidade de HDT na Replan – Refinaria de Paulínia no estado de São Paulo. Até 2025, esta planta entrará em operação, e terá capacidade para produzir 10.000 m³/dia de Diesel S10, além de proporcionar o aumento da produção de querosene de aviação (QAV). A modernização na Replan busca atender as especificações e quantidades demandadas pelo mercado futuro, de forma econômica, com segurança operacional, e menores impactos ao meio ambiente. O processo de contratação tem abrangência nacional e internacional. Além da Replan, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, e a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos/SP, são alvos de implantação de novos projetos. Na Reduc, as obras para adequação da unidade de HDT ampliarão a capacidade de produção de Diesel S-10, dos atuais 5.000 m³/dia, para 9.500 m³/dia. As intervenções estão previstas para serem concluídas até o segundo semestre de 2023. Outra refinaria que passará por adaptações é a Revap. Também com objetivo de ampliar a produção de Diesel S-10, as obras para adequação da unidade de hidrotratamento (HDT) de diesel têm previsão para conclusão até dezembro de 2025. O Diesel S-10, de acordo com a Petrobras, é um produto mais moderno e sustentável, com menor teor de enxofre (apenas 10 ppm), que atende a especificações do mercado local e internacional, além de requisitos ambientais. Esse combustível também proporciona impactos positivos na redução de emissões de material particulado e de óxidos de nitrogênio. Além da diferença no teor de enxofre, o diesel S-10 tem maior nível de cetano, índice que mede a qualidade de ignição. A Petrobras tem buscado uma gestão ativa de portfólio, desinvestindo de alguns ativos, para poder investir mais e melhor em outros negócios, que tragam maior retorno para a companhia. E, no caso do refino, essa gestão permitirá que a empresa concentre o foco dos seus investimentos nas cinco refinarias que permanecerão na companhia, todas com localização estratégica no mercado de refino nacional, incrementando tecnologias e a produção de combustíveis, de maior valor agregado e respeito ao meio ambiente. Além da Reduc, Replan e Revap, permanecerão no portfólio da companhia a Refinaria de Capuava (Recap) e a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), ambas no estado de São Paulo. A Petrobras também está estudando a implantação de novas unidades para produção de lubrificantes avançados, e de diesel S10 no Gaslub, em Itaboraí. 100

Petro & Química

no 385

Aquisição sísmica para o Parque das Baleias

A Petrobras iniciou a primeira aquisição sísmica com a tecnologia Ocean Bottom Nodes (OBN), e novos levantamentos multifísica (magnetométricos e gravimétricos) do projeto 3D Nodes do Parque das Baleias, na Bacia de Campos. O contrato firmado com a empresa ShearWater Geoservices do Brasil contempla a aquisição sísmica com área de OBN de 810 km², totalizando investimentos de cerca de US$ 50 milhões. Os objetivos são melhorar o imageamento 3D, e obter o futuro monitoramento 4D dos campos do Parque das Baleias.

Um sistema Ocean Bottom Nodes em operação in BoletimSBGF-99

Os novos registros sísmicos utilizarão a tecnologia OBN, que permite uma melhor coleta de informações das jazidas, a partir de sensores depositados no leito oceânico. Esta solução tecnológica é referência para monitoramento de reservatórios do Pré-sal e do pós-sal, particularmente em áreas onde há plataformas marítimas em operação, que impossibilitam a aquisição com navios sísmicos convencionais (sísmica streamer). Os novos dados sísmicos 3D, obtidos com a OBN, otimizarão a caracterização dos reservatórios e dos seus limites, permitindo melhor gerenciamento dos campos. Além disso, a técnica OBN é mais adequada para a sísmica 4D, quando levantamentos de dados geofísicos 3D, em diferentes momentos, são analisados e permitem acompanhar o deslocamento dos fluidos, e sutis variações em propriedades das rochas reservatório. Com isso, é possível mapear efeitos da interação rocha vs. Fluido, e o comportamento geomecânico dos reservatórios, sendo essenciais para a extensão da vida dos campos. A Petrobras é operadora única dos campos que compõem o Parque das Baleias, onde estão localizados os campos de Jubarte, Cachalote, Pirambu, Baleia Anã, Caxaréu e Mangangá.


Notícias da Petrobras

P-76 inicia exportação de gás para o continente

André Ribeiro / Agência Petrobras A P-76 se tornou, no mês de junho, a segunda plataforma do campo de Búzios, no Pré-sal da Bacia de Santos, a exportar gás para o continente. A operação só foi possível após a interligação da plataforma ao gasoduto, conhecido como Rota 2, que escoa a produção para o Terminal de Cabiúnas. A Petrobras começou a exportar o gás de Búzios em agosto do ano passado, com a plataforma P-74. Atualmente, o volume exportado pelas duas plataformas é de até 2 milhões de m³/dia. Até o segundo semestre de 2022, com a implantação da Rota 3 e a interligação das plataformas P-75 e P-77, o volume de gás a ser exportado pelo campo de Búzios poderá ser superior a 9 milhões de m³/dia. A possibilidade de exportar o gás de Búzios contribui para o aproveitamento do potencial dos campos, trazendo flexibilidade para uma melhor gestão do reservatório, e aumento da geração de valor. Atualmente, o gás produzido na Bacia de Santos é transportado pelas rotas 1 e 2 que, somadas, têm capacidade de escoamento de 26 a 30 milhões de m³, por dia. A Rota 3, ainda em fase de implantação, permitirá o escoamento de mais de 18 milhões m³/d de gás, até as unidades de processamento de gás em terra. O mercado de gás natural no Brasil passa por um processo de abertura, que busca um ambiente concorrencial mais dinâmico. O início de exportação de gás pela P-76 reforça a posição da Petrobras na cadeia de gás natural no país, ampliando a disponibilidade de gás ao mercado, e proporcionando o atendimento ao crescimento da demanda, incluindo a expansão e segurança no atendimento ao setor elétrico, delineando o caminho da transição energética para fontes com menor intensidade de carbono. O campo de Búzios, descoberto em 2010, é o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo. Deve chegar, ao final da década, com a produção diária acima de 2 milhões de barris de óleo equivalente, por dia, tornando-se o ativo da Petrobras com maior produção. As quatro unidades em operação em Búzios respondem por mais de 20% da produção total da Petrobras no momento. Outras quatro plataformas previstas para o campo (FPSOs Almirante Barroso, Almirante Tamandaré, P-78 e P-79) estão em construção, e a nona unidade (P-80) está em processo de contratação.

Arrendamento de Terminal

A Petrobras, em continuidade aos comunicados divulgados em 01/10/2020 e 16/04/2021, realizou, em 14/06/2021, a Sessão Pública presencial para abertura das propostas comerciais dos licitantes interessados no arrendamento do Terminal de Regaseificação de GNL da Bahia (TR-BA), e instalações associadas, tendo comparecido a empresa Excelerate Energy Comercializadora de Gás Natural Ltda. (Excelerate). Esta é a segunda vez que a Petrobras faz licitação para arrendar o TR-BA. A Excelerate apresentou todos os relatórios e declarações necessários para aceitação do envelope contendo sua proposta comercial, nos termos do Edital. A Comissão de Licitação verificou que se tratava de uma proposta vinculada à inclusão de nova condição rescisória, ainda que a empresa tenha assinado a Declaração Unificada, declarando expressamente a aceitação de todos os termos do Edital. Dada a oportunidade de remoção da condição adicional, a empresa manteve seu posicionamento. Nesse sentido, a proposta apresentada pela Excelerate foi desclassificada durante a etapa de verificação de sua efetividade, com base nos itens 3.2.5.5 e 5.1 do Edital. Em consonância com o item 7.1 do Edital, a Excelerate possuía 5 dias úteis para a apresentação de recurso administrativo, cujo prazo se encerrará em 28/06/2021. A Excelerate entrou com recurso, onde reconhece que sua proposta tinha condicionantes não previstas no edital, mas pede a abertura de uma negociação para eventual retirada dessas condições, e a efetivação do arrendamento. Mas, entre os argumentos, a empresa ressalta que o arrendamento do TR-BA é uma condição prevista no acordo com o CADE para abertura do mercado de gás. A Excelerate Energy tem sede no Texas (EUA), fornece e opera unidades flutuantes de regaseificação de GNL. No Brasil, já possui contrato de afretamento com a Petrobras para a FRSU Experience, instalada no terminal da Baía de Guanabara, RJ. O TR-BA consiste em um píer tipo ilha, com todas as facilidades necessárias para atracação e amarração de um navio FSRU (Floating Storage and Regasification Unit) diretamente ao píer, e de um navio supridor, a contrabordo do FSRU. A transferência de GNL é feita diretamente entre o FSRU e o supridor, na configuração side by side. A vazão máxima de regaseificação do TR-BA é de 20 milhões m³/d (@ 1 atm e 20°C). O FSRU não faz parte do processo de arrendamento do TR-BA, mas os equipamentos para geração e suprimento de energia elétrica localizados no Terminal Aquaviário de Madre de Deus (TEMADRE), integrantes do TR-BA, sim. O gasoduto integrante do terminal possui 45 km de extensão, e 28 polegadas de diâmetro, interligando o TR-BA a dois pontos de entrega, a Estação Redutora de Pressão de São Francisco do Conde, e a Estação de Controle de Vazão de São Sebastião do Passé. no 385

Petro & Química

101


Notícias da Petrobras

Desinvestimento – Polo Rio Ventura

A Petrobras finalizou a venda da totalidade de sua participação em oito campos terrestres de exploração e produção, conjuntamente denominados Polo Rio Ventura, localizados no estado da Bahia, para a 3R Rio Ventura S.A., subsidiária integral da 3R Petroleum Óleo e Gás S.A. Após o cumprimento das condições precedentes, a operação foi concluída, com o pagamento de US$ 33,9 milhões para a Petrobras, já com os ajustes previstos no contrato. O valor recebido no fechamento se soma ao montante de US$ 3,8 milhões pagos à Petrobras, na assinatura do contrato de venda. A companhia ainda receberá as seguintes parcelas, sujeitas a ajustes: (i) US$ 16 milhões que serão pagos em trinta meses; e (ii) US$ 43,2 milhões de pagamentos contingentes relacionados a preços

futuros do petróleo. O Polo Rio Ventura compreende os campos terrestres de Água Grande, Bonsucesso, Fazenda Alto das Pedras, Pedrinhas, Pojuca, Rio Pojuca, Tapiranga e Tapiranga Norte, localizados nos municípios de Catu, Mata de São João, Pojuca e São Sebastião do Passé, no estado da Bahia, onde a Petrobras é detentora de 100% de participação. A produção média do Polo Rio Ventura, no primeiro semestre de 2021, foi de aproximadamente 780 bpd, e 40,8 mil m³/dia de gás natural. A 3R Rio Ventura S.A (nova denominação social da SPE Rio Ventura S.A.) é subsidiária integral da 3R Petroleum Óleo e Gás S.A., companhia listada no Novo Mercado da bolsa brasileira, cuja estratégia é revitalizar campos maduros onshore e offshore.

Desinvestimento – E&P em Alagoas A Petrobras, em continuidade ao comunicado divulgado em 30 de junho de 2021, assinou, com a Petromais Global Exploração e Produção S.A. (Petro+), contrato para a cessão da totalidade de sua participação em um conjunto de sete concessões terrestres e de águas rasas, denominada Polo Alagoas, no estado de Alagoas. O valor da venda total é de US$ 300 milhões, sendo: (a) US$ 60 milhões pagos nesta data e; (b) US$ 240 milhões a serem pagos no fechamento da transação. Os valores não consideram os ajustes devidos até o fechamento da transação, que está sujeito ao cumprimento de certas condições precedentes, tais como a aprovação pela ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. O Polo Alagoas compreende sete concessões de produção, seis terrestres (Anambé, Arapaçu, Cidade de São Miguel dos Campos, Furado, Pilar e São Miguel dos Campos) e a concessão do campo de Paru, localizada em águas rasas, com lâmina d’água de 24 metros. A produção média do polo, de janeiro a maio de 2021, foi de 1,9 mil bpd de óleo e condensado, e de 602 mil m³/d de 102

Petro & Química

no 385

gás, gerando 0,9 mil bpd de LGN (líquidos de gás natural). Além dos campos e suas instalações de produção, está incluída na transação a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) de Alagoas, cuja capacidade de processamento é de 2 milhões de m³/dia, e que é responsável pelo processamento de 100% do gás do polo, e pela geração de LGN.

A Petro+ é uma empresa brasileira que opera nove concessões nas Bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo e Tucano Sul. O fundo de investimento PSS Energy Fund, gerido pela Prisma Capital Ltda., é acionista controladora da Petro+.


Notícias da Petrobras

Desinvestimento – Bacia Potiguar

A Petrobras iniciou a etapa de divulgação da oportunidade (teaser) referente à venda, em conjunto com a Sonangol Hidrocarbonetos Brasil Ltda. (Sonangol), da totalidade da participação de ambas as empresas no bloco exploratório terrestre POT-T-794, pertencente à concessão BT-POT-55A, localizada na Bacia Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte. A concessão foi adquirida em 2006, na 7ª Rodada de Licitações de Blocos realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Petrobras detém 70% de participação, e a Sonangol, operadora da concessão, detém os demais 30%. O consórcio perfurou dois poços na área, sendo um descobridor de gás, e um de delimitação. Não há compromissos remanescentes a serem cumpridos. Essa operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio, redução do endividamento, e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em

ativos de classe mundial, em águas profundas e ultra profundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo, ao longo dos anos.

Desinvestimento – Bacia do Paraná

A Petrobras iniciou a etapa de divulgação da oportunidade (teaser), referente à venda da totalidade de sua participação nos blocos exploratórios pertencentes às concessões PAR-T175_R14, PAR-T-198_R12 e PAR-T-218_R12, localizados em terra, na Bacia do Paraná. Essa operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio, redução do endividamento, e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultra profundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo, ao longo dos anos. As concessões PAR-T-198_R12 e PART-218_R12, localizadas no extremo oeste do estado de São Paulo, foram adquiridas na 12ª Rodada de Licitações da ANP, em 2013, e estão atualmente no 1º Período Exploratório, e com compromissos do Programa Exploratório Mínimo (PEM) já integralmente cumpridos. A Petrobras detém 100% de participação. A Concessão PAR-T-175_R14, localizada na porção leste do estado de Mato Grosso do Sul, foi adquirida na 14ª Rodada de Licitações da ANP, em 2017, e apresenta Período Exploratório Único de 6 anos. A Petrobras detém 100% de participação. A oferta de-

verá ser feita por Concessão, não sendo adotado o conceito de “package deal”. no 385

Petro & Química

103


Notícias da Petrobras

Desinvestimento – RLAM

A Superintendência Geral do Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica – aprovou, sem restrições, a transação de venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) para a MC Brazil Downstream Participações, empresa do fundo de investimentos árabe Mubadala Capital. A venda, por US$ 1,65 bilhão, foi o primeiro desinvestimento da estatal no segmento de refino, como parte de um acordo feito com o órgão, para quebrar o monopólio de décadas da estatal no setor. O Tribunal de Contas da União (TCU) também aprovou a venda da unidade, criticada pela Federação Única dos Trabalhadores (FUP), devido ao baixo preço de venda. O processo de desinvestimento da RLAM, aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras, teve início em maio de 2019, e seguiu rigorosamente a Sistemática de Desinvestimentos, aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O projeto de desinvestimento da RLAM teve sua aprovação recomendada pela Comissão Interna de Alienação, e foi aprovado em todas as instâncias da nossa governança corporativa, desde o Comitê Técnico Estatutário, formado por gerentes executivos de diversas áreas da companhia, passando pela Diretoria Executiva. Nessas duas últimas instâncias, recebeu aprovação unânime. Foram realizadas diversas reuniões prévias com tais órgãos, incluindo o Comitê de Investimentos, que assessora o Conselho de Administração. A companhia atendeu a todas as questões apontadas em auditoria da Controladoria Geral da União, e às indagações formuladas pelo TCU. O desinvestimento da RLAM contou, ainda, com fairness opinions dos bancos Citibank, Rotschild e Santander, pareceres técnicos da consultoria global IHS-Markit e da Fundação Getulio Vargas, e parecer jurídico do Dr. Francisco Costa e Silva, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários, e especialista em Direito Societário. A Petrobras lançou o teaser para a venda da refinaria, em junho de 2019. Em fevereiro de 2021, foi recebida a proposta de US$ 1,65 bilhão. É importante ressaltar que, em todos os processos de venda de ativos, incluindo o da RLAM, a Petrobras estabelece uma faixa de valor que norteia a transação, e que considera as características técnicas, de produtividade, e o potencial de geração de valor do ativo em diferentes cenários corporativos de planejamento. Esses cenários são utilizados, tanto nas decisões de investimento, quanto nas de desinvestimento, e consistem em projeções das principais variáveis, tais como, preço do petróleo tipo Brent, margens de refino e taxa de câmbio (Real/Dólar). Essas premissas são aprovadas

104

Petro & Química

no 385

anualmente pelo Conselho de Administração, conjuntamente com o Plano Estratégico. Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, destacou a importância da operação: “Hoje é um dia muito feliz para a Petrobras e o Brasil. É o começo do fim de um monopólio, numa economia ainda com monopólios em várias atividades. O desinvestimento da RLAM contribui para a melhoria da alocação de capital, redução do ainda elevado Divulgação/Petrobras endividamento, e para iniciar um processo de redução de riscos de intervenções políticas na precificação de combustíveis, que tantos prejuízos causaram para a Petrobras e para a própria economia brasileira. A Petrobras não está inovando, uma vez que, há mais de uma década, grandes empresas privadas de petróleo no mundo vêm alienando expressiva parcela de sua capacidade de refino, na busca da maximização do retorno do seu capital. A transação satisfaz, sem dúvida, os melhores interesses dos acionistas da Petrobras e do Brasil”. “Acreditamos que a RLAM possa tornar-se um fio condutor para novos investimentos na cadeia de valor de energia, gerando impactos positivos para o setor, a sociedade e para a economia regional. A nossa prioridade inicial é a manutenção de uma gestão de excelência na RLAM, e a produção e abastecimento regional competitivo de produtos refinados. Subsequentemente, planejamos maximizar o uso dos ativos Divulgação/Petrobras da RLAM e toda sua capacidade instalada, investindo em projetos de expansão e melhorias. Acreditamos que, a partir da conclusão do nosso investimento na RLAM, seremos capazes de atrair parceiros globais de negócios para o setor, multiplicando o impacto positivo gerado”, comentou Oscar Fahlgren, diretor-executivo da Mubadala Capital, no Brasil. A RLAM possui capacidade de processamento de 333 mil barris/dia (14% da capacidade total de refino de petróleo do Brasil), e seus ativos incluem quatro terminais de armazenamento, e um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais, totalizando 669 km de extensão.


Notícias da Petrobras

Desinvestimento – Deten Química

A Petrobras postergou a venda de sua participação acionária de 27,88% na Deten Química S.A. para 08/07/2021 – data limite para executar o Confidentiality Agreement e o Compliance Certificate, e conceder acesso ao Memorando de Informações Confidenciais aos potenciais compradores. A Deten fabrica e comercializa as principais matérias-primas para a produção de detergentes biodegradáveis, líquidos e em pó. É a única produtora nacional do Linear Alquilbenzeno (LAB), precursor do Ácido Linear Alquilbenzeno Sulfonato (LABSA), do qual também é fabricante. Produz ainda o Alquilado Pesado (ALP), utilizado em aditivos lubrificantes e óleo têxtil. A Petrobras tem como sócios a CEPSA – empresa multinacional espanhola, operando em toda a cadeia de valor de Petróleo e Gás; opera em vários países da Europa, América Latina e África; controlada pelo fundo soberano Mubadala e pelo fundo de private equity Carlyle – e outros Acionistas Minoritários: pessoas físicas e jurídicas, incluindo a União, o

Banco do Brasil e o BNDES, remanescentes do período em que as ações preferenciais foram originadas. A Petrobras contratou o Banco Santander como seu assessor financeiro exclusivo, para o potencial desinvestimento de sua participação acionária de 27,88%, na Deten Química S.A.

Desinvestimento - Gaspetro A Petrobras assinou com a Compass Gás e Energia S.A. contrato para a venda da totalidade de sua participação (51%) na Petrobras Gás S.A. O valor da venda é de R$ 2,03 bilhões, a ser pago em seu fechamento, sujeito aos ajustes previstos no contrato. O fechamento da transação está sujeito ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pelo Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Além disso, a Petrobras observará as disposições constantes dos acordos de acionistas da Gaspetro e das distribuidoras de gás natural, inclusive quanto aos direitos de preferência, conforme aplicáveis. A Gaspetro é uma holding, com participação societária em 19 companhias distribuidoras de gás natural, localizadas em todas as regiões do Brasil. Suas redes de distribuição somam aproximadamente 10 mil km, atendendo a mais

de 500 mil clientes, com volume distribuído de cerca de 29 milhões m3/dia. Seu quadro societário é formado pela Petrobras, com 51% das ações, e a Mitsui Gás e Energia do Brasil Ltda., que detém os 49% restantes das ações. A Compass é uma empresa do Grupo Cosan, e é controladora da Comgás, maior distribuidora de gás do país, com mais de 19 mil km de rede instalada, e 2,1 milhões de clientes, e com presença em 94 municípios do Estado de São Paulo. O Grupo Cosan, além do segmento de gás e energia, atua na produção de açúcar, etanol, bioenergia, distribuição e comercialização de combustíveis, por intermédio da Raízen (joint venture entre Cosan e Shell), no segmento de lubrificantes, através da Moove, e de logística, através da Rumo. no 385

Petro & Química

105


Notícias da Petrobras

Nova ferramenta tecnológica reduz custos de transferência de óleo A Petrobras reduziu, em R$ 14,3 milhões, os gastos com as operações de transferência de óleo, em suas plataformas, no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2020. A economia foi possível com a contribuição da ferramenta TUG (Integração de Informações de Offloading), dentro do processo da Sala de Integração de programação, onde é possível integrar as informações relevantes, que compõem a operação para que o alívio (operação que transfere o óleo acumulado na plataforma de produção para o navio aliviador) não ocorra em um tempo acima do planejado. A redução de custos permite agregar valor ao processo e maximizar recursos. Criada e desenvolvida pela Petrobras, a ferramenta TUG é resultado do Programa Startups Internas, que ajuda a viabilizar as inovações tecnológicas pensadas por equipes formadas por empregados de toda a companhia. A ferramenta TUG fornece uma visão integrada em tempo real, e uma programação mais assertiva de toda a operação. Permite ao programador da logística maior agilidade e segurança nas decisões que precisam ser tomadas para o sucesso da operação de alívio. O sistema possibilita visualizar variáveis que podem determinar o momento mais adequado para o alívio do óleo nas plataformas, e disponibiliza funcionalidades de previsão meteoceanográficas, algoritmo que calcula a probabilidade de necessidade de uso de rebocador. A TUG também informa quando a plataforma atinge a capacidade máxima de armazenamento de óleo, evitando que a produção, por se aproximar do seu limite de armazenamento, seja restringida, reduzindo assim o risco de perdas. Informações relacionadas à produção, programação dos navios aliviadores e embarcações auxiliares são outras atribuições acessadas por meio do sistema. Apresentada no Programa Startups Internas, a ferramenta começou a ser utilizada de forma mais consistente a partir de novembro de 2020 e, no início deste ano, passou a ser acionada diariamente na sala 106

Petro & Química

no 385

Foto Geraldo Falcão

de integração de offloading. Atualmente, é utilizada em praticamente todas as operações realizadas pela Petrobras por meio de navio aliviador. Com a ferramenta TUG, a Petrobras busca obter menor custo e maior eficiência nessas atividades. Dessa forma, é possível agregar valor ao processo e maximizar o uso dos recursos da companhia, promovendo mais retorno para a empresa e para a sociedade, o que cria um ciclo virtuoso de geração de valor. O Programa Startups Internas buscar incentivar a cultura de inovação na companhia, acelerando a criação de soluções digitais, ao mesmo tempo que soluciona desafios complexos do negócio. O programa valoriza iniciativas intraempreendedoras, propostas pelo corpo de empregados Acervo pessoal da Petrobras, trazendo para dentro da companhia o conceito de startup, que fomenta a inovação e as novas formas de trabalho. Na primeira etapa, o programa, lançado em 2020, já possibilitou a criação de 22 startups internas, que estão atualmente em fase de aceleração. “Esse é mais um exemplo da eficiência do programa de startups internas, construindo um caminho para a geração de novas ideias, por meio de seus próprios colaboradores. Os times das startups internas apresentam soluções criativas e inovadoras, para os desafios enfrentados pela companhia, focando sempre na geração de valor. Costumo reforçar que, aqui na Petrobras, ‘santo de casa faz sim milagres’”, afirma o Diretor de Transformação Digital e Inovação, Nicolás Simone.


Notícias da Petrobras

Novo diretor de Governança e Conformidade O novo Diretor Executivo de Governança e Conformidade da Petrobras, Salvador Dahan, tomou posse, em 18/05. Dahan foi selecionado por meio de processo independente, conduzido por empresa especializada em seleção de executivos, conforme disposto no Regimento Interno da Diretoria Executiva da Companhia. O diretor de Governança e Conformidade da Petrobras possui autonomia de atuação prevista em mandato de 2 anos, com possibilidade de renovação. Salvador Dahan tem 22 anos de experiência nas áreas de Conformidade, Riscos e Governança, com atuação em grandes empresas multinacionais, como Nissan Motors, Gerdau e Procter & Gamble. Criada em 2014, a Diretoria de Governança e Conformidade tem o objetivo de assegurar a conformidade processual, e mitigar riscos nas atividades da companhia, dentre eles, os de fraude e corrupção, garantindo a aderência a leis, normas, padrões e regulamentos. No Plano Estratégico 2021-2025, a Petrobras reafirma a priorização desses objetivos, ao estabelecer, como compromisso de gestão, um modelo de governança que permita o equilíbrio entre eficiência e controle, além do comprometimento com a integridade, transparência, tolerância zero à fraude e à corrupção. Até 2025, a companhia prevê investimento total de US$ 64,95 milhões na Diretoria de Governança e Conformidade. Dentre as medidas adotadas pela diretoria, desde 2014,

estão a criação de um Canal de Denúncias independente, e a realização de Due Diligence de Integridade (DDI), processo que avalia os mecanismos de combate à fraude e à corrupção das empresas com as quais a Petrobras faz negócios. Também já foram treinados, só no ano passado, mais de 49 mil colaboradores, em assuntos relacionados à integridade. Desde 2018, foram aplicadas R$ 27,3 milhões em multas contra fornecedores, em virtude dos Processos Administrativos de Responsabilização (PARs), o que coloca a Petrobras como primeira no ranking, entre os maiores sancionadores do país. A companhia aplicou 16% do total de sanções executadas contra empresas que violaram a Lei Anticorrupção Empresarial, de acordo com o Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP), da Controladoria Geral da União (CGU). O fortalecimento das boas práticas de governança e integridade tem rendido à Petrobras reconhecimento nacional e internacional. No ano passado, a companhia voltou a ser elegível para receber investimentos do maior fundo de pensão da Noruega (KLP), e também retornou ao Partnering Against Corruption Initiative (PACI), iniciativa do World Economic Forum (WEF) para temas de combate à corrupção e transparência. Recentemente, a Petrobras passou a ter representantes em um Grupo de Trabalho do Ministério Público (MP), que vai contribuir com a formulação de regras anticorrupção para os Ministérios Públicos de todo o país, incluindo o Ministério Público Federal. A Petrobras é a única empresa a integrar o grupo.

no 385

Petro & Química

107


Notícias da Petrobras

Petrobras utiliza realidade virtual para monitoramento e educação ambiental

Já é possível proporcionar a sensação de presença em trilhas no meio da caatinga e da mata atlântica, através de recursos gráficos 3D, imagens 360 graus e drones. No mês do meio ambiente, celebrado em junho, a Petrobras disponibilizou essa experiência, graças aos projetos desenvolvidos ou apoiados pela empresa para a utilização de realidade virtual, para preservação e reflorestamento de biomas. Esse ambiente pode ser acessado, não só por técnicos que o utilizam como ferramenta de trabalho, mas também pela população em geral, no sentido de agregar conhecimento e estimular a educação ambiental. A Petrobras investe em projetos e ações para ampliar o conheci- Reprodução de tela do site da plataforma digital multimídia Caatinga 360 uma grande aliada na aproximação das pessoas com o meio mento, conservação e recupeambiente, transpondo barreiras físicas, permitindo visitas ração da biodiversidade. virtuais em lugares de difícil acesso, e despertando em toO Caatinga 360 (https://projetocaatinga.ufersa.edu.br/cados a importância da preservação. Por meio de iniciativas atinga-360/) é uma plataforma digital multimídia, que permicomo essas, a Petrobras reforça seus compromissos com a te ao usuário acesso a uma visita imersiva, virtual e interativa, sustentabilidade, desenvolvendo projetos socioambientais, em três tipos de vegetação conservados do Bioma Caatinque geram impacto transformador para a ga, na Região do Oeste Potiguar, Companhia e para a sociedade”. em dois períodos distintos (seco Já o Projeto Guapiaçu (https://www. e chuvoso). O sistema foi criado projetoguapiacu.com/) lançou o tour virtupara propiciar uma alternativa não al pela Reserva Ecológica de Guapiaçu, no presencial de comparação de área município de Cachoeiras de Macacu, na preservada, a ser utilizada no moniRegião Metropolitana do Rio de Janeiro. toramento de áreas em processo de O passeio permite que os visitantes realirecuperação ambiental. Além disso, zem trilha pela Mata Atlântica, com direito permite o acesso virtual a áreas prea guia especializado, e diversas informaservadas, que tradicionalmente posções sobre fauna, flora, e tudo o que faz suem acesso presencial dificultado, parte deste bioma. Mesmo de casa, quem e uso bastante restrito. A ferramenestiver no trajeto virtual ouvirá os sons da ta foi desenvolvida pelo Centro de mata e de seus habitantes, principalmente Pesquisas e Desenvolvimento da os pássaros. Com o patrocínio da Petrobras Petrobras (Cenpes), em parceria e do Governo Federal, o projeto já atingiu com a Universidade Federal Rural mais de 26 mil pessoas, com atividades de do Semiárido (UFERSA), Fundaeducação ambiental, e restaurou 160 hecção Guimarães Duque (FGD), e a tares de áreas degradadas, com o plantio Empresa Mapeio Inovação e Tecde 300 mil mudas de espécies nativas. Os nologia. projetos socioambientais da Petrobras são De acordo com o Diretor de selecionados de forma transparente, e geTransformação Digital e Inovação, ram impacto transformador. Nicolas Simone, “a tecnologia é

108

Petro & Química

no 385


LEI A GRA NAVTUI T A M E pet E R NTE r S oqui à mi O c a. D c om. GI br I TAL


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

Operação inédita com supernavio gaseiro para abastecer termelétrica em Sergipe

39min
pages 96-109

ANP lança painel dinâmico com dados de qualidade de lubrificantes

2min
page 94

Desenvolvendo Lavrans e Kristin Q

3min
page 92

Investimento para Bacalhau fase 1 no Brasil

3min
page 95

Siemens fornecerá 8 módulos de superfície e suporte para navio FPSO offshore

2min
page 91

Estratégia para acelerar transição

3min
page 93

Produtos e Serviços

32min
pages 68-79

Definido conceito para o BM-C-33

2min
page 90

Novos atores na Bacia de Campos devem investir mais de R$ 13,2 bilhões

3min
page 88

Nova solução de tubulação flexível para Pré-sal

4min
page 82

Em seis meses, RJ arrecada 72,57% dos royalties recebidos em 2019

2min
page 83

Aprovada resolução sobre formatação e entrega de dados multifísicos à ANP

3min
page 84

Fiepa forma GT do “Pré-sal” da Amazônia

5min
pages 80-81

Captura e armazenamento de carbono são essenciais para atender aos objetivos climáticos

4min
pages 66-67

O papel do gás natural na contenção do aquecimento global

3min
page 65

Empresas & Negócios

1hr
pages 20-55

Maioria das energias renováveis custa menos que combustível fóssil mais barato

4min
pages 58-59

Dow é reconhecida por práticas ESG

2min
page 62

Hat-trick de baixo carbono no Reino Unido

3min
page 64

Fujitsu obtém classificação máxima em Mudança Climática e Segurança Hídrica da CDP

2min
page 60

Agenda/Gente

9min
pages 6-9

Chave de remoção de carbono para cumprir a meta do Acordo de Paris

4min
page 57

Tribunal Marítimo completa 87 anos, com ênfase na modernização

4min
page 17
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.