CAPÍTULO 18
O doutor continua a narrativa: termina o primeiro dia de luta
Atravessamos correndo a faixa de mata que nos separava da paliçada com as vozes dos piratas cada vez mais próximas. Logo já podíamos ouvir suas passadas e os galhos quebrando quando passavam por dentro de uma moita mais fechada. Percebi que teríamos uma escaramuça e conferi a carga do meu mosquete. — Capitão, Trelawney é nosso melhor atirador — eu disse. — Entregue a ele a sua arma, a dele não serve mais para nada. Trocaram de armas, e Trelawney, cheio de calma e frieza, parou um instante para verificar seu funcionamento. Nessa hora, vendo que Gray estava desarmado, passei a ele meu sabre. Ficamos mais animados ao vê-lo cuspindo na palma da mão, franzindo as sobrancelhas e fazendo a lâmina cortar o ar. Estava claro que nossa aquisição valia o sal que pesava. Chegamos à paliçada próximo ao meio do seu lado mais ao sul, e, quase ao mesmo tempo, sete amotinados, liderados por Job Anderson, o contramestre, apareceram gritando pelo canto a sudoeste.
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