CAPÍTULO 5 66
A última do cego
Minha curiosidade era ainda maior que meu medo. Acabei engatinhando até o alto do barranco, onde, escondido atrás de uma moita, conseguia ver a estrada. Mal tinha me posicionado quando começaram a chegar, uns sete ou oito, correndo a toda. O homem com a lanterna vinha um pouco à frente. Três homens corriam juntos, de mãos dadas. Logo concluí que o que vinha no meio do trio era o pedinte cego. Em seguida, sua voz confirmou o que tinha imaginado. — Derrubem a porta! — gritou. Alguns deles arremeteram contra a Almirante Benbow. Ficaram surpresos de encontrar a porta aberta e pararam, cochichando. Mas a pausa foi breve, e o cego recomeçou com suas ordens, desta vez gritando com raiva e impaciência: — Para dentro! — berrou e os amaldiçoou pela demora. Quatro ou cinco obedeceram logo, dois ficaram na estrada com o cego. Houve uma pausa, seguida de um grito de surpresa. — Bill está morto! Mas o cego os xingou de novo pela demora: