PODER EDITORIAL
P
oder é o substantivo abstrato mais concreto que existe. Coisas muito claras, distintas e reais acontecem com a pessoa que dele se cerca – ou, melhor dizendo, com a pessoa que é cercada por ele. Como o ex-governador Geraldo Alckmin, anestesista, como ele gosta de dizer, que entrou na carreira política meio por acaso. Se é mesmo assim, gostou tanto que já não sabe como sair. Recebeu votações massivas para se eleger vereador e depois prefeito de Pindamonhangaba, e não foi casual, portanto, ter se tornado vice de Mário Covas. Com a morte do então governador, Alckmin jamais esteve desconfortável no Palácio dos Bandeirantes, que ele agora desocupa para concorrer à Presidência da República. Ele e a ex-primeira-dama Lu Alckmin receberam a PODER na sede do Executivo paulista, onde seus netos correm pelos corredores e se atiram das cadeiras – já que a ala residencial fica pertinho do gabinete do governador. Embora ainda à frente do estado, foi a persona candidato que deu as caras na nossa entrevista. Alckmin citou JK, diz que irá pregar a “união nacional”, exibiu números de responsabilidade fiscal e de diminuição de violência. Mostrou um figurino 100% político. Aliás, outro figurino também 100% – só que de determinação – é mesmo o da advogada Eliane Dias, entrevistada do Almoço de PODER. Se Eliane não corresse atrás, não conseguiria ter virado quem virou. Teve um nascimento e uma infância muito difíceis, mas não só se formou em Direito como virou voz poderosa das causas feministas. De quebra, é agora empresária do marido, o mais famoso rapper do Brasil, Mano Brown. E por falar nisso, tem mais rap por aqui: Rincon Sapiência ficou perfeito no nosso ensaio do mês, vestindo Ricardo Almeida – nada surpreendente para alguém que já falava na sua canção mais famosa, “Elegância”: “Preto bem trajado, elegante e charmoso / pago pouco pelos panos, mais sou vaidoso”. O espaço está acabando e há muito ainda a ler por aqui: a nova onda das empresas sem QG, o futuro incerto do trabalho e da vida em sociedade – segundo o jornalista do New York Times Thomas Friedman – e uma seleção de motos tecnológicas. Ah, tem também o teatro total de Fauzi Arap. PODER é isso.
G L A M URAM A . C O M