26
O Douro no mapa mundo dos grandes circuitos de turismo A emoção da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCC) da FIA está de volta, com uma edição que será certamente especial. Não só porque marca o regresso desta importante prova do automobilismo mundial, interrompida durante dois anos pela pandemia de Covid-19, mas também porque em 2022 se dá o regresso da etapa portuguesa à Região Norte e ao Douro. O município de Vila Real será novamente palco deste evento, integrando o 51.º Circuito Internacional de Vila Real. Depois de França, Alemanha, Hungria e Espanha, é com especial entusiasmo que vemos o calendário do WTCC chegar, em julho, a Portugal e, em particular, ao Norte do país. Depois, continuará pelos circuitos de Itália, Alsácia, Coreia, China e Macau. Com a certeza de que todos estes locais e culturas aportam algo de especial e positivo a esta prova mundial, é aqui, no coração do Douro, que o mundo do automobilismo encontrará o único circuito que coloca no mapa uma região vinhateira Património Mundial. Afinal, não só de asfalto se faz uma grande corrida. Na multiplicidade de fatores externos à pista que influem sobre o evento, o nosso circuito assume uma di-
mensão simbólica e histórica que o torna única e o coloca no mesmo mapa dos grandes circuitos mundiais. O regresso desta prova à nossa Região afigura-se, por isso, uma excelente notícia não apenas para nós que a recebemos, mas também para a organização do WTCC, que terá o privilégio de voltar a organizar um evento num destino tão especial. As vantagens e os impactos do acolhimento de grandes eventos são diversos e relevantes. Entre as equipas e os aficionados da corrida, largos milhares visitarão o Alto Douro Vinhateiro, não apenas consumindo serviços, mas também difundindo a imagem do destino internacionalmente, reconhecendo-lhe o seu valor universal excecional. Se, por um lado, o impacto económico direto do evento assume um papel de grande importância, não menos significativo é, por outro lado, o impacto indireto de notoriedade gerado pelas transmissões internacionais asseguradas por várias cadeias televisivas mundiais. Não são muitos os eventos que permitem uma projeção desta
magnitude, cujo alcance vai além dos milhões de aficionados pelo automobilismo. Esta é uma possibilidade real de promover o Douro enquanto destino turístico de excelência, desígnio que se mantém uma prioridade do Norte de Portugal. O investimento que tem sido feito na Região Demarcada do Douro – não só em infraestruturas de mobilidade e turismo, mas também nas dimensões humanas ligadas à cultura, à ciência, à educação e à formação – justifica uma estratégia de comunicação deste território como uma oportunidade para visitar, mas também para viver e investir. A mensagem central da recente celebração dos 20 anos do Alto Douro Vinhateiro Património Mundial vai nesse sentido. Estou certo de que a corrida de Vila Real não consagrará apenas um piloto. Será também uma grande vitória para o Douro, para a Região Norte e para Portugal.
António Cunha Presidente da CCDRN