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“Na teia do aconchego” Belíssima reflexão de Maria Teresa Maldonado REPRODUÇÃO/INTERNET
Maria Teresa Maldonado
O
presente do presente: descortinei o amor maduro na curva dos 60, e agradeço cada dia aproveitado da melhor forma possível, pelo tempo que ainda tiver pela frente. Bom demais curtir o prazer de estar junto com meu companheiro na simples curva do cotidiano, começar o dia nadando no mar, as notícias compartilhadas, as ideias que surgem, as criações musicais e literárias, os planos de trabalho, as perspectivas que se abrem, os obstáculos a enfrentar, as conversas tecidas na cozinha enquanto preparamos as refeições que de-
pois levamos em pratos coloridos para a mesa da sala, iluminada por uma grande vela redonda. E, em dias privilegiados, contemplar a lua cheia dourando o mar no conforto do silêncio além das palavras, na comunicação profunda que se revela no mergulho do olhar. Bom encontrar, no interior desse homem maduro, o menino terno e eterno que nele habita e que, sorridente, estende a mão para a menina alegre que habita em mim. Encontro lúdico, pleno de encantamento, que nos permite passear pela linha do tempo, vivendo o melhor de todas as idades que
percorremos, saboreando a novidade desse encontro com o desejo da adolescência e a ternura da maturidade. É muito bom sentir o aconchego dos braços que nos oferecemos, o toque sensível e sensual por onde flui a energia amorosa, constatando que rugas e a pele flácida não impedem a atração porque não mascaram a beleza essencial que conseguimos ver em nós. Bom perceber que as dores que marcam o término de amores passados não se cristalizaram em amargura ou descrença, mas, ao contrário, cuidaram da delicada