Revista FundsPeople Janeiro e Fevereiro

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ENTREVISTAS

ALEXANDER OSWATITSCH, DWS MARK LACEY, SCHRODERS LEGISLAÇÃO

O SIFIDE II EM 2021: AS NOVAS REGRAS DO JOGO GESTÃO

NÃO DEVIA SER O S&P500 UM ÍNDICE MAIS PASSIVO? ESTILO

NÚMERO 36 JANEIRO E FEVEREIRO 2020

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OS FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE 2021 ESTE ANO, 556 FUNDOS CONTAM COM UMA OU MAIS CLASSIFICAÇÕES DO SELO FUNDSPEOPLE 2021. MAIS UMA VEZ DETALHAMOS O PROCESSO POR DETRÁS DE CADA CLASSIFICAÇÃO.

PADEL, MAIS DO QUE A ÚLTIMA MODA CÓRSEGA, AVENTURA E BELEZA NATURAL


SOLUÇÕES DE INVESTIMENTO PARA CONSTRUIR UM FUTURO SUSTENTÁVEL Mais informações sobre nossos recursos na ESG: go.dws.com/pt-esg

The Alphabet of Asset Management.

A DWS é uma das principais entidades gestoras de activos do Mundo. Em Portugal, a entidade responsável pela comercialização dos produtos e serviços da DWS é a DWS International GmbH e autorizado a exercer actividades de intermediação financeira em Portugal, em Regime de Livre Prestação e Serviços. Os clientes podem aceder aos produtos ou serviços da DWS através de uma ou mais entidades, que serão identificadas de acordo com os contratos, acordos, materiais promocionais ou outra documentação relativa aos produtos ou serviços oferecidos. Este documento foi preparado sem considerar as necessidades particulares de investimento, objectivos ou circunstâncias financeiras pessoais de qualquer investidor. Antes de tomar uma decisão de investimento, os investidores devem considerar, com ou sem a ajuda de um consultor, se os investimentos e estratégias descritos ou fornecidos pela DWS são apropriados, com base nas suas necessidades específicas de investimento, perfil de investidor, objectivos e circunstâncias financeiras. Por outro lado, este documento tem apenas a finalidade de informar, não constituindo uma oferta, recomendação ou pedido para concluir uma transacção, e não deve ser considerado como aconselhamento personalizado ou recomendação de investimento. A DWS não presta aconselhamento fiscal ou jurídico. Os investidores devem consultar os seus próprios consultores fiscais e advogados considerando os investimentos e estratégias sugeridos pela DWS. Os investimentos com a DWS não são garantidos, a menos que o contrário seja expressamente especificado. A menos que seja notificado de outra forma para uma situação específica, os instrumentos financeiros não são garantidos por nenhuma entidade governamental nem pela DWS. Embora as informações contidas neste documento tenham sido obtidas de fontes consideradas fiáveis, a sua exactidão, integridade ou equilíbrio não pode ser garantida e não deve ser considerada enquanto tal. Todas as opiniões e estimativas contidas neste documento, incluindo declarações relativas ao futuro, reflectem o entendimento da DWS na presente data do documento e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio e envolvem uma série de pressupostos que podem não ser válidos. Os investimentos estão sujeitos a vários riscos, incluindo flutuações de mercado, mudanças regulatórias, risco de contraparte, possíveis atrasos no reembolso e perdas de rendibilidades e do capital investido. O valor dos investimentos pode diminuir ou aumentar, e o investidor pode não recuperar o valor inicialmente investido durante o período de duração do investimento. Além disso, podem ocorrer flutuações substanciais no valor do investimento, mesmo em curtos períodos de tempo. A presente publicação contém declarações relativos ao futuro. Declarações relativas ao futuro incluem, mas não se limitam a, suposições, estimativas, projecções, opiniões, modelos e análise de rendimento hipotético. Os eventos futuros expressos constituem o julgamento da DWS até a data da divulgação deste documento. A circulação e distribuição deste documento pode ser restrito por lei ou regulamento em alguns países, incluindo os Estados Unidos da América. Este documento não é dirigido nem deve ser distribuído ou usado por qualquer pessoa ou entidade que seja cidadão, residente ou esteja localizado em qualquer localidade, estado, país ou outra jurisdição, incluindo os Estados Unidos da América, onde a distribuição, publicação, disponibilidade ou uso é contrário a qualquer lei ou regulamento, ou que sujeita a DWS a qualquer requisito de registro ou licenciamento que actualmente não se encontre naquela jurisdição. Pessoas que detenham este documento podem ser obrigadas a informar-se sobre e a respeitar as referidas restrições. Este documento não pode ser distribuído no Canadá, no Japão, nos Estados Unidos da América nem junto de qualquer pessoa que seja cidadão, residente ou local dos Estados Unidos da América. Rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras. Nada do que é referido no presente documento constitui uma representação ou garantia quanto a rentabilidades futuras. O Prospecto e/ou as Informações Fundamentais Destinadas aos Investidores (IFI), aos quais deve ser anexado o último relatório anual auditado e o correspondente relatório semestral, se este for mais recente do que o último relatório anual, contêm a informação completa sobre o fundo. Os referidos documentos constituem a única base legal na qual os investidores devem apoiar a sua decisão de investimento para a aquisição ou subscrição de unidades de participação/acções do fundo. Se um instrumento financeiro é denominado numa divisa diferente da do investidor, qualquer flutuação na taxa de câmbio pode afectar negativamente o preço ou o valor do instrumento financeiro ou a sua rentabilidade, de modo que o investidor assume integralmente o risco cambial. O instrumento financeiro descrito neste documento pode não ser apropriado ao perfil de investidor de todos os investidores e, antes de decidir pelo investimento, o investidor deve assegurar-se que entende cabalmente as condições, características e riscos da transacção e que realizou um estudo independente da adequação da operação aos seus objectivos e circunstâncias pessoais, incluindo os possíveis riscos e benefícios da realização da referida operação. A informação mencionada anteriormente pode ser obtida em formato digital ou físico, sem qualquer custo, junto do consultor financeiro, da DWS International GmbH, ou no endereço www.dws.com. Translated from CRC 066047 09/2020


EDI TO RIAL

O NOVO SITE FUNDSPEOPLE PRETENDE DAR O SALTO DE UMA COMUNIDADE BASEADA NA NOTÍCIA, PARA UMA PLATAFORMA DE SERVIÇOS. ESPERAMOS QUE VOS SEJA ÚTIL!

36 I JANEIRO E FEVEREIRO 2021

FUNDSPEOPLE.COM, UMA NOVA WEB, UMA OFERTA COMPLETA DE SERVIÇOS

E

streamos um novo website, um novo fundspeople.com. Trata-se de um lançamento muito especial, não só porque é o décimo que fazemos desde que em setembro de 2008 nasceu o nosso primeiro sítio na Internet. É o fruto de um processo iniciado há um ano e meio. Colocámos como objetivo dar o salto de ser uma comunidade baseada na notícia para nos convertermos numa plataforma de serviços. Neste processo, apresentámo-vos em março o conceito que define a nossa cultura: FundsPeople, evolving together. Como vos explicámos, baseia-se em seis áreas estratégicas (News, Community, Events, Analysis, Learning e Data) em torno das quais gravitam os nossos serviços. Algumas já lhe demos a conhecer. Em junho, FundsPeople Learning e, recentemente, o Insights FundsPeople. Também este ano oferecemos a revista em formato digital, webinars e vídeo-entrevistas, como resposta às limitações impostas pela COVID-19. E os lançamentos não terminaram…

O novo fundspeople.com é uma declaração de intenções. Queremos abrir-vos a porta ao universo FundsPeople, evolving together e recolher neste website toda a nossa oferta de serviços. Em News poderá encontrar a informação diária do setor da gestão de ativos e patrimónios, em formato escrito e audiovisual. Uma informação que poderá receber através do nosso boletim diário que já chega a 25.000 profissionais. Em Community, vocês são os nossos protagonistas. Recolhemos as vossas opiniões e as últimas contratações, bem como os hobbies e a vertente solidária. Para além disso, poderá encontrar o diretório mais completo de profissionais e empresas que regem os destinos do setor da gestão de ativos. Em Events poderá acompanhar todos os eventos que marcam a vida do setor, que este ano trocou o seu formato presencial por versões mais digitais. Em Analysis terá acesso, por um lado, à nossa base de fundos com Selo FundsPeople. Nesta revista, encontrará precisamente os novos fundos com Selo FundPeople em 2021. Esta ferramenta, desenvolvida pela nossa equipa de Análise, permite identificar os fundos que mais interesse despertam entre os selecionadores, os fundos que atraem mais investimento e os que se destacam nos resultados a longo prazo. E, por outro lado, damo-vos acesso à nossa biblioteca, desde a revista, passando pelos Especiais (onde encontram os Insights) até aos livros editados ao longo destes anos. E em Learning, descobrirá o nosso glossário de termos que irá crescer sem parar. Esperamos que a nova web vos seja útil. Nasceu de muitas horas de trabalho, do esforço de uma grande equipa de profissionais da FundsPeople e da cooperação com parceiros tecnológicos de primeira linha. Dê-nos o seu feedback e continue atento à próxima inovação. FundsPeople, evolving together. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 3


IN DI CE 36 I JANEIRO E FEVEREIRO 2021

78

PANORAMA 12 O s movimentos concentram-se na Europa 14 A s ações como refúgio 17 B arómetro ABC 20 F órum APFIPP 24 R anking Selo FundsPeople 34 Q uase Fénix renascida das cinzas, a indústria europeia está maior do que nunca

TENDÊNCIAS

38 Os Fundos com Selos FundsPeople 2021 44 A relevância das FAANGM nos fundos portugueses 48 Não devia ser o S&P500 um índice mais passivo? 52 Prioridades perante a maior crise das nossas vidas 54 Os méritos e os desafios das estratégias multiativos 58 Geração de rendimentos, não importa tanto o quanto mas sim o como 62 O SIFIDE II em 2021 64 Insights sobre o negócio de banca privada em Portugal 68 Cenários para um mundo Pós-COVID 71 Contratar em tempo de crise Para onde olha a indústria

ENTREVISTAS 74 A lexander Oswatitsch 78 R ui Araújo, CFA 80 M ark Lacey 84 P edro Lino 86 H ayden Briscoe

80

84

PRODUTOS

90 E UA: Mercado à prova de pandemias 96 Estratégias CTA 100 A Evolução da representatividade dos emergentes na última década 104 Como conseguir um mandato, o exemplo do fundo norueguês 108 Gestão multiativos profissional a baixo custo, a onda retail 112 Pela defesa da diversidade no setor dos investimentos 116 Petróleo: Ano de extremos

ESTILO DE VIDA

120 Padel, Mais do que a última moda 122 Córsega, aventura e beleza natural 4  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

74

86


AS LOS G SE

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Dê valor aos seus investimentos.

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DEPENDEN

A nossa jornada em investimentos sustentáveis iniciou-se há mais de 30 anos com o nosso primeiro produto ASG. Na Nordea, retornos e responsabilidade importam. Retornos e Responsabilidade. É o nosso ADN Nórdico.

Soluções Nordea ASG STARS Estratégia Global Gender Diversity Estratégia Global Social Empowerment Os fundos Nordea 1 de ações Emerging Stars, Global Stars, European Stars e North American Stars foram reconhecidos pelos principais selos ESG1

LuxFLAG, Towards Sustainability, Forum Nachhaltige Geldanlagen, ISR e obtiveram o European SRI Transparency Code2 1) Forum Nachhaltige Geldanlagen (FNG-Siegel) reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund (3 estrelas) e Nordea 1 – European Stars Equity Fund (3 estrelas) durante 2021. Towards Sustainability reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund, Nordea 1 – European Stars Equity Fund e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund de 11.2020 a 11.2021. LuxFLAG ESG Label reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund de 01.10.2020 a 30.09.2021 e do fundo Nordea 1 – European Stars Equity Fund de 01.07.2020 a 30.06.2021; Label ISR reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund de 22.11.2019 a 21.11.2022. 2) O logo European SRI Transparency significa que a Nordea Investment Funds S.A. está comprometida em fornecer informações precisas, adequadas e oportunas para permitir que as partes interessadas, em particular os consumidores, entendam as políticas e práticas de Investimento Socialmente Responsável SRI (Socially Responsible Investment) relacionadas ao fundo. Informações detalhadas sobre as Diretrizes Europeias de Transparência SRI podem ser encontradas no site www.eurosif.org. As Diretrizes de Transparência são geridas pela Eurosif, uma organização independente. O logo Europeu de Transferência SRI reflete o comprometimento do gestor do fundo conforme detalhado acima e não deve ser considerado como um endosso sobre qualquer companhia, organização ou indivíduo em particular. Os subfundos mencionados formam parte da Nordea 1, SICAV, uma sociedade de investimento de capital variável sediada no Luxemburgo (Société d’Investissement à Capital Variable), legalmente constituída e a operar em conformidade com as leis do Luxemburgo e com a Directiva 2009/65/EC do Conselho, de 13 de Julho de 2009. Este documento é material publicitário e não divulga todas as informações pertinentes relativas aos subfundos apresentados. Qualquer decisão de investimento nos subfundos deve ser feita com base no Prospecto em vigor e no documento de Informações Fundamentais Destinadas ao Investidor (KIID), que estão disponíveis, juntamente com os relatórios anual corrente e semi-anual do fundo, por via electrónica em inglês e na língua local do mercado onde o mencionado OICVM está autorizado para distribuição, e poder ser solicitado, sem ônus, junto a Nordea Investment Funds S.A., 562, rue de Neudorf, PO Box 782, L-2017 Luxemburgo, representantes locais, agentes de informação, ou nossos distribuidores. Nosso distribuidor em Portugal é BEST – Banco Electrónico de Serviço Total, S.A., devidamente constituído sob as leis de Portugal e registado na CMVM como intermediário financeiro. Publicado pela Nordea Investment Funds S.A., sita em 562, rue de Neudorf, P.O. Box 782, L-2017 Luxembourg, que é autorizado pela Comission de Surveillance du Secteur Financier.


CO LABO RA DO RES

48

71 RAUL AFONSO, CFA

JOSÉ MIGUEL MOSCARDÓ

Chief Economist, Multi Family Office Não devia ser o S&P 500 um índice mais passivo?

Director, Nfoque Executive Search Contratar em tempo de crise – para onde olha a indústria

52

96 GABRIELA FIGUEIREDO DIAS Presidente, CMVM e Presidente do Comité Permanente sobre a Gestão de Ativos, ESMA Prioridades perante a maior crise das nossas vidas

54

112 JOÃO MARQUES

20

Analista, APFIPP O ano 2020 em revista

Nota de redação A Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades

6  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

TOMÁS GARCÍAPURRIÑOS

DAVID FERNÁNDEZ

Gestor sénior de Global Multi Asset Solutions España, Santander Asset Management Petróleo, um ano de extremos

Analista de investimentos, Abanca Geração de rendimentos, não importa tanto o quanto mas sim o como

120 LEILA GRÁCIO

TIAGO RABAÇA

Associada Sénior de Corporate, PRA-Raposo, Sá Miranda & Associados O SIFIDE II em 2021

Equipa Asset Allocation, DWM - Millennium bcp Padel, mais do que a última moda

68

SÉRGIO BRITO

Diretor, Willis Towers Watson em Portugal Pela defesa da diversidade no setor dos investimentos

116

62

36 I J ANEIRO E FEVEREIRO 2021

JOSÉ MARQUES

Responsável da Direção de Estratégia e Alocação, Caixa Gestão de Ativos Os méritos e os desafios das estratégias multiativos

58

CONTRIBUTOS DO MÊS

MEHDI DOUALI Analista sénior de estratégias alternativas, Allfunds Estratégias CTA

122 DARIA KRIVONOS

MIGUEL TALEDO DE SOUSA

CEO, Copenhagen Institute for Future Studies Cenários para um mundo Pós-COVID

Diretor de Investimentos, Bankinter GA Córsega, aventura e beleza natural

de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio electrónico: protecciondatos@fundspeople.com A FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a profissionais do sector financeiro e, em particular, a

entidades consideradas como contrapartes elegíveis ou investidores profissionais, ao abrigo da legislação aplicável. A informação sobre instituições de investimento coletivo ou outros instrumentos financeiros, constante da FundsPeople é apresentada unicamente com fins informativos e ilustrativos e nunca deve ser interpretada como uma oferta de venda ou uma recomendação de investimento. A informaçao não constitui uma descrição completa das instituições de investimento coletivo ou de outros instrumentos financeiros, mercados, ou desenvolvimentos a que se faz referência.


Ser um investidor responsável significa ser 100% responsável Desde o seu início, o investimento responsável tem sido um dos pilares fundamentais da razão de ser de Amundi. Em 2018, definimos um plano ambicioso para expandir a integração dos critérios do ESG(1) na nossa gestão de fundos(2). Estamos orgulhosos em anunciar que em 2021 cumprimos com os objectivos estabelecidos neste plano. 100% dos nossos fundos abertos(2) já incluem uma análise do impacto ambiental e social das empresas em que investimos(3). Os critérios de ESG são, portanto, centrais para toda a nossa actividade. O que é que isto significa? Significa que classificamos as empresas de acordo com: • a sua contribuição para a transição energética, com foco na redução das emissões de CO2 estabelecidas pelo Acordo de Paris; • a sua contribuição para o desenvolvimento económico e a coesão social nos países onde operam. Isto significa que damos preferência às empresas com as melhores classificações na composição das nossas carteiras; e que subestimamos ou excluímos as empresas com as classificações mais baixas. Na Amundi, acreditamos que as empresas que têm um impacto positivo na sociedade são também aquelas que terão melhores resultados económicos e rentabilidade a longo prazo. Ser um gestor de activos responsável significa trabalhar todos os dias no interesse dos nossos clientes e da sociedade.

Amundi.com Para clientes profissionais. (1) ESG: Ambiental, Social e Governação Corporativa pelo seu acrónimo em inglês. (2) Todos os fundos abertos geridos activamente pela Amundi, aos quais pode ser aplicada uma metodologia de classificação ESG. (3) Mais detalhes da análise e política do ESG de Amundi podem ser encontrados no seu sítio web: http://about.amundi.com/Responsible-Investor O investimento envolve riscos de perda de capital. As informações promocionais não contratuais não constituem aconselhamento, recomendação, ou solicitação de investimento para comprar ou vender. Informação fornecida pela Amundi Asset Management, SAS (“Société par Actions Simplifiée”) com um capital social de 1.086.262.605 Euros e aprovada pelo regulador francês (Autorité des Marchés Financiers - AMF) sob o número GP 04000036 como empresa de gestão de carteiras, Bd Pasteur 90 - 75015 Paris - França - 437 574 452 RCS Paris Amundi Iberia SGIIC, SAU, registada sob o número 31 no registo SGIIC da CNMV (Pº de la Castellana 1, Madrid 28046). - amundi.com - Janeiro de 2021. - © Getty Images. |


DI RE TÓ RIO ÍNDICE DE EMPRESAS 36 I J ANEIRO E FEVEREIRO 2021

ABC ABANCA 64 Aberdeen Standard Investments 17, 24 Acatis 14, 17, 38 Ageas Pensões 20 AllianceBernstein 17, 24, 71, 90 Allianz Global Investors 17, 24, 34, 38, 71 Alves Ribeiro 24 Amundi 17, 24, 34, 38 Atlantic 20 Aviva Investors 34 AXA IM 14, 17, 24, 38 Banco BPI 64 Bank of Montreal 12 Bankinter 64 Bankinter GA 20 Banque de Luxembourg 12, 24 Barclays 24, 34, 108 BBVA Fundos 20 Bel Air Investment Advisors LLC 12 BIZ Capital - SGOIC 20 BlackRock 17, 24, 34, 38, 108 Bluebay AM 17, 24, 38 BMO GAM 24, 34, 38 BMO Portugal 20 BNP Paribas AM 17, 24, 34, 38 BNY Mellon IM 17, 24, 71 Boston Private 12 BPI Gestão de Activos 20, 24, 44, 78 BPI Vida e Pensões 20 Brown Advisory 17, 24, 38, 90 Caixa Gestão de Ativos 20, 24, 44 Candriam 17, 24, 34, 38, 71 Capital Group 17, 20 Carmignac 17, 24, 100 Casa de Investimentos 20

CEO GONZALO FERNÁNDEZ gonzalof@fundspeople.com

CGD Pensões 20 Columbia Threadneedle Investments 17, 24 CPR AM 17 Credit Suisse 17, 24, 34, 64, 100 Crédito Agrícola Gest 20

DEF Dalton Strategic Partnership 12 DNB AM 24 DPAM 24, 38 Dunas Capital - Gestão de Activos 20 DWS 17, 24, 34, 38, 74, 108 ECS - SGFII 20 Edmond De Rothschild AM 17, 24 Eleva 17, 24, 38 Epsilon Capital 17, 24, 96 Eurizon 14, 17, 24 Evli 17, 24 FE fundinfo 12 Federated Hermes 24 Fidelidade - SGOII, S.A. 20 Fidelity International 14, 17, 20, 34, 38, 71 Fiera Capital Corporation 12 First Fund Box 20 Floresta Atlântica 20 Flossbach von Storch 14, 17, 24, 34, 38 Franklin Templeton Investments 17, 24, 34, 38, 71 Fundger 20 Fundiestamo 20 Fundsmith 24, 38 Futuro 20

GHI GAM 12, 17, 24 Gef 20 Gesfimo 20 GFM Capital 20 GNB - SGFP 20 GNB - SGP 20 GNB Fundos Mobiliários 20 GNB Gestão de Ativos 24, 44 GNB Real Estate 20 Goldman Sachs AM 17, 24, 38, 96 Graham Capital Management 34 Haas Gestion 12 Hightower 12 HSBC 24, 34 iCapital Network 12 IM Gestão de Ativos 20, 24, 44 Imofundos 20 Imopolis 20 Imorendimento 20 Institutional Investment Partners GmbH 20 Insula Capital 20 Interfundos 20 Intesa Sanpaolo 12 Invesco 14, 17, 24, 34, 38 Investec 20 iShares 34

JKL J. Safra Sarasin 12 J.P. Morgan AM 17, 24, 34, 38, 71 Janus Henderson 17, 24, 34, 71, 100 Julius Baer Group 34 Jupiter AM 17, 24, 38 La Financiere De L’Echiquier 24 La Française 24 Lazard AM 17, 24 Libertas 20 LYNX Asset Managers 20 Lyxor Asset Management 96

8  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

MN M&G Investments 17, 24 Man Group 17, 24, 96 Marshall Wace 24 Mercer 24, 34 MFS IM 14, 17, 24, 34, 38 Mirabaud 17, 24 Mirae Asset 17, 20 Montepio Gestão de Activos 20 Montepio Valor 20 Morgan Stanley IM 14, 17, 24, 34, 38, 90 Muzinich 17, 24 Natixis 71 Neuberger Berman 17, 24 Ninety One Fund Managers 17, 24 NN IP 17, 24 Nordea AM 14, 17, 24, 34, 38 Norfin 20

OPQ Oddo BHF Asset Management 17, 24, 38 OFI AM 17, 24 Optimize Investment Partners 20, 84 Pictet AM 17, 24, 34, 68 PIMCO 17, 24, 34, 38 Polar Capital 12, 17, 24 Popular Gestão de Activos 20 Previsão 20 Profile - SGFIM 20

RST RAM Active Investments 24 RBC Wealth Management 12 Real Vida Seguros 20 Refundos 20 Robeco 17, 24, 34, 38 Roland Berger 64 Ruffer 14, 17, 38 S.G.F.P. Banco de Portugal 20 Santander AM 20, 24, 44 Santander Pensões 20 Schroders 17, 24, 34, 38, 80 Seilern 17, 38, 90 SFS - Gestão de Fundos 20 SGF 20 Silar - SICAFI, SA 20 Silicon Valley Bank 12 Silvip 20 Sixty Degrees 20 SKY Harbor Global Funds 24 Square Asset Management 20 State Street 34 SVB Financial Group 12 T. Rowe Price 17, 24, 38, 90 Tailor Asset Management 12 Tailor Capital 12 TF Turismo Fundos 20

UWXYZ UB Asset Management 17, 24 UBS AM 17, 24, 34, 86 Vanguard 17, 24, 108 Victoria - Seguros de Vida, SA 20 Vila Gale Gest 20 Violas Ferreira - SICAFI, SA 20 Vontobel AM 17, 24, 38, 71, 90 Wellington Management 24 Wells Fargo AM 24 Xtrackers 34

REDAÇÃO NACIONAL MARGARIDA PINTO, Editor - Portugal margarida.pinto@fundspeople.com CATARINA VINAGRE, Reporter catarina.vinagre@fundspeople.com INTERNACIONAL ÓSCAR RODRÍGUEZ, Reporter orodriguez@fundspeople.com ANA PALOMARES, Reporter ana.palomares@fundspeople.com REGINA RIVERA, Reporter regina.webb@fundspeople.com DAVIDE MOSCA, Reporter davide.mosca@fundspeople.com FILIPPO LUINI, Reporter filippo.luini@fundspeople.com ANÁLISE Diretora MARÍA FOLQUÉ, Global Head of Analysis mfolque@fundspeople.com MIGUEL RÊGO, CFA, Head of Analysis - Portugal miguel.rego@fundspeople.com SAMUEL CAPUCHO, Fund Analysis Intern samuel.capucho@fundspeople.com MONTSERRAT FORMOSO, Senior Fund Analyst mformoso@fundspeople.com SIMONE VIDOTTO, Senior Fund Analyst simone.vidotto@fundspeople.com MARKETING RAQUEL ALONSO, Marketing Manager raquel.alonso@fundspeople.com IÑIGO IMBERT, Business Development Manager iimbert@fundspeople.com BORJA ANTÓN, Marketing & Business Development borja.anton@fundspeople.com AIDA CISNEROS, Events Manager - Iberia aida.cisneros@fundspeople.com GEMA VELASCO, Branded Content Manager - Iberia gema.velasco@fundspeople.com DAVIDE PASIMENI, Head of Italy davide.pasimeni@fundspeople.com GIOVANNA VAGALI, Events & Branded Content Manager - Italy giovanna.vagali@fundspeople.com CONSULTORIA: ANTONIO SALIDO, CEO, NUVIX CONSULTING SL. PAGINAÇÃO: ANTONIO CAPA E RODRIGO PÉREZ, KEMBEKE ESTUDIO. FOTOGRAFIA E VÍDEO: VITOR DUARTE E MÁXIMO GARCÍA, OJIPLÁTICO TRADUÇÕES: CRISTINA JAOUEN, FULLY INVESTED TRANSLATION. IMPRESSÃO: RIVADENEYRA EDITADO por © Primer Decil Consultores y Editores S.L. Todos os direitos reservados. SUBSCRIÇÕES: pt.fundspeople.com DEPÓSITO LEGAL M-48220-2008 REDAÇÃO MADRID Velázquez, 126. 4 Izquierda. 28006 Madrid Tel. (+34) 91 755 35 58 redaccion@fundspeople.com es.fundspeople.com REDAÇÃO LISBOA Espaço Amoreiras . Rua D. João V, nº 24, 1.03, E.26 - 1250-091 Lisboa Tel. (+351) 210 415 957 portugal@fundspeople.com PUBLICIDADE publicidad@fundspeople.com


Não pode prever o futuro, mas pode preparar o futuro que quer ver. A J. P. Morgan Asset Management gere mais de 2 triliões de USD em ativos integrados ESG como ações, obrigações, liquidez, classes de ativos múltiplos e alternativos, incluindo uma vasta gama de fundos dedicados ao investimento sustentável*. Apresentamos soluções para que possa projetar o futuro que quer ver à sua frente.

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*Fonte: J.P. Morgan Asset Management, a 30 de setembro de 2020.

LV-JPM52843 | 11/20 | 0903c02a82a8e6c6 | Fonte imagem: Shutterstock.


36 I J ANEIRO E FEVEREIRO 2021 NOTÍCIAS

O MAIS

1. Ações, madeiras, ouro, imobiliário: o presente e o futuro da GFM Gestão de ativos 2. Gonçalo Pestana (Haitong): “O próximo ano marcará uma tendência de inversão no comportamento das yields de longo prazo”

VISTO EM

3. Os 10 novos profissionais com certificação Cesga em portugal 4. Responsáveis das gestoras

internacionais elegem os melhores fundos de ações para investir em 2021 5. Fundos de obrigações da GNB GA lideram nas rentabilidades em 2020 6. Bruno Costa integra a Dolat Capital como partner 7. Os fundos internacionais mais rentáveis de 2020 8. PPR: as rentabilidades perto do final de 2020

Período de recolha de dados: 27/12/2020 - 25/01/2021 em pt.fundspeople.com

PERFIS

Vasco Teles GNB Gestão de Ativos

Carim Habib Dolat Capital

Carlos Pinto Optimize Investment Partners

Nuno Sousa Pereira Sixty Degrees Asset Management

Rui Araújo, CFA BPI Gestão de Ativos

João Silva Marques Caixa Gestão de Ativos

José María Cazal Ribeiro Julius Baer

Rina Guerra, CFA Banco Carregosa

Dolat Capital

IM Gestão de Ativos

GNB Gestão de Ativos

BMO Global Asset Management

Nordea Asset Management

Optimize Investment Partners

NB Obrigações Europa – F. I. M. Aberto de Obrigações

BPI Portugal – Fundo de Investimento Aberto de Ações

Nordea 1 – Global Climate and Environment Fund BI EUR

NB PPR/ OICVM – F. I. M. Aberto de PoupançaReforma

Optimize Obrigações – F. I. M. Aberto de Obrigações

Caixa Seleção Global Moderado F. I. M. Aberto

EMPRESAS

Interfundos

Allianz Global Investors (AGI)

PRODUTOS

Alves Ribeiro PPR/OICVM – F. I. M. Aberto de Poupança Reforma

Caixa Ações Líderes Globais – F. I. M. Aberto de Ações

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INVISTA COM IMPACTO POSITIVO Porquê escolher entre desempenho, inovação e sustentabilidade? JANUS HENDERSON HORIZON GLOBAL SUSTAINABLE EQUITY FUND Categoria de ações: A2 ACC EUR | Código ISIN: LU1984711512

• 29 anos de investimento sustentável • Abordagem com reduzida pegada de carbono

janushenderson.com/pt/gse Documento para fins promocionais. Apenas para profissionais. Capital em risco. Rendibilidades passadas não são indicadoras de rendibilidades futuras. Nada no presente anúncio deve ser entendido ou interpretado como aconselhamento. O Janus Henderson Horizon Fund (o “Fundo”) é uma SICAV luxemburguesa constituída a 30 de maio de 1985, gerida pela Henderson Management S.A. Qualquer pedido de investimento será efetuado apenas com base na informação contida no prospeto do Fundo (incluindo todos os documentos relacionados relevantes), que contém as restrições ao investimento. Este documento é um mero resumo e os potenciais investidores devem ler o prospeto e o documento com as informações fundamentais destinadas aos investidores do Fundo antes de tomarem uma decisão de investimento. Se investir através de terceiros, recomenda-se que contacte diretamente essa entidade, pois o desempenho e os termos e condições podem variar consideravelmente. O presente documento não é uma recomendação de compra ou venda de um investimento. Emitido na Europa pela Janus Henderson Investors. Janus Henderson Investors é o nome sob o qual são fornecidos produtos e serviços de investimento pela Janus Capital International Limited (n.º reg. 3594615), Henderson Global Investors Limited (n.º reg. 906355), Henderson Investment Funds Limited (n.º reg. 2678531), AlphaGen Capital Limited (n.º reg. 962757), Henderson Equity Partners Limited (n.º reg. 2606646) (todas elas registadas em Inglaterra e País de Gales em 201 Bishopsgate, London EC2M 3AE e reguladas pela Financial Conduct Authority) e a Henderson Management S.A. (n.º reg. B22848 em 2 Rue de Bitbourg, L-1273, Luxemburgo e regulada pela Commission de Surveillance du Secteur Financier). Janus Henderson, Janus, Henderson, Perkins, Intech, Alphagen, VelocityShares, Knowledge Shared, Knowledge. Shared e Knowledge Labs são marcas comerciais da Janus Henderson Group plc ou de uma das suas subsidiárias. © Janus Henderson Group plc. 110509/1120


PANORAMA RADAR INTERNACIONAL

CANADÁ RBC reforça-se nos alternativos

A RBC Wealth Management assinou um acordo com a iCapital Network para potenciar a sua oferta de investimentos alternativos em todo o mundo, começando pela Ásia. Graças a este acordo, a iCapital proporcionará soluções tecnológicas personalizadas para que os clientes da RBC possam aceder mais facilmente a oportunidades de investimento alternativo como o capital de risco (PE), crédito privado e hedge funds.

REINO UNIDO Polar Capital compra a Dalton EUA Hightower cresce

A Hightower comprou a Bel Air Investment Advisors LLC, a plataforma de banca privada UHNW da Fiera Capital Corporation. Com sede em Los Angeles e ativos geridos no valor de 8.000 milhões de dólares, a Bel Air oferece gestão de ativos e soluções de investimento a clientes com um património superior aos 20 milhões de dólares. Trata-se da maior compra efetuada pela Hightower nos seus 12 anos de história.

EUA SVB Financial adquire a Boston Private

A Polar Capital comprou a boutique Dalton Strategic Partnership por 15,6 milhões de libras (17,3 milhõesde euros). A operação, que inclui o fundo europeu Melchior, avaliado em 1.100 milhões de libras, responde à estratégia da Polar para diversificar a sua oferta e reforçar a sua presença na Europa.

O SVB Financial Group, detentor do banco comercial Silicon Valley Bank, adquiriu a Boston Private por cerca de 900 milhões de dólares em ações e liquidez. A operação, que se completará em meados de 2021, criará uma empresa com um património de 17.700 milhões de dólares, dividida entre gestão de ativos e fundos fiduciários.

REINO UNIDO FE fundinfo potencia a sua oferta ESG

A FE fundinfo ampliou as suas capacidades em ESG mediante a aquisição do Center for Social and Sustainable Products AG (CSSP) do Liechtenstein. Este acordo reforçará a gama de serviços do provedor de tecnologia e dados para fundos de investimento e, em particular, a elaboração de relatórios ESG de última geração.

FRANÇA União entre gestoras

As sociedades de gestão francesas Haas Gestion e Tailor Capital uniram-se para lançar uma nova entidade denominada Tailor Asset Management. A nova entidade, com sede em Paris, gerirá mais de 1.000 millhões de euros em ativos de clientes institucionais e privados.

NA EURO OS MOVIMENTOS CONCENTRAM-SE

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A OPINIÃO DE

DINAMARCA GAM abre sede em Copenhaga

A GAM abriu um escritório em Copenhaga para reforçar a sua presença nos países nórdicos, onde conta com uma clientela consolidada. Com esta nova filial, a GAM propõe-se a crescer na região e a oferecer as suas capacidades de gestão de investimentos a clientes institucionais e intermediários financeiros

LUXEMBURGO Banque de Luxembourg consolida o seu negócio

O Banque de Luxembourg consolidou as suas divisões de gestão de ativos. O BLI – Banque de Luxembourg Investments e a Conventum Asset Management, ambas subsidiárias do banco, fundir-se-ão numa única entidade que irá gerir ativos no valor de 18.000 milhões de euros. O BLI gerirá uma equipa de 60 profissionais que integram ambas as entidades.

HONG KONG Safra Sarasin consolida a sua presença na Ásia

A Safra Sarasin chegou a um acordo com o Bank of Montreal para comprar o seu negócio de banca privada em Hong Kong e Singapura. Embora as condições financeiras do acordo não se tenham tornado públicas, a banca privada suíça declarou que a aquisição inclui o segmento de clientes UHNW do BMO e a sua equipa de relação com investidores.

AUSTRÁLIA Nova filial da Intesa Sanpaolo

A Intesa Sanpaolo dá mais um passo na sua estratégia internacional e reforça a sua presença na região da Ásia-Pacífico com a transformação do seu escritório de representação em Sidney na filial operativa. Sob o comando de Kevin Salerno, a nova sede do banco italiano soma-se às que já têm em Xangai, Singapura e Tóquio.

OPA

O setor da gestão de ativos arranca o ano com um baile de operações corporativas, sobretudo no Velho Continente.

JENNA BARNARD Co-responsável de estratégia de Fixed Income, Janus Henderson

INFLAÇÃO: É A SÉRIO? OU É UMA FANTASIA? As pessoas voltaram a preocupar-se com inflação. Estamos a passar do choque de procura deflacionária para uma recuperação cíclica da reflação bottleneck. Agora, uma esperada e previsível reflação cíclica não deve ser confundida com um surto de inflação e expectativas de inflação a longo prazo. Esta confusão apresenta oportunidades e ameaças para os investidores e dores de cabeça para os bancos centrais. Em 2021, esperamos ver um aumento tanto na inflação subjacente como na global. Achamos que isto será mais uma inflação de custos (inflação má ou semelhante a impostos), impulsionada principalmente por estrangulamentos na produção. Em suma, a taxa de variação da procura pode, por um curto período, superar a taxa de variação da produção. Os níveis de stock estão baixos devido ao lockdown e levará tempo a serem repostos. Consideramos que um cenário de um impulso por via da procura é altamente improvável, dada a experiência que adquirimos ao ver a dinâmica no Japão e na Europa. Continua a ameaça de uma mudança de regime com a adoção de estratégias de política monetária moderna. Porém, continuamos num mundo de crescente repressão financeira, com yields reais negativas. Não confunda um impulso reflacionário cíclico de curto prazo com um panorama estrutural desinflacionário contínuo. Num período reflacionário, esperaria que as commodities impulsionassem, a curva de yield se inclinasse, as yields das obrigações aumentassem, o dólar enfraquecesse e as ações de valor/ cíclico superassem o crescimento. Como costumamos dizer, viva no growth, mas faça férias no value. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 13


PANORAMA SMART CONSENSUS

por Samuel Capucho

AS AÇÕES COMO REFÚGIO As ações têm sido um verdadeiro refúgio para os investidores. Na carteira de Smart Consensus, os gestores seguem a tendência do mercado na preferência por esta classe de ativos.

O

mês de dezembro ficou marcado pelo início do processo de vacinação a nível mundial, mas também se voltou a observar um aumento exponencial no número de infeções do vírus COVID-19. Neste sentido, a difícil decisão de voltar a mandar parar a economia foi ganhando novamente força na velha Europa. Seguramente haverá investidores que leem sinais positivos durante o momento atual, enquanto outros estarão mais apreensivos com uma eventual terceira vaga da pandemia. As ações têm sido um verdadeiro refúgio para os investidores com os mercados acionistas a registarem máximos históricos à boleia das grandes empresas digitais. Na carteira de Smart Consensus, os gestores seguem a tendência otimista do mercado na preferência por esta classe de ativos. Prova disso é o peso médio que as ações têm na carteira em detrimento de obrigações. De facto, as ações acabaram o ano de 2020 a registar

FUNDOS QUE COMPÕEM A CARTEIRA DE CONSENSO DA FUNDSPEOPLE EM 2020 (*) FUNDO

CATEGORIA MORNINGSTAR

SELO FUNDSPEOPLE 2021

AXA World Funds Global Optimal Income

Flexible Allocation

DABC DABC

Eurizon Fund Azioni Strategia Flessibile

Flexible Allocation

-

Moderate Allocation

Acatis Gané Value Event Fonds

Moderate Allocation

Flexible Allocation

DABC DABC

Invesco Global Income Fund

Moderate Allocation

-

MFS Meridian Funds Diversified Income Fund

Moderate Allocation

-

Flexible Allocation

-

Nordea 1 Stable Return Fund

Moderate Allocation

Ruffer SICAV Ruffer Total Return International

Moderate Allocation

DABC DABC

Fidelity Funds Global Multi Asset Income Fund Flossbach von Storch Multiple Opportunities II

MSIF Global Balanced Income Fund

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Capitalizando no trabalho que envolve o Selo FundsPeople, a nossa equipa de Análise construiu uma carteira de consenso Smart Consensus, que será a mesma para Espanha, Portugal e Itália. A carteira Smart Consensus é composta pelos fundos das categorias mistos moderados e mistos flexíveis que tiveram selo nos três países. O resultado é uma carteira formada por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, seis moderados e quatro flexíveis. Fonte: elaboração própria com dados da Morningstar. Dados de 29 de fevereiro de 2020. (*) Carteira Smart Consensus FundsPeople 2020, com Selos FundsPeople 2020.


DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS OBRIGAÇÕES AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS)

70% 60% 50%

o maior peso na carteira de Smart Consensus dos últimos três anos. Enquanto isso, as obrigações continuam a ter cada vez menos peso, em média, nos fundos que compõem a carteira. A nível geográfico, verificaram-se no mês de dezembro alterações relativamente marginais na alocação acionista. A Europa e os países emergentes registaram uma ligeira evolução positiva face ao mês anterior, enquanto a região japonesa e americana o oposto. De facto, o Banco Central Europeu anunciou manter as taxas de juro nas principais operações de refinanciamento e aumentou o envelope da compra de títulos face à emergência pandémica, acontecimentos que parecem ter animado os gestores. Enquanto isso, a China não entrou na recessão económica verificada no resto do mundo e continua a ser uma das economias mais atrativas.

40% 30% 20% 10% 0%

D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D 2018

2019

2020

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES EUROPA (INCLUI REINO UNIDO)

AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ)

EMERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS)

JAPÃO E AUSTRÁLIA

70% 60% 50% 40% 30%

APOSTA EM HIGH YIELD

Ao longo dos últimos meses, os portefólios dos fundos que compõem a carteira de Smart Consensus tiveram a necessidade de se ajustar ao comportamento dos mercados. Na segunda metade de 2020 – e principalmente no final do ano passado – ocorreram acontecimentos significativos nos grandes blocos económicos mundiais e os gestores tiveram de reagir. Eugene Philalithis, gestor do fundo Fidelity Funds Global Multi Asset Income Fund da Fidelity International abordou algumas alterações feitas recentemente na componente acionista. “Na parte acionista foram fechadas várias coberturas devido à chegada das vacinas e à realização de mais-valias em bens públicos dos EUA para comprar títulos atrativos em Singapura, além de ativos financeiros chineses”, diz o profissional. Já na classe obrigacionista, o gestor ilustra que “as posições de grau de investimento nos EUA foram vo-

20% 10% 0%

D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D 2018

2019

2020

ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS

SOBERANAS

CASH

OUTRAS

50%

40%

30%

20%

10%

0%

D D J J F F M M A A M M JJ JJ A A S S O O N N D D JJ FF M M A A M M JJ JJ A A SS O O N N D D 2018 2018

2019 2019

2020 2020

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PANORAMA SMART CONSENSUS

AR

TNE

A OPINIÃO DE WILLIAM DAVIES CIO EMEA & responsável Global de Ações EMEA, Columbia Threadneedle Investments

A CARTEIRA DE EUGENE PHILALITHIS

Gestor do fundo Fidelity Funds Global Multi Asset Income Fund

“Na parte acionista foram fechadas várias coberturas devido à chegada das vacinas e à realização de mais-valias em bens públicos dos EUA para comprar títulos atrativos em Singapura, além de ativos financeiros chineses.”

LEWIS AUBREYJOHNSON

Gestor do fundo Invesco Global Income Fund

“As consequências económicas a longo prazo da pandemia são difíceis de prever e podem ser graves, mas, no curto prazo, existe a possibilidade de recuperação. Acreditamos que este enquadramento pode ser bom para as ações e para o risco de crédito.”

cacionadas para dívida em moeda local de mercados emergentes”. Lewis Aubrey-Johnson, diretor de produtos de fixed income da Invesco que faz parte da equipa gestora do fundo Invesco Global Income Fund, aborda que o segundo semestre de 2020 proporcionou alterações significativas no seu portefólio, “onde as quedas provocadas pela COVID-19 permitiram que a equipa de gestão assumisse posições num ambiente de yields atrativas em ativos como títulos corporativos de grau de investimento”. 16  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

GESTORES COINCIDEM NAS PERSPETIVAS PARA OS PRÓXIMOS MESES: CAUTELOSAMENTE POSITIVAS, MAS DIFÍCEIS DE PREVER Em relação à dívida governamental, parece haver cada vez menos otimismo por parte dos gestores. De facto, o gestor da Invesco refere que tem vindo a reduzir a exposição à dívida governamental na zona euro periférica, enquanto aumenta a exposição a high yield.

PERSPETIVAS

Sobre a visão para os próximos meses, as opiniões dos gestores coincidem: perspetivas cautelosamente positivas, mas devido às consequências da pandemia, difíceis de prever. Todavia, Eugene Philalithis apresenta a preferência dos gestores por risco de crédito que “beneficiará de políticas monetárias graças a uma combinação de compras de títulos e baixas taxas de juros”. Não obstante, a classe acionista para o gestor “beneficiará da combinação das mesmas políticas monetárias e estímulos fiscais, para os quais haverá oportunidades derivadas de uma análise fundamental exaustiva”. Já Lewis Aubrey-Johnson perspetiva, também, graças às baixas taxas de juro e às políticas monetárias, uma forte atração pelos ativos de risco. “As consequências económicas a longo prazo da pandemia são difíceis de prever e podem ser graves, mas, no curto prazo, existe a possibilidade de recuperação. Acreditamos que este enquadramento pode ser bom para as ações e para o risco de crédito”, admite o profissional da Invesco.

A ANÁLISE GLOBAL COMO IMPULSO-CHAVE PARA OS GESTORES ATIVOS As nossas equipas de análise trabalham de forma colaborativa em todas as principais classes de ativos, utilizando megadados e ferramentas analíticas como a aprendizagem automática e a inteligência aumentada, para tornar a informação em opiniões com projeção de futuro que acrescentam valor real às decisões de investimento, o que se traduz na obtenção de resultados constantes e reproduzíveis para os nossos clientes. Em 2020 centramos a nossa análise na COVID-19 e no seu impacto, incluindo os efeitos sobre os cuidados de saúde, a economia e os mercados, assim como as suas implicações a longo prazo. Isto ajudou-nos a esboçar a nossa visão da trajetória do vírus, o desenvolvimento da vacina e a recuperação económica. O fruto deste esforço colaborativo entre as nossas equipas de analistas e investigadores e os nossos gestores de fundos para criar argumentos sólidos e cabais proporcionou-nos ideias durante todo o ano que nos permitiram acrescentar valor para os nossos clientes. Como gestores ativos, fomos capazes de resistir à crise pandémica, e os nossos conhecimentos, experiência, aptidões colaborativas e capacidades de análise permitiramnos manter a calma. Seja o que for que nos traga 2021, esta abordagem, combinada com a nossa experiência de 2020, situanos numa posição ideal para operar agilmente nos mercados financeiros em nome dos nossos clientes.


PANORAMA BARÓMETRO

DESCUBRA OS FUNDOS COM SELO São produtos que contam com a preferência dos analistas, se destacam pela sua consistência ou por serem blockbuster.

N

um mercado como o português, que conta com mais de 2.555 fundos registados para venda, a FundsPeople divulga os fundos com Selo FundsPeople 2021. São 556 produtos com selo, que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios:

DA Favoritos dos Analistas. Fundos

que acumulam um mínimo de cinco votos dos selecionadores dentro de cada questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas de fundos, sobre os seus produtos favoritos. Existem 34 fundos que conseguem este selo.

D B Blockbuster.

São os ‘super-vendas’ do mercado. Incluem-se os produtos com mais de 100 milhões de euros distribuídos no mercado ibérico ou 50 milhões de euros no caso dos produtos nacionais. Adicionalmente, a estes últimos exigem-se captações líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AUM no fecho do ano: cerca de 405 fundos alcançam esta classificação.

tegoria, a partir da base da Morningstar Direct, com referência ao final do último ano. São analisados os fundos registados para venda em Portugal, com uma antiguidade mínima de três anos à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no se-

gundo, dados individuais dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que se situam no primeiro quintil em ambos os scorecards. Há 213 fundos com classificação Consistente FundsPeople. Nos três casos são excluídas da análise as categorias de fundos com garantia de capital, target date, do mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade ou maturidade objetivo.

PRODUTOS COM A TRIPLA CLASSIFICAÇÃO DO SELO FUNDSPEOPLE 2021 FUNDO

CATEGORIA

Acatis Gané Value Event Fonds

Moderate Allocation

BlackRock Global Funds - World Technology Fund

Technology Sector Equity

BlueBay Funds - BlueBay Invest. Grade Euro Govern. Bond F. Brown Advisory US Equity Growth Flossbach von Storch - Bond Opportunities

Global Fixed Income

JPMorgan Funds - Emerging Markets Equity Fund

Global Emerging Markets Equity

Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond

Global Fixed Income

MFS Meridian Funds - European Value Fund

Europe Equity Large Cap

MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund

Aggressive Allocation

Morgan Stanley Investment Funds - Asia Opportunity Fund

Asia ex-Japan Equity

PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund

Flexible Allocation

Schroder International Selection Fund EURO Corporate Bond

DC Consistentes. A equipa de Aná-

lise da FundsPeople, dirigida por Maria Folqué, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada ca-

Europe Fixed Income US Equity Large Cap Growth

Europe Fixed Income

Nordea 1 - Global Climate and Envir. Fund

Global Equity Mid/Small Cap

Oddo BHF Avenir Europe

Europe Equity Mid/Small Cap

Pictet-Multi Asset Global Opportunities

Cautious Allocation

PIMCO GIS Income Fund

Global Fixed Income

Schroder Internat. Sel. F. EURO Corp. Bond

Europe Fixed Income

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PANORAMA BARÓMETRO

OS FUNDOS INTERNACIONAIS ‘SUPER-VENDAS’ NA PENÍNSULA IBÉRICA

ara ter o selo de Blockbuster (B), os produtos internacionais devem alcançar os 100 milhões de euros de património distribuído no mercado P ibérico. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.

01 FIXED INCOME

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02 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS

500 1.000 BGF EURO SHORT DURATION BOND A2 EUR DWS FLOATING RATE NOTES LC MUZINICH ENHANCEDYIELD S-T HUSD ACC A CARMIGNAC PF SÉCURITÉ F EUR ACC MS INVF EURO CORPORATE BOND I FIDELITY EURO SHORT TERM BOND Y-ACC-EUR JUPITER DYNAMIC BOND I EUR Q INC AXAIMFIIS EUROPE SHORT DUR HY A CAP EUR PIMCO GIS INCOME INSTITUTIONAL USD ACC SCHRODER ISF EURO CORP BD I ACC EUR UBAM DYNAMIC US DOLLAR BOND AC USD NORDEA 1 - LOW DUR EURP COV BD BI EUR MS INVF SHORT MATURITY EURO BOND I FVS BOND OPPORTUNITIES IT GAM MULTIBOND LOCAL EMERGING B. USD C VONTOBEL EUR CORP BD MID YLD B EUR AXAIMFIIS US SHORT DUR HY A CAP USD JPM US AGGREGATE BOND D (ACC) USD JPM GLOBAL CORP BD A (ACC) USD CARMIGNAC PF UNCONS EURO FI F EUR ACC GS EM MKTS DBT BASE ACC USD NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED B. BP EUR AXAWF EURO CREDIT SHORT DUR I CAP EUR JANUS HENDERSON HRZN E. CORP BD I2 EUR INVESCO EURO SHORT TERM BOND C EUR ACC JPM GLOBAL STRAT BD A PERF (ACC) EURH MFS MERIDIAN EMERGING MKTS DBT A2 USD NEUBERGER BERMAN SHRT D. DBTUSD I ACC NN (L) US CREDIT P CAP USD INVESCO EURO CORPORATE BOND C EUR ACC PIMCO GIS GLINGD CRDT INSTL USD INC VONTOBEL TWENTYFOUR STRAT. HI HDG EUR MS INVF GLOBAL FIXED INCOME OPPS Z UBAM GLOBAL HIGH YIELD SOLUTION AC USD PIMCO GIS GLB BD INSTL USD ACC PICTET-EUR SHORT TERM CORP BDS I ALLIANZ ENHANCED SHRT TRM EURO I13 EUR GS EM CORP BD I ACC USD BLUEBAY INV GRD EURO GOVT BD I EUR ACC ROBECO EURO CREDIT BONDS FH € CANDRIAM BDS EURO HIGH YLD R EUR CAP DWS INVEST ESG EURO BONDS (SHORT) FC AMUNDI FDS GLBL AGGT BD I USD C BLUEBAY INV GRD EURO AGGT BD I EUR JPM US SHORT DURATION BOND A (ACC) USD JPM INCOME OPP A PERF (ACC) EURH SLI EUROPEAN CORPORATE BD D ACC EUR JPM GLOBAL SHORT DURAT. BD A(ACC)EURH PICTET-SHORT TERM EM CORP BDS I USD MS INVF EURO CORPORATE BD - DUR HGD Z

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500 1.000 SCHRODER ISF EURO CRDT CON. C ACC EUR JPM EU GOVERNMENT BOND C (ACC) EUR INVESCO GLOBAL TTL RET EUR BD C EUR ACC AS SICAV I EM CORP BD X ACC USD EDRF BOND ALLOCATION A EUR ACC BLUEBAY INVESTMENT GRADE BD B EUR INVESCO GLOBAL INV GRD COR. C EURH ACC JPM INCOME A (ACC) USD FIDELITY US DOLLAR BOND A-DIS-USD AB AMERICAN INCOME C INC BGF US DOLLAR BOND A2 USD AXAIMFIIS US CORP ITMT BDS A USD DIS BGF EURO BOND A2 EUR MUZINICH EUROPEYIELD HEUR ACC S FIDELITY GLOBAL INFL-LINK BD Y-ACC-EUR H NN (L) GREEN BOND I CAP EUR SCHRODER ISF EURO BOND I ACC EUR TEMPLETON GLOBAL BOND W(MDIS)USD SLI EUROPEAN CORPORATE BD SRI D ACC EUR JPM EURO GOVT SHORT DUR BD A (ACC) EUR BGF EMERGING MARKETS LCL CCY BD A2 USD BGF EURO CORPORATE BOND A2 EUR AMUNDI FDS EURO CORP BD I EUR C AMUNDI FDS PIONEER US BD A2 USD C NORDEA 1 - EMERGING MARKET BOND BP EUR BNP PARIBAS EURO MEDIUM TERM BD C C MUZINICH EMERGINGMKTSSHRTDUR H.ACC S FRANKLIN EUROPEAN TTL RET W(ACC)EUR NN (L) EURO FIXED INCOME P CAP EUR NINETY ONE GSF EM LCLCCYTLRTDT S ACCEUR AMUNDI FDS EM MKTS BD C EUR C BNP PARIBAS ENHANCED BOND 6M I C MUZINICH SHORTDURATIONHY HEUR ACC A BGF GLOBAL HIGH YIELD BOND C1 USD ALLIANZ ADVCD FXD INC S/D W EUR GS GLBL HI YLD BASE INC USD GS GLOBAL FIXED INC (HDG) I INC EUR UBAM DYNAMIC EURO BOND AC EUR BNP PARIBAS EURO GOVERNMENT BD PRIVL C ALLIANZ EURO OBLIG COURT TERME ISR I C/D DWS INVEST EURO CORPORATE BDS FC ALLIANZ EURO CREDIT SRI IT EUR PICTET-USD SHORT MID-TERM BONDS I VONTOBEL TTFR ABS RET CRDT HI HDG EUR FIDELITY US HIGH YIELD A-DIS-USD CANDRIAM SST BD GLBL HIYLD I € ACC DWS INVEST ASIAN BONDS USD IC JPM EMERG MKTS CORP BD A (ACC) USD DWS INVEST EURO-GOV BONDS FC UBAM ABS RET LOW VOL FXD INC IPC EUR

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FRANKLIN K2 ALT STRATS I(ACC)EUR-H1 PICTET TR - ATLAS I EUR FIDELITY GLOBAL MLT AST INC A-ACC-USD NINETY ONE GSF GLB MA INC I ACC USD FIRST EAGLE AMUNDI INTERNATIONAL RU-C FVS MULTIPLE OPPORTUNITIES II IT JPM GLOBAL CONVERT (EUR) D (ACC) EUR CANDRIAM RISK ARBITRAGE C PICTET TR - AGORA I EUR CARMIGNAC PF PATRIMOINE F EUR ACC JPM GLOBAL MACRO OPPS A (ACC) EUR LEGG MASON WA MCR OPPBD PR USD ACC MFS MERIDIAN GLOBAL TOTAL RET A2 USD ELEVA UCITS ELEVA ABS RET EURP S EUR ACC PICTET TR - CORTO EUROPE I EUR MAN AHL TARGETRISK I USD ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI15 IT EUR BSF AMERICAS DIV EQ ABS RET D2 EUR H SCHRODER GAIA EGERTON EQ I ACC EUR UBS (LUX) SF BALANCED (EUR) Q-ACC ALLIANZ STRATEGY 15 IT EUR

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500 1.000

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500 1.000 MUZINICH GLOBAL TACT CRDT HUSD ACC R VONTOBEL EMERGING MKTS DBT I USD FIDELITY EUROPEAN HI YLD Y-EUR MUZINICH AMERICAYIELD HEUR ACC R MS INVF EMERGING MKTS CORP DEBT Z TEMPLETON GLOBAL TTL RET W(ACC)USD ALLIANZ FLOATING RATE NOTES+ I EUR FRANKLIN US GOVERNMENT W(MDIS)USD NINETY ONE GSF EM LCL CCY DBT I ACC EUR ODDO BHF EURO CREDIT SHORT DUR DP-EUR BGF FIXED INCOME GLOBAL OPPS D2 EUR HDG SCHRODER ISF EM DBT ABS RT I ACC USD MS INVF EURO STRATEGIC BOND I THREADNEEDLE (LUX) EUROPEAN STRAT BD AE AMUNDI FDS PINR STRAT INC A USD C AMUNDI RSPNB INVESTING IMP GR BDS DP C AXAWF GLOBAL INFL BDS I CAP EUR AXAWF GLOBAL INFL SH DUR BDS I CAP EUR H AXAWF GLOBAL STRATEGIC BDS F CAP GBP H AXAWF US HIGH YIELD BONDS I CAP USD CARMIGNAC PF UNCONS CREDIT A EUR ACC EPSILON FUND EMERG BD TTL RET I EUR ACC EURIZON BOND AGGREGATE RMB Z EUR ACC EVLI SHORT CORPORATE BOND B GAM STAR MBS TOTAL RETURN INSTL USD ACC LAZARD CREDIT FI PVC EUR M&G (LUX) EM MKTS BD C USD ACC M&G (LUX) EURO CORP BD CI EUR ACC MFS MERIDIAN GLOBAL OPPC BD I1 USD NEUBERGER BERMAN EM DBTHRDCCY USD I C NORDEA 1 - EUROPEAN FINCL DBT BI EUR NORDEA 1 - EUROPEAN HIGH YLD BD BI EUR NORDEA 1 - FLEXIBLE FIXED INCOME BI EUR PIMCO GIS CAPITAL SCS INSTL USD ACC PIMCO GIS DIVERS INC INSTL USD ACC PIMCO GIS DYNAMIC BD INSTL ACC PIMCO GIS EM MKTS BD ESG INS USD ACC PIMCO GIS EM MKTS BD INSTL USD ACC PIMCO GIS EURO BOND INSTL EUR ACC PIMCO GIS EURO CREDIT INSTL EUR ACC PIMCO GIS EURO INCOME B. INSTL EUR ACC PIMCO GIS GLB HI YLD BD INSTL USD ACC PIMCO GIS LOW AVRG DUR INSTL USD ACC PIMCO GIS TTL RET BD INSTL USD ACC PIMCO GIS US HI YLD BD INSTL USD ACC T. ROWE PRICE DYN GLB BD IH GBP UBAM EURO CORPORATE IG SOLUTION IC EUR UBAM MEDIUM TERM US CORP. BD AC USD

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MAN GLG INNOVATION EQ ALT IN USD ACC JANUS HENDERSON BALANCED A2 USD UBS (LUX) SF YIELD (EUR) Q-ACC ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI50 IT EUR BMO REAL ESTATE EQUITY MARKET NEUTRAL ALLIANZ INCOME AND GROWTH I H2 EUR ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI75 I EUR EDRF INCOME EUROPE IA EUR SCHRODER GAIA SIRIOS US EQ E ACC EUR HDG AMUNDI FDS GLOBAL MA CNSRV M2 EUR C AMUNDI RENDEMENT PLUS I C EURIZON ABSOLUTE PRUDENT R ACC FVS MULTI ASSET - BALANCED IT LAZARD CONVERTIBLE GLOBAL PC EUR M&G (LUX) INCOME ALLOCATION C EUR ACC NEUBERGER BM UNCRLTD STRATS GBP I5 ACC OFI FINCL INV PRECIOUS METALS I PIMCO GIS CMDTY REAL RET INSTL USD ACC RUFFER TOTAL RETURN INTL I GBP CAP

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500 1.000

500 1.000


03 AÇÕES

500 1.000

■■■■■■■■■■ ROBECO GLOBAL CONSUMER TRENDS D € ■■■■■■■■■■ MS INVF GLOBAL BRANDS A ■■■■■■■■■■ MS INVF GLOBAL OPPORTUNITY Z ■■■■■■■■■■ MS INVF US ADVANTAGE I ■■■■■■■■■■ CAPITAL GROUP NEW PERS (LUX) ZL ■■■■■■■■■■ FIDELITY GLOBAL TECHNOLOGY Y-DIS-EUR ■■■■■■■■■■ ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH IT EUR FIDELITY EUROPEAN DYNAMIC GR A-DIS-EUR ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■■■■■■■■■■ MFS MERIDIAN EUROPEAN VALUE A1 EUR ■■■■■■■■ ALLIANZ GLOBAL ARTFCL INTLGC WT4 EUR ■■■■■■■■ FRANKLIN TECHNOLOGY W ACC USD ■■■■■■■■ NORDEA 1 - GLOBAL CLIMATE & ENVIR BI EUR ■■■■■■■■ ROBECO BP US PREMIUM EQUITIES IH € ■■■■■■■ SCHRODER ISF EM MKTS I ACC USD ■■■■■■■ VONTOBEL US EQUITY I USD ■■■■■■■ BGF WORLD TECHNOLOGY A2 USD ■■■■■■■ PICTET-SECURITY I USD ■■■■■■■ FIDELITY CHINA CONSUMER Y-ACC-USD AXA ROSENBERG US ENH IDX EQ ALP A $ ACC ■ ■ ■ ■ ■ ■ FIDELITY INSTL EURP LARGERCOMS R-ACC-EUR ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■■■■■■ PICTET - ROBOTICS I EUR ■■■■■■ INVESCO GLBL CONSMR TRNDS A USD ACC ■■■■■■ INVESCO JAPANESE EQ ADV A JPY ACC ■■■■■■ AMUNDI FDS PINR US EQFDM GR A EUR C INVESCO PAN EUROPEAN EQUITY A EUR ACC ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■■■■■■ FRANKLIN US OPPORTUNITIES W(ACC)USD JPM EMERGING MARKETS EQUITY A (DIST) USD ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■■■■■■ BGF CONTINENTAL EURP FLEX E2 EUR ■■■■■■ BGF WORLD HEALTHSCIENCE A2 EUR ■■■■■■ SEILERN WORLD GROWTH CHF H R ■■■■■■ PICTET-GLOBAL MEGATREND SEL I EUR ■■■■■■ UBS (LUX) EF CHINA OPPO(USD) Q USD ACC ■■■■■■ JPM US SELECT EQUITY A (ACC) USD ■■■■■■ MS INVF US GROWTH I ■■■■■ DPAM INVEST B EQS NEWGEMS SUST W CAP ■■■■■ VONTOBEL MTX SUST EMMKTS LDRS I USD ■■■■■ FIDELITY EM MKTS Y-DIST-USD ■■■■■ MS INVF ASIA OPPORTUNITY Z ■■■■■ BROWN ADVISORY US EQ. GROWTH $ P ACC ■■■■ PICTET-DIGITAL PUSD ■■■■ SCHRODER ISF EURO EQUITY I ACC EUR ■■■■ SCHRODER ISF ASIAN OPPORTS I ACC USD MFS MERIDIAN EUROPEAN RESEARCH A1 EUR ■ ■ ■ ■ ■■■■ MFS MERIDIAN GLOBAL EQUITY A1 USD ■■■■ GAM STAR CONTINENTAL EURP EQ GBP ACC ■■■■ ODDO BHF AVENIR EUROPE CR-EUR CREDIT SUISSE (LUX) DIGITAL HEALTH EQUITY ■ ■ ■ ■ ■■■■ CPR INVEST GLBL DSRPT OPP R EUR ACC ■■■■ PICTET-WATER I EUR ■■■■ PICTET - GLOBAL ENVIR OPPS I EUR ■■■■ DWS INVEST TOP DIVIDEND IC BGF NEXT GENERATION TECHNOLOGY I2 USD ■ ■ ■ ■ ■■■■ AMUNDI FDS EUROLAND EQUITY A EUR C ■■■■ GS EM CORE® EQ I ACC USD CLOSE MFS MERIDIAN EUROPEAN SMLR COMS A1 EUR ■ ■ ■ ■ ■■■ JPM US TECHNOLOGY A (DIST) USD ■■■ JPM EUROPE STRATEGIC VALUE C (DIST) EUR ■■■ JPM EUROPE EQUITY PLUS A PERF (ACC) EUR ■■■ BNP PARIBAS AQUA C C ■■■ GS US CORE® EQUITY BASE ACC USD SNAP

500 1.000 SCHRODER ISF EMERGING ASIA I ACC EUR BNY MELLON LONG-TERM GLBL EQ USD C ACC JPM GLOBAL HEALTHCARE C (ACC) USD PICTET-CLEAN ENERGY I USD PICTET-USA INDEX P USD THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL FOCUS ZU BGF SUSTAINABLE ENERGY D2 JPM JAPAN EQUITY A (DIST) USD LM CLEARBRIDGE INFRAS VAL PR EUR ACC CANDRIAM EQS L BIOTECH R USD CAP BNP PARIBAS ENERGY TRANSITION C C JANUS HENDERSON HRZN GLBTECH. H2USD GS JAPAN EQUITY BASE ACC JPY SCHRODER ISF GLB CLMT CHG EQ I ACC USD FIDELITY WORLD Y-DIS-EUR POLAR CAPITAL GLOBAL TECH INC AMUNDI FDS EUROPEAN EQ VAL M2 EUR C M&G (LUX) EURP STRAT VAL CI EUR ACC JPM ASIA PACIFIC EQUITY A (ACC) EUR PICTET-EUROPE INDEX P EUR FIDELITY FAST EUROPE A-ACC-EUR JPM EUROPE DYNAMIC TECHS FD C (DIST) EUR AMUNDI IS MSCI NORTH AMERICA IE-C AB AMERICAN GR PTF C ACC LEGG MASON CB US LG CP GR X USD ACC M&G (LUX) GLB DIVIDEND CI EUR ACC THREADNEEDLE (LUX) PAN EURP SMCPOPPS ZE FIDELITY GERMANY A-DIS-EUR MS INVF GLOBAL PROPERTY I SCHRODER ISF JAPANESE EQ I ACC JPY BGF WORLD MINING D2 JANUS HENDERSON HRZN GLBLPTYEQSI2USD JPM US VALUE A (DIST) GBP DWS DEUTSCHLAND IC FIDELITY GLOBAL DIVIDEND Y-ACC-USD JPM EM MKTS SMALL CAP A (ACC) PERF USD PICTET-NUTRITION I EUR FRANKLIN INDIA I(ACC)USD AB SUSTAINABLE GLB TMTC AXXUSDACC CANDRIAM EQS L ONCLGY IMPCT I USD CAP FIDELITY IBERIA A-DIS-EUR UBS (LUX) EF GREATER CHINA (USD) Q AB EUROZONE EQ PTF IX ACC DWS INVEST GLOBAL INFRAS FC ALLIANZ EUROLAND EQUITY GROWTH IT EUR JUPITER EUROPEAN GROWTH D EUR ACC BGF WORLD GOLD A2 USD JPM GLOBAL FOCUS D (ACC) EUR PICTET-JAPANESE EQUITY OPPS PJPY GS GLOBAL CORE® EQ I INC USD SNAP NN (L) US ENH CR CONCNTR EQ P CAP USD AB INTERNATIONAL HC AX USD ACC THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL TECH AU USD GS EMERGING MARKETS EQ BASE ACC USD TEMPLETON GROWTH (EURO) I(ACC)EUR MFS MERIDIAN US VALUE A1 USD FIDELITY ASIA FOCUS Y-DIS-USD SCHRODER ISF CHINA OPPS I ACC USD BNP PARIBAS EUROPE SMALL CAP I C FIDELITY AMERICA A-DIS-USD

■■■ ■■■ ■■■ ■■■ ■■■ ■■■ ■■■ ■■■ ■■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■

500 1.000

■ JPM US SMALLER COMPANIES A (DIST) USD ■ GS GLOBAL MILLENNIALS EQ I ACC USD JANUS HENDERSON HRZN EUROLAND H2 EUR ■ BGF EUROPEAN SPECIAL SITUATIONS A2 EUR ■ ■ DWS AKTIEN STRATEGIE DEUTSCHLAND IC ■ SCHRODER ISF US LARGE CAP I ACC USD ■ EDRF BIG DATA N EUR ■ JPM CHINA A (DIST) USD MIRABAUD SUSTAINABLE GLBL FCS A USD ACC ■ UBAM 30 GLOBAL LEADERS EQUITY AHC USD ■ ■ ALLIANZ THEMATICA WT4 EUR ■ SCHRODER ISF ASIAN TTL RET C ACC USD ■ BNP PARIBAS SMART FOOD I CAP ■ FIDELITY EUROPEAN GROWTH Y-DIS-EUR JANUS HENDERSON GLB TECH&INNO A2 USD ■ ■ BSF EUROPEAN OPPS EXTENSION A2 EUR ■ ALLIANZ CHINA A SHARES AT USD ■ FIDELITY GLB DMGRPHCS Y-ACC-USD ■ AS SICAV I ASIA PAC EQ X ACC USD ■ BGF EURO-MARKETS A2 EUR ■ VONTOBEL CLEAN TECHNOLOGY B EUR ■ INVESCO PAN EUR STRUCTEQ C EUR ACC LEGG MASON CB US EQ SUST L. PR EURHACC ■ ■ ODDO BHF AVENIR EURO CR-EUR JPM EUROPE STRATEGIC GROWTH C (DIST) EUR ■ ■ MS INVF GLOBAL QUALITY Z ■ PICTET-PREMIUM BRANDS I EUR ■ AS SICAV I CHINA A SHARE EQ I ACC USD ■ FIDELITY EUROPEAN LGR COMS Y-DIS-EUR ■ AS SICAV I EUROPEAN EQ A ACC EUR ■ CAPITAL GROUP INV CO OF AMER(LUX) Z ■ LEGG MASON RY US SMCP OPP X USD ACC ■ UBS (LUX) ES EURO COUNTRS INC€ Q-ACC ■ INVESCO ASIA CONSUMER DEM. C USD ACC ■ PICTET SMARTCITY I EUR ■ UBS (LUX) ES L/T THMS $EUR H P ■ AS SICAV I JAPANESE EQ X ACC JPY ■ ECHIQUIER ARTIFICIAL INTELLIGENCE B EUR ■ BNP PARIBAS DISRPT TECH CL D ■ BNP PARIBAS US SMALL CAP CLASSIC R ■ CANDRIAM SST EQ EM MKTS R € ACC ■ JPM EUROLAND EQUITY C (DIST) EUR ■ AXA ROSENBERG GLB EQ ALPHA A USD ACC AXA ROSENBERG US EQUITY ALPHA A USD ACC ■ ■ AXAWF FRAM ROBOTECH I CAP USD AXAWF FRAMLINGTON DGTL E. I CAP EURHDG ■ ■ BROWN ADVISORY US SUST GR USD C ACC CARMIGNAC PF GRANDE EUROPE F EUR ACC ■ ■ ELEVA UCITS ELEVA EURP SEL I EUR ACC LAZARD GLOBAL LSTD INFRAS EQ A ACC EUR H ■ MIRAE ASSET ASIA GREAT CONSUMER EQ I USD ■ ■ MIRAE ASSET ASIA SECT LDR EQ I USD CAP NEUBERGER BERMAN US MLTCP O. USD1 IACC ■ ■ NORDEA 1 - EMERGING STARS EQUITY BI EUR ■ POLAR CAPITAL BIOTECH S INC ■ POLAR CAPITAL NORTH AMERICAN S ■ T. ROWE PRICE US EQ I USD ■ T. ROWE PRICE US LG CAP GR EQ I USD ■ T. ROWE PRICE US SMLR CM EQ Q USD TEMPLETON GLB CLIMATE CHANGE A(YDIS)EUR ■

Fundos com mais de 1.000 milhões de euros nas mãos de clientes ibéricos.

OS FAVORITOS DOS ANALISTAS EUROPEUS EM 2021

Entre parêntesis o número total de votos. FUNDO Jupiter Dynamic Bond (25) Morgan Stanley US Advantage Fund (16) Morgan Stanley Global Opportunity (15) Robeco Global Consumer Trends (13) Capital Group New Perspective Fund (12) Fundsmith Equity (9) Flossbach von Storch Bond Opportunities II (9) PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund (9) MFS Meridian Funds Prudent Wealth Fund (8) Seilern World Growth (8) T. Rowe Price Japanese Equity Fund (8) DPAM Equities NewGems Sustainable (7)

CATEGORIA Obrigações Ações Ações Ações Ações Ações Obrigações Multiativos Multiativos Ações Ações Ações

FUNDO Flossbach von Storch Multiple Opportunities II (7) BMO Real Estate Equity Market Neutral (7) Morgan Stanley IF Asia Opportunity Fund (7) Morgan Stanley INVF US Growth Fund (7) Acatis Gane Value Event Fonds (6) Brown Advisory US Equity Growth (6) Allianz Global Artificial Intelligence (6) BlackRock BGF World Technology Fund (6) JP Morgan Emerging Market Equity (6) BlueBay Invest. Grade Euro Govern. Bond Fund (5) Eleva Absolute Return Europe (5) Eleva European Selection (5)

CATEGORIA Multiativos Alternativos Ações Ações Multiativos Ações Ações Ações Ações Obrigações Alternativos Ações

FUNDO Fidelity Funds European Dynamic Growth (5) MFS Meridian European Value (5) Oddo Avenir Europe (5) Ruffer Total Return International (5) Schroder EUR Corporate Bond (5) Vontobel MTX Sustainable Emerging Mark. Lead. (5) BlackRock BSF European Absolute Return (5) BlackRock BSF Global Event Driven (5) Brown Advisory US Sustainable Growth Fund (5) Fidelity Funds Euro Short Term Bond (5)

CATEGORIA Ações Ações Ações Multiativos Obrigações Ações Alternativos Alternativos Ações Obrigações

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 19


PANORAMA FÓRUM APFIPP por Sérgio Brito

TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS PATRIMÓNIO

FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

15000

PATRIMÓNIO 400 300 200 100 0 -100 -200 -300 -400 -500 -600

14000 13000 12000 11000

DEZEMBRO 2019

DEZEMBRO 2020

O MERCADO NACIONAL DE ORGANISMOS DE INVESTIMENTO COLECTIVO O ANO 2020 EM REVISTA O ano que terminou vai ficar na memória pela grave crise sanitária que se abateu sobre todo o mundo sob a forma da pandemia COVID-19. 2021 será, tal como o anterior, um ano de exigentes desafios, que os gestores nacionais procurarão ultrapassar, para continuarem a merecer a confiança dos investidores.

20  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

2200

150 120

1925

90 60

1650

30 0

1375

-30 -60

1100

DEZEMBRO 2019

A

DEZEMBRO 2020

-90

pesar da esperança que o desenvolvimento de diversas vacinas e o início da vacinação significam, a doença significou prejuízos elevadíssimos, não apenas ao nível de vidas humanas, havendo a lamentar milhões de mortes, como ao nível económico, com uma descida abrupta dos principais indicadores económicos, motivada pela paralisação total ou parcial de uma parte significativa dos agentes económicos, num esforço dos governos para travar a progressão da doença. Ainda assim, nos mercados financeiros, o ano 2020 termina em alta, compensando grande parte das perdas ocorridas em fevereiro e março, quando as principais economias mundiais entraram em lockdown. Em Portugal, apesar da diminuição de rendimentos de muitas famílias, afetadas pela redução da actividade económica, há que saudar o aparente regresso a uma cultura de poupança. Os dados registados nos primeiros três trimestres denotam uma taxa de poupança das famílias superior a 10%, o que não sucedia desde 2013, em pleno bail-out. A maior poupança contribuiu para que 2020 voltasse a ser um ano muito positivo para a indústria nacional de Organismos de Investimento Coletivo, em especial os que investem em Valores Mobiliários (também conhecidos por Fundos de Investimento Mobiliário).


FUNDOS DE OBRIGAÇÕES PATRIMÓNIO

FUNDOS MISTOS

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

2500

FUNDOS DE AÇÕES CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

PATRIMÓNIO 5000

120 90

100

60

50

30 4000

-30

-50

3000

-150

DEZEMBRO 2020

-250

DEZEMBRO 2019

QUADRO-RESUMO DA RENDIBILIDADE ANUAL DOS F.I.M. EM 31/12/2020 CATEGORIA APFIPP

-40 -60 -80

REND. MÍNIMA

1.200

0,01 0,73 0,21 13,27 2,69 -6,84 -6,21 -3,09 16,23 -2,07 16,61 5,06 9,81 9,55 8,02 0,94 -0,93 10,24 -7,55 7,91

-0,01 0,13 -0,23 1,47 1,63 -10,90 -12,22 -7,30 9,72 -9,08 6,52 2,66 4,92 6,21 -1,11 0,94 -0,93 1,82 -10,25 1,70

-0,02 -0,41 -0,98 -1,64 0,72 -16,41 -17,55 -11,88 1,26 -22,12 -14,50 0,02 -2,94 0,00 -17,65 0,94 -0,93 -4,07 -12,96 -2,20

900

DEZEMBRO 2020

0 -300

F. CURTO PRAZO*

F. OBRIGAÇÕES

F. MULTIACTIVOS**

F. ACÇÕES

PPR

OUTROS FUNDOS

TOTAL

Fonte: APFIPP. * - Inclui Fundos do Mercado Monetário. ** - Inclui Fundos Flexíveis

EVOLUÇÃO DOS O.I.I. EM 2020 (Milhões Euro) DIC/2019

DIC/2020

5.000 4.000 3.000

REND. MÉDIA

REND. MÍNIMA

2.000

3,89 5,58 -7,15 7,15 3,30 22,69 70,26

0,42 1,34 -12,98 1,33 0,85 -5,08 3,50

-3,74 -7,35 -16,11 -2,48 -0,38 -39,44 -18,96

1.000

Em 31 de dezembro, estes instrumentos de aforro acumulavam um total de 14 669 milhões de euros, o valor mais elevado desde outubro de 2010, que traduz um crescimento de 12,9% em relação ao ano anterior. Se parte deste crescimento se deve a ganhos de rendibilidade, na me-

-100

DEZEMBRO 2019

300

REND. MÁXIMA

Fonte: APFIPP

DEZEMBRO 2020

600

7.000

QUADRO-RESUMO DA RENDIBILIDADE ANUAL DOS F.I.I. EM 31/12/2020

1000

1.500

REND. MÉDIA

6.000

F. Abertos de Acumulação F. Abertos de Rendimento FUNGEPI's FIIAH's Fundos Florestais Fundos Fechados de Desenvolvimento Fundos Fechados de Arrendamento

-20

1500

SUBSCRIÇÕES LÍQUIDAS EM 2020 (Milhões Euro)

REND. MÁXIMA

* - Inclui PPR sob a forma de Fundo de Pensões Aberto

CATEGORIA APFIPP

0

-200

-120

F. Mercado Monetário Euro F. Curto Prazo Euro F. Obrig. Tx Indexada Euro F. Obrigações Euro F. Obrigações Internacionais F. Acções Nacionais F. Acções Ibéricas F. Acções U.E., Suíça e Noruega F. Acções América do Norte F. Acções Sectoriais Outros F. Acções Internacionais F. Multi-Activos Defensivos F. Multi-Activos Equilibrados F. Multi-Activos Agressivos Fundos Flexíveis F.I.A. de Obrigações F.I.A. de Retorno Absoluto Outros F.I.A. Fundos PPA Fundos PPR *

20

-150

-90

DEZEMBRO 2019

40

-100

-60

1500

2000

0

0

2000

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

PATRIMÓNIO 150

0 F. ABERTO F. ABERTO ACUMULAÇÃO RENDIMENTO

FUNGEPI

F.I.I.A.H.’S

F. F. FLORESTAIS REABILITAÇÃO

F. FECHADO

Fonte: APFIPP; CMVM

dida em que mais de 2/3 dos FIM apresentaram, em 2020, um retorno positivo, o maior contributo para este desempenho veio da forte procura pelos aforradores, traduzida em subscrições líquidas anuais de quase 1 500 milhões de euros, o saldo anual mais elevado desde 2009.

Num ano em que se as taxas de juro dos depósitos se mantiveram nulas ou próximas de zero, os Fundos de Curto Prazo conseguiram capitalizar e captar 371 milhões de euros de novas subscrições. Os campeões, pelo segundo ano consecutivo, são os Fundos Multi-Ativos, que registaram JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 21


PANORAMA FÓRUM APFIPP entradas líquidas de 491 milhões de euros. Em segundo lugar, na tipologia de mais subscritos, surgem os PPR, com uma procura líquida de 464 milhões de euros, em 2020. Apesar da queda significativa nos mercados financeiros, em fevereiro e março, especialmente no segmento acionista, a recuperação posterior possibilitou que a maioria dos FIM terminasse o ano com rendibilidade positiva. Neste campo, merecem destaque, pela positiva, os fundos que investem em ações americanas. Pelo contrário, os fundos mais pena-

OS CAMPEÕES, PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO SÃO OS FUNDOS MULTIATIVOS

AS GESTORAS EM DEZEMBRO DE 2020

ORGANIMOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO

(Dados em Milhões Euro) GESTÃO DE PATRIMÓNIOS

DEZEMBRO 2020

BMO Portugal Caixa Gestão de Ativos Santander Asset Management GNB - SGP BPI Gestão de Activos Montepio Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest Bankinter Gestion Activos - Suc. Port. Optimize Investment Partners Dunas Capital - Gestão de Activos LYNX Asset Managers Total

14.762,92 9.791,52 5.795,08 5.136,82 3.453,23 1.607,07 1.367,44 564,55 90,16 23,18 7,02 42.598,98

QUOTA (%)

DEZEMBRO 2019

34,66 22,99 13,60 12,06 8,11 3,77 3,21 1,33 0,21 0,05 0,02

15.353,48 21.993,16 6.008,47 6.194,36 3.194,59 1.514,73 1.411,84 546,02 107,24 15,64 5,43 56.344,98

QUOTA (%)

VAR. (%) 2020

27,25 39,03 10,66 10,99 5,67 2,69 2,51 0,97 0,19 0,03 0,01

-3,85 -55,48 -3,55 -17,07 8,10 6,10 -3,15 3,39 -15,93 48,18 29,33 -24,40

Nota: Amostra = 87,2% do total de activos da Gestão de Patrimónios (Em Dezembro de 2020)

FUNDOS DE PENSÕES Ageas Pensões CGD Pensões BPI Vida e Pensões GNB - SGFP S.G.F.P. Banco de Portugal Futuro Santander Pensões BBVA Fundos Real Vida Seguros SGF Previsão Victoria - Seguros de Vida, SA Total

DEZEMBRO 2020* 6.427,66 4.434,82 3.140,33 2.463,57 2.108,74 1.829,84 1.143,83 569,96 240,24 87,04 79,91 16,32 22.542,26

QUOTA (%)

DEZEMBRO 2019

28,51 19,67 13,93 10,93 9,35 8,12 5,07 2,53 1,07 0,39 0,35 0,07

5.975,90 4.099,88 3.095,33 2.340,93 2.048,88 1.723,12 1.161,31 506,94 251,23 79,60 79,45 16,58 21.379,13

QUOTA (%)

VAR. (%) 2019

27,95 19,18 14,48 10,95 9,58 8,06 5,43 2,37 1,18 0,37 0,37 0,08

-0,66 6,09 -1,75 1,77 0,12 0,57 -3,85 6,91 -11,68 1,71 -5,26 -2,43 5,44

Nota: Amostra = 97,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em Dezembro 2020) * - Dados Provisórios (Fonte: ASF)

22  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

Interfundos Square Asset Management GNB Real Estate Caixa Gestão de Ativos Norfin BPI Gestão de Activos Montepio Valor Santander Asset Management Silvip SFS - Gestão de Fundos GEF LYNX Asset Managers Imofundos Libertas Insula Capital Fundiestamo Institutional Investment Fidelidade - SGOIC Profile First Fund Box Violas Ferreira - SICAFI, SA TF Turismo Fundos Atlantic Imopolis ECS - SGFII Vila Gale Gest Gesfimo - Espírito Santo Irmãos Refundos Crédito Agrícola Gest Imorendimento Floresta Atlântica Invest Gestão de Activos Silar - SICAFI, SA Fundger Total

lizados foram os que investem maioritariamente em ações no mercado europeu, particularmente os Fundos de Ações Nacionais e os Fundos de Ações Ibéricas. Graças a um crescimento significativo no último mês do ano, o segmento dos Organismos de Investimento Imobiliário cresceu, em 2020, 3,1%, em comparação com o ano anterior. Este crescimento fica a dever-se, maioritariamente à constituição de 11 SICAFI’s, as quais, no final de 2020, tinham um património líquido de 554 milhões de euros.

DEZEMBRO 2020 1.269,80 1.148,07 1.066,43 931,22 551,74 531,68 424,03 418,17 405,94 394,20 376,37 352,68 296,58 285,30 274,71 274,32 255,31 242,64 198,33 188,57 175,64 161,46 128,35 103,17 102,95 61,93 57,43 42,03 31,55 31,06 24,33 17,22 12,03

QUOTA (%) 11,72 10,60 9,84 8,59 5,09 4,91 3,91 3,86 3,75 3,64 3,47 3,25 2,74 2,63 2,54 2,53 2,36 2,24 1,83 1,74 1,62 1,49 1,18 0,95 0,95 0,57 0,53 0,39 0,29 0,29 0,22 0,16 0,11

10.835,26

FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO

DEZEMBRO 2020

Caixa Gestão de Ativos IM Gestão de Ativos BPI Gestão de Activos Santander Asset Management GNB Fundos Mobiliários Bankinter Gestion Activos - Suc. Port. Montepio Gestão de Activos Optimize Investment Partners Invest Gestão de Activos Dunas Capital - Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest LYNX Asset Managers Sixty Degrees -SGFIM Casa de Investimentos - GPFIM GFM Capital - SICAF IAF BIZ Capital - SGOIC Popular Gestão de Activos Total

4.798,01 3.200,07 2.741,19 2.558,42 664,71 191,60 158,66 144,66 115,02 37,84 20,03 16,75 7,04 5,70 5,20 3,92 14.668,82

QUOTA (%) 32,71 21,82 18,69 17,44 4,53 1,31 1,08 0,99 0,78 0,26 0,14 0,11 0,05 0,04 0,04 0,03

DEZEMBRO 2019

QUOTA (%)

VAR. (%) 2020

1.308,83 1.144,80 1.096,47

12,45 10,89 10,43

-2,98 0,28 -2,74

976,92 553,11 400,77 420,80 503,57 399,51 296,50 276,13 286,38 27,92 26,62 270,97 144,27 334,49 221,23 187,32 151,25 161,72 92,51 97,50 4,32 71,15 63,86 76,46 35,64 30,92 24,56 17,48 11,27 796,36 10.511,61

9,29 5,26 3,81 4,00 4,79 3,80 2,82 2,63 2,72 0,27 0,25 2,58 1,37 3,18 2,10 1,78 1,44 1,54 0,88 0,93 0,04 0,68 0,61 0,73 0,34 0,29 0,23 0,17 0,11 7,58

-43,52 -3,87 5,80 -0,62 -19,39 -1,33 26,94 27,72 3,56 921,83 931,83 1,24 76,96 -27,46 -10,35 0,67 16,12 -0,16 38,74 5,81 2.282,11 -12,95 -10,06 -45,03 -11,46 0,44 -0,92 -1,49 6,78 -100,00 3,08

DEZEMBRO 2019

QUOTA (%)

VAR. (%) 2020

4.385,73 2.386,02 2.603,99 2.322,81 573,29 132,94 189,40 135,92 82,95 44,82 19,99 12,39 3,26

33,74 18,36 20,03 17,87 4,41 1,02 1,46 1,05 0,64 0,34 0,15 0,10 0,03

9,40 34,12 5,27 10,14 15,95 44,12 -16,23 6,43 38,67 -15,57 0,23 35,22 115,88

5,33

0,04

-2,39

98,99 12.997,83

0,76

-100,00 12,86


P

TNE

ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS Dados em milhões de euros 1500

1.500

aforradores pelos OII, enquanto alternativa de aplicação das poupanças, dirigidas para o mercado imobiliário, um dos mais dinâmicos, em Portugal. Esta maior procura pelos OII (abertos) está, igualmente, muito ligada à sua performance, já que têm apresentado rendibilidades muito interessantes, face a outro tipo de aplicações. Tendo em conta a situação pandémica que vivemos, o ano 2021 será, tal como o anterior, um ano de exigentes desafios, que os gestores nacionais procurarão ultrapassar, para continuarem a merecer a confiança dos investidores.

FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO

NOVEMBRO E DEZEMBRO 2020

DESDE INÍCIO DO ANO

ÚLTIMOS 12 MESES

IM Gestão de Ativos

309,839

805,475

805,475

Caixa Gestão de Ativos

138,969

268,714

268,714

BPI Gestão de Activos

108,573

118,762

118,762

Santander Asset Management

95,962

143,896

143,896

GNB Fundos Mobiliários

43,080

79,341

79,341

17,138

53,837

53,837

9,310

32,095

32,095

Bankinter Gestion Activos - Suc. Port. Invest Gestão de Activos Casa de Investimentos - GPFIM

4,784

5,641

5,641

BIZ Capital - SGOIC

3,688

3,688

3,688

Optimize Investment Partners

3,192

9,067

9,067

LYNX Asset Managers *

0,815

3,120

3,120

0,000

0,000

0,000

Crédito Agrícola Gest GFM Capital - SICAF IAF

0,000

0,000

0,000

Dunas Capital - Gestão de Activos

-0,583

-6,206

-6,206

1.250

Montepio Gestão de Activos

-0,924

-26,750

-26,750

1000

Popular Gestão de Activos

Sixty Degrees -SGFIM

1.000 750 500 500

250 00

-250 -500 -500

-750

Total

-1.250 -1.500 -1500

NOVEMBRO E DEZEMBRO 2020

733,844

n.a.

n.a.

-13,091

-13,091

1.477,589

1.477,589

* não inclui as subscruções líquidas ocorridas em Dezembro de 2020

FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO * Fundos de Curto Prazo Euro

NOVEMBRO E DEZEMBRO 2020 233,495

DESDE INÍCIO DO ANO 193,769

ÚLTIMOS 12 MESES 193,769

Fundos PPR

163,187

464,161

464,161

F. Multi-Activos Defensivos

149,435

355,570

355,570

Outros F. Acções Internacionais

78,752

192,365

192,365

Fundos de Obrigações Euro

60,617

222,013

222,013

60,434

128,601

128,601

F. Mercado Monetário Euro

45,291

173,199

173,199

F. Obrigações Taxa Indexada Euro

29,675

2,548

2,548

F. Multi-Activos Equilibrados

16,869

11,698

11,698

2,714

4,210

4,210

1,171

-5,836

-5,836

Fundos de Obrigações Internacional

0,839

3,540

3,540

FIA Flexíveis

0,825

3,612

3,612

FIA de Retorno Absoluto

0,000

-0,016

-0,016

Fundos Flexíveis

F. Mercado Monetário Internacional -1000 -1000

n.a.

Fundos de Acções Nacionais

Fundos PPA

-0,024

-0,271

-0,271

F. Multi-Activos Agressivos

-0,080

-8,796

-8,796

FIA de Obrigações

-0,415

Fundos de Acções Ibéricas

-2,104

-5,082

-5,082

Outros FIA

-7,324

-53,235

-53,235

Fundos de Acções Sectoriais

-8,654

-7,601

-7,601

F. Acções da U.E., Suíça e Noruega

-9,282

-24,446

-24,446

-2,213

-2,213

F. Acções da América do Norte

-25,891

-39,415

-39,415

Outros Fundos

-55,686

-130,788

-130,788

Total

733,844

1.477,589

1.477,589

* - Não inclui os Fundos geridos por 1 entidades (amostra = 99,95%)

AR

Os Fundos Abertos, terminam, igualmente, o ano com uma evolução positiva, tendo crescido 7,0% relativamente ao final de 2019. Parte significativa deste crescimento deveu-se à conversão de um fundo fechado em fundo aberto, com um património líquido de 175 milhões de euros à data da transformação. Estes fundos beneficiaram, igualmente, de uma procura consistente por parte dos aforradores, terminando o ano com entradas líquidas estimadas em mais de 19 milhões de euros, o que é revelador do interesse dos pequenos

P

R

TNE R

AR

A OPINIÃO DE BEGOÑA GOMEZ Responsável de Vendas, Invesco

PREVISÕES PARA 2021 Agora que por fim deixámos para trás 2020, chega o momento de olhar em frente. Como no início de todos os anos perguntamos o que podemos esperar nos próximos 12 meses. Na Invesco pensamos que o contexto económico será favorável graças às vacinas. Deveremos assistir a uma melhoria generalizada - e em alguns casos muito aguda - do crescimento económico após a depressão de 2020. Isto deverá ser positivo para as ações a nível global, com a China e o resto da Ásia como os grandes beneficiados, graças à sua rápida recuperação da crise da COVID-19. Quanto a setores, acreditamos que a rotação para empresas value, mais ligadas ao ciclo económico, continuará a ser a tendência dominante em 2021, como o foi no último trimestre de 2020, especialmente na Europa. Também as empresas relacionadas com o consumo digital devem continuar a beneficiar da mudança de hábitos dos consumidores na Ásia e a nível global. Quanto às obrigações, a debilidade do dólar e o crescimento económico global devem beneficiar especialmente das obrigações emergentes em divisas locais. Para os mercados desenvolvidos, a dívida subordinada do setor financeiro (AT1) pode oferecer uma rentabilidade adicional mais interessante. E, por último, o ouro pode continuar a ser um ativo interessante num contexto de debilidade do dólar e estímulos massivos por parte dos governos e bancos centrais. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 23


PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2021 FUNDO

SELO

RENTABILIDADE ANUAL 5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 25-1-21 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

ASIA FIXED INCOME Schroder ISF Asian LclCcy Bd C Acc USD D WS Invest Asian Bonds USD IC E urizon Bond Aggregate RMB Z EUR Acc

DABC DABC DABC

4,08 5,57 2,27 6,65 USD Chow Yang Ang; Julia Ho; 6,07 4,13 -3,50 9,38 USD Osvaldo Kwan; Henry Wong; 0,45 EUR

EMERGING MARKETS FIXED INCOME Jupiter Glbl Em Mkt Crp Bd I USD Acc GS EM Corp Bd I Acc USD P IMCO GIS Em Mkts Bd Instl USD Acc PIMCO GIS Em Mkts Bd ESG Ins USD Acc AS SICAV I EM Corp Bd X Acc USD AS SICAV I Frntr Mkts Bd X Acc USD N ordea 1 - Emerging Mkt Debt TR BC EUR Jupiter Global EM Sht Dur Bd I USD Acc Candriam Sst Bd Em Mkts R $ Acc M &G (Lux) Em Mkts Bd C USD Acc J PM Emerg Mkts Corp Bd A (acc) USD N euberger Berman EM DbtHrdCcy USD I C MFS Meridian Emerging Mkts Dbt A2 USD J PM Emerg Mkts Inv Grd Bd A (acc) EURH MS INVF Emerging Mkts Corp Debt Z Neuberger Berman Shrt DurEM DbtUSD I Acc GS Em Mkts Dbt Base Acc USD Schroder ISF EM Dbt Abs Rt I Acc USD P ictet-Short Term Em Corp Bds I USD Capital Group EM Lcl Ccy Dbt(LUX) Z N ordea 1 - Emerging Market Bond BP EUR T. Rowe Price Em Lcl Mkts Bd I USD Amundi Fds Em Mkts Bd C EUR C Vontobel Emerging Mkts Dbt I USD Ninety One GSF EM Lcl Ccy Dbt I Acc EUR Muzinich EmergingMktsShrtDur HEUR Acc S N N (L) Em Mkts Corp Dbt X Cap EUR H i GAM Multibond Local Emerging Bond USD C E psilon Fund Emerg Bd Ttl Ret I EUR Acc BGF Emerging Markets Lcl Ccy Bd A2 USD N inety One GSF EM LclCcyTlRtDt S AccEUR

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

6,03 5,01 5,55 5,89 5,20 5,37 5,06 4,95 4,88 6,50 4,87 4,73 4,55 4,19 5,18 4,14 3,58 3,99 5,38 3,97 3,58 3,94 4,03 3,68 4,32 3,66 1,97 3,42 3,50 3,17 3,40 3,16 1,54 3,05 4,31 2,94 4,08 2,74 4,73 2,52 3,07 2,36 4,96 2,22 3,72 2,15 2,58 1,95 4,19 1,94 3,99 1,91 1,13 0,61 2,74 -0,56

EUROPE FIXED INCOME Carmignac Pf Uncons Credit A EUR Acc NB Euro Bond N B Obrigações Europa FIMAO B lueBay Inv Grd Euro Govt Bd I EUR Acc BlueBay Inv Grd Euro Aggt Bd I EUR JPM EU Government Bond C (acc) EUR Schroder ISF EURO Corp Bd I Acc EUR Franklin European Ttl Ret W(acc)EUR Eurizon Bond Aggregate EUR Z EUR Acc Schroder ISF EURO Bond I Acc EUR S chroder ISF EURO Crdt Convct C Acc EUR M S INVF Euro Strategic Bond I Candriam Bds Euro High Yld R EUR Cap DWS Invest Euro-Gov Bonds FC L azard Credit Fi PVC EUR NN (L) Green Bond I Cap EUR Allianz Euro Credit SRI IT EUR P IMCO GIS Euro Bond Instl EUR Acc Carmignac Pf Uncons Euro FI F EUR Acc BNP Paribas Euro High Yld Bd I C Vanguard € Govt Bd Idx € Acc B NP Paribas Euro Government Bd Privl C BlueBay High Yield Bond R EUR Nordea 1 - European Fincl Dbt BI EUR BlueBay Investment Grade Bd B EUR T. Rowe Price Euro Corp Bd Z EUR Janus Henderson Hrzn Euro Corp Bd I2 EUR M S INVF Euro Bond I Threadneedle (Lux) European Strat Bd AE B GF Euro Bond A2 EUR M uzinich Europeyield HEUR Acc S D WS Invest Euro Corporate Bds FC Fidelity European Hi Yld Y-EUR Vanguard €z Infl-Lnkd Bd Idx € Acc Nordea 1 - European High Yld Bd BI EUR

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

10,73 10,39 10,72 EUR Pierre Verlé; Alexandre Deneuville; 7,34 8,86 12,02 7,94 EUR Vasco Teles 7,54 8,25 13,27 8,17 EUR Vasco Teles 4,90 5,02 5,31 4,23 EUR Mark Dowding; Kaspar Hense; 5,22 4,99 6,49 4,57 EUR Mark Dowding; Kaspar Hense; 3,38 4,52 5,67 4,02 EUR Iain T. Stealey; Séamus Mac Góráin; 5,15 4,42 5,62 6,29 EUR Patrick Vogel 3,43 4,35 7,95 4,59 EUR John W. Beck; David Zahn; Sonal Desai; 4,33 5,65 4,43 EUR 3,69 4,21 5,48 4,25 EUR Paul Grainger; James Ringer; 5,33 4,14 5,47 7,14 EUR Patrick Vogel 4,17 4,14 4,98 4,84 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Marco Spaltro; Richard Class; 5,14 4,11 4,40 6,60 EUR Philippe Noyard; Nicolas Jullien; Thomas Joret; 3,28 4,07 4,70 4,44 EUR Torsten Strohrmann; Oliver Eichmann; Moritz Rieper; Ernest Maul; 5,02 4,04 5,72 9,45 EUR François Lavier 4,03 4,54 5,15 EUR Alfred Meinema; Bram Bos; Jovita Razauskaite; 4,27 3,96 5,07 7,41 EUR Hervé Dejonghe; Laetitia Talavera-Dausse; 3,64 3,91 4,84 3,87 EUR Andrew Bosomworth; Andrew Thomas Balls; Lorenzo Pagani; 2,84 3,91 9,68 5,27 EUR Guillaume Rigeade; Eliezer Ben Zimra; 4,69 3,88 4,63 9,02 EUR Olivier Monnoyeur; Gilles Caraguel; 2,89 3,86 4,66 3,70 EUR — 2,81 3,75 4,75 3,86 EUR Alberto Talero 4,37 3,72 4,83 8,72 EUR Justin Jewell; Rajat Mittal; 5,56 3,65 2,21 10,95 EUR Jacob Topp 3,62 3,56 5,16 5,99 EUR Andrzej Skiba; Thomas Moulds; Marc Stacey; 3,90 3,53 4,22 5,53 EUR David X Stanley 3,53 3,28 4,27 5,24 EUR Thomas Ross; Tim Winstone; 2,94 3,25 4,04 3,24 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Marco Spaltro; Richard Class; 2,49 3,20 5,38 5,17 EUR Ryan Staszewski 2,68 3,08 4,03 4,10 EUR Michael Krautzberger; Ronald van Loon; 4,98 3,08 1,60 9,73 EUR Thomas Samson 3,61 3,07 3,66 6,07 EUR Oliver Krenn; Karsten Rosenkilde; 4,90 3,06 2,05 10,47 EUR Peter Khan; Andrei Gorodilov; James Durance; 2,76 2,97 3,71 5,79 EUR — 4,78 2,97 1,87 9,70 EUR Sandro Naef; Torben Skødeberg; Laust Johnsen; René Kallestrup;

24  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

-0,50 9,90 USD Alejandro Arevalo -0,94 10,47 USD Angus Bell -1,64 10,22 USD Michael A. Gomez; Javier Romo; Pramol Dhawan; -1,40 9,88 USD Javier Romo; Yacov Arnopolin; Pramol Dhawan; -3,40 11,70 USD — -4,52 12,45 USD — -3,47 7,53 EUR Ida Andreasen; Thede Rüst; Anna Tandstad Ege; -3,13 8,66 USD Alejandro Arevalo -2,21 8,53 USD Magda Branet; Diliana Deltcheva; Christopher Mey; -3,18 10,76 USD Claudia Calich -0,91 9,25 USD Scott D. McKee; Pierre-Yves Bareau; -3,09 11,12 USD Rob Drijkoningen; Gorky Urquieta; Bart van der Made; Mike Reyes; -1,79 9,80 USD Matthew W. Ryan; Ward Brown; Neeraj Arora; 7,02 6,96 EUR Scott D. McKee; Pierre-Yves Bareau; Emil Babayev; -3,67 11,30 USD Eric J. Baurmeister; Warren Mar; Jens Nystedt; Sahil Tandon; Budi -4,50 8,05 USD Bart van der Made; Nish Popat; Jennifer Gorgoll; -2,45 12,11 USD Angus Bell -1,29 5,61 USD Abdallah Guezour -4,79 7,78 USD Luke Chua; Alain Nsiona Defise; -4,02 11,02 USD Robert H. Neithart; Luis Freitas de Oliveira; Kirstie Spence; -5,75 13,61 EUR Cathy L. Hepworth -4,11 11,25 USD Andrew J. Keirle -4,67 13,84 EUR Yerlan Syzdykov; Ray Jian; -6,94 14,19 USD Luc D’hooge; Wouter Van Overfelt; -4,39 11,60 EUR Antoon de Klerk; Werner Gey van Pittius; 3,28 7,19 EUR Warren Hyland 3,97 9,48 EUR Joep Huntjens; Martijn Kleiberg; -4,96 10,98 USD Paul McNamara 1,85 3,58 EUR Luca Sibani -6,28 12,58 USD Sergio Trigo Paz; Michal Wozniak; Laurent Develay; -1,29 EUR Antoon de Klerk; André Roux;


FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2021 FUNDO

ordea 1 - European Covered Bond BP EUR N Invesco Euro Corporate Bond C EUR Acc C aixa Obrigações LP FIMAO Robeco Euro Credit Bonds FH € MS INVF Euro Corporate Bond I ODDO BHF Euro High Yield Bond CI-EUR PIMCO GIS Euro Credit Instl EUR Acc N N (L) Euro Fixed Income P Cap EUR Vontobel EUR Corp Bd Mid Yld B EUR F ranklin European Corp Bd I(acc)EUR S LI European Corporate Bd D Acc EUR B GF Euro Corporate Bond A2 EUR P IMCO GIS Euro Income Bond Instl EUR Acc SLI European Corporate Bd SRI D Acc EUR Vanguard SRI € Invm Grd Bd Idx € Acc Amundi Fds Euro Corp Bd I EUR C M&G (Lux) Euro Corp Bd CI EUR Acc EdRF Bond Allocation A EUR Acc C aixagest Oportunidades FIAMA NB Corporate Euro A N ordea 1 - Low Dur Eurp Cov Bd BI EUR Carmignac Pf Sécurité F EUR Acc Fidelity Euro Short Term Bond Y-Acc-EUR AXAIMFIIS Europe Short Dur HY A Cap EUR E vli Short Corporate Bond B ODDO BHF Euro Credit Short Dur DP-EUR Invesco Euro Short Term Bond C EUR Acc Allianz Advcd Fxd Inc S/D W EUR GS ESG Enh Euro Shrt Du Bd Plus I Acc €

SELO

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

RENTABILIDADE ANUAL 5 ANOS

3 ANOS

2,87 2,96 3,10 2,89 2,36 2,81 3,19 2,78 3,69 2,73 4,44 2,72 3,32 2,71 2,02 2,65 3,03 2,59 3,13 2,54 3,05 2,52 2,97 2,49 4,04 2,44 2,91 2,43 2,34 2,99 2,00 2,87 1,94 3,00 1,81 2,71 1,70 2,20 1,49 1,42 1,27 1,21 1,05 1,05 1,93 0,93 1,37 0,88 1,36 0,52 0,70 0,48 0,47 0,39 0,67 0,38

1 ANO

DADOS A 25-1-21 VOLAT. 3 ANOS

3,16 3,30 2,88 3,61 3,31 3,18 2,19 2,38 3,33 3,18 2,70 2,53 2,27 2,63 2,67 1,66 2,48 5,73 0,94 2,67 1,58 2,54 1,98 -0,15 0,51 0,01 1,06 0,45 0,66

Focado em negócios innovadores do setor saúde AB International Healthcare Portfolio

DIVISA BASE

GESTOR

2,10 EUR Henrik Stille 5,66 EUR Paul Read; Julien Eberhardt; Tom Hemmant; 3,62 EUR Joel Carvalheira 5,39 EUR Victor Verberk 6,13 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Dipen Patel; 8,19 EUR Alexis Renault; Janis HECK; Frauke Wolkewitz; 5,10 EUR Andreas Berndt; Eve Lagrellette Tournier; 4,45 EUR Sylvain De Ruijter; Hans van Zwol; Jaco Rouw; 7,00 EUR Mondher Bettaieb; Claudia Wyss; 4,95 EUR David Zahn; Marc Kremer; Emmanuel Teissier; 5,75 EUR Craig MacDonald; Felix Freund; 5,16 EUR Tom Mondelaers; Jozef Prokes; 5,39 EUR Ketish Pothalingam; Eve Lagrellette Tournier; Alfred T. Murata; 6,08 EUR Josef Helmes 3,90 EUR 6,71 EUR Hervé Boiral; Alexandra Van Gyseghem; 5,27 EUR Stefan Isaacs 5,27 EUR Julien Tisserand; Nicolas Leprince; 3,15 EUR — 6,02 EUR Hugo Custódio 1,07 EUR Henrik Stille 3,15 EUR Marie-Anne Allier; Keith Ney; 1,97 EUR Rick Patel; Ario Emami Nejad; 7,59 EUR James Gledhill; Yves Berger; 4,99 EUR Juhamatti Pukka 4,64 EUR Alexis Renault; Haiyan Ding; 2,09 EUR Luke Greenwood; Lyndon Man; 1,76 EUR Maxence-Louis Mormede; Ralf Jülichmanns; 2,12 EUR Richard Mulley; Jacqueline Leary;

Robôs que realizam cirurgias. Fármacos concebidos para um corpo concreto. Médicos que atendem pacientes a milhares de quilómetros de distância. A transformação da indústria dos cuidados médicos está a criar oportunidades de investimento empolgantes. Mas o que é necessário para investir com sucesso em ações no setor da saúde? Não é necessário ser um cientista de primeira linha nem prever quais serão os sucessos de vendas no campo farmacológico. O que é necessário é procurar negócios sólidos sustentados por empresas de grande qualidade que apresentem soluções comprováveis destinadas a mercados em crescimento. É precisamente o que faz a AB International Health Care Portfolio. Procuramos em todo o mundo empresas com novas tecnologias, tratamentos e técnicas, que possam satisfazer as necessidades dos pacientes e dos sistemas de saúde do século XXI, as quais se encontram em permanente evolução. O investimento em empresas que estão a mudar o mundo da medicina, selecionando as uma a uma, pode tirar partido do forte potencial de rentabilidade a longo prazo do futuro dos cuidados de saúde.

Visite alliancebernstein.com/go/en/healthcareportfolio Informação destinada exclusivamente a profissionais de investimento.

O valor dos investimentos poderá aumentar ou diminuir, e o investidor poderá não reaver a totalidade do capital inicialmente investido. O capital está em risco. Esta informação é publicada pela AllianceBernstein Limited, 50 Berkeley Street, London W1J 8HA, uma sociedade matriculada em Inglaterra com o número 2551144. A AllianceBernstein Limited é autorizada e regulamentada no Reino Unido pela Financial Conduct Authority (FCA, número de referência 147956). IC2020642


PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2021 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 25-1-21 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

NP Paribas Euro Medium Term Bd C C B P ictet-EUR Short Term Corp Bds I AXAWF Euro Credit Short Dur I Cap EUR DWS Invest ESG Euro Bonds (Short) FC I MGA Rendimento Semestral FIMA I MGA Rendimento Mais FIMA BNP Paribas Enhanced Bond 6M I C I MGA Euro Taxa Variável FIMA JPM Euro Govt Short Dur Bd A (acc) EUR MS INVF Short Maturity Euro Bond I Allianz Enhanced Shrt Trm Euro I13 EUR B GF Euro Short Duration Bond A2 EUR Allianz Floating Rate Notes+ I EUR Allianz Euro Oblig Court Terme ISR I C/D D WS Floating Rate Notes LC UBAM Dynamic Euro Bond AC EUR M S INVF Euro Corporate Bd - Dur Hgd Z UBAM Euro Corporate IG Solution IC EUR

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

0,36 0,34 0,86 1,86 EUR Eric Plantier; Arnaud-Guilhem Lamy; 0,66 0,32 0,62 2,71 EUR Jon Mawby; Mathieu Magnin; Charles-Antoine Bory; 0,51 0,28 0,22 2,38 EUR Anne Velot; Thomas Coudert; Boutaina Deixonne; 0,55 0,24 1,21 1,92 EUR Carsten Weins; Daniel Kittler; 0,77 0,23 0,25 3,56 EUR Aitor Zubeldia; Ana Aguiar; 1,05 0,19 -0,36 4,34 EUR Duarte José; Ana Aguiar; 0,40 0,16 1,08 2,72 EUR Eric Plantier; Fadi Berbari; 0,25 -0,02 0,17 2,65 EUR Aitor Zubeldia; Ana Aguiar; -0,21 -0,21 -0,27 0,82 EUR Iain T. Stealey; Séamus Mac Góráin; 0,06 -0,22 -0,31 1,50 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Sarah Singh; Richard Class; Dipen Patel; -0,20 -0,23 -0,20 0,47 EUR Klaus Kusber; Lars Dahlhoff; 0,03 -0,25 0,32 1,94 EUR Michael Krautzberger; Christopher Allen; Jozef Prokes; -0,08 -0,26 -0,08 1,01 EUR Vincent Tarantino; Ali Ozenici; Guillaume Zilliox; -0,13 -0,27 -0,17 0,89 EUR Vincent Tarantino; Yassine Oussana; 0,03 -0,28 -0,32 2,38 EUR Christian Reiter; Torsten Haas; -0,31 -0,55 -0,56 2,25 EUR Philippe Gräub 2,45 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Dipen Patel; 1,29 EUR Philippe Graub

FIXED INCOME MISCELLANEOUS PIMCO GIS Capital Scs Instl USD Acc GAM Star MBS Total Return Instl USD Acc

DABC DABC

GLOBAL FIXED INCOME MS INVF Global Fixed Income Opps Z Vanguard Global Credit Bond Ins USDH Acc Legg Mason BW Glb Inc Opt A USD Acc F vS Bond Opportunities IT PIMCO GIS Divers Inc Instl USD Acc GS Global Fixed Income R Acc USD M FS Meridian Global Oppc Bd I1 USD J PM Global Corp Bd A (acc) USD F idelity Global Bond A-Dis-USD Candriam Bds Global Hi Yld R EUR Cap T. Rowe Price Glb HY Bd Z USD P IMCO GIS GlInGd Crdt Instl USD Inc P IMCO GIS Glb Bd Instl USD Acc P IMCO GIS Glb Hi Yld Bd Instl USD Acc M &G (Lux) Glb Corp Bd C H EUR Acc GS Global Fixed Inc (Hdg) I Inc EUR Vanguard Glb Bd Idx $ H Acc PIMCO GIS Income Institutional USD Acc T. Rowe Price Glb High Inc Bd I USD M&G (Lux) Global HY ESG Bd L USD Acc Candriam Sst Bd Glbl HiYld I € Acc GS Glbl Hi Yld Base Inc USD P ictet Global Sustainable Crdt HZ EUR Muzinich Global Tact Crdt HUSD Acc R Amundi Fds Glbl Aggt Bd I USD C B GF Global High Yield Bond C1 USD Amundi Rspnb Investing Imp Gr Bds DP C AXAWF Global Strategic Bds F Cap GBP H Vontobel TwentyFour StratInc HI Hdg EUR J upiter Dynamic Bond I EUR Q Inc Invesco Global Inv Grd CorpBd C EURH Acc U BAM Global High Yield Solution AC USD M uzinich Enhancedyield S-T HUSD Acc A P IMCO GIS Dynamic Bd Instl Acc AXAWF Global Infl Bds I Cap EUR I nvesco Global Ttl Ret EUR Bd C EUR Acc N ordea 1 - Flexible Fixed Income BI EUR BGF Fixed Income Global Opps D2 EUR Hdg Fidelity Global Infl-Link Bd Y-Acc-EUR H T. Rowe Price Dyn Glb Bd Ih GBP J PM Global Strat Bd A perf (acc) EURH AXAWF Global Infl Sh Dur Bds I Cap EUR H U BAM Abs Ret Low Vol Fxd Inc IPC EUR JPM Global Short Duration Bd A(acc)EURH Templeton Global Bond W(Mdis)USD Templeton Global Ttl Ret W(acc)USD

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

15,78 12,75 -4,30 EUR Christian G. Roth; Michael B. Kushma; Richard Ford; James Caron; 7,65 3,16 7,68 USD 5,07 6,56 4,78 6,96 USD Anujeet S. Sareen; Jack P. McIntyre; Brian L. Kloss; Tracy Chen; 6,81 6,23 9,50 6,23 EUR Frank Lipowski 5,59 6,12 -1,05 7,84 USD Daniel J. Ivascyn; Eve Lagrellette Tournier; Alfred T. Murata; Sonali Pier; 3,28 5,89 3,76 5,61 USD Hugh Briscoe 5,52 -2,02 6,88 USD Matthew W. Ryan; Erik S. Weisman; Robert D. Persons; David P. Cole; 3,18 5,31 -0,25 7,69 USD Lisa Coleman; Lorenzo Napolitano; Andreas Michalitsianos; 2,92 5,29 2,72 5,09 USD Rick Patel; Ario Emami Nejad; 5,95 5,29 8,42 5,87 EUR Philippe Noyard; Nicolas Jullien; Thomas Joret; JC Tamavakis; 5,58 5,13 -3,51 9,93 USD Michael Della Vedova; Rodney M. Rayburn; 3,53 5,06 -2,81 8,30 USD Mark R. Kiesel; Jelle Brons; Mohit Mittal; 2,98 4,99 -1,26 6,51 USD Andrew Thomas Balls; Lorenzo Pagani; Sachin Gupta; 4,77 4,94 -3,96 8,56 USD Andrew Jessop; Sonali Pier; David Forgash; 4,95 4,78 9,72 5,73 EUR Ben Lord 3,44 4,73 8,96 3,54 EUR Hugh Briscoe 2,08 4,63 -2,63 7,03 USD — 3,76 4,57 -2,27 7,22 USD Daniel J. Ivascyn; Joshua Anderson; Alfred T. Murata; 5,61 4,47 -5,67 12,20 USD Mark J. Vaselkiv; Michael Della Vedova; 4,37 -5,31 9,53 USD Stefan Isaacs; James Tomlins; 4,30 6,65 5,23 EUR Philippe Noyard; Nicolas Jullien; Thomas Joret; JC Tamavakis; 3,96 4,23 -3,24 11,00 USD Robert Magnuson 3,90 4,06 6,18 6,46 EUR Frédéric Salmon; Philipp Buff; 2,14 3,96 -3,15 7,14 USD Michael L. McEachern 1,80 3,83 -4,38 7,63 USD Laurent Crosnier; Myles Bradshaw; 3,48 3,70 -3,14 9,02 USD James Keenan; David Delbos; Mitchell S. Garfin; Jose Aguilar; 3,66 6,10 4,35 EUR Alban de Faÿ 0,40 3,62 -0,06 6,73 GBP Nick Hayes; Nicolas Trindade; 4,63 3,60 6,86 7,20 EUR Gary Kirk; Eoin Walsh; Felipe Villarroel; Mark Holman; Pierre Beniguel; 3,55 3,57 6,56 4,61 EUR Ariel Bezalel 4,05 3,55 5,86 6,90 EUR Luke Greenwood; Lyndon Man; 3,24 3,54 -7,68 8,26 USD Philippe Graub 1,85 3,32 -4,91 7,63 USD Tatjana Greil-Castro 1,93 3,31 -3,06 6,38 USD Marc P. Seidner; Daniel J. Ivascyn; Mohsen Fahmi; 3,84 3,28 8,23 4,92 EUR Jonathan Baltora; Elida Rhenals; 3,14 3,07 4,25 4,29 EUR Paul Read; Julien Eberhardt; Jack Parker; 1,65 1,72 0,88 1,85 EUR Søren Brogaard Lolle; Karsten Bierre; Caroline Henneberg; 1,84 1,71 4,42 5,62 EUR Rick Rieder; Bob Miller; Aidan Doyle; 1,34 1,39 2,96 2,38 EUR Ian Robert Fishwick; Timothy Foster; -2,56 1,33 1,96 5,15 GBP Arif Husain 1,30 0,79 4,03 3,26 EUR Lisa Coleman; Robert Michele; Iain T. Stealey; Diana Kiluta Amoa; 0,55 2,51 1,73 EUR Jonathan Baltora; Elida Rhenals; 0,27 -0,10 0,31 0,89 EUR Philippe Graub -0,37 -0,27 0,54 1,50 EUR Myles Bradshaw; Iain T. Stealey; Roger Hallam; Linda Raggi; -1,18 -0,58 -11,26 7,88 USD Michael J. Hasenstab; Calvin Ho; -1,57 -2,63 -13,85 9,09 USD Michael J. Hasenstab; Calvin Ho;

STERLING FIXED INCOME Vontobel Ttfr Abs Ret Crdt HI Hdg EUR

DABC

2,08

0,89

1,49

2,44

EUR

Chris Bowie

US FIXED INCOME Capital Group US Corp Bd (LUX) Z

DABC

4,82

7,05

3,38

7,68

USD

Scott Sykes; Karen Choi;

26  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

4,57 0,75

5,39 1,77

-2,46 -7,13

11,27 12,15

USD USD

Philippe Bodereau; Matthieu Loriferne; Michael Bogecho; Tom J. Mansley



PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2021 RENTABILIDADE ANUAL

DADOS A 25-1-21 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

FUNDO

SELO

N (L) US Credit P Cap USD N F idelity US Dollar Bond A-Dis-USD B NY Mellon US Muncpl Infras Dbt USD WAcc S chroder ISF US Dllr Bd C Acc USD AXAWF US High Yield Bonds I Cap USD AXAIMFIIS US Corp Itmt Bds A USD Dis P IMCO GIS US Hi Yld Bd Instl USD Acc P IMCO GIS Ttl Ret Bd Instl USD Acc S KY Harbor Global Sust HY A USD Acc B GF US Dollar Bond A2 USD J PM Income A (acc) USD Amundi Fds Pioneer US Bd A2 USD C A B American Income C Inc J PM US Aggregate Bond D (acc) USD U BAM Medium Term US Corporate Bd AC USD F idelity US High Yield A-Dis-USD Amundi Fds Pinr Strat Inc A USD C GS US Mortgg Bckd Secs I Acc USD AXAIMFIIS US Short Dur HY A Cap USD P ictet-USD Short Mid-Term Bonds I GS US Dollar Short Dur Bond I Acc USD F ranklin US Government W(Mdis)USD J PM US Short Duration Bond A (acc) USD M uzinich Americayield HEUR Acc R PIMCO GIS Low Avrg Dur Instl USD Acc M uzinich ShortDurationHY HEUR Acc A UBAM Dynamic US Dollar Bond AC USD JPM Income Opp A perf (acc) EURH

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

4,67 6,97 2,90 6,45 5,43 2,48 5,21 5,33 5,10 2,61 5,10 5,24 4,98 2,49 4,92 5,13 4,57 1,74 4,45 3,19 4,16 1,98 4,14 2,58 3,96 1,21 3,95 1,63 3,92 4,35 3,77 2,15 3,70 3,62 1,91 3,56 -0,08 2,64 2,59 -0,29 2,42 -0,34 2,38 3,58 2,19 -0,16 1,90 1,63 1,06 -0,81 1,03 0,87 -0,77

2,89 2,68 -1,37 1,23 -1,70 -0,98 -3,34 0,16 -1,96 -1,07 -5,49 -1,27 -4,47 -1,81 -2,78 -5,14 -1,72 -3,13 -4,83 -3,76 -4,65 -5,19 -4,28 4,49 -5,40 1,63 -7,77 -0,11

8,39 USD Anil Katarya; Travis King; 7,30 USD Rick Patel; Ario Emami Nejad; 8,14 USD Thomas C. Casey; Jeffrey Burger; 6,67 USD Neil G. Sutherland; Lisa Hornby; 8,02 USD Carl Whitbeck; Michael P. Graham; 7,45 USD Frank Olszewski; Guillaume Arnould; 8,88 USD Andrew Jessop; Sonali Pier; 6,78 USD Scott A. Mather; Mark R. Kiesel; Mohit Mittal; 8,26 USD Hannah H. Strasser 7,34 USD Rick Rieder; Bob Miller; 8,30 USD Thomas G. Hauser; J. Andrew Norelli; Andrew Headley; 7,62 USD Kenneth J. Taubes; Timothy D. Rowe; Bradley Komenda; 8,67 USD Douglas J. Peebles; Scott A. DiMaggio; Matthew S. Sheridan; 7,08 USD Richard D. Figuly; Justin Rucker; 7,19 USD Philippe Gräub 9,74 USD Harley Lank; Alexandre Karam; 8,87 USD Kenneth J. Taubes; Andrew Feltus; Jonathan Scott; 6,59 USD — 6,81 USD Carl Whitbeck; Peter V. Vecchio; 6,34 USD Jon Mawby; Mathieu Magnin; Charles-Antoine Bory; 6,36 USD Richard Mulley; Jacqueline Leary; 6,75 USD Paul Varunok; Neil Dhruv; 6,38 USD Cary J. Fitzgerald; Toby Maczka; 8,87 EUR Clinton J. Comeaux 6,32 USD Scott A. Mather; Jerome M. Schneider; 5,65 EUR David A. Bowen 6,68 USD Philippe Gräub 2,99 EUR William H. Eigen; Jeffrey Wheeler;

AFRICA EQUITY JPM Pacific Equity A (dist) USD

DABC

20,52

15,37

ASIA EX-JAPAN EQUITY MS INVF Asia Opportunity Z S chroder ISF Emerging Asia I Acc EUR Mirae Asset Asia Great Consumer Eq I USD J PM Asia Growth A (acc) USD Fidelity Asia Pacific Opps A-Acc-EUR T. Rowe Price Asian Opp Eq I USD GS Asia Equity R Acc USD F idelity Asia Focus Y-Dis-USD AS SICAV I Asia Pac Eq X Acc USD S chroder ISF Asian Opports I Acc USD Threadneedle Asia Ins Acc GBP UBS (Lux) ES As Smlr Coms (USD) P-acc JPM Asia Pacific Equity A (acc) EUR S chroder ISF Asian Ttl Ret C Acc USD Mirae Asset Asia Sect Ldr Eq I USD Cap

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

17,51 12,73 15,25 14,59 13,59 13,33 13,10 11,42 15,08 12,99 10,55 12,15 12,08 8,86

21,66 39,26 14,59 27,23 14,01 27,91 13,35 23,17 12,61 17,71 11,95 17,39 11,24 27,54 11,23 15,73 10,81 18,89 10,59 17,91 10,17 17,51 10,02 24,18 9,34 16,93 9,15 20,17 5,86 19,66

18,37 USD Kristian Heugh; Krace Zhou; Anil Agarwal; 17,61 EUR Louisa Lo 15,96 USD Joohee An; Sol Ahn; 17,06 USD Mark Davids; Joanna Kwok; 18,60 EUR Anthony Srom 16,51 USD Eric C. Moffett 16,92 USD Sumit Mangal 16,56 USD Dhananjay Phadnis 16,14 USD — 18,11 USD Toby Hudson 18,03 GBP Soo Nam Ng; George Gosden; 16,05 USD Raymond M. Wong; Projit Chatterjee; Shou-Pin Choo; 17,38 EUR Mark Davids; Oliver R. Cox; Alice Wong; 16,00 USD King Fuei Lee; Robin Parbrook; 17,89 USD Rahul Chadha; Wei Wei Chua;

CONSUMER GOODS & SERVICES SECTOR EQUITY Invesco Glbl Consmr Trnds A USD Acc DABC BNP Paribas Consumer Innovtr Cl C DABC Fidelity Global Cnsmr Inds A-Dis-EUR DABC P ictet-Premium Brands I EUR DABC I nvesco Asia Consumer Demand C USD Acc DABC BNP Paribas Smart Food I Cap DABC

18,47 13,83 11,40 10,62 10,21 6,73

20,76 18,12 14,31 13,94 6,14 4,78

47,56 32,55 20,41 18,20 19,56 3,60

25,08 18,59 13,80 18,88 16,60 16,34

USD EUR EUR EUR USD EUR

Juan R. Hartsfield; Ido Cohen; Pamela J. Woo Aneta Wynimko Caroline Reyl; Laurent Belloni; Shekhar Sambhshivan; Mike Shiao; William Yuen; Michael Landymore

ENERGY SECTOR EQUITY BGF Sustainable Energy D2 Pictet-Clean Energy I USD

DABC DABC

14,40 14,33

19,15 18,72

39,12 41,01

17,32 20,16

USD USD

Alastair Bishop; Charlie Lilford; Xavier Chollet; Christian Roessing;

EQUITY MISCELLANEOUS BNP Paribas Aqua C C Pictet-Water I EUR Pictet-Nutrition I EUR

DABC DABC DABC

10,46 9,71 8,69

9,71 9,29 8,46

7,72 4,50 11,12

17,84 15,80 13,88

EUR EUR EUR

Hubert Aarts; Bruce Jenkyn-Jones; Hans Peter Portner; Philippe Rohner; Louis Veilleux; Cédric Lecamp; Gertjan Van der Geer; Alice De Lamaze; Mayssa Al Midani;

EUROPE EMERGING MARKETS EQUITY Schroder ISF Emerging Europe C Acc EUR

DABC

11,16

3,61

-14,06

26,63

EUR

Mohsin Memon; Rollo Roscow;

EUROPE EQUITY LARGE CAP DNB Fund Nordic Equities retail A Fidelity FAST Europe A-ACC-EUR Threadneedle Pan Eurp Focus Ins Acc GBP BGF Continental Eurp Flex E2 EUR Candriam Eqs L Eurp Innovt R EUR Cap Carmignac Pf Grande Europe F EUR Acc F idelity European Dynamic Gr A-Dis-EUR AXAWF Fram Switzerland A Cap EUR AS SICAV I European Eq A Acc EUR

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

11,78 8,09 6,69 10,59 9,90 10,33 9,39 10,30 8,86

15,44 13,83 12,67 12,67 11,91 11,91 11,11 10,72 10,46

30,62 6,21 7,97 24,76 15,82 14,43 3,29 7,96 9,52

17,35 15,10 14,84 18,35 14,54 14,92 15,69 13,18 14,82

EUR EUR GBP EUR EUR EUR EUR EUR EUR

Øyvind Fjell Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Frederic Jeanmaire Alister M. Hibbert; Giles Rothbarth; Geoffroy Goenen; Antoine Hamoir; Mark Denham Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Guillaume Robiolle; Hervé Mangin; Ben Ritchie; Jonathan Allison; Sanjeet Mangat;

28  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

5 ANOS

13,83

3 ANOS

12,95

1 ANO

USD

GESTOR

Aisa Ogoshi; Robert Lloyd;


FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2021 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 25-1-21 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

llianz Europe Equity Growth IT EUR A E chiquier Positive Impact Europe A Jupiter European Growth D EUR Acc Threadneedle European Sel Ins Acc GBP B SF European Opps Extension A2 EUR NN (L) European Sust Eq P Cap EUR BGF European Special Situations A2 EUR Allianz Euroland Equity Growth IT EUR MFS Meridian European Value A1 EUR J PM Europe Strategic Growth C (dist) EUR M GI Eurozone Equity M1 EUR Fidelity Sustainable Euroz Eq E-Acc-EUR T. Rowe Price Eurp Eq I EUR GAM Star Continental Eurp Eq GBP Acc U BS (Lux) EF Euro Countrs Oppo (EUR) P Candriam Sst Eq EMU R € Acc MFS Meridian European Research A1 EUR EdR SICAV Euro Sustainable Eq A EUR Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc H SBC GIF Euroland Growth M1C Pictet-Quest Europe Sust Eqs I EUR BGF Euro-Markets A2 EUR D WS Aktien Strategie Deutschland IC Fidelity Germany A-Dis-EUR Pictet-Europe Index P EUR DWS Invest II Eurp Top Div XC CS (Lux) European Div Plus Eq EB EUR S chroder ISF EURO Equity I Acc EUR JPM Euroland Equity C (dist) EUR Amundi Fds Euroland Equity A EUR C F idelity European Lgr Coms Y-Dis-EUR F idelity European Growth Y-Dis-EUR AB Eurozone Eq Ptf IX Acc J anus Henderson Hrzn Euroland H2 EUR D WS Deutschland IC Fidelity Iberia A-Dis-EUR JPM Europe Equity Plus A perf (acc) EUR Invesco Pan Eur StructEq C EUR Acc AB European Eq Ptf C Acc UBS (Lux) ES Euro Countrs Inc€ Q-acc M&G (Lux) Eurp Strat Val CI EUR Acc Amundi Fds European Eq Val M2 EUR C I nvesco Pan European Equity A EUR Acc JPM Europe Strategic Value C (dist) EUR Fidelity Instl Eurp LargerComs R-Acc-EUR

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

8,53 10,34 10,26 10,09 7,35 9,49 7,79 9,38 9,81 9,27 7,94 9,24 7,25 9,24 8,07 8,36 7,46 7,81 7,82 7,25 8,51 7,02 5,49 6,78 4,53 6,73 5,63 6,27 5,39 5,79 5,61 5,23 5,26 6,10 4,91 5,96 4,85 6,10 4,83 4,94 4,73 4,86 3,84 6,62 3,56 4,54 3,42 4,16 2,87 4,04 2,19 2,94 1,93 5,13 1,92 4,96 1,85 4,04 1,59 3,81 1,57 3,88 1,52 5,54 1,38 3,14 0,36 5,44 0,25 1,82 0,23 1,49 -0,61 1,74 -0,64 2,36 -1,08 1,79 -1,23 2,20 -1,39 3,04 -1,49 -0,27 -3,34 0,66 -4,78

14,10 17,88 EUR Thorsten Winkelmann; Robert Hofmann; 16,14 14,76 EUR Adrien Bommelaer; Luc Olivier; 4,84 15,01 EUR Mark Heslop; Mark Nichols; 10,11 15,77 GBP Dave Dudding; Benjamin Moore; 10,99 17,37 EUR David Tovey; Christopher Sykes; 12,76 15,79 EUR Pieter Schop; Oskar Tijs; Ivo Luiten; Jeroen Bos; 9,98 16,13 EUR Michael Constantis 12,50 19,17 EUR Andreas Hildebrand; Marcus Morris-Eyton; Darina Valkova; 3,80 14,37 EUR Florence Taj; Gabrielle G. Gourgey; Benjamin Tingling; 3,55 15,98 EUR Michael Barakos; Ben Stapley; 5,07 17,25 EUR 6,42 17,50 EUR Vincent Durel 2,74 15,69 EUR Dean Tenerelli 13,50 17,81 GBP Nial Gallagher 8,84 16,65 EUR Jeremy Leung; Maximilian Anderl; 2,56 18,91 EUR Geoffroy Goenen; Laurent Milliat; -0,55 14,76 EUR Gabrielle G. Gourgey 4,11 16,64 EUR Marc Halperin; Jean-Philippe Desmartin; 3,17 18,54 EUR Eric Bendahan 2,93 18,58 EUR Patrick Gautier; Abderrahman Belcaid; -0,69 16,66 EUR Laurent Nguyen 8,69 19,48 EUR Andreas Zoellinger; Tom Joy; 6,20 25,78 EUR Tim Albrecht; Hansjörg Pack; -1,14 19,77 EUR Christian Von Engelbrechten -3,39 16,98 EUR Roland Riat; Jean−Michel Piuz; -1,96 15,92 EUR Stephan Werner; Marc Althaus; -7,64 14,29 EUR Nicola Nolè; Felix Maag; 0,25 20,67 EUR Martin Skanberg -2,35 21,15 EUR Richard Webb; Zenah Shuhaiber; Philippa Clough; -1,55 20,79 EUR Fabio Di Giansante; Lorenzo Angelini; -8,05 18,52 EUR Matt Siddle; Helen Powell; -8,04 18,42 EUR Matt Siddle; Helen Powell; -3,33 21,62 EUR Tawhid Ali; Andrew Birse; -2,12 21,37 EUR Nick Sheridan 5,41 25,84 EUR Tim Albrecht; Christoph Ohme; -6,69 18,81 EUR Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Mac Elatab; -8,24 18,84 EUR Michael Barakos; Nicholas Horne; Ben Stapley; -6,92 15,95 EUR Michael Fraikin; Thorsten Paarmann; -7,54 20,48 EUR Tawhid Ali; Andrew Birse; -11,67 15,56 EUR Ian Paczek; Patrick Zimmermann; Urs Räbsamen; -7,55 21,30 EUR Richard Halle -9,75 24,71 EUR Andreas Wosol; Roberto Campani; -10,07 22,50 EUR John Surplice; Martin Walker; Tim Marshall; -15,44 24,59 EUR Michael Barakos; Ian Butler; Thomas Buckingham; -6,95 EUR Matt Siddle; Helen Powell;

EUROPE EQUITY MID/SMALL CAP Echiquier Agenor SRI Mid Cap Europe A Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmCpOpps ZE Candriam Eqs L Europe S&M Cp C EUR Cap T. Rowe Price Eurp Smlr Cm Eq I EUR O ddo BHF Avenir Europe CR-EUR M FS Meridian European Smlr Coms A1 EUR B NP Paribas Europe Small Cap I C Oddo BHF Avenir Euro CR-EUR BPI Portugal FIAA

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

11,20 11,05 10,68 8,64 5,86 5,77 7,49 0,24

11,63 11,39 9,16 8,31 6,18 5,93 4,78 3,70 -1,94

13,64 13,93 10,40 27,99 6,91 0,06 -0,80 4,49 -6,84

15,00 19,20 19,41 20,87 17,96 17,38 19,90 19,49 19,06

EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR

Stéphanie Bobtcheff; José Berros; Guillaume Puech; Philip Dicken; Mine Tezgul; Geoffroy Goenen; Christian Solé; Ben Griffiths Pascal Riegis; Sébastien Maillard; Grégory Deschamps; Peter F. Fruzzetti; Sandeep Mehta; Damien Kohler; Fiona Wills; Pascal Riegis; Sébastien Maillard; Grégory Deschamps; Pedro Maruny

FINANCIALS SECTOR EQUITY Jupiter Financial Innovt D GBP Acc

DABC

11,59

13,90

24,19

22,15

GBP

Guy de Blonay

GLOBAL EMERGING MARKETS EQUITY JPM Emerging Markets Equity A (dist) USD Threadneedle Global EM Eq Ins Acc GBP Nordea 1 - Emerging Stars Equity BI EUR Wellington EM Development $ D Acc UnH Capital Group New World (LUX) Z Capital Group Em Mkts Gr (LUX) Z Candriam Sst Eq Em Mkts R € Acc Fidelity Em Mkts Y-DIST-USD Wells Fargo (Lux) WF EM Eq I EUR Acc S chroder ISF Em Mkts I Acc USD F ederated Hermes Glb Em Mkts R EUR Acc GS Emerging Markets Eq Base Acc USD Vontobel mtx Sust EmMkts Ldrs I USD JPM Em Mkts Small Cap A (acc) perf USD

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

15,62 12,16 14,62 13,30 10,88 12,63 12,71 10,82 12,28 12,98 12,43 11,91 12,77 9,88

12,35 11,81 11,65 11,22 10,81 9,13 9,05 9,00 8,84 8,64 7,74 7,60 7,26 5,48

21,69 24,09 26,20 25,60 14,28 15,16 25,49 17,05 13,04 14,00 13,11 18,87 10,62 8,78

17,93 20,24 18,20 17,65 16,05 16,97 17,30 18,03 17,82 17,71 18,28 17,68 15,70 18,18

USD GBP EUR USD USD USD EUR USD EUR USD EUR USD USD USD

Austin Forey; Leon Eidelman; Dara J. White Juliana Hansveden; Emily Leveille; Daire T. Dunne; Simon Charles Henry; Robert W. Lovelace; Carl M. Kawaja; Jonathan Knowles; Victor D. Kohn; Chapman Taylor; Eu-Gene Cheah; Philip Screve; Mohamed Lamine Saidi; Jan Boudewijns; Nick Price; Amit Goel; Jerry Zhang; Derrick Irwin; Richard Peck; Robert Davy; Tom Wilson; Gary Greenberg Basak Yavuz; Hiren Dasani; Roger Merz; Thomas Schaffner; Austin Forey; Amit Mehta;

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 29


PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2021 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

10,32

4,49

1 ANO

DADOS A 25-1-21 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

16,75

USD

GESTOR

GS EM CORE® Eq I Acc USD Close

DABC

GLOBAL EQUITY LARGE CAP MS INVF Global Opportunity Z M S INVF Global Quality Z MS INVF Global Brands A GS Global Millennials Eq I Acc USD D PAM INVEST B Eqs NewGems Sust W Cap AMP Capital Global Companies I USD Acc R obeco Global Consumer Trends D € CPR Invest Glbl Dsrpt Opp R EUR Acc Seilern World Growth CHF H R Schroder ISF Glb Clmt Chg Eq I Acc USD Allianz Thematica WT4 EUR Threadneedle (Lux) Global Focus ZU Capital Group New Pers (LUX) ZL A B Sustainable Glb Tmtc AXXUSDAcc P ictet - Global Envir Opps I EUR Legg Mason MC Glb L-T Uncons A USD Acc U BAM 30 Global Leaders Equity AHC USD Fundsmith Equity T Acc Pictet-Security I USD F undsmith Equity Sicav T EUR Acc M irabaud Sustainable Glbl Fcs A USD Acc N SF SICAV Wealth Defender Glbl Eq I USD Fidelity Glb Dmgrphcs Y-Acc-USD Vontobel Clean Technology B EUR B NY Mellon Long-Term Glbl Eq USD C Acc Pictet-Global Megatrend Sel I EUR MGI Global Equity M-7 € Acc Caixa Ações Líderes Globais FIMAA B PI Ações Mundiais FIAA Fidelity World Y-Dis-EUR Fidelity Global Focus E-Acc-EUR BPI GIF Opportunities R C andriam Eqs L Glbl Demography C EUR Cap M ercer Sustainable Glbl Eq M-2$ Pictet SmartCity I EUR Ninety One GSF Glb Qual Eq Inc IX Inc $ Templeton Glb Climate Change A(Ydis)EUR Fidelity Global Dividend Y-Acc-USD N B Momentum Sustentável FIMAA MFS Meridian Global Equity A1 USD JPM Global Focus D (acc) EUR BL-Equities Dividend B EUR GS Global CORE® Eq I Inc USD Snap U BS (Lux) ES L/T Thms $EUR H P M&G (Lux) Glb Dividend CI EUR Acc B NY Mellon Global Equity Inc USD C Inc M irabaud Sust Glbl Hi Div A USD Acc A XA Rosenberg Glb Eq Alpha A USD Acc CS (Lux) Global Div Plus Eq EB USD D WS Invest Top Dividend IC Templeton Growth (Euro) I(acc)EUR

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

164,01 63,43 61,84 17,36 17,95 17,65 15,10 16,39 14,60 13,35 13,88 13,78 10,54 14,34 11,27 13,78 9,57 10,80 11,48 11,19 11,27 11,13 10,67 12,09 10,26 9,50 12,18 9,69 7,80 7,54 7,65 6,65 6,45 8,41 7,66 6,33 8,41 9,85 6,43 5,51 7,23 5,68 3,27 2,88

GLOBAL EQUITY MID/SMALL CAP BNP Paribas Energy Transition C C BNP Paribas Climate Impact I C Nordea 1 - Global Climate & Envir BI EUR Vanguard Global Small-Cap Idx USD Acc

DABC DABC DABC DABC

20,89 30,61 164,57 38,82 EUR Edward Lees; Ulrik Fugmann; 14,27 15,38 22,27 17,94 EUR Jon Forster 14,89 13,67 20,83 18,25 EUR Thomas Sørensen; Henning Padberg; 8,91 7,13 6,23 21,46 USD —

GREATER CHINA EQUITY Allianz China A Shares AT USD J PM China A (dist) USD AS SICAV I China A Share Eq I Acc USD UBS (Lux) EF Greater China (USD) Q BNP Paribas China Eq Cl C U BS (Lux) EF China Oppo(USD) Q USD acc S chroder ISF China Opps I Acc USD Fidelity China Consumer Y-Acc-USD

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

19,67 25,82 58,46 19,91 21,77 55,43 18,30 21,25 41,48 18,76 18,17 23,70 17,39 17,96 38,55 17,56 16,01 18,79 15,96 14,55 33,48 13,35 9,90 24,58

20,73 USD Anthony Wong; Chao-Yang Sunny Chung; 20,78 USD Howard Wang; Rebecca Jiang; 19,49 USD — 17,84 USD Bin Shi; Denise Cheung; Morris Wu; 17,91 USD David Choa; Maxwell Yang; 16,93 USD Bin Shi; Denise Cheung; Morris Wu; 18,63 USD Louisa Lo 17,49 USD Raymond Ma; Hyomi Jie;

HEALTHCARE SECTOR EQUITY Polar Capital Biotech S Inc J PM Global Healthcare C (acc) USD A B International HC AX USD Acc B GF World Healthscience A2 EUR

DABC DABC DABC DABC

22,28 15,52 13,42 14,34

30  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

14,09 7,51 9,88 8,14

93,42 41,27 36,58 25,36 24,31 23,76 23,21 22,14 20,09 19,80 19,03 18,62 16,88 16,37 15,26 14,99 14,71 14,63 14,41 13,98 13,92 13,78 13,64 13,20 13,10 12,56 11,39 11,31 10,73 10,68 10,53 10,48 10,42 10,28 9,59 9,18 8,56 8,50 8,44 8,36 7,32 7,07 6,86 6,70 6,63 6,35 6,28 6,09 4,44 2,71 0,31

20,73 15,51 13,89 13,32

10,88

Len Ioffe; Osman Ali; Dennis Walsh; James Park;

42,17 EUR Kristian Heugh 4,52 EUR William D. Lock; Christian Derold; Bruno Paulson; Vladimir A. Demine; 2,34 EUR William D. Lock; Christian Derold; Bruno Paulson; Vladimir A. Demine; 43,15 17,05 USD Nathan Lin; Alexis Deladerrière; Laura Destribats; 37,45 16,73 EUR Alexander Roose; Dries Dury; Quirien Lemey; Tom Demaecker; 29,36 15,34 USD Simon Steele; Neil Mitchell; Andy Gardner; David Naughtin; 36,25 15,65 EUR Richard Speetjens; Jack Neele; 42,21 20,00 EUR Estelle Ménard; Wesley Lebeau; 21,91 16,25 CHF Marco Lo Blanco; Michael Faherty; 40,54 17,63 USD Simon Webber; Isabella Hervey-Bathurst; 30,42 16,24 EUR Andreas Fruschki; Gunnar Miller; 17,19 14,70 USD Dave Dudding 22,30 16,85 USD Robert W. Lovelace; Steven T. Watson; Jonathan Knowles; 27,16 16,25 USD Daniel Charles Roarty 23,60 16,88 EUR Gabriel Micheli; Luciano Diana; Yi Du; 14,65 13,74 USD Zehrid Osmani; Yulia Hofstede; 8,16 14,86 USD Martin Moeller; Fares Benouari; 11,98 14,71 GBP Terry Smith 13,15 17,36 USD Yves Kramer; Alexandre Mouthon; Rachele Beata; 10,73 14,24 EUR Terry Smith 5,70 14,22 USD Anu Narula; Paul Middleton; 7,91 15,06 USD — 15,47 13,89 USD Aneta Wynimko; Alex Gold; Oliver Hextall; 26,94 17,78 EUR Pascal Dudle; Stephan Eugster; 7,21 14,73 USD — 15,12 16,85 EUR Hans Peter Portner 11,45 16,39 EUR 7,94 14,76 EUR — 10,39 15,18 EUR Rui Araújo 11,11 17,24 EUR Jeremy Philip Elliot Podger; Jamie Peter Harvey; 11,93 15,56 EUR Amit Lodha 10,76 15,01 EUR Rui Araújo 10,60 15,99 EUR Allan Foll; Theany BAZET; 13,56 14,35 USD 6,64 16,03 EUR Ivo Weinoehrl; Lucia Macaccaro; 3,43 13,48 USD Clyde Rossouw; Abrie Pretorius; 17,98 18,63 EUR Craig Cameron -0,15 11,75 USD Daniel Roberts 7,60 15,43 EUR Fatima Só 3,19 16,52 USD Roger M. Morley; Ryan P. McAllister; 8,89 18,27 EUR Helge Skibeli; Rajesh Tanna; Timothy Woodhouse; 1,37 10,07 EUR Guy Wagner; Jérémie Fastnacht; 4,63 18,17 USD Len Ioffe; Osman Ali; James Park; Takashi Suwabe; 16,97 20,22 EUR Bruno Bertocci; Joseph R. Elegante; Alix Foulonneau; 4,75 21,17 EUR Stuart Rhodes -3,99 15,20 USD Robert Hay; Jonathan Bell; Paul Flood; Ilga Haubelt; -2,49 14,11 USD Anu Narula; Paul Middleton; 1,01 17,79 USD — -6,03 13,93 USD Felix Maag; Aude Scheuer; -8,57 12,37 EUR Thomas Schüssler; Stephan Werner; -3,38 16,57 EUR Peter M. Moeschter; Herbert J. Arnett; Warren Pustam;

29,42 14,15 9,20 4,26

USD USD USD EUR

Gareth Powell; David Pinniger; Matthew G. Cohen; Anne Marden; Laurence McGrath; John H. Fogarty; Vinay Thapar; Erin Xie


FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2021 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

DADOS A 25-1-21 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

10,25 20,70 6,57 12,96 21,49

USD USD USD

1 ANO

GESTOR

andriam Eqs L Biotech R USD Cap C N N (L) Health Care X Cap USD Candriam Eqs L Onclgy Impct I USD Cap

DABC DABC DABC

6,10 12,79 7,09 11,22

INDIA EQUITY Schroder ISF Indian Opports C Acc USD Franklin India I(acc)USD

DABC DABC

8,11 5,99

5,71 1,08

INFRASTRUCTURE SECTOR EQUITY LM ClearBridge Infras Val PR EUR Acc D WS Invest Global Infras FC Lazard Global Lstd Infras Eq A Acc EUR H

DABC DABC DABC

6,17 3,96 1,13

JAPAN EQUITY JPM Japan Equity A (dist) USD T. Rowe Price Japanese Equity I EUR Threadneedle Japan Ins Acc GBP AS SICAV I Jpn SmlrComs X Acc JPY Jupiter Japan Select D USD Acc GS Japan Equity Base Acc JPY Invesco Japanese Eq Adv A JPY Acc AS SICAV I Japanese Eq X Acc JPY Vanguard Jpn Stk Idx $ Acc Schroder ISF Japanese Eq I Acc JPY Pictet-Japanese Equity Opps PJPY Janus Henderson Hrzn Jpn Smr Coms A2 USD

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

12,64 15,15 13,84 12,93 10,22 11,31 9,37 8,31 8,40 7,95 7,36 7,94 8,80 7,28 6,92 6,70 5,92 5,22 7,07 4,73 6,54 4,01 7,62 2,53

LATIN AMERICA EQUITY DWS Invest Brazilian Equities LC DWS Invest Latin American Eqs NC

DABC DABC

24,29 14,93 -14,92 37,92 EUR — 12,85 6,58 -11,65 32,02 EUR —

NATURAL RESOURCES SECTOR EQUITY BGF World Mining D2

DABC

19,43

9,90

23,18

25,39

USD

Evy Hambro; Olivia Markham;

PRECIOUS METALS SECTOR EQUITY BGF World Gold A2 USD

DABC

14,39

11,79

17,78

32,85

USD

Evy Hambro; Thomas Holl;

REAL ESTATE SECTOR EQUITY Janus Henderson Hrzn PanEurpPtyEqs A2EUR Janus Henderson Hrzn GlblPtyEqsA2USD M S INVF Global Property I

DABC DABC DABC

6,29 4,73 -5,63

7,13 6,55 -8,30

-3,93 19,43 -9,11 17,14 -20,12

EUR USD EUR

Guy Barnard; Nicolas Scherf; Guy Barnard; Tim Gibson; Greg Kuhl; Theodore R. Bigman; Michiel te Paske; Sven Van Kemenade;

TECHNOLOGY SECTOR EQUITY JPM US Technology A (dist) USD B GF World Technology A2 USD Allianz Global Artfcl Intlgc WT4 EUR F ranklin Technology W Acc USD Polar Capital Global Tech Inc J anus Henderson Glb Tech&Inno A2 USD B NP Paribas Disrpt Tech Cl D Fidelity Global Technology Y-Dis-EUR AXAWF Framlington Dgtl Ecoy I Cap EURHdg Threadneedle (Lux) Global Tech AU USD J anus Henderson Hrzn GlbTechLdrs H2USD Pictet - Robotics I EUR AXAWF Fram Robotech I Cap USD J PM Europe Dynamic Techs Fd C (dist) EUR P ictet-Digital PUSD EdRF Big Data N EUR BGF Next Generation Technology I2 USD Echiquier Artificial Intelligence B EUR

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

30,22 39,00 71,50 24,33 USD Timothy RV Parton; Joseph Wilson; 30,54 37,56 70,18 21,66 USD Tony Kim 35,34 86,01 25,47 EUR Sebastian Thomas 25,64 31,51 49,33 20,33 USD Matthew Cioppa; Dan Searle; 26,39 29,80 44,66 18,07 USD Ben Rogoff; Nick Evans; Fatima Lu; 24,06 27,17 36,41 18,51 USD Denny Fish 21,82 26,82 35,16 18,99 EUR Pamela Hegarty 23,75 25,93 33,35 19,51 EUR HyunHo Sohn 25,19 49,94 21,27 EUR Jeremy Gleeson; Tom Riley; 21,90 24,73 31,17 23,37 USD Paul H. Wick 20,78 22,55 30,33 19,09 USD Alison Porter; Graeme Clark; Richard Clode; 20,76 21,24 34,80 22,01 EUR Peter Lingen; John Gladwyn; 18,74 34,31 21,04 USD Jeremy Gleeson; Tom Riley; 16,89 17,89 26,86 20,79 EUR Jonathan Ingram; John Baker; Alex Whyte; 15,28 14,87 22,21 16,43 USD Sylvie Sejournet; Olivier Djopwouo; Stanislas Effront; 14,34 13,37 14,44 19,61 EUR Xiadong Bao; Jacques-Aurélien Marcireau; 99,75 USD Tony Kim 78,93 EUR Rolando Grandi

UK EQUITY LARGE CAP Ninety One GSF UK Alpha IX Inc GBP

DABC

US EQUITY LARGE CAP BLEND Wells Fargo (Lux) WF USAllCpGr I USD Acc F ranklin US Opportunities W(acc)USD N inety One GSF American Fran A Inc USD BL-Equities America B USD J PM US Select Equity A (acc) USD Amundi IS MSCI North America IE-C S chroder ISF US Large Cap I Acc USD Vanguard U.S. 500 Stk Idx $ Acc Pictet-USA Index P USD AXA Rosenberg US Enh Idx Eq Alp A $ Acc T. Rowe Price US Eq I USD Neuberger Berman US MltCp Opps USD1 IAcc N N (L) US Enh Cr Concntr Eq P Cap USD GS US CORE® Equity Base Acc USD Snap P olar Capital North American S

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

19,42 16,23 15,27 12,25 11,57 12,00 11,33 11,74 11,42 11,16 9,98 11,16 9,73 9,88 9,69

5,90 4,78 5,94

1,05

0,98

Rudi Van den Eynde; Servaas Michielssens; Jeff Meys; Tjeerd van Cappelle; Anastasia Naymushina; Rudi Van den Eynde; Servaas Michielssens;

6,25 22,59 USD — 4,51 24,41 USD Sukumar Rajah -3,44 -10,40 -6,98 29,83 23,43 23,74 8,31 5,76 12,45 7,18 16,63 4,88 3,72 7,43 0,07

-10,15

26,19 36,38 23,06 32,12 16,62 12,94 15,29 13,21 13,57 13,49 13,11 10,03 12,76 11,45 12,71 7,94 12,40 7,64 12,15 8,50 11,47 5,08 10,29 4,28 9,80 3,49 9,78 6,80 8,68 5,68

15,01 14,64 13,94

EUR EUR EUR

Richard Elmslie; Nick Langley; Charles Hamieh; Shane Hurst; Manoj H. Patel; Francis X. Greywitt; John Mulquiney; Warryn Robertson; Bertrand Cliquet; Matthew Landy;

17,95 USD Nicholas Weindling; Shoichi Mizusawa; Miyako Urabe; 17,24 EUR Archibald A. Ciganer 16,01 GBP Daisuke Nomoto 16,47 JPY — 15,49 USD Dan Carter; Mitesh Patel; 14,30 JPY Ichiro Kosuge 15,80 JPY Tadao Minaguchi 15,46 JPY — 14,15 USD — 14,41 JPY Kazuhiro Toyoda 15,52 JPY Sam Perry; Adrian Hickey; Serena Robinson; 17,71 USD Yun Young Lee

17,62

GBP

Simon Brazier

21,07 USD Thomas C. Ognar; Joseph M. Eberhardy; Robert Gruendyke; 18,90 USD Grant Bowers; Sara Araghi; 14,93 USD Paul Vincent 17,03 USD Luc Bauler; Henrik Blohm; 18,29 USD Steven G. Lee; Scott Davis; 17,91 EUR Arnaud Choblet 17,65 USD Frank Thormann 17,21 USD — 17,19 USD Stéphane Cornet; David Billaux; 17,22 USD — 16,56 USD Jeffrey Rottinghaus 19,05 USD Richard S. Nackenson 17,83 USD Vincent J. Costa 17,73 USD Len Ioffe; Osman Ali; Dennis Walsh; 20,39 USD Andrew Holliman; Richard Wilson;

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 31


PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2021 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

DADOS A 25-1-21 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

15,88

USD

James B. Lovelace; Donald D. O'Neal; Joyce E. Gordon;

98,58 61,80 30,15 16,30 24,79 17,87 19,49 17,03 27,45 19,02 21,41 15,27 20,64 17,61 26,01 16,99 29,34 17,38 14,72 16,51 6,72 16,12

EUR EUR USD EUR USD USD USD USD USD EUR EUR USD

Dennis P. Lynch; David S. Cohen; Sandeep (Sam) G. Chainani; Dennis P. Lynch; David S. Cohen; Sandeep (Sam) G. Chainani; David B. Powell; Karina Funk; Michael T. Smith; Christopher J. Warner; Kenneth M. Stuzin Taymour R. Tamaddon Frank V. Caruso; John H. Fogarty; Vinay Thapar; Peter Bourbeau; Margaret B. Vitrano; Daniel Charles Roarty Mary Jane McQuillen; Derek J. Deutsch; Paul Cloonan; Andrew Acheson; Edwin Walczak; Matthew Benkendorf; Chul Chang;

1 ANO

GESTOR

Capital Group Inv Co of Amer(LUX) Z

DABC

9,33

8,64

US EQUITY LARGE CAP GROWTH MS INVF US Growth I MS INVF US Advantage I Brown Advisory US Sust Gr USD C Acc Wells Fargo (Lux) WF USLrgCpGr IEUR Acc Brown Advisory US Equity Growth $ P Acc T. Rowe Price US Lg Cap Gr Eq I USD A B American Gr Ptf C Acc L egg Mason CB US Lg Cp Gr X USD Acc AB Sustainable US Tmtc A USD Legg Mason CB US Eq Sust Ldrs PR EURHAcc Amundi Fds Pinr US EqFdm Gr A EUR C Vontobel US Equity I USD

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

249,89 172,80 18,07 15,01 17,99 15,38 15,18 15,64 15,78 12,50 12,93

174,10 122,51 25,61 23,71 22,14 21,99 19,95 18,92 18,87 17,48 16,90 13,94

US EQUITY LARGE CAP VALUE AXA Rosenberg US Equity Alpha A USD Acc DWS Invest CROCI US Dividends USD LC NN (L) US High Dividend P Cap USD JPM US Value A (dist) GBP MFS Meridian US Value A1 USD R obeco BP US Premium Equities IH € Fidelity America A-Dis-USD

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

9,38 9,67 6,82 5,72 5,70 7,02 2,65

US EQUITY SMALL CAP Alger Small Cap Focus I US T. Rowe Price US Smlr Cm Eq Q USD BNP Paribas US Small Cap Classic R JPM US Smaller Companies A (dist) USD L egg Mason RY US SmCp Opp X USD Acc

DABC DABC DABC DABC DABC

14,96 10,43 10,13 12,35

28,63 17,90 9,88 8,77 7,78

38,47 18,14 13,47 6,00 15,29

24,05 19,76 23,51 22,37 30,48

USD USD USD USD USD

Amy Y. Zhang Curt J Organt Pamela J. Woo Don San Jose; Daniel J. Percella; Jon Brachle; Bill Hench; Robert Kosowsky; Suzanne Franks;

CONVERTIBLES Lazard Convertible Global PC EUR Schroder ISF Glb Convert Bd C Acc USD J PM Global Convert (EUR) D (acc) EUR BNP Paribas Europe Sm Cp CnvrtI C

DABC DABC DABC DABC

11,72 5,71 6,43 2,84

14,35 9,76 9,11 2,75

26,18 14,51 30,78 7,16

10,40 8,50 12,34 7,61

EUR USD EUR EUR

Arnaud Brillois Peter Reinmuth; Chris Richards; Paul Levene; Hart Woodson; Eric Bouthillier; Caroline de Bourleuf;

COMMODITIES BROAD BASKET PIMCO GIS Cmdty Real Ret Instl USD Acc

DABC

0,55

-1,32

-6,27

14,65

USD

Nicholas J. Johnson; Mihir P. Worah; Lorenzo Pagani;

COMMODITIES SPECIFIED Ofi Fincl Inv Precious Metals I

DABC

12,35

12,94

25,48

15,29

EUR

Benjamin Louvet; Olivier Daguin;

ALTERNATIVE MISCELLANEOUS BSF Global Event Driven Z2 USD C andriam Risk Arbitrage C

DABC DABC

3,71 -0,26

6,46 -0,33

-0,92 -0,59

7,77 2,35

USD EUR

Mark McKenna Stéphane Dieudonne; Fabienne CRETIN-FUMERON;

GLOBAL MACRO Nordea 1 - Alpha 10 MA BP EUR JPM Global Macro Opps A (acc) EUR J PM Global Macro D (acc) USD

DABC DABC DABC

4,72 3,09 0,46

2,95 2,49 2,20

7,08 11,61 -1,64

6,29 5,79 6,61

EUR EUR USD

Per Walter; Asbjørn Trolle Hansen; Claus Vorm; Karsten Bierre; Shrenick Shah; Josh Berelowitz; Benoit Lanctot; Shrenick Shah; Josh Berelowitz; Benoit Lanctot;

LONG/SHORT CREDIT L egg Mason WA Mcr OppBd PR USD Acc Pictet Absolute Ret Fxd Inc ZX USD Muzinich LongShortCreditYld HEUR Acc NR RAM (Lux) Tactical Glb Bd Total Rtrn J D CI Market Netrl Crdt UCITS A Fndr USD BSF Fixed Income Strategies I2 EUR Allianz Credit Opportunities IT13 EUR

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

5,33 1,66 2,08 1,94 1,15 1,58

5,36 -1,93 4,21 -3,89 2,85 5,90 1,92 4,83 1,64 -7,31 1,46 4,02 0,98 0,91

9,01 USD — 6,30 USD Ella Hoxha; Andres Sanchez Balcazar; 3,10 EUR Brian Lieberman 2,87 EUR Gilles Pradere; Clement Perette; 6,24 USD 3,62 EUR Michael Krautzberger; Tom Mondelaers; Johan Sjogren; 1,86 EUR Hervé Dejonghe; Grégoire Docq;

LONG/SHORT EQUITY Pictet TR - Mandarin I USD S chroder GAIA Egerton Eq I Acc EUR M an GLG Innovation Eq Alt IN USD Acc J PM US Hedged Equity A (acc) USD E leva UCITS Eleva Abs Ret Eurp S EUR acc Pictet TR - Atlas I EUR Pictet TR - Corto Europe I EUR Janus Henderson UK Abs Ret R£ Acc S chroder GAIA Sirios US Eq E Acc EUR Hdg

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

10,55 8,83 5,98 1,53 -2,57 2,45

9,87 9,41 7,39 7,02 6,24 4,27 0,88 0,51 0,21

7,19 12,70 5,61 8,83 4,38 3,05 3,45 6,58 11,30

MARKET NEUTRAL Aegon Global Eq Mkts Netrl EURH C Acc Pictet TR - Agora I EUR Man GLG Alpha Select Alt ILH EUR Acc B SF European Absolute Return D2 EUR MW Systematic Alpha UCITS B USD BMO Real Estate Eq Mkt Netrl B Acc EUR B SF Americas Div Eq Abs Ret D2 EUR H

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

5,63 21,82 3,73 5,13 8,15 5,23 4,73 4,36 1,88 4,63 9,09 4,02 -0,55 2,22 3,06 4,43 -0,83 -1,92 -3,84

32  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

4,46

9,09 3,17 18,59 USD — 8,04 -4,43 19,16 USD Julien Boulliat; Shinil Balakrishnan; 5,07 -5,78 16,41 USD — 4,10 -6,26 19,87 GBP Clare A. Hart; David Silberman; Andrew Brandon; 3,96 -6,57 17,42 USD Steven R. Gorham; Nevin P. Chitkara; Katherine Cannan; 2,85 3,46 22,11 EUR Duilio R. Ramallo 1,75 -4,63 17,28 USD Angel Agudo; Ashish Bhardwaj;

18,44 10,36 7,73 3,68 8,94 11,20 5,42 -3,22 -1,17

USD EUR USD USD EUR EUR EUR GBP EUR

Lan Wang-Simond John C. Armitage Priya Kodeeswaran Raffaele Zingone; Hamilton Reiner; Eric Bendahan Matthieu Fleck Phillipe Sarreau Luke Newman; Benjamin Wallace; John F. Brennan

5,53 EUR David Pringle 5,40 EUR Elif Aktug; Benoît Capiod; Vincent Ijaouane; 3,30 EUR Charles Long; Nick Judge; 4,09 EUR David Tovey; Stefan Gries; 7,62 USD 2,36 EUR Marcus Phayre-Mudge; Alban Lhonneur; 5,83 EUR Raffaele Savi; Travis Cooke;


FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2021 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 25-1-21 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

7,39 6,48 7,18 3,47 5,49 6,09 1,78

EUR USD EUR EUR GBP EUR EUR

GESTOR

MULTIALTERNATIVE BNY Mellon Glbl Rl Ret (EUR) W Acc N N (L) Alternative Beta I Cap USD D WS Concept Kaldemorgen EUR SC Pictet TR - Div Alpha I EUR N euberger Bm Uncrltd Strats GBP I5 Acc Franklin K2 Alt Strats I(acc)EUR-H1 E urizon Absolute Prudent R Acc

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

3,98 3,00 3,85 2,11 2,05 0,44

5,75 5,12 3,23 1,66 1,37 1,34 1,09

AGGRESSIVE ALLOCATION M FS Meridian Prudent Wealth I1 USD M FS Meridian Prudent Capital I1 EUR B arclays GlobalBeta Port 5 A Acc GBP BSF Managed Index Port Growth A2 EUR BL-Global 75 B EUR Barclays GlobalBeta Port 4 A Acc GBP Allianz Dyn MltAst Stgy SRI75 I EUR First Eagle Amundi International RU-C

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

6,93 5,73 6,82 4,66 4,80 7,28 4,44

9,32 6,61 7,68 2,29 6,21 3,38 5,98 6,68 5,79 2,57 5,70 2,56 5,36 4,63 4,04 -2,90

ALLOCATION MISCELLANEOUS HSBC GIF Mgd Solu Asia Focsd Inc AC

DABC

4,58

CAUTIOUS ALLOCATION Amundi Fds Global MA Cnsrv M2 EUR C GS Global MA Cnsv I Acc USD N inety One GSF Glb MA Inc I Acc USD I nvest Alves Ribeiro PPR FIMA Pictet-Multi Asset Global Opps I EUR ODDO BHF Polaris Moderate CR EUR I nvesco Pan European Hi Inc C EUR Acc Caixa Seleção Global Moderado FIMA J PM Global Income Cnsrv C (acc) EUR Allianz Dyn MltAst Stgy SRI15 IT EUR FvS - Multi Asset - Defensive IT Caixa Inv Socialmente Resp FIMA Nordea 1 - Balanced Income BP EUR Allianz Strategy 15 IT EUR U BS (Lux) SF Yield (EUR) Q-acc M&G (Lux) Optimal Income C EUR Acc Amundi Rendement Plus I C BPI Moderado FIAF S antander Poupança Prudente FPR FIAA Caixa Seleção Global Defensivo FIMA EdRF Income Europe Ia EUR B ankinter 25 PPR/OICVM B FIMA

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

4,94 5,45 9,46 5,42 EUR Luigi Cesari; Enrico Bovalini; Francesco Sandrini; 3,70 5,42 1,95 7,83 USD Christopher Lvoff; David Copsey; Shoqat Bunglawala; 2,61 3,94 -3,05 6,40 USD John Stopford; Jason Borbora-Sheen; 6,10 3,63 0,59 8,90 EUR Paulo Monteiro 3,09 3,39 4,91 4,70 EUR Andrea Delitala; Marco Piersimoni; 2,39 2,98 3,49 5,14 EUR Peter Rieth 4,21 2,90 2,62 9,38 EUR Paul Read; Paul Causer; Thomas H. Moore; Stephanie Butcher; 2,74 2,90 5,06 7,23 EUR — 2,70 4,66 5,58 EUR Michael Schoenhaut; Eric J. Bernbaum; 3,13 2,66 2,99 5,04 EUR Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; 3,31 2,39 -0,94 6,64 EUR Elmar Peters 2,32 0,82 7,79 EUR — 2,13 2,21 3,06 3,18 EUR Søren Brogaard Lolle; Karsten Bierre; Caroline Henneberg; 2,36 2,06 0,50 4,58 EUR Cordula Bauss; Massimiliano Pallotta; Alistair Bates; 3,26 2,05 3,67 8,73 EUR Roland Kramer; Sebastian Richner; Daniel Rudis; 3,49 1,82 1,95 7,34 EUR Richard Woolnough 2,32 1,58 1,57 6,41 EUR Yannick Quenehen; Alexandre Burgues; 1,10 1,47 4,56 4,51 EUR Eduardo Monteiro 1,39 1,17 1,58 4,79 EUR Carmen Borondo 1,13 0,77 2,14 3,63 EUR — 2,43 -0,11 -2,41 8,64 EUR Julien de Saussure 3,11 EUR Miguel Taledo de Sousa

FLEXIBLE ALLOCATION Ninety One GSF Glb Mac Allc IX Acc USD P IMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc FvS Multiple Opportunities II IT Epsilon Fund Enh Const Rk Contrib I€ Acc M &G (Lux) Dynamic Allocation C EUR Acc AXAWF Optimal Income E Cap EUR pf

DABC DABC DABC DABC DABC DABC

7,07 6,25 3,32 4,26 1,95

6,97 6,55 6,44 2,72 0,90 0,83

MODERATE ALLOCATION Janus Henderson Balanced A2 USD Allianz Income and Growth I H2 EUR Carmignac Pf Patrimoine Europe A EUR Acc T. Rowe Price Glb Alloc I USD A catis Gané Value Event Fonds A BGF Global Allocation A2 C apital Group Global Allc (LUX) Z Man AHL TargetRisk D H EUR J upiter Merlin Intl Bal D EUR Acc J PM Global Balanced A (acc) EUR C aixa Seleção Global Arrojado FIMA R uffer Total Return Intl I GBP Cap M FS Meridian Global Total Ret A2 USD Carmignac Pf Patrimoine F EUR Acc Fidelity Global Mlt Ast Inc A-Acc-USD F vS Multi Asset - Balanced IT Allianz Dyn MltAst Stgy SRI50 IT EUR BPI Dinâmico FIAF U BS (Lux) SF Balanced (EUR) Q-acc M &G (Lux) Income Allocation C EUR Acc J PM Global Income A (div) EUR Nordea 1 - Stable Return BP EUR

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

7,36 9,56 7,09 5,68 6,16 5,17 5,37 3,85 1,88 4,20 3,38 3,35 4,71 4,45 2,04 4,21 4,95 3,29 1,37

9,54 9,44 8,77 8,47 8,06 7,74 6,73 6,62 5,30 5,10 4,80 4,49 4,44 4,02 3,51 3,38 3,20 2,67 2,55 2,06 1,47 0,44

4,76

7,17 3,80 -0,91 7,14 -0,56 4,92 3,61

0,94

4,46 17,79 4,44 3,55 1,40 1,48 3,30 20,37 13,86 4,96 7,08 9,84 2,51 3,31 5,39 10,41 7,69 7,25 -0,71 13,38 -5,28 -0,86 2,63 6,76 4,01 -1,58 1,61 -0,58

Andrew Warwick; Suzanne Hutchins; Aron Pataki; Willem van Dommelen; Stan Verhoeven; Daan van Gemert; Klaus Kaldemorgen; Henning Potstada; Christoph-Arend Schmidt; Philippe de Weck; Federico Canè; Fred Ingham; Jeffrey Majit; David Kupperman; Ian Haas; Anthony Zanolla; Brooks Ritchey; Robert Christian; Roberto Bianchi

5,56 USD Barnaby M. Wiener; Edward Dearing; 5,74 EUR Barnaby M. Wiener; David P. Cole; Edward Dearing; 14,76 GBP — 14,02 EUR Stephen Walker; Christopher Downing; Rafael Iborra; 7,53 EUR Joël Reuland 13,69 GBP — 13,64 EUR Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; 13,09 USD Matthew B. McLennan; Kimball Brooker; Julien Albertini; 7,47

9,43 5,61 8,93 5,77 13,10 10,34

USD

USD EUR EUR EUR EUR EUR

Denis James Gould

Iain Cunningham; Jimmy Elliot; Mihir P. Worah; Geraldine Sundstrom; Bert Flossbach Maria Bruna Riccardi Juan Nevado; Craig Moran; Serge Pizem; Stéphane Castillo-Soler;

10,64 USD E. Marc Pinto; Greg J. Wilensky; Jeremiah Buckley; Michael Keough; 14,25 EUR Douglas G. Forsyth; Michael E. Yee; Justin M. Kass; David J. Oberto; 6,87 EUR Keith Ney; Mark Denham; 10,67 USD Charles M. Shriver 13,07 EUR Henrik Muhle; Uwe Rathausky; 10,53 USD Russ Koesterich; David Clayton; Rick Reider; 8,43 EUR Thomas H. Høgh; Robert H. Neithart; Hilda L. Applbaum; 8,00 EUR Russell Korgaonkar 8,75 EUR Algy Smith-Maxwell; John Chatfeild-Roberts; Amanda Sillars; 9,67 EUR Katy Thorneycroft; Gareth Witcomb; Jonathan M. Cummings; 11,07 EUR — 8,93 GBP Jacques Hirsch; Alex Lennard; 9,79 USD Steven R. Gorham; Katrina A. Mead; Owen Murfin; Erik S. Weisman; ; 7,51 EUR Rose Ouahba; David Older; 8,59 USD Eugene Peter Philalithis; George Efstathopoulos; Becky Qin; 8,62 EUR Elmar Peters 9,64 EUR Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; 7,35 EUR Eduardo Monteiro 11,22 EUR Roland Kramer; Sebastian Richner; Daniel Rudis; 11,42 EUR Steven Andrew 9,87 EUR Michael Schoenhaut; Eric J. Bernbaum; 5,71 EUR Asbjørn Trolle Hansen; Claus Vorm; Kurt Kongsted;

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 33


PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS

na Europa

Barómetro

OUTUBRO E NOVEMBRO

por Catarina Vinagre

QUASE FÉNIX RENASCIDA DAS CINZAS, A INDÚSTRIA EUROPEIA ESTÁ MAIOR DO QUE NUNCA Que 2020 foi um ano inusitado ninguém tem dúvidas. A recuperação do mercado europeu de fundos foi gradual, pé ante pé... mas surpreendeu.

FUNDOS INTERNACIONAIS QUE MAIS CAPTAM

(PRODUTOS EUROPEUS DISTRIBUÍDOS EM VÁRIOS PAÍSES)

EM OUTUBRO 2020

EM NOVEMBRO 2020

EM AÇÕES

EM OBRIGAÇÕES

EM MULTIATIVOS E OUTROS

FUNDO

VOL.

UBS (Irl) Fund S. plc - MSCI ACWI SF UCITS ETF

2.904

Allianz Glob. Inv. F. - Allianz China A-Shar. DABC

970

BlackRock Global Funds - China Bond Fund

900

PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset DABC

UBS (Irl) F. Sol. plc - MSCI USA SF Index Fund

843

PIMCO GIS Income Fund DABC

787

BMO LDI Fund Private Sub-Fund 47 EUR

421

Morgan Stanley-Global Opportunity F. DABC

766

PIMCO GIS Diversified Income Fund DABC

471

Flossbach von Storch SICAV - M. Opportunities

336

Morgan Stanley-Asia Opportunity DABC

693

SSgA SPDR Bloom. Barclays E. M. L. B. UCITS ETF

455

Flossbach von Storch - Multiple Opp. II

279

JPMorgan Funds - China A-Share Opp. Fund

683

CS (Lux) Supply Chain Finance Fund

432

UBS (Lux) Key S. Sic. - China Allo. Opp. (USD)

236

UBS (Lux) Inst. Fund - E.E. (ex UK ex Sw.) P. II

668

Candriam Bonds Floating Rate Notes

378

MFS Meridian - Prudent Capital Fund DABC

185

iShares EURO STOXX 50 UCITS ETF (DE)

648

iShares EUR High Yield Corp Bond UCITS ETF

374

BlackRock Strat. Funds - Gl. Event Driven Fund

170

Allianz G. Inv. Fund - Allianz Gl. Art.l Int. DABC

636

Fidelity Funds - Euro Short Term Bond F. DABC

369

Janus Hend. Capital Funds - Balanced DABC

158

Xtrackers S&P 500 Equal Weight UCITS ETF

596

Franklin European Total Return Fund

328

JPM Funds - Global Convert. Fund (EUR)DABC

151

FUNDO iShares China CNY Bond UCITS ETF

FUNDO

VOL.

FUNDO

VOL.

1.045

BlackRock Liab. Sol. F. III - £ Tailored Fund LXVI

2.362

FUNDO

VOL.

Xtrackers MSCI USA Inform. Techn. UCITS ETF

608

iShares China CNY Bond UCITS ETF

754

PIMCO GIS Dynamic Multi Asset DABC

496

HSBC MultiFactor Worldwide Equity Fund

452

BlackRock Global Funds China Bond Fund

646

Flossbach von Storch SICAV Multiple Opport.

267

Schroder ISF China A

434

Allianz Advanced Fixed Income Euro Agg. DABC

640

Flossbach von Storch M. Opp. II DABC

261

Xtrackers MSCI USA Health Care UCITS ETF

393

iShares JPM $ Emerging Mk Bond UCITS ETF

516

MFS Meridian Prudent Capital Fund DABC

196

Nordea 1 Emerging Stars Equity Fund

393

JB Fixed Maturity 2025 Global Emerging Mk

431

UBS (Lux) KS Sicav China Alloc. Opport. (USD)

176

Pictet Global Environmental Opportunities DABC

383

Aviva Investors Global France Global High Yield

391

JPMorgan Global Macro Opportunities DABC

170

Allianz China A Shares DABC

378

Fidelity Funds Euro Short Term Bond Fund DABC

361

Invesco Physical Gold ETC

157

UBS (Lux) Equity China Opport. (USD) DABC

377

iShares Emerging Markets Gov Bond Index

335

Multiflex Sicav Long Term Optimal Multi Asset

150

JPMorgan China A Share Opportunities

342

RobecoSAM Euro SDG Credits

333

Nordea 1 Alpha 15 MA Fund

146

Mercer Passive Global Equity

339

Amundi Index Euro Corporate SRI 0-3Y

329

Graham Macro UCITS

136

Fonte: Broadridge FundFile e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros.

34  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

VOL.

FUNDO

586

VOL.


captado 2,362 milhões de euros, quando em outubro nem se assomava entre os 10 fundos com maior volume de captações. Vale ainda referir que se mantém a já constante presença de vários ETF entre os que mais captam, num ano em que este tipo de produtos já atingiu uma quota de mercado de 20%.

É inegável que apesar da China ter sido a primeira a sofrer com os efeitos da COVID-19, também foi a primeira a libertar-se deles. De facto, se olharmos para os produtos que mais captaram em outubro e em novembro é interessante ver que quase uma dezena tem como universo de investimento a

DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM NOVEMBRO MERCADO

MISTOS

2.357.572

139.547

574.204

960.072

5.930.078

5.653.704

Reino Unido

272.543

832.798

42.082

188.579

135.983

1.471.985

1.390.684

Alemanha

102.023

201.014

58.646

61.609

273.050

696.343

659.507

França

127.460

207.157

159.714

174.817

14.700

683.847

646.799

Suíça

195.746

255.836

53.873

66.928

25.840

598.223

578.131

Itália

201.427

85.624

13.684

215.187

26.150

542.072

530.006

Suécia

60.442

306.736

2.920

55.993

19.604

445.694

419.081

Espanha

84.755

39.014

18.342

40.621

6.560

189.291

182.847

3.212.381

4.586.033

529.676

1.511.470

1.512.291

11.351.851

10.814.113

TOTAL

OBRIGAÇÕES

AÇÕES

MONETÁRIOS

MONETÁRIOS DINÂMICOS

OUTROS

1.898.683

Internacional (*)

TOTAL

DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA EUROPA, EM OUTUBRO E NOVEMBRO MERCADO Internacional (*) Reino Unido Alemanha França

OBRIGAÇÕES

AÇÕES

OUTROS

MISTOS -227

MONETÁRIOS -206

MONETÁRIOS DINÂMICOS 73.515

TOTAL

21.043

55.260

-2.356

-328

-337

-885

456

-2.775

-3.869

7.442 918

185

1.189

592

-562

25.329

26.733

3.682

102

2.193

541

752

-796

2.792

7.457

Suíça

1.623

485

504

1.177

-1.396

2.393

2.055

Itália

3.325

689

-469

-2.453

-3.431

-2.340

573

21

1.248

-66

-219

128

1.111

752

1.546

161

-272

-626

-214

595

643

17.062

9.493

817

-1.591

9.160

34.940

26.789

Suécia Espanha TOTAL

O MERCADO EUROPEU CRESCEU 537 MILHÕES DE EUROS FACE A SETEMBRO JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 35

*Inclui Luxemburgo e Dublin. Dados em milhões de euros

C

hegado o fim do ano há sempre quem faça várias compilações das palavras do ano. COVID-19, pandemia, confinamento, máscara, teletrabalho, vacinas… O que não faltam são fortes candidatas para 2020, mas num ano tão inusitado como este qual terá sido a palavra que marcou o mercado europeu de fundos de investimento? A resposta é simples: recuperação. Após a brutal queda de março pelos motivos que já todos conhecemos, o mercado europeu de fundos de investimento foi recuperando… step by step, quase numa alegoria a Fénix renascida das cinzas. Contudo, o verdadeiro ponto de viragem foi em novembro, mês em que o mercado fervilhava com as notícias que iam surgindo. Em primeiro lugar, a vitória de Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Em segundo lugar, o anúncio da Pfizer e, logo de seguida, da Moderna, que revelaram que as suas vacinas demonstravam uma eficácia superior a 90%, o que fez com que muitos investidores começassem a ver uma luz ao fundo do túnel escuro que a pandemia criou. Consequência destes acontecimentos ou não, a verdade é que os dados compilados pela Broadridge FundFile e pela JPMorgan AM, em exclusivo para a FundsPeople, revelam que as captações em todas as classes de ativos foram muito superiores ao mês anterior. Se em outubro o Xtrackers MSCI USA Inform. Techn. UCITS ETF, o fundo de ações que mais captou em ambos os meses, não foi além dos 608 milhões de euros, em novembro alcançou o 2,904 milhões de euros, praticamente cinco vezes mais. O mesmo refletiu-se nos outros segmentos, em particular nos multiativos e outros, tendo o BlackRock Liability Solutions Funds III - £ Tailored Fund LXVI


P

AR

P

R

TNE R

PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS

AR

TNE

A OPINIÃO DE LUCÍA GUTIERREZ-MELLADO Diretora de Estratégia, J.P. Morgan AM

SE OLHARMOS PARA A DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA EUROPA, HÁ VÁRIOS SEGMENTOS A VERMELHO China, quer sejam eles fundos de gestão passiva quer de gestão ativa.

CRESCIMENTO

Se no início deste artigo falava em recuperação, é também necessário falar de crescimento. Isto porque o mercado europeu de fundos de investimento não só recuperou e deixou para trás os fantasmas das quedas causadas pela pandemia, como cresceu 537 milhões de euros face a setembro e atingiu o seu valor mais alto de sempre: 11,3 biliões de euros. Ainda assim, se olharmos para a distribuição das captações líquidas na Europa em novembro, há vários segmentos a vermelho, sendo o Reino Unido e Itália aqueles que mais se destacam

pela negativa. Pelo contrário, França é o mercado com captações mais pronunciadas que rondam os 26 mil milhões de euros.

ENTIDADES

No que concerne os grupos internacionais que mais captam, não há grandes surpresas. O destaque vai para a suspeita do costume, a BlackRock, ou não fosse a maior gestora de ativos do mundo. Ainda assim, no segmento que inclui os monetários, no mês de outubro, a Amundi e a DWS conseguiram sobressair com volumes de captações muito semelhantes. Estas gestoras internacionais conseguiram, respetivamente, 4,160 e 4,138 milhões de euros.

GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM NOVEMBRO Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS

SEM MONETÁRIOS

BlackRock

14.197

BlackRock

UBS

4.299

UBS

3.725

DWS

4.223

DWS

3.061

State Street

4.218

PIMCO

2.972

PIMCO

2.972

Pictet

2.346

15.152

GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM OUTUBRO Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS

SEM MONETÁRIOS

Amundi

4.160

BlackRock

2.157

DWS

4.138

Nordea

1.968

HSBC

3.981

Schroders

1.405

Nordea

1.958

DWS

1.361

BNP Paribas

1.916

Allianz GI

1.266

36  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

O SÉCULO DA ÁSIA As crises muitas vezes conduzem a mudanças nos comportamentos das economias e dos mercados. A crise das dot.com em 2000 marcou o fim do rendimento superior nos EUA, e foi seguida por um período de sólido comportamento para os mercados emergentes e para as ações europeias. Depois da crise financeira mundial, o pêndulo voltou a inclinar-se a favor dos EUA. Atualmente, encontramo-nos num ponto de inflexão onde pensamos que a Ásia vai ter cada vez mais relevância. A Ásia é uma região diversa de múltipla culturas e economias que alberga quase 60% da população mundial e esperamos que nos próximos anos a região gere metade do PIB mundial. Além disso, do ponto de vista dos investimentos, o índice asiático cada vez tem mais peso nos índices globais de ações reconhecendo a relevância da região. Devido à importância global da região, as tendências demográficas, a transformação económica que estão a ter, e a importância do ponto de vista dos investimentos, há muitas publicações que denominaram este século como “O Século da Ásia”.


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TENDÊNCIAS CAPA por Miguel Rêgo, CFA

OS 12 FUNDOS COM A TRIPLA CLASSIFICAÇÃO DO SELO FUNDSPEOPLE 2021 FUNDO

CATEGORIA

SELO 2021

SELO 2020

SELO 2019

SELO 2018

DABC

DABC

DABC

SELO 2017

SELO 2016

Acatis Gané Value Event Fonds

Moderate Allocation

DABC

BlackRock Global Funds - World Technology Fund

Technology Sector Equity

DABC

BlueBay Funds - BlueBay Invest. Grade Euro Gov. B. Fund

Europe Fixed Income

DABC

Brown Advisory US Equity Growth

US Equity Large Cap Growth

DABC

DABC

DABC

Flossbach von Storch - Bond Opportunities

Global Fixed Income

DABC

DABC

DABC

JPMorgan Funds - Emerging Markets Equity Fund

Global Emerging Markets Equity

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond

Global Fixed Income

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

MFS Meridian Funds - European Value Fund

Europe Equity Large Cap

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund

Aggressive Allocation

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

Morgan Stanley Investment Funds - Asia Opp. Fund

Asia ex-Japan Equity

DABC

DABC

PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund

Flexible Allocation

DABC

DABC

DABC

Schroder Internat.Selection Fund EURO Corporate Bond

Europe Fixed Income

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

DABC

Fonte: Elaboração Própria. Categoria Global: Morningstar

OS FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE 2021

Este ano, 557 fundos contam com uma ou mais classificações do Selo FundsPeople 2021. Mais uma vez detalhamos o processo por detrás de cada classificação.

C

om os resultados da rentabilidade e volatilidade referentes ao final do ano, as votações dos analistas e os dados de volume distribuído na Península Ibérica, a FundsPeople revê o universo de fun-

38  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

dos registados em Portugal e atribui o Selo FundsPeople 2021 com as classificações A, B e C. A classificação A refere-se aos Favoritos dos Analistas, e é definida com base nos votos recolhidos entre os selecionadores de fundos de Portugal, Espanha e Itália. A

classificação B faz referência aos fundos Blockbuster ou “mais vendidos” e outorga-se em função do volume distribuído na Península Ibérica. Por último, a C de Consistente baseia-se no processo de seleção definido pelo departamento de análise da Funds-


QUATRO PASSOS PARA CALCULAR OS CONSISTENTES FUNDS PEOPLE Eliminamos os fundos sem dados de rentabilidade a três anos (a dezembro de 2019)

Eliminamos os fundos garantidos, de mercado monetário, ultra short-term bond e rentabilidade objetivo

+3.000

Limpamos o universo total de fundos registados em Portugal

1

Universo de fundos registados no mercado português

2.550

Universo de fundos sobre o qual é realizada a análise

Comparamos cada um dos 2.550 fundos com todos os da sua categoria Morningstar por rentabilidade e risco em dois períodos distintos

2

Prioridade ao selecionar a classe do fundo: classe mais antiga disponível para comercialização em Portugal

65%

Rentabilidade

3

35%

O resultado é um ranking de cada um dos dois períodos

Volatilidade

Ranking com dados em períodos acumulados a três anos e cinco anos

4

Fundos no primeiro quintil

C

Fundos no primeiro quintil

Ranking com dados de anos individuais 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020

Os fundos Consistentes são os que coincidem no primeiro quintil dos dois rankings

213

8,3% do nosso universo de 2.550 fundos é Consistente

CONSISTENTES JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 39


TENDÊNCIAS CAPA

OS 34 FUNDOS COM A CLASSIFICAÇÃO DE FAVORITO DOS ANALISTAS DO SELO FUNDSPEOPLE 2021 FUNDO

1 Jupiter Dynamic Bond 2 Morgan Stanley - US Advantage Fund 3 Morgan Stanley Global Opportunity 4 Robeco Global Consumer Trends 5 Capital Group New Perspective Fund 6 Fundsmith Equity 7 Flossbach von Storch - Bond Opportunities II 8 PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund 9 MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund 10 Seilern World Growth 11 T. Rowe Price Japanese Equity Fund 12 DPAM Equities NewGems Sustainable 13 Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II 14 BMO Real Estate Equity Market Neutral 15 Morgan Stanley IF Asia Opportunity Fund 16 Morgan Stanley INVF US Growth Fund 17 Acatis - Gane Value Event Fonds 18 Brown Advisory US Equity Growth 19 Allianz Global Artificial Intelligence 20 BlackRock BGF World Technology Fund 21 JP Morgan Emerging Market Equity 22 BlueBay Investment Grade Euro Government Bond Fund 23 Eleva Absolute Return Europe 24 Eleva European Selection 25 Fidelity Funds European Dynamic Growth 26 MFS Meridian European Value 27 Oddo Avenir Europe 28 Ruffer Total Return International 29 Schroder EUR Corporate Bond 30 Vontobel MTX Sustainable Emerging Markets Leaders 31 BlackRock BSF European Absolute Return 32 BlackRock BSF Global Event Driven 33 Brown Advisory US Sustainable Growth Fund 34 Fidelity Funds Euro Short Term Bond

SELO 2021

TOTAL

PORTUGAL

ESPANHA

ITÁLIA

DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC DABC

25

11

9

5

3

Sim

Obrigações

16

9

2

5

3

Sim

Ações

FSGBR06HXX

15

2

3

10

3

Sim

Ações

FSUSA0B7LH FSGBR058MG

13

PAÍSES

REPETE

CATEGORIA

FUND ID

FS00009ICU

10

3

2

Sim

Ações

12

3

7

2

3

Sim

Ações

FS0000C519

9

7

1

1

3

Sim

Ações

FS00009JQM

9

3

3

3

3

Obrigações

FSUSA09XO9

9

3

5

1

3

Multiativos

FS0000CDIR

8

1

5

2

3

Sim

Multiativos

FSUSA08SD2

8

3

4

1

3

Sim

Ações

FSUSA081ME

8

4

4

2

7

7

Ações

FSGBR06OLL

1

Sim

Ações

FSBEL078QQ

Sim

7

4

1

2

3

Multiativos

FS0000ADVX

7

1

5

1

3

Alternativo

FS00009W61

7

2

5

2

Ações

FS0000CFPU

7

2

1

4

3

Ações

FSGBR05CEW

6

2

3

1

3

Sim

Multiativos

FSUSA09NKP

6

4

2

2

Sim

Ações

FSUSA0A9XI

6

2

1

3

3

Ações

FS0000D6OE

6

1

2

3

3

Ações

FSGBR05CJJ

6

2

2

2

3

Ações

FSGBR05015

5

2

2

1

3

Sim

Obrigações

FSUSA0BALL

5

2

1

2

3

Sim

Alternativo

FS0000CBIW

5

2

3

2

Sim

Ações

FS0000BOKI

5

3

1

1

3

Sim

Ações

FSGBR050WV

5

3

1

1

3

Sim

Ações

FSGBR05AJ8

5

2

2

1

3

Sim

Ações

FSGBR04PPG

5

3

2

2

Sim

Multiativos

FS00008L2D

5

1

2

3

Sim

Obrigações

FSGBR050PO

5

1

4

2

Sim

Ações

FS00008LOW

5

3

5

2

1

1

3

Alternativo

FSUSA09RL0

2

3

2

Alternativo

FS0000C1SK

2

Ações

FS0000D62G

1

3

Obrigações

FSUSA08QFJ

5

1

4

5

1

3

Fonte: elaboração própria.

People em função da rentabilidade e volatilidade dos fundos face à sua categoria. Este ano, um total de 557 fundos conta com o Selo Funds People 2020. Em seguida voltamos a detalhar o processo que está por trás de cada classificação do Selo FundsPeople.

CONSISTENTES 2021

Pelo sexto ano consecutivo a FundsPeople elabora a lista dos fundos mais consistentes. O processo de seleção baseia-se num modelo quantitativo próprio em que identificamos os fun40  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

dos mais consistentes dentro de cada categoria, entendida como a categoria definida pela Morningstar (Morningstar Category). O procedimento é simples. Partimos de um universo dos fundos registados para venda em Portugal, com dados de rentabilidade a mais de três anos ao final de 2020. Eliminamos as categorias de produtos com garantia de capital, mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade e maturidade objetivo. De cada um dos fundos tomamos apenas uma classe: a mais antiga de todas as dispo-

níveis em Portugal. Fica um universo de 2.550 produtos. O que nos interessa é saber como se comportaram esses fundos durante os últimos cinco anos atendendo a duas variáveis: rentabilidade e volatilidade na divisa base. Assim comparamos cada um deles com todos os fundos da categoria a que pertencem, o que fazemos mediante dois scorecards. No primeiro, consideramos dados de rentabilidade e volatilidade em períodos acumulados a três e cinco anos; enquanto no segundo, os dados são


AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES SOBRE O SELO FUNDSPEOPLE 1. O QUE É O SELO FUNDSPEOPLE? Trata-se de um rating concedido por uma ou várias das três classificações: Favorito dos Analistas (A), Blockbuster (C) e/ou Consistente (C). 2. COMO POSSO CONSULTAR A METODOLOGIA UTILIZADA? Pode consultá-la no nosso website ou nas revistas da FundsPeople em Portugal. 3. QUAL É A FONTE DOS DADOS? Os dados para a classificação A são recolhidos pela FundsPeople. Para a classificação B, nos fundos internacionais, é a Funds People que recolhe os dados e para fundos nacionais a fonte é a Morningstar Direct. Para a classificação C, a fonte de dados é a Morningstar Direct. 4. PORQUE É QUE O MEU FUNDO PODE TER SELO NUM PAÍS, MAS NÃO NOS DEMAIS? Na nossa comparação consideramos o universo de fundos registados para venda em cada país, mas de diferentes formas: • A classificação A é o resultado dos votos dos analistas em Portugal, Espanha e Itália. É uma classificação única para todos os países e indicamos se o fundo está registado no país. • A classificação B, para fundos internacionais, resulta da consulta direta aos responsáveis das gestoras internacionais sobre os fundos que têm mais volume distribuído na Península Ibérica. Apenas fundos registados em Portugal obtêm a classificação. • A classificação C é uma análise puramente quantitativa dos dados de rentabilidade e risco proporcionados pela Morningstar. Os fundos são comparados com os seus pares registados em cada país, pelo que as bases de comparação de cada país são diferentes. 5. QUANDO É ALTERADA A CLASSIFICAÇÃO DE UM FUNDO? As classificações são atualizadas anualmente, em janeiro, com dados de 31 de dezembro.

6. O SELO PODE SER ATUALIZADO SE O FUNDO FOI FUNDIDO OU INCORPORADO NOUTRO? Não, tal não é possível. 7. ALGUMA CLASSIFICAÇÃO É MELHOR QUE OUTRA? Não. Cada classificação reflete algo diferente. No caso da A, de Favorito dos Analistas, reflete os votos dos analistas de fundos do Sul da Europa. No caso da B, de Blockbuster, o sucesso das suas vendas na Península Ibérica. E por último, a C o facto de estar no primeiro quintil da sua categoria segundo os critérios de rentabilidaderisco que estabelecemos. 8. COMO POSSO CONQUISTAR UMA DAS TRÊS CLASSIFICAÇÕES, E COM ELA O SELO FUNDSPEOPLE? A classificação A obtém-se com pelo menos cinco votos dos analistas de fundos; a B em função do volume (e das subscrições líquidas nos produtos locais), e a C em função da obtenção de um determinado rácio de rentabilidade-risco de acordo com a nossa metodologia. 9. QUE CLASSE É UTILIZADA PARA A ANÁLISE DA CLASSIFICAÇÃO C DE CONSISTENTE? À partida o critério utilizado é selecionar a classe do fundo mais antiga registada em cada mercado. Definimo-lo na Morningstar Direct (Set User Preferences/User Defined Primary Criteria), o que estabelece uma ordem de preferência de nove critérios, sendo o primeiro a Performance Start Date: Oldest. Esta classe pode não coincidir com a Oldest Class da Morningstar se a mesma não estiver registada no país. Os seguintes critérios primam, por esta ordem, a escolha das classes de acumulação, de investimento institucional, com menor custo por comissões de gestão e com maior tamanho. Quanto à divisa, tendo em conta que o investidor é europeu, prevalecem os fundos em euros. A análise de rentabilidade-risco faz-se nível da classe do fundo, pois cada classe terá resultados em função das comissões em vigor, porém é o fundo que obtém o Selo FundsPeople.

10. É POSSÍVEL ALTERAR A CLASSE DO FUNDO? Em princípio não é possível. Na eventualidade de uma entidade gestora o solicitar, tal seria analisado caso a caso. 11. É POSSÍVEL NÃO UTILIZAR A CLASSE DA MORNINGSTAR PARA O FUNDO POR NÃO SER A CORRETA? Não, não é possível. Neste caso, a entidade gestora deve entrar em contacto com a Morningstar. 12. PORQUE É QUE O MEU FUNDO NÃO TEM A CLASSIFICAÇÃO C DE CONSISTENTE AINDA QUE SE ENCONTRE NO PRIMEIRO QUARTIL DE RENTABILIDADE DE ACORDO COM DIFERENTES PROVEDORES? Na nossa metodologia não utilizamos apenas dados de rentabilidade. A volatilidade tem um peso importante (35%), pelo que se o fundo é mais volátil que a média da sua categoria pode acontecer que não seja selecionado de acordo com o nosso sistema. Além disso, os fundos selecionados são os do primeiro quintil e é utilizado um scorecard para períodos acumulados e outro para anos individuais. Cada sistema de rating tem uma metodologia distinta e daí não devolverem os mesmos resultados. 13. PORQUE É QUE O MEU FUNDO, AINDA QUE TENHA UM PATRIMÓNIO EM LINHA COM O CRITÉRIO DA CLASSIFICAÇÃO B, NÃO RECEBEU O SELO FUNDS PEOPLE? Consideramos o universo de fundos registados para venda em cada país. No caso dos fundos internacionais, a classificação B é o resultado de uma consulta direta aos responsáveis das gestoras internacionais sobre os fundos cujo volume supera um determinado montante. Se não recebemos uma resposta, não o podemos incluir.

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 41


TENDÊNCIAS CAPA

RANKING POR ENTIDADE GESTORA Por número de fundos com Selo FundsPeople 2021 em Portugal J.P. MORGAN AM

36

FIDELITY

26

PICTET AM

25

BLACKROCK

23

SCHRODERS

20

PIMCO

17

ALLIANZ GLOBAL INVESTORS

16

GOLDMAN SACHS IM

16

AXA IM

15

AMUNDI

14

BNP PARIBAS AM

14

DWS

14 14

MORGAN STANLEY IM 13

T. ROWE PRICE 12

CANDRIAM

12

NORDEA AM 11

FRANKLIN TEMPLETON INVESCO

10

MFS IM

10

Fonte: Elaboração própria. Fundos com mais de 10 fundos com Selo FundsPeople 2021.

referentes aos últimos cinco anos civis (2015, 2016, 2017, 2018 e 2019). Em ambos os casos a rentabilidade e volatilidade têm um peso de 65% e de 35%, respetivamente. Cada um dos scorecards dá-nos uma posição dos fundos dentro da sua categoria, por isso, o que fazemos é ficar com os fundos que estão situados no primeiro quintil em ambos. Adicionalmente, nesta lista eliminamos os fundos com um património inferior a 50 milhões de euros sob gestão a 31 de dezembro de 2019 (10 milhões no caso de fundos domiciliados em Portugal). O modelo não tem uma intenção preditiva e é fruto da experiência acu42  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

mulada na prática profissional na seleção de fundos e que se suporta em dois princípios: facilidade e transparência. Ainda que existam outras variáveis representativas no comportamento das rentabilidades dos fundos, apostamos num modelo simples que responde ao que na FundsPeople se entende por consistência: oferecer uma rentabilidade atrativa, sem muita volatilidade e ao longo de um período razoável. Na análise realizada com os resultados a 31 de dezembro de 2020 foram identificados 213 produtos registados no mercado português aos que se outorga a classificação de Consistentes FundsPeople, o que equivale a 8,3%

da oferta sobre a qual aplicamos o filtro. Se compararmos os dados com o ano anterior, no qual tínhamos 210 Consistentes, 92 alcançaram de novo a classificação, o que representa cerca de 43% do universo consistente em 2021.

FAVORITOS 2021

A classificação de Favoritos dos Analistas, a A dos selos FundsPeople é o resultado da eleição dos analistas de fundos de Portugal, Espanha e Itália. Há seis anos que consultamos os selecionadores de fundos destes três países para saber quais os seus fundos favoritos. A cada analista é solicitada uma lista com um máximo de 10 fundos, ainda


P

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A OPINIÃO DE MÁRIO PIRES Diretor de clientes institucionais e do mercado português, Schroders

SÃO 34 OS FUNDOS FAVORITOS, 405 OS BLOCKBUSTER E 213 OS CONSISTENTES DO SELO FUNDSPEOPLE 2021 que o número de votos varie. Em 2021, 108 selecionadores de fundos de 87 entidades dos três países votaram um total de 544 fundos distintos. Destes, 34 obtiveram o mínimo de cinco votos necessários para obter a classificação A de Favorito dos Analistas nesta edição. Pelo segundo ano consecutivo, o Jupiter Dynamic Bond encabeça a lista dos mais votados com 25 votos, mais um que em 2020. Segue-se o Morgan Stanley US Advantage, com 16 votos e o Morgan Stanley Global Opportunity no terceiro posto com 15. Completam o Top 5 o Robeco Global Consumer Trends e o Capital Group New Perspective Fund, com 13 e 12 votos respetivamente. A Morgan Stanley IM, com quatro produtos, é a gestora com mais fundos favoritos. A Blackrock conta com três e a Brown Advisory, Fidelity, Flossbach von Storch e MFS, com dois. São 21 fundos os que obtiveram a classificação A em 2020 que repetem em 2021 e seis aqueles que se mantêm com esta classificação nos últimos três anos: Capital Group New Perspectives, Eleva European Selection, MFS Meridian European Value, Fidelity Funds European Dynamic Growth, MFS Meridian Funds Prudent Wealth Fund e o Morgan Stanley US Advantage Fund.

BLOCKBUSTER 2021

A classificação Blockbuster, a B dos selos da FundsPeople, destaca os mais vendidos do mercado, aqueles produtos que a 31 de dezembro de 2020 contavam com um volume sig-

nificativo de ativos na Península Ibérica. Para esta classificação exige-se a um fundo internacional um negócio mínimo de 100 milhões de euros no mercado Ibérico. No caso dos fundos domiciliados em Portugal e/ou geridos por entidades portuguesas, o volume mínimo é de 50 milhões de euros e requer-se também que tenham tido fluxos líquidos positivos acumulados a três anos iguais ou superiores a um quarto dos ativos sob gestão ao fecho de 2020. São 387 os fundos estrangeiros e 19 os portugueses que superam cada um dos limites. No total, 406 produtos comercializados em Portugal contam com a classificação B de Blockbuster. Tal como no caso dos fundos com classificação Consistentes FundsPeople, ficam fora da análise categorias como produtos garantidos, mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade e maturidade objetivo. Em suma, as classificações que reúnem o Selo FundsPeople tratam de identificar os produtos que se destacam pela consistência dos seus resultados, pelo interesse que despertam entre os selecionadores de fundos de investimento ou pelo volume que conseguiram colocar entre os clientes. Este ano são 12 os fundos que contam com a tripla classificação no Selo FundsPeople, face aos 18 do ano passado. Por entidades, as que contam com o maior número de produtos são a J.P.Morgan AM, a Fidelity e a Pictet AM, com 36, 26 e 25 fundos com uma ou mais classificações do Selo FundsPeople 2021 em Portugal.

O FIM DA HIBERNAÇÃO 2020 foi um ano inédito em flutuações nas economias e PIB, e neste início de 2021, com novas vagas de COVID-19 um pouco por todo o mundo, não está afastado o risco de uma segunda queda nos EUA e na Europa, à medida que se decretam novos confinamentos. Mas neste início de 2021, com a vacinação já iniciada, temos um vislumbre de primavera a quebrar o ambiente de hibernação deste nebuloso inverno. É para esta primavera antecipada, em termos de recuperação económica, que apontam os nossos indicadores, quer pelo efeito da vacina, quer pela convicção de que bancos centrais e governos manterão as suas políticas de estímulo. Voltar ao crescimento traz alguns receios sobre o aumento das taxas de juros e inflação, mas face à elevada capacidade não utilizada nas economias, haverá folga para que as subidas sejam muito lentas e, se necessário, amortecidas pelas autoridades. De entre as várias regiões do mundo, a Ásia é a que se apresenta em melhor forma para emergir da crise. O modo como retomou a produção de bens de consumo e de tecnologias, as respostas de saúde e a inovação e tendências disruptivas catalisadas pelas respostas à pandemia apresentam-se como estimulantes oportunidades. São elas que nos deixam otimistas em relação às ações e convictos de que partes mais cíclicas do mercado - além das indexadas à reclusão do confinamento - poderão resgatar o seu potencial. É por isso que dizemos (embora mantendo as devidas precauções): é tempo de pôr fim à hibernação! JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 43


TENDÊNCIAS GESTÃO por Samuel Capucho

A RELEVÂNCIA DAS

FAMANG NOS FUNDOS PORTUGUESES

Num ano em que o setor tecnológico foi um dos setores mais beneficiados pela pandemia, as empresas tecnológicas norte-americanas atingiram o seu auge levando o S&P 500 a máximos históricos. Mas como os gestores portugueses olham para estas tecnológicas norte-americanas e… quem vê mais valor nas famosas FAANGM?

A

tecnologia é um hot topic do momento. A crise pandémica forçou as empresas a acelerarem ao máximo o processo de transição digital, o que estimulou o crescimento deste setor que atualmente está extremamente impulsionado. Por esta altura muita gente está familiarizada com a sigla FAANG – Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google (Alphabet) – as

44  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

cinco maiores tecnológicas norte-americanas cotadas. A inclusão neste grupo de empresas da popular Microsoft é frequente e, por isso, aumentámos o âmbito deste artigo nesse sentido. Assim, a sigla passaria a FAANGM ou FAMANG se quisermos facilitar a dicção do acrónimo - ou seja, FAANG incluindo a Microsoft. A influência deste grupo de empresas sobre o índice S&P 500 é significativa, o que significa que o comportamento do


CAPITALIZAÇÃO DE MERCADO: DESEMPENHO DAS AÇÕES FAANG RELATIVAMENTE AO ÍNDICE S&P 500 S&P 500 MARKET CAP

TOTAL (153,6)

S&P 500 EX-FAANG (113,9)

FAANG (550,5)

650 550 1/15

450 350 250 150 50 -50 2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

Fonte: Standard & Poor’s e Yardeni Research Inc.

FUNDOS PORTUGUESES DE AÇÕES NORTE-AMERICANAS OU GLOBAIS COM MAIOR PERCENTAGEM DE ATIVOS ALOCADOS A FAMANG EXPOSIÇÃO FUNDO

FACEBOOK

APPLE

AMAZON

NETFLIX

GOOGLE (ALPHABET)

MICROSOFT

SOMA DAS FAANG NO PORTEFOLIO

SOMA DAS FAANG + MICROSOFT NO PORTEFÓLIO

SANTANDER AÇÕES AMÉRICA*

2,85%

0%

5,44%

0%

0%

0%

8,29%

8,29%

BPI AÇÕES MUNDIAIS

2,01%

2,73%

0%

0%

2,02%

2,50%

6,76%

9,26%

BPI AMÉRICA

1,59%

2,92%

1,16%

0%

1,71%

1,78%

7,38%

9,16%

0%

2,80%

1,29%

0%

0%

4,46%

4,09%

8,55%

CAIXA AÇÕES EUA CAIXA AÇÕES LÍDERES GLOBAIS

0%

4,63%

0%

0%

4,00%

3,52%

8,63%

12,15%

IMGA AÇÕES AMÉRICA

2,73%

6,19%

5,69%

0,71%

4,10%

5,79%

19,06%

24,855

IMGA GLOBAL EQUITIES

0,68%

2,94%

4,50%

0,61%

2,39%

3,67%

11,12%

14,79%

0%

2,08%

1,82%

1,23%

1,72%

1,72%

6,85%

8,57%

1,19%

3,04%

2,49%

0,32%

1,99%

2,93%

9,02%

11,95%

NB MOMENTUM SUSTENTÁVEL EXPOSIÇÃO MÉDIA DOS FUNDOS

Fonte: Morningstar Direct, 31 de dezembro. * fundo Santander GO North America.

O IMGA AÇÕES AMERICANAS E O IMGA GLOBAL EQUITIES SÃO, DE ENTRE OS OITO FUNDOS, OS QUE MAIS ATIVOS ALOCAM A ESTE CONJUNTO DE EMPRESAS JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 45


TENDÊNCIAS GESTÃO

OPINIÃO DE GESTORES EXPOSTOS ÀS FAMANG ANTÓNIO DIAS

gestor do fundo IMGA Ações América

“As leis anti monopólio, começam a soar tanto na Europa como nos EUA, mas na nossa opinião, a massa crítica que possuem e o processo acelerado de transformação digital provocado pela crise pandémica, continuará a beneficiar este tipo de empresas pelo que não vemos no horizonte razões para não as continuar a considerar entre as nossas preferidas”

preço das ações FAMANG pode ter um efeito substancial no desempenho geral do índice. Prova disso foi o ano de 2020, em que as formidáveis performances destas empresas sustentaram em larga escala o comportamento do S&P 500. O gráfico acima demonstra a capitalização de mercado normalizada do S&P 500, o impacto e a performance que as FAMANG tiveram relativamente ao índice até dia 15 de janeiro de 2021. Assim, selecionámos estas seis empresas norte-americanas e procedemos ao exercício de identificar quais seriam os fundos portugueses de ações norte-americanas ou globais com maior percentagem de ativos sob gestão investidos neste universo, à data de 31 de dezembro de 2020. Isto é, fomos olhar para a carteira de oito fundos de investimento de gestão nacional para perceber quantas destas estratégias viam valor em cada uma das FAMANG. 46  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

RUI ARAÚJO, CFA

gestor dos fundos BPI América e BPI Ações Mundiais

“As FAAMG caracterizam-se por serem empresas com excelentes modelos de negócio e vantagens competitivas sustentáveis suportadas por marcas fortes e produtos e serviços diferenciados e difíceis de replicar criando consistentemente valor para o acionista, características que se enquadram na filosofia dos fundos BPI Ações Mundiais e BPI América”

A FundsPeople compilou os dados da soma das FAMANG no portefólio de cada fundo e a exposição média dos fundos, segundo dados da Morningstar. De notar que o fundo Santander Ações América é um veículo de investimento inserido no produto luxemburguês Santander GO North America e, como tal, fomos olhar para a carteira desse produto. O fundo português com maior percentagem de alocação nas FAMANG é o IMGA Ações Americanas, gerido pela IM Gestão de Ativos e a cargo de António Dias. A soma das FAMANG no portefólio deste produto a 31 de dezembro de 2020 era de 24,85%, sendo que, deste conjunto, e em absoluto, a Apple era a empresa com maior peso no seu portefólio (6,19%). Ainda neste produto, o gestor não deixa a Microsoft bem como a Amazon de fora da sua carteira e, logo após a Apple, es-

FÁTIMA SÓ

gestora do fundo NB Momentum Sustentável

“São empresas que se inserem em tendências que geram um forte crescimento de receitas, pois tem existido uma aceleração de utilização destas plataformas por parte dos consumidores e das empresas”

tas empresas fecham o top 3 de ativos em carteira. O gestor António Dias, sobre o peso que as ações FAMANG têm nos fundos de ações da entidade refere que o “posicionamento tem-se mantido relativamente estável devido à capacidade que este grupo de empresas tem demonstrado para dominar os seus respetivos mercados e subsequentemente atingidos níveis de crescimento invejáveis”. No caso de outro fundo da IMGA – o IMGA Global Equities, gerido por David Afonso, a soma do peso das FAMANG no seu portefólio a 31 de dezembro de 2020 era de 14,79% e, desta vez, a Amazon era a empresa com maior peso na carteira (4,50%). A Microsoft continua a ser uma das empresas com maior preponderância na carteira dos fundos da entidade gestora e, de notar ainda, que a Apple completa o top 3 no universo de ati-


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TNE

A OPINIÃO DE JUAN CARLOS DOMÍNGUEZ Responsável de Vendas, AXA IM

DO UNIVERSO FAMANG, A NETFLIX É A QUE TEM MENOR PESO NA MÉDIA DA CARTEIRA DOS FUNDOS PORTUGUESES EM ANÁLISE; AS TRÊS EMPRESAS PREFERIDAS DOS GESTORES NACIONAIS SÃO A APPLE, AMAZON E MICROSOFT vos da carteira do fundo com uma preponderância de 2,94%. Estes dois fundos nacionais mencionados anteriormente, de entre os oito fundos, são os que mais ativos alocam a este conjunto de empresas, embora a exposição total às FAMANG não ultrapasse os 24,85% do seu portefólio. Os restantes seis fundos seguem uma estratégia bastante mais moderada no que toca a este grupo de empresas, sendo que o investimento em FAMANG no portefólio dos restantes não ultrapassava, no final de 2020, os 12,15% segundos os dados da Morningstar. De uma perspetiva mais individual, é possível observar que o Santander Ações América da Santander AM, gerido por Luis Beamonte, é dos produtos observados, o fundo com maior exposição ao Facebook (2,85%). Com cerca de 44 ativos em carteira, a Amazon e o Facebook são as únicas empresas do grupo com exposição na carteira de ativos mobiliários deste fundo - o que faz deste o fundo nacional com menor exposição às FAMANG. Por outro lado, surge o NB Momentum Sustentável da entidade GNB Gestão de Ativos. Este é o produto observado com maior exposição à Netflix - com um peso no portefólio de 1,23%. Neste sentido, a gestora Fátima Só explicou – em parte – o desempenho da empresa. “A Netflix teve um número

record de novos clientes devido aos confinamentos e ao sucesso dos conteúdos disponibilizados”, comenta. A BPI Gestão de Ativos também se encontra representada na análise com dois fundos nacionais. São estes o BPI Ações Mundiais e o BPI América, ambos geridos por Rui Araújo, CFA. Estes dois veículos de investimento, têm uma soma do peso das FAMANG no portefólio que não ultrapassa 9,26%. O gestor destaca que estas empresas, “devido ao seu tamanho e influência, têm já uma preponderância significativa nos retornos e nos riscos dos mercados acionistas. Neste sentido, estes títulos oferecem, por definição, exposição ao mercado, algo que os fundos BPI América e Ações Mundiais procuram oferecer aos seus clientes”. De notar ainda que do universo FAMANG, a Netflix é a que tem menor peso na média da carteira dos fundos portugueses em análise- sendo que é também a empresa mais pequena em capitalização de mercado - e as três empresas preferidas dos gestores nacionais são a Apple, Amazon e Microsoft. Por fim: procurámos ver a exposição da empresa que está nas bocas do mundo, a Tesla, e a conclusão: os gestores destes fundos nacionais tinham uma exposição nula à nova gigante do S&P 500.

AXA WF GLOBAL STRATEGIC BONDS: POSICIONADO PARA NAVEGAR NUM FUTURO CHEIO DE INCERTEZA Apesar do caos global desencadeado pelo coronavírus, 2020 está a ser rentável para o fundo AXA WF Global Strategic Bonds, liderado por Nick Hayes. Até outubro, a rentabilidade acumulada era de +2,10% e 18,67% desde que o fundo foi lançado em maio de 2012 (retorno líquido na classe E Hedged EUR). O fundo entrou na crise bem posicionado, com duração de alta qualidade e uma grande almofada de liquidez que evitou ter de vender ativos a preços mais baixos perante o pânico do mercado. Na recuperação, o gestor foi rodando conforme as oportunidades em segmentos como high yield, dívida subordinada ou mercados emergentes. É de destacar que, num contexto desafiante, os ativos sob gestão mais do que duplicaram desde o começo de 2019, superando os 1.300 milhões de euros. O fundo oferece uma exposição flexível, dinâmica e diversificada às obrigações mundiais, procurando a proteção do capital. Em suma, falamos de um fundo cauteloso de obrigações flexíveis, que se adapta à situação de mercado. A ausência de estratégias alternativas fazem com que tenha retornos mais previsíveis e menos voláteis. Estando as taxas como estão na zona euro, este poderá ser o momento de considerar uma estratégia de obrigações flexíveis para a parte mais cautelosa das carteiras. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 47


TENDÊNCIAS GESTÃO por Raul Afonso, CFA

NÃO DEVIA SER O

S&P500

UM ÍNDICE MAIS PASSIVO? Numa altura em que tanto se fala entre gestão ativa vs gestão passiva, não deveria o maior índice acionista do mundo ser melhor representativo da gestão passiva?

48  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

I

nicialmente constituído em 1923 como um índice de apenas 233 empresas e com cotação semanal, viria em 1957 a ser renomeado de S&P500 e a ser composto por 500 empresas, com direito a cotação diária. É, aos dias de hoje, o índice acionista mais seguido em todo o mundo, sendo representativo de mais de 80% do mercado acionista dos EUA e de acordo com a empresa S&P Global, em 2019 contava com mais de 11 biliões de dólares de ativos em investimentos passivos que seguem esta estratégia de investimento, o que representa cerca de 15% da capitalização bolsista do mercado acionista mundial. O índice S&P500 foi criado com o objetivo de replicar a performance das 500 maiores empresas dos EUA, onde o critério de grandeza é a capitalização

bolsista. Este critério de alocação tem ganho bastante relevância nas últimas décadas, pois garante de uma forma simples e sem necessidade de grande rebalanceamento, que o índice se ajusta às diversas realidades e desafios que os novos tempos vão trazendo, premiando as empresas com melhor posicionamento e penalizando aquelas que não se conseguiram adaptar e foram perdendo poder de mercado. Contudo, para entrar no índice S&P500, além de ter de obedecer ao critério de dimensão, tem ainda de cumprir mais de uma mão cheia de critérios e ser aceite pelo comité de investimentos que se reúne pelo menos trimestralmente para avaliar possíveis entradas/saídas de empresas do índice. Assim, de acordo com a S&P Global, para uma empresa ser elegível no índice S&P500 deve


RENTABILIDADE ACUMULADA EM USD Ano de 2020 (%)

760%

720% 660%

560%

460%

407% 360%

260%

160%

60%

S&P 500

18%

-40% JAN-20

FEB-20

APR-20

MAY-20

JUL-20

SEP-20

OCT-20

DEC-20

Fonte: Bloomberg

cumprir pelo menos os seiscritérios abaixo: • Ser uma empresa domiciliada nos EUA. • Ter pelo menos uma capitalização bolsista de 9,8 mil milhões de dólares. • Ter liquidez imediata. • Pelo menos 10% da capitalização bolsista estar disponível no mercado (free-float). • O trimestre mais recente ser de lucros. • A soma do resultado líquido dos últimos quatro trimestres ser positiva.

CONTROVÉRSIA

A mais controversa alteração do S&P500 em 2020, foi a entrada tardia da Tesla, que representou a maior capitalização bolsista de sempre a ser adicionada ao índice e que ao dia de

hoje é a 5ª maior posição no S&P500, representando cerca de 2% do mesmo. No início de 2020, apesar de cumprir os critérios de liquidez, free-float e de dimensão, a Tesla ainda não cumpria o último dos seis critérios formais, ou seja, a soma do resultado líquido dos últimos quatro trimestres ainda não era positiva. Tal barreira foi ultrapassada durante a apresentação de resultados do 2º trimestre de 2020, onde a Tesla apresentou o seu 4º trimestre consecutivo de lucros, passando assim a estar elegível para integrar o índice S&P500. Contudo, e para surpresa de muitos, tal não aconteceu e no comité de setembro, foi decidido que a Etsy, uma empresa de comércio online iria ser incluída no índice e a Tesla não, apesar de ambas cumprirem os critérios e a Tesla ter uma capitalização bolsista na altura 25x superior à da Etsy.

O COMITÉ DE INVESTIMENTOS FOI FORÇADO A CONVOCAR UMA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA PARA AVALIAR A ENTRADA DA TESLA NO ÍNDICE

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 49


P

R

TNE

Ter liquidez imediata

Fonte: S&P GLobal

Só após a apresentação de resultados do 3º trimestre, onde a Tesla continuou a apresentar lucros, é que o comité de investimentos foi forçado a convocar uma reunião extraordinária para avaliar a entrada da Tesla no índice. A decisão da adição foi tomada a 16 de novembro, mas apenas a 30 de novembro foi comunicado que a Tesla iria entrar de uma só vez à data de 21 de dezembro, pois o mercado especulava que a entrada fosse feita de forma faseada.

SUBJETIVIDADE

Quem perdeu neste processo foram os mais de 11 biliões de dólares que seguem passivamente o índice S&P500. Se fizermos umas contas breves, desde o momento em que apresentou os lucros do 2º trimestre até 30 de novembro, a Tesla valorizou 88% e desde o comité do índice S&P500 em setembro teve um retorno de 40% vs a rentabilidade do S&P500 que nas mesmas datas foi de 16% e 11%, respetivamente. Quando ajustado ao peso, temos que a perda de rentabilidade para os investidores 50  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

AR

A soma do resultado líquido dos últimos quatro trimestres ser positiva

CRITÉRIOS PARA UMA EMPRESA SER ELEGÍVEL NO ÍNDICE S&P500

Ser uma empresa domiciliada nos EUA

P

A OPINIÃO DE

O trimestre mais recente ser de lucros

Pelo menos 10% da capitalização bolsista estar disponível no mercado (freefloat)

TNE R

TENDÊNCIAS GESTÃO

AR

Ter pelo menos uma capitalização bolsista de 9,8 mil milhões de dólares

passivos que seguem o S&P500 rondou algo entre os 0,4% e os 0,7% em 2020, pela adição tardia da Tesla. Além deste caso, outro exemplo de peso é o da Zoom, uma das maiores beneficiadas com a pandemia do Covid-19, e que no final de 2019 já obedecia a todos os seis critérios formais e valia em bolsa mais de 18 mil milhões de dólares, ou seja, mais do dobro de outras empresas que figuravam no S&P500 na altura, como a Xerox, Ralph Lauren ou a GAP. De relembrar que em 2020 a Zoom obteve um retorno de 407% vs o S&P500 que retornou em dólares 18%, o que ajustado ao seu peso representaria um acréscimo líquido na performance do S&P500 de 0,3%. Somando estes dois casos, resultou que os investidores passivos que seguem o S&P500 foram prejudicados em quase 1% em 2020 pela subjetividade na aplicação dos critérios e tomadas de decisão tardias por parte do comité de investimentos, o que deveria ser mais característico de gestão ativa e não de gestão passiva.

DIOGO GOMES Senior CRM, UBS AM Iberia

O MERCADO OBRIGACIONISTA CHINÊS, UM NOVO PARADIGMA É tentador deixar-se levar pela experiência e assumir que a incerteza e a volatilidade vieram para ficar. Faz parte da condição humana. No entanto, quando analisamos 2020, vemos que a crise do Covid acentuou uma consolidação das tendências existentes em vez de as reverter; uma delas é a solidez da Ásia emergente impulsionada pela recuperação económica. Esta tendência é positiva para as perspetivas do mercado global, em particular para os emergentes e, sobretudo, para o mercado chinês. Embora as tensões entre os EUA e a China tenham causado retrocessos, vemos uma abertura contínua dos mercados de capitais chineses aos investidores estrangeiros, o que levou à sua inclusão nos principais índices globais. Por um lado, os investidores chineses estão mais interessados em ativos financeiros, criando uma enorme procura e novas oportunidades. Por outro lado, há uma procura crescente por parte investidores estrangeiros de ativos chineses. Para o mercado obrigacionista chinês, esperamos um rendimento anualizado de 2,9% em CNY para os próximos cinco anos das obrigações do governo chinês a 10 anos. Esse rendimento é superior ao de todos os principais mercados globais, até se adicionarmos uma cobertura do risco cambial. Além disso, acreditamos que as moedas emergentes têm um maior potencial de valorização.


Insights Portugal

Tudo o que precisa de saber sobre a gestão de ativos em Portugal O Insights Portugal recolhe todas as ideias sobre o negócio da gestão de ativos em Portugal: conversas entre players da indústria nacional e provedores de estratégias de cariz internacional, opiniões de reguladores e associações da indústria sobre o atual contexto, abordando ainda as tendências que vão marcar o futuro da gestão de ativos, bem como aquelas que têm vindo progressivamente a modelar a forma de se fazer negócio em Portugal

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TRIBUNA GABRIELA FIGUEIREDO DIAS

Presidente, CMVM e Presidente do Comité Permanente sobre a Gestão de Ativos, ESMA

PRIORIDADES PERANTE A MAIOR CRISE DAS NOSSAS VIDAS

Na liderança do Comité Permanente sobre a Gestão de Ativos da ESMA (IMSC) viveu-se o ano mais desafiante de todos. Para 2021, o plano de ação da entidade na área da gestão de ativos visa atingir maior convergência e consistência nas abordagens e práticas de supervisão das autoridades nacionais.

2

020 foi um ano de profundo impacto nas nossas vidas e os mercados financeiros não ficaram, naturalmente, à margem dos impactos do dramático e prolongado choque pandémico que atravessamos. Confrontados com este choque e seus impactos, na CMVM tivemos de adaptar a supervisão e a comunicação com as entidades supervisionadas, identificando os maiores riscos e adequando, consequentemente, a nossa resposta. Esta foi particularmente facilitada pela partilha de informação e coordenação de medidas a nível nacional e internacional, em especial ao nível da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários (ESMA). No Comité Permanente sobre a Gestão de Ativos da ESMA (IMSC), que tenho a honra de liderar desde fevereiro de 2019, este terá sido o ano mais exigente da sua história. Logo no início da crise, a ESMA identificou a gestão de ativos como objeto de especial atenção, considerando a sua dimensão, as fortes ligações ao restante setor financeiro e, portanto, a sua capacidade de causar impactos sistémicos relevantes, pedindo ao IMSC um reforço da sua atuação de coordenação. 52  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

Em face da agitação dos mercados verificada em março, no IMSC passámos a centralizar e analisar semanalmente informação sobre a utilização de medidas de gestão de liquidez nos fundos, partilhando informação e acordando as melhores formas de reação às várias manifestações da crise no setor, incluindo dificuldades de reporte e de valorização de ativos, ou análise da capacidade de reação dos fundos de investimento europeus a um segundo choque. Pelo seu lado, também o mercado mostrou capacidade de resiliência, adaptação e ajustamento, aproveitando também as medidas de apoio orçamental, monetário e prudencial. Na área da gestão de ativos, os movimentos negativos do primeiro trimestre foram compensados pela recuperação intensa que se seguiu, apesar do contexto de enorme adversidade e incerteza, determinando o descolamento do valor dos ativos face à realidade económica, mais deprimida, o que causa preocupação quanto à evolução futura. 2021 apresenta-se, assim, como um ano de grandes incertezas, ao nível da evolução da pandemia e dos principais riscos acumulados no sistema financeiro, como o risco de crédito, o risco de mercado e os riscos ambientais, sociais e de governação.


Perante o desafio estamos, portanto, todos convocados para uma abordagem ponderada e responsável à maior crise das nossas vidas, o que exige aos responsáveis pela gestão de ativos deveres adicionais de prevenção e cautela materializados na gestão de risco, no governo interno e na proteção de interesses de longo prazo das organizações e de todos os seus stakeholders, com destaque para os trabalhadores e a sustentabilidade. O plano de ação da ESMA na área da gestão de ativos visa atingir maior convergência e consistência nas abordagens e práticas de supervisão das autoridades nacionais, com foco particular no reforço da proteção do investidor e da estabilidade financeira através do trabalho sobre a liquidez dos fundos. Na definição deste plano foram tidos especialmente em conta, naturalmente numa ótica europeia, os riscos associados à liquidez, valorização de ativos, custos e comissões, subcontratação e atividade transfronteiriça, bem como as prioridades de supervisão estratégicas europeias definidas pela ESMA focadas nos custos e desempenho de produtos de retalho e na qualidade da informação prestada pelos operadores de mercado.

Partindo da forte experiência vivida em 2020, o IMSC vai continuar a promover a discussão e análise dos principais riscos, bem como de casos de supervisão com relevância transfronteiriça. Iremos terminar a ação de supervisão coordenada a nível europeu sobre a gestão de risco de liquidez, iniciada em 2020, e realizar este ano uma nova ação sobre custos e comissões, uma vez mais envolvendo todos os supervisores da União. Iremos também continuar a reforçar a capacidade de os gestores lidarem com situações de crise e aprofundar os mecanismos de intervenção atempada por parte dos supervisores. É este ambiente que nos leva a encarar a revisão em curso do regime jurídico da gestão de ativos em Portugal como uma oportunidade de promover maior dinamismo e competitividade e que nos motiva a uma supervisão atenta não só às dificuldades como também às oportunidades. Estaremos especificamente focados na supervisão prudencial, nos custos imputados aos investidores e na atividade relacionada com os fatores de sustentabilidade, focados na proximidade, no rigor, na proteção do investidor e na promoção do mercado da gestão de ativos. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 53


TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS por João Marques

CLASSES DE MAIOR RISCO

CLASSES DE MENOR DE RISCO

MATRIZ DE RENDIBILIDADES - MULTIATIVOS VS. CLASSES DE ATIVOS SELECIONADAS 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

Ações EM 40%

Gov. EUA 14%

Ações EM 79%

Ações EM 19%

Gov. EUA 10%

Ações EUR 21%

Ações EUA 33%

Mat. Primas 16%

Gov. AE 9%

Ações EUR 28%

Mat. Primas 17%

Cred. IG USD 8%

Ações EM 19%

Ações EUR 24%

Ações EUR 10%

Cred. IG EUR -4%

Ações EUA 27%

Ações EUA 15%

Gov. AE 3%

Ações EUA 16%

Multiativos 50% 9%

Gov. EUA 9%

Cred. IG USD -5%

Multiativos 50% 19%

Multiativos 50% 10%

Ações EUA 2%

Cred. IG EUR 14%

Cred. IG EUR 2%

Ações EUA 6%

Multiativos 50% -20%

Mat. Primas 19%

Cred. IG USD 9%

Cred. IG EUR 2%

Multiativos 50% 12%

Gov. AE 2%

Multiativos 50% 5%

Mat. Primas -36%

Cred. IG USD 19%

Gov. EUA 6%

Multiativos 50% -1%

Gov. AE 11%

Cred. IG USD -2%

Cred. IG USD 5%

Ações EUA -37%

Cred. IG EUR 16%

Cred. IG EUR 5%

Ações EUR -13%

Cred. IG USD 10%

Ações EM -2%

Gov. AE 2%

Ações EUR -44%

Gov. AE 4%

Ações EUR 2%

Mat. Primas -13%

Gov. EUA 2%

Gov. EUA -3%

Cred. IG EUR 0%

Ações EM -53%

Gov. EUA -4%

Gov. AE 1%

Ações EM -18%

Mat. Primas -1%

Mat. Primas -10%

OS MÉRITOS E OS DESAFIOS DAS

ESTRATÉGIAS MULTIATIVOS

Em 2020 as estratégias multiativos beneficiaram da exposição a ativos ganhadores. Mas eis que surge um 2021 imprevisível: o que se pode perspetivar para o desempenho destas estratégias? 54  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO


2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Ações EUA 13%

Ações EUR 9%

Mat. Primas 12%

Ações EM 38%

Gov. AE 1%

Ações EUA 32%

Ações EUA 21%

Gov. AE 13%

Multiativos 50% 5%

Ações EUA 12%

Ações EUA 22%

Gov. EUA 1%

Ações EUR 26%

Ações EM 19%

Multiativos 50% 10%

Gov. AE 2%

Ações EM 12%

Ações EUR 12%

Cred. IG EUR -1%

Ações EM 19%

Cred. IG USD 10%

Cred. IG EUR 8%

Ações EUA 1%

Multiativos 50% 6%

Cred. IG USD 6%

Cred. IG USD -3%

Multiativos 50% 17%

Gov. EUA 8%

Cred. IG USD 7%

Gov. EUA 1%

Cred. IG USD 6%

Multiativos 50% 6%

Ações EUA -5%

Cred. IG USD 15%

Multiativos 50% 5%

Ações EUR 5%

Cred. IG EUR -1%

Ações EUR 5%

Cred. IG EUR 2%

Multiativos 50% -5%

Mat. Primas 8%

Gov. AE 5%

Gov. EUA 5%

Cred. IG USD -1%

Cred. IG EUR 5%

Gov. EUA 2%

Mat. Primas -11%

Gov. EUA 7%

Cred. IG EUR 3%

Ações EM -2%

Ações EM -15%

Gov. AE 3%

Mat. Primas 2%

Ações EUR -11%

Gov. AE 7%

Ações EUR -2%

Mat. Primas -17%

Mat. Primas -25%

Gov. EUA 1%

Gov. AE 0%

Ações EM -14%

Cred. IG EUR 6%

Mat. Primas -3%

Notas: Multiativos 50% = portfólio com uma exposição de 50% a ações, de 30% a obrigações do tesouro, de 15% a crédito, de 2% a matérias-primas e de 3% a liquidez; Seta = evolução do posicionamento da rendibilidade do portfólio Multiativos 50% em cada ano; Rendibilidades totais efetivas, em moeda local ou de referência. Fonte: Caixa Gestão de Ativos, Direção de Estratégia - Alocação de Ativos

O

ano de 2020 voltou a demonstrar as qualidades inerentes às soluções de investimento multiativos. Um choque epidemiológico, exógeno, provocou uma das contrações económicas mais rápidas e sincronizadas da história contemporânea e fortes movimentos de correção e de recuperação dos mercados de maior risco. Os investidores que optaram por este tipo de estratégias testemunharam, primeiramente, perdas potenciais de capital relativamente menores, dado o efeito

de proteção parcial advindo da valorização dos ativos denominados de refúgio e, subsequentemente, da subida expressiva dos mercados de risco. As classes de ações e de obrigações do tesouro de referência acabaram por demonstrar a sua típica correlação negativa, com a mesma a acentuar-se aquando do aumento substancial dos níveis de pessimismo, entre meados de fevereiro e o início de abril. Neste período, destacaram-se os índices acionistas, ao averbarem quedas em torno de 30%, e a dívida pública americana, que chegou a acumular

AÇÕES E OBRIGAÇÕES DEMONSTRARAM A SUA CORRELAÇÃO NEGATIVA EM ESPECIAL NO PERÍODO DE MAIOR AVERSÃO AO RISCO JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 55


TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS

TAL COMO EM REGIMES DE MERCADOS ANTERIORES AS SOLUÇÕES DIVERSIFICADAS CONSTITUIR-SE-ÃO EFICIENTES COM BINÓMIOS DE RENDIBILIDADE/ VOLATILIDADE COMPARATIVAMENTE MAIS FAVORÁVEIS DO QUE A GENERALIDADE DAS CLASSES

uma variação próxima de 10% desde o início do ano. Em paralelo, as apreciações do dólar e do iene, dado o seu cariz representativo num portefólio global, também contribuíram para a amenização das quedas dos ativos que aportam maior risco. Com os níveis inauditos de volatilidade acionista atingidos e o agravamento substancial dos prémios de risco das classes pró-cíclicas, os mercados chegaram a descontar um cenário amplamente recessivo e perpetuado no tempo. No entanto, na plenitude do contexto negativo, as entidades governamentais e monetárias rapidamente decretaram medidas significativas de apoio à economia e aos mercados e, em reação, os ativos de risco iniciaram uma trajetória ascendente. Com as aquisições de ativos dos bancos centrais, verificou-se uma conjugação de manutenção das yields em patamares historicamente reduzi56  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

dos e de recuperação dos mercados de rendimento variável. Consequentemente, as estratégias multiativos evidenciaram uma trajetória de subida célere, após as perdas intermédias no final do 1º trimestre, encerrando 2020 em máximos de valorização. Apesar da retoma de determinados ativos cíclicos, verificou-se uma considerável dispersão de comportamentos entre geografias, estilos e setores, dado o caráter disruptivo da pandemia. Enquanto os principais agregados acionistas europeus, os setores de capital mais intensivo e o petróleo registaram desvalorizações, as ações americanas e os segmentos de maior pendor tecnológico averbaram performances significativamente positivas. Ora, apesar dos contributos negativos dos mercados mais afetados pela crise, as estratégias multiativos beneficiaram da exposição a ativos ganhadores. Tal é ilustrado na matriz de rendibilidades de classes de ativos selecionadas, onde uma alocação estratégica de 50% a ações e de 50% às restantes classes de ativos de referência (obrigações do tesouro, dívida privada e matérias-primas) acabou por registar um retorno positivo e constituir o ponto central das rendibilidades alcançadas 2020. Por outro lado, com o efeito de diversificação inerente à estratégia, a volatilidade da mesma terá sido inferior à da média ponderada dos riscos individuais que a compõem. Todavia, eis 2021. Com a incerteza conjuntural ainda prevalecente, as valorizações absolutas historicamente


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A OPINIÃO DE ANA CARRISSO Senior Sales Manager para Portugal e Espanha, Fidelity International

ÁSIA: BOAS PERSPETIVAS PARA AS SUAS AÇÕES EM 2021

elevadas das classes de ativos predominantes e as taxas de juro reduzidas, e mesmo negativas no caso de vários soberanos da Área Euro, o que poderá ser perspetivado para o desempenho das estratégias multiativos? De acordo com os bancos centrais a maioria das medidas em curso dever-se-á manter até à evidência de controlo efetivo da situação epidemiológica e da recuperação consistente da economia. As recentes estimativas apontam para que o crescimento dos principais blocos apenas atinja a tendência de longo prazo, de pré-pandemia, entre o final de 2021 e 2022 e que o presente hiato negativo (slack), sobretudo nos setores de serviços, contribua para uma trajetória de inflação, no ano atual, tendencialmente abaixo dos objetivos das políticas monetárias. Neste quadro de liquidez abundante no sistema financeiro, apesar da perspetiva de retornos ex-ante relativamente fracos das obrigações de melhor qualidade creditícia, face ao histórico, os prémios de risco das classes de ativos pró-cíclicas apresentam-se atrativos, por oposição às respetivas valorizações absolutas. Ademais, uma eventual subida pronunciada das taxas de juro estará provavelmente associada a uma recuperação económica mais sustentada, à massificação das vacinas e à quebra da ligação entre a mobilidade e novos contágios. No entanto, neste cenário poder-se-á verificar um comportamento ainda mais positivo das classes de maior risco. Assim, tal como em regimes de mercados anteriores, possivelmente

as soluções diversificadas constituir-se-ão eficientes, com binómios de rendibilidade/volatilidade comparativamente mais favoráveis do que a generalidade das classes individuais e das aplicações tradicionais em euros. Nestas últimas, dada a perspetiva de continuação dos indexantes Euribor em níveis negativos, os retornos auferidos não deverão compensar a inflação verificada. A última década caraterizou-se por acontecimentos económicos e geopolíticos relevantes, sempre singulares. Apesar do ineditismo do contexto atual, a história tem demonstrado que os investimentos multiativos concretizam um perfil de retornos não muito oscilante e associado à evolução do ciclo económico global. Nas fases menos frequentes de recessão, o cunho de diversificação tem permitido a mitigação das desvalorizações do capital investido e, nos períodos mais prolongados de expansão, a obtenção de ganhos equilibrados. Sob outra perspetiva, a matriz salienta o aspeto intrínseco, às estratégias multiativos, de desempenhos anuais maioritariamente positivos.

A presente informação incorpora a visão desenvolvida pela Caixa Gestão de Ativos, SGOIC, S.A. (empresa do Grupo Caixa Geral de Depósitos) e baseia-se em informação pública disponível e nas condições de mercados à data, proveniente de várias fontes que se creem credíveis, não sendo possível garantir que a mesma esteja completa ou precisa, estando sujeita a revisões, atualizações e alterações futuras sem aviso prévio. Não pode, assim, ser imputada qualquer responsabilidade à Caixa Gestão de Ativos, SGOIC, S.A., por perdas ou danos causados pelo seu uso. As rendibilidades apresentadas representam dados passados, não constituindo garantia de rendibilidade futura.

A resiliência demonstrada durante a pandemia do modelo económico asiático poderá traduzir-se em boas oportunidades de investimento das suas ações neste novo ano. Um recente inquérito aos nossos analistas revelou que a China poderá abrir caminho para a recuperação dos efeitos da pandemia no resto das economias asiáticas já desde esta primavera. O seu PIB provavelmente será um dos poucos que vai registar números positivos de crescimento em todo o mundo em 2020, assim como em 2021. Mas pensamos que os rendimentos vão mostrar uma maior resistência também no resto da Ásia, incluindo o Japão, e é provável que a recuperação se generalize em toda a região se não acontecerem contratempos em forma de novas vagas do vírus, algo cada vez mais improvável devido às vacinas já em distribuição. Menção específica merece a Índia, que ainda que tenha tido dificuldades para conter o coronavírus, tem um grande potencial e poderá ficar ao mesmo nível rapidamente em 2021: beneficia de tendências de crescimento estruturais e tem mais probabilidade de oferecer durante a próxima década mais empregos tecnológicos e industriais transferidos do conjunto da região devido às tensões comerciais entre os EUA e a China, e o próprio desenvolvimento do país. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 57


REN DIMEN TOS TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO por David Fernández

NÃO IMPORTA TANTO O QUANTO, MAS SIM O COMO A gestão de produtos com orientação para a geração de rendimentos tem pela frente uma árdua tarefa tendo em conta os retornos esperados por dividendos e cupões. Analisamos a situação consoante o tipo de ativos. 58  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO


MSCI EUROPA

MSCI USA

MSCI JAPAN

MSCI EM

CSI 300 INDEX

200 180 160 140 120 100 80

OUT2020

JUN2020

AGO2020

ABR2020

DEZ2019

FEV2020

OUT2019

AGO2019

JUN2019

FEV2019

ABR2019

DEZ2018

OUT2018

JUN2018

AGO2018

ABR2018

DEZ2017

FEV2018

OUT2017

AGO2017

JUN2017

FEV2017

ABR2017

OUT2016

DIEZ2016

AGO2016

ABR2016

JUN2016

FEV2016

DEZ2015

60

EVOLUÇÃO A 5 ANOS DOS SPREADS DE CRÉDITO IG E HY CRÉDITO IG EUROPA

CRÉDITO IG EUA

CRÉDITO HY EUROPA

CRÉDITO HY EUA

OUT2020

JUN2020

AGO2020

ABR2020

DEZ2019

FEV2020

OUT2019

AGO2019

JUN2019

FEV2019

ABR2019

DEZ2018

OUT2018

JUN2018

AGO2018

ABR2018

FEB2018

150 DEZ2017

40 OUT2017

300

AGO2017

65

JUN2017

450

FEV2017

90

ABR2017

600

DEZ2016

115

OUT2016

750

AGO2016

140

ABR2016

900

JUN2016

HY

165

FEV2016

IG

DEZ2015

N

EVOLUÇÃO A 5 ANOS DOS PRINCIPAIS ÍNDICES DE AÇÕES (BASE 100)

Fonte: Abanca. Dados a 15 de dezembro de 2020. IG: Grau de Investimento. HY: High yield.

S

e há algo que nos fará recordar 2020 é o controlo que um vírus passou a ter no nosso dia-a-dia, tendo em alguns casos tirado a própria vida a algumas pessoas. No plano económico, a irrupção exógena do coronavírus fez tremer os cimentos da economia global e os gráficos recordaram-nos o famoso crash de 29, que todos relembramos pelas abruptas quedas da atividade económica e dos mercados financeiros. No entanto, a urgente

atuação das autoridades monetárias e dos governos no plano fiscal fizeram com que, relativamente à evolução anual dos ativos, 2020 não seja um ano record ao nível de sessões de duplo dígito (com alguma exceção), por exemplo nas bolsas. Assim, apesar de se viver o momento mais tenso desde a queda da Lehman Brothers, os índices de ações e de obrigações voltaram a bater, em alguns casos, máximos, impulsionados pela enorme quantidade de liquidez injetada no sistema para

deter os efeitos financeiros e económicos da pandemia. Portanto, para 2021 enfrentamos níveis de valorização mais ajustados do que há 12 meses e, sobretudo, do lado das obrigações, níveis de taxas muito deprimidas por causa da ação monetária não convencional. Neste sentido, a gestão de produtos com orientação para a geração de rendimentos ou income têm pela frente uma árdua tarefa tendo em vista os retornos esperados por dividendos e cupões. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 59


TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO

RENDIMENTO FIXO

ALTERNATIVOS

Resumo de yield, duração, volatilidade anualizada e rentabilidade em 2020 nos principais índices. ÍNDICES DE RENDIMENTO FIXO

GLOBAL Global Aggregate GA Treasuries GA Credit Global High Yield EUA US Aggregate US Treasury US Corp IG U. Corp HY EUROPA Euro Aggregate Pan European Treasury Pan European Credit IG Pan European HY EMERGENTES EM USD Aggregate EM USD IG EM USD HY EM Local Currency Govt CLO Palmer Square CLO AAA Price Palmer Square CLO AA Price Palmer Square CLO A Price Palmer Square CLO BBB Price Palmer Square CLO BB Price

YIELD ATUAL

DURAÇÃO MODIFICADA

VOLAT. ANUAL 2019-20

RENTABILIDADE YTD

0,85 0,49 1,28 4,63

7,50 8,73 7,34 4,21

4,54 5,32 5,15 7,01

8,57 8,89 9,23 6,08

1,17 0,59 1,83 4,41

6,45 7,14 8,73 3,50

4,12 5,27 6,43 6,84

7,13 7,84 9,03 6,32

-0,18

7,73

3,59

4,32

-0,05

9,57

5,18

3,98

0,41

5,85

3,89

2,54

3,31

3,50

5,92

2,14

3,58

7,00

5,39

5,81

2,18 6,02

7,68 5,80

4,61 8,39

7,02 3,16

3,26

7,12

5,83

4,55

1,43

n.d.

2,06

0,14

1,98

n.d.

3,85

0,71

2,71

n.d.

4,63

0,59

4,08

n.d.

9,06

0,21

7,97

n.d.

11,66

-2,28

Resumo da rentabilidade por dividendo esperada em 2021, a volatilidade anualizada e a rentabilidade em 2020 em estratégias líquidas de infraestruturas e real estate. VOLAT. ANUAL 2019-20

RENTABILIDADE YTD

4,21 3,96

21,23 20,46

-9,33 -8,11

8,68

43,23

-33,72

3,44 1,06 2,61 3,63 3,79 3,95 4,71 4,72 5,05 6,08

28,32 46,45 30,29 26,47 31,75 31,59 42,88 39,92 41,18 51,92

-9,32 -26,15 9,60 5,64 -20,53 -23,03 -26,48 -15,31 -25,98 -38,15

DY FORWARD 2021

ALTERNATIVOS

INFRAESTRUTURA S&P Global Infrastructure DJ Brookfield Infrastructure Alerian MLP Energy Infrastructure REAL ESTATE Bloomberg (BBG) US REIT BBG REIT Hóteis BBG REIT Logística/Industrial BBG REIT Armazenamento BBG REIT Escritórios BBG REIT Apartamentos BBG REIT Hipermercados BBG REIT Centro Dados BBG REIT Retalho BBG REIT Centro Comercial

Fonte: Abanca. Dados mostrados em %. Dados de volatilidade anual média entre 2020 e 2019.

AS ESTRATÉGIAS LÍQUIDAS ALTERNATIVAS AJUDAM A DIVERSIFICAR, MAS HÁ QUE DISTINGUIR APROPRIADAMENTE O BINÓMIO INCOME-RISCO

Fonte: Abanca. Dados mostrados em %. Dados de volatilidade anual média entre 2020 e 2019.

Quanto à geração de dividendos, é muito complicado conseguir uma distribuição superior a 3% com base nos índices gerais de ações, pelo que se torna necessário um stock picking que permita encontrar ouro. Por setores, não é nenhuma novidade que os setores tradicionalmente cíclicos oferecem um maior dividend yield, sobretudo na Europa, mas em muitos casos devido a uma injuriosa cotação bolsista. Da mesma forma, estes setores costumam oferecer uma maior variabilidade nos seus lucros, seja pela sua própria atividade ou por fatores exógenos à mesma, o que pode trazer consigo uma maior incerteza nos números esperados. É, portanto, condição sine qua non confiar a procura de yield a uma equipa gestora que premeie a confiabilidade na projeção de dividendos, para lá dos 60  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

números absolutos atuais ou esperados dos mesmos, e para além de um profundo conhecimento bottom-up dos planos de remuneração que as empresas oferecem.

OBRIGAÇÕES

Do lado das obrigações, o panorama é ainda mais desolador para a gestão com orientação para a geração de rendimentos, o que também é aplicável aos fundos multiativos que costumam ter uma maior exposição a estes ativos. Em dívida pública, as yields das obrigações, medidas pelos vencimentos a 10 anos, variam entre -0,6% do bund alemão até níveis em torno dos 3%, que remuneram países como a China, México e Brasil (estes dois últimos em hard currency), em vez de assumir durações médias de nove anos, o que não é muito simétrico.

Quanto aos índices de obrigações agregados ou de crédito, o binómio yield-duração não é muito melhor, embora em números absolutos a remuneração do high yield possa parecer adequada. No entanto, não nos podemos esquecer que os spreads de crédito desta qualidade apenas oferecem distância face aos mínimos históricos (assimetria), para além disso num nicho de obrigações com volatilidade elevada. Por último, segundo os dados públicos da Palmer Square, a remuneração dos distintos intervalos de rating dos CLO, a avaliar pelos margin discount das emissões, tem uma leitura similar ao high yield, já que as yields destes ativos titularizados estão sim em mínimos históricos ao referenciarem-se a taxa variável. De novo: um mau cenário para obter distribuição de rendimentos pelos


P

TNE

ÍNDICE AÇÕES

EUROPA Euro Stoxx 50 Stoxx 600 DAX CAC 40 FTSE MIB IBEX 35 FTSE 100 AMÉRICA S&P 500 DOW JONES NASDAQ MEXICO IPC BRAZIL IBOVESPA ÁSIA NIKKEI 225 HANG SENG CSI 300 KOSPI S&P BSE SENSEX GLOBAL MSCI World MSCI EM

DY FORWARD 2021

VOLAT. ANUAL 2019-20

RENT. YTD

2,90 3,06 2,91 2,90 3,82 3,59 3,83

22,87 20,03 23,85 23,29 25,69 23,55 20,91

-5,09 -4,74 2,42 -6,79 -6,02 -14,21 -12,78

1,66 2,08 0,77 3,28

24,42 25,64 26,60 19,01

14,36 5,82 40,37 0,01

3,25

31,73

0,44

1,71 3,11 2,08 1,77 1,40

20,91 19,80 21,23 20,43 23,08

13,11 -6,14 20,93 26,12 13,12

2,03 2,42

19,89 17,80

12,10 12,16

Fonte: Abanca. Dados em %. Dados de volatilidade anual média entre 2020 e 2019. (1) Na data de elaboração deste documento, conheceram-se as condições que o BCE irá impor aos bancos para poder pagar dividendo. (2) Os dados mostrados são em termos brutos, pelo que, da mesma forma, haveria que subtrair o TER do produto.

cupões, pelo que se torna ainda mais importante rever a composição da carteira, o estilo de investimento da equipa gestora ou a liquidez das emissões subjacentes, já que consideramos que distribuições de rendimentos acima de 3% no mundo do rendimento fixo estão baseadas ou, por um lado, em elevados e assimétricos níveis de risco, ou em ativos ilíquidos não valorizados no mercado (valorizações próprias que costumamos evitar). Por último, as estratégias líquidas de ativos alternativos, como as infraestruturas e real estate, podem ajudar na diversificação da carteira, mas, como nos ativos tradicionais, reiteramos a importância de distinguir apropriadamente o binómio income-risco, já que a procura de um maior dividendo está correlacionado diretamente com um

A OPINIÃO DE

ÍNDICES SETORIAIS

Resumo da rentabilidade por dividendo esperada para 2021, a volatilidade anualizada e a rentabilidade em 2020 nos principais índices. ÍNDICE SECTORIALES

DY FORWARD 2021

EUROPA (STOXX 600) Tecnologia Viagem e ócio Industrial Retail Química Saúde Construção Serviços financeiros Media Auto e componentes Real Estate Recursos básicos Energia Utilities Bancos Telecos Seguros EUA (S&P 500) Media Retail Consumo discricionário Tecnologia Industrial Autos Química Materiais Financeiros Energia Consumo básico Real Estate Utilities Telecos Bancos Saúde Seguros

VOLAT. ANUAL 2019-20

AR

AÇÕES

Resumo da rentabilidade por dividendo esperada para 2021, a volatilidade anualizada e a rentabilidade em 2020 nos principais índices.

P

R

TNE R

AR

RENT. YTD

1,03 1,28 2,14 2,42 2,49 2,70 2,71

25,79 30,85 24,66 20,74 22,18 17,61 25,63

10,19 -15,89 3,61 7,12 6,97 -4,46 -3,71

2,79

24,23

2,15

2,91

21,94

-8,93

2,93

33,36

5,30

3,45 4,33 4,33 4,36 4,59 4,76 5,42

21,42 31,73 31,64 20,91 31,86 20,03 26,75

-12,84 9,43 -24,66 4,90 -22,17 -14,10 -13,92

0,35 0,58

27,48 25,84

30,07 42,64

0,89

25,03

29,66

1,07 1,50 1,55 1,99 2,01 2,17 2,73 2,78 3,12 3,67 4,79 n.d. n.d. n.d.

30,29 24,35 40,03 29,55 27,79 31,34 52,21 19,95 27,50 25,86 22,23 38,66 22,77 28,60

38,19 19,33 6,69 13,36 15,73 -7,39 -33,70 6,57 -5,95 -2,98 -8,18 -20,35 9,58 -4,22

Fonte: Abanca. Dados mostrados em %. Dados de volatilidade anual média entre 2020 e 2019

nível de risco superior, baseando-se em volatilidade. Por isso, o nosso esforço de análise pondera a procura de income em ativos líquidos, com um mark to market entendível, com rendimentos previsíveis em maior medida e diversificados entre si, e não só deixar-nos levar por aquilo que paga, de maneira que nos permita aproximar as expetativas dos investidores, em função do seu perfil de risco e a realidade dos mercados. Ou seja, sim queremos rendimentos, mas não a qualquer preço, pelo que é ainda mais importante uma adequada gestão de carteiras.

ANA CLAVER GAVIÑA, CFA Responsável de negócio para a Península Ibérica e Chile, Robeco

AS OPORTUNIDADES PARA ABORDAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS As alterações climáticas são um desafio global, uma das preocupações dos cidadãos, e um potencial risco para as carteiras de investimento. A Robeco está comprometida em alcançar zero emissões líquidas de gases de efeito estufa nos seus ativos sob gestão até 2050. Temos a primeira estratégia mundial de obrigações que respeita o Acordo de Paris e investimos em fundos com empresas que estão dentro dos limites de 1.5°C de aquecimento global (RobecoSAM Climate Global Credits e RobecoSAM Climate Global Bonds). A Robeco exerce a titularidade ativa com as empresas listadas globais para as ajudar a transitar para uma economia de zero emissões. A Robeco ibérica está alinhada com esse compromisso, inspirando e promovendo a mudança. Por isso, este ano vamos lançar o Robeco Climate Change Mentoring Program em apoio a projetos que viabilizam a luta contra as alterações climáticas. A Robeco apoia o empreendedor de Impacto local, unindo o melhor das empresas listadas e as mais jovens, lançando um desafio que ajude as empresas revolucionárias, as de impacto, a pôr as mudanças climáticas no centro da sua estratégia. Gilbert Van Hassel, CEO da Robeco, afirma que a sociedade deve atuar já. Entendemos o risco das mudanças climáticas, mas a Robeco também soube ver as oportunidades para o abordar. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 61


TENDÊNCIAS LEGISLAÇÃO por Leila Grácio

O SIFIDE II

EM 2021 Alteram-se as regras do jogo nos SIFIDE. Que impacto essas alterações trarão ao nível do investimento em I&D? Aparentemente, a palavra de ordem é positivismo.

O

Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação e Desenvolvimento Empresarial II (SIFIDE II) tem-se demonstrado um dos incentivos fiscais mais atrativos para o tecido empresarial português, não só no âmbito das empresas que realizam atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D), mas também (e talvez sobretudo) no âmbito das empresas que desenvolvem a sua atividade em outros setores, que por via de um investimento indireto em I&D, podem também beneficiar deste incentivo. De facto, uma das grandes apostas dos últimos anos foi a criação de

62  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

fundos com o objetivo de investir em empresas com o reconhecimento de idoneidade em I&D por parte da Agência Nacional de Inovação, S.A. (ANI), permitindo que as empresas que subscrevem os referidos fundos se tornem elegíveis no âmbito SIFIDE II e, consequentemente, beneficiem de uma dedução a nível de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) de até 82,5%. Contudo, as alterações impostas pela Lei do Orçamento do Estado para 2021 vêm alterar as regras do jogo, e trarão, certamente, um impacto (positivo ou negativo) nos investimentos em I&D – de acordo com a perspetiva de alguns e numa ótica positiva, as no-


vas regras irão potenciar mais investimento em I&D tornando as empresas mais competitivas e inovadoras. Salientamos sobretudo neste âmbito, para efeitos de elegibilidade do valor investido como despesa dedutível para efeitos do benefício SIFIDE II, a obrigatoriedade do investimento dos fundos nas empresas de I&D ser efetuado por via de instrumentos de capital ou quase-capital, bem como a obrigatoriedade do investimento ser realizado em “empresas dedicadas sobretudo a investigação e desenvolvimento”, que a lei considera serem “as empresas que apresentem um investimento em I&D equivalente a pelo menos 7,5 % da sua faturação no ano anterior ao pedido de reconhecimento”. Paralelamente temos também a imposição de novas regras no âmbito da dedução à coleta, que até aqui não existiam. Recorde-se que o benefício SIFIDE II é obtido por dedução à coleta do IRC apurado, existindo a possibilidade de reporte desse benefício fiscal (não utilizado) até ao 8º exercício seguinte. Até aqui a lei previa que, caso as unidades de participação nos fundos através dos quais foi feito o investimento em I&D fossem alienadas, antes de decorrido o prazo de cinco anos contados a partir da data de aquisição, ao IRC do período de alienação, seria adicionado o montante que tivesse sido deduzido à coleta, na proporção correspondente ao período em falta. Atualmente acrescem as seguintes regras: a) Caso o fundo através do qual foi feito o investimento em I&D não venha a realizar pelo menos 80% desse investimento em empresas de I&D (nos termos da legislação SIFIDE

SALIENTA-SE A A OBRIGATORIEDADE DO INVESTIMENTO DOS FUNDOS NAS EMPRESAS DE I&D SER EFETUADO POR VIA DE INSTRUMENTOS DE CAPITAL OU QUASECAPITAL II), no prazo de cinco anos contados da data de aquisição das unidades de participação, ao IRC do período de tributação em que se verifique o incumprimento daquele prazo, é adicionado o montante proporcional à parte não concretizada dos investimentos que tenha sido deduzido à coleta; b) Caso as empresas de I&D não concretizem o investimento em atividades de I&D (nos termos da legislação SIFIDE II), no prazo de cinco anos contados da data do investimento sob a forma de capital e quase-capital, ao IRC do período de tributação em que se verifique o incumprimento daquele prazo, é adicionado o montante proporcional à parte não concretizada dos

investimentos que tenham sido deduzidos à coleta. Para garantir a aplicabilidade destas novas regras exige-se ainda que, até ao final do quarto mês de cada período de tributação, os fundos entreguem aos respetivos participantes uma declaração que comprove o investimento realizado no período anterior em empresas de I&D e as empresas de I&D entreguem aos fundos uma declaração comprovativa dos investimentos realizados no período anterior (nos termos da legislação SIFIDE II). Em qualquer dos casos, e se aplicável, as declarações devem conter a informação sobre o incumprimento de investimento no período dos cinco anos. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 63


TENDÊNCIAS ADVISORY por Miguel Rêgo , CFA

INSIGHTS SOBRE O NEGÓCIO DE BANCA PRIVADA EM PORTUGAL Os desafios e oportunidades que a indústria enfrenta, num momento da história em que muitos fatores de disrupção implicam esforços redobrados de adaptação na forma de fazer negócio.

C

omo pilar importante que é na relação da gestão de ativos com os clientes individuais, a banca privada foi central em diferentes conteúdos desenvolvidos no contexto do Portugal Insights 2020 da FundsPeople. Líderes de entidades de banca privada nacionais ou a operar em Portugal e especialistas de negócio realçaram alguns dos desafios e obstáculos que se apresentam no caminho, mas mostraram também uma noção consolidada do caminho a percorrer para transformar esses obstáculos em degraus de um percurso que elevará a forma de se pôr em prática o negócio de banca privada no futuro. Num estudo profundo e detalhado, João de Brito Cunha e Nuno Cordeiro, da Roland Berger, isolaram e substanciaram um conjunto de observações-chave, relativamente ao contexto e evo-

64  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

lução do mercado de banca privada em Portugal ao mesmo tempo que discutiram as suas implicações estratégicas, no artigo “Banca Privada: como vencer no novo ciclo pós 2020”. Por um lado, os consultores realçam o final de um ciclo de crescimento forte, numa análise focada no perímetro de ativos que definem de bankable, considerando que são na sua opinião, os ativos “endereçáveis pelos operadores de banca privada”. Os consultores da Roland Berger destacam que o peso dos ativos bankable na riqueza total tem vindo a cair de um valor histórico de 38% para 28% em 2019, o que “evidencia a tendência de transformação de ativos bankable em ativos reais para investimento. Note-se que o início deste período de queda coincide com o momento em que as taxas de referência em Portugal chegaram a zero”, destacam.

Os consultores apontam também que grupo de bancos privados nacionais, detendo 90% dos ativos sob gestão de operadores em Portugal, tem vindo a atingir um crescimento material (3,0% CAGR1619). “Apesar disso, os ativos de segmentos affluent e private cresceram a um ritmo mais acelerado (5,5% CAGR16-19) reduzindo a quota de bancos privados nos ativos bankable destes segmentos – estimamos que essa quota se situe entre 30% a 40%. Este decréscimo é em parte

BANCA PRIVADA: como vencer no novo ciclo pós 2020 https://bit.ly/2LPKokG


RAPARTIÇÃO DA RIQUEZA EM PORTUGAL (2019) Ativos reais para investimento • Imobiliário residencial/comercial • Arte, automóveis clássicos, vinho

Para investimento 15% - 25%

64%

Ativos reais para uso própio • Imobiliário residencial uso própio • Arte, uso própio

75% - 85% Para uso

Outros ativos financieros • Seguro de vida • Fundos de pensões • Capitais próprios não cotados

Outros

36% Riqueza total

Ativos reais

15% - 25%

Ativos financieros bankable • Contas correntes, depósitos a prazo • Ações, obrigações, produtos estruturados • Fundos de investimento

75% - 85%

Ativos financeiros

Bankable

Fonte: Roland Berger.

ATIVOS REAIS, FINANCEIROS E BANKABLE (EUR TRI) ATIVOS REAIS

ATIVOS FINANCEIROS

ATIVOS BANKABLE

PROJEÇÕES

0,74

0,43 0,42

0,32

2008

0,50

0,45

0,48

0,44

0,43

0,41

0,34

0,33

2009

2010

0,50

0,44

0,44

0,41

0,32

0,32

2011

2012

0,34

2013

0,49

0,39

0,45

0,47

0,36

0,35

0,30

0,28

0,27

2014

2015

2016

0,58

0,53

0,39

0,40

0,42

0,30

0,31

0,32

2017

2018

2019

0,79

0,81

0,84

0,40

0,40

0,40

0,41

0,30

0,31

0,31

0,31

0,32

2021

2022

2023

2024

2025

0,69

0,72

0,38

0,39

0,29

2020

0,76

Fonte: Roland Berger.

ATIVOS BANKABLE POR SEGMENTO AFFLUENT E SEGMENTOS PRIVATE (EUR BI, ONSHORE) > € 5MI

€ 1MI - 5MI

€ 0,5MI - 1MI

€ 0,25MI - 0,5MI PROJEÇÕES

12

11 10

11

10

8

11

25

26

26

9

25 21

22

9

9

10

10

24

24

24

25

24

24

24

25

22

23

21 30

24

35

21 31

35

37

39

33

35

36

37

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

2022

2023

23

25

25

21

23

37

38

2024

2025

Fonte: Roland Berger.

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 65


TENDÊNCIAS ADVISORY

ANTÓNIO LUNA VAZ

CARLOS SANTOS LIMA

ANA NOBRE

Banco BPI

Credit Suisse, Suc. em Portugal

ABANCA

“Esta transferência geracional de património significa uma muito maior dependência da tecnologia digital, maior pressão nos fees e uma tendência natural para o aconselhamento independente”

“Cabe ao banco encontrar investimentos que, por um lado, deem retornos competitivos e, por outro, consigam contribuir para os objetivos ambientais, de sustentabilidade e sociais que o cliente nos pede”

“Um ambiente de taxas de juro negativo não só não compromete o retorno como permite, de forma inequívoca, qualificar um bom gestor e um bom banco”

justificado por clientes private testando outros tipos de operadores. Em termos de margens, estas têm vindo a comprimir-se em anos mais recentes, em alguns casos caindo 10%-12%. As implicações desta compressão em termos de crescimento futuro são críticas, dado que, à medida que as margens caem, o crescimento dos ativos sob gestão necessário para atingir o break-even da receita aumenta de forma exponencial”, realçam. Este contexto favorece, segundo João de Brito Cunha e Nuno Cordeiro, “a criação de um ciclo vicioso, em que, devido à pressão de crescimento, margens sofrem maiores níveis de desconto, facilitando a aquisição de ativos, mas acelerando a tendência de compressão das margens e aumentando a pressão de crescimento”. Consulte o artigo completo pelo QR Code e explore as implicações estratégicas e comentários de clientes e indústria no Portugal Insights 2020.

A VOZ DO MERCADO

No que se refere também aos desafios, os vários líderes do universo de banca privada nacional coincidiram numa ideia: os desafios representam uma oportu66  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

nidade. António Luna Vaz, diretor de Banca Privada do Banco BPI, destacou a demografia como um dos fatores-chave que moldará o negócio. “Estamos a aproximar-nos, diria, da maior transferência de riqueza entre gerações, via envelhecimento da população. Nos próximos 10 ou 20 anos irão certamente mudar de mãos nos EUA e na Europa cerca de 20 a 30 biliões de dólares e a geração alvo desta riqueza serão os millennials”, introduz. “De acordo com vários researchs sobre este tema, vemos que mais de 80% dos millennials são tecnologicamente influenciáveis e têm uma perceção social dos investimentos muito importante, o que representa uma alteração radical que vamos ter que enfrentar no nosso dia-a-dia de aconselhamento financeiro”, comenta. Para o profissional, esta transferência geracional de património significa uma muito maior dependência da tecnologia digital, maior pressão nos fees e uma tendência natural para o aconselhamento independente. Carlos Santos Lima, responsável da Sucursal em Portugal do Credit Suisse é assertivo na sua opinião sobre outro dos grandes fatores disruptores

da indústria, a sustentabilidade, ao afirmar: “o regulador vai definir as regras, o cliente vai-nos exigir e os bancos têm que corresponder”. “Eu diria que [a regulação] já está a ter um impacto, a partir do momento em que em 2021 a Comunidade Europeia vai ter regulação vinculativa sobre o tema, e os nossos clientes cada vez mais demonstram preocupações de sustentabilidade”. Na resposta às regras que se esperam, o profissional realça alterações na estrutura corporativa, formações a equipas e webinars de sensibilização como meios e ferramentas de incorporação do que está para vir. “Todos os nossos clientes têm objetivos de investimento, mas também de sustentabilidade que temos que incorporar, e cabe ao banco encontrar investimentos que, por um lado, deem retornos competitivos e, por outro, consigam contribuir para os objetivos ambientais, de sustentabilidade e sociais que o cliente nos pede”, comenta. Noutro tema, e mais de uma década depois do início da era de taxas de juro zero, Ana Nobre, responsável de Banca Privada no ABANCA con-


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A OPINIÃO DE LAURA DONZELLA Responsável de distribuição institucional e de retalho para a Península Ibérica, América Latina e Ásia, Nordea AM

PEDRO LOBO

Bankinter

O FUTURO DO NEGÓCIO de banca privada https://bit.ly/2KvDL6i

“Caso não se acompanhe esta evolução tecnológica a qualidade percebida e experiência do cliente ficará irremediavelmente em causa e, caso não se mantenha a personalização, deixa de existir algo que não é replicável, o relacionamento”

sidera que a ameaça das taxas de juro baixas representa “uma oportunidade de ouro”. Para Ana Nobre, hoje em dia, os bancos especialistas em aconselhamento financeiro vão além da abordagem tradicional de adequar um determinado produto a um perfil de investidor. “Uma gestão profissional que monitorize o comportamento implícito dos vários ativos financeiros que compõem um portefólio, beneficiando da descorrelação entre eles, permite, muitas vezes, introduzir alguns instrumentos financeiros que são percecionados pelos clientes como tendo mais risco, mas que neste contexto de diversificação não só nos trazem maior rentabilidade como mais estabilidade. Assim, um ambiente de taxas de juro negativas não só não compromete o retorno, como permite, de forma inequívoca, qualificar um bom gestor e um bom banco”, exclama. Por fim, Pedro Lobo, responsável de Banca Privada no Bankinter Portugal volta a levantar a importância da tecnologia. “Eu diria que temos que olhar para esta pandemia como um catalisador da disrupção a longo prazo”,

O PESO DOS ATIVOS BANKABLE NA RIQUEZA TOTAL TEM VINDO A CAIR, O QUE EVIDENCIA A TENDÊNCIA DE TRANSFORMAÇÃO DE ATIVOS BANKABLE EM ATIVOS REAIS

introduz. “No mundo da banca privada, temos pela frente aquilo que chamo de desafio P&D, ou seja, a personalização do serviço ao cliente como fator-chave da relação, mas conjugada com a revolução digital, para acompanhar a qualidade do serviço, a comodidade, a facilidade de execução, a mobilidade, o acesso remoto, a velocidade de informação e, nomeadamente, de execução”. Para o profissional, esta conjugação será fundamental por dois grandes motivos: “caso não se acompanhe esta evolução tecnológica a qualidade percebida e experiência do cliente ficará irremediavelmente em causa e, caso não se mantenha a personalização, deixa de existir algo que não é replicável, o relacionamento”. Por isso, para Pedro Lobo, a personalização vale tanto no mundo da banca privada, nomeadamente na fidelização de clientes. “Este novo contexto também cria uma enorme oportunidade. A clara tendência de uma procura cada vez maior pelo aconselhamento especializado, onde a tecnologia e a personalização serão decisivos na resposta e aproveitamento do mesmo”, conclui.

ESG E O COVID: O NOSSO PAPEL ENQUANTO INVESTIDORES A pandemia de COVID-19 colocou em evidência muitos problemas com ESG que precisam de ser abordados, incluindo o comportamento corporativo para com as diferentes partes interessadas. Enquanto investidores, temos a responsabilidade de ser transparentes nas nossas expectativas para com as empresas nas quais investimos. No ano passado, associámo-nos a um grupo de 322 investidores institucionais que representam mais de 9,2 biliões de dólares em ativos de gestão, ao assinar a Declaração dos Investidores em resposta ao Coronavírus. Desta declaração consta um plano de cinco passos focado em proteger os trabalhadores e o público ao incitar as empresas participantes a 1) proporcionar licenças pagas; 2) dar prioridade à saúde e à segurança; 3) salvaguardar o emprego; 4) manter as relações com fornecedores e clientes; 5) atuar com prudência financeira. Na Nordea Asset Management, acreditamos que empresas com maiores expectativas ESG têm maior probabilidade de serem as vencedoras do amanhã. Acreditamos que a visibilidade a longo prazo das empresas está vinculada ao bem-estar das partes, entre elas os empregados, fornecedores, clientes e a comunidade em geral. Este período de turbulência é uma oportunidade para que todas as empresas mostrem ações de boas práticas e cidadania corporativa. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 67


TENDÊNCIAS I+D por Daria Krivonos

CENÁRIOS

PARA UM MUNDO PÓS-COVID O estudo Going Viral analisa como se poderá comportar o mundo após a pandemia e o impacto nas condições económicas, geopolíticas e sociais.

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pandemia de coronavírus representou para o mundo o teste mais difícil em mais de 80 anos. De facto, a história das pandemias mostra que as crises de saúde pública são profundamente perturbadoras. Os seus efeitos económicos, sociais e geopolíticos tendem a ser duradouros, muitas vezes prolongam-se ao longo dos anos ou de décadas. Para determinar os cenários correspondentes, nos próximos cinco a dez anos devemos examinar as incertezas-chave, ou seja, as que apresentam 68  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

50% de possibilidade de acontecerem. Por exemplo, continuará a sustentabilidade a ser um foco de atenção ou a economia passará para primeiro lugar? De facto, temos previsto possíveis cenários nos últimos 15 anos e nunca como agora estas previsões foram mais relevantes. Em concreto, utilizamos uma técnica popular no campo da prospetiva: a nuance de cenários. Neste enquadramento, identificámos o que acreditamos que são os dois fatores de maior impacto nas condições económicas, geopolíticas e sociais no mundo pós-COVID. Assim, se pretender fa-

zer previsões com o estudo Going Viral, realizado em colaboração com estratégias e especialistas da Pictet AM, pode ver como se poderá comportar o mundo e o impacto do ponto de vista dos investidores. O primeiro eixo que identificámos é a geopolítica e as mudanças de poder, que já estavam em marcha e que se viram exacerbadas pela pandemia. Num extremo, os governos terão a regionalização e, no outro, a colaboração mundial. O segundo eixo são os valores dos consumidores e dos cidadãos, que determinará o comportamento dos in-


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Atuar localmente, pensar globalmente

GEOPOLÍTICA E MUDANÇAS DE PODER AUMENTO DA POLARIZAÇÃO, DO REGIONALISMO E DO ISOLAMENTO

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Em solidão VALORES DO CIDADÃOCONSUMIDOR INCOMODIDADE E PRIORIZAÇÃO DOS INTERESSES PRÓPRIOS

Fonte: Copenhagen Institute for Futures Studies. Pictet Asset Management.

divíduos sociais e cívicos ou autossuficientes com interesses próprios. No cruzamento entre os dois eixos, surgem quatro cenários, com efeitos nas políticas, normas sociais, tecnologia, economia e meio ambiente. Os quatro cenários são igualmente prováveis, mas para ilustrar podemos centrar-nos no mais votado durante a apresentação inicial deste estudo. Denominado atuar localmente e pensar globalmente, em tal cenário, os consumidores com consciência social predominam num mundo regionalizado. Os cidadãos estão mais dispostos a lutar pela igualdade, mas

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VALORES DO CIDADÃO-CONSUMIDOR CONSCIENCIALIZAÇÃO E MENTALIDADE CÍVICA, PRIORIZAÇÃO DOS VALORES SOCIAIS

Agora todos juntos

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GEOPOLÍTICA E MUDANÇAS DE PODER INTEGRAÇÃO, COLABORAÇÃO E AUMENTO DA CENTRALIZAÇÃO

os governos dão prioridade às agendas nacionais. A falta de normas genuinamente globais limitará a adoção de novas tecnologias emergentes (como a indústria 4.0) e os níveis de desemprego serão mais altos do que no início da década de 2000. Os cidadãos, por sua vez, vão exigir maior transparência e regulamentação das empresas tecnológicas. Não obstante, os governos, numa tentativa de salvaguardar os seus interesses e capital intelectual nacional, vão proteger as empresas tecnológicas nacionais, tratando-as como estratégias. Como resultado, vão ignorar em grande medida

Não é um problema meu

os pedidos para melhorar a supervisão regulatória. Dado que os governos vão priorizar a resiliência e autossuficiência nacionais, vai ser cada vez mais utilizada a tecnologia para melhorar a vigilância, segurança e cautela policial. Não obstante, os cidadãos vão exigir cada vez maior transparência a respeito de como as empresas tecnológicas compilam, analisam e utilizam dados pessoais. Assim, a tecnologia de cibersegurança e proteção da privacidade de dados terão uma grande procura. Os cidadãos estarão na sua maior parte dispostos a renunciar a liberdades individuais JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 69


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TENDÊNCIAS I+D

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A OPINIÃO DE JOSHUA KENDALL Diretor de ISR e membro da administração na Insight, parte da BNY Mellon Investment Management

NO CENÁRIO MAIS VOTADO, OS CIDADÃOS ESTÃO MAIS DISPOSTOS A LUTAR PELA IGUALDADE, MAS OS GOVERNOS DÃO PRIORIDADE ÀS AGENDAS NACIONAIS por uma maior sensação de segurança e bem comum. Além disso, as medidas preventivas serão cada vez mais importantes e os consumidores vão centrar-se em manter-se saudáveis, com as correspondentes opções de nutrição e estilo de vida, obrigando as empresas a adotar modelos de negócio mais sustentáveis. As cadeias de produção agrícola e alimentar sustentáveis serão prioritárias para vários países. O auge do populismo e do nacionalismo económico vai politizar os sistemas de saúde de todo o mundo e a planificação estratégica dará lugar a incentivos a curto prazo, obstaculizando o desenvolvimento e difusão da tecnologia, assim como a inovação no setor da saúde. A falta de cooperação e coordenação entre governos internacionais (assim como entre governos nacionais e o setor privado) provocará um aumento geral de preços dos produtos de saúde e irá por em perigo a inovação e a I&D. Para muitas empresas do setor terá um efeito negativo nas suas perspetivas a longo prazo. Por sua vez, a urbanização continuará a ser uma tendência demográfica importante em grande parte do mundo, ainda que os centros urbanos se vão reinventar por mudanças que a pandemia causou na forma como as pessoas vivem e trabalham. As tecnologias vão tornar-se em caraterísticas significativas das infraestruturas em cidades inteligentes à medida que sensores, a internet das coisas e o big data se tornam caracte70  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

rísticas significativas das infraestruturas em cidades inteligentes, ainda que diferindo de uma cidade para outra. A adoção será desigual devido às diferentes regulamentações tecnológicas e às prioridades económicas dos governos locais e nacionais. Mas os habitantes da cidade vão adotar tecnologias inteligentes pela sua eficiência, assim como pela sua capacidade para reduzir o consumo, resíduos e poluição. Ainda que a densidade urbana continue a ser relativamente alta, algumas pessoas vão afastar-se procurando um melhor estilo de vida, com trabalho a partir de casa para evitar o risco de doenças. A relocalização e iniciativas de emprego interno podem vir a tornar-se menos eficientes com o aumento dos custos de produção e margens de lucro. Não obstante, o crescimento do consumo ético vai impulsionar as perspetivas em setores industriais com modelos de negócio locais, como construção sustentável, agricultura e infraestrutura. Finalmente, permanecerá a tendência para uma sociedade mais baixa em emissões de carbono, com consumidores muito conscientes das mudanças climáticas. Combustíveis e transportes alternativos vão tornar-se cada vez mais na norma. Os acordos mundiais sobre as mudanças climáticas vão ganhar impulso e a UE continuará na vanguarda do movimento ambiental com contínuo investimento em infraestruturas verdes e regulamentações mais rigorosas.

OBRIGAÇÕES SOCIAIS: A PROMESSA DOS MERCADOS DE DÍVIDA DE IMPACTO O crescimento do mercado de dívida sustentável nos últimos anos demonstrou que os investidores estão a incorporar cada vez mais temas de impacto positivo nas suas considerações e análises de investimento. Não obstante, enquanto o mercado de obrigações verdes ganhou maturidade e liquidez, as obrigações sociais surgiram como uma nova área de crescimento nos mercados de capital de dívida de impacto. Em 2020 houve um aumento nas obrigações sociais relacionadas com a COVID-19, onde os organismos supranacionais, os estados soberanos e as agências parecem estar a liderar o caminho. Por exemplo, em março de 2020, a Corporação Financeira Internacional (CFI) emitiu a maior obrigação social da sua histíoria para financiar a sua resposta coronavírus. É provável que o aumento do alcance dos projetos apropriados incentive os emissores a serem mais ativos neste campo. Além disso, é provável que a diversificação dos emissores evolua de forma semelhante à do mercado de obrigações verdes, com os organismos supranacionais na liderança nos primeiros anos do mercado, seguidos por outros tipos de investidores, já que cada vez mais emissores tratam de demonstrar o seu apoio às questões sociais e, ao mesmo tempo, obter uma rentabilidade positiva dos investimentos.


TENDÊNCIAS FUNDSSERVICES

por José Miguel Moscardó

CONTRATAR EM TEMPO DE CRISE PARA ONDE OLHA A INDÚSTRIA Da Nfoque Executive Search medem a temperatura às oportunidades profissionais que oferece hoje a indústria da gestão de ativos. Vivemos uma época de incerteza onde abrandaram os projetos de crescimento de equipas que estavam planificados e que agora ficam em stand by. E algumas oportunidades profissionais que tinham possibilidade de seguir em frente estão agora paralisadas.

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xiste muito mais prudência na hora de procurar talento e oferecer oportunidades profissionais no setor. Poderá ter a ver com a situação atual da pandemia? Serão os movimentos de fusões e aquisições que o setor está a sofrer? Estamos perante uma mudança de ciclo? A resposta é dada pelos próprios agentes do negócio. Fizemos uma aproximação a alguns destes interlocutores e entidades de gestão na Península Ibérica com o objetivo de conhecer as suas opiniões acerca da situação atual na indústria de fundos quanto às questões comentadas. “Enfrentámos anos duros para muitos setores da economia, incluindo o setor financeiro”, vaticina Sebastián Velasco, responsável pela Península Ibérica na Fidelity. “A indústria de fundos estará submetida a forças opostas”. Por um lado, problemas de liquidez nas famílias e empresas provocarão reembolsos e menor apetite pelo risco. Por outro lado, a taxa de poupança aumenta em períodos de recessão, como aconteceu entre 2008 e 2010, e os fundos absorveram parte deste crescimento. “Mas não nos esqueçamos de que já antes do aparecimento da pandemia nos estávamos a preparar para uma mudança de ciclo que nos obrigou a rever os nossos planos de negócio”, recorda. E essa mudança pode ver-se como um desafio ou como uma oportunidade. Sophie del Campo, diretora geral da Natixis IM para a Península Ibérica, América Latina e US Offshore, opta pela segunda opção. “O crescimento das gestoras internacionais JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 71


TENDÊNCIAS FUNDSSERVICES

NESTA CRISE SURGIRÁ A PROCURA DE NOVOS PERFIS: ESG, ALTERNATIVOS, TECNOLOGIA…

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pode continuar a uma velocidade elevada, já que se vê impulsionada por alguns factores que têm beneficiado a indústria nos últimos anos e que, em certa medida, a irrupção da pandemia está a acelerar”, afirma.

IMUNIDADE

Apesar do coronavírus e da crise económica que trouxe consigo, muitas gestoras internacionais fazem um balanço positivo do ano. É o caso de Miguel Luzárraga, responsável de Vendas para Portugal e Espanha da AllianceBernstein, que reconhece que 2020 foi para eles melhor do que o esperado. “Não restam dúvidas de que uma pandemia gera incerteza, mas também é um momento de oportunidades”, sustenta. Enfrentar uma crise deste calibre foi uma grande prova de fogo para as gestoras. E se nos resumirmos ao geral, tem sido um desafio superado. “Na situação atual demonstrou-se a força, a capacidade de adaptação e a eficiência deste setor”, assegura Ignacio de la Maza, responsável do Canal Intermediário para EMEA e América Latina na Janus Henderson Investors. “A indústria tem sabido oferecer soluções a situações complexas mos-

trando a capacidade para se adaptar às circunstâncias e saindo reforçada de cada problema que superou. O setor está preparado, é sólido e forte para o que possa vir”, concorda Carla Bergareche, diretora geral da Schroders para Portugal e Espanha. Por isso, Elena Guanter, diretora geral da Candriam para a Península Ibérica e América Latina, atrever-se-ia a falar de imunidade face à pandemia no setor. “A situação atual não afetou negativamente a inústria”, explica. É nesse contexto, depois de se ter passado por uma das mais difíceis crises do setor em décadas, que devemos enquadrar as projeções de contratação das gestoras internacionais. Javier Dorado, diretor geral para Portugal e Espanha da J.P. Morgan AM, comenta que da perspetiva da estratégia da entidade, os números são bons e isso leva a ter estabilidade nas equipas, embora seja um momento de prudência e, portanto, não preveem muito movimento salvo casos muito pontuais. “Existem sempre necessidades, mas agora prevalece a eficiência dos profissionais”, conta. Marisa Aguilar, diretora geral da Allianz Global Investors para a Península Ibérica também defende


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A OPINIÃO DE ARIEL BEZALEL Responsável de estratégia e obrigações, Jupiter AM

AS YIELDS DOS TREASURIES AMERICANOS SUBIRAM, MAS NÃO SE PREOCUPEM COM A INFLAÇÃO

A INDÚSTRIA DEMONSTROU FORÇA, CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO E EFICIÊNCIA prudência: “Continua a faltar-nos visibilidade, por isso o nosso objetivo para os próximos meses é otimizar a estrutura existente, consolidando esta nova forma de levar a cabo o negócio, uma vez que estamos muito próximos do cliente. O tempo o dirá se estes novos usos são temporais ou estão aqui para ficar, e aí terá mais sentido tomar decisões relativamente às equipas”. É a sensação geral entre os responsáveis das entidades estrangeiras: estamos num momento de pausa para respirar. Sasha Evers, diretor geral para a Península Ibérica e América Latina da BNY Mellon Investment Management, atualmente percebe que a grande maioria das entidades não tem a intenção a curto-médio prazo nem de reduzir nem de incrementar a estrutura organizativa. No que várias entidades estão de acordo é em que talvez os maiores movimentos venham de operações inorgânicas. Por fusões entre gestoras de tamanho mediano ou pequeno, acredita Evers. “A situação no setor financeiro em geral e na atualidade ver-se-á alterada em função dos movimentos de integrações entre distintas entidades, firmas e outras instituições como aconteceu recen-

temente com a Franklin Templeton e a Legg Mason”, analisa Javier Villegas, responsável para a Península Ibérica na Franklin Templeton.

NOVOS PERFIS

Isto não quer dizer que não existirão oportunidades de crescimento em capital humano. “Embora a priori possa parecer que a concentração da indústria por ambos os lados (buy side e sell side) vá limitar o número de oportunidades, acredito que uma indústria em constante evolução como a nossa vai sempre requerer uma elevada especialização que fará com que surjam novos perfis com elevada procura (por exemplo, especialistas ESG). Por tanto, estou convencido de que a indústria continuará a oferecer oportunidades interessantes para os profissionais qualificados”, defende Nabil El-Asmar Delgado, responsável da Vontobel para a Península Ibérica. Sebástián Velasco também o defende: “Todas as empresas do setor financeiro vão continuar a procurar formas de fazer mais com menos. As gestoras de fundos não são uma exceção à regra. O setor vai necessitar de talento nas áreas de sustentabilidade, alternativos e tecnologia”.

O maior evento deste ano no mercado de obrigações foi a forte subida das yields das obrigações do tesouro Americano a 10 anos. Este tema foi mais tarde invalidado pelo presidente da Fed Jerome Powell e o movimento das obrigações do tesouro não abalou a nossa forte convicção de que as yields vão continuar baixas. Com o elevado valor de dívida na economia global cerca de 280 biliões que continuam a aumentar e boa parte dos quais não é produtiva - qualquer aumento nas yields pode criar volatilidade em ativos de risco e fazer com que as yields voltem a cair. Os spreads de crédito tiveram uma incrível viagem de ida e volta no pós-pandemia e estão de volta aos ajustados níveis prépandemia. Isto reflete tanto a procura por yield como o apoio dos bancos centrais (os bancos centrais não querem spreads de créditos mais alargados). A inflação está a ser controlada em parte pelo fraco crescimento dos salários. O trabalho não tem poder de fixação de preços e a inteligência artificial, a robótica e outras tecnologias fazem desta uma tendência de longo prazo e durante a pandemia as empresas criaram formas ainda mais eficientes de operar. As obrigações soberanas chinesas a 10 anos estão a ser vistas como muito atrativas. A economia chinesa está a crescer fortemente sem sinais de inflação, enquanto está a contratar trabalhadores, tem o crescimento populacional estagnado e uma bolha de crédito - semelhante às condições no mundo desenvolvido - o que significa que, do meu ponto de vista, a China está preparada para enfrentar muitas das forças macroeconómicas e demográficas que têm levado à queda das yields noutras partes do mundo desenvolvido. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 73


ENTREVISTAS GURU por Óscar R. Graña

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É paradoxal que, na era da informação, ainda existam classes de ativos desconhecidas, inclusive para o cliente institucional, como é o caso da dívida privada imobiliária. Trata-se de um segmento de mercado que Alexander Oswatitsch conhece muito bem e que, segundo explica, aporta valor ao investidor que tanto anseia descorrelação e diversificação para as suas carteiras. No entanto, para capturar a oportunidade que representa esta classe de ativos são necessárias algumas qualidades e conhecimentos muito específicos que não é qualquer gestora que pode reunir. TNE

GESTOR DO DWS EUROPEAN PROPERTY DEBT FUND JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 75


ENTREVISTAS GURU PRINCIPAIS APOSTAS Para Alexander Oswatitsch, em geral, os mercados com menos volatilidade a curto prazo, como o alemão e os de outras nacionalidades do núcleo da Europa, poderão gerar melhores rentabilidades ajustadas ao risco. Além do país, e também da cidade, é importante a classe de ativos. Aqui o gestor prefere os setores logístico, residencial e de escritórios, embora também goste das residências de estudantes e os supermercados como apostas táticas, com um perfil de risco mais elevado.

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ncontrar soluções de investimento que apresentem uma baixa correlação com as ações e as obrigações converteu-se numa verdadeira obsessão para os investidores. O que propõe Alexander Oswatitsch é investir em dívida privada imobiliária através do DWS European Property Debt Fund porque, na sua opinião, são muitas as vantagens que oferece esta classe de ativos face às obrigações corporativas tradicionais. “Normalmente a dívida privada imobiliária negoceia com um prémio em comparação com a dívida negociada em mercados públicos com um perfil de risco similar devido à iliquidez ou complexidade que apresenta. Estes prémios rondam atualmente os 100 pontos base no caso dos empréstimos sénior com investment grade e ainda mais para os empréstimos júnior ou com classificação inferior ao grau de investment grade”, afirma. Mas essa não é a única vantagem que apresenta. “A segurança dos ativos físicos subjacentes e os contratos de empréstimos com condições à medida costumam traduzir-se em rácios de incumprimento relativamente baixos, e taxas de recuperação elevadas. O diálogo bilateral permite-nos comunicar diretamente com as equipas de gestão e dos proprietários, levar a cabo um rigorosa due diligence e negociar as condições dos empréstimos. Para além de ser uma alternativa às obrigações corporativas, a dívida imobiliária é uma boa estratégia para os investidores com posições diretas em ativos imobiliários, já que lhes permite ampliar a sua exposição a este tipo de ativo e gerar rentabilidades atrativas com um enfoque mais defensivo, visto que a dívida tem uma maior prioridade na estrutura de capital”, explica. A crise de COVID-19 tem tido efeitos negativos sobre o mercado de dívida privada imobiliária. “Em geral, os credores são agora mais cautelosos. Alguns deixaram de conceder empréstimos, enquanto que outros oferecem condições mais conservadoras, exigem rentabilidades mais elevadas ou se centram unicamente nos clientes existentes. Ao existirem menos transações imobiliárias e mais incerteza sobre as valorizações, é mais difícil avaliar os preços dos empréstimos. As margens aumentaram cer76  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

ca de 25-50 pontos base no espaço sénior e mais de 75 no júnior, dependendo do setor, o país e a localização exata do imóvel”, revela. No entanto, a pandemia também gerou oportunidades. “Existem empréstimos sénior e júnior que se originaram antes do COVID-19 com o objetivo de negociá-los, pelo menos em parte, no mercado secundário. Agora mesmo, este tipo de empréstimos, com preços e estruturas em níveis prévios à pandemia, são muito mais difíceis de colocar. Adquirimos empréstimos selecionados com um desconto sobre o valor nominal, conseguindo uma revalorização atrativa para os nosso investidores, em linha com o contexto pós-COVID-19. E o mesmo ocorre com as solicitações de empréstimos nos mercados primários”. Outro exemplo seria o caso de um empréstimo promotor júnior em que, em vez de modificar a margem de empréstimo, pedem ao patrocinador ou sponsor financeiro uma maior participação no capital para mitigar assim o aumento da volatilidade depois da pandemia.

PROCESSO DE ANÁLISE

Oswatitsch assegura aplicar um rigoroso processo controlado pela sua equipa de investimento em dívida. Este processo baseado num enfoque pan-europeu, abarca a identificação de empréstimos, tanto em mercados primários como secundários, a realização de uma exaustiva due diligence, que inclui contribuições da equipa de análise e da de ações imobiliárias, e a execução e encerramento com o apoio de um assessor jurídico externo. “Para nós, o imóvel sempre representa o ponto de partida de análise. Quando analisamos um ativo imobiliário fixamo-nos nas garantias subjacentes que oferece desde a perspectiva de equity, o que nos fornece mais informação do que uma simples valorização externa, que é a que utilizam muitos credores bancários”, revela. Basicamente, avaliam os riscos da transação do ponto de vista da equity e logo analisam as condições do empréstimo (o enquadramento legal do contrato de empréstimo) para determinar se a dívida oferece uma rentabilidade atrativa em termos ajustados ao risco. “Quando avalia-


mos um sponsor fixamo-nos na sua capacidade para levar a cabo as tarefas necessárias para manter e aumentar o valor do imóvel, com independência de se já existe uma relação prévia”. Também tem em conta parâmetros financeiros como o rácio empréstimo-valor (LVT), o rendimento da dívida, o rácio de cobertura de juros (ICR) ou o do serviço da dívida (DSCR), assim como os indicadores chave de performance (KPI) do setor imobiliário. “Analisamos em detalhe distintos cenários de fluxo de caixa, que incluam possíveis perdas, e definimos sempre uma estratégia de saída recorrendo às garantias, uma análise chave sobretudo para as posições em empréstimos júnior. A documentação do empréstimo e a capacidade para executar as garantias reais fazem parte essencial do nosso processo de análise”. Na sua opinião, a chave está em que o gestor de dívida conheça a propriedade e disponha de equipas locais de profissionais do setor imobiliário que possam avaliar e valorar os ativos reais que servem como garantia de depósitos.

RENTABILIDADES ESPERADAS

Dependendo do setor, do país, da localização concreta e dos parâmetros financeiros (como LTV, rendimento da dívida ICR/DSCR), as margens no espaço sénior oscilam entre os 75 pontos base e os 200-220 relativamente a uma taxa interbancária com uma cláusula apenas que lhe impede de cair abaixo dos 0%.

“A DÍVIDA PRIVADA IMOBILIÁRIA COSTUMA NEGOCIAR COM UM PRÉMIO EM COMPARAÇÃO COM A DÍVIDA NEGOCIADA EM MERCADOS PÚBLICOS, COM UM PERFIL DE RISCO SIMILAR” Quanto aos empréstimos júniores, as rentabilidades movem-se entre os 5% e os 10%. “Os empréstimos com garantia de capital através de ativos mais defensivos e com capacidade para gerar liquidez situam-se no extremo inferior do intervalo, mas as rentabilidades poderão superar 10% quando se trata de ativos ou de promoções mais oportunísticas ou de valor acrescentado, ou de setores mais afetados pela pandemia de COVID-19, como o comércio de retalho e a hotelaria”. São as rentabilidades que oferece uma classe de ativos desconhecida para o grande público que, segundo explica Alexander Oswatitsch, fornecem o que atualmente o investidor tanto anseia: menor correlação potencial com outras classes de ativos e, portanto, uma maior diversificação. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 77


ENTREVISTAS GESTOR PORTUGUÊS por Samuel Capucho

Rui Araújo, CFA GESTOR DE CARTEIRAS, BPI GESTÃO DE ATIVOS

O ANO DE EXCELÊNCIA DO BPI ÁSIA PACÍFICO O fundo registou o retorno mais elevado de toda a oferta de produtos de investimento nacionais em 2020. O gestor conta a estratégia seguida, bem como os fatores de sucesso.

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BPI Ásia Pacífico da BPI Gestão de Ativos foi a estratégia nacional que mais se destacou entre todas as classes de fundos nacionais em 2020. Com quase uma década de atividade, este fundo de ações “tem o propósito de oferecer exposição a empresas da região Ásia Pacífico em economias de grande crescimento”, começa por referir Rui Araújo, CFA, gestor do produto desde 2018. Na visão do gestor, estas economias em crescimento, alcançarão nos próximos anos níveis de produção e consumo muito relevantes a nível global.

O SEGREDO PARA O SUCESSO

O processo de investimento bebe das mesmas fundações de vários outros fundos de ações por si geridos: consistência, simplicidade e disciplina. Este processo, como explica o profissional, é constituído por duas fases: a seleção e a construção do portefólio. Rui Araújo explica que a seleção de títulos é feita através de uma abordagem bottom-up, em que num primeiro momento se parte “de um total de 2.000 empresas” excluindo “tudo o que é considerado junk equity”. Entretanto, já numa segunda fase, “a construção do portefólio é feita tendo em conta vários parâmetros, entre os quais a exposição aos fatores de risco, aos setores e aos vários países”, afirma o gestor. Este é um processo que tem por hábito, segundo o profissional, ocorrer trimestralmente após todas as empresas terem reportado os seus resultados. “Extraímos os dados das cerca de 2.000 empresas, trabalhamos a informação e apresentamos as nossas propostas de alteração ou manutenção, junto do comité de investimento”, explicita. Os critérios ESG não ficam de fora deste fundo, fazendo assim jus à política que a BPI GA segue, sendo que “parte da integração ESG assenta no envolvimento com as empre78  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

sas em que investimos, no chamado Active Ownership”. Rui Araújo prossegue e explica que “por meio do exercício de voto” tentam “influenciar as políticas corporativas das empresas para melhorar os aspetos ESG”. Adicionalmente, “o nosso comité de investimento socialmente responsável estabelece desde logo restrições que afetam o investimento em empresas com atividades controversas, como armas e contratos militares, ou ligadas a areias betuminosas e thermal coal”, esclarece Rui Araújo. Mais concretamente no processo de investimento, contam com a informação de providers externos, sendo que “a incorporação dessa informação na análise dos aspetos ESG é necessária para identificar os critérios restritivos e incorporar essa informação no nosso processo de investimento”, afirma. Através deste método, o profissional conta que consegue evitar setores e empresas que vão contra as políticas de investimento socialmente responsável da BPI GA, monitorizando o desempenho em todos os critérios da temática, com uma especial atenção a situações de elevada controvérsia. “Nas nossas tomadas de decisões finais existe a preocupação em refletir o desempenho ESG na avaliação, por exemplo, ao nível do custo do capital exigido”, conclui.

ESTABILIDADE

Poderia pensar-se que o fundo nacional mais rentável de 2020 fez muitas alterações ao longo do ano... mas isso não aconteceu e, neste caso, a estabilidade foi um fator de sucesso. “As alterações feitas durante o ano foram muito ligeiras, devido à filosofia de baixo turnover do fundo”, coloca o gestor. O profissional afirma que como “a seleção não é diretamente influenciada por visões macroeconómicas, as alterações foram muito reduzidas e resultaram apenas em encontrar melhores empresas noutros países ou noutras regiões que se enquadravam na filosofia do fundo e nos critérios de seleção. Parte das pequenas alterações ocorridas na carteira resultaram também de pequenos rebalanceamentos, por exemplo, ao nível das financeiras que sofreram uma forte desvalorização”. Com uma carteira de 60 títulos e um turnover baixo, os setores com maior peso são consumo e tecnologia. Neste caso, é a filosofia de longo prazo que predomina. “Não procuramos reversões temporárias, procuramos tendências estruturais de longo prazo. Pretendemos manter em carteira uma empresa durante um longo período de tempo o que permite reduzir os erros a tentar fazer market timing”, aborda. Explica que “apesar da grande volatilidade que existiu durante o ano, diria que o fundo protegeu bastante bem na queda comparativamente com as ações globais”, diz. Resumindo, para além da disciplina no processo de investimento e da boa seleção de empresas, o BPI Ásia Pacífico também beneficiou de outros fatores como, “o bom comportamento da economia chinesa, a expectativa da vitória de Joe Biden nas eleições dos EUA, a desvalorização do dólar desde abril de 2020 e as notícias de desenvolvimento e distribuição da vacina”, conclui.


O ENGENHEIRO APAIXONADO POR BASQUETE Com formação em engenharia, o gestor joga basquetebol desde os cinco anos. Jogou ao nível semi-profissional, mas hoje em dia a paixão está restrita aos campeonatos do INATEL que frequenta e, claro, aos jogos da NBA... como espetador.

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ENTREVISTAS GURU por Regina R. Webb

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Quem melhor do que o responsável de Investimento em Ações de Matérias-Primas de uma gestora internacional para confirmar como a indústria energética a nível global está a viver uma transformação histórica. “Dessas que só se vivem a cada 70 ou 100 anos”, assim o avisa Mark Lacey. As energias renováveis estão a viver o seu amanhecer depois de anos a serem temáticas pouco rentáveis. Agora as coisas mudaram com o triplo impulso da viabilidade do seu negócio, o apoio dos governos e uma onda de investimento bilionária nas próximas décadas.

GESTOR DO SCHRODER ISF GLOBAL ENERGY TRANSITION JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 81


ENTREVISTAS GURU UM FUNDO LIMPO É um produto que aspira a ser limpo: não investirá um cêntimo da carteira em combustíveis fósseis ou energia nuclear. O fundo bebe de quatro grandes setores: as energias renováveis, o armazenamento de energia, equipamentos elétricos e distribuição de energia. E dentro de cada um destes há por sua vez múltiplos subsetores.

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á três anos, na Schroders começaram a pensar em criar um fundo orientado para a captura da transformação global do setor energético, a semente do que hoje é o Schroder ISF Global Energy Transition. Mas há 10 anos uma temática baseada nas renováveis e na transição energética não era rentável. “Energia solar, eólica, baterias de lítio e a sua aplicação e armazenamento… nada disso tinha retornos positivos sobre o capital investido”, conta Mark Lacey, responsável de Investimento em ações de Matérias-Primas da gestora britânica. Apenas um ano e meio depois dessas primeiras conversas, a indústria deu uma volta profunda. Os perfis de custos dessas empresas baixaram; as empresas de renováveis começaram a ser rentáveis. E para Lacey, esse é o primeiro motor da temática da transição energética global: que são viáveis em custos. “De uma perspetiva de negócio, as renováveis agora são mais rentáveis do que as turbinas de gás de ciclos combinados e do que o carvão”, afirma. O segundo catalisador está na urgência ambiental e na resposta política a ela. “As emissões de CO2 já chegaram a níveis preocupantes e, se continuarmos a este ritmo, as temperaturas vão elevar-se 4ºC até 2100”, alerta o gestor da estratégia. “Pode parecer muito longínquo algo que vai acontecer daqui a 80 anos, mas os governos já estão a atuar. A política dos países desenvolvidos é reduzir as emissões de CO2 em 33% até 2030. Em apenas 10 anos”, insiste. E isso leva-nos ao terceiro fator, o que há por detrás desse trabalho intenso de redução de emissões. Porque para chegar aos 33% de descida fará falta um forte investimento no espaço das energias limpas. Segundo uma estimativa da Bloomberg NEF, será necessário um investimento de capital de 100 biliões de dólares entre agora e 2050. “Isto é quatro vezes a taxa de execução do gasto de capital em combustíveis fósseis”, sublinha Lacey. “Com 82  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

esta quantidade de capital a dirigir-se para um setor eficiente em custos, com o acréscimo do apoio governamental, devemos começar a ver como isto se reflete nas valorizações da indústria”, vaticina.

VERDADEIRAMENTE LIMPO

É essa transição para as energias do futuro o que procuram captar no Schroder ISF Global Energy Transition. E apesar de poder parecer uma temática muito específica, o gestor assegura que isto não implica um universo reduzido. O fundo bebe de quatro grandes setores: as energias renováveis, o armazenamento de energia, equipamentos elétricos e distribuição de energia. Mas cada um deles tem os seus subsetores. Nas energias renováveis estão as indústrias de equipamentos e as de produção. Dentro das primeiras está o equipamento de energia eólica, solar e outros. Nas segundas inclui-se a geração de energia de desenvolvimento, residencial, solar e outros. No espaço do armazenamento, estão as empresas industriais de baterias e os seus componentes, o armazenamento de energia e soluções de bateria, as dedicadas a eletrolisadores de hidrogénio e células de combustíveis. Na distribuição, falamos de setores tão diferentes como os operadores de rede e utilities, as empresas de cabelagem elétrica, as fabricantes de componentes elétricos, as que geram infraestrutura para o veículo elétrico, as de medição inteligente e as que criam produtos de gestão energética. E apesar de a temática estar a florescer, nem todos são nomes novos. Muitas empresas consolidadas durante décadas, como a Red Eléctrica, Sonova, Samsung ou Schneider. “Queremos investir em toda a cadeia de produção da energia, desde a sua geração até à chegada nas tomadas de casa”, conta o gestor. Aspira a ser um fundo que verdadeiramente capture a mudança estrutural, que está a viver o


sistema energético. “É uma transformação histórica. Dessas que só se vê a cada 70 a 100 anos. Trata-se de investir onde o dinheiro está a fluir”, insiste. O fundo procura ser um produto “limpo”, como define Lacey, pelo que não vai investir um cêntimo da carteira em combustíveis fósseis ou energia nuclear. A carteira terá tendência para a diversificação. Agora, com o lançamento, ronda os 30 nomes, mas com o crescimento aspiram a mover-se na faixa das 40-50 ideias, com um peso em torno dos 2%-3%. O processo de investimento constitui-se sobre dois pilares. Um primeiro, que tem em conta os cash flows descontados baseados em retornos normalizados. Um segundo, com uma filosofia GARP (crescimento a um preço razoável). “Trata-se de analisar as empresas do ponto de vista do cash flow e a sua geração de lucros, tanto pelo seu histórico a dois anos como olhando para os próximos dois exercícios”, explica Lacey. “Porque queremos selecionar as empresas com uma geração de cash sólida atualmente, mas que também sejam capazes de gerar valor a longo prazo”.

“QUEREMOS INVESTIR EM TODA A CADEIA DE PRODUÇÃO DA ENERGIA, DESDE A SUA GERAÇÃO ATÉ ÀQUELA QUE CHEGA NAS TOMADAS DE CASA” É o principal requisito do gestor para as empresas que entrem na carteira: que estejam orientadas para gerar lucros. “Ficariam surpreendidos com a quantidade de empresas que injetam imenso capital num projeto e nunca são rentáveis. As que só procuram crescer e crescer ou manter a sua quota de mercado às custas das margens”, conta. Para o gestor, o negócio tem de estar claramente encaminhado para a rentabilidade. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 83


ENTREVISTAS DISTRIBUIDOR

por Margarida Pinto

Pedro Lino ADMINISTRADOR , OPTIMIZE INVESTMENT PARTNERS

“AS PRINCIPAIS GEOGRAFIAS QUE PROCURAMOS ATINGIR NUM PRIMEIRO MOMENTO SÃO ESPANHA, BÉLGICA E ITÁLIA” A Optimize IP desembarca no Luxemburgo com quatro fundos e uma vontade de expansão enorme, que começa no próprio território nacional e se expande fora de portas.

A

Optimize Investment Partners queria crescer no negócio de distribuição dos seus fundos, e as dores de crescimento conduziram a entidade a um caminho inevitável: a procura de novas soluções. Existe “um número muito reduzido de instituições que disponibilizam uma arquitetura aberta na comercialização dos fundos de investimento”, começa por recordar Pedro Lino, atual administrador da entidade, especificando que essa situação é ainda mais marcante para os fundos nacionais. Embora numa primeira fase tenham tentado integrar os fundos da marca Optimize em plataformas para maximizar a eficiência operativa, depararam-se com vários obstáculos ligados ao facto de estes estarem domiciliados em Portugal. A ambição de crescimento era grande, conta Pedro Lino e, por isso, contornar a situação só podia acontecer por uma via: “Transferir três fundos para o Luxemburgo, tornando-os elegíveis para serem comercializados no mercado internacional, facilitando o acesso a um número mais alargado de investidores, tanto em Portugal como no estrangeiro”, recorda. Assim nasceu a Optimize IP SICAV, 84  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

mesmo já no final de 2020, embora o seu processo de criação se tenha iniciado dois anos antes, em 2018, quando no Luxemburgo contrataram o Andbank Asset Management Luxembourg para iniciar o projeto. O primeiro rebento do projeto viu a luz do dia mesmo na viragem do ano de 2020, dia 28 de dezembro, quando o primeiro fundo da SICAV da entidade no Luxemburgo foi lançado. Trata-se do Optimize Invest Selection, um fundo “em parceria com a Euroconsumers, entidade que agrega várias associações de defesa do consumidor de Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e Brasil representado em Portugal pela DECO Proteste”. Trata-se de um produto que “replica a estratégia dos analistas da Euroconsumers, em parceria com a Deco Proteste, um fundo multiativos com abrangência global e diversificado, que pretende acompanhar o crescimento da economia mundial, e posicionar-se como a alternativa à ausência de rentabilidade dos depósitos”. A este juntam-se mais três fundos que constituirão, para já, a gama da entidade na praça luxemburguesa. Os já existentes Optimize Investimento Activo, Optimize Europa Valor e o Optimize Obrigações vão ser transferidos para o Luxemburgo através de uma operação de fusão transfronteiriça”, revela Pedro Lino, explicando que a política de investimento dos fundos manter-se-á. “Pretendemos preservar e transferir o track record”, elucida.

PARCEIROS DE NEGÓCIO

Neste processo envolveram-se “diversos países” e “muitas entidades”, mas era um esforço necessário para continuar a garantir o crescimento da entidade, revela Pedro Lino. Para além do já referido AndBank Asset Management, como empresa gestora, outras entidades tiveram o seu envolvimento, como o Quintet Bank como banco depositário, o Allfunds como plataforma de distribuição de fundos, a EFA – European Fund Administration, como a entidade de registo das operações e cálculo das unidades de participação, ou o Banco Best, no papel de agente pagador em Portugal. Estão ainda a trabalhar com os atuais distribuidores dos fundos da Optimize, como o Banco Best, o Bison Bank, o Banco BiG, a DIF Broker e desenvolverão contactos com “novos parceiros, para a distribuição dos fundos a nível local de cada país” onde pretendem atuar. A entrada no Luxemburgo permite agora a Pedro Lino traçar no mapa uma lista de países onde focam atenções. “As principais geografias que procuramos atingir num primeiro momento, para além de Portugal, são Espanha, Bélgica e Itália”, enumera. Embora as dores de crescimento tenham sido ultrapassadas, o futuro continua a passar por mais e mais soluções: “Para 2022 estamos a estudar o lançamento de um novo fundo de investimento com uma filosofia de investimento inovadora, mas não descuramos a possibilidade de lançar um novo subfundo em parceria com outras entidades nacionais ou estrangeiras que pretendam expandir a sua atividade”, conclui.


MAIS NOVIDADES Em 2022 a entidade pretende lançar mais um fundo de investimento dentro da SICAV do Luxemburgo; um fundo com um caráter inovador.

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ENTREVISTAS GURU por Regina R. Webb

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O segundo maior mercado de obrigações do mundo apenas tem uma pequena presença nos grandes índices mundiais. São 15 biliões de dólares com escassa presença nos índices. Um facto histórico que está a ponto de mudar. Segundo calcula Hayden Briscoe, têm que entrar nas obrigações chinesas três biliões de dólares em fluxos de capital só para replicar o peso de 6% que terá nos próximos índices globais nos próximos meses. Isto sem contar com o crescimento exponencial que estes ativos estão a viver.

GESTOR DO UBS (LUX) BOND SICAV CHINA FIXED INCOME JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 87


ENTREVISTAS GURU MAIS DO QUE UMA YIELD POSITIVA Num mercado de obrigações onde 80% da dívida oferece uma yield inferior a 2%, as rentabilidades das obrigações chinesas são muito aliciantes. Mas, para o gestor, oferecem mais do que uma yield positiva. Como demonstrou a correção dos mercados pela expansão da pandemia, as correlações entre as obrigações governamentais dos países desenvolvidos é cada vez maior. “Assim, ter uma enfoque global não oferece diversificação”.

I

ncongruências nas carteiras dos investidores. O segundo maior mercado de obrigações do mundo apenas representa um suspiro na alocação de ativos. Segundo dados da Bloomberg, as obrigações chinesas englobam títulos no valor de 15 biliões de dólares norte-americanos. Mas apenas pesam cerca de 3% nos grandes índices globais. Até agora. Fundos soberanos, bancos centrais, provedores de produtos. Todos se estão a adaptar à inclusão do ativo nos grandes índices de rendimento fixo agregado, como o Bloomberg Barclays ou o JPM. Segundo calcula Hayden Briscoe, responsável de Rendimento Fixo Asiático da UBS AM, a classe de ativos tem um tail wind estrutural. Têm que entrar no mercado três biliões de dólares de fluxos de capital apenas para replicar o peso de 6% nos índices. “E tendo em conta que é um mercado que tem duplicado a cada cinco anos, acredito que esses três biliões são uma enorme subavaliação da minha parte”, vaticina. Depois de décadas a investir no mercado asiático, Briscoe nota agora essa mudança para breve. “É aquilo que me perguntam os diretores de investimentos”, afirma. “Nunca houve um mercado de obrigações tão grande na história que não estivesse incluído nos índices. Estamos possivelmente perante a maior mudança nos mercados de capitais que nunca ninguém viveu”, sentencia. “Para além disso, é dos poucos espaços nas obrigações onde ainda podemos encontrar yields nominais positivas”, sublinha o gestor do UBS (Lux) Bond SICAV China Fixed Income. Quem quer ter uma obrigação com uma yield nominal negativa que não oferece proteção nas quedas? É indiferente o mercado local a que pertence. Gilts, bunds, Tesouro americano... “A correlação nas obrigações governamentais de países desenvolvidos está a aumentar, pelo que não aporta diversificação ter um enfoque global”, insiste. É neste contexto que o gestor vaticina uma mudança de mentalidade do investidor. “Essa antiga distinção entre mercados desenvolvidos e emergentes já não tem sentido”, insiste. “Que lógica tem manter ativos latino-americanos com asiáticos?”. Na sua opinião, as carteiras de futuro estruturam-se em três grandes blocos que reúnem tanto dívida como ações. Um primeiro com ativos em libras, coroas suecas e euro. Um segundo em renminbi e potencialmente 88  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

ienes. E o terceiro em dólares, englobando também o Canadá e a América-Latina.

CHINA DEPOIS DO COVID-19

Do que falamos, então, quando nos referimos ao mercado de obrigações chinesas. Para o gestor, do futuro. “A Ásia liderará o mundo no século XXI”, sentencia. Na sua opinião, esta crise económica e sanitária não fez mais do que reforçar essa convicção. “A China exporta mais para os países que compõem o grupo One Belt One Road do que aos Estados Unidos. Cada vez são menos dependentes do resto do mundo”, conta. Na sua opinião, isto tem profundas implicações na alocação de ativos. Se é assim, o que deve ter em conta o investidor na China? “Política, política, política!”, resume Briscoe. “Não posso enfatizá-lo o suficiente”. É uma das diferenças chave face à análise de outros países. Em economias mais desenvolvidas, um gestor prestaria atenção principalmente aos bancos centrais porque são eles que ditam o ritmo. Mas a questão na China é que se trata de uma economia que está em fase de transição. De um modelo de economia de oferta, onde os cinco grandes bancos essencialmente ditavam até onde fluiria o capital, para um modelo mais monetário. Esta transformação representou uma mudança importante para o mercado de dívida chinês. Porque há que pensar na China como uma Europa, onde convivem 34 províncias, cada uma com a sua idiossincrasia. Os governos locais, que antes acudiam aos bancos regionais, agora devem emitir obrigações para o seu financiamento. De tal forma, que se converteram no principal componente da classe de ativos. Representam cerca de 23% dos títulos face aos 17% que representam as obrigações governamentais. E é uma mudança que aconteceu há apenas cinco anos, em 2015. Mas a razão pela qual Briscoe insiste tanto na política é porque é um mercado que exige ter os pés na terra para não se perder o detalhe. Nem mudanças. Como aquela que se viveu, por exemplo, no ano passado. Na província de Sichuan transbordou a barragem das Três Gargantas, que liga três barragens no rio Yangtze. O Banco de Desenvolvimento da Agricultura, o Agricultural Development Bank, viu-se obrigado a intervir e prestar financiamento. “É importante estar atualizado sobre as mudanças na regulação bancária e política de um mercado em rápido crescimento”, conclui.


TÊM QUE ENTRAR NAS OBRIGAÇÕES CHINESAS TRÊS BILIÕES DE DÓLARES EM FLUXOS DE CAPITAL APENAS PARA REPLICAR O PESO DE 6% NOS ÍNDICES GLOBAIS

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PRODUTOS COMPARAÇÃO por Óscar R. Graña

N

EUA, MERCADO À PROVA DE

PANDEMIAS

Depois da resistência mostrada pela bolsa americana num ano de COVID-19, os gestores deverão tomar decisões muito importantes, quase binárias em termos de posicionamento, que condicionarão, e muito, os seus resultados face ao índice. E terão que o fazer num momento em que a narrativa dominante começa a mudar.

BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH

MORGAN STANLEY US ADVANTAGE

GESTORA: ALLIANCEBERNSTEIN LANÇAMENTO: 7/12/1994 DIVISA: DÓLAR PATRIMÓNIO: 5.471 ISIN: LU0054403190

GESTORA: BROWN ADVISORY LANÇAMENTO: 6/2/2012 DIVISA: DÓLAR PATRIMÓNIO: 1.652 ISIN: IE00B4M05337

GESTORA: MORGAN STANLEY LANÇAMENTO: 1/12/2005 DIVISA: DÓLAR PATRIMÓNIO: 11.996 ISIN: LU0225737302

RENTABILIDADE 1 ANO: 30,74 RENTABILIDADE 3 ANOS: 19,01 RENTABILIDADE 5 ANOS: 17,02

RENTABILIDADE 1 ANO: 29,43 RENTABILIDADE 3 ANOS: 21,25 RENTABILIDADE 5 ANOS: 16,62

RENTABILIDADE 1 ANO: 66,14 RENTABILIDADE 3 ANOS: 29,47 RENTABILIDADE 5 ANOS: 22,87

2017

2018

2019

2020

90  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

67,18

2 2 2 2016

2017

2018

2019

2020

2016

25,53 0,96

1,49

-4,72

0,30

1,07

1 1 1 2016

3,24

31,12

26,54

28,13

27,67

29,61

32,48

38,07

AB AMERICAN GROWTH PORTFOLIO

2017

Fonte: Morningstar Direct. Dados na divisa base do fundo a 30 de novembre de 2020. Dados de património em milhões de euros.

unca antes se tinha produzido uma desconexão tão aguda como a que temos visto em 2020 entre a evolução da economia norte-americana e Wall Street. A bolsa norte-americana conseguiu manter o seu rumo de subidas, e inclusive mover-se na zona dos máximos no mesmo ano em que o país sofria a maior recessão da sua história. E conseguiu-o apoiando-se em dois fundamentais principais. O primeiro, uma intervenção monetária sem precedentes na era moderna, tanto pela sua magnitude como pela sua rapidez, que acalmou

33 3 2018

2019

2020


os nervos dos investidores num momento de colapso do PIB. A Reserva Federal dos EUA colocou em cima da mesa toda a sua artilharia e foi muito mais além do que tinha ido até agora na forma de utilizá-la, usando muitas mais ferramentas do que aquelas que empregou nos programas de QE. Eliminou tabus comprando obrigações corporativas, inclusive de emissores classificados como high yield. E fê-lo, para além disso, a uma velocidade inusitada servindo-se para isso de instrumentos financeiros aos quais não tinha recorrido até agora, como os ETF. Segundo Oliver Blackbourn, gestor da equipa de Multiativos da Janus

Henderson, o alcance desta atuação marcava um novo referente quanto nível de risco que a autoridade monetária estava disposta a assumir. Para gestores como Paul Benson, chefe de Obrigações Beta Eficiente na Mellon (filial da BNY Mellon IM), era um claro sinal de que Jerome Powell estava disposto a fazer o que fosse necessário para estabilizar o mercado. E os investidores captaram a mensagem.

UM ALIADO CASUAL

Como se fosse pouco, as ações americanas encontraram-se com outro aliado: a história. Numa crise económica que forçava o distanciamento social,

tudo o relacionado com a tecnologia foi reforçado e isso beneficiou o setor de maior peso no S&P500. Aumentaram as expetativas relativamente às tecnológicas e subiram as ações do Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google (FAANG), as multinacionais que assinalam a direção do mercado americano. Nos últimos três anos, o valor em bolsa destas empresas duplicou. “Estamos num momento especial da história, que alguns podem chamar a quarta revolução industrial ou a disrupção digital, e que realmente protagonizam aquelas empresas que estão a aproveitar a internet e a

T. ROWE PRICE FUNDS US EQUITY

VONTOBEL FUND US EQUITY B

GESTORA: SEILERN LANÇAMENTO: 11/6/2007 DIVISA: DÓLAR PATRIMÓNIO: 399 ISIN: IE00B1ZBRN64

GESTORA: T. ROWE PRICE LANÇAMENTO: 26/6/2009 DIVISA: DÓLAR PATRIMÓNIO: 783 ISIN: LU0429319774

GESTORA: VONTOBEL LANÇAMENTO: 16/3/2007 DIVISA: DÓLAR PATRIMÓNIO: 3.483 ISIN: LU0278092605

RENTABILIDADE 1 ANO: 26,56 RENTABILIDADE 3 ANOS: 19,06 RENTABILIDADE 5 ANOS: 18,93

RENTABILIDADE 1 ANO: 14,28 RENTABILIDADE 3 ANOS: 11,64 RENTABILIDADE 5 ANOS: 12,02

RENTABILIDADE 1 ANO: 13,77 RENTABILIDADE 3 ANOS: 13,11 RENTABILIDADE 5 ANOS: 14,46

2017

2018

10,91

25,64 9,27

11,84 2019

2020

-0,80

2,89

-4,56

6,21

11,02

4 4 2016

30,60

29,12 20,89

22,56

28,66

33,31

SEILERN AMERICA

5 5 5 6 6 6 2016

2017

2018

2019

2020

2016

2017

2018

2019

2020

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 91


PRODUTOS COMPARAÇÃO

AB AMERICAN GROWTH PORTFOLIO

GESTOR FRANK CARUSO

BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH

GESTOR KEN STUZIN

MORGAN STANLEY US ADVANTAGE

GESTOR DENNIS LYNCH

EM BUSCA DE ROIC E ROA

UM PROCESSO QUE SEGUE SEIS PASSOS

O FUNDO DAS EMPRESAS ÚNICAS

O grande objetivo que têm com este produto é conseguir um crescimento de capital a longo prazo, investindo principalmente em ações de empresas de grande capitalização norteamericanas de elevada qualidade com um atrativo potencial de crescimento. A sua filosofia de investimento concentra-se em investir em empresas com um retorno sobre o capital investido (ROIC) e sobre os ativos (ROA) superior ao custo de capital. Estes sinais de retorno apontam-nos para empresas que têm um crescimento real que normalmente investem de forma inteligente para aumentar os seus lucros (e tendem a gerar uma rentabilidade superior com o passar do tempo). A carteira, com uma elevada convicção, é composta por 40-60 ações para encontrar oportunidades com um potencial de crescimento subestimado. Tecnologia (29%) e saúde (23%) são os setores aos que tem maior exposição. As FAANG representam aproximadamente 18% da carteira.

Trata-se de um fundo gerido com um tipo de análise fundamental, unicamente centrado em conhecer um seleto conjunto de oportunidades de riscorentabilidade altamente positivas entre centenas de empresas, pelo que a carteira é concentrada (cerca de 30 títulos). A estratégia segue um processo de investimento de seis passos: identificar adequadamente um conjunto de títulos; gerar ideias e dividir esse conjunto em opções de investimento viáveis; levar a cabo a due dilligence realizando uma análise de maior profundidade; tomar decisões de compra; construir e otimizar a carteira com a sua disciplina de preços upsidedown e tomar decisões de venda. As empresas em que investem são aquelas que dão provas de uma elevada convicção em que podem chegar a ter uma taxa de crescimento de lucros por ação de 14% ou mais durante um ciclo de mercado completo, sempre compradas a preços atrativos. Das FAANG, apenas têm duas entidades em carteira: Amazon e Alphabet, com um peso próximo de 4%.

Gerido pela equipa Counterpoint Global, trata-se de um fundo concentrado que investe com uma filosofia baseada no longo prazo, em empresas que a equipa considera únicas devido às suas fortes vantagens competitivas sustentáveis no tempo, como marcas, efeito rede, uma escalabilidade eficiente ou outros. A análise fundamental é combinada com a análise de mudanças disruptivas para identificar empresas que possam beneficiar da disrupção ou que estão relativamente isoladas desta. Ao avaliar as empresas procuram capitalizar nas ineficiências do mercado investindo em empresas que estão subvalorizadas devido ao facto de contarem com uma escassa cobertura por parte dos analistas; viés por valorização com métodos convencionais; bias por especialização ou bias de curto-prazo. A valorização baseia-se em estimar quão grande pode ser um negócio no futuro baseando-se no tamanho do seu mercado e a quota que potencialmente pode capturar. O peso das FAANG na carteira ronda os 10%.

92  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO


SEILERN AMERICA

GESTORES CORENTIN MASSIN E QUENTIN MACFARLANE

T. ROWE PRICE FUNDS US EQUITY

GESTOR JEFFREY ROTTINGHAUS

VONTOBEL FUND US EQUITY

GESTOR MATTHEW BENKENDORF

UM FUNDO COM 10 REGRAS DE OURO

EQUILÍBRIO ENTRE GROWTH E VALUE

PELO ESTÁVEL E PREVISÍVEL

O objetivo deste fundo é selecionar as empresas quality growth do mercado. O seu research bottom-up concentrase em 10 regras de ouro. Em essência, procuram empresas excecionais que demonstrem expectativas de crescimento superiores, vantagens competitivas sustentáveis, altos retornos sobre o capital investido e que tenham pouca, ou, de preferência, nenhuma dívida. O universo Seilern está no centro do seu processo de investimento e representa o conjunto de empresas nas quais os gestores podem investir. Menos de 70 empresas de todas as empresas cotadas no mundo são as que cumprem os seus critérios e, por isso, são admitidas no seu universo de investimento. Existem apenas 20 ações na carteira. O turnover do universo Seilern é baixo, uma vez que as empresas que procuram são atípicas e costumam ter bom desempenho em diferentes ciclos de mercado. Dos FAANG, a Alphabet é o único que faz parte da carteira do fundo e do universo Seilern. O peso da empresa na carteira ronda os 9%.

É um fundo que está vocacionado para estar no centro da exposição aos Estados Unidos sem manter a exposição a um determinado viés, já que inclui ideias value e growth para formar uma carteira que não se classifica em nenhum dos estilos. Procuram identificar empresas com modelos de negócios atrativos e equipas de gestão fortes que oferecem retornos ajustados ao risco de longo prazo. O universo inicial são todas as empresas incluídas no S&P 500 e Russell 1000, com uma capitalização de mais de 8.000 milhões de dólares. Restringem a lista de candidatos potenciais procurando empresas que tenham um modelo e estratégia de negócios atrativos, uma equipa de gestão com uma visão estratégica convincente, operem num setor promissor e tenham uma avaliação razoável. Os investimentos em tecnologia, saúde e finanças representam as maiores exposições setoriais. As FAANG ocupam cerca de 14% da carteira

A sua filosofia é baseada na busca da rentabilidade por meio do investimento de longo prazo em empresas cujos lucros apresentem crescimento estável e previsível. É gerido pela boutique Quality Growth da Vontobel. Baseia-se numa abordagem bottom-up que visa participar em mercados em ascensão e proteger o capital em tempos de recessão. O que pretendem com isso é gerar um nível de risco inferior ao do mercado. Procuram identificar empresas altamente lucrativas com crescimento consistente de lucros, marcas estáveis e fundamentais sólidos. Esses benefícios são encontrados em empresas de qualidade com fatores de crescimento diferenciados, negócios com perspetivas de crescimento estrutural de longo prazo e balanços sólidos, que se negoceiam com avaliações razoáveis. As posições principais incluem empresas de tecnologia como a Amazon e a Alphabet. São as únicas FAANG da carteira, com um peso combinado de cerca de 9,6%.

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 93


PRODUTOS COMPARAÇÃO

2 22 2

BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH

5.471

976

2.554 1.522

20

20

19

19

18

2018

2019

2020

4.758 4.090

2016

2017

2018

2019

2020

16

2019

2020

20

MAPA risco/rentabilidade

19

2

18

5 4

16

2018

3

6 17

2017

21

18

17

2016

17

1

1

AB American Growth Portfolio

2

Brown Advisory US Equity Growth

3

Morgan Stanley US Advantage

4

Seilern America

5

T. Rowe Price US Equity

6

Vontobel US Equity

Divisa base (dólar) 10

15

10

15

16

20

10

15

25

20

20

25

15

20

30

25

30

25

30

30

Rentabilidade anualizada três anos (%)

AB AMERICAN GROWTH PORTFOLIO

BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH

MORGAN STANLEY US ADVANTAGE

SEILERN AMERICA

T. ROWE PRICE US EQUITY

VONTOBEL US EQUITY

RENT. ANUAL A TRÊS ANOS

19,01

21,25

29,47

19,06

11,64

13,11

VOLATILIDADE A TRÊS ANOS

16,95

18,74

21,74

17,40

18,00

17,64

QUEDA MÁXIMA TRÊS ANOS

-12,23

-14,75

-14,78

-15,18

-20,74

-18,90

RÁCIO SHARPE TRÊS ANOS

1,02

1,04

1,23

1,00

0,62

0,70

ALFA TRÊS ANOS

6,33

7,55

14,13

6,33

-0,58

0,73

BETA TRÊS ANOS

0,88

0,95

1,00

0,89

0,93

0,92

94  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

Fonte: Morningstar Direct. Dados na divisa base do fundo a 30 de novembro de 2020.

21

5.844

300

274

Volatilidade três anos (%)

21

7.447

509

919

2017

11.996

1.652

3.419

2016

3 33 3

MORGAN STANLEY US ADVANTAGE

Fonte: Morningstar Direct. Dados de património em milhões de euros a 30 de novembro de 2020.

1 11 1

AB AMERICAN GROWTH PORTFOLIO


44 4

T. ROWE PRICE FUNDS US EQUITY

SEILERN AMERICA

399

55 5

3.483

498

2.218

377

145

1.753 1.485

189

30

2018

3.414

626

96

2017

66 6

783

265

2016

VONTOBEL FUND US EQUITY

2019

2020

tecnologia para gerar uma mudança que transformará completamente as suas indústrias. Talvez contraintuitivo, muitas delas não só oferecem um crescimento secular assombroso, mas também possuem fortes caraterísticas defensivas”, explica Andy Budden, diretor de Investimentos da Capital Group. Isto fez com que, para um gestor de ações americanas, os resultados do seu fundo tenham sido condicionados em grande medida pelo grau de exposição às FAANG. Mas, agora, com uma vacina contra o COVID-19 que começou a ser distribuída em dezembro, a tendência no mercado poderá não continuar a ser a mesma. A narrativa deu sinais de mudança, alimentando novamente as dúvidas dos que, perante a pandemia, já acreditavam que as valorizações de muitas destas empresas tinham ido demasiado longe. Hoje, apenas a Apple tem maior capitalização de mercado do que todo o MSCI United Kingdom Index. Esse é um dos principais dilemas que hoje enfrentam os gestores ativos de ações norte-americanas na hora de

2016

2017

2018

2019

2020

posicionar as suas carteiras, também os incluídos dentro desta comparativa. Terão que acertar porque é aí que se joga. Uma derrapagem poderá derivar num comportamento face ao índice significativamente inferior que prejudica a confiança do cliente. O adversário é difícil (o S&P500 é um dos índices mais difíceis de bater) e os fãs (os investidores) estão a posicionar-se cada vez mais do lado do seu grande rival: a gestão passiva.

SINAIS DE ALARME

Nos Estados Unidos, mais de metade do património que existe investido em bolsa americana canaliza-se através de veículos de gestão passiva. Na Europa, o peso dos ETF e os fundos indexados não alcançaram quotas tão elevadas, mas a tendência é preocupante para a gestão ativa. Ano após ano, o património perdido pelos fundos ativos é ganho pela gestão passiva. Segundo dados da Refinitiv, entre janeiro e outubro, na Europa saíram de fundos de bolsa norte-americana de gestão ativa 3.000 milhões enquanto que os ETF e os indexados captaram 2.500.

2016

2017

2018

2019

2020

Dentro do universo de ações americanas large cap, os fundos value estão a receber alguma atenção, mas os fundos growth são os que centram a atenção dos investidores. A confiança nos value claramente caiu. Só um dado: em 25 dos últimos 36 meses, os fundos growth registaram entradas líquidas de dinheiro, enquanto que os value sofreram saídas em 34 destes últimos 36 meses. São fluxos da Morningstar que mostram como durante estes três anos o património dos primeiros duplicou, enquanto que o dos segundos se reduziu a metade. São subtendências que se estão a produzir dentro de um mercado que, depois de um complicado 2020 e contra todo o prognóstico, consegue manter-se na zona de máximos e tem demonstrado estar feito à prova de pandemias. A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 95


PRODUTOS CARTEIRAS

por Mehdi Douali

NO UNIVERSO DOS CTAS, EXISTEM GESTORES QUE APENAS RASTREIAM TENDÊNCIAS E OUTROS QUE DIVERSIFICAM ENTRE DIFERENTES ESTRATÉGIAS QUANTITATIVAS. ANALISAMOS A DISPERSÃO DOS RETORNOS ENTRE OS DOIS MODELOS E SUA REAÇÃO AOS MOVIMENTOS DO MERCADO DE 2020 96  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO


DADOS DE ANÁLISE DA CARTEIRA SEGUNDO A MORNINGSTAR: ALTERNATIVE STYLE ANALYSIS FUNDO

ALTERNATIVE STYLE BOX

ALTERNATIVE STYLE FACTOR CORRELATION

ALTERNATIVE STYLE FACTOR RELATIVE VOLATILITY

ALTERNATIVE STYLE BOX INDEX

Lyxor Newcits II Plc Lyxor/WNT Fund

High correlation, medium relative volatility

0,58

0,55

Morningstar Gbl Mkts NR USD

Lyxor Epsilon Global Trend Fund

Low correlation, medium relative volatility

0,4

0,58

Morningstar Gbl Mkts NR USD

Man AHL Diversity Alternative

Low correlation, high relative volatility

0,32

0,79

Morningstar Gbl Mkts NR USD

Fort Global UCITS Contrarian Fund

High correlation, medium relative volatility

0,74

0,54

Morningstar Gbl Mkts NR USD

Goldman Sachs Alternative Trend Portfolio

Negative correlation, medium relative volatility

-0,02

0,44

Morningstar Gbl Mkts NR USD

Fonte: Morningstar Direct. Dados extraídos a 31 de dezembro de 2020. Fundos com Selo FundsPeople em algum dos países do universo FundsPeople.

O

s fundos de futuros, também conhecidos como CTA, negoceiam sistematicamente contratos de futuros líquidos sobre ações, obrigações, moedas e commodities globais, adotando posições longas e curtas para capturar tanto as subidas como as descidas dos mercados. Os modelos sistemáticos que empregam são normalmente baseados em sinais quantitativos de acompanhamento de tendências que usam apenas dados de preços de mercado, mas podem ser mais avançados e incluir sinais macro ou sinais alheios à tendência com base num conjunto mais amplo de indicadores e dados. Os sinais de acompanhamento de tendência monitorizam o movimento direcional mais recente num mercado e indicam uma oportunidade de compra ou venda com base na direção dessa tendência. Em geral, podemos dividir o grupo de comparáveis de estratégia em gestores que apenas rastreiam tendências e outros que diversificam entre diferentes estratégias quantitativas e para os quais os modelos de tendência são apenas um componente da sua estratégia geral.

Dadas as difíceis condições de mercado que caracterizaram 2020, um ano em que o S&P 500 perdeu 30% entre fevereiro e março, mas depois ganhou 68% desde os mínimos antes do final do ano, não é surpreendente que a gestão eficaz das exposições aos beta de ações tenha sido fundamental para um bom desempenho. É interessante analisar a dispersão entre os gestores e como os seus modelos reagiram a esses movimentos de mercado. Em primeiro lugar, os gestores que apenas seguem tendências superaram aqueles com estratégias mais diversificadas e, em segundo lugar, os seguidores de tendência que atuam no médio e curto prazo obtiveram resultados melhores do que aqueles que seguem sinais de longo prazo. Gestores diversificados registaram perdas nas suas estratégias de carry e macro, mais orientadas para os mercados do início do ano, e sofreram durante a correção. A Lyxor Metori foi uma das estratégias com melhores desempenhos em 2020, atingindo um retorno de 10,8% com volatilidade de 7,1% contra o retorno de 6% com volatilidade de 10,4% registado pelo SG Trend Index. Os principais ganhos do fundo vieram

AS GESTORAS QUE GEREM SEGUINDO TENDÊNCIAS SUPERARAM AS QUE CONTAM COM ESTRATÉGIAS MAIS DIVERSIFICADAS

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 97


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PRODUTOS CARTEIRAS

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A OPINIÃO DE CRISTINA CARVALHO Manager de vendas Corporativas & Institutionais e responsável pelo Mercado Português, Amund

GESTORES DIVERSIFICADOS REGISTARAM PERDAS NAS SUAS ESTRATÉGIAS DE CARRY E MACRO E SOFRERAM DURANTE A CORREÇÃO de ações e obrigações dos EUA, ações do Japão, obrigações do Reino Unido e moedas do G10, refletindo a diversificação das fontes de retorno. Esta estratégia pura de seguimento de tendências oferece vantagens competitivas, como gestão de correlação e gestão de risco sofisticado, que são integradas em todas as fases do processo de investimento e construção do portefólio. A equipa tenta estimar tendências entre os ativos num horizonte de médio e longo prazo, filtrado por correlações e volatilidade de curto prazo, permitindo que o programa Epsilon se mantenha nas atuais condições de mercado e se adapte mais rapidamente às mudanças de regime como ocorreram no primeiro trimestre de 2020. O fundo gerou uma rentabilidade excecional de 7,5% nesse período, enquanto o S&P 500 caiu 20% e o EuroStoxx 50 caiu 25,6%. Além disso, os três meses terminaram em positivo. A Epsilon captou a tendência de fixed income no início de janeiro e rapidamente vendeu as suas exposições a ações e moedas emergentes após a correção dos ativos de risco no final de fevereiro. Outra gestora que se destaca pelo bom desempenho em 2020 é a Quantica, que gerou uma rentabilidade no ano de 4,2% e obteve resultados muito bons em novembro e dezembro, após 98  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

aumentar a sua exposição em ações. No entanto, as ações foram um peso ao longo do ano, sendo que os retornos foram provenientes de fixed income, taxas de juros de curto prazo e commodities. O fundo começou o ano com uma alta exposição longa a ações que geraram retornos robustos em 2019, mas causaram as perdas de março de 2020. No entanto, não se posicionou curto em ações, pelo que se encontrou na posição ideal para capturar grande parte da recuperação do mercado de ações em abril e a tendência positiva de longo prazo nas ações globais que se manteve durante a maior parte do resto do ano. Nos meses que se seguiram até setembro, conforme a volatilidade diminuiu, a equipa aumentou a exposição a ações principalmente por meio de alocações aos índices Nasdaq, S&P 500, Dow e Russell 2000. A exposição a fixed income aumentou gradualmente a partir da posição neutra desde o final de janeiro de 2020 para 150% (equivalente a uma duração de 10 anos) em meados de março, quase em paralelo com a redução da exposição a ações acima mencionada. As posições da carteira em obrigações norte-americanas foram justamente as que mitigaram parte das perdas em ações, com uma rendibilidade de 5,8% no primeiro semestre do ano.

INVESTIR NA DISRUPÇÃO DO PRESENTE E DO FUTURO A disrupção é um fenómeno que está a ganhar impulso gerando um crescimento e oportunidades de investimento sem precedentes. Além disso, a pandemia precipitou mudanças que víamos longínquas, como o teletrabalho ou a telemedicina. Uma nova normalidade que vai perdurar e que impulsionou a rentabilidade de estratégias como o CPR Invest Global Disruptive Opportunities. Esta estratégia, lançada em 2016, criou valor em diferentes ciclos de mercado e também durante esta crise. Identificamos 30 subtemas disruptivos agrupados em quatro dimensões para aceder a empresas disruptivas de todo o mundo: economia digital (bigdata, fintech, cibersegurança, marketing digital…), ciências da vida e saúde (dignóstico, imunoterapia, med-tech…), indústria 4.0 (robótica, impressão 3D, fábricas inteligentes…) e terra (energias renováveis, armazenamento de energia, agricultura de precisão…). O momentum ainda favorece a estratégia que oferece um ponto de entrada único a um universo disruptivo diversificado e permite aproveitar o crescimento potencial da disrupção a longo prazo, com um perfil de riscorentabilidade equilibrado, capaz de oferecer múltiplas fontes de potencial alfa.


Fundspeople.com, uma nova web, uma oferta completa de serviços Apresentamos o novo fundspeople.com, uma plataforma que recolherá toda a oferta de serviços que sob o conceito FundsPeople, evolving together definem a nossa cultura, baseada em seis áreas estratégicas: News, Community, Events, Analysis, Learning e Data.

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PRODUTOS EMERGENTES por Montse Formoso

EVOLUÇÃO DA REPRESENTATIVIDADE DOS

EMERGENTES NA ÚLTIMA DÉCADA Os mercados emergentes foram uma história de mudança na última década que se traduz na composição dos índices e das carteiras que investem de forma global.

E 1 Fundos de ações globais de mercados emergentes, com um histórico de 10 anos e disponíveis para venda na Península Ibérica.

100  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

stas linhas foram escritas quando faltavam dias para terminar 2020 e, na ausência de uma mudança no guião que dê a volta aos mercados (algo que já não podíamos estranhar), a categoria global de mercados emergentes vai fechar com resultados positivos. Contudo, os dados entre países são muito díspares e as perdas de dois dígitos no Brasil e na Rússia contrastam com as revalorizações dos índices da China. Porque escrever sobre o presente e o futuro dos mercados emergentes passa, mais do que nunca, por escrever sobre a China, como investidores não podemos perder de vista o potencial da sua economia e do seu posicionamento no caminho para a liderança mundial reforçado pela pandemia; como veteranos

da indústria temos sido testemunhas da evolução do seu protagonismo nos mercados dos últimos 12 anos. Exercício de memória: lembram-se dos BRIC? Os quatro países que davam nome ao termo (Brasil, Rússia, Índia e China) representavam 50% das carteiras dos fundos globais de mercados emergentes da nossa amostra1 há dez anos, segundo dados extraídos da Morningstar. O peso destas potências mantém-se atualmente, mas com um protagonismo muito diferente entre estes mesmos países. Enquanto o Brasil e a China tinham um peso em torno de 15% há uma década, esta percentagem caiu para abaixo dos 6% no caso do Brasil e subiu 37% no caso da China. “Dado que muitas economias de mercados emergentes experimentaram um importante desen-


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO CONJUNTO DE FUNDOS DE AÇÕES GLOBAIS EMERGENTES DISPONÍVEIS PARA VENDA NA PENÍNSULA IBÉRICA Dados em %. ÍNDIA

HONG KONG

COREIA DO SUL

TURQUIA

CHINA

ÁFRICA DO SUL

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BRASIL

70

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NOV-20

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MAI-19

NOV-18

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MAY-18

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MAI-17

NOV-16

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MAI-16

NOV-15

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NOV-14

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MAI-14

NOV-13

AGO-13

FEV-13

MAI-13

NOV-12

AGO-12

FEV-12

MAI-12

NOV-11

AGO-11

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MAI-11

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NOV-10

10

Fonte: elaboração própia com dados da Morningstar Direct a 30 de novembro de 2020. Considerou-se o conjunto de fundos globais emergentes disponíveis para venda na Península Ibérica com um histórico de rentabilidade de 10 anos.

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 101


PRODUTOS EMERGENTES

DISTRIBUIÇÃO SETORIAL DO CONJUNTO DE FUNDOS GLOBAIS EMERGENTES DISPONÍVEIS PARA VENDA NA PENÍNSULA IBÉRICA Dados em %. SET-10

SET-20

25

20

15

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5

0

MATERIAIS

SERV. COMUNICAÇÕES

CONSUMO CÍCLICO

CONSUMO DEFENSIVO

ENERGIA

SERV. FINANCEIROS

SAÚDE

INDÚSTRIA

TECNOLOGIA

UTILITIES

Fonte: elaboração própria com dados da Morningstar Direct a 30 de novembro de 2020. Consideram-se o conjunto de fundos globais emergentes disponíveis para venda na Península Ibérica com um histórico de rentabilidade de 10 anos.

volvimento durante a última década, os respetivos mercados de valores também experimentaram importantes mudanças na sua composição”, refere Gergely Majoros, membro do Comité Estratégico de Investimento da Carmignac. “A China é o exemplo mais destacado de uma economia que atravessa uma transformação a longo prazo, ou seja, de um modelo baseado principalmente na fabricação de produtos baratos destinados à exportação e gasto em infraestruturas, ao novo modelo mais equilibrado, com os serviços, a procura interna e a produção 102  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

de produtos de maior valor acrescentado. Como consequência, as empresas de rápido crescimento nos setores da tecnologia, internet e consumo substituíram em parte muitos pesos pesados anteriores em setores mais tradicionais como produtos básicos, serviços públicos e bancos. Do ponto de vista do estilo, as ações dos mercados emergentes hoje não parecem tão extremadamente dependentes do ciclo económico como há uma década”. Segundo Daniel Graña, gestor de ações de mercados emergentes na Janus Henderson Investors, o índice de

mercados emergentes deslocou-se para o norte da Ásia em detrimento da América Latina, Europa de Leste e África. “Nos primeiros dias do investimento em ações de mercados emergentes, era, principalmente, de recursos naturais, consumo, telecomunicações tradicionais e bancos. Depois de muitas entradas na bolsa, o sucesso das empresas da nova economia e a entrada de novos países, o índice MSCI EM atual é completamente diferente. A China está agora 40% acima do índice de referência com a inclusão da Alibaba,


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2010

2020

SAMSUNG

ALIBABA

PETROBRAS

TENCENT

GAZPROM

TSCM

TSMC

SAMSUNG

CHINA MOBILE

MEITUAN

VALE SA

NASPERS

AMERICA MOVIL

RELIANCE

ITAU UNIBANCO

JD.COM

ICBC

CCB

CCB

PING AN

ALVARO ANTÓN LUNA Diretor-geral, Aberdeen SI

Peso dos setores no índice MSCI EM (%).

5 14

ENERGIA

19

TECNOLOGIA E COMUNICAÇÕES

41

25

FINANCEIRO

20

14

MATERIAIS BÁSICOS

6

Fonte: Mobius Capital Partners com dados da Bloomberg.

“O ÍNDICE DE MERCADOS EMERGENTES DESLOCOU-SE PARA O NORTE DE ÁSIA ÀS CUSTAS DA AMÉRICA LATINA, EUROPA DE LESTE E ÁFRICA”, DANIEL GRAÑA, JANUS HENDERSON bancos, ações classe A e muitas outras. As empresas de tecnologia e comunicação como a Tencent destacam-se muito mais do que antes. Os mercados sem empresas da nova economia como o Peru, o Chile e as Filipinas perderam importância”. Epicentro da crise do coronavírus, a China foi o primeiro país a alivar as restrições e as medidas de contenção e isto estimulou o interesse dos investidores nas ações do país. Contudo, tal como explicam na Schroders, “uma estratégia de investimento não deve basear-se em desenvolvimentos a curto prazo, especialmente porque os efeitos finais da crise do coronavírus ainda não estão claros. Dito isto, existem boas razões pelas quais as ações chinesas, especificamente dos mercados continentais de Xangai e Shenzhen, oferecerem oportunidades atrativas para os investidores que pro-

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A OPINIÃO DE

MUDANÇA DOS EMERGENTES: DAS INDÚSTRIAS IMPULSIONADAS PELAS EXPORTAÇÕES À TECNOLOGIA As 10 maiores posições do índice MSCI EM.

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curem posicionar estrategicamente as suas carteiras para tempos melhores”. E em obrigações? Jennifer James, gestora e analista principal de mercados emergentes da Janus Henderson, refere que os índices de crédito em moeda forte avançaram tanto em tamanho como em diversidade desde a sua criação há quase 20 anos. Tanto o índice JPM EMBI (crédito soberano) como o JPM CEMBI (crédito corporativo) cresceram exponencialmente na última década com a China, novamente com o papel de protagonista. Desta também o aumento da diversificação geográfica pois, como explica Gonzalo Borja, responsável de Obrigações de Mercados Emergentes do Credit Suisse AM, agora há 59 países face aos 16 de 2007. Em matéria setorial, o índice passou de sete a 12 setores neste período, ainda que se mantenha o predomínio do financeiro e das matérias-primas.

O QUE ESPERAR DO CRÉDITO EUROPEU INVESTMENT GRADE EM 2021? Com as notícias positivas sobre uma vacina, os mercados europeus apresentam agora um caminho muito mais claro rumo à normalização, o que nos parece que supera os fatores negativos a curto prazo de segundas ou terceiras vagas do vírus e de um crescimento mais débil. Para além das medidas já consideráveis, o BCE reforçou o seu apoio com um compromisso de estímulos adicionais, que vão suportar as obrigações corporativas europeias na categoria IG. É mais um indicador do apoio do BCE na ajuda às economias. No geral, vemos um aperto moderado ao longo do espetro IG resultante do apoio contínuo da compra por parte do BCE e, provavelmente, um ano baixo em novas emissões, com a liquidez do balanço nos valores mais elevados dos últimos anos. Estes fatores técnicos devem superar os fundamentais negativos de um crescimento económico mais fraco e de posteriores vagas do vírus. Estamos com posições longas nos setores financeiro e energético, nos créditos com rating A e em títulos defensivos, uma estratégia prudente tendo em conta o aumento significativo da alavancagem e a possibilidade de várias empresas estarem a ser suportadas por financiamento barato. Para equilibrar este cenário temos alocações seletivas a HY ainda a um preço baixo numa base relativa e continuamos a apreciar o mercado híbrido, sobretudo títulos de utilities estáveis cuja probabilidade de beneficiarem do contexto técnico de baixas emissões ao longo dos próximos 12 meses seja elevada.

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 103


PRODUTOS INSTITUCIONAL por Ana Palomares

COMO CONSEGUIR UM MANDATO

O EXEMPLO DO FUNDO NORUEGUÊS O fundo soberano norueguês, o segundo maior do mundo, há 20 anos que delega mandatos de investimento a gestoras externas e já publicou um relatório em que explica como leva a cabo essa seleção.

104  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

C

umprem-se três anos desde a entrada em vigor da Diretiva Europeia MiFID II, que trouxe consigo uma autêntica transformação da indústria de gestão de ativos. Uma dessas mudanças foi o auge dos mandatos de gestão. Segundo os dados que acaba de publicar a EFAMA, a percentagem dos mandatos de gestão discricionária representa 45,4% do total dos ativos europeus. No entanto, embora este tipo de negócios se tenha popularizado ao calor da nova Diretiva europeia, o fundo soberano da Noruega, o segundo maior do mundo, com 1,13 biliões de euros


Fonte: Norges Bank.

em ativos sob gestão, soma mais de 20 anos a delegar parte do seu gigantesco património a gestoras externas. A propósito do 20º aniversário, o Norges Bank, a gestora do fundo, optou por levar a cabo este ano duas iniciativas que têm estes mandatos como grandes protagonistas. Uma delas é anunciar que aumentará a percentagem da sua carteira em mãos externas. “O comité executivo tem a intenção de elevar o limite dos mandatos de gestão externa a 5% do fundo no próximo ano”, afirmou Jon Nicolaisen, governador do Norges Bank, num recente discurso. Segundo calcula a Bloomberg, isto representa-

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PEQUENAS EMPRESAS ESG

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2001

REGIONAL SETORIAL MERCADOS EMERGENTES

2002

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1999

MÉDIAS

2000

GRANDES

NÚMERO DE MANDATOS POR TIPO DE ESTRATÉGIA

2008

NÚMERO DE MANDATOS POR TIPO DE ORGANIZAÇÃO

Fonte: Norges Bank.

rá alcançar 60.000 milhões de dólares em mandatos externos, em comparação com os 43.000 milhões de finais de 2019, quando representavam 3,9%. E sobre esta decisão influenciou a outra iniciativa levada a cabo em 2020 por causa, como comentamos, do 20º aniversário de mandatos externos: a publicação do balanço de todos estes anos a delegar parte da sua gestão num relatório que tem como título The first 20 years with external mandates, e que pode ser descarregado na íntegra na sua página web. No total são mais de 160 páginas nas quais o Norges Bank explica que rentabilidade adicional geraram nes-

ses 20 anos de alianças externas com outras gestoras, assim como o processo que levam a cabo para selecionar as referidas entidades. Relativamente ao primeiro ponto, o balanço foi mais positivo. “Os resultados superaram as expetativas. Ao mesmo tempo, estes investimentos distribuem o risco do fundo através de mais mercados. Os gestores de ativos externos também ajudam o fundo a manter-se longe de modelos de negócio problemáticos e de empresas e setores com estruturas de propriedade débeis. Teria sido difícil conseguir sem o conhecimento local”, afirmou no seu discurso JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 105


PRODUTOS INSTITUCIONAL

REUNIÕES

RENTABILIDADES

(número de reuniões mantidas com as gestoras de fundos de investimento)

(rentabilidade anualizada, em %, no eixo esquerdo, e information ratio, no eixo direito) RENTABILIDADE

INFORMATION RATIO

%

GESTORAS COM AS QUAIS JÁ TINHAM ACORDO

NOVAS GESTORAS

INFORMATION RATIO

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PERÍODO COMPLETO

1999-2003

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Fonte: Norges Bank.

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Fonte: Norges Bank.

Jon Nicolaisen. Em concreto, representa cerca de 1,8% da rentabilidade extra anual depois de comissões que forneceram as suas empresas, a sua capitalização e a dispersão setorial. Basicamente trata-se de selecionar mercados ineficientes nos quais a gestão ativa ganha importância e daí que na atualidade os mandatos com os quais a gestora conta se refiram apenas a dois tipos de mercados: os emergentes e as pequenas empresas. Uma vez eleito o mercado, é a vez de selecionar a gestora. Para isso publicam na sua própria página web a lista dos mandatos que estão a procurar e avaliam todas as candidaturas, para além daquelas que surgem da própria análise interna que leva a cabo a gestora. “A maioria dos nos106  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

2014

sos gestores são encontrados através do nosso próprio processo de procura ativa. No final de 2018, cerca de nove em cada 10 gestores selecionados não tinham contactado connosco através do nosso site web, mas foram sim encontrados através da nossa busca ativa de gestores”, explicam. Uma vez feito o primeiro filtro, os candidatos devem responder a um questionário composto por 26 perguntas no qual proporcionam detalhes da carteira à data mais recente, seis meses e um ano antes dessa data.

SUPERVISÃO CONTÍNUA

Para além da própria gestora, levam a cabo uma análise adicional da carteira numa base de três anos de participações trimestrais, ou um período mais


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A OPINIÃO DE ÁLVARO FERNÁNDEZ E MÁRIO GONZÁLEZ Diretores de desenvolvimento de negócio, Capital Group

EM 2018, APENAS ASSINARAM 18 MANDATOS COM GRANDES GESTORAS, A MAIORIA DOS ACORDOS FORAM COM MÉDIAS E PEQUENAS curto, se o gestor não tem mais de três anos de histórico. Uma vez selecionada uma entidade para um mandato, realizam uma supervisão da carteira de forma diária, para além de manterem entrevistas periódicas com os gestores para avaliar se as suas expetativas de rentabilidade se ajustam ou não à realidade. Para além de monitorizar o trabalho do gestor, também analisam o ADN da gestora com a qual assinam o mandato. “É essencial conhecer a fundo a organização e o seu pessoal de investimento, processos e operações. A única maneira de obter este conhecimento exaustivo é falando com as pessoas nos seus escritórios, para além da análise das respostas escritas, as bases de dados e outras fontes de informação”, afirmam. Em concreto, estudam a estrutura da gestora e as mudanças acionistas que tiveram ao longo do tempo, se é independente ou dependente de algum grupo financeiro, o perfil político da comissão diretiva e a sua capacidade para atrair e reter talento. Também analisam o alinhamento que têm os gestores com as carteiras dos fundos que gerem. Todos requisitos que os levam a mostrar uma clara preferência pelas pequenas empresas ou boutiques. “Em 2018 apenas 18 mandatos foram assinados com grandes organizações. Isto tem sido bastante estável desde 2010. Experimentámos um maior excesso de retorno com as

empresas de gestão de propriedade privada do que com os gestores pertencentes a seguradoras ou bancos 2,6% face a 1,8%. Do mesmo modo, os nossos mandatos com pequenas e médias empresas têm gerado cerca de 2,6% e cerca de 3,5%, respetivamente, de excesso de retorno anualizado, enquanto que os mandatos com empresas maiores geraram cerca de 1,7%”, apontam no extenso relatório. Essa avaliação das gestoras com as quais acabam por assinar os mandatos não se realiza apenas pontualmente, sendo sim feita uma avaliação contínua que implica também completar dois extensos questionários duas vezes ao ano. Um sobre a atualização da carteira, e outro sobre o risco operacional e de compliance, para além de manterem conversações com outros clientes das gestoras com as quais assinam os mandatos. Na seleção das ditas gestoras também têm em conta as comissões que cada uma oferece, já que isso impacta em grande medida esse alfa que o fundo norueguês quer conseguir quando subcontrata uma parte da carteira a uma gestora externa. “Inicialmente esperávamos pagar uma média de 0,40% em honorários e gerar cerca de 1% em excedente de rentabilidade, com gestores externos. A realidade é que pagámos 0.38% de comissões, mas gerámos 2,1% de excesso de retorno, que é muito mais do que esperávamos”, afirmam do fundo norueguês.

INVESTIR NUM MUNDO QUE SE DIRIGE PARA A RECUPERAÇÃO No Capital Group acreditamos que a economia global vai iniciar este ano a sua recuperação. Ainda que esta abordagem enfrente certos riscos, como o reaparecimento de novos surtos de COVID-19. Mas existem fatores que favorem o preços dos ativos, como a possibilidade de que as taxas continuem em níveis muito baixos por muito tempo, algo positivo para as ações. Como investidores de longo prazo que somos, acreditamos que este cenário oferece opções. Para as ações acreditamos que o futuro está aqui e é digital. Tendências como as consultas online favorecem o setor da saúde, já que os avanços em tecnologia médica, em conjunto com as mudanças de comportamento, possibilitam a melhoria dos resultados dos pacientes. E com isto chegam as oportunidades de investimento. Acreditamos que há outros setores como o das viagens que vão recuperar. As pessoas vão voltar a ir de férias, a viajar ou a sair para jantar. Por outro lado, a inovação oferece oportunidades em todo o mundo e vigiamos algumas áreas da tecnologia do amanhã, desde as energias renováveis aos pagamentos digitais. Se pensarmos nas obrigações, é preciso voltar ao básico. O investimento em obrigações core continua a ser uma boa estratégia. Se 2020 nos ensinou algo, foi a importância de manter posições em obrigações de fixed income de qualidade como proteção face à volatilidade dos mercados. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 107


PRODUTOS ETF

por Óscar R. Graña

GESTÃO MULTIATIVOS PROFISSIONAL A BAIXO CUSTO

A ONDA RETAIL As mudanças regulatórias, em conjunto com as más rentabilidades registadas pelos fundos mistos face aos seus índices, está a fazer disparar o interesse dos investidores de wealth management por um tipo de produto novo, que está a ganhar muita tração na Europa.

108  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

A

adoção de estratégias passivas por parte do investidor de wealth management europeu é cada vez maior e o período de permanência destes produtos nas suas carteiras também tem aumentado. Isto deve-se ao facto deste tipo de veículos estar a ser cada vez mais utilizado de forma menos tática e mais estratégica. Na prática, isto traduz-se em que estes investidores estejam a optar por construir a parte central das suas carteiras com instrumentos líquidos, transparentes e de baixo custo para fazer apostas mais táticas com estratégias de puro alfa. A tendência de recorrer a ETF e fundos indexados para construir o


QUOTA DE MERCADO DA GESTÃO PASSIVA NA EUROPA Suíça e Reino Unido são os mercados onde os produtos indexados têm conseguido ficar com uma maior parte do total

EUROPA

20%

SUÍÇA

58,7%

REINO UNIDO

26%

PAÍSES BAIXOS

13,7%

ALEMANHA

11,1%

FRANÇA

8,2%

ESPANHA

2%

ITÁLIA

0,5%

0%

15%

30%

45%

60%

Fonte: Morningstar Direct / FT. Dados no final de outubro de 2020 tomando como referência fundos domiciliados no mercado local, excluindo monetários.

núcleo da carteira foi acelerada pelas mudanças regulatórias que se têm produzido na Europa. Neste sentido, não é por acaso que a Suíça e o Reino Unido sejam os mercados europeus onde a gestão passiva está a ter mais adesão. Segundo dados da Morningstar Direct, atualmente quase 60% do património gerido pela indústria helvética é canalizado através de produtos indexados. No que diz respeito ao mercado britânico, a percentagem é de 26%. É algo que se explica em grande medida pelos efeitos provocados pela introdução da Federal Financial Services Act (FIDLEG) na Suíça e a Retail Distribution Review (RDR) no Reino Unido.

É um modelo em que a cobrança de retrocessões chega ao seu fim e a carteira discricionária adquire um peso dominante no segmento de wealth management. No Reino Unido, onde 70% do negócio está nas mãos dos IFA (o equivalente em português às SCI), a concorrência tem aumentado de forma muito significativa e a pressão sobre as comissões também. O cliente faz comparações, pelo que se torna imprescindível ser muito transparente em tudo o que se refere ao que é cobrado e ao custo dos produtos subjacentes que há na carteira. Ao mesmo tempo, no segmento mais retail, os robot-advisors têm vindo a abrir caminho, sobretudo no Rei-

no Unido, com modelos standardizados que se configuram também através de carteiras discricionárias.

NOVAS FÓRMULAS

Conscientes disso, as gestoras têm vindo a procurar a fórmula para adaptar a sua oferta a esta nova realidade. E têm-no feito com estratégias que lhes estão a permitir conectar com os seus clientes retail (banca privada, SCI, family offices...). O resultado deste esforço em matéria de inovação tem-se traduzido em gamas de fundos cujo subjacente está formado maioritariamente por ETF e fundos indexados e onde a rotação da carteira costuma ser baixa. Embo-

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 109


PRODUTOS ETF

A CRISE DE RESULTADOS DOS FUNDOS MISTOS 1 ANO

RENTABILIDADE ACUMULADA

3 ANOS

DIFERENÇA FACE AO BENCHMARK

RENTABILIDADE (ANUALIZADA)

-2,26

-0,15

5 ANOS

DIFERENÇA FACE AO BENCHMARK

RENTABILIDADE (ANUALIZADA)

-2,64

0,54

DIFERENÇA FACE AO BENCHMARK

EAA OE EUR Cautious Allocation - Global Benchmark: Morningstar EU Cau Gbl Tgt Alloc NR EUR

1,09

Morningstar Category = EUR Cautious Allocation - Global

-1,17

2,49

2,52 -1,98

EAA OE EUR Moderate Allocation - Global Benchmark: Morningstar EU Mod Gbl Tgt Alloc NR EUR

-0,47

Morningstar Category = EUR Moderate Allocation - Global

-1,69

2,83 -1,22

0,13

0,97

0,49

3,68 -2,71

1,32

-2,36

EAA OE EUR Aggressive Allocation - Global Benchmark: Morningstar EU Agg Gbl Tgt Alloc NR EUR

-2,62

Morningstar Category = EUR Aggressive Allocation - Global

-1,65

2,96

4,68 -2,47

2,23

-2,45

Fonte: Morningstar. Dados no final de novembro de 2020.

DO ÂMBITO ACADÉMICO DEMONSTRAM QUE A CHAVE NA HORA DE INVESTIR ESTÁ NO ASSET ALLOCATION

110  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

ra cada entidade aplique uma gestão idiossincrática, os movimentos que se realizam nestes produtos tendem a ser ajustes táticos. Costumam-se aplicar com uma periodicidade mensal ou trimestral, embora também quando se produzam movimentos de mercado importantes que deixem a descoberto oportunidades de asset allocation. O posicionamento costuma estar em linha com a visão do diretor de investimentos da casa.

GAMAS CONCRETAS

A oferta de produtos deste tipo é cada vez mais ampla. No caso das entidades independentes estão, por exemplo, os BlackRock Managed Index Portfolios. Criados em 2015 são um conjunto de quatro carteiras multiativos perfiladas com perfil de risco (defensivo, conservador, moderado e growth) cujo processo de investimento consiste na seleção ativa, e predominantemente tática, de ETF e fundos indexados da própria en-

tidade. “Nos últimos três anos estamos a ver uma adoção crescente destas estratégias por parte dos clientes europeus”, revela André Themudo, responsável de Negócio de Distribuição da BlackRock para a Península Ibérica. Mas a BlackRock não é única entidade que está a observar um grande interesse nesta nova tipologia de produto. A Vanguard, com a sua gama LifeStrategy, o DWS, com os Strategic Asset Allocation Funds, são algumas das gestoras que também estão a ver como cresce o seu volume de ativos nas suas estratégias, uma tendência que está claramente em ascensão na Europa. Determinadas entidades bancárias também estão a fazer uma forte promoção dos seus produtos através da sua rede. O Barclays, com a sua gama Barcalys Wealth Global Beta, e o Deutsche Bank, com os seus DB Wealth Strategic Asset Allocation, são alguns exemplos de entidades que estão a


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A OPINIÃO DE AITOR JAUREGUI Responsável da BlackRock para Espanha, Portugal e Andorra

10 ANOS

RENTABILIDADE (ANUALIZADA)

15 ANOS

DIFERENÇA FACE AO BENCHMARK

RENTABILIDADE (ANUALIZADA)

-2,32

1,63

3,95 1,64

3,91

5,83 2,58

1,99

2,68

apostar na apresentação aos seus clientes de banca privada e banca pessoal de uma filosofia de investimento que tem dado nas vistas entre os grandes investidores institucionais. “A simplificação no investimento através de ETF e a sofisticação da metodologia faz com que sejam estratégias muito procuradas por todo o tipo de clientes, desde os de retalho para as suas poupanças pessoais a longo prazo, até family offices, fundos soberanos e planos de pensões, já que lhes serve para definir e investir as suas estratégias e posicionamento a longo prazo”, indicam do Deutsche Bank.

RESULTADOS

Se há algo pelo qual este tipo de produtos se têm destacado é pelos seus resultados. “Estes costumam estar muito próximos dos do benchmark, o que lhes permite situar-se comodamente no primeiro quartil por rentabilidade. O facto de serem muito poucos os fundos mistos

DIFERENÇA FACE AO BENCHMARK

1,61

-2,38

4,19 -3,07

6,02 -3,89

RENTABILIDADE (ANUALIZADA)

3,99 -2,28

5,07 -3,25

7,66 3,77

20 ANOS

DIFERENÇA FACE AO BENCHMARK

1,21

-2,97

4,09 -3,34

1,10

-2,99

que conseguem superar as rentabilidades dos seus índices de referência é, sem dúvida, a grande reivindicação que está a contribuir para disparar o interesse por estas estratégias”, sublinha César Muro, especialista de Investimento em Gestão Passiva na DWS. É uma maneira de encarar os investimentos muito em linha com o famoso estudo académico intitulado The importane of Asset Allocation, um trabalho realizado por Gary Beebower, no qual demonstra que 91,5% da variabilidade das rentabilidades geradas por um fundo de investimento está explicada pela alocação de ativos, enquanto que apenas 4,6% está atribuída à eleição de uma ação ou obrigação em particular. O facto de o meio académico ter vindo a ser capaz de demonstrar que a chave na hora de investir não está na eleição de um ativo concreto mas sim no asset allocation, é uma ideia que reforça a tese dos que pensam que a indexação é o caminho correto.

O INVESTIMENTO COM CRITÉRIOS ESG AVANÇA DECIDIDO A DUPLICAR EM 2025 Os acontecimentos de 2020 propiciaram uma grande desaceleração da implantação do investimento responsável. De facto, representou o início de uma mudança sustentada que convida a pensar que o investimento com critérios de sustentabilidade vai duplicar nos próximos 10 anos. Pelo menos isto é o que se depreende do inquérito Global Client Sustainable Investing, no qual analisam as impressões de 425 investidores de 27 países sobre o investimento socialmente responsável. E as conclusões são muito positivas: a grande parte dos inquiridos espera que as suas alocações neste campo dupliquem em 2025. Não obstante, o estudo também mostrou que é necessário melhorar a qualidade da informação ESG para favorecer a maior inclusão destes critérios, já que é um dos pontos que mais ressaltaram. A qualidade desta informação melhorou muito nos últimos anos, mas parece continuar a ser insuficiente para tomar decisões mais fundamentadas e, por isso, é uma das principais barreiras de entradas para construir carteiras sustentáveis. Por isso, a BlackRock vai continuar em 2021 a aumentar o seu compromisso com o fomento dos dados ESG, tal e como ficou claro com o lançamento da Aladdin Climate. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 111


PRODUTOS ISR por José Marques

PELA DEFESA DA

DIVERSIDADE

NO SETOR DOS INVESTIMENTOS Se as boas práticas de diversificação estão estabelecidas como ferramentas-chave para a construção de carteiras de ativos eficientes, parece óbvio que a diversidade cognitiva na gestão desses ativos também contribua para essa eficiência.

É

amplamente aceite que boas práticas de diversidade e inclusão têm um impacto positivo na criação de valor das empresas. O mesmo princípio aplica-se naturalmente às empresas gestoras de ativos e acreditamos

112  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

que gestoras com maior diversidade de perspetivas irão apresentar melhores resultados aos nossos clientes. A diversificação por classe de ativos e por geografia é há muito vista como a ferramenta chave para uma eficiente construção de carteiras de ativos. Parece-


MODELO DE ENGAGEMENT DA WILLIS TOWERS WATSON

CULTURA

ENGAGEMENT

DIVERSIDADE

INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL

JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 113


PRODUTOS ISR

OBSERVAÇÕES DA WILLIS TOWERS WATSON SOBRE O PROGRESSO DOS GESTORES DE ATIVOS EM INCLUSION & DIVERSITY DESAFIOS

DESENVOLVIMENTOS POSITIVOS

• Oportunidades limitadas para diversificar os principais decisores

Gestoras pequenas

• Orçamento limitado para recursos dedicados • Risco de perder o talento para gestoras maiores

• Maior transparência • Maior agilidade para desenvolver, mudar políticas e se adaptar

• Políticas formais de I&D limitadas • Políticas de I&D pouco desenvolvidas Gestoras grandes • Divulgação limitada sobre o progresso alcançado

• Maior orçamento para recursos dedicados (por exemplo responsável da área de I&D) • Maior oportunidades na atração de talento • Mais formação e aumento do recrutamento nas Universidades

Fonte: Willis Towers Watson

-nos óbvio que a diversidade cognitiva na gestão desses ativos também resulte em carteiras mais eficientes. Assegurar uma maior diversidade de género, de etnia e de percurso académico e profissional são apenas os primeiros passos de forma a melhorar a diversidade cognitiva das gestoras de ativos. Por essa razão, incentivamos os gestores de ativos a melhorar as suas práticas de diversidade, considerando que este deve ser um fator crítico para as nossas recomendações aos nossos clientes. Com efeito, há já algum tempo que, em Portugal, a diversidade é um dos critérios que utilizamos nas seleções de gestoras de fundos de pensões que fazemos para os nossos clientes e temos também trabalhado com as empresas na análise das suas políticas

OPINIÃO

SANDRA COSTEIRA, CFA

Board Member, CFA Society Portugal

É a experiência coletiva que suporta a cultura e conduz ao sucesso das organizações. De acordo com a própria definição de I&D do CFA Institute, a diversidade incorpora características como a idade, género, raça, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, aptidões física e mental; mas também dimensões como as formas de pensar, diferentes experiências, percursos profissionais e pessoais... Inclusão existe quando qualquer indivíduo ou grupo - independentemente das respetivas diversidades - se sente valorizado, respeitado, seguro e totalmente envolvido. Um ambiente inclusivo permite a cada indivíduo uma entrega e motivação máximas. Estes fatores devem deliberadamente ser incentivados e aproveitados para desenvolver um ambiente bem-sucedido, diverso e inclusivo. Estudos do CFA Institute indicam que as empresas de investimento tendem a estar numa fase reativa de diversidade e inclusão - significando que as medidas são tomadas principalmente para cumprir regulação e responder à pressão social. Um mundo financeiro em rápida evolução exige novos recursos, uma força de trabalho diversificada e culturas de trabalho inclusivas. O valor que a diversidade aporta - máxima bem conhecida na esfera da gestão de ativos e patrimónios - tem sido provado e comprovado, num mundo pluricultural e diverso. Sejamos mais proativos e capitalizemos o valor da diversidade!

114  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO


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A OPINIÃO DE ANDREAS FRUSCHKI, CFA Diretor de Ações Temáticas, Allianz Global Investors (AllianzGI)

INVESTINDO PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL

de remuneração, em particular relativamente à igualdade salarial entre géneros. Acreditamos ser de importância significativa avaliar e incentivar a diversidade na indústria de investimentos e estabelecer um plano de ação para acelerar o ritmo de mudança, que na nossa opinião conduzirá a melhores resultados para os investidores e beneficiários de fundos de pensões. Defendemos, entre outras, as seguintes medidas: 1. Uma maior transparência: estatísticas que permitam entender como a diversidade se reflete nas diferentes funções. 2. Maior captação de talentos diversificados: por exemplo, através de programas de contratação de re-

DEVEMOS TRABALHAR DE FORMA ESTREITA COM GESTORAS DE ATIVOS QUE PROCUREM MELHORAR A SUA DIVERSIDADE

cém-licenciados e programas de retorno ao trabalho. 3. Medições de diversidade mais completas, não baseadas apenas num único fator. 4. A remoção de requisitos na seleção de entidades gestoras que podem, involuntariamente, excluir diversos fundos/empresas. 5. Estruturas de compensação progressivas e políticas de trabalho flexíveis. 6. Mudança de um modelo de gestão de carteiras baseado num único líder para uma abordagem de investimento baseada em equipas, com um grande enfoque em garantir que as equipas decisoras sejam diversificadas. 7. Investidores e consultores de investimento devem estabelecer metas para aumentar significativamente a diversidade das carteiras, com uma melhoria no desempenho esperado. 8. Um maior foco em políticas internas, formação e redes desenhadas para aumentar a diversidade e enfrentar os desafios do racismo, do sexismo e outros preconceitos. Devemos trabalhar de forma estreita com gestoras de ativos que procurem melhorar a sua diversidade. No entanto, é preciso que as gestoras de ativos que não encorajarem uma maior diversidade ou não respondam às expectativas crescentes dos investidores entendam que poderão deixar de fazer parte da nossa lista de entidades gestoras recomendadas aos clientes, algo que já aconteceu no passado.

A turbulência do mercado em 2020 ilustrou o que pode acontecer quando, repentinamente, os mercados se deparam com um risco para o qual não estão preparados. E é também um alerta de que a incerteza é disruptiva para empresas e investidores, e que a gestão de risco é fundamental na busca de objetivos de longo prazo. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) refletem um consenso global sobre aquelas que são as questões ambientais e sociais prementes dos dias de hoje. Uma nova safra de investimentos construída em torno dos ODS está a ajudar os investidores a direcionar o seu capital para empresas com forte potencial de crescimento, ao mesmo tempo que aborda os maiores problemas que o planeta enfrenta. Esta aposta no investimento sustentável mostra como (i) o maior foco nas questões de sustentabilidade está a alimentar a procura dos investidores em todo o mundo e tem levado a uma explosão de opções de investimento sustentável, (ii) as estratégias de investimento que buscam contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU estão tornar-se mais frequentes, (iii) os ODS são uma série de metas definidas pela ONU para abordar questões ambientais e sociais, refletindo um consenso global de onde a ação é mais necessária, (iv) as estratégias de ODS podem ser atrativas, em particular para uma nova geração de investidores que espera que os seus investimentos entreguem um benefício no mundo real e também um retorno financeiro, e (v) manter o foco nas metas de longo prazo enquanto se gere uma série de riscos ajuda o desempenho, especialmente em tempos de volatilidade no mercado de ações. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 115


por Tomás García-Purriños

ANO DE EXTREMO

PRODUTOS ALTERNATIVOS

PE TRÓ LEO A distribuição dos retornos mensais do Brent não é normal. Em março desviou-se quase seis vezes da sua média. Algo que deverá ocorrer só uma vez em várias centenas de milhares de anos.

116  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO


DISTRIBUIÇÃO DOS RETORNOS MENSAIS DO PETRÓLEO BRENT

MARÇO 2020

-55,0%

NOVEMBRO 2020

-21,3%

12,4%

MAIO 2020

SUPERIOR

Fonte: Thomson Reuters e Santander Asset Management.

C

om uma revalorização de quase 30%, o Brent fechou novembro com uma rentabilidade mensal desviada de mais de 2,6 vezes face à sua média. Se estas rentabilidades seguissem uma distribuição normal, devíamos ter presenciado algo assim só umas três vezes desde os anos 90. Não obstante, materializaram-se até 10 movimentos mensais do crude com desvios superiores nos últimos 30 anos. Três deles em 2020. De facto, no mês de março, o retorno desviou-se quase seis vezes da sua média, algo que

deveria apenas ocorrer uma em várias centenas de milhares de anos. Obviamente, a distribuição dos retornos mensais do Brent não é normal. Mesmo assim, os cálculos anteriores podem servir de exemplo para entender o extremo dos movimentos que vivemos neste ano atípico. Estas mudanças no preço não são nada mais do que um reflexo da incerteza quanto aos fundamentais. Em abril, o excesso de oferta de crude ultrapassou os 18 milhões de barris por dia, justificando os preços do WTI negativos e demonstrando uma realidade por vezes ignorada

pelos investidores mais tradicionais: o preço spot das matérias-primas tende a depender mais da oferta e procura coincidente e menos das suas expectativas (que influenciam principalmente o formato da curva de futuros). Com dois terços do mundo a enfrentar algum tipo de restrição de mobilidade, a queda na procura por petróleo (mais de -20% em menos de um mês) foi dificilmente digerível, apesar dos cortes drásticos na produção. Excesso de oferta/procura, inventários, formato da curva de futuros e preços spot estão fortemente relacioJANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 117


PRODUTOS ALTERNATIVOS

A RENTABILIDADE DOS ATIVOS EM NOVEMBRO DE 2020 30%

OPINIÃO JOÃO LAMPREIA

20%

Chief Investment Strategist, BiG

A recuperação explosiva do preço do crude, desde os mínimos de novembro (acima de 40%), após a célebre Pfizer Monday (9/ Nov.), que motivou um repricing das expectativas em relação ao crescimento económico e de normalização pandémica, deverá perder algum fulgor. O corte de produção anunciado pela Arábia Saudita (1 mn boe/dia) contribuiu de forma positiva no curto-prazo, ainda que a pressão para cortes adicionais da produção deverá esbater-se no tempo. Em termos globais no que respeita a dinâmica da oferta-p rocura agregada, espera-se um incremento da produção de 3% face a 2020 para 97,13 boe/dia e uma recuperação mais expressiva do consumo em 6% para 97,77 boe/dia, permitindo o gradual escoamento dos inventários. Face à dimensão do rebound do preço do crude desde novembro, acreditamos que uma parte significativa da recuperação cíclica/aumento da procura já estará descontada nos preços atuais, sendo que a correlação inversa com o dólarnorte americano e a celeridade na transição energética serão vectores cruciais na evolução do preço do crude em 2021.

118  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

10%

0% BRENT

AÇÕES RÚSSIA

AÇÕES ENERGIA

CAD/USD

NOK/USD

S&P 500

HIGH YIELD

Fonte: Thomson Reuters e Santander Asset Management.

nados devido à dinâmica dos custos de armazenamento e convenience yield. Mas quando ocorrem choques como este ano, estas dinâmicas tornam-se mais complicadas, se possível. A incerteza em todas as variáveis​​ acima tem influência significativa em qualquer expectativa que possamos ter sobre os preços e sobre os seus movimentos, por isso é lógico pensar que a volatilidade, embora diminua, dadas as melhores perspetivas para a economia, deve permanecer elevada em relação aos seus padrões históricos. Quanto ao movimento de novembro, se havia um argumento contra

a narrativa generalizada de que os mercados financeiros e a economia estavam em caminhos muito diferentes em 2020, foi sem dúvida o fraco desempenho dos ativos relacionados com o ciclo. Na verdade, esta realidade reforçou a ideia de uma recuperação em forma de K, com claros vencedores e vencidos. Assim, por exemplo, a diferença de rentabilidade entre os melhores e os piores setores do S&P 500 (tecnologia e energia, respetivamente) no ano passado aproximou-se dos seus máximos históricos e o Nasdaq acumulou mais de + 25% até outubro,


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A OPINIÃO DE ISABEL DE LINIERS Senior sales, DWS Iberia

A EXPETATIVA DE QUE O CRESCIMENTO ECONÓMICO SE SINCRONIZE DE NOVO COM MENORES DIFERENÇAS ENTRE REGIÕES TEM SIDO UM CATALISADOR POSITIVO PARA AS MATÉRIAS-PRIMAS em comparação com quase -50% do preço do crude. Durante o mês de novembro, após as boas notícias sobre as diferentes vacinas que têm aberto o apetite pelo risco dos investidores, o petróleo tem sido um dos principais protagonistas, recuperando parte das quedas. A expectativa de que o crescimento económico será novamente sincronizado com diferenças menores entre as regiões tem sido um catalisador positivo para as commodities, às quais se soma um dólar mais fraco. Esta recuperação tem afetado significativamente a rentabilidade do setor de energia em ações. Como tal, superou + 25% no mês tanto nos Estados Unidos como na Europa. Também superou o seu beta histórico em comparação com os preços à vista da energia. Também vimos uma recuperação sensível no crédito high yield e em moedas e ações de países produtores de petróleo (Canadá, Noruega, Rússia, etc.), embora neste caso os betas tenham permanecido mais próximos das suas médias históricas. O maior beta do setor de energia em ações pode ser justificado - além da recuperação do preço do petróleo bruto e das melhores expectativas sobre a economia - pela rotação em valor, com fluxos de entrada em ETF desse fator dobrando os seus máximos mensais anteriores.

De modo geral, a narrativa do mercado mudou drasticamente numa questão de um mês, exatamente quando as coisas pareciam ficar mais difíceis para a economia, dado o contexto de medidas mais restritivas para conter a segunda onda de infeções. A vacina, embora há muito esperada, deu uma pausa aos ativos relacionados com o ciclo, aumentando o otimismo dos investidores em geral. Isto tem sido palpável numa revisão em alta das expectativas por parte de várias organizações e entidades, em linha com a recuperação apresentada pelos fundamentais quando as medidas de contenção foram flexibilizadas. No entanto, e apesar de haver dados que convidam ao otimismo, a cautela deve ser mantida. A incerteza permanece alta. No caso do petróleo, o excesso de oferta poderá ser mantido durante a entrada de 2021 e poderemos testemunhar uma recuperação da produção da OPEP em linha com o que já está a ser visto em países não OPEP. O menor risco geopolítico pode-se traduzir na entrada de nova produção e, após os seus últimos cortes, o dólar já não é uma moeda cara (segundo a Paridade do Poder de Compra). Em conclusão, talvez os principais desenvolvimentos no preço do petróleo bruto sejam na curva de futuros e não tanto no preço à vista.

ALGUNS TIPOS DE OBRIGAÇÕES PODEM-SE TORNAR UMA BOA OPÇÃO É sabido que o mercado de fixed income exige cada vez mais tácticas. Hoje, para encontrar oportunidades, é necessário entrar num território mais exótico, como mercados emergentes e de high yield. Nós, na DWS acreditamos que esses segmentos podem vir a gerar uma rentabilidade entre 3% e 5% até ao fim do verão de 2021. Isto deverá compensar o fato de assumirmos mais riscos. Um dos principais impulsionadores destes ativos é o impacto das políticas atuais dos bancos centrais, que fazem com que o retorno das obrigações de maior qualidade permaneça próximo de zero. Além disso, a expansão dos programas de compra de obrigações, inclusive de high yield, significa que os bancos centrais estão a injetar mais liquidez nestes segmentos. Na DWS, optamos por obrigações asiáticas, que oferecem oportunidades de investimento particularmente boas. Os países asiáticos têm finanças públicas sólidas e podem beneficiar de preços baixos. Além disso, a Ásia está um passo à frente na recuperação económica, por isso poderá beneficiar tanto de um melhor clima geopolítico como do estabelecimento da Área de Livre Comércio da Ásia. Para investir na Ásia é importante ser seletivo, flexível e contar com uma equipa especializada, como a que gere o DWS Invest Asian Bonds. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 119


ESTILO DE VIDA PADEL por Tiago Rabaça

PADEL MAIS DO QUE A ÚLTIMA MODA Mudou-se a raquete, mas não a vontade. Do solitário ténis ao sociável padel foi um ápice, porque são muitos os motivos para se fidelizar: a facilidade de jogo ou a riqueza estratégica são alguns.

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uitas vezes, quando digo que jogo padel, rapidamente me respondem, em jeito de brincadeira, que me converti ao desporto da moda! Percebo a ideia, tendo em conta o crescimento exponencial desta modalidade em Portugal nos últimos anos – a Federação Portuguesa de Padel fala em mais de 100.000 praticantes em Portugal e de um ritmo de crescimento anual de aproximadamente 70%. No entanto, fico sempre com a sensação de que a classificação de moda é uma visão muito redutora do que é, efetivamente, o fenómeno do padel em Portugal. 120  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

Antes de me iniciar no padel, joguei ténis federado dos 10 até aos 18 anos. Antes de ingressar na faculdade, decidi interromper os treinos de ténis, uma vez que treinava com alguma intensidade (praticamente todos os dias) e que os torneios ocupavam uma parte considerável dos fins-de-semana (sobretudo quando corriam bem!). Talvez também tenha interrompido a prática por alguma saturação, uma vez que o ténis (maioritariamente jogado em singulares e não tanto em duplas) consegue ser um desporto bastante solitário e desgastante psicologicamente. Mas é então com a vinda para Lisboa e com a

necessidade (física e mental) de praticar algum desporto que decido experimentar o padel: depois de vários anos de raquete na mão, pensei que teria alguma facilidade em iniciar-me num novo desporto de raquetes, enquanto que o facto de ser sempre jogado em duplas também me entusiasmou.

SOCIÁVEL E NÃO SÓ

Comecei a jogar com amigos… e o vício foi imediato. Entretanto, já lá vão cinco anos de padel, e de momento continuo a jogar cerca de três vezes por semana, sempre que possível, nos vários clubes que Lisboa tem à disposição. Em retros-


O vício foi imediato depois de experimentar.Já lá vão cinco anos desde que começou a jogar, três vezes por semana. Atualmente, Tiago Rabaça inscreve-se nalguns torneios da Federação Portuguesa de Padel.

petiva, identifico algumas razões para o meu vício, assim como para a moda ou fenómeno generalizado em torno do padel; (i) é um desporto relativamente fácil de começar a jogar, sendo numa fase inicial muito menos frustrante que o ténis. Costumo dizer que “quem dá uns toques numas raquetes de praia” facilmente entra num campo de padel com mais três amigos e tem também um jogo divertido (dito isto, em níveis mais avançados, claro que se torna um desporto bastante complexo, e a quem nunca tenha visto convido a pesquisar no YouTube por pontos jogados no World Padel Tour!); (ii) é sempre

jogado em duplas (dois contra dois), o que torna a componente social bastante forte - o que nem sempre acontece no ténis; e (iii) é um desporto muito rico em termos estratégicos, o que dá armas importantes mesmo a jogadores que tenham eventualmente menos técnica, levando por vezes a algumas surpresas para os jogadores que pudessem a priori ser considerado favoritos! Pelo bichinho da competição deixado pelo ténis, desde que comecei a jogar padel que me tenho inscrito também em torneios da Federação Portuguesa de Padel. São certamente menos solitários que os torneios de ténis e a

experiência de procurar um objetivo comum com um parceiro ao lado é muito enriquecedora! Umas vezes ganha-se, outras vezes perde-se, mas os amigos feitos na jornada certamente que ficam independentemente do resultado. Os resultados, esses, não são certamente o mais importante quando falamos de um hobbie, mas obviamente que ninguém joga para perder: terminei o ano de 2020 no lugar 227º do Ranking Nacional de Absolutos (em mais de 2.000 classificados) – podia ser melhor, é verdade, mas o foco a tempo inteiro continua e irá continuar nos Mercados Financeiros! JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 121


ESTILO DE VIDA VIAGEM por Miguel Taledo de Sousa

CÓRSEGA AVENTURA E BELEZA NATURAL

É a coqueluche social de muitos franceses no verão, mas merece uma visita de todos. Uma ilha de chinelo no pé, com muita natureza e descontração, e pintada por cidades pitorescas e gentes amáveis.

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m maio de 2015, durante um churrasco de fim de semana entre amigos, lancei o repto: “E se pegássemos nos Jeeps e fossemos à Córsega em expedição?”. A ideia foi imediatamente bem acolhida e assim começou o planeamento desta aventura de 7.500km: escolher datas, comprar bilhetes de ferry, fazer revisões das viaturas, preparar logística de tendas e afins. Escolhemos os primeiros dez dias de setembro, e lembro-me de arrancarmos de manhã cedo pois ia estar um dia quente, e atravessar Espanha com calor é puxado para as máquinas. Pela hora de almoço estávamos em Madrid, recordo-me de comer uma bem condimentada Fabada, e de estarem 42º. De volta à estrada, e às 21h já tínhamos atravessado a fronteira com a França, onde dormimos em Perpignan. No dia seguinte, de volta à estrada com o nascer do sol, e às 15h chegámos a Toulon onde apanhámos o ferry para Ajaccio. Viagem muito agradável que nos permitiu rever itinerários e atividades previstas para os próximos nove dias, enquanto bebíamos umas Super Bock geladas, que levámos em arcas 122  FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

frigoríficas, não fossem as opções locais do néctar de malte revelarem-se desadequadas para o nosso palato! A Córsega foi italiana até 1768, altura em que a França invadiu a ilha, e desde então é considerada território francês, apesar da extraordinária independência e resiliência dos nativos em relação a esse facto, como atesta o facto de insistirem orgulhosamente no dialeto local, o Corsu. Foi, durante muito tempo, um entreposto de comércio de escravos oriundos do norte de África, e daí vem também, seguramente, o espírito guerreiro e o motto “souvent conquise jamais soumise” – “muitas vezes conquistada, jamais submetida”, numa tradução literal que, claramente fica aquém do espírito daquelas gentes, ou não fosse a terra natal de Napoleão Bonaparte… Falar da Córsega é falar de férias, natureza e liberdade, ainda para mais numa viagem como a nossa, três Jeeps em expedição à descoberta, com o mínimo de constrangimentos possíveis. Ou seja, se de repente estávamos numa estrada à beira mar e nos apetecia, encostávamos as máquinas, mergulhávamos e eventualmente fazíamos um

picnic. Foram assim aqueles nove dias, uma autêntica chatice!

RESERVA NATURAL

A gastronomia é rica, mas surpreendentemente pobre em peixe; as frotas pesqueiras arrasaram o Mediterrâneo nas últimas décadas e o peixe desapareceu quase totalmente, o que é instintivamente estranho quando estamos numa ilha, mas se compreende, pois aquele mar é quase um lago gigante com pequenas ligações a outros mares. As famosas Copas (espécie de salpicão com pimenta preta) são absolutamente deliciosas e fazem parte da dieta diária dos locais, bem como saladas variadas e, claro…queijo, beaucoup de fromáge! Dois terços do território são reserva natural, tem montanhas com 1.200 metros de altura, nascentes, cascatas e florestas esplendorosas, o que torna normalíssimos os encontros com todos os tipos de animais a passear pelas estradas do interior: porcos, cabras, vacas e até javalis! Claro que nativos e turistas respeitam totalmente a vida selvagem e não existem pastores, pois todos conhecem os seus animais e ninguém se atreve a roubar uma galinha


Dois terços do território da Ilha são reserva natural; tem montanhas com 1.200 metros de altura, nascentes, cascatas e florestas esplendorosas. As praias são deslumbrantes, mas também há uma cultura riquíssima por descobrir.

quanto mais um porco, (não esquecer que as desavenças com vizinhos tradicionalmente se resolvem com espingardas ou navalhas, o que explica a estranha descontração com o fenómeno). As praias são maravilhosas e recordo-me que a água andava pelos 26ºC, o que nos permitiu banhos pela noite dentro, pois a temperatura durante a noite raramente baixava dos 28ºC e sem vento…autêntico paraíso dos (muitos) mosquitos, pois tinham à sua disposição centenas de milhares de apetitosos turistas para se banquetearem noite dentro. Ajaccio, Bastia, Bonifacio com o seu porto repleto de veleiros. Sarténe no meio das serras… há de tudo, para todos os gostos! Riquíssima em história e cultura, é um destino que recomendo, especialmente para quem gosta de aventura, férias de havaianas e disfrutar da beleza natural que a ilha tem para oferecer. As cidades são muito pitorescas, refletindo a natureza calorosa e hospitaleira daquele povo, que invariavelmente, entre junho e agosto, é todos os anos invadido pela coqueluche social francesa e de outros países. Atrevam-se! Vão gostar. JANEIRO E FEVEREIRO  I  FUNDSPEOPLE 123


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