Cana
Comportamento diferenciado A importância de determinar como a cana-energia, cultivada para a produção de etanol de segunda geração (2G), reage à aplicação de herbicidas em relação a aspectos como fitotoxidade, altura e estande das plantas Fotos Venilton Bispo de Oliveira
A
cana-energia é o resultado de cruzamentos de híbridos comerciais de cana-de-açúcar com a espécie Saccharum spontaneum, dando origem a cultivares com maior perfilhamento e rusticidade, colmos mais finos, baixos teores de açúcares, elevados teores de fibras e potencial produtivo. Comercialmente, constitui a matéria-prima para fabricação de etanol de segunda geração (2G) ou cogeração de energia elétrica. O produto final (etanol ou energia elétrica) é fonte de energia renovável que contribui com a matriz energética nacional. Nesse sentido, os cultivos da cana-de-açúcar e da cana-energia no Brasil minimizam os problemas ambientais causados pelas fontes de energia não renováveis, geralmente oriundas do petróleo. Diante deste cenário, a cana-energia é uma das principais alternativas para o setor sucroenergético na geração de energia limpa com o uso da biomassa, por reduzir as emissões de CO2 durante seu ciclo de vida. A produção de cana-energia tem contribuído de forma crescente como mais uma opção de matéria-prima à geração de energia elétrica e à produção de etanol. No mercado, há poucas opções de cultivares de cana-energia, sendo a Vertix Tipo 1 e a Vertix Tipo 2 os primeiros materiais disponíveis. Segundo a Granbio (2018), esses materiais apresentam produtividade de 1,5 a 2 vezes maior que a cana-de-açúcar. Com isso, enquanto um canavial cultivado com cana-de-açúcar tem potencial de produtividade de 100t/ha, a cana-energia tem potencial entre 150t/ha e 200t/ha. Além da produtividade, há outras características a serem consideradas, como maior produção de fibras nos colmos. Os materiais de cana-energia produzem até 25% do peso dos colmos em fibra contra 15% da cana-de-açúcar. Ainda apresentam maior resistência a doenças, maior longevidade de soqueiras (oito anos a dez anos) e se adaptam em ambientes de produção menos favoráveis aos cultivos (ambientes restritivos). Mesmo sendo cultivadas em ambientes edafoclimáticos restritos à produção agrícola (denominados D e E, segundo Prado, 2018) os materiais de cana-energia
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Fevereiro 2020 • www.revistacultivar.com.br