REVISTA ORIENTE OCIDENTE - IIM MACAU - N. 37 2020

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Quando os extremos se tocam: Portugal na Faixa e Rota chinesa Paulo Duarte1 Professor Auxiliar na Universidade Lusófona do Porto e Professor Auxiliar Convidado na Universidade do Minho. Especialista na Belt and Road Initiative (Faixa e Rota chinesa)

Fonte: https://jtm.com.mo/local/acentuar-de-uma-logica-comercial/

Introdução Falar da China em Portugal deixou de ser exceção à regra para se converter, cada vez mais, numa regra sem exceção. Na verdade, longe vão os tempos em que os jornalistas estrangeiros me surpreendiam com os seus telefonemas ou e-mails, desejosos de saber o que pretende a China em Estremoz, ou em qualquer

outro ponto relativamente recôndito de Portugal (pelo menos no entendimento de um português). Por um lado, procurei habituar-me a olhar para Portugal como um chinês. Com efeito, na perspetiva de um chinês, não existem lugares remotos num pequeno país como o nosso, considerando que uma cidade chinesa, como Wuhan, possui mais habitantes que

Portugal inteiro. Tudo é perto em Portugal para um chinês, de tal modo que investir em Sines, em Bragança, em Alcoutim, Lisboa, Porto ou em muitos outros locais, é mera questão de ângulo porque, ao fim ao cabo, se trata de um território minúsculo quando comparado a uma China demográfica, territorial, económica, cultural e socialmente incomensurável

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O autor agradece ao Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho e à Professora Doutora Laura Ferreira-Pereira o apoio no seu percurso académico.

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