INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA
PORTO DE RIO GRANDE JÁ PODE RECEBER OS MAIORES NAVIOS DO MUNDO Para alcançar um calado operacional de 15 metros no chamado canal interno, foram removidos mais de 16 milhões de metros cúbicos de sedimentos
www.informativodospor tos.com.br
No evento, Eduardo Leite afirmou que o próximo plano para o porto é atender a uma demanda histórica de investidores: tornar a dragagem permanente. “Já estamos trabalhando para evitar que aconteça o assoreamento do canal, regredindo na capacidade de cargas. Estamos montando um termo de referência para que, no primeiro semestre do ano que vem, possamos começar a fazer um investimento de até R$ 40 milhões anuais em dragagem, garantindo permanentemente as cargas dos navios que chegam e saem do estado”, afirmou. Segundo o superintendente dos Portos do Rio Grande do Sul, Fernando Estima, com a homologação, será possível garantir fretes mais baratos e seguros, o que atrairá armadores internacionais e mais cargas. “O Porto de Rio Grande se reposiciona como um dos principais portos do Brasil, não só pela infraestrutura que construiu, mas agora pela certificação que ganha com a homologação”, afirmou. CARGAS EM RIO GRANDE
Após dois anos de obras e um investimento federal de R$ 500 milhões, o Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, está apto a receber superembarcações de até 366 metros de comprimento – tamanho dos maiores navios do mundo. Em cerimônia que contou com a presença do governador Eduardo Leite, do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e de outras autoridades em Porto Alegre, o novo calado do Porto de Rio Grande está finalmente homologado.
Atualmente, passam pelos terminais privados que operam contêineres, granéis agrícolas, fertilizantes, cargas petrolíferas e petroquímicas no Porto de Rio Grande mais de 25% do PIB do Rio Grande do Sul, o equivalente a mais de 40 milhões de toneladas por ano, sendo que a capacidade instalada é de 50 milhões. Junho, por exemplo, foi o melhor mês da história de Rio Grande, que, pela primeira vez, movimentou mais de 4,4 milhões de toneladas. Além disso, mesmo com a pandemia, o primeiro semestre foi o segundo melhor em total de cargas, chegando a 19,9 milhões de toneladas, valor 6,97% superior ao mesmo período de 2019.
Para alcançar um calado operacional de 15 metros no chamado canal interno – onde estão os terminais portuários mais importantes e com o maior fluxo de cargas – foram removidos mais de 16 milhões de metros cúbicos de sedimentos. A profundidade, que era de 14,2 metros, agora é de 16,5 metros. Com isso, a capacidade de movimentação passa a atender aos padrões internacionais de navegação, podendo receber embarcações de até 366 metros – uma diferença de 29 metros em relação à capacidade anterior, de 337 metros.
Para o secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni, a homologação chega em excelente momento, justamente quando se discute o aumento da navegação do país, a partir de projetos como o BR do Mar, de incentivo à cabotagem. “É importantíssimo que a gente tenha portos com porte, com condições, inclusive de serem grandes concentradores de carga. E por que não considerar o Porto de Rio Grande como um porto concentrador da região Sul do país, inclusive do Mercosul?”, completou. n 27