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GESTÃO
Junho 2022
Agir mais motivado pela razão do que pela emoção, tem contribuído para a contabilidade Milzíade da G2S destacou que as atividades das empresas do Agro têm um impacto ambiental muito grande e muitas ações vêm sendo desenvolvidas neste sentido. O problema, segundo ele, é que muitas vezes essas questões não são trabalhadas de forma integrada.“As nossas usinas vêm cada dia mais maxi− mizando o uso de recursos e aprovei− tamento de resíduos. A questão da po− luição já enfrentamos há muitos anos e essas questões estão sendo mitigadas ou até eliminadas. Na questão social, da mesma forma que a ambiental muito tem sido feito, só que não de forma integrada. Temos as questões do im− pacto das nossas atividades na comu− nidade, questões de saúde e segurança, sempre muito visadas com relação aos direitos dos trabalhadores. Na questão da governança o que que se olha um pouco mais no deta− lhe, é que tudo nasceu com esse foco no direito dos acionistas, gestão de riscos, transparência do modo geral e mais recentemente nós temos traba− lhado muito nos Conselhos as ques− tões de corrupção ou anticorrupção”, informou. Para Pedro Mizutani um fator que tem corroborado para a impor− tância dos Conselhos nas empresas é que ao agir mais motivado pela razão do que pela emoção, tem contribuí− do para a contabilidade das empresas. “Os conselhos administrativos aju− dam nesse aspecto de tomada de de− cisões estratégicas, trazendo ainda na bagagem experiências vivenciadas em outras empresas”. Mizutani destaca ainda, a impor− tância da diversidade, e da participa− ção de jovens nos Conselhos. Com relação a longevidade do conselheiro, ele defende a permanência no posto por um período pré−determinado. “Um conselheiro não pode ser eter− no na empresa. Não pode ser conse− lheiro de 10 anos. O ideal é que ele permaneça três, no máximo quatro anos, porque você já deu a sua contri− buição na empresa. Ao final desse pe− ríodo o conselheiro deve buscar novos horizontes, sob o risco de ficar vicia− do naquele processo, e a empresa aca− ba não saindo do lugar. É preciso abrir espaço, dar oportunidade, para a vin− da de um novo conselheiro, que pos− sa lançar um novo olhar, ter uma ou− tra visão, que pode contribuir e ajudar a empresa. Portanto, estabelecer um período de atuação, é importante na formação dos Conselhos”. Dentro da questão da diversidade,
Jacyr Costa
Milzíade
Pedro Isamu Mizutani
Renato Gennaro
Josias Messias destaca que “um dos critérios de boas práticas, foi isso que o Pedro falou. A diversidade, não ape− nas do ponto de vista de sexo, de competências, mas também de per− cepções, ou seja, o Conselho é o lu− gar onde você pode reunir massa crí− tica, que se eventualmente menospre− zada, pode gerar risco estratégico. Messias lembra também algumas
boas práticas de transição, sugeridas pelo IBGC. “Se uma empresa é fami− liar, antes do Conselho de Adminis− tração seja formado um Conselho de Família, para separar aquilo que é pa− trimônio daquilo que é negócio, se− parar os papéis. Então dar o primeiro passo com um Conselho Consultivo, ao invés de ser um Conselho de Ad− ministração, já que não tem uma exi−
gência legal e você pode caminhar no sentido de criar um componente ca− talisador e não desagregador”. Para Jacyr Costa, as mudanças es− tão ocorrendo de uma maneira mui− to rápida e a gente vê com exemplos efeitos que não só o nosso setor sofre, mas o modo geral de toda a economia quando a guerra Rússia e Ucrânia eclodiu, modificando completamente o cenário. O nosso setor deixou de ser intensivo em mão de obra como era no passado, para ser hoje de acesso ao capital, e as informações que dão se− gurança para os investidores do mer− cado financeiro aceleraram a forma− ção de conselhos. “As mudanças que estão ocorrendo, a necessidade de acesso a capital que hoje passou a ser um fator competitivo muito impor− tante, visto a alta dos juros, você tem acesso ao capital mais competitivo, fundamental para que você tenha competitividade e perenidade dos seus negócios”, disse. “O que eu vejo hoje, quando vo− cê fala da vertente financeira, acaba acelerando esse processo de formação dos conselhos. As empresas têm o ob− jetivo de gerar lucratividade”, afirma Renato Gennaro. Um consenso entre os partici− pantes do webinar, é que essa transi− ção de gestão familiar para profissio− nal e implementação dos Conselhos Administrativos precisa ser acelerada. As usinas precisam ajustar seus siste− mas de governança corporativa, para que elas possam reagir a tempo, dian− te das pressões impostas pela socieda− de e também para obter e capturar benefícios financeiros e comerciais dessas pressões, evitando sofrer as consequências. Para Milzíade “as novas gerações pessoas aí na faixa e de seus 30, 35, 40 anos esse pessoal já vem com uma ideia diferente. O grande desafio é convencer as gerações anteriores da importância dos temas que nós esta− mos discutindo aqui”, disse. O conselheiro Jacyr Costa desta− cou também a evolução que o setor sucroenergético vem protagonizando nos últimos anos. “Há 50 anos atrás éramos produtores de açúcar, depois nos transformamos em produtores de açúcar e de etanol, biocombustível na década de 2.000 como bioeletricida− de. Hoje já está se falando do biogás. Nosso setor está cada vez mais susten− tável e hoje temos uma pluralidade de mercados. Nossa vocação é a vocação ambiental”.