Com produção em várias regiões
Granfer expandiu-se de Óbidos para o resto do país A Granfer é uma empresa familiar, sedeada em Óbidos, que se dedica à produção e comercialização de fruta. Em conversa com a Gazeta Rural, Daniel Ferreira, um dos responsáveis da empresa, diz que a pêra rocha esteve na origem “da nossa operação”, mas tem hoje produção de fruta em várias regiões do país. O setor, diz Daniel Ferreira, tem “muito para crescer em Portugal”, mas vive com algumas dificuldades “em recrutar trabalhadores, quer para o campo para quer a central”. Gazeta Rural (GR): São uma empresa familiar, que se dedica à produção, conservação e comercialização de fruta. Qual a realidade, hoje, do setor no concelho de Óbidos e na região? Daniel Ferreira (DF): A nossa empresa está estabelecida no concelho de Óbidos há mais de 30 anos. São aqui, de facto, as nossas raízes, tendo, contudo, desde há bastantes anos expandido a nossa produção para outras regiões de Portugal. Na região Oeste estamos presentes em seis concelhos. Mantemos no concelho de Óbidos o coração da operação, com a nossa central fruteira onde conservamos e embalamos toda a produção. 26
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GR: A pêra Rocha e a maçã são os vossos principais produtos, mas comercializam também fruta de outras regiões? Onde estão as vossas principais produções? DF: A pêra rocha constituiu a base no início da nossa operação, tendo rapidamente começado com a produção de maçã na região Oeste. Há data de hoje temos também produção de fruta de caroço no Alentejo, e uma produção multivarietal a ser instalada na Cova da Beira, com produção de pêras e várias variedades de caroço. Em parceria com a multinacional Westfalia, temos uma produção de larga escala de abacate no Litoral Alentejano. Temos um grande enfoque no mercado nacional, pois acreditamos que há muito para crescer em Portugal. GR: Quais os principais problemas que o setor hoje enfrenta? DF: Há dois grandes focos que nos preocupam atualmente. Por um lado, temos a questão laboral e dificuldade em recrutar trabalhadores quer para o campo para quer a central. A situação pandémica teve uma grande influência nesta questão ao dificultar a mobilidade de pessoas, nomeadamente dos países asiáticos para a Europa. Esta escassez de trabalhadores teve impacto na nossa operação e trará naturalmente uma pressão
adicional sobre o custo. Por outro lado, não só o nosso sector, como o mundo, temos a temática das alterações climáticas que tem um impacto crescente no sector e para o qual temos uma atitude mais pro-ativa do que re-ativa. Fizemos recentemente um grande investimento a nível das energias renováveis, com a instalação de painéis fotovoltaicos na nossa central, e temos também em curso programa de tracking e redução das nossas emissões de CO2. GR: Na apresentação da empresa dizem que surgiram para colmatar a ausência de infraestruturas de concentração e comercialização de frutas no concelho de Óbidos. Qual a realidade atual? DF: O concelho de Óbidos tem uma tradição agrícola grande, a par de toda a região Oeste. A situação atual é claramente muito diferente daquela que existia no passado, fruto de investimentos de empresas como a Granfer, que mudaram o panorama regional. GR: Para que zonas, ou mercados, escoam os vossos produtos, exportação incluída? DF: Estamos presentes nas grandes superfícies em Portugal, exportando também grandes volumes para o Brasil, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França - entre outros.