www.gazetarural.com 1 www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 416 | Periodicidade Quinzenal | 30 de Setembro de 2022 | Preço 4,00 Euros Uma maçã por dia… • Penalva do Castelo e Armamar promovem maçãs Bravo de Esmolfe e de Montanha • Festa das Adiafas celebra o fim das colheitas no Cadaval • Feira da Caça de Mértola mostra potencial do setor no concelho Fundão recebe I Feira de Inovação Agrícola
Campo da Feira, no Cadaval, recebe de 15 a 23 de outubro a Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve, evento que celebra o fim das colheitas e, ao mesmo tempo, homenageia as ancestrais tradições rurais do concelho. O certame “Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve” reúne gastronomia, exposições, espe táculos e atividades equestres.
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Execução
Agrícola
Ano XIX | N.º 416 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320
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a 4 e 5 de novembro 25 Produtores de vinho podem entregar declaração de produção até 30 de novembro 26 CVR do Dão e ASAE celebraram protocolo de cooperação 28 Cooperativa Vitivinícola do Pico com quebras até 60% na produção de vinho 29 Produtores de castanha admitem quebra de produção na região da Padrela 30 Vila Nova de Paiva quer atrair investimento estrangeiro e dos emigrantes 32 Agosto foi o melhor mês para a atividade turística no Centro de Portugal 33 CCDR Centro promove Catalisador Regional de Inovação na sub-região de Viseu 34 Plataforma “Termas 360º” une agentes do turismo em São Pedro Do Sul 35 Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo vai decorrer em Sever do Vouga 36 A Feira de São Mateus é “uma marca distintiva” na região e do país 38 Peças de artesãos de Viseu Dão Lafões valorizam o património imaterial da região O
FESTAS DA ADIAFAS CELEBRA FIM DA COLHEITA DAS FRUTAS E AS VINDIMAS
Freguesia de Carrapichana recebe Festival do Borrego Serra da Estrela
O município de Celorico da Beira vai organizar o XIV Festival do Borrego, nos dias 15 e 16 de outubro, com o objetivo de “valorizar, promover e comercializar o genuíno borrego Serra da Estrela DOP”.
O evento, a realizar na freguesia de Carrapichana, no concelho de Celorico da Beira, no distrito da Guarda, pretende “valorizar, promover e comercializar o genuíno borrego Serra da Estrela DOP [Denominação de Origem Protegida], um dos maiores e mais emblemáticos tesouros da ruralidade celoricense, bem como divulgar a sua utilização na gastronomia local”, segundo a autarquia.
“De qualidade ímpar, esta carne [de borrego Serra da Estrela DOP] pode ser confecionada de diversas maneiras, resultando sempre pratos de sabor inigua lável, fruto da alimentação à base de leite materno, carregado de aromas e propriedades, que tornam a carne tenra e de cor clara”, referiu o município, em comunicado. O borrego Serra da Estrela DOP é um produto endógeno, cuja carne é proveniente de bor regos filhos de ovelhas típicas da região.
O XIV Festival do Borrego de Celorico da Beira inclui uma feira de artesanato e produtos da terra,
um leilão de borrego Serra da Estrela DOP, tasquinhas, prova de vinhos, degustações, animação, concertos, oficinas, ativi dades desportivas e culturais.
“Sendo o borrego o rei da festa e a atração principal”, a or ganização adiantou que durante o certame, o visitante “pode rá deliciar-se com esta iguaria no recinto da feira ou adquiri-lo no tradicional leilão e levá-lo para casa”.
Segundo a autarquia de Celorico da Beira, presidida por Car los Ascensão, o Festival do Borrego “é apenas o mote para uma visita a Celorico da Beira, Capital do Queijo Serra da Estrela e região por excelência de criação de borrego”. “São muitos e va riados os motivos para uma visita: gastronomia, história, patri mónio arquitetónico, cultura, tradição, etc.. No entanto, nesta época do ano, as deslumbrantes paisagens de montanha, enga lanada com o seu manto pintado de tons dourados, castanhos, verdes, vermelhos e amarelos, por si só, justificam uma vista”, concluiu.
Para impulsionar a utilização do borrego Serra da Estrela DOP na cozinha local, nomeadamente através da sua colocação nos cardápios dos restaurantes, o município de Celorico da Beira tam bém vai levar a efeito, entre 17 e 23 de outubro, a Semana Gastro nómica do Borrego Raça Bordaleira, nos restaurantes do concelho aderentes.
O XIV Festival do Borrego que está agendado para a freguesia de Carrapichana é promovido pela Câmara Municipal de Celorico da Beira em colaboração com a Junta de Freguesia local e a Estrela coop – Cooperativa Produtores de Queijo Serra da Estrela.
Celorico da Beira faz parte da região demarcada de produção do Queijo Serra da Estrela que também abrange os municípios de Car regal do Sal, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu.
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No Município de Celorico da Beira, nos dias 15 e 16 de outubro
Boticas vai receber a edição 2023 da Feira Gastronómica do Porco de 12 a 15 de janeiro de 2023, que celebra as bodas de prata. A data foi acertada após reunião da autarquia com os produtores de fumeiro.
Feira Gastronómica do Porco de Boticas realiza-se de 12 a 15 de janeiro de 2023
O Salão Nobre dos Paços do Concelho acolheu uma reunião entre a Câmara Municipal de Boticas e os produtores de fumeiro que participarão na Feira Gastronómica do Porco. O encontro permitiu acertar pormenores sobre a vigésima quinta edição do certame, que decorrerá de 12 a 15 de janeiro de 2023.
À semelhança do que aconteceu antes da pandemia de Co vid-19, que obrigou à suspensão da realização presencial das duas últimas edições, a feira terá a duração de quatro dias, decorrendo de quinta-feira a domingo, no Pavilhão Multiu sos de Boticas e mantendo os horários.
O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, disse que os Concursos de Melhor Chouriça e de Melhor Sal picão também farão parte do programa da próxima a feira. Além disso, o autarca informou ainda que plataforma de venda online “Boticas Tem”, criada em 2021 para ajudar os produtores a escoarem o fumeiro e enchidos produzidos para a feira e que teve grande recetividade por parte dos consumidores, estará também em funcionamento nesta edição do certame. Desta forma, os interessados pode rão adquirir os produtos do Concelho de Boticas de forma prática, rápida e a partir de qualquer zona do país e até do estrangeiro.
“Em 2023 completam-se 25 anos de Feira do Porco, certame que promove o que de melhor há e se faz no Concelho de Boticas e na região do Barroso, classificada como Património Agrícola Mundial. Nesse sentido, pre tendemos que a feira do próximo ano decorra de forma presencial e que traga o merecido retorno económico aos produtores de fumeiro”, referiu Fernando Queiro ga. O autarca acrescentou ainda que “a qualidade dos produtos já é a imagem de marca da Feira do Porco de Boticas, por isso continuamos focados em dinami zar a nossa terra, atrair mais visitantes e promover os nossos produtos endógenos, contando, para tal, com o importante contributo dos produtores de fumeiro, peça fundamental para o sucesso do certame”. A par disto, o Município de Boticas vai continuar a compar ticipar os custos relativos ao abate dos porcos des tinados para a feira, desde que este seja realizado no Matadouro Regional do Barroso.
www.gazetarural.com 5 Após reunião da autarquia com os produtores
Feira de Castro Verde mostra o melhor do mundo rural do concelho
Naquele fim-de-semana e, paralelamente à animação da própria Feira, a Câmara de Castro Verde dinamiza um programa cultural que arranca no dia 14, pelas 18 horas, com a abertura da Feira de Produtos Locais, na Rua Fialho de Almeida, e animação de rua com o grupo Next Combo, às 18 e às 21 horas, na Praça da República e ruas da Feira.
À noite, a Praça da República é palco para diferentes con certos. Após o espetáculo com o popular José Malhoa, pelas 22 horas, sobe ao palco o músico “Mizzy Miles” (23,30 horas), para um concerto que promete muita animação.
No sábado, 15 de outubro, há animação de rua com o grupo PorBatuka, às 11 e às 15 horas; o III Encontro de Castrenses na Diáspora, pelas 12,30 horas, na EB2,3 Dr. António Francis co Colaço, que tem como objetivo reunir num almoço-conví vio, os castrenses que vivem fora do concelho.
Sábado, na Praça da República, o grupo “Sangre Ibérico” (22 horas) e o projeto “Route N2” (23,30 horas) são os des taques do programa de animação. A partir da 1 horas, cabe ao DJ Pedro Simões (RFM/FridayBoyz) animar o público presente. No domingo, 16 de outubro, Castro Verde recebe o programa “Somos Portugal” da TVI, a partir das 14 horas, junto à Igreja dos Remédios.
Paralelamente e, ao longo dos três dias, há outras inicia tivas a decorrer no âmbito do programa cultural da Feira de Castro, como o já habitual Desfile de Corais, que este ano conta com a participação de cinco grupos; o Encon tro de Tocadores de Viola Campaniça, Cante ao Despique e Baldão, que assinala a sua trigésima edição; Folclore Algarvio, com o Rancho Folclórico do Algoz, e a Feira de
A Feira de Castro 2022 está de regresso, após dois anos de pandemia. A maior e mais emblemática feira tradicional do Sul do país e ponto de encontro e de convívio entre familiares e amigos, comerciantes e fregueses, está de regresso nos dias 14, 15 e 16 de outubro.
Aves, promovida pelo Clube Ornitológico de Castro Ver de.
Instituída por Filipe II, em 1620, em resposta a uma solicitação feita pelos moradores do concelho que pre tendiam obter, com o rendimento dos terrádegos (im posto sobre o terreno ocupado pelas barracas e tendas dos feirantes), os fundos necessários à reconstrução da Igreja das Chagas do Salvador (ou Igreja de Nossa Senho ra dos Remédios), a Feira de Castro depressa se tornou a principal feira do sul, primeiro de gado, depois de mil e uma mercadorias, manufaturas e produtos da terra, ani mando o comércio local e regional.
Durante três dias e encerrando, invariavelmente, numa tradição que se perpetua no terceiro domingo de outubro, que originou o dito popular de “tão certo como a Feira de Castro”, a feira mantém vivos alguns elos com o passado, desde o tradicional arraial de gado à venda dos produtos do pequeno comércio e da indústria familiar, das mantas de lã aos queijos, dos frutos secos aos artefactos da latoaria, das quinquilharias às loiças de barro, das alfaias agrícolas ao mobiliário rústico.
Com o passar dos tempos, a feira acabou por se moldar às exigências do presente e aos ditames da modernidade, tanto no comércio como na indústria do lazer e do divertimento. Po rém, continua a mesma no apelo que faz ao convívio, à troca e ao encontro.
Paralelamente à animação da própria feira, é dinamizado um conjunto de iniciativas que têm como referência o valorizar da tradição e do património cultural da região, merecendo desta que o desfile de corais Planície a Cantar ou o Encontro de Toca dores de Viola Campaniça e Cantadores de Despique e Baldão
Decorre nos dias 14, 15 e 16 de outubro
próximo dia 9 de outubro, em Penalva do Castelo
Isabel Ferreira inaugura a Feira da Maça Bravo de Esmolfe 2022
A Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, inaugura a XXVI Feira da Maça Bravo de Esmolfe, que vai decorrer no Largo de Santo Ildefonso, em Esmolfe, no concelho de Penalva do Castelo, no próximo dia 9 de outubro.
O presidente das Câmara de Penalva do Castelo, em conversa com a Gazeta Rural, diz que a edição deste ano marca “o regresso à normalidade” deste evento, no pós-pandemia. Francisco Carvalho adiantou que este ano haverá uma alteração significativa, com a cerimónia de abertura a decorrer antes da visita aos stands. Do programa o autarca destaca o Concurso Delícia de Maçã Bravo de Esmolfe e a atuação de Au gusto Canário & Amigos. Francisco Carvalho abor dou também a questão da água, considerando ur gente o desassoreamento da barragem de Fagilde.
Gazeta Rural (GR): Há novidades na Feira da Maçã Bravo de Esmolfe deste ano?
Francisco Carvalho (FC): A feira será inaugurada pela senho ra Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, e, na edição deste ano, retomamos o certame nos mes mos moldes de antes da pandemia. Contamos também com a presença do presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, bem como diversos presidentes de câmara da região, entre outras entidades a quem endereçamos o convite para es tarem presentes. Este ano a cerimónia de abertura está marcada para as 10 horas, antes da visita aos standes, ao contrário do que acontecia anteriormente.
Quanto ao programa do evento, destaco o Concurso Delícia de Maçã Bravo de Esmolfe, que foi interrompido devido á pandemia, e a atuação de Augusto Canário & Amigos.
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No
GR: O número de expositores será o mesmo de edições anteriores?
FC: Sim. Para além dos produtores de maçã, marcarão presença as nossas associações, com os seus produtos, os nossos produtores de vinho, en chidos, queijo e outros. Esperamos que muitas pes soas nos visitem e seja um grande dia de promoção da maçã Bravo de Esmolfe, mas também dos nossos produtos locais e de Penalva do Castelo. Penso que será uma grande festa.
“A produção, na generalidade, será igual a anos anteriores”
GR: O que tem ouvido dos produtores quanto à pro dução deste ano?
FC: Há diferentes versões. Há produtores que me di zem que não têm quebra de produção, enquanto outros dizem que, devido à seca, o calibre da maçã é mais pe queno. Há dias levei duas caixas de maçã para Lisboa e a qualidade, o calibre e o sabor eram iguais a anos ante riores. Diria que a produção, na generalidade, será igual a anos anteriores.
“O desassoreamento da Barragem de Fagilde é uma obra urgente”
GR: Esta situação da água é um problema global. Enquanto autarca de uma câmara do interior, como olha para esta questão?
FC: A questão da água foi uma das nossas prioridades desde o início do mandato. Sabíamos que se não fizéssemos nada que alterasse a situação nos cursos de água do nosso concelho iria mos cair na situação de crise que estamos a viver. Ainda bem que Penalva do Castelo, há nove anos, encetou uma política diferente relativamente à água.
Neste momento, entre recuperações e novas construções, te mos 10 açudes nos rios Dão e Coja, porque sabíamos que as al terações climáticas não eram um assunto para cientistas, pois já as sentíamos nessa altura. Aliás, os efeitos das alterações climá ticas neste território já têm muito mais de uma década. Portan to, em números gerais, o atual executivo autárquico já gastou cerca de 800 mil euros do orçamento municipal, sem qualquer ajuda comunitária, porque percebemos que a situação iria con vergir para o momento que vivemos. Há um maior consumo de água, pois os hábitos das pessoas foram alterados. As famílias atualmente, como o mesmo agregado familiar, gastam mais 50% de água que há uma década.
GR: Muito se falou este verão na questão da água. Qual é a situação neste momento?
FC: Na questão da água, segundo informações que re cebi há alguns dias, é que a Barragem de Fagilde baixou a cota de armazenamento de forma significativa, o que é preocupante, não apenas para o concelho de Penalva do Castelo, mas para os cinco municípios por ela servidos.
Recentemente fiz uma visita a alguns açudes no con celho de Penalva que têm alguns problemas no armaze namento de água, um deles no rio Dão, que está ainda nos limites normais, mas tem uma fissura e está a perder água, que não se perde, pois ou fica na captação seguinte ou vai para a barragem de Fagilde.
Na região a população está concentrada em Viseu, em pri meiro lugar, e em Mangualde. Os outros concelhos servidos pela Barragem de Fagilde (Nelas, Penalva do Castelo e Sátão) estão a perder população. O consumo de água no concelho de Viseu aumentou de forma significativa.
A barragem de Fagilde, e na altura os técnicos não me ou viram, precisa de ser desassoreada. Aumentaram a cota de armazenamento de água, com a colocação de ensecadei ras, mas, entretanto, a barragem vai diminuindo a sua capa cidade de armazenamento, com a sedimentação das areias e outros detritos no fundo. Portanto, hoje, provavelmente a quantidade de água armazenada na barragem será bastan te inferior ao que é espectável.
Em princípio, a água que está armazenada naquele açude dá-nos alguma tranquilidade. Contudo, se tivéssemos uma Estação de Tratamento de Água (ETA) no rio Coja, que estará concluída no próximo ano, estaríamos ainda mais tranquilos, pois teríamos água potável nos rios Dão e Coja. Se a ETA do rio Coja já estivesse concluída, permitia-nos esvaziar o açude do rio Dão e proceder à sua reparação, o que deverá acontecer no ano que vem.
O desassoreamento deveria ter sido feito em 2017 e este ano já se deveria ter começado com esses trabalhos. Bas ta ir às margens da barragem para perceber que esta obra é necessária. Se isso for feito, a capacidade de armaze namento de água da barragem será significativamente maior. De outro modo, continuamos a adiar o problema.
Fala-se numa nova barragem, mas por mais vontade que o governo tenha na sua construção, nem daqui a oito anos estará pronta. E até lá?
Feira da Maçã mostra as potencialidades do setor primário de Armamar
Armamar vai receber, de 14 a 16 de outubro, a edição 2022 da Feira da Maçã. Com um programa muito atrativo, o certame contará com mais de uma centena de expositores, mas, e especialmente, à espera de muitos visitantes. A fei ra tem na maçã a ‘Rainha’ da festa, mas é também uma mostra das potencialidades do setor primário do concelho, onde o turismo ganha cada vez maior importância.
A vereadora da Câmara de Armamar, Carla Damião, responsável pela organização da Feira da Maçã, diz que a produção de maçã “é um fator estruturante para a economia do concelho”, numa altura em que aumenta a área de produção no concelho e na região. Porém, salienta o aumento de produção de outros frutos, como a cereja, que já representa uma fatia significativa na economia de Armamar.
Gazeta Rural (GR): Num verão em que os vários eventos foram muito participados, que expetativa tem para a Feira da Maçã?
Carla Damião (CD): De facto, o pós-pandemia veio trazer isso a todos os eventos, porque as pes
soas estavam ávidas de sair, de conviver e mudar as rotinas do isolamento, e foram todos um sucesso. Nós começámos pelo ano de 2021, que superou as nossas expectativas, num certa me muito bonito e participado. Felizmente não tivemos qual quer problema com algum surto, pois cumprimos, com algum rigor, planos de contingência e normas de segurança. O evento foi um sucesso, pelo que estamos imbuídos desse espírito para a edição deste ano, que esperamos seja muito participada. Esta mos a falar no fim das colheitas e os nossos fruticultores e vitivi nicultores também precisam de um momento de descontração e laser para aliviar o ‘boom’ de trabalho, nesta altura do ano. Além disso, é importante dar notoriedade e fazer a festa daqueles que são os nossos produtos estratégicos, no fundo o móbil da eco nomia do nosso concelho. A juntar a isto, temos um cartaz ‘sim pático’, pelo que estou convencida de que as pessoas vão aderir à nossa festa. Um desses barómetros é o número de inscrições para expositores, que ultrapassa uma centena.
“Produção de cereja começa a ser muito expressiva e já tem impacto na nossa economia”
GR: Tem havido um crescimento de novas plantações no conce lho e na região. Já muito se falou da importância económica que a produção de maçã tem para o concelho. Qual é realidade atual?
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De 14 a 16 de outubro
CD: É, de facto, estruturante para a economia do concelho. A área de produção tem vindo a aumen tar, graças, no fundo, às condições edafoclimáti cas que temos no concelho. Na zona do planalto continuam a proliferar as surribas e as plantações. Assistimos não só ao aumento de área dos atuais fruticultores, como o surgimento de novos produ tores, muitos deles de segunda e terceira geração, o que é interessante e ilustrativo daquilo que tem sido a aposta dos nossos agricultores.
Muita desta área de expansão não é só de maçã, mas de outros frutos. Por exemplo, a produção de cereja começa a ser muito expressiva. Devo dizer-lhe que, neste momento, é mobilizadora e tem já impacto na nossa economia.
“Não temos a água que necessitamos para a agricultura e consumo humano”
água, Armamar tem a barragem de Temilobos, mas há muito que na região se reclama uma nova barragem?
CD: É verdade. Reivindicamos todos, já há algum tempo, estru turas de reservatório de água, pois elas são absolutamente neces sárias e estratégicas. Os novos pomares, a forma de condução das árvores, os porta-enxertos, em resumo o sistema de produção que neste momento é adotado pelos nossos agricultores, implica um grande consumo de água, que é utilizada inclusivamente para ser veículo de hidratação da planta, mas também de alguns nutrientes e componentes necessários para o aumento da produção e me lhoria da qualidade do fruto. Portanto, a água é absolutamente essencial.
GR: A Feira da Maçã realiza-se num ano difícil, em que há uma quebra de produção?
CD: É um facto que nos deixa tristes, porque as condi ções climatéricas e a repercussão que elas têm na cul tura, foi sempre uma constante e os agricultores já estão habituados, mas depois toca-lhes diretamente no bolso, quando temos granizos ou escassez de água. Porém, este ano, pese embora a diminuição ligeira da produção, pode mos considerar que os calibres são ‘simpáticos’
GR: Este é um ano marcado pela seca. No que toca à
A barragem de Temilobos, que numa fase inicial foi pensada para o projeto agrícola do fundo do concelho, neste momento tem como prioridade, e também o é, o abastecimento das popu lações. Isto deixa-nos reféns daquilo que são as cotas e da capa cidade de utilização. Quero dizer com isto que não dispomos da água que necessitamos. Depois, também é um facto, a barra gem de Temilobos apenas dá resposta a uma parte do concelho, não cobre a totalidade da área do município e as necessidades dos nossos agricultores.
Já têm sido desenhadas outras soluções, inclusive o muni cípio fez já uma aposta na elaboração de um estudo para am pliação da capacidade de rega da barragem de Temilobos e a construção de outros reservatórios, mas tem estado parado. Estamos à espera do que são as oportunidades de financia mento e as diretrizes do governo central para apostarmos, no fundo, nestas soluções. Estamos empenhadíssimos e temos tudo preparado, em articulação com a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Aguardamos.
Feira da Caça de Mértola mostra potencial do setor no concelho
O pavilhão multiusos Expo Mértola recebe de 21 a 23 de outubro a XIII Feira da Caça, evento que pretende celebrar e promover o património cinegético de Mértola e as suas potenciali dades turísticas e económicas.
A Feira da Caça é uma referência a nível nacional e a autarquia de Mértola, nesta retoma à normalidade, está “a preparar um evento ainda maior e mais bem organizado”, como afirmou o presidente da Câmara à Gazeta Rural. Mário Tomé está apostado na promoção e atração do evento, este ano com a novidade de uma demonstração de fauna viva, “já de alguma dimen são e com a qual queremos dar um simbolismo ainda maior à Feira da Caça”.
Gazeta Rural (GR): Que expetativas tem para a
feira deste ano, tendo em conta o pós-pandemia e o período de seca que vivemos?
Mário José Santos Tomé (MJST): Estamos ansiosos pela rea lização da feira e as expectativas são as melhores e as maiores. A Feira da Caça é, há muito tempo, um dos eventos mais importan tes para o nosso concelho, pois transporta muito daquilo que é a nossa imagem, a nossa dimensão e o nosso património natural e isto é fantástico.
Infelizmente nos dois últimos anos, devido à pandemia, realizá mos o evento com muitas restrições, pelo que a edição este ano é o retomar da normalidade. E porque o queremos fazer com pompa e circunstância, e digo-o de forma propositada, estamos a preparar um evento ainda maior, mais bem organizado, com uma variante muito interessante, que irá criar grande expectativa nos visitantes, que é uma demonstração de fauna viva, já de alguma dimensão e com a qual queremos dar um simbolismo ainda maior à Feira da Caça de Mértola.
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A realizar de 21 a 23 de outubro, no pavilhão Multiusos
GR: O que representa o setor da caça em termos económicos para o concelho?
(MJST): Pesa muito, desde logo de forma direta na hotelaria e restauração, mas também naquilo que é a vertente económica do setor, desde logo com a inter venção privada neste processo, mas também naquilo que é indireto. O visitante não passa por Mértola apenas uma vez, retém aquilo que são as suas diversas dimen sões, desde logo históricas e culturais, mas também o nosso património natural, que valorizamos muito e que damos a conhecer com o setor da caça. Estas são as variáveis económicas indiretas. A Feira da Caça é uma das variáveis que dá substância a tudo isto, ou seja, que ajuda às diversas dimensões que Mértola oferece, o que é a sua especificidade única, e que depois nos transporta para outra dimensão, nesta capacidade de captar visita ção que o concelho oferece, com impacto indireto no nos so desenvolvimento económico.
GR: Importa salientar, também, a sustentabilidade do território?
(MJST): Claro que sim, não só de sustentabilidade econó mica, mas também, e principalmente, ambiental. Nós não encaramos a cinegética como uma prática básica, como al guns a olham ou a querem fazer passar, na lógica do abate do animal. A caça é muito mais que isso.
A prática da cinegética em Mértola, com evidências práti cas no terreno, é a regeneração de ecossistemas e é cuidar do meio ambiente e do nosso património natural. Isto é muito importante para o concelho, que é a valorização e preserva ção daquilo que é o nosso património natural e das suas ca racterísticas únicas, enquanto território.
GR: A caça está diretamente ligada à gastronomia. O que tem feito a autarquia para promover os diferentes produtos e pratos associados?
internacional. Mértola foi, do ponto de vista histórico, um sí tio com uma dimensão muito grande. Depois, naquilo que é a evolução histórica da sociedade, perdeu essa dimensão e hoje foi-se reinventando e, em muitos primas, já tem essa capacidade.
Em determinado momento, a grande alavanca de desen volvimento e a componente estratégia de Mértola passava pelo seu património histórico, com a promoção, divulgação e aproveitamento do mesmo para esse nível. Tudo isto está num patamar de maturação muito bom, que transportou o nosso concelho para os níveis de promoção que todos conhecemos. Fomo-nos direcionando para este patrimó nio natural, preservado nas suas gentes, para o potenciar e para o cuidar.
(MJST): Entre outras coisas, na feira há um conjunto de eventos associados à componente da cinegética. A restauração tem uma ementa direcionada para esse efeito e o município dá apoios diversos a esse nível, patrocinando uma parte da imagem da restauração relacionada com a caça. Na vertente gastronó mica, no programa da feira constam dois workshops com vista à promoção dos pratos associados à caça.
GR: Olhando para o concelho. O que é hoje Mértola?
(MJST): É um concelho que tem tido a capacidade de se rein ventar e de se afirmar no panorama nacional e, nalguns casos,
Recentemente, a comissária Europeia Elisa Ferreira es teve presente no início da obra do centro de investigação, valorização e de transferência de tecnologia, denomi nado Estação Biológica de Mértola, que estamos a de senvolver numa parceria com a Universidade do Porto, o que diz muito da nossa estratégia de valorização do património natural e da nossa biodiversidade.
GR: E o setor primário no concelho?
(MJST): O setor primário tem sabido reinventar-se e ter a sua capacidade de se adaptar àquilo que são as características muito difíceis do concelho e dar o seu contributo para o desenvolvimento coletivo do nosso território.
Festa das Adiafas celebra o fim da colheita da fruta e das vindimas
O Campo da Feira, no Cadaval, recebe de 15 a 23 de outubro a Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve, evento que celebra o fim das colheitas e, ao mesmo tempo, homenageia as ancestrais tradições rurais do concelho.
O certame “Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve” reúne gastronomia, exposições, espetácu los e atividades equestres. A isto, juntam-se diversos espaços de conversa acerca do setor produtivo, bem como o anual Concurso de Vinhos Leves de Lisboa.
O termo “adiafa” significa, o tradicional banquete que os anti gos proprietários vinhateiros ofereciam, em tempos remotos, aos seus trabalhadores no fim de cada ano de campanha, pretenden do festejar o final das colheitas ou agraciar o ano agrícola. A pas sagem para o plural do termo, em 2002, por parte do município, destinou-se a abarcar a celebração de outras “adiafas”, nomea damente a da colheita frutícola, a par das restantes vertentes da economia local.
Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara do Cadaval diz que este ano foi reforçado “o programa de animação nos dias de menor afluência do público”, de forma a atrair mais visitantes nesses dias. No que às colheitas diz respeito, José Bernardo Nunes
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No Cadaval, de 15 a 23 de outubro
com eventos a acontecer em paralelo, essencialmente aos fins de semana. Por isso as expetativas são altas.
GR: O que representa este evento para o concelho?
JBN: Este evento tem um significado muito especial para nós, pois a Adiafa é uma tradição muito forte no concelho e na região, pois significa, para o mundo rural onde nos inserimos, o culminar de um ano de trabalho com a colheita das frutas e as vindimas.
No fundo é a celebração de uma etapa que termina e a partida para um novo ciclo que se inicia agora e que voltará a ver o seu fim com a colheita seguinte. É o ciclo da natureza. Do ponto de vista social é muito importante, porque conjuga esta vertente das tradições com a vertente económica, sendo também um momento de reunião dos principais atores econó micos locais e de apresentação de serviços e novidades.
GR: Dado que esta festa é o culminar do final das colheitas, como foi o ano agrícola no concelho e quais as maiores dificuldades que atravessou?
mostra-se preocupado, pois “a qualidade da fruta é ele vada”, mas de “menor calibre e com uma quebra de pro dução significativa”. Quanto ao vinho, “será decerto um ano de boa qualidade, mas as quantidades vão influenciar negativamente o rendimento dos produtores”, sustenta o autarca.
JBN: Como é sabido, devido essencialmente às condições meteorológicas, nomeadamente à falta de chuva e a alguns dias de picos de calor, as colheitas foram afetadas negativa mente o que se traduziu em menor quantidade de fruta, cer ca de metade do ano passado, e menor quantidade de uvas. Para além do clima, o ano agrícola foi também severamente afetado pelo aumento exponencial dos custos de produção, nomeadamente combustíveis, energia elétrica, adubos e produtos fitofármacos.
Gazeta Rural (GR): Que novidades apresenta este ano a Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve?
José Bernardo Nunes (JBN): Este ano reforçámos o programa de animação nos dias em que normalmente a afluência do público é menor, uma vez que essa era uma das questões que os nossos parceiros nos colocavam.
Teremos também almoços todos os dias dos fins de sema na e o programa será muito diversificado nestes dias, com eventos a acontecer no recinto e fora dele, por exemplo atra vés de passeios temáticos que dão a conhecer o concelho.
GR: Tendo em conta os efeitos da pandemia, que expecta tiva tem para a edição deste ano?
JBN: As pessoas estão ávidas de convívio e animação, sen timos isso durante o verão com as festas nas aldeias e estou certo de que nas Adiafas acontecerá o mesmo.
Embora a qualidade da fruta seja genericamente elevada no que respeita a sabor e doçura, os calibres dos frutos fo ram em média muito baixos, o que pode influenciar a sua valorização comercial, o que é também um problema. Já quanto ao vinho, será decerto um ano de boa qualidade, mas as quantidades vão influenciar negativamente o ren dimento dos produtores.
Existe, no entanto, outro fator que me preocupa para o futuro, que é o problema da falta de água, que urge re solver pois será determinante para a competitividade da nossa agricultura.
GR: Quais as principais dificuldades que os produtores do concelho lhe reportaram?
Julgo que o programa de animação também contribuirá para trazer pessoas ao certame, nomeadamente nos dias que nor malmente são mais fracos, como a segunda e terça-feira, em que apostámos em artistas que à partida trazem mais público.
No que respeita aos expositores também houve uma forte adesão e teremos um programa de atividades muito preenchido
JBN: Atualmente o principal constrangimento mais evidenciado é o aumento brutal dos custos de produ ção, mas existem duas questões que preocupam os produtores, que é a questão da água, que já referi, e a da mão de obra, que está cada vez mais difícil de recrutar.
Da parte da autarquia estamos atentos e fazemos a pressão que é possível para ajudar a resolver estes problemas, aproveitaremos também este evento para passar essa preocupação do setor para as entidades que já convidámos a estar presentes.
“As expetativas são altas”
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“Doces do Minho” leva a Viana do Castelo doçaria típica de 24 municípios
A Praça da República e a Porta Mexia Galvão, em Viana do Castelo, são palco de 7 e 9 de outubro do evento “Doces do Minho”, que leva a Viana do Castelo a doçaria típica de 24 municípios. A iniciativa inclui mostra de doces, workshop, música, dança e animação e está inserida na iniciativa Jornadas Gastronómicas do Minho, promovida pela CIM Alto Minho, CIM Cávado e CIM Ave, numa tentativa de trazer ao público o que de melhor se ‘põe à mesa no Minho’.
O evento, financiado pelo Norte 2020, pretende assumir a região como uma referência a nível nacional e internacional no que toca à boa gastronomia e o evento “Doces do Minho” foca-se na doçaria típica dos municípios que integram as três Comunidades Intermunicipais.
Viana do Castelo vai, assim, ser palco de uma ini ciativa que conjuga a tradição, o glamour, a varie dade e a qualidade que a oferta do ‘doce minhoto’ sabe ter, não descuidando a exposição e promoção da cidade anfitriã aos que a visitam, tendo como slogan “Experimentar com a alma, provar com o coração”.
Na apresentação do evento, o vice-presidente e vereador da Cultura da Câmara de Viana do Cas
telo, Manuel Vitorino, afirmou que este “alinhamento estratégico” permite à gastronomia do Minho “alcançar escala” já que “é um momento de afirmação de um re curso importante, afirmando a riqueza gastronómica dos diversos municípios”.
Já o presidente da Entidade Regional de Turismo do Por to e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, considerou que este é um evento “transversal ao território, unindo 24 mu nicípios e três CIM’s”, correspondendo a uma “visão conjun ta” para “ajudar a promover o território, ganhando escala”. Por sua vez o representante do consórcio, Marta Coutada, garantiu que “a promoção dos produtos endógenos da sub -região Minho” é o objetivo central desta iniciativa que visa “promover a gastronomia do Minho em toda a sua riqueza e diversidade”.
Ao longo dos três dias, a Praça da República vai acolher um Mercado, num espaço destinado a exposição, degustação e venda dos doces tradicionais. Estará disponível um Palco na Praça que, ao longo do evento, vai receber jovens bandas musicais, grupos de dança e DJs. A Porta Mexia Galvão vai re ceber ‘showcookings’, em espaços que pretendem apresentar aos participantes a pastelaria tradicional e suas as técnicas, respeitando as regras de qualidade, de higiene e de segurança alimentar e o valor da certificação dos doces tradicionais.
O evento integra igualmente um Moinho Aberto, dia 8 de ou tubro, no Moinho de Carreço, atividade que tem como objetivo mostrar o processo tradicional da moagem do grão até ser ob tida a farinha, destacando este produto importante na confeção dos doces tradicionais.
Estará ainda disponível Animação de Rua e atividades para os mais pequenos sempre sobre o tema pastelaria e doces tradi cionais. Depois, dias 21, 22 e 23 de outubro, será a vez de Braga acolher o evento Minho Gastronómico, tendo como destaque o Peixe. A iniciativa encerra em Guimarães a 4, 5 e 6 de novembro, incidindo na Carne e Caldos.
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De 7 a 9 de outubro, na Praça da República e a Porta Mexia Galvão
www.gazetarural.com 17 Cadaval 19 a 27 outubro I Gastronomia e Tasquinhas I Animação Musical I Exposições I Atividades Económicas I Atividades Equestres www.cm-cadaval.pt Cadaval 15 a 23 outubro www.cm-cadaval.pt XIX Festival Nacional do Vinho Leve I Gastronomia e Tasquinhas Animação MusicalI ExposiçõesI Atividades EconómicasI Atividades EquestresI
de Inovação Agrícola mostra novas tecnologias para o mundo rural
Capacitar os nossos produtores e agricultores com mais conhecimento e mais inovação, para que possam transformar este conhecimento e informação em valor acrescentado nas suas propriedades é o objetivo da primeira Feira de Inovação Agrícola, que vai decorrer de 14 a 16 de outubro, no Fundão.
Em entrevista à Gazeta Rural o vereador da Câmara do Fundão, Pedro Neto, diz que “é intuito da autarquia celebrar a agricultura do ponto de vista do progresso e da inovação”, justificando assim a realização deste evento.
Gazeta Rural (GR): Qual o objetivo da realização deste evento?
Pedro Neto (PN): Com este evento pretende-se dar a conhecer um sector agrícola dinâmico, moderno e em constante evolução. É intuito da autarquia celebrar a agricultura do ponto de vista do progresso e da inovação. Por outro lado, pretende-se também enaltecer o empreendedorismo e a resiliência dos agricultores e das suas organizações.
GR: O que esteve na génese deste certame e o que mais se destaca no programa do mesmo?
PN: Percebemos que na região não existia um evento exclusiva mente dedicado à inovação na agricultura. Temos hoje, na região, diversas manifestações culturais e certames que, direta ou indire tamente, estão de certa forma ligados à agricultura, mas não temos nenhum exclusivamente dedicado ou com foco direto na inovação na agricultura. Desta forma, a Feira de Inovação Agrícola do Fundão vem preencher um vazio que existia ao nível da inovação no sector agrícola
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De 14 a 16 de outubro, no Fundão Primeira Feira
e pretende ser uma referência na área do agrotech, dentro e fora de portas.
O programa do evento inclui conferências, pales tras, mesas redondas, painéis de debate, momen tos de networking e de demonstração de tecnologias inovadoras ‘aplicáveis ao desenvolvimento de uma agricultura mais inteligente’ e irá contar com a par ticipação de especialistas, membros da academia, empresas tecnológicas e decisores estratégicos na esfera das políticas de desenvolvimento local e agrí cola
GR: Este é um evento inovador, indo ao encontro dos novos tempos e de uma agricultura mais inteligente?
nal da tarde, dedicamos a conferência aos frutos secos. No domingo, encerramos com o tema de “cinegética e biodiversidade”. Ao longo dos dias do certame teremos várias ações, além das conferências, tais como palestras, mesas redondas, painéis de debate, demons tração de tecnologias inovadoras, momentos de networking, mas, ao mesmo tempo, também teremos exposições e concursos de capri nos, ovinos, bovinos, equinos, onde estarão também presentes as raças autóctones, assim como um espaço de degustação, aberto ao publico, para demonstrar o que de melhor se produz na nossa região.
GR: Esta feira é um alerta aos agricultores para a necessidade de cada vez mais incorporarem conhecimento e inovação nas suas explorações?
PN: Embora muitos ainda tenham a perceção de um mundo agrícola algo rudimentar e manual, a verdade é que o setor tem vindo a desenvolver alterações profun das, modernizando-se e utilizando cada vez mais a tec nologia. Já todos percebemos que o setor da agricultura está, aos poucos, a mudar e que a agricultura de preci são, inteligente ou a 4.0 vai revolucionar o sector. Se até há pouco tempo todo o processo era mais manual, repre sentando uma agricultura tradicional, a tecnologia tem aberto novas portas para um cultivo mais eficiente e com monitorização constante.
A agricultura denominada de ‘precisão’ ou 4.0 permite aumentar de forma substancial o rendimento do mundo rural. Aliás, quanto maior for a quantidade de dados recolhi dos, mais acertado será o diagnóstico sobre a variabilidade presente nas operações.
PN: O intuito deste evento é capacitar os nossos produtores e agricultores com mais conhecimento e mais inovação, para que possam transformar este conhecimento e informação em valor acrescentado nas suas propriedades.
Esta iniciativa, onde a inovação anda de braço dado com a agri cultura, é um certame onde o agricultor pode encontrar cultiva res tão diferentes como cerejal, olival, vinha, ou equipamentos inovadores aplicáveis à agroindústria, ou outras soluções tec nológicas e inovadoras que vão desde a georreferenciação de animais em áreas remotas, passando por sistemas de vedação virtual e pastoreio inteligente, sistemas inovadores de irrigação e utilização sustentável de recursos hídricos de baixo custo, sistemas de fertilização inovadores, armadilhas inteligentes para monitorização de pragas, entre outros.
Se a transformação digital já era uma realidade, o contex to de pandemia veio acelerá-la e reforçá-la. Da produção ao consumo, são muitos os exemplos desta mudança de para digma, como a agricultura de precisão, em que o agricultor tem no seu tablet ou telemóvel a informação para gerir, por exemplo, a água que utiliza no solo e dá a ordem de comando a partir do seu dispositivo; a utilização de drones, que permi tem, por exemplo, recolher informação sobre as árvores, sobre o solo, sobre pragas; lojas online; páginas de Facebook e Insta gram, onde os consumidores podem acompanhar a evolução dos trabalhos no terreno e das culturas, entre outros.
Não restam dúvidas que a agricultura portuguesa terá de conseguir responder a um aumento da procura de alimentos, em condições climáticas menos favoráveis, com recurso à ino vação e utilização de sistemas que utilizem os recursos hídricos de forma cada vez mais eficiente e sustentável.
Para ajudar as empresas rurais a captarem as oportunida des referidas, são necessárias abordagens mais inteligentes de apoio aos negócios. Tal significa abandonar os modelos que se limitam a intervenções pontuais e optar por aborda gens que acompanham permanentemente os empresários através de um ecossistema de serviços criado para esse efeito. Neste sentido é determinante reforçar no território as condições de acolhimento de equipas de desenvolvimento de produtos e as soluções com base em processos tecno lógicos, para conseguir consolidar um ecossistema de de senvolvimento e validação de tecnologia IoT, que sirva de interface entre a investigação e o mercado e que sirva de ancora ao investimento, propiciando ainda a criação de no vas empresas, sem esquecer, obviamente, a capacitação das empresas existentes e a criação de oportunidades de inovação e melhoramento de métodos de produção.
GR: O programa apresenta um conjunto de oradores de diferentes áreas, do vinho, à fruticultora e à caça?
PN: O certame arranca, no dia 14 de outubro, com uma confe rência sobre o futuro do regadio em Portugal, no Octógono, onde vai ser assinado um protocolo intermunicipal que tem como ob jetivo desenvolver um plano de proteção e valorização dos recur sos hídricos. Iremos assinar um protocolo, entre vários municípios, para o desenvolvimento de um estudo relevante para as próximas décadas, do que é a defesa e a valorização dos recursos hídricos, daquilo que é conhecido pelo Alto Côa, Cova da Beira e Gardunha Sul. No final da tarde, de sexta-feira, teremos uma segunda grande conferência dedicada às castas autóctones e património vitícola, onde teremos a participação de especialistas, espanhóis e portu gueses.
Prestar um bom apoio às empresas rurais significa adaptá-lo às novas oportunidades e desafios específicos que estas enfrentam e superar algumas das dificuldades práticas adicionais que podem surgir no contexto rural. É determinante pugnar para que os Agricultores tenham acesso à informação, à inovação e à tecnologia.
GR: Além da parte de inovação, que outras propos tas o evento oferece aos visitantes?
PN: Neste evento os visitantes poderão ainda encon trar exposições de animais, projetos natureza, expo sição de máquinas, Rota Europeia do Queijo, prova de produtos, gastronomia, divulgação das quintas expe rimentais e espetáculos.
No sábado, arrancamos com uma conferência sobre o queijo, com a participação de parceiros italianos, espanhóis e nacionais, e, no fi
Destacam-se, em termos culturais, o concerto da banda GNR, que terá lugar dia 15 de outubro, às 22h00, o espetáculo de stand up comedy com Fer nando Rocha, assim com a atuação de grupos locais, dando visibilidade à cultura etnográfica do concelho do Fundão, e um espetáculo do Teatro Montemuro.
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Coimbra recebe a quinta edição de “O Mundo do Vinho”
A quinta edição da iniciativa “O Mundo do Vinho” vai decorrer em vários espaços da cidade de Coimbra, de 4 a 15 de outubro, com conversas, exposições e palestras dedicadas à espiritualidade, à contemplação e ao conhecimento.
“É um programa que reúne aqui várias atividades. Temos na primeira semana, uma semana mais virada para a espiritualidade, para a contemplação, para o co nhecimento, com a conversa ‘Vinho na Bíblia’”, disse a autora do projeto produzido pela associação Cultura e Risco, Margarida Mendes Silva. O programa tem início no dia 4 de outubro, no Seminário Maior de Coimbra, com uma iniciativa em que “O Vinho na Bíblia” é o fio condutor da conversa, protagonizada por João Maria André e o padre Nuno Santos.
No dia 6 de outubro, o evento inclui uma exposição de fotografia, intitulada “Revelações”, no Museu Ma chado de Castro, em Coimbra, igualmente na Alta da cidade. Trata-se de um trabalho “criativo a partir justamente de um período de contemplação sobre um conjunto escultórico que faz parte do acervo do museu que é a Última Ceia, do Hordart Vyryo”, explicou.
Será ainda feita uma palestra, sobre a impor tância que o vinho adquiriu, em vários aspetos da
vida e dos rituais cristãos, assim como se expressa no cam po artístico ao longo de muitos séculos. Esta atividade, inti tulada “O vinho, a arte e o sagrado. O simbolismo do vinho no Novo Testamento”, tem como convidado Pedro Miguel Ferrão e decorre, também, no Museu Machado de Castro.
Já no dia 12 de outubro, haverá uma oficina, na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, onde Sara Rodrigues e Matos adiantará respostas à pergunta “Porque é que gostamos dos vinhos que gostamos?”.
Em “O Mundo do Vinho” é ainda possível assistir a uma con versa, que será orientada pela pergunta “De que falamos afinal, quando falamos de vinhos naturais”. A sessão vai reunir três produtores de vinhos naturais para falar sobre o tema, na Casa da Escrita.
O programa encerra no dia 15 de outubro, com um jantar ví nico, durante o qual será dada a provar uma seleção de Vinhos Terras de Sicó, no Hotel Quinta das Lágrimas.
A Câmara Municipal de Coimbra apoiou este ano, pela primeira vez, este projeto. “Todos os eventos que sejam suscetíveis efe tivamente de marcar a diferença na nossa cidade, como é cla ramente “O Mundo do Vinho”, dentro das nossas possibilidades, naturalmente, têm o seu acolhimento. Este é um evento que cabe exatamente nesse epíteto”, disse, na mesma sessão, o vereador da Câmara de Coimbra, Miguel Fonseca.
Algumas das atividades estão sujeitas a pagamento. A progra mação e todas as informações estão disponíveis em vinhoearte.pt.
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De 4 a 15 de outubro, em vários espaços da cidade
Programa ‘Best Wine Selection’ quer valoriza os vinhos do Dão
O programa Best Wine Selection tem como objetivo principal dignificar e promover os vinhos portugueses, neste caso os vinhos do Dão, gerando uma rede de restaurantes que garanta a satisfação dos seus clientes, através da oferta de vinhos de qualidade e da prestação de um serviço irrepreensível. Ao mesmo tempo, este programa é mais uma iniciativa-chave que vem valorizar o projeto “Enoturismo na Região Demarcada dos Vinhos do Dão”, lançado pela CIM Viseu Dão Lafões e integrando sinergias entre a AHRESP, o Turismo Centro de Portugal, a Viseu Marca e a CVR do Dão.
Fruto desta iniciativa os restaurantes da região Vi seu Dão Lafões vão poder exibir um novo selo de quali dade, o “Best Wine Selection”, que atesta a excelência do serviço prestado no domínio dos vinhos do Dão.
Promover a oferta vitivinícola da região, incentivar o consumo de produtos regionais e qualificados, im pulsionar as empresas de restauração e alojamento que integrem o programa e atrair turistas, consumi dores e visitantes são objetivos complementares.
Para poderem ser candidatos ao programa “Best
Wine Selection”, os restaurantes têm de ser previamente ade rentes ao programa “Seleção Gastronomia e Vinhos”, também da AHRESP. Depois, devem manifestar o interesse na candi datura através do preenchimento de um boletim de inscrição, disponível no site da AHRESP.
Os restaurantes que integrem esta Rede passam a usufruir de várias vantagens, como o direito de exibirem uma placa e um diploma “Best Wine Selection”, respetivamente no exterior e no interior do estabelecimento. Também podem utilizar a marca “Best Wine Selection” para promoverem e divulgarem iniciati vas próprias, aceder a canais de promoção inerentes ao próprio programa e serem incorporados no site das entidades parceiras, com ligação a outros sites de interesse turístico. Além disso, ficam abrangidos por estímulos a processos de modernização e de im plementação de boas práticas.
CIM Viseu Dão Lafões aposta forte no Enoturismo
A CIM Viseu Dão Lafões tem vindo a desenvolver no seu território uma estratégia que visa criar uma dinâmica turística, tendo como foco central os vinhos do Dão e as atividades a ele relacionadas, através da capacitação de agentes locais, contribuindo para a qua lificação da oferta e promoção ecoturística no mercado nacional da região Viseu Dão Lafões.
O Programa “Best Wine Selection” surge em linha com a proposta
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Projeto piloto da CIM Viseu Dão Lafões
de ativação da Rota do Vinho do Dão, com iniciativas de qualidade e diferenciadoras, tirando partido de outras ati vidades com potencial turístico já em curso no território, nomeadamente ao nível da gastronomia, da valorização do património histórico, das tradições culturais e da vertente natureza, com particular incidência no inegável valor histó rico e patrimonial vitivinícola existente na região do Dão.
Secretária de Estado do Turismo presidiu à apresentação do programa
o produto enoturismo da região, num alinhamento estratégico com os municípios da região, o Turismo Centro de Portugal, a CVR Dão e a AHRESP. Estamos aqui pela economia da região, pegando no trabalho já desenvolvido pela CVR na Rota dos Vinhos do Dão, capacitando os operadores, potenciando a qualidade da nossa oferta turística e qualificando o destino”.
A apresentação do programa foi presidida pela Secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, que destacou a resiliência do setor da restauração e deu os para béns pelos projetos apresentados. “Quero deixar uma palavra de alento para os empresários da restauração, que têm sido um pilar da recuperação operada, dinamizando toda a ativida de económica. A oportunidade destes programas é mais uma boa desculpa para continuar a fazer bem feito. O que queremos é o melhor e para isso para temos que continuar a servir bem”, afirmou.
Para Jorge Loureiro, vice-presidente da AHRESP, o Best Wine Selection é um programa nacional que se quer ver es calar. “Este é o caminho. Estamos a promover a capacita ção. Este á uma grande oportunidade de enriquecer a nos sa proposta de valor”, afirmou. Susana Leitão, também da AHRESP, realçou o facto de as iniciativas apresentadas não implicarem qualquer tipo de encargos para os empresários e representarem uma grande mais-valia para a promoção dos restaurantes. “Além da capacitação, terão acesso a uma certificação que podem e devem ostentar; e que dará acesso a todos os canais de promoção a nível nacional”.
Na apresentação, estiveram ainda presentes as entidades par ceiras da iniciativa. Fernando Ruas, presidente da CIM Viseu Dão Lafões, diz que “o programa ‘Best Wine Selection’ é uma opor tunidade ímpar para os restaurantes da região Viseu Dão Lafões se distinguirem pela qualidade dos produtos que oferecerem aos clientes. A excelência do vinho do Dão é centenária e reconhecida em todo o mundo. Com o selo atribuído pelo programa, os clien tes podem ter a certeza de que estão num restaurante que trata estes vinhos com a sabedoria e mestria que eles merecem. Os res taurantes passam assim a ser verdadeiros agentes de divulgação, promoção e venda da região de Viseu Dão Lafões e dos vinhos do Dão, através da dinamização da nossa gastronomia, artesanato e da nossa própria cultura”.
Já o presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, considerou que estamos na presença de uma iniciativa que representa um “triângulo virtuoso”. “Res truturação de produto, capacitação de empresários e valor. Também o enoturismo e os serviços associados ao vinho têm que redundar num produto final com au mento de perceção de qualidade e, por consequência, do preço e do valor. Somos conhecidos por sermos sim páticos e hospitaleiros, mas também temos de ser as sociados à qualidade e promover a sustentabilidade do negócio”, afirma.
Por sua vez Nuno Martinho, secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões, realçou a capacidade da região Viseu Dão Lafões em lançar mais uma iniciativa de valorização do território, integrando as valên cias dos diversos parceiros envolvidos. “Somos a primeira região do país a receber o programa Best Wine Selection. Estamos a estruturar
Por seu lado, o presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, Arlindo Cunha, que também representou a ViniPortugal no evento, mostrou o seu entusiasmo com esta iniciativa de valorização da Rota dos Vinhos do Dão. “Este é um instrumento crucial para alargar a capacitação do serviço de enoturismo na Rota dos Vinhos do Dão. Temos já alguma oferta de excelência, mas estamos a dar os primeiros pas sos para estendê-la a outros operadores. Temos um potencial fabuloso para explorar. Parabéns pelo pro jeto do qual somos entusiasticamente parceiros”.
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Programa “Best Wine Selection” é implementado como projeto piloto no Dão. Apresentado no Solar do Vinho do Dão, em Viseu, é mais uma iniciativa-chave para a valorização do projeto “Enoturismo na Região Demarcada dos Vinhos do Dão”, uma parceria promovida pela CIM Viseu Dão Lafões, com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), a Turismo Centro de Portugal e a Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão.
O Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola está de regresso e traz uma novidade nesta edição. Cada produtor poderá inscrever o número de amostras que desejar, em cada uma das categorias a concurso. As candidaturas para a nona edição do Concurso decorrem até dia 02 de novembro.
Provas cegas do Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola decorrem a 4 e 5 de novembro
Em parceria com a Associação de Escanções de Portugal e reconhecido pelo Instituto da Vinha e do Vinho desde a sua primeira edição, o Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola é dirigido a Produtores e a Cooperativas de todas as regiões vitivinícolas do país, associados e clientes do Banco.
No Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola será atri buída a distinção Tambuladeira dos Escanções de Por tugal de Ouro, Prata e Bronze a vinhos engarrafados, nas categorias “Vinho Branco”, “Vinho Tinto” e “Vinho Espumante”. Será também conferida a Grande Medalha de Ouro ao melhor vinho branco, tinto e espumante.
Isabel Matos, diretora de comunicação do Grupo Cré dito Agrícola, afirma sobre a nona edição do Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola “que é uma iniciativa que tem vindo a comprovar a sua credibilidade no merca do com a notória qualidade dos vinhos nacionais sub metidos a concurso, ano após ano. O Crédito Agrícola afirma-se como a Instituição Financeira de referên cia que apoia o sector e o desenvolvimento das eco nomias regionais e locais, e este Concurso demons tra a dinamização destas comunidades através do reconhecimento dado aos produtores e às coopera
tivas de todas as regiões vitivinícolas do país”.
O júri, composto por reconhecidos escanções, enólogos e jor nalistas do sector, vai reunir para a realização das Provas Cegas dos vinhos a concurso nos dias 4 e 5 de novembro.
Nas oito edições do Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola já foram submetidos cerca de 1.700 vinhos, dos quais foram reco nhecidos cerca de 500 vinhos brancos, tintos e espumantes das regiões vitivinícolas dos Vinhos Verdes, Trás-os-Montes, Douro, Beiras, Dão, Bairrada, Tejo, Lisboa, Península de Setúbal, Alentejo, Algarve e Açores.
O Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola materializa a missão do Banco em afirmar-se como a Instituição Financeira de referên cia que apoia o sector e o desenvolvimento das economias locais, neste caso específico as Cooperativas e os Produtores locais. Tem como objetivo promover e colocar à prova a qualidade dos vinhos nacionais, procurando gerar novas oportunidades de negócio e di namização das comunidades onde desenvolve o seu trabalho em contacto direto com as pessoas.
O Crédito Agrícola, a única instituição cooperativa portuguesa de capitais exclusivamente nacionais, é um dos maiores grupos finan ceiros portugueses e está presente em todo o país, detendo a maior rede de Agências bancárias.
As inscrições e o Regulamento do Concurso estão disponíveis em www.concursodevinhosca.pt.
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Candidaturas decorrem até dia 02 de novembro
Produtores de vinho podem entregar declaração de produção até 30 de novembro
Os produtores de vinho ou uvas para vinificação têm até 30 de novembro para apresentar a declaração da produção de uvas ou de vinhos, de derivados ou de subprodutos de vinificação, segundo diploma hoje publicado.
Desde 1984 que a entrega desta declaração é feita até 15 de novembro, mas a data tem-se revelado “inadequada, se não mesmo restritiva”, segundo o Governo. Prova disso, diz o executivo no diploma, são as “sucessivas” retificações de que aquelas declarações têm sido objeto nos últimos anos, “conduzindo mesmo, em algumas situações, à impossibili dade da sua entrega dentro do referido prazo.
O Governo lembra ainda que o período de vindima não é homogéneo em todas as regiões do país, nem temporal mente uniforme em todos os anos, apresentando variações quanto ao seu início e termo, ao qual acresce o aumento nos últimos anos das colheitas tardias.
O Governo lembra ainda que estas declarações, designa damente a declaração de produção de uva, marcam o ter mo oficial do período de vindima e, consequentemente, dos contratos de campanha de entrega de uva, com todas as inerentes consequências e obrigações.
A portaria determina que todos os produtores de vinho ou de uvas para venda com destino à vinificação passam a ser obrigados a apresentar, até 30 de novembro de cada ano, nos organismos vinícolas com ação de disciplina no setor, a declaração da respetiva produção.
Nessa declaração tem de constar a identificação do pro dutor, sua residência, localização da adega, quantidades produzidas e, bem assim, as existências dos produtos ainda em poder do produtor respeitantes a colheitas anteriores.
Segundo um diploma publicado recentemente
CVR do Dão e ASAE celebraram protocolo de cooperação
A Comissão de Viticultura Regional do Dão (CVR do Dão) e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) celebraram um protocolo de cooperação que visa estreitar a cooperação no domínio da garantia da rastreabilidade dos Vinhos do Dão às vinhas dos respetivos produtores, assegurando o cumprimento da Lei em matérias relacionadas com a defesa da Denominação de Origem (DO) “Dão e Lafões” e Indicação Geográfica (IG) “Terras do Dão”.
“Esta é uma ação de grande importância para o setor e
que é exemplo de boas práticas. Estamos empenhados em melhorar procedimentos, com vista ao cumprimento da Lei e à criação de valor acrescentado para a produção de um vinho genuíno e único no Mundo como é o caso dos Vinhos do Dão”, explica Arlindo Cunha, presidente da CVR do Dão.
Esta parceria estratégica foi estabelecida com vista a incrementar uma boa articulação entre os serviços que as duas entidades tutelam, garantindo um maior rigor e acom panhamento de processos partilhados, baseando-se na ar ticulação de ações conjuntas, ações de formação e partilha de conhecimentos para reforçar o controlo da origem dos Vinhos do Dão.
Fenadegas pede apoio para adegas cooperativas e produtores de vinho
A Federação Nacional das Adegas Cooperativas de Portugal (Fenadegas) pediu medidas de apoio imediato para as adegas cooperativas e empresas produtoras de vinho, face aos “grandes constrangimentos” vivenciados pelo setor na sequência do aumento dos preços da energia e das maté rias-primas.
“A atual conjuntura mundial tem provocado um aumento exponencial dos preços da energia e de diversas matérias-primas, situação que está a provocar grandes constrangimentos nos agen
tes económicos do setor do vinho, nomeadamente nas ade gas cooperativas”, apontou, em comunicado.
A Fenadegas pediu assim medidas de “apoio imediato” para as adegas cooperativas e empresas produtoras de vinho, lem brando que este setor ficou de fora dos apoios anunciados pelo Governo para mitigar o impacto da crise.
Esta associação vincou ainda que “não se anteveem melho rias”, tendo em conta que já foi anunciado um aumento de 20% para o vidro, com previsão de novas subidas até ao final do ano. Preveem-se assim implicações “graves e de grande impacto económico” para o setor.
Fundada em 1981, a Fenadegas representa 41 adegas coope rativas, com mais de 18.000 viticultores.
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Face aos “grandes constrangimentos” vivenciados pelo setor
Para garantir o cumprimento da lei
Esta parceria estratégica tem como objetivo incrementar uma boa articulação entre os serviços das duas instituições para garantir o cumprimento da lei na defesa da Denominação de Origem (DO) “Dão e Lafões” e Indicação Geográfica (IG) “Terras do Dão”.
Cooperativa Vitivinícola do Pico com quebras até 60% na produção de vinho
A Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico (PicoWines) recebeu, este ano, 125 mil quilos de uva, o que vai permitir produzir 75 mil litros de vinho, o que se traduz numa quebra de 50% a 60% na produção, revelou o diretor geral.
Pedro Cavaleiro avançou que as produções deste ano ficaram “bastante aquém do que era esperado”. “A produção este ano foi bastante baixa. Houve quebras bastante acentuadas face àquilo que era a expectativa no momento de afloração. Na cooperativa, entre aquilo que era expectável receber, as quebras chegaram aos 50% e 60%. Portanto, é um ano bastante mau”, afirmou.
Pedro Cavaleiro realçou que a cooperativa, que representa mais de 50% da produção de vinho do Pico, recebeu 125 mil quilos de uva, o que equivale à produção de 75 mil litros de vinho. “Inicialmente, quando começámos a preparar a nossa vindima, tínhamos mais ou menos uma expectativa de re ceber entre os 200 mil quilos e os 220 mil. Portan to, o que recebemos este ano foram 125 mil quilos de uva, distribuídos entre castas brancas e tintas”, declarou.
A redução da produção está relacionada com algumas “condicionantes climatéricas”, como chuvas ou ventos “bastante fortes”. Mais, descreveu o diretor geral da PicoWi nes: “Foi um conjunto de tempestades, chuvas, ventos bas tante fortes em momentos muito críticos do ciclo da planta que vieram dificultar, no caso de algumas castas, a própria floração”. Depois, prosseguiu “com o avançar do tempo, mais perto da altura da vindima, foi uma altura de chuvas bastante intensas”.
Pedro Cavaleiro apela à “reflexão interna” para perceber porque existiram “associados com produções bastante boas” e outros com “produções muito reduzidas”. Para o responsá vel, “a diferença poderá ter sido, por exemplo, a forma como conduziram o tratamento que fizeram à planta ou como con seguiram segurar a produção”.
Apesar da menor produção, o diretor geral da PicoWines real ça que os vinhos deste ano vão ter uma “qualidade muito alta”, devido aos investimentos realizados pela cooperativa. “Este ano a cooperativa enveredou um esforço para melhorar considera velmente o processo interno. Foram adquiridos diversos equi pamentos que permitiram, logo à partida, fosse como fosse este ano, com muita ou pouca produção, ter uma qualidade final mais alta”, destacou.
Este ano, a Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico pagou entre os quatro e os 3,5 euros por quilo de uva das castas brancas de Arinto dos Açores, Verdelho e Terrantez do Pico. Devido a este ter sido um “ano tão complexo” para a produção de vinho do Pico, a cooperativa atribuiu um prémio de mais 50 cêntimos por quilo de uva. “Estes valores posicionam o que está a ser feito nos Açores e a viticultura nos Açores num patamar muito longe daquilo que se faz em Portugal continental”, concluiu.
A Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico tem 284 associados. Desses, 135 entregaram uvas durante este ano.
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Será “um ano bastante mau”, diz o diretor geral.
Produtores de castanha admitem quebra de produção na região da Padrela
Os produtores de castanha da região da Padrela, inserida na serra que lhe dá o nome, no concelho de Valpaços, viveram dias difíceis este verão, que lhes trouxe grandes preocupações.
“O verão extremamente quente não ajudou. A fase da flo ração foi favorável, mas a polinização não vingou muito bem. Ou seja, temos muitos castanheiros com ouriços que não têm frutos e isso vai levar a uma quebra de produção”, afirmou o agricultor, que falava à margem de uma feira agrícola, inse rida na iniciativa “Judia com Futuro II”, que decorreu na aldeia de Rio Bom.
No entanto, os ouriços que têm castanha “foram beneficia dos” com as chuvas dos últimos dias, que “vão ajudar no cres cimento do fruto”, o qual “vai ter a qualidade de sempre”.
10 toneladas de castanha.
“Eu costumo dizer que o castanheiro já tem os problemas todos. É a vespa das galhas do castanheiro, são a doenças da tinta e do cancro, a septoriose quando as condições cli máticas são favoráveis para o fungo desenvolver. Tem uma série de problemas”, apontou o produtor.
A falta de mão-de-obra é um outro problema que se tem intensificado de ano para ano, tornando-se em mais uma “praga” a afetar o souto, pelo que, cada vez mais, os produ tores olham para a solução da mecanização. “Eu considero que a apanha das castanhas acaba por ser também uma praga na cultura e isto porque nós temos uma janela de 15 dias a um mês para poder fazer a colheita da castanha e, sem gente, não conseguimos”, afirmou Lino Sampaio.
Também Lino Sampaio, da associação Agrifuturo, promotora do evento “Judia Com Futuro”, destacou as chuvas que caíram recentemente que espera que ajudem a recuperar a cultura. “São Pedro conseguiu ser nosso amigo e presenteou-os com alguma humidade”, frisou.
Por causa da seca e do calor intenso, alguns ouriços não se de senvolveram, pelo que a região terá “menos castanha garantida mente”, no entanto, o responsável acredita que “este será um ano muito interessante relativamente às castanhas”.
“Eu estou convencido que os ouriços que vingaram vão com pensar. Como há menos ouriços, os calibres vão ser maiores. Pen so que vamos ter uma queda em quantidade, mas vamos ter a compensação em qualidade”, acrescentou Dinis Pereira, produtor e proprietário da Agromontenegro, uma unidade de transformação, embalagem e comercialização de castanha.
Na feira agrícola mostraram-se soluções para o setor: máquinas de recolha de castanha, acopladas em trato res ou autónomas, e ainda pulverizadores mecânicos, com ventilador redondo ou com canhão, sendo este usado para atingir a copa das árvores com maior di mensão. “Temos uma novidade de uma máquina com ‘kit’ gerador de ozono. É uma máquina que cria ozono, que é misturado na água, para fazer tratamentos na turais às plantas, para não usar produtos químicos. É preventivo e não curativo para qualquer árvore, planta, para regas”, afirmou Francisco Patrício, proprietário da Stagric, fabricante de equipamentos agrícolas.
A pouco mais de um mês do arranque da apanha da castanha, os produtores não arriscam adiantar números relativamente à pro dução de 2022 na serra da Padrela, onde se situa a maior mancha de castanha judia da Europa, o fruto que é a principal fonte de rendi mento para muitas famílias. No ano passado, Ercílio Meireles colheu
O empresário exemplificou com o caso de um agri cultor, na zona de Torres Vedras, que em “três hec tares de vinha poupou quatro mil euros de produto químico”. Nesta época de castanha, a Agrifuturo vai “espalhar castanha pelo país”, ou seja, vai colocar cinco carrinhos, assadores de rua, nas zonas de Lis boa, Porto, Coimbra e Algarve, para a promoção da variedade Judia.
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Chuva ajudou a recuperar castanheiros, no concelho de Valpaços
Vila Nova de Paiva quer atrair investimento estrangeiro e dos emigrantes
Atrair emigrantes para investirem no município e por captar empresas estrangeiras é uma das estratégias do presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva para desenvolver o concelho. Paulo Marques diz que se está a “assistir ao regresso de casais mais jovens para investirem” no concelho.
“Temos uma grande especificidade, somos um concelho de muita emigração e, por isso, temos de tentar junto da nossa diáspora para que os que já são, ou pretendem ser, empresários e estão no estrangeiro, e têm aqui as suas raízes, possam cá investir”, assumiu Paulo Marques.
O presidente da Câmara deste município do dis trito de Viseu disse que, atualmente, o concelho “já tem, há algum tempo, exemplos disso” e que se continua a “assistir ao regresso de casais mais jovens para investirem em Vila Nova de Paiva”. “In clusive já vendemos lotes na zona industrial para o efeito e temos de continuar muito nesse trabalho e
essa talvez seja a aposta mais importante para desenvolver o tecido económico e o concelho em si, com a fixação de mais pessoas”, defendeu.
Paulo Marques falava no final de um debate que promoveu no seu município com empresários locais e entidades como o Turismo Centro, a Associação Empresarial e Industrial de Viseu (AIRV) ou a Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI). “Estarmos no interior do país é um desafio, é certo, mas pode ser um incentivo para quem queira coisas diferentes e para quem quiser apostar na diferença poder investir. Saímos com um espírito bastante otimista desta reflexão”, reconheceu. O autarca adiantou ainda que outra das estratégias para o seu município passa por “estar atento aos mercados, acima de tudo, e estar atento às movimentações que existem e ser o próprio município a vender o que tem”. “Mais do que cá para dentro, para o país, temos de estar atentos e mostrarmo-nos lá fora. Temos de mostrar que este é um concelho que se quer desenvolver e quer ter aqui empresas, indústria e turismo”, apontou.
Neste sentido, a autarquia tem de “dar uma carta de conforto a todos, ao que já estão no município e aos que poderão” instalar-se em Vila Nova de Paiva, “no sentido de mostrar que este concelho se está a mexer e a desenvolver”.
O autarca não escondeu que “há desafios, claro” e entre eles es tão os concelhos vizinhos, que “são a maior concorrência, tendo em conta a sua localização geográfica, como é o caso de Mangualde, Nelas ou até Lamego”. “Será difícil de competir com esta concorrên cia, mas, por outro lado, estamos no coração da nossa região Centro, ou seja, muito do trânsito que vem do norte do distrito para a capital do distrito de Viseu passa por Vila Nova de Paiva”, argumentou.
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Revela o presidente da Câmara, Paulo Marques
Agosto foi o melhor mês de sempre para a atividade turística na região Centro de Portugal
Agosto de 2022 foi o melhor mês de sempre para a atividade turística no Centro de Portugal, tanto em número de dormidas como em hóspedes. Números provisórios dados a conhecer pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos a agosto, mostram igualmente que a procura da região está a crescer acima da média nacional.
No mês de agosto de 2022, em comparação com o mesmo mês de 2019, que era a referência máxima, o total de dormidas aumentou cerca de 7% no Centro de Portugal: verificaram-se 1.151.520 dormidas em agosto de 2022 e estas foram 1.075.817 no mesmo mês de 2019, num crescimento de 75.703 dormidas. Este aumento de 7% superou a média nacional, que subiu 2,8%.
A subida foi mais notória entre os visitantes na cionais, cujas dormidas cresceram 14,3%, para 700.046, entre agosto de 2019 e agosto de 2022. Uma demonstração de que, ano após ano, o Centro de Portugal é um destino que reúne a preferência de cada vez mais residentes no nosso país. De no tar que as dormidas com origem no estrangeiro estão cada vez mais próximas dos valores recor de, apesar da conjuntura internacional difícil: fo ram 451.474 em agosto de 2022, face a 463.388
no mesmo mês de 2019. Para se ter uma melhor perceção da recuperação, em agosto de 2021 este indicador foi de apenas 227.172 dormidas. Relativamente ao número de hóspedes, o Centro de Portugal cresceu 3,2%. Em agosto de 2019 tinham sido registados 541.183 hóspedes na re gião; em agosto de 2022 foram 558.479.
Resultados do verão são muito positivos
Esta tendência de subida torna-se ainda mais expressiva se analisarmos os meses tradicionalmente mais associados às férias de verão. Assim, nos três meses de junho, julho e agosto de 2022, o total de dormidas na região foi de 2,67 mi lhões, face aos 2,54 milhões de 2019 - uma subida de cerca de 130 mil dormidas, ou de 5,1 por cento. Neste período, as dormidas dos visitantes nacionais na região cresceram 15,5%.
Se consideramos o conjunto acumulado do ano, de janei ro a agosto de 2022, os números do Centro de Portugal são também muito positivos, deixando antever que este vai ser o melhor ano de sempre para o turismo na região: entre janeiro e agosto, as dormidas aumentaram de 4,844 milhões, em 2019, para 4,846 milhões, em 2022.
“Os números agora conhecidos relativos a agosto constituem um grande estímulo para a região Centro de Portugal. São re sultados extremamente animadores para os empresários e para quem vive nestes territórios. É para todos eles que trabalhamos todos os dias”, salienta Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal.
“É de saudar, em especial, a preferência clara dos nossos com patriotas pelo Centro de Portugal: nunca tantos visitantes portu gueses dormiram na região como em agosto deste ano. Mas há que aplaudir também o regresso dos mercados internacionais, em número que se aproxima dos melhores meses de sempre e apesar das dificuldades pós-pandemia”, acrescenta Pedro Machado.
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Segundo revelam os números do INE
CCDR Centro promove Catalisador Regional de Inovação na sub-região de Viseu Lão Lafões
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) vai promover um Catalisador Regional de Inovação na sub-região de Viseu Dão Lafões para mobilizar os agentes, potenciar os recursos e competências existentes no domínio da inovação.
O protocolo de cooperação de constituição do CR Inove –Catalisador Regional de Inovação do Centro para a Sub-Re gião de Viseu Dão Lafões foi assinado na casa do Adro, em Viseu. A CCDRC celebrou o protocolo com os responsáveis da Comunidade Intermunicipal da Região de Viseu Dão Lafões, do Instituto Politécnico de Viseu, da Associação Empresarial da Região de Viseu e com o dinamizador sub-regional José Al berto Ferreira.
ção e competências das entidades do Sistema Regional de Inovação pertencentes à sub-região, a criação de me canismos de partilha e divulgação de informação, a pro moção do desenvolvimento de conteúdos, instrumentos e metodologias de capacitação de atores e de transfe ribilidade do conhecimento e de tecnologias”, lê-se no documento.
“O CR Inove é uma iniciativa composta por uma rede informal de entidades do Sistema Regional de Inovação, que pretende promover um processo estruturado de cooperação e partilha de informação entre as Comunidades Intermunicipais, as Entida des do Sistema Científico e Tecnológico e as Associações Em presariais da Região Centro”, indicou a CCDR.
Isabel Damasceno, presidente da CCDRC, disse que “tem havido uma grande mobilização por parte dos agentes regionais de inovação a esta iniciativa, o que reflete o reconhecimento da necessidade de intervir na promoção da inovação, numa lógica de proximida de, partilha de informação e de constituição de redes informais. Já foram assinados três protocolos do CR Inove, nas sub-regiões de Aveiro, Leiria e Médio Tejo, e os restantes quatro protocolos serão assinados até final do ano de 2022”.
O projeto tem como objetivo “mobilizar os agentes, potenciar os recursos e competências existentes no domínio da inovação e melhorar a interação dos produtores de conhecimento e tecno logia com os seus potenciais utilizadores, assente sempre numa lógica de partilha de recursos e reforço e complemento das inicia tivas já existentes na região Centro”. “É assumido pelos parceiros o compromisso de desenvolver, de forma concertada e participada, iniciativas conjuntas em temáticas relevantes para o processo de promoção da inovação, a sistematização e atualização de informa
Por sua vez o presidente da CIM Viseu Dão Lafões, Fernando Ruas, “no mundo atual, a ligação entre ciência, tecnologia e as empresas é cada vez mais forte. Neste sentido a CIM Viseu Dão Lafões, atra vés de diversos projetos destinados à promoção do empreendedorismo e da inovação, tem se afirmado como um importante agente regional na promoção da inovação e do reforço das competências, seja através de projetos dedicados a jovens em idade escolar, seja por via da aposta em iniciativas liga das a adultos e à formação ao longo da vida. As sim não poderíamos deixar de nos associar ao CR INOVE”.
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Numa iniciativa da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões
Plataforma “Termas 360º” une agentes do turismo em São Pedro Do Sul
As Termas de São Pedro do Sul e o Turismo de Portugal assinaram um protocolo para o financiamento da plataforma “Termas 360º” que vai reunir, até ao próximo verão, num só local digital os agentes turísticos do concelho.
“Queremos levar as pessoas que fazem termas em São Pedro do Sul a sair do espaço e a percorrerem o concelho, seja a visitar o património, no desporto aven tura ou a fazer visitas culturais em outros pontos do município ou até ver as paisagens”, assumiu o presi dente das termas.
Vítor Leal explicou, no final da cerimónia de assi natura do protocolo com o Turismo de Portugal, que vai financiar em 70% o projeto que tem um investi mento de cerca de 50 mil euros, sendo o restante investido pelas próprias termas. “Com esta platafor ma vamos fazer as ofertas de forma mais integrada, por um lado, mas também que essa interação seja imediata, ou seja, o turista toma decisões de forma imediata e, no mesmo instante quer soluções”, ar gumentou.
Nesse sentido, a plataforma que “já está a ser
trabalhada e deverá estar pronta no próximo verão” vai per mitir, por exemplo, ao turista “estar nas montanhas mágicas a ver a paisagem e marcar almoço na Aldeia da Pena”. “Quem diz Aldeia da Pena diz qualquer outro restaurante emblemático ou mesmo aldeia turística do concelho, porque a mesma plata forma disponibiliza a oferta e a possibilidade de reservar a sua mesa”, explicou.
O objetivo, continuou, “é ter num só espaço online todos os serviços disponíveis e que, ao mesmo tempo, interaja com o cliente e, de forma clara, possa fazer a venda, a marcação, o pa gamento e todo o processo burocrático”.
O projeto inclui também “mobiliário urbano digital interativo e um programa de capacitação dos agentes turísticos para a trans formação digital necessária para o comércio eletrónico ou o pró prio marketing”, por exemplo.
A assinatura do protocolo contou com um dos responsáveis do Turismo de Portugal, Nuno Miguel Alves, e com o testemunho da secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Mar ques, que destacou a importância “do turismo nas novas tecnolo gias”. “Depois deste período que atravessámos, desde 2019, o setor do Turismo é uma das máquinas da economia e é com muito gosto que estamos neste encontro feliz e é com muito gosto que celebra mos hoje este protocolo de inovação”, assumiu Rita Marques.
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Vai reunir num só local digital os agentes turísticos do concelho
Encontro de Produtores de Mirtilo vai decorrer em Sever do Vouga
O concelho de Sever do Vouga - pioneiro na produção de mirtilos em Portugal - vai receber a 28 e 29 de outubro o encontro nacional de produtores do pequeno fruto, num ano marcado por grandes constrangimentos no setor.
“A fileira debate-se com vários desafios e este será, cer tamente, um importante momento de reflexão, num mu nicípio que todos os produtores reconhecem pelo legado e importância na história do mirtilo e que acolhe pela primeira vez este evento”, afirma Carlos Adão, presidente da direção da Associação Nacional de Produtores de Mirtilo (ANPM), en tidade organizadora em conjunto com a Cooperativa Bagas de Portugal.
“A gestão eficiente da água, a utilização das novas tecno logias no contexto agrícola, ou a afirmação da qualidade do mirtilo de Portugal, são algumas das temáticas que estarão em cima da mesa”, acrescenta o mesmo responsável.
conjuntamente pela Associação Nacional de Produtores de Mirtilo e a “Bagas de Portugal” Cooperativa Agrícola de Pequenos Frutos, em parceria com o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, e o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional, com o apoio da Câ mara Municipal de Sever do Vouga.
O mirtilo foi introduzido em Portugal, precisamente em Sever do Vouga, em 1990, pela mão de técnicos holande ses da Fundação Lockorn, instituição que possuía, na al tura, uma relação comercial com a Cooperativa Agrícola de Sanfins.
O Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo - já na sua décima primeira edição - congrega produtores, mas também técnicos, fornecedores, consultores, investigadores e comer cializadores, tendo vindo a atrair cada vez mais participantes, nacionais e internacionais.
O XI Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo é organizado
Após experiências efetuadas em vários pontos do país, constatou-se que este concelho do distrito de Aveiro reunia as condições ideais que, associadas às caracte rísticas do solo e do seu microclima, permitiam a pro dução precoce do mirtilo. A primeira experiência-piloto ocorreu em terrenos da Fundação Bernardo Barbosa de Quadros, na freguesia de Rocas do Vouga, uma plan tação que será alvo de uma visita técnica, no âmbito do programa do Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo.
Mais informações sobre o encontro em: https://en contro.anpm.pt/
ADD - Venha à descoberta… Evento realiza-se pela primeira vez na 'Capital' do pequeno fruto
A Feira de São Mateus é “uma marca distintiva” na região e do país
A edição 2022 da Feira de São Mateus foi a maior de sempre. Registou o maior número de entradas, fixando-se em 1.271.848, houve um aumento de 40% no volume total de vendas, sendo que 25% da faturação de bilheteira foi realizada online e com vendas efetuadas em mais de dez países da Europa e da América do Sul.
O presidente da Viseu Marca faz um balanço “bas tante positivo” do certame, que teve um cartaz atra tivo e foi uma boa oportunidade de negócio. Em entrevista à Gazeta Rural, Pedro Alves admitiu a realização de feira agrícola, se os agentes econó micos do setor estiverem dispostos a tal, admi tindo que “é um desafio que agrada e que tem um potencial extraordinário”.
Gazeta Rural (GR): A edição deste ano da Feira de S. Mateus
foi diferente, com 49 dias. Que balanço faz?
Pedro Alves (PA): Faço um balanço muito positivo, sobretudo porque foi o regresso da feira à normalidade, onde a expectativa das pessoas se reencontrarem era muito elevava, o que só por si já é bastante positivo. Depois, relativamente a indicadores e números que temos da feira deste ano, também estamos mui to satisfeitos, pois venderam-se mais bilhetes que em qualquer outra edição anterior e tivemos uma afluência superior a um mi lhão e duzentas mil pessoas, o que, em termos de indicador de consumo, nos satisfaz, o que quer dizer também que foi uma boa oportunidade de negócio, pois as pessoas vieram para se divertir e fizeram as suas compras. Percebemos que o cartaz foi de encon tro às expetativas de quem nos visitou.
Por outro lado, nesta edição, quisemos também acoplar-lhe uma componente desportiva forte, o que também é um sucesso, pois to
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Pedro Alves, presidente da Viseu Marca, em entrevista à Gazeta Rural
dos os eventos que fizemos nas manhãs de domingo tiveram uma boa adesão, envolvendo diversas asso ciações de modalidades. Além disso, tivemos grandes eventos desportivos, com os torneios de Andebol e Futsal feminino, a meia maratona, que regressou à fei ra organizada por clubes de Viseu e que foi um grande sucesso. Na vertente desportiva coroamos com ouro a Feira de S. Mateus com o regresso do desporto moto rizado, com a realização da nona edição do ‘Constálica Vouzela-Viseu Rali, mas sobretudo porque permitiu per ceber que o concelho de Viseu estava ansioso por ver no vamente uma prova automobilística de competição, que foi um grande sucesso.
GR: Nos últimos anos falou-se muito da Feira e da sua importância, em termos económicos, para Viseu?
PA: Conseguimos projetar, em termos económicos, al guns indicadores, que são recolhidos através do Instituto Nacional de Estatística e do Turismo, ao nível da ocupação hoteleira durante este mês, e os dados indicam um aumen to em relação a 2019. Para termos uma noção, a equipa da RTP que veio fazer o “Aqui Portugal” no último fim de sema na da Feira teve de ficar alojada em Fornos de Algodres, pois não havia disponibilidade hoteleira mais perto. Isto mostra a dinâmica que a feira traz à região, o que quer dizer que, do próprio ponto de vista económico, é efetivamente uma ân cora regional.
“A realização de feira agrícola é um desafio que agrada, porque tem um potencial extraordinário”
GR: Há uns anos falou-se na possibilidade de Viseu, e da Viseu Marca, ter uma grande feira virada para o setor primário. Em 2007, o atual presidente da Câmara, Dr. Fernando Ruas, admitiu a possibilidade da sua realização. Está nos vossos horizontes essa realização?
PA: O setor primário é muito importante para o distrito de Viseu e para a nossa região. Mais do que nós termos esta iniciativa, é preciso perceber se os agentes económicos que vivem do setor primário querem participar neste de safio. Nós não a podemos impor, se não houver vontade de quem é agente do setor.
Este ano não fizemos nenhum estudo a este nível, pois chegámos tarde e não houve tempo para nos prepararmos de outra maneira. O importante era que a feira acontecesse no tempo certo, o que veio a acontecer e correu bem. Temos, contudo, a consciência do impacto económico que a feira tem. Em termos diretos, no último estudo que temos dispo nível, de 2018, feito pelo Instituto Politécnico de Viseu, era de 55 milhões de euros na Feira e indiretamente de 82 milhões. Não tenho dúvidas que a Feira de S. Mateus deste ano gerou, no mínimo, mais 20% de mais valias, o que é um impacto extraor dinário.
GR: A Feira de S. Mateus foi um exemplo de que as pessoas estavam ávidas de um regresso à normalidade?
Não tivemos ainda nenhuma iniciativa de ouvir os agentes do setor nesse sentido. Agora, um distrito que tem três regiões demarcadas de vinho, que é um gran de produtor de fruta, nomeadamente de maçã, que tem na cereja e na castanha produtos de excelência, que tem na floresta um grande ativo económico, que tem no turismo de natureza, e que também está ligada ao setor primário, um potencial extraordinário tem todas as condições para podermos aproveitar tudo o que se desenvolve no nosso território.
PA: Sim. Esse motivo também era importante, mas a Feira de São Mateus é um evento que vai para além de todos os outros que conhecemos deste tipo na região e do país. É uma marca dis tintiva. Para termos noção, tivemos expositores de 16 distritos do país, em 18, o que quer dizer que a marca da Feira de São Mateus, do ponto de vista económico, é elevadíssima e chega a esta dis tância. A feira foi atrativa, a começar pelo cartaz, mas porque foi um evento capaz de atrair não apenas uma região ou uma faixa etária, mas sim um país inteiro e é transversal e intergeracional.
Costumo dizer que temos de saber retirar valor do território, porque ele não sai daqui. A maçã de altitu de, a maçã Bravo de Esmolfe, a castanha Soutos da Lapa, a cereja, os vinhos de excelência, que temos nas diferentes regiões, são do nosso território e não se produzem noutros locais. Por isso temos de sa ber potenciar e aproveitar tudo o que temos de bom na região e promovê-lo. Se é através de uma feira agrícola, tem de haver também da parte de quem é agente económico o compromisso de connosco se abalançar nesse desafio.
GR: Mas a Viseu Marca está disposta a avançar?
PA: É um desafio que me agrada, porque que tem um potencial extraordinário.
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Criações apoiadas com colaboração de uma designer de produto e inspiradas nas mesas de refeição tradicionais. O projeto resulta de uma parceria entre a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões e a ADD - Associação de Desenvolvimento do Dão.
Artesãos da região Viseu Dão Lafões, em con junto com uma designer profissional e com participantes em oficinas, desenvolveram e criaram de raiz quatro novos objetos, com base em técnicas, matérias e tradições locais. Estes objetos originais, já em produção, combinam práticas tradi cionais com interpretações contemporâneas, terão aplicação prática, podendo ser utilizados no dia a dia e vêm contribuir para a valorização do património imaterial da região de Viseu.
A iniciativa, no âmbito do projeto Craft Turismo Cria tivo, teve início com quatro oficinas de cocriação pré vias, em junho, que envolveram os artesãos, os parti cipantes e uma designer de produto. Os participantes nas oficinas tiveram oportunidade de conhecer e ex perimentar várias técnicas artesanais, em contacto com artesãos locais, nomeadamente técnicas de ferro e vidro, cestaria, têxtil e cerâmica.
As quatro oficinas tiveram como corolário a cria ção das quatro peças originais, pensadas para com por uma mesa de refeição, em casa ou num restau rante. Depois de produzidas, serão também objeto de uma exposição online, a apresentar brevemente.
“Cultivar, Socializar, Alimentar” foi a fonte de ins piração comum aos quatro objetos, proposta pela
Peças de artesãos de Viseu Dão Lafões valorizam o património imaterial da região
designer de produto Irena Ubler. “Queremos valorizar todo este conhecimento, que está tão ligado às pessoas, à agricultura e à preparação dos alimentos, e produzir objetos novos, mas de forma sustentável”, explica Irena Ubler. A melhor forma de honrar este património tão rico é, prossegue a designer, “trazendo-o para a mesa, uma vez que a refeição é um momento tão importante, em que partilhamos comida e a felicidade de estar com a família e os amigos”.
O Craft Turismo Criativo assume-se como um projeto de valorização, qualificação e promoção turística a partir dos recursos e ativos patrimoniais, culturais e imateriais associados ao artesanato. Reinterpretar técnicas e ma térias-primas tradicionais de forma inovadora, com novas abordagens estéticas, que contribuam para a afirmação do património artesanal regional como ativo cultural e turístico, são os principais objetivos.
Desenvolvido numa parceria entre a CIM Viseu Dão Lafões e a ADD, o projeto conta com a participação ativa das gentes de Aguiar da Beira, Nelas, Mangualde, Penalva do Castelo e Sá tão, municípios integrados na CIM.
Nuno Martinho, secretário executivo da CIM Viseu Dão La fões, não esconde a satisfação por estes primeiros resultados do projeto. “As oficinas de cocriação do projeto Craft Turismo Criativo constituíram um sucesso imediato. Foi muito gratifi cante assistir à partilha de conhecimentos e ao diálogo interge racional entre os artesãos e os participantes nas oficinas, com a preciosa ajuda criativa da designer Irina Ubler. Estou certo de que este projeto, que ainda está a dar os primeiros passos, vai surpreender-nos a todos pela grande qualidade dos seus resul tados. A CIM Viseu Dão Lafões está fortemente empenhada em que isso aconteça”, sublinha.
Por sua vez Emanuel Ribeiro, coordenador da ADD, destaca que “o saber-fazer artesanal está a ganhar novas formas nos dias de hoje, pelas mãos dos artesãos, que estão a conseguir preservar os saberes e modos de produção tradicionais, enquanto os reinven tam de forma criativa. Iniciativas como este projeto são a melhor garantia de que os conhecimentos adquiridos ao longo das gera ções não se vão perder”.
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Projeto Craft Turismo Criativo.