www.gazetarural.com 1 www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 417 | Periodicidade Quinzenal | 15 de Outubro de 2022 | Preço 4,00 Euros Há festas da castanha em Vinhais e Sernancelhe • Cientistas estudam aquecimento global na Serra da Estrela • Vindima na Adega de Penalva dá vinhos de “grande qualidade” • Mangualde quer internacionalizar a Feira dos Santos • Mértola promove Festa da Caça ‘ICheese’ encerra em Penalva!
PENALVA DO CASTELO RECEBE SEMINÁRIO FINAL DE ENCERRAMENTO DO PROJETO ‘ICHEESE’
A Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo, vai receber nos dias 11 e 12 de novembro o seminário final do projeto ‘iCheese - Cynara Innovation for best Cheese’, que visa a inovação de produtos e processos para a valorização do sector dos queijos que usam flor de cardo como coagulante.
sumário
Penalva do Castelo recebe seminário final de encerramento do projeto ‘iCheese’
Mértola celebra e promove o património cinegético do concelho
Sernancelhe celebra os 30 anos da Festa da Castanha
Oleiros ‘mostra’ os sabores e cheiros de outono
Feira da Castanha de Vinhais à espera de “50 a 60” mil visitantes
Rogil promove amendoim produzido na freguesia do concelho de Lagoa
Mangualde aposta na internacionalização da Feira dos Santos
Abrantes recebe vigésima Feira Nacional de Doçaria Tradicional
Há “estrelas” Michelin no Festival Nacional de Gastronomia
Vale do Lobo Wine Connection reúne mais de 40 expositores
APENO promove fóruns regionais para debater o enoturismo
FICHA TÉCNICA
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Vindima na Adega de Penalva dá vinhos de “grande qualidade”
Cientistas estudam o efeito do aquecimento global na Serra da Estrela
de azeitona deve cair para cerca de
cada vez mais suportada
de Vouzela quer criar uma queijaria artesanal em Fornelo
Rega
a abóbora da Lourinhã nas suas diversas vertentes
de Tondela desenvolvem
para tratar
apresenta plano de adaptação às alterações climáticas
Bravo de Esmolfe de Penalva do Castelo em plataforma digital
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75 mil toneladas 30 Opinião - Agricultura 4.0 32 Agricultura portuguesa
na inovação tecnológica 33 Câmara
do Monte 34 Congresso Nacional de
e Drenagem reúne 120 participantes 35 Festival promove
36 UTAD e empresa
tecnologia
efluentes da produção de azeite 37 Estarreja
38 Maça
Nos dias 11 e 12 de novembro, na Casa da Ínsua
Penalva do Castelo recebe seminário final de encerramento do projeto ‘iCheese’
A Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo, vai receber nos dias 11 e 12 de novembro o seminário final do projeto ‘iCheese - Cynara Innovation for best Cheese’, que visa a inovação de produtos e processos para a valorização do sector dos queijos que usam flor de cardo como coagulante.
O projeto ‘iCheese - Cynara Innovation for best Cheese’ teve início em 2017 e fica concluído em novembro com a realização do seminário final em Penalva do Castelo, onde cada uma das diversas entidades envolvidas no projeto apre sentará os seus resultados e conclusões. Serão discutidas as estratégias e as perspetivas de futuro para a fileira dos queijos DOP que usam flor de cardo como coagulante. Este evento será aberto ao público em geral e contará com a presença das entidades oficiais ligadas às fileiras dos Queijos DOP Portugueses.
O projeto ‘iCheese -Cynara Innovation for best Cheese’ tem como região de intervenção o território português e o seu ob jetivo principal é a “inovação de produtos e processos visando a valorização do setor dos queijos que usam flor de cardo (Cy nara cardunculus) como coagulante”.
Pretende contribuir para garantir a produção de um coa gulante padronizado, cumprindo os requisitos de qualidade e segurança alimentar e criar um instrumento de comunicação entre as instituições do Sistema Científico e Tecnológico Na cional, os representantes do tecido produtor, os produtores e os consumidores.
O projeto é liderado pela Universidade Católica e integra uma rede de parceiros, onde se incluem os Institutos Politécnicos de Viseu, Castelo Branco e Beja, a Universidade de Évora, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, a Associação Na cional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela (Ancose), o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo, o Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar (CATAA) de Castelo Branco e a Sabores e Ambiente Serra da Estrela, Lda. Iniciou-se em novem bro de 2017, com um investimento total elegível de 400.302,14 euros, um prazo de 5 anos e terá o seu término no próximo mês de novembro. Ao longo deste tempo, no quadro do projeto, têm sido realizadas diversas ações de divulgação, ações de demonstração e publicações. Ainda recentemente foi apresentado na Cimeira Agroi novação 2022, no CNEMA em Santarém.
O projeto fica concluído com a realização do seminário final na Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo. Reuniu os principais grupos de interesse envolvidos na fileira dos queijos tradicionais de Portugal
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coagulados com o extrato aquoso de flores secas de ‘Cynara cardunculus’.
Face ao problema e oportunidades identificados, o conhe cimento científico já construído e a investigação colabora tiva praticada pela rede de parceiros, “foi estabelecida uma estratégia de abordagem para o cumprimento dos objetivos gerais preconizados, que passam pela “inovação de produ tos e processos visando a valorização do setor dos queijos que usam flor de cardo como coagulante, garantindo o for necimento seguro e sustentável, contribuindo para a pro moção da competitividade de pequenas e médias empresas do setor dos laticínios”. Outro dos objetivos a atingir passa pela disseminação e demonstração nacional e internacional dos resultados.
No decurso do projeto foram estabelecidos campos expe rimentais com diferentes tipos de cardo a utilizar no projeto. Foi realizada a caracterização da flor de cardo em função dos genótipos, modo de colheita e processamento, incluindo a caracterização do perfil enzimático, proteolítico e atividade coagulante. Em colaboração com diversas queijarias foram feitos ensaios para a avaliação do coagulante padronizado (EcoCyn) no processo de fabrico de queijos tradicionais DOP.
Foram realizados ensaios em laboratório para avaliar o impacto de novas formulações (InovEcoCyn) para a obten ção de queijos com características organoléticas diferencia das. Nos ensaios de produção de queijos foram realizadas análises químicas, bioquímicas e microbiológicas ao leite, coalhada, soro e queijo, bem como análise de textura e sen soriais aos queijos no âmbito de painéis certificados para o efeito.
No evento final será apresentada a plataforma iCheeseCynara innovation, assegurando a disseminação ampla em português e inglês dos resultados do GO, cumprindo o ob jetivo maior do iCheese, bem como a apresentação de uma publicação intitulada “Cardo Máximo”, que pretende dar a conhecer o cardo nas mais diversas vertentes e que preten de ser, para além de um testemunho e tributo, uma fonte de inspiração e conhecimento para o futuro desta cultura.
O projeto reuniu os principais grupos de interesse envolvidos na fileira dos queijos tradicionais de Portugal coagulados com o extrato aquoso de flores secas de ‘Cynara cardunculus’. Face ao problema e oportunidades identificados, o conhecimento científico já construído e a investigação colaborativa praticada pela rede de parceiros, “foi estabelecida uma estratégia de abordagem para o cumprimento dos objeti vos gerais preconizados.
Estes objetivos passam pela “inovação de produtos e processos visando a valorização do setor dos queijos que usam flor de cardo como coagulante, garantindo o fornecimento seguro e sustentável, contribuindo para a promoção da competitividade de pequenas e médias empre sas do setor dos laticínios”. Outro dos objetivos a atingir passa pela disseminação e demons tração nacional e internacional dos resultados.
De 21 a 23 de outubro, no Pavilhão Multiusos
Mértola celebra e promove património cinegético do concelho
A Câmara de Mértola realiza de 21 a 23 de outubro, no Pavilhão Multiusos Expo Mértola, a XIII Feira da Caça, através de um certame que promete continuar a celebrar e promover o património cinegético do concelho, assim como as suas potencialidades turísticas e económicas.
A par dos habituais espetáculos musicais, que este ano contam com a presença de Jorge Guerreiro, Cláudia Martins & Minhotos Marotos e Quim Barreiros a fechar em grande o evento no final de tarde de domingo, na Feira da Caça 2022 haverá também colóquios com temas muito interessantes e as famosas refeições tradicionais de pratos de caça.
A autarquia de Mértola promete a todos os visi tantes algumas surpresas, entre as quais uma nova disposição dos expositores, mais armeiros, uma en trada renovada e um novo parque exterior, novas ati vidades cinegéticas e uma exposição de fauna viva diversificada.
Uma referência a nível nacional
A Feira da Caça de Mértola é uma referência a nível nacional e a autarquia local, nesta retoma à normalidade, está “a preparar um evento ainda
maior e mais bem organizado”, como afirmou o presidente da Câmara Mário Tomé. “Estamos ansiosos pela realização da feira e as expectativas são as melhores e as maiores, sa lientou o autarca, considera que a Feira da Caça “é, há muito tempo, um dos eventos mais importantes para o nosso con celho, pois transporta muito daquilo que é a nossa imagem, a nossa dimensão e o nosso património natural e isto é fan tástico”.
Depois da realização do evento com algumas restrições, nos últimos dois anos, devido à pandemia, “a edição este ano é o retomar da normalidade. E porque o queremos fazer com pompa e circunstância, estamos a preparar um evento ainda maior, mais bem organizado, com uma variante muito inte ressante, que irá criar grande expectativa nos visitantes, que é uma demonstração de fauna viva, já de alguma dimensão e com a qual queremos dar um simbolismo ainda maior à Feira”, adiantou Mário Tomé.
O autarca de Mértola destacou a importância económica da caça para o concelho, considerando que “tem um peso bastan te grande, desde logo de forma direta na hotelaria e restaura ção, mas também naquilo que na vertente económica do setor”. Mário Tomé diz que um visitante “não passa por Mértola apenas uma vez, retém aquilo que são as suas diversas dimensões, des de logo históricas e culturais, mas também o nosso património natural, que valorizamos muito e que damos a conhecer com o setor da caça. Estas são as variáveis económicas indiretas”.
Para o presidente da Câmara de Mértola, a Feira da Caça “é uma das variáveis que dá substância a tudo isto, que ajuda às diversas dimensões que Mértola oferece, o que é a sua especificidade única, e que depois nos transporta para outra dimensão, nesta capacida de de captar visitação que o concelho oferece, com impacto indire to no nosso desenvolvimento económico”, sustentou Mário Tome.
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Sernancelhe celebra os 30 anos da Festa da Castanha
Sernancelhe celebra este ano os 30 anos da Festa da Castanha, que acontece de 28 a 30 de outubro. Mantendo o formato tradicional, o evento primará por ser uma montra para produtores e empresas, impulsionando a economia, o artesanato, a cultura e as gentes de Sernancelhe, mas também projetando turisticamente o território como espaço de história, onde a identidade se cultiva e celebra.
Nos 30 anos de evento, aguarda-se a visita de milhares de pessoas e os passeios pedestres e BTT pelos soutos da casta nha Martaínha atingirão novos recordes de participação. A TVI estará presente com o programa “Somos Portugal” no dia 30 de outubro. A abertura do certame contará com a presença de Luís Montenegro, presidente do Partido Social Democrata.
Em entrevista à Gazeta Rural, o vereador da Câmara Sernan celhe responsável pelo evento, diz que estes 30 anos resultam de “sucessivos avanços do que é hoje a marca ‘Sernancelhe –Terra da Castanha’, daquilo que as diversas edições deram de retorno ao município”. Armando Mateus salienta que desde a primeira edição, o certame “mantém o caráter de genuinidade, identidade e a particularidade de falarmos de um fruto bem acei te pelo público”.
Gazeta Rural (GR): A Festa da Castanha comemora 30 anos. Que balanço faz?
Armando Mateus (AM): São três décadas de sucessivos avan ços do que é hoje a marca “Sernancelhe – Terra da Castanha”, que resulta daquilo que as diversas edições, ao longo do tempo, deram de retorno ao município. Este retorno tem hoje, cada vez mais e como face mais visível, os milhares de pessoas que nos visitam, que, acredito, aumentam de ano para ano, porque desde a primei ra edição a Festa da Castanha mantem o caráter de genuinidade, identidade e a particularidade de estarmos a falar de um fruto que
Homenageando todos quantos contribuíram para o sucesso do evento
tem muito boa aceitação no público que nos visita, mas também porque nos transporta para a nossa infância, para o magusto que se fazia lá por casa nas festas de família, para uma época que é o outo no, num tempo mais frio, que quer aconchego e uma castanha comida junto ao borralho, acompanhada de uma boa jeropiga, tudo à volta de uma gastronomia e costumes em que a castanha está presente e uma identidade que este evento sempre procurou preser var. Passados 30 anos o que verificamos é que há cada vez mais visitantes que procuram esta vivência e esta experiência.
GR: Nesse quadro, como perspetiva a edição deste ano?
AM: Pretendemos vincar e mostrar essa identidade, com todos aqueles que ajudaram a criar a Festa da Cas tanha. Vamos ter um evento na sua versão mais recente, uma festa da castanha com muita animação e gastro nomia, provas desportivas, como BTT, caminhada, trail, passeio equestre, os concursos de melhor doce e melhor castanha, bem como a conjunção com as tendas gastro nómicas, as tasquinhas, cultura e muita animação, com fado, cantigas à desgarrada e concertinas.
Para além disso, queremos, nestes 30 anos, tornar esta edição muito documentada, visualmente e muito gráfica. Toda exposição e toda a feira terá vários locais com video walls e écrans gigantes para mostrar a evolução do certa me ao longo destes 30 anos, quem foram as personalida des que inauguraram a festa da castanha, quem foram os elementos fundamentais, económicos, sociais e políticos, que ao longo de 30 anos fizeram com este certame se ala vancasse e se tornasse numa referência para esta região. Os 30 anos vão ser marcados como um resumo, um ponto de situação e um mostrar de toda a evolução que a feira teve, com vários depoimentos, gráficos, reportagens, documentá rios, que irão estar patentes durante os três dias, juntamente com o cartaz que já é habitual da Festa da Castanha.
GR: A autarquia fez questão, nos vários eventos que levou a cabo este ano, de realçar e vincar os 30 anos da festa da castanha?
movemos terem o selo, a marca, este cunho de qualidade, de genuinidade e de identidade que é a Festa da Castanha.
Fizemos um plano de marketing e promoção territorial assente neste evento, que percorreu o ano inteiro, que se iniciou nos primeiros meses de 2022, com a apresentação da Festa da Castanha na Bolsa de Turismo de Lisboa, e que culmina com esta festa, onde termina este ciclo.
GR: Olhando para a campanha deste ano. Há regiões com quebra de produção e incerteza na qualidade da castanha. Qual é a situação no concelho?
AM: Hoje é totalmente inseparável a Festa da Castanha e a marca “Sernancelhe – Terra da Castanha” de qualquer outro evento que o município possa realizar. Todos os eventos que promovemos ao longo do ano têm o benefício e o retorno de um público que já nos visita, ou começou a visitar-nos, na Festa da Castanha, onde as pessoas encontram já uma particularidade, uma forma de receber e acolher muito genuína. Diria que é já uma marca de qualidade, que quem vem a Sernancelhe já procura. Esta marca beneficiou todos os outros eventos, pelo que, enten demos, faria todo o sentido este ano todos os eventos que pro
AM: Neste momento o que sabemos é que há uma produção mais tardia. Ainda que o castanheiro não seja uma cultura com grandes necessidades de água, a seca é de tal ordem acentuada que é natural que a cultura do castanheiro e a produção de castanha estejam afeta das. Para além da colheita mais tardia, também se sus peita de uma quantidade de castanha inferior. Quanto à qualidade do fruto, só quando começar a cair e em plena produção se poderá saber. Diria que a avaliação que temos, neste momento, é de uma colheita mais tardia, com uma quebra de produção, mas, espera mos nós, com a qualidade a que a Martaínha já nos habituou.
Festival gastronómico destaca sabores de outono no Fundão
O Município do Fundão irá promover, entre os dias 22 de outubro e 14 de novembro, aos fins de semana, a mostra gastronómica “Fundão, Aqui Come-se Bem - Sabores da Outono”, em 17 res taurantes do concelho do Fundão.
A feira “é uma marca incontornável do mundo rural, dNeste festival irão participar os restaurantes As Tílias, A Cascata, Boguinhas, Hermínia, Paladar’te, Pecado, O Alambique, O Barros, O Telhas e Snack-Bar Sítio do Vale (Fundão), Fiado Restaurante (Janeiro de Cima), Casa dos Leitões, O Calhambeque e O Mário (EN18 – Alcaria), Papas e Migas (Alcaria), Degusta-me Petiscos (Alpe drinha) e Bistrô Vinha D’ Alho (Aldeia de Joanes).
Com esta mostra gastronómica pretende-se que sejam criados e recriados pratos típicos regionais li gados a esta estação do ano, valorizando os produtos do outono, como a castanha, a abóbora, o mel, a noz, o milho, o marmelo, os cogumelos, o vinho novo e a jeropiga.
Esta iniciativa irá desafiar os restaurantes a aliar a tradição à inovação, criando ementas de excelência gastronómica. Das entradas às sobremesas pode rá provar deliciosas iguarias no restaurante ou em takeaway.
O festival é mais um motivo para uma escapadela de fim-de-semana ao Fundão.
Oleiros ‘mostra’ os sabores e os cheiros do outono
Os sabores e os cheiros do outono vão invadir o Pavilhão Multiusos das Devesas Altas, em Oleiros, na Mostra dos Frutos de Outono 28 a 30 de outubro. O outono é uma estação tradicio nalmente ligada a alguns frutos endógenos do concelho de Oleiros, como a castanha, as uvas, o medronho, os cogumelos, a romã ou o marmelo. Após um interregno devido à pandemia, o evento regressa renovado e num espaço onde o conforto e a funcionalidade são mais-valias.
Durante os três dias de mostra, na sexta-feira das 17 ho ras à 1 hora da manhã e sábado e domingo com início às 10 e encerramento à 1 e às 21 horas, respetivamente, haverá animação cultural, artesanato e produtos agroalimentares, proporcionando oportunidades de convívio e negócio.
Rodrigo Lourenço, vencedor do The Voice 2021, acompa nhado de Bernardo Alves, o humorista Hugo Rosa, os acor deonistas Rúben Alves e António Alves, o “Xico Fadista” ou o grupo “Samba e Pagode” são as atrações musicais ao longo deste evento que conta com algumas surpresas como uma roleta de sorteio de diversos prémios.
No recinto haverá o habitual espaço de tasquinhas, onde po dem ser degustados petiscos tradicionais, a tradicional filhó, os crepes com frutos da época, compotas, licores, jeropiga, castanha assada ou enchidos. No exterior haverá mais alguns atrativos, como um carrossel para crianças, que farão as delí cias de todos quantos se deslocarem a este evento organizado pelo Município de Oleiros.
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De 28 a 30 de outubro, no Pavilhão Multiusos das Devesas Altas
Feira da Castanha de Vinhais à espera de “50 a 60” mil visitantes
Entre “50 a 60 mil pessoas” é o número de visitantes esperado na Feira da Castanha de Vinhais, que já se tornou num chamariz, apenas superado pelo tradicional fumeiro, e que este ano decorre entre 28 e 30 de outubro. Este certame é uma das maiores apostas da Câmara de Vinhais, tendo como objetivos aumentar a qualidade do certame e o consequente aumento do número de visitantes.
Durante estes três dias, Vinhais organiza uma das maiores festas da região, sendo considerado um ponto de encontro essencial para quem participa no certame, mas também para todos os vinhaenses. No espaço da feira vão estar reunidas empresas e produ tores ligados aos produtos de outono, como castanha, mel, nozes, azeite, vinho e outros. Contará com muita animação, magusto permanente no maior assador de castanhas do mundo, jornadas técnicas, chegas de touros, concursos e tasquinhas onde os visitantes poderão degustar os melhores sabores de Vinhais, entre outras atividades.
Devido ao atraso da castanha, a feira, que costumava decorrer anualmente em outubro, este ano foi adiada para o fim de sema na dos Santos, segundo o presidente da Câmara, Luís Fernandes. A autarquia é a promotora do certame, em parceria com a associa ção Arbórea, e afirma que “está garantido” que vai haver castanha na feira. O autarca espera que ainda seja possível minimizar alguma quebra, mas acrescenta que ainda é cedo para dizer “algo sobre a produção”.
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Certame decorre entre 28 e 30 de outubro
A castanha é a rainha em Vinhais. Este fruto as sume um papel muito relevante na economia do concelho, projetando o seu nome a uma dimensão nacional e até internacional. Vinhais é o maior pro dutor nacional de castanha, produzindo uma média anual de 15 mil toneladas, movimentando cerca de 15 milhões de euros. A castanha de Vinhais apre senta não só quantidade, mas também qualidade e variedade. Os tipos de castanha e as suas caracterís ticas encontram-se também em exposição na feira para que todos possam enriquecer os seus conheci mentos.
A Nova Marca: Castanha Longal de Vinhais
No sentido de impulsionar ainda mais a castanha do concelho, foi criada a marca “Castanha Longal de Vi nhais”, característica desta região. O conceito procura aproximar a marca dos consumidores a nível nacional, mas também internacional, tendo como objetivo ser uma alavanca para a promoção de Vinhais e dos seus produtos endógenos.
A feira surge, assim, com a novidade da aposta na denominação “Vinhais a Terra da Castanha Longal”, um processo iniciado pela autarquia para valorizar esta varie dade que é autóctone do concelho. À semelhança do que aconteceu com a certificação do Fumeiro de Vinhais, o município espera que este processo da castanha também resulte numa mais-valia para os produtores.
Nos três dias da feira em torno do fruto seco, é esperada a ministra da Agricultura na abertura e mais de 100 expo sitores com castanha e outros produtos da terra. O evento é feito com um investimento entre “80 a 90 mil euros”, de acordo com o município que promete negócios, animação, magusto permanente no “maior assador de castanhas do Mundo”, jornadas técnicas, chegas de touros, entre outras atividades.
Campanha da castanha atrasada devido à seca
A campanha da castanha está atrasada e ainda “é uma in cógnita” em Vinhais, no distrito de Bragança, embora a expec tativa seja de quebra na produção no concelho transmontano que é dos maiores produtores nacionais deste fruto seco.
O ponto da situação é feito pela Arbórea, a principal organi zação de produtores florestais do concelho onde, nesta época do ano, já deveria estar a acabar a apanha de algumas varieda des e a iniciar a das tardias. Devido à seca, o desenvolvimento do fruto está atrasado e os ouriços tardam em abrir, o que leva o presidente da Arbórea, Abel Pereira, a antever que a campanha, que leva cerca de duas semanas de atraso, “deve arrasta-se até dezembro este ano, quando normalmente terminaria a 20 de no vembro”.
O dirigente receia que haja castanheiros centenários, nalgumas zonas, onde a castanha não vai vingar, devido ao reduzido desen volvimento do ouriço e consequente da manutenção das tempera turas altas, e que os produtores venham a ter castanha com bicho e rachada, que o mercado não aceita. As chuvas do início de se tembro ainda derem alguma esperança aos produtores, mas neste momento a única certeza é a de que “a campanha está atrasada e ainda é uma incógnita”, como salientou.
Neste setor, segundo disse, ao contrário da lei do mercado, menos oferta, ou seja, menos castanha, não é sinónimo de que seja mais bem paga. Abel Pereira deu o exemplo da castanha híbrida que está
a cair (já em condições da apanha) e que está com um preço mais baixo do que no ano passado. O presidente da Arbórea concretizou que está a ser paga ao produ tor “à volta de dois euros o quilo”, enquanto o que seria normal é nesta altura “rondar os três euros”.
O concelho de Vinhais colhe cerca de oito mil tone ladas de castanha e num ano bom fatura entre 12 a 15 milhões de euros, sendo que uma faturação anual abaixo dos 10 milhões de euros é considerada “um mau ano”. Neste concelho há dois mil produtores com realidades distintas, alguns a faturarem 500 euros e outros entre 100 a 150 mil euros por cam panha, todavia a castanha é a principal fonte de rendimento deste concelho com menos de oito mil habitantes.
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‘Prove Leiria Doçaria’ é evento mais doce da cidade
De 21 a 23 de outubro, o Prove Leiria Doçaria, o evento mais doce da cidade, está e volta ao Mercado de Sant’Ana, em Leiria, para a sua oitava edição, com o objetivo de dar a conhecer o que de mais doce se faz em Leiria.
Serão três dias de showcookings, funny cooks, stand up cooks, música e muita doçaria a cargo de algumas das melhores pas telarias do concelho, que vão levar ao coração da cidade os seus doces mais conceituados e, claro, as incontornáveis Brisas do Liz. Este ano, os convidados para os showcookings são a chef Isabel Zibaia Rafael, autora do blogue “Cinco Quartos de Laran ja”, a chef Tia Cátia Goarman e chef Marco Costa. A chef Ma falda Teixeira também vai marcar presença, com dois funny cooks gratuitos, mas de inscrição obrigatória, e a animação geral ficará a cargo da Funk You Brass Band e do humorista Eduardo Madeira.
Como já é hábito, o Prove Leiria Doçaria terá um espaço lounge, da responsabilidade da Delta Cafés, um dos patroci nadores do evento, a par com os Ovos Matinados, postos por Galinhas criadas ao ar livre, que também prometem anima ção extra.
Mais uma vez, este ano, vai ser possível eleger “A Escolha Doce dos Leirienses” de entre as especialidades a concur so, e todos os que votarem ficam habilitados a um prémio final, atribuído por sorteio. A entrada no Prove Leiria Doça ria é gratuita e as portas abrem no dia 21, às 18 horas.
No concelho de Aljezur, a 29 e 30 de outubro
Rogil promove amendoim produzido na freguesia
Em comunicado, a autarquia de Aljezur diz que o objetivo des te evento “é uma oportunidade para a promoção e comerciali zação do amendoim como “produto de excelência” produzido na freguesia de Rogil e dinamizar a economia local, as tradições e o turismo”.
Produtos alimentares confecionados tendo o amendoim como ingrediente, vão estar em destaque nos dias 29 e 30 de outubro no “Amendoim em Festa”, evento organizado pela Junta de Freguesia de Rogil com o apoio do Município de Aljezur.
Durante os dois dias os visitantes poderão provar um vasto le que de produtos alimentares à base do amendoim, nas tasqui nhas, nos stands das doceiras ou dos produtores locais presen tes no certame. O mel, os enchidos, os licores e outros produtos locais farão parte desta mostra gastronómica.
A mostra gastronómica integra ainda ateliês de cerâmica, insu fláveis e atividades de trampolim para os mais jovens, bem como um programa de animação musical e sessões de teatro culinário. A animação musical será uma constante durante estes dois dias.
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De 21 a 23 de outubro, no Mercado de Sant’Ana
A realizar nos dias 5 e 6 de novembro
Mangualde aposta na internacionalização da Feira dos Santos
A cidade de Mangualde vai voltar a encher-se com milhares de visitantes na tradicional Feira dos Santos, que este ano terá lugar nos dias 5 e 6 de novembro, com várias novidades. A autarquia de Mangualde aposta na internacionalização do certame, com a presença de cerca de três dezenas de jornalistas espanhóis, mas também nos setores agrícola e automóvel.
“Vamos ter uma grande Feira do Santos”, referiu o presidente da Câmara de Mangualde à Gazeta Rural. Marco Almeida diz que o certame deve bater este ano o recorde do número de feirantes. “Estamos muito próximo do número máximo de feirantes dos últimos anos e ainda faltam duas semanas do início da feira, o que quer dizer que as pessoas estão confiantes nas potencialidades deste território e acreditam que esta é uma grande montra do concelho e da região”, salientou o autarca, defendendo que a feira é também “um momento de grande afirmação no contexto internacional”.
nesse fim de semana um congresso de jornalistas espa nhóis, que tem como tema ‘Pesca, Água e Meio Ambien te’”. A data “foi escolhida propositadamente para estes jornalistas viverem presencialmente a maior montra do concelho de Mangualde e a darem a conhecer”, acres centou o autarca, revelando que “esta é também uma aposta na internacionalização”. A ideia é “transformar a Feira dos Santos num evento ibérico e queremos ‘levá -la’ para Espanha”, acrescentou Marco Almeida. Mas a edição 2022 do certame vai expandir-se por outras zonas da cidade de Mangualde. “Além de garan tirmos tudo o que era feito no passado, vamos reforçar uma das nossas bandeiras, e uma das nossas priorida des, que é a parte agrícola”, adiantou Marco Almeida, acrescentando que a Agro Mangualde “vai ter mais agentes da área”.
Para o efeito, adiantou Marco Almeida, “fizemos um convite a um conjunto de pessoas ligadas aos media espanhóis e vamos receber
A Feira dos Santos tem outros eventos associados, este ano com a novidade do ‘Mangualde Motor’, por que “estamos num concelho que é uma referência nos transportes logísticos”. Neste campo, acrescen tou o presidente da Câmara de Mangualde, “a AN TRAM vai estar connosco, como esteve no passado, mas mais forte, mas também vamos ter a presença de vários concessionários dos setores automóvel, motas e turismo”. “Um concelho que tem uma his tória ligada ao setor automóvel vai ter pela primeira vez um evento, integrado na Feira dos Santos, de dicado ao setor automóvel”, frisou Marco Almeida.
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Abrantes recebe vigésima Feira Nacional de Doçaria Tradicional
A vigésima Feira Nacional de Doçaria Tradicional promete levar a Abrantes iguarias portuguesas conventuais e tradicionais, licores, mel e compotas representantes de várias regiões do país. De 21 a 23 de outubro, a Esplanada 1º de Maio, no Centro Histórico de Abrantes recebe um certame acompanhado por oficinas e demonstrações de doçaria, exposições, animação infantil, música e atividades desportivas.
A assinalar os 20 anos, a feira de 2022 será uma das maiores mostras de doçaria das várias edições realizadas pelo Município de Abrantes, em parceria com a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior. O certame vai juntar 36 expositores, vindos de Vimioso, Felgueiras, Amarante, Ovar, Viseu, Montemor-o-Velho, Cernache do Bonjardim, Sertã, Alcobaça, Caldas da Rainha, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha, Tomar, Constância, Sardoal, Ponte de Sôr, Portalegre, Malveira, Évora, Reguengos de Monsaraz, Algarve, Madeira e, claro, de Abrantes. Nove destes doceiros são estreantes no evento.
Para esta edição, a organização vai dar destaque a um evento do território com a doçaria das freguesias de Carvalhal, Fontes, Martinchel, Rio de Moinhos, Aldeia do Mato e Souto: o Festival de Doçaria e Artesanato. A inau guração, no dia 21 de outubro, contará com um momen to simbólico, que reflete a tradição, a cair em desuso, da ornamentação dos andores e fogaças com bolos durante as procissões religiosas. Já no sábado à tarde, será feita uma apresentação deste festival das freguesias do norte do concelho de Abrantes e dinamizada uma demonstração da confeção de ferraduras, os bolos lêvedos que constituem maioritariamente as dádivas.
A complementar a promoção e comercialização de doça ria, mel, licores, compotas e doces serão realizadas três ofi cinas temáticas gratuitas, mas de inscrição obrigatória, ati vidades que vão decorrer dentro da tenda da Feira da Doçaria e os participantes devem levar avental e luvas descartáveis.
A Feira Nacional de Doçaria Tradicional realiza-se desde 2002. O objetivo é valorizar a riqueza da doçaria tradicional e conventual de todo o país, colocando os doces locais, como a Palha de Abrantes, a Tigelada de Abrantes e as Broas Fervidas, junto de outros ícones portugueses.
A esta receita juntam-se atividades culturais e desportivas, demonstrando um trabalho em rede com os agentes do terri tório, que permite o sucesso deste certame, afirmado a nível nacional, e que se traduz na dinamização da económica local, revelando-se uma excelente oportunidade para atrair visitantes ao Centro Histórico de Abrantes. Nesta edição, a feira é certifi cada como Ecovento, atribuído pela VALNOR - Valorização e Tra tamento de Resíduos Sólidos, S.A., com o objetivo de promover a prevenção e redução de quantidades de resíduos produzidos, com a separação de embalagens, a recolha seletiva e encaminha mento para reciclagem.
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Fim-de-semana de 21 a 23 de outubro será de cheio de doces e animação
De 21 de outubro a 1 de novembro, em Santarém
Há várias “estrelas” Michelin no Festival Nacional de Gastronomia
Durante 12 dias, Santarém volta a ser palco do Festival Nacional de Gastronomia. De 21 de Outubro a 1 de novembro, promete-se uma chuva de chefs com estrela Michelin, ora no espaço Banquete, ora na regressada zona de petiscos.
O programa do quadragésimo primeiro Festival Nacional de Gastronomia (FNG) foi apresentado na Quinta da Bela Vista, em Santarém, depois de uma mesa-redonda e prova de Vinhos do Tejo, conduzida pelo sommelier Rodolfo Tristão, e seguido de um almoço de cozido à portuguesa “que cruzou a tradição
do Sr. António, da Taberna do Geraldo, e a inovação, pelo chef João Diogo Saloio, do restaurante Mãe”.
O vice-presidente da Câmara de Santarém com o pelouro do Turismo e Grandes Eventos, João Leite, apontou a “tradição com uma pitada de futuro” como mote de mais uma edição de um festival que tem procurado “juntar tradição e modernidade” e que quer, nesta edição, honrar a eleição como “evento do ano 2021”, anunciada em julho na sexta edição dos Prémios AHRESP, e “du plicar o número de visitantes”.
João Leite, apontou a “tradição com uma pitada de futuro” como mote de mais uma edição de um festival que tem procurado “juntar tradição e modernidade” e que quer, nesta edição, honrar a eleição como “evento do ano 2021”, anunciada em julho na sexta edição dos Prémios AHRESP, e “duplicar o número de visitantes”.
O vice-presidente da Câmara de Santarém destacou “várias no vidades” na edição deste ano do FNG, como o regresso de um espa ço dedicado aos petiscos, “que está na génese e origem do festival”, com a presença de “24 chefs representativos de todo o território na cional, que, ao longo dos 12 dias, vão colocar à disposição dos visitan tes vários petiscos a um preço até 6 euros”.
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No espaço da Casa do Campino, no antigo Campo da Feira, estarão, ainda, a funcionar “oito restauran tes permanentes, representativos do território na cional, com pratos regionais característicos e iden tificativos das regiões”, disse. Por outro lado, pelo espaço Banquetes passarão os chefs Henrique Sá Pessoa, Diogo Rocha, João Oliveira, Rodrigo Castelo e Pedro Lemos, proporcionando “momentos únicos de gastronomia”, mas também restaurantes do conce lho de Santarém, como o Dois Petiscos, o Oh!Vargas, a Amassa, o Di Gusto e o Kook, adiantou.
Os mais de 40 municípios do país que confirmaram a sua presença no FNG, trarão, cada um, um stand de agroalimentar, outro de doçaria e um ligado ao artesa nato, sendo que o pavilhão da doçaria passará dos 12 espaços das edições anteriores para 32, “com doces típicos de cada região”. Cada município irá ainda contri buir para a animação do festival, trazendo as suas tra dições, a que se juntarão “música, diversão, vários DJ, muitos workshops e duas cozinhas permanentes para demonstrações gastronómicas”, afirmou.
O autarca de Santarém destacou o envolvimento das escolas do concelho, com a participação de mais de 2.000 crianças na programação, “com uma preocupação da boa utilização dos produtos alimentares”.
Inserida no programa “Santarém Capital da Gastrono mia”, que visa “impulsionar o turismo e a restauração do concelho”, esta edição do FNG tem curadoria do chef esca labitano Rodrigo Castelo, do restaurante Ó Balcão e “embai xador para a gastronomia de Santarém”.
No espaço Petiscos, que fará lembrar “as tasquinhas de antigamente”, estarão nomes como Noélia Jerónimo, Vasco Coelho Santos, Marlene Vieira, Júlio Pereira, Luís Gaspar, Ri cardo Nogueira do Mugasa, Ana Moura, Cláudio Pontes, Vítor Adão ou Hugo Nascimento, entre outros, “responsáveis por restaurantes de norte a sul do país, e que irão estar a dar a provar criações e interpretações muito próprias”. Este ano o FNG dará, também, destaque ao espaço Padaria, onde será feito todo o pão regional do evento, “contribuindo assim para a redução da pegada ecológica”.
As regiões vitivinícolas do país marcarão presença no espa ço Garrafeira, dedicado a “harmonizações com produtos em blemáticos de cada região, com a curadoria de Rodolfo Tristão”, havendo ainda uma zona para bebidas espirituosas, com desta que para os destilados portugueses, acrescenta-se. No exterior, haverá uma área de Street Food e outra para uma programação musical, que incluirá DJ, concertos de bandas portuguesas e apresentação de ranchos e cantares tradicionais.
Vale do Lobo Wine Connection Tasting Experience reúne mais de 40 expositores
Segunda edição de um evento que junta no mesmo espaço produtores e distribuidores de vinhos, bebidas espirituosas e produtos regionais. A iniciativa decorre no Auditorium de Vale do Lobo, em Faro, nos dias 22 e 23 de outubro, entre as 16 e as 22 horas.
A assinalar os dias amenos de Outono que se fazem sentir na região algarvia, está de re gresso o evento Vale do Lobo Wine Connection Tasting Experience. Na sua segunda edição, este evento volta ao resort Vale do Lobo com uma nova seleção de vinhos, maioritariamente nacionais, bebidas espirituosas e produtos regionais durante dois dias.
Com mais de 40 expositores já confirmados, oriundos das várias regiões do país, o evento pro mete uma experiência de degustação de exceção, com a apresentação das últimas novidades e co lheitas especiais de vinho nos dois dias do certa me.
Após uma primeira edição de sucesso, em 2019, este evento vínico reserva em 2022 novidades para todos os gos tos e preferências. Foi especialmente desenvolvido a pensar não só nos verdadeiros apreciadores e profissionais da área, mas também no público em geral, que tem desta forma a oportunidade de conhecer, descobrir, degustar e adquirir as distintas propostas dos expositores presentes.
A nova edição inclui um serviço de catering da empresa Al garve Fine Food, disponível na área de foodcourt do evento, com muitas opções de petiscos, iguarias e sabores tradicionais – como queijo, presunto, enchidos e outras irresistíveis propos tas gourmet, em perfeita sintonia e de harmonização com a oferta vínica do certame.
Outro dos atrativos do evento será a música ao vivo, da au toria do trio “Amar Guitarra” - constituído por João Cuña, Pedro Mendes e Carlos Poubel -, com um espetáculo instrumental di nâmico e intimista com guitarra portuguesa, guitarras acústicas e percussão, e que viajará musicalmente por diversos estilos mu sicais, desde o Fado até ao Flamenco, passando por Carlos Pare des, Astor Piazzolla e Paco de Lucia.
O “II Vale do Lobo Wine Connection Tasting Experience” integra o dinâmico programa de eventos de Vale do Lobo 2022 - que inclui concertos ao ar livre, espetáculos exclusivos, mercados temáticos, bem como diversos eventos desportivos, atividades e experiências para a família, durante todo o ano.
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Nos dias 22 e 23 de outubro, no Auditorium de Vale do Lobo
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A Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO) e a Ageas Seguros, em parceria com as Comissões Vitivinícolas Regionais nacionais (CVR), vão debater o setor, promovendo diversos fóruns regionais, que vão acontecer até 2023 em vários pontos do país. Debater com os agentes económicos das várias regiões vitivinícolas portuguesas os pontos fortes e de melhoria do enoturismo nacional é o objetivo desta iniciativa.
APENO promove fóruns regionais para debater o enoturismo
Descentralizar tem sido a palavra-chave da APENO para se fazer mais e melhor pelo enoturismo em Portugal. Por isso, diz a associação, “a missão, desta vez, é abrir portas a ciclos de debates, em que o foco é discutir o melhor e o pior do enoturismo nacional, com o intuito de se encontrarem soluções para fazer crescer ainda mais um setor já de si em franca expansão, mas com muito mais ainda para dar em território português”.
Como primeira associação nacional dedicada em ex clusivo ao setor, a APENO convida assim os agentes eco nómicos das várias regiões vitivinícolas nacionais para debaterem o enoturismo no mesmo palco, em sessões abertas ao público em geral. A APENO viajará de terra em terra para ouvir os principais problemas das diversas re giões e para encontrar, em conjunto, novas abordagens para se fazer o melhor Enoturismo.
“É com muito entusiasmo que nos juntamos, mais uma vez, a uma iniciativa com a APENO. Queremos re forçar o nosso posicionamento no enoturismo, junto destes profissionais, contribuindo para um setor mais seguro e sustentável. É nosso compromisso estar pre sentes na vida das empresas de uma forma relevante, próxima e emocional”, reforça Gustavo Barreto, mem bro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal.
Objetivo: criar bases sólidas para o enoturismo
A APENO nasceu há apenas dois anos, mas já reú ne entre os seus associados os melhores players do enoturismo a nível nacional, sendo que continua a
crescer todos os dias. “Fala-se muito de enoturismo, mas ainda ninguém tem definições, nem números, que ajudem a compreendê-lo, entre outras questões que têm de ser deba tidas”, refere a associação, que
“tem estado focada em resolver estas questões e em criar bases sólidas de trabalho para que Portugal seja considerado uma região de referência no Enoturismo a nível mundial”, afir ma Maria João de Almeida, a presidente da associação.
“Obviamente, isso passa também pela atenção que quere mos dar a cada uma das regiões nacionais, onde iremos iden tificar e debater os pontos fortes e fracos, tentar apresentar soluções e dar a conhecer o trabalho que temos feito desde que nascemos”, acrescenta. Nestas sessões, com as CVRs de cada região, ainda teremos uma sessão de formação relaciona da com a Prevenção e Gestão do Risco como chave de eficiência do enoturismo, assim como uma mesa-redonda que irá reunir agentes económicos com espaço para debate. “Tenho a certe za de que o resultado será muito positivo”, remata Maria João de Almeida.
O primeiro destes Fóruns Regionais é já no próximo dia 19 de outubro, pelas 14,30 horas, nos paços do concelho, na Praça do Município, em Torres Vedras. “É no enoturismo que reside o maior potencial para crescermos em valor. Para nós, o Fórum Regional de Enoturismo, com a sua componente formativa especializada e a partilha de conhecimento por quem trabalha a temática dos territórios, é uma excelente oportunidade para as empresas refor çarem as suas competências nucleares, num momento em que o enoturismo na Região Demarcada dos Vinhos de Lisboa está a crescer a um ritmo quase frenético”, afirma Francisco Toscano Rico, presidente da CVR de Lisboa.
Seguem-se depois novos Fóruns Regionais. Já marcados na Re gião da Península de Setúbal, no dia 31 de outubro; e na Região Tejo, a 7 de novembro. Brevemente serão conhecidos os próximos fóruns nas restantes regiões vitivinícolas nacionais.
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O primeiro em Torres Vedras, a 19 de outubro
Com uma quebra de produção de 12%
Vindima 2022 na Adega de Penalva com vinhos de “grande qualidade”
Pela sub-região do Dão de Castendo já terminaram as vindimas e as expectativas são elevadas. O presidente da Adega de Penalva do Castelo diz que as uvas recebidas na campanha deste ano permitem a produção de vinhos de grande qualidade, tanto nos brancos como nos tintos. José Frias Clemente, em entrevista à Gazeta Rural, destaca a Touriga Nacional, que é “um caso à parte”.
Gazeta Rural (GR): Como foi a vindima deste ano?
José Frias Clemente (JFC): Tivemos uma vindima razoavel mente boa. Os primeiros dias não foram os melhores, devido às condições climatéricas, com alguma chuva, mas nas últi mas semanas recebemos uvas de grande qualidade, com vi nhos exemplares. Diria que a vindima deste ano, na globalidade, correu-nos muito bem e esperamos vir a ter vinhos de grande qualidade.
JFC: As uvas das castas tintas nobres da região do Dão que recebemos na adega, como o Jaén, Tinta Roriz, Alfrocheiro, Touriga Nacional e Tinta Pinheira, são de ótima qualidade, mas tenho de salientar a Touriga Nacional, que é das melho res dos últimos anos e um caso à parte, pois a vindima foi feita após as chuvas e com tempo bom.
GR: Esta vindima deixa a Adega de Penalva tranquila, com uma quebra de produção pequena, tendo em conta que noutras região a quebra foi mais significativa?
Quanto à quantidade, tivemos uma quebra de 12%, que para nós é relativamente pequena. Na campanha de 2021 tivemos mais vinho, mas de menor qualidade. Diria que estamos muito satisfeitos com a vindima deste ano.
GR: A vindima dos brancos ainda foi em setembro?
JFC: Temos vinhos suficientes e bons, que é importan te, agora é preciso vendê-los. A guerra na Ucránia trouxe problemas ao setor e todos temos estado a sofrer com a situação. Esperamos que tudo venha a correr bem, mas nesta altura vivemos tempos difíceis, com a subida dos fatores de produção, em parte devido aos preços dos combustíveis, como os produtos enológicos e fitossa nitários, mas também a distribuição. Tudo isto vem, de certo modo, prejudicar grandemente os sócios da ade ga. Tentamos aumentar os preços dos nossos vinhos, mas o mercado não está a aceitar muito bem, embora tenhamos de o fazer.
GR: O mercado de exportação está a aumentar?
JFC: Sim, mas uma grande parte dos tintos também. Os vinhos brancos apresentaram-se com baixas graduações, mas com uvas sãs, o que é um bom prenúncio para a qualidade desses vinhos, embora nalguns tivéssemos que lhe aumentar o grau alcoólico, com a aplicação de mostos concentrados retificados, que são per mitidos, e assim, podemos dizer, temos vinhos brancos com a qua lidade que desejávamos nesta campanha. De referir que algumas vindimas foram feitas em condições de chuva.
GR: As vindimas feitas em outubro deram vinhos de ótima qua lidade?
JFC: Estávamos a ir bem. A pandemia não afetou muito as nossas vendas, mas com a situação atual está a afetar-nos, não só nas exportações. Não tínha mos vendas previstas para a Rússia, mas estávamos em negociações para a venda de alguns vinhos para aquele país, o que acabou por não se verificar devido ao início da guerra. Esperamos que a guerra termine, para bem de todos nós, pois nas exportações houve uma quebra significativa nas vendas, que também se verifica no mercado interno, embora em menor dimensão.
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O projeto “Estrela - Efeito do aquecimento global na diversidade e funcionamento dos ecossistemas alpinos da Serra da Estrela” é coordenado por Susana Rodríguez Echeverría, Cristina Nabais e Marta Correia, do Centro de Ecologia Funcional do Departamento de Ciências da Vida, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). O objetivo é estudar o efeito do aquecimento global, um fator primário das alterações climáticas, no funcionamento e diversidade dos ecossistemas do planalto superior da Serra da Estrela, especialmente nas comunidades de arbustos e nos cervunais (pastagens onde predomina o cervum, uma planta da família das gramíneas que nasce de forma espontânea na Serra da Estrela).
As coordenadoras do projeto, iniciado em 2020, explicam que o seu trabalho se tem focado no estu do dos “anéis de crescimento do zimbro (Juniperus communis ssp alpina), e do piorno (Cytisus orome diterraneus), espécies típicas da alta montanha na Península Ibérica e que em Portugal aparecem quase exclusivamente na Serra da Estrela”.
Os resultados obtidos até agora indicam “um maior crescimento destes arbustos (zimbro e piorno) nos últimos anos devido ao aumento de temperatura
Cientistas estudam o efeito do aquecimento global na Serra da Estrela
mínima na primavera e no outono, que resulta numa esta ção de crescimento mais longa”, relata Susana Rodríguez Echeverría, esclarecendo que, ainda assim, “existem dife renças entre as espécies. O zimbro começa a crescer antes devido ao aumento de temperatura na primavera, enquan to o piorno não responde à temperatura da primavera, mas atrasa o fim do crescimento pelo aumento de temperatura no outono. Já o aumento da temperatura mínima no verão e a diminuição da precipitação no inverno têm um efeito negativo apenas no crescimento do zimbro”.
Isto significa, acrescenta a investigadora do Centro de Eco logia Funcional da FCTUC, que “é preciso ter em conta o padrão sazonal das alterações climáticas para entender os efeitos na diversidade e funcionamento dos ecossistemas”.
A equipa está também a realizar um estudo experimental de manipulação da temperatura em cinco cervunais, tendo já com provado que “o aumento de temperatura leva a um maior cres cimento das pastagens, mas que depende da disponibilidade de água e das condições do solo. Ainda está em estudo se este rá pido crescimento, em resposta a temperaturas mais altas, afeta a qualidade nutritiva destas pastagens”, revela Susana Rodríguez Echeverría.
A investigadora refere ainda que, além da rápida resposta des tas espécies vegetais ao aquecimento, a equipa tem observado “a necessidade de realizar a monitorização das condições climáticas a pequena escala em paralelo a estudos ecológicos que permitam uma melhor inferência das respostas dos ecossistemas ao clima2, salientando que “há poucos estudos ecológicos e funcionais na Serra da Estrela, e os dados fornecidos pelo observatório das Pe nhas Douradas ou pelos modelos climáticos atuais não conseguem recolher a diversidade de topoclimas e microclimas na Estrela”.
O projeto Estrela tem como parceiro o Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE) da Câmara Municipal de Seia e conta com o apoio do Geoparque Estrela e do Instituto da Conservação da Natu reza e das Florestas (ICNF). É co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder), através do programa Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro, e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) através de fundos nacio nais (PIDDAC).
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O aquecimento global tem impacto nas principais espécies de arbustos existentes na Serra da Estrela e no crescimento das pastagens da região, indicam os primeiros resultados do projeto de investigação ‘Estrela’, liderado por uma equipa da Universidade de Coimbra (UC).
Projeto liderado por uma equipa da Universidade de Coimbra
Produção de azeitona deve cair para cerca de 75 mil toneladas
O setor oleícola reuniu no Instituto Politécnico de Beja para discutir os desafios energéticos do agroalimentar e a economia e sustentabilidade social, no âmbito da nona edição das Olivum Talks. Depois de um ano em que o setor oleícola bateu todos os recordes, com 200 mil toneladas de azeite e 700 milhões de euros em exportações, em 2021, este vai ser um ano de contrassafra e a quebra na produção de azeite já é uma realidade.
Catarina Bairrão Balula, membro do Conselho Oleí cola Internacional (COI), reconheceu que “este será um ano complicado”, mas adiantou que os resultados nunca deverão ficar abaixo dos das campanhas de 2016 e 2017 – cerca de 75 mil toneladas. A especia lista afastou ainda quaisquer cenários de escassez de azeite ou de subida acentuada dos preços, dei xando uma garantia: “Temos um grande stock da produção do ano passado que se soma aos stocks de anos anteriores e haverá resposta para a procu ra”.
Catarina Balula alertou ainda para o facto de ou tros países, à semelhança de Portugal, também
registarem este ano quebras acentuadas na produção de azeite, como são os casos de Espanha (-50%), Itália (-30%) e ainda da Tunísia e de Marrocos. Já a Grécia está em con traciclo e deverá registar um aumento de 30%, assim como também a Turquia.
Na sessão de abertura do IX Olivum Talks, o presidente da Comissão de Agricultura e Pescas, Pedro do Carmo, sublinhou que “a olivicultura é parte da solução, nunca o problema” e que “em tempos de incertezas e de dificuldades”, como os que se vivem, “o olival é vital e dá um contributo ainda mais decisivo para as economias locais e para a economia nacional”.
No âmbito da Economia e Sustentabilidade Social – tema do segundo painel e que contou com a participação de Ana Paula Amendoeira (Diretora Regional de Cultura do Alentejo), Beatriz Pimentel (Driscoll´s, coordenadora ibérica para as iniciativas de impacto social e ambiental), David Ferreira (Randstad, diretor de staffing e inhouse) e João Cortez de Lobão (Herdade Maria da Guarda e presidente da Assembleia Geral da Olivum) – os orado res abordaram os desafios que as empresas do setor vivem ao nível da responsabilidade social, ambiental e cultural. Aqui des tacou-se a importância da harmonia no ambiente de trabalho, do conhecimento criterioso das regras de trabalho e dos esforços das empresas para esbater os efeitos da inflação e da subida de preços dos alimentos na vida e nas carteiras dos seus colaboradores.
João Cortez de Lobão defendeu a procura de soluções criativas
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2022 vai ser um ano de contrassafra no olival
por parte das empresas e deu exemplos que estão a ser equacionados – a distribuição de lucros pelos trabalhado res, que tem taxas de impostos mais baixas e não implica descontos para a segurança social, ou a oferta de cabazes alimentares aos trabalhadores em determinados momen tos. “Nos próximos três a quatro anos temos de ter criativi dade e minimizar os efeitos da inflação, que come o poder de compra”, afirmou o presidente da Assembleia Geral da Olivum.
No painel dedicado aos desafios energéticos do setor agroalimentar foi reconhecido o papel do setor oleícola no reaproveitamento das energias que consome e o seu con tributo para a sustentabilidade energética. João Gonçalves, presidente da APAMB – Associação Ambiental, chamou a atenção para o facto de a indústria agroalimentar ser mui tas vezes alvo de críticas apenas por questões de perce ção. E assumindo que essas críticas continuarão sempre a existir defendeu que “é importante encontrar caminhos e soluções que possam desmistificar essas ideias, que mos trem que há um reconhecimento da forma como se produz e consome energia neste setor”. Para tal, acrescentou que as análises evolutivas do setor têm um papel fundamental e que devem continuar a ser feitas porque são dinâmicas. “O setor pode defender-se com números e evidencia cien tífica”, rematou.
Pedro Horta, da Universidade de Évora, defendeu, por seu lado, que as energias renováveis vão ser a solução para a sustentabilidade do setor oleícola e de todos os outros se tores – apontando a meta de 86% de energias renováveis em 2050.
Já o presidente da EDIA, empresa de desenvolvimento e infraestruturas do Alqueva, José Pedro Salema, destacou o facto de a estratégia de independência energética da empresa ter como objetivo salvaguardar o futuro do plane ta, mas também de garantir que os preços da energia que consome se mantêm.
O papel da irrigação face às intempéries climáticas
A produção de alimentos é um enorme desafio para os produtores que precisam de estar atentos a inúmeras va riáveis, entre elas, o controlo de pragas e doenças, varie dade, plantio, plano nutricional, colheita, negociação, con trolo de plantas daninhas, logística, câmbio, entre outros. Um dos fatores que mais influenciam a rentabilidade e o sucesso da produção é o clima, que cada vez mais sofre instabilidade em todo o mundo.
Os produtores procuram realizar todas as práticas cul tuais de forma mais assertiva possível, que, muitas ve zes, o clima não permite que elas sejam tão eficazes. Um exemplo é a utilização da melhor prática nutricional para a lavoura, porém a falta de chuvas não permite a eficácia dos fertilizantes. Outro exemplo é a falta de chuvas no plantio, germinação, desenvolvimento e floração.
Um dos principais fatores climáticos que têm afeta do a produção agrícola é o déficit hídrico acentuado na maioria das regiões produtoras de diversas culturas. Acerca desse fator o gerenciamento de risco é indis pensável, isto é, buscar estratégias para lidar com efi ciência com o risco climático.
Sendo assim, têm-se procurado cada vez mais usar tecnologias para mitigar os riscos climáticos e diminuir a dependência destes fatores, tendo maior
*controle da produção. Nesse contexto, a irrigação é uma ferramenta que tem sido muito procurada, com o objetivo de fornecer água na quantidade suficiente e no momento correto para garantir a produção e rentabilidade.
A irrigação tem um papel muito importante em respostas às intempéries climáticas, o produtor tem maior segurança que terá sua produção, redução de necessidade de abertura de novas áreas, sendo possível produzir até o triplo na mes ma área, gerando mais empregos dentro da cadeia, produ ção mais bem distribuída ao longo do ano, ou seja, alimentos na prateleira com um melhor custo benefício.
Além da garantia de produção, a irrigação permite a aplica ção de produtos químicos, biológicos e orgânicos via sistema, garantindo uniformidade, segurança e velocidade de aplica ção e reduzindo a entrada de maquinaria na lavoura, assim como a adubação.
A irrigação certamente é uma tecnologia que permite miti gar os riscos e a dependência climática, sendo adequada para todas as realidades, seja agricultura familiar, médios e grandes produtores. O importante é sempre encontrar empresas que entreguem a melhor solução para os produtores.
* Gabriela Terra, Especialista Agronómica da Netafim - www. netafim.com
Rua Capitão Salomão, nº 121-123 | 3510-106 VISEU | Tel.: 232 411 299 | E-mail: novelgrafica1@gmail.com
Opinião
Agricultura 4.0: ecoinovação e sustentabilidade ambiental *
O avanço da investigação no campo das tecnologias IoT permite obter excelentes benefícios nas aplicações da Indústria 4.0, não apenas em termos de desempenho de produção de máquinas, mas também em relação à pro teção ambiental, graças à maior atenção aos recursos. Isso permite a sustentabilidade ambiental, mas também um melhor retorno sobre o investimento. Podemos falar de um verdadeiro entrelaçamento entre tecnologia, eco nomia e meio ambiente que nos leva à sustentabilidade 4.0.
Por que adotar as técnicas da Indústria 4.0 na área ambiental?
Com a capacidade de digitalizar as máquinas indus triais, já presentes nas fábricas, e permitir que tenham novas funcionalidades, as tecnologias da Indústria 4.0 oferecem soluções interessantes para os problemas atuais. A extração de dados de produção, de facto, permite uma forma eficaz de monitorar todo o pro cesso, controlar custos e monitorar os recursos dis poníveis para otimizar a receita final.
Incontáveis algoritmos sofisticados são desenvol vidos todos os dias que gerenciam adequadamente os recursos e parâmetros da indústria. Os dispo sitivos IoT podem habilitar aplicativos para moni toramento ambiental, gerenciamento de terras e otimização de energia. Isso fornece às empresas
as ferramentas certas para adotar estratégias sustentáveis com excelentes benefícios para o consumo total.
Ter plantas fabris eficazes e geridas corretamente em ter mos de energia e consumo global permite um local de traba lho mais saudável para os trabalhadores e uma melhor gestão das matérias-primas utilizadas. Em um período em que as crises climáticas e ambientais estão entre os problemas que pesam fortemente no território mundial, é fundamental não subestimar a escassez de recursos presentes na terra e a ne cessidade urgente de adoção de práticas sustentáveis.
Como exemplo, pense na transição da agricultura tradicional para a digital (agricultura de precisão) como mais uma confir mação de como a tecnologia permite que qualquer empresa gerencie as suas atividades de forma mais eficaz, explorando o potencial de extração e gerenciamento de dados. E é justamente por isso que o conjunto dessas técnicas da Indústria 4.0 se referi do no campo da agricultura, leva o nome de Agricultura 4.0.
Agricultura 4.0, menos desperdício de recursos e produção mais controlada
O termo Agricultura 4.0 implica todas as intervenções ativadas na agricultura que visam a análise precisa e oportuna de dados e informações coletadas e transmitidas por meio de ferramentas e tecnologias avançadas.
O objetivo dessas tecnologias da Indústria 4.0 é oferecer suporte confiável ao agricultor em todas as fases de seu negócio, com o ob jetivo final de aumentar o lucro final da colheita, em termos de custo
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e qualidade.
Adotar soluções de Agricultura de Precisão permi te inúmeros benefícios, como:
Evitar desperdícios: ao calcular as necessidades hídricas exatas para o plantio, permite ter uma es timativa antecipada da quantidade necessária de água ou fertilizante a ser administrada à planta.
Controle da produção: o acompanhamento ativo do estado das plantações permite detetar antecipada mente o possível aparecimento de doenças nas plan tas ou identificar a presença de quaisquer parasitas.
Controle sobre os custos de produção: permite sa ber, antecipadamente, o consumo esperado agora e para a produção futura.
Planear com precisão: permite projetar as fases de cultivo, semeadura e colheita, com relação à análise de dados de safras anteriores, permitindo prever tempos e custos para otimizar recursos.
Melhorar a rastreabilidade da cadeia de suprimentos: controle total de todo o processo produtivo e produzindo alimentos da mais alta qualidade e sustentabilidade.
Mas quais são as ferramentas para a Agricultura 4.0?
Aqui estão algumas das técnicas mais utilizadas no campo da Agricultura 4.0 para monitoramento e otimiza ção:
Drones e sensores
São pequenos veículos capazes de monitorar lavouras em tempo real, simplesmente transmitindo as imagens e informações úteis que capturam, a partir do mapeamento do terreno. Um caso da Agricultura 4.0, que utiliza sensores infravermelhos e miras, é capaz de detectar problemas que não podem ser identificados a olho nu.
Internet das Coisas (IoT)
As plataformas 4.0 são capazes de conectar máquinas, atuadores e sensores permitindo a troca bidirecional de da dos. Isso é útil, por exemplo, no compartilhamento de infor mações para melhorar as condições de desenvolvimento das plantações.
Big Data
Nuvem
Ter serviços acessíveis e recursos compartilhados dis poníveis online é útil para garantir o acesso às tecnologias para um número cada vez maior de pessoas. Dessa forma, empresas ainda menores podem se beneficiar do gerencia mento de dados e informações de forma simples e intuitiva.
Estamos a falar de Ecoinovação?
A Indústria 4.0 permite que as máquinas sejam adap tadas para uma digitalização completa, utilizando ferra mentas de tomada de decisão úteis tanto ao nível logísti co como nas operações de qualquer exploração agrícola que possa fazer escolhas visando uma maior sustenta bilidade.
O Big Data, nesse contexto, é essencial para gerenciar todas as informações e dados gerados pelas diversas tecnologias e utilizá-los para a tomada de decisões. A heterogeneidade dos dados recolhidos é uma das vantagens de um adequado repro cessamento das respostas a determinados problemas de gestão da logística agroalimentar (e da Agricultura 4.0 em geral).
Inteligência Artificial
Algoritmos sofisticados de IA agora são capazes de tomar de cisões que afetam diretamente as máquinas em tempo real se os algoritmos forem treinados adequadamente em determinados contextos. Acumular, processar e interpretar uma grande quanti dade de dados é essencial, por exemplo, no campo da robótica, fa vorecendo assim a automatização de determinadas atividades.
Por isso, falamos de ecoinovação como uma redução cuidadosa de emissões e produtos residuais. Exemplos de ecoinovação incluem: usar fontes de energia reno váveis, recuperar energia de resíduos sólidos, usar re síduos para recuperar materiais, produzir fertilizantes a partir de águas residuais, etc.
Mesmo no caso da Agricultura 4.0, esta é uma dire ção tomada por um número cada vez maior de empre sas que buscam vencer a crise energética, econômica e ambiental atualmente na imprensa.
A monitorização do consumo, a otimização da pro dução e a redução de custos são apenas algumas das vantagens pelas quais muitos clientes têm escolhido utilizar plataformas de IoT para sustentabilidade am biental.
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* Murilo Silva, diretor de soluções da Fuse IoT
Tecnologia de ponta na rega reflete essa mudança
Agricultura portuguesa está cada vez mais suportada na inovação e tecnologia de ponta
O recurso a tecnologia de ponta para a rega reflete uma mudança de paradigma no setor agrícola em Portugal, na última década, suportado pela inovação. Este foi o mote da Cimeira Nacional Agroinovação, que decorreu no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém, organizada pela Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR).
“No concelho de Alfândega da Fé, num perímetro de cerca de 300 hectares, em Trás-os-Montes, todos os agricultores que gerem o perímetro de Camba têm estes contadores”, exemplificou Rogério Lima Ferreira, reconhe cendo, porém, que existe ainda “um grande caminho para fazer” no que diz respeito à reconversão de algumas explo rações agrícolas.
A inovação assume assim “especial importância” no que concerne à gestão da água, mas também da energia, atra vés de novos sistemas de controlo mais otimizados. “Hoje, quando estamos a fazer a rega, através de um conjunto tec nológico, só regamos na hora em que é necessário a planta ter água. É neste binómio tecnologia-sustentabilidade que a agricultura tem de fazer o seu caminho”, referiu.
“O setor agrícola, na última década, efetuou das maiores transformações ao nível da incorporação da tecnologia. Hoje estamos a regar 82% mais com tecnologias localizadas de pon ta. Isto significa que o setor está a incorporar as práticas tecnológicas mais eficientes”, apontou o diretor-geral da DGADR, Rogério Lima Ferreira.
Destaca-se a rega monitorizada eletronicamente, por exemplo, através de uma aplicação que controla a quantidade de água introduzida numa determina da planta. Para a DGADR, este é o reflexo do cami nho que a agricultura portuguesa tem feito na últi ma década, desde logo, através da modernização das infraestruturas de regadio. Além disto, hoje, a apresentação de qualquer projeto de um jovem agricultor implica a existência de um contador de rega.
A inovação foi um dos temas centrais que serão abordados na Cimeira Nacional Agroinovação, que decorreu no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém. Esta cimeira, organizada pela DGADR, pretende demonstrar “o que melhor se investiga” em Portugal pelos vários ‘players’, desde os agricultores aos investigadores.
“Pela primeira vez, desafiámos as universidades de tecnolo gias a apresentarem soluções para a agricultura e o agronegó cio. O grande mote tem a ver com a realidade virtual e aumenta da. O grande foco está no uso eficiente da água e dos restantes recursos, em particular, o solo. O grande desafio é que a tecno logia esteja ao serviço da prática agrícola”, adiantou.
Questionado sobre o impacto da guerra da Ucrânia na agricul tura e a consequente escalada energética e aumento dos cus tos de produção, o diretor-geral da DGADR lembrou que o setor é, “por natureza, complexo e depende de uma série de externa lidades”, por isso, o agricultor português tem estado a trabalhar num “cenário difícil”. Assim, os agricultores têm racionalizado “de forma mais eficiente” os seus recursos.
Já no que concerne à possibilidade de o Orçamento do Estado para 2023 (OE 2023) trazer novas respostas para o setor, Rogério Lima Ferreira disse apenas que “as ajudas continuarão a estar dis poníveis”.
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Presidente da Câmara de Vouzela quer criar uma queijaria artesanal em Fornelo do Monte
Um projeto-piloto de uma queijaria artesanal, que levasse os criadores de gado a apostarem na produção de leite, o que se traduziria em mais gado a pastar, é uma sugestão da Câmara de Vouzela para prevenir os incêndios florestais.
Rui Ladeira explicou que o município vai recomprar a an tiga escola para a disponibilizar para este projeto e que uma das maiores indústrias transformadoras de leite do país, que tem empresários de Vouzela, iria ajudar com o conhe cimento. “É preciso é que a tutela assuma o projeto-piloto”, disse o autarca, frisando a importância de “os produtores, que hoje já são umas dezenas, que têm algumas ovelhas e cabras e também a vitela de Lafões, possam produzir não só a carne, mas também o leite”, como acontecia há umas décadas.
Preocupado por pouco ter sido feito nos cinco anos após os trágicos incêndios de outubro de 2017, que consumiram 73% da área do seu concelho, o presidente da câmara de Vouzela, Rui Ladeira, quer “criar valor” para que os criadores de gado da zona da Serra do Caramulo voltem a apostar na produção de leite. “Só é possível viabilizar a limpeza, a gestão do território e a com partimentação na Serra do Caramulo com o gado, com o pastoreio, com a agropecuária, com a vitela de Lafões e com a introdução de outras espécies que façam a limpeza do território”, defendeu o autarca.
Segundo Rui Ladeira, há uma associação “que lidera o processo de alguns, poucos, produtores de leite de cabra e de ovelha, que levam o leite a uma extrema da região”, ao Sátão. “O leite é pago ao produtor a 60 cêntimos o litro. Tenho a convicção plena de que se esta queijaria estiver no epicentro da Serra do Caramulo, aqui em Vouzela, conseguirá pagar-se o litro do leite a um euro ou 1,10 euros”, o que seria “um grande incentivo para o produtor e para toda esta dinâmica empresarial”, afir mou.
Neste âmbito, o município está disposto a disponibilizar a antiga escola de Covas, em Fornelo do Monte, para o projeto de criação de uma queijaria artesanal, que seria “um ativo de toda a Serra do Ca ramulo e de toda a região”. “Naturalmente, depois, outras iniciativas privadas poderiam acontecer. Não tenho dúvidas de que vão acon tecer, porque é uma demonstração plena de que este é o caminho”, sublinhou.
No seu entender, deveriam também ser criados me canismos para que “os produtos de excelência cria dos pelos produtores” cheguem, de forma valorizada, às médias e grandes superfícies. Isso permitiria “que as pessoas se mantenham na serra e possam viver da criação do gado”, entre outras atividades econó micas, acrescentou. “Um plano, de forma integrada, deveria ter sido posto em prática. Tinha permitido estarmos hoje muito mais competentes e capazes de ter o território mais atrativo. Não foi feito, é im portante que rapidamente haja uma prioridade no país para este setor”, defendeu Rui Ladeira.
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Para ajudar os criadores de gado da zona da Serra do Caramulo
Nos distritos de Portalegre e de Évora, de 4 a 13 de novembro
Festival Internacional de Balões de Ar Quente regressa ao Alentejo
O Festival Internacional de Balões de Ar Quente regressa ao Alentejo, em novembro, com a participação de cerca de 35 equipas europeias, depois de a “primeira parte” do evento ter decorrido em Oeiras, em setembro.
Promovido pela empresa Publibalão, em colaboração com o “Alentejo sem Fronteiras – Clube de Balonismo”, a vigésima quinta edição do festival, o mais antigo do género em Portugal, vai decorrer em várias localidades dos distritos de Portalegre e de Évora, entre os dias 04 e 13 de novembro. O diretor e fundador do evento, Aníbal Soares, explica que decidiram, como forma de come morar a vigésima quinta edição do festival, “alargar o número de dias, voos e espetáculos de ‘night glow’”, para que “um maior número de pessoas” possa assis tir e efetuar um voo livre em balão de ar quente.
Durante o evento, e sempre que a meteorologia o permitir, o Festival Internacional de Balões de Ar Quente (FIBAQ) promete promover 15 sessões de voos livres com cerca de 35 balões de ar quente de diversas nacionalidades como Portugal, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo e Holanda.
O festival, o maior e mais antigo do género em Portugal, tem raízes no distrito de Portalegre e ser viu de base para a abertura, em 2012, da primeira escola do país para pilotos de balões de ar quente, em Fronteira.
Em Beja, de
a
outubro
IX Congresso Nacional de Rega e Drenagem reúne 120 participantes
O IX Congresso Nacional de Rega e Drenagem realiza-se de 18 a 20 de outubro, no Instituto Politécnico de Beja, num fórum de debate sobre ‘A Sustentabilidade do Regadio-Desafios e Oportu nidades’.
As quatro áreas temáticas do Congresso - Eficiência, Energia, Economia e Ecologia - refletem as preocupa ções e os compromissos deste setor estratégico da nos sa economia com a melhoria do uso e da gestão da água e da energia na agricultura, o aumento da produtividade da água e a diminuição do impacto ambiental associado à rega.
O programa contém várias mesas redondas com convi dados de excelência, especialistas em Agricultura e Am biente, bem como a apresentação de projetos de investiga ção aplicada inovadores e relevantes para o futuro da Rega e Drenagem.
“O regadio é indispensável para a competitividade e a sus tentabilidade da agricultura portuguesa num cenário de alte rações climáticas que impõe desafios crescentes à produção de alimentos e que, simultaneamente, exige um uso criterio so do recurso água.
A nona edição do Congresso Nacional de Rega e Drenagem pretende contribuir para o debate de soluções técnicas e de opções políticas que respondam aos desafios atuais dos agri cultores e das associações de regantes, entre as quais, a esca lada dos custos da energia associada à rega, a disponibilidade de água para mais área de regadio, a modernização das infraes truturas de rega e a transferência de conhecimento sobre agri cultura de precisão aplicada ao regadio”, afirma Gonçalo Morais Tristão, presidente da direção do Centro Operativo e Tecnológico do Regadio (COTR), a entidade que organiza o Congresso em par ceria com várias entidades públicas e privadas.
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De 28 a 30 de outubro, na Atalaia
Festival promove a abóbora da Lourinhã nas suas diversas vertentes
A Atalaia vai receber de 28 a 30 de outubro, a sétima edição do Festival da Abóbora da Freguesia de Lourinhã e Atalaia. Promover a abóbora da Lourinhã nas suas diversas vertentes, desde a produção, à gastronomia, à doçaria e até na decoração e nas artes é o objetivo deste evento.
O presidente da Junta da União das Freguesias de Louri nhã e Atalaia, Pedro Margarido, disse à Gazeta Rural, que as “expectativas para esta edição são altas”. Além disso, salien ta a importância económica da produção de abobora para a região.
Gazeta Rural (GR): Que expectativas têm para a edição deste ano, tendo em conta que o evento não aconteceu nos últimos dois anos?
profissionais e público interessado podem aprender e par tilhar diversos aspetos técnicos essenciais para uma boa produção de abóboras. No panorama nacional este festival é único pelas atividades e pela quantidade e qualidade das abóboras em exposição.
GR: Que importância tem este evento para a fregue sia?
Pedro Margarido (PM): As expectativas da organização para esta edição são altas. O público tem saudades destes eventos temáticos, pelo que vão procurar com grande entusiasmo o re gresso do Festival assim como os participantes e expositores. Estamos a fazer uma boa divulgação em termos locais e somos alvo de interesse por parte da comunicação social nacional, pelo que esperamos que o público responda positivamente.
GR: O que faz este festival ser diferente?
PM: Tem uma grande importância pela promoção des te sector, sendo um exemplo do seu dinamismo e ino vação que valoriza a economia local e a freguesia. É de igual forma importante para o desenvolvimento local, pois fomenta o turismo em época baixa e é uma montra para os produtores locais, para os comerciantes, para os artesãos e movimenta a restauração. Na semana que antecede o festival a organização promove uma Sema na Gastronómica dedicada à Abóbora nos restaurantes aderentes da freguesia. Promovemos ainda, nesta se mana, uma rota denominada “Rota Atlântica da Abó bora” que passa por diversos pontos de interesse tu rístico da freguesia e do concelho.
GR: A região tem excelentes condições para a pro dução de abóbora?
PM: É um certame inteiramente dedicado à abóbora nas suas diversas vertentes, a produção, a gastronomia, a doçaria, os con cursos e até na decoração e nas artes. Vamos ter várias tonela das de abóboras de produtores locais em exposição, doçaria, workshops de culinária de pratos confecionados com abóbora e artesanato com a temática da abóbora entre muitas atividades onde o foco é a abóbora. Temos ainda curiosidades únicas no país, como uma abóbora de tamanho surpreendente e muitas espécies de abóbora de outros países do mundo. Destacamos as Jornadas Técnicas sobre a Abóbora, que ocorrem no sábado à tarde, onde
PM: Sim, e não somos nós que o afirmamos, mas os indicadores dizem que somos a região de maior produção a nível nacional. É um reconhecimento dos mercados, nacionais e internacionais, que a abóbora produzida na região da Lourinhã tem ca raterísticas únicas de sabor e conservação devido ao microclima existente. Isto faz com que sejam muito procuradas para consumo interno e exporta ção para várias regiões do mundo, principalmente para os países do norte da Europa onde existe uma grande tradição do seu consumo.
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UTAD e empresa de Tondela desenvolvem tecnologia para tratar efluentes da produção de azeite
Claro.
A necessidade de tratar eficientemente os efluentes e as águas residuais das unidades de produção de azeite levaram a empresa Tojaltec, de Tondela, e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) a desenvolverem a tecnologia AmbiVap. “Verificando os processos que existiam, confirmámos que o único que está a ser utilizado de forma cabal e por quase todas as unidades são as lagoas de evaporação”, explicou o investigador João Claro, da UTAD.
Nessas lagoas ou tanques de retenção que existem junto às unidades de produção, os efluentes e as águas residuais vão-se acumulando durante a campanha do azeite, no outono e inverno, e depois, naturalmente, vão evaporando com o sol durante a primavera e o verão.
A tecnologia AmbiVap também usa o processo de evaporação, mas otimiza-o, criando um sistema de aproveitamento de energia solar que o acelera. “Se nós compararmos a área de exposição ao sol e a evaporação que estamos a conseguir, estamos a aumentar 200, 300 vezes ou mais”, estimou João
O docente do Departamento de Química da UTAD expli cou que, atualmente, “o processo de transformação do azei te é chamado um processo de duas fases”, do qual resulta o azeite e o bagaço húmido. No entanto, “existem sempre escorrências, águas de lavagem, que provocam um efluente ainda rico em compostos orgânicos, as famosas águas ru ças”, com uma carga orgânica muito elevada, “cerca de 200 vezes superior” à do esgoto doméstico.
“Como é sazonal, é muito concentrado e causa tremendos problemas ambientais, não pode ser descartado num coletor municipal. Estamos muito acima da carga orgânica máxima permitida, mas muito acima mesmo”, alertou.
O que acontece muitas vezes, segundo o investigador, é que não evapora toda a quantidade de efluente que é produzida durante a campanha do azeite. “Vamos tendo acumulação de águas e a necessidade de ir aumentando as lagoas de evapo ração, a capacidade de retenção, os depósitos, ou então pagan do a uma empresa que faça o tratamento para poder descartar este efluente”, contou. João Claro exemplificou com a “imagem impressionante” das lagoas de evaporação de águas ruças exis tentes em Espanha, visíveis em fotografias aéreas.
De acordo com o investigador, os processos térmicos podem acelerar a evaporação, mas, sobretudo no momento atual, “pagar energia para estar a aquecer as águas e fazê-las evaporar” torna -se incomportável.
Com a tecnologia AmbiVap, que começou a ser desenvolvida em 2018, basta a radiação solar entrar nos cinco coletores em sé rie para que aconteça a evaporação de forma mais acelerada.
“Temos de estar na eficiência máxima em todos os momentos. Na mínima área possível, estar a fazer a receção do máximo de ra diação solar possível”, referiu.
Os coletores (em formato de funis gigantes) “estão sempre ali
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AmbiVap venceu um prémio no concurso 4INOVA em 2018
nhados, mesmo que passe uma nuvem eles mantêm-se”, porque, nos 365 dias do ano, “têm as coordenadas da posição do sol”, acrescentou. Se gundo o investigador, a tecnologia tem ainda outra vantagem comparativamente às lagoas de eva poração: “Nessas águas ruças vai sempre alguma quantidade de gordura, de azeite”, que “cria uma pe lícula à superfície que ainda dificulta a evaporação”.
“Neste caso, da tecnologia AmbiVap, além de oti mizarmos muito o processo de evaporação, não te mos esse problema. O nosso efluente entra em con tacto direto com o permutador de calor, onde é feita a transferência de calor, ele aquece de forma eficiente para depois ser evaporado”, explicou.
A tecnologia AmbiVap venceu, em 2018, um prémio no concurso 4INOVA e depois recebeu um financia mento do COMPETE 2020 - um investimento elegível de 311 mil euros, que resultou num incentivo FEDER de cerca de 215 mil euros - que permitiu fazer a linha de evaporação de cinco coletores em série.
O proprietário da empresa de máquinas industriais Tojaltec, Cândido Roque, disse que, consoante a quan tidade de efluentes e águas residuais, uma unidade de produção de azeite teria de investir “entre os 30 e os 50 mil euros” para ter esta tecnologia.
Com a definição das medidas prioritárias e as ações-chave
Estarreja apresenta plano de adaptação às alterações climáticas
Os cinco coletores em série (cada um tem o potencial de aumentar em cerca de 20 graus a temperatura) são “a unidade básica”, sendo depois preciso ver se será apenas preciso uma ou várias.
João Claro avançou que, para além do tratamento dos efluentes e das águas residuais das unidades de produ ção de azeite, esta tecnologia pode ser usada para aque cimento de águas.
“Durante o desenvolvimento do projeto, percebemos que muitas empresas utilizam água para a produção do vapor ou utilizam águas quentes para algum processo”, contou o docente, acrescentando que, neste âmbito, “poderá ser também uma solução interessante para quem pretenda águas a uma determinada temperatura”.
Cândido Roque explicou que, neste momento, estão a aca bar de ser processados “os dados que foram sendo obtidos pelo sistema protótipo” e que o futuro dependerá do mercado.
“Mediante esses dados, vamos ver que melhorias podem existem no sistema e depois, no futuro, apresentar isto a po tenciais clientes ou propor a investidores que queiram olhar para a tecnologia e, percebendo que há futuro, queiram fazer algum investimento para escalar este negócio e para tornar isto eventualmente numa empresa nova”, afirmou.
A Câmara de Estarreja apresentou o Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, que constitui um instrumento de gestão do território que integra um plano de ação com a definição das medidas prioritárias e as ações-chave e projetos a desenvolver na adaptação às alterações climáticas.
Isabel Simões Pinto, vereadora do Ambiente da Câmara de Estarreja, salientou o compromisso da autarquia para com a sustentabilidade ambiental, ao apresentar o do cumento. “Esta é uma das preocupações da Câmara de Estarreja que, ao longo dos anos, tem vindo a sensibilizar a comunidade e a assumir compromissos para a susten tabilidade ambiental”, disse a vereadora.
Isabel Simões Pinto salientou que o plano deste dia apresentado “surge da articulação com várias entida des, para uma atuação responsável, tratando-se de um plano transversal aos vários setores e atividades. “As pessoas estão hoje mais conscientes em relação às alterações climáticas e queremos vincar o nosso com promisso de adaptação”. Declarou.
Sofia Martins, da empresa que elaborou o plano, expôs as perspetivas que se colocam de mudanças climáticas a que o município não ficará imune, no meadamente quanto ao aumento da temperatura média, às ondas de calor e noites tropicais e ventos fortes e tempestades capazes de afetar infraestru turas. Identificou como setores prioritários a intervir os recursos hídricos, a agricultura e floresta, o orde namento do território, o plano financeiro, a saúde e a segurança de pessoas e bens.
Os recursos hídricos são os que mais medidas têm previstas no plano, que passam pela reutili zação das águas domésticas para fins agrícolas, o aproveitamento das águas pluviais para a rega de espaços públicos, a redução das perdas da rede e a escolha de espécies autóctones e menos exigen tes de rega nos espaços ajardinados.
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Plataforma digital promove venda da Maçã Bravo de Esmolfe
A mação Bravo de Esmolfe, de Penalva do Castelo, ganhou uma plataforma digital para co mercialização, disse o responsável pela entidade criadora do espaço, o Centro Estratégico de Inovação Territorial (CEIT). “Já está disponível o maior pomar `online` de maçã Bravo de Esmolfe. A iniciativa pretende reduzir a cadeia de comercialização do produto e valorizar os produtores através da plataforma drbravo.pt”, anunciou Cristóvão Monteiro.
O responsável pelo Centro Estratégico de Inovação Territorial (CEIT) explicou que esta “nova ferramenta digital visa encurtar a distância entre os consumi dores e os produtores de maçã” Bravo de Esmolfe. “Principalmente numa altura muito difícil para os produtores que, para além da gestão da inflação, ti veram um percentual acentuado de quebras na pro dução devido à seca e a algumas condições atmos féricas adversas”, apontou.
A plataforma, que está a ser trabalhada há mais de um ano pela entidade, nasceu com o objetivo de acabar com “algumas preocupações existentes” à volta desta maçã, como, por exemplo, “a valo rização do produtor”. “As grandes distribuidoras acabam por arrecadar grande parte do lucro e o
produtor acaba por ser prejudicado em algumas situações e quando o produtor recebe pouco pela matéria-prima tam bém tem pouco para investir em novas produções e numa nova escala”, defendeu.
Este ano, “as encomendas estão a funcionar através de um sistema de reserva disponível no `website`”. “No entanto, já decorrem estudos e projetos-piloto que visam investigar mo delos de transporte para que a maçã possa seguir diretamente do pomar para casa” do consumidor.
Para além da função comercial, “este portal pretende ainda dar a conhecer as características medicinais da maçã”, “um produto 100% português e único no mundo, originário da aldeia de Esmolfe”, em Penalva do Castelo.
Cristóvão Monteiro disse que, “segundos estudos científicos, a maçã ajuda a diminuir os fatores de risco diretamente relacio nados com doenças cardiovasculares, diabetes e cancro” e, por isso, “este é mais um passo importante em prol da promoção e valorização” desta fruta.
Também com o intuito de promover esta fruta, “nos próximos meses serão também disponibilizadas experiências turísticas, bem como um conjunto de subprodutos derivados da maçã Bravo de Esmolfe”.
O CEIT é uma entidade privada que nasceu em 2020, com sede em Penalva do Castelo, que trabalha com “várias regiões do país” em “vários serviços e projetos no sentido de valorizar os territórios e os produtos endógenos”.
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drbravo.pt, projeto do Centro Estratégico de Inovação Territorial de Penalva do Castelo