Gazeta Rural nº 424

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www.gazetarural.com 1 www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 424 | Periodicidade Quinzenal | 15 de Fevereiro de 2023 | Preço 4,00 Euros Não há ovinos das raças Bordaleira e Churra Mondegueira à venda • Festival de Sopas “mostra a cultura e tradição” de Sernancelhe • Há Festa da Amendoeira em Flor em Foz Côa e Figueira de Castelo Rodrigo • Feira do Queijo do Alentejo mostra o melhor da região e do país • Carnaval em Seia celebra-se com Queijo Serra da Estrela PROCURAM-SE!

sumário

04 Festival dos Sabores Caprinos e Ovinos decorre em Proença-a-Nova

05 Festival de Sopas “montra cultura e tradição” de Sernancelhe

06

Foz Côa aposta nas festividades da Amendoeira em Flor para atração de visitantes

PORTUGAL É O SEGUNDO PAÍS “COM MAIS VARIEDADES

REGIONAIS DE MILHO”

Um workshop sobre o pão e a sua importância na alimentação abriu programa do Leilão das Chouriças, em Travassos, no concelho de Mondim de Basto. Alfredo Aires, docente da UTAD, diz que Portugal é o segundo país do mundo com mais variedades regionais de milho.

FICHA TÉCNICA

Ano XIX | N.º 424

Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A)

E-mail: jla.viseu@gmail.com

Telemóvel: 968 044 320 (chamada para rede móvel nacional)

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís Pacheco

Opinião: Júlio Sá Rego | Gabriel Costa

Departamento Comercial: Ana Pinto

Sede de Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Telefone: 232 436 400 (chamada para a rede fixa nacional)

E-mail : gazetarural@gmail.com

Web: www.gazetarural.com

ICS: Inscrição nº 124546

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda

Administrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Capital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339

Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo

Dep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda

R. Cap. Salomão, 121 - Viseu

Telefone: 232 411 299 (chamada para a rede fixa nacional)

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

08 Festival do Butelo e das Casulas & Carnaval dos Caretos regressam a Bragança

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Festa da Amendoeira em Flor “é a marca mais forte” de Figueira de Castelo Rodrigo

Em Trancoso há fumeiro e sabores do Nordeste da Beira

Feira do Queijo do Alentejo mostra o melhor da região e do país

16 Carnaval em Seia celebra-se com Queijo Serra da Estrela

17 Município de Mora promove Mês das Migas

18 Festival da Lampreia regressa em 11 restaurantes de Penacova

19 Vinhos do Dão crescem 18,2% e faturam 24,5 milhões de euros em exportações

20 Tinto do Dão Vinha Negrosa 2019 é ‘Vinho do Ano’ e Guarda é ‘Destino Gastronómico’

22 Queijo Serra da Estrela “tem de ser” Património Mundial, diz o Presidente da República

23 Aumentou a procura de ovinos das raças Bordaleira e Churra Mondegueira

24 Aldeia de Travassos recriou a tradição do Leilão das Chouriças e a importância do pão

25 “Somos o segundo país do mundo com mais variedades regionais de milho”, diz docente da UTAD

26 Portugal tem 327 variedades de frutas registadas este ano

28 Ministério da Agricultura criou grupo de trabalho para repensar cooperativas agrícolas

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Mosteiro do Santo Sepulcro foi reclassificado como monumento nacional

32 Região de Viseu Dão Lafões cria rede de incubadoras de empresas

33

Montalegre promoveu sessão de capacitação sobre Cura e Secagem do Presunto

34 Câmara de Tabuaço quer formação +Próxima no sector turístico

35 Festival Gastronómico da Chanfana da Lousã decorre em 19 restaurantes

37 Rota da lampreia e da vitela está de regresso a Sever do Vouga

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A diversidade do Carnaval no Centro de Portugal

QUEIJO . VINHO . AZEITE . ENCHIDOS . DOÇARIA . CANTE . ARTESANATO . TASQUINHAS 24, 25 e 26 . fevereiro 2023
DE FEIRAS
EXPOSIÇÕES www.cm-serpa.pt . Serpa Terra Forte . camara_municipal_de_serpa . @SerpaTerraForte Organização: Comissão Promotora: Apoio: Patrocínio: Colaboração: ENTRADA LIVRE
PARQUE
E

A 25 de fevereiro, no Largo D. João III

“Há Feira na Praça!” em Miranda do Douro para divulgar produtos locais

O Largo D. João III, em Miranda do Douro, vai receber o evento “Há Feira na Praça!”, uma iniciativa do Município local. A terceira edição deste evento irá decorrer no dia 25 de fevereiro, com a temática “Feira da Chouriça” e será dada prioridade a expositores locais com produtos de fumeiro.

“Há Feira na Praça!” tem por objetivo a divulgação e promoção do artesanato, dos produtos hortícolas, dos produtos endógenos e outros produtos transformados de base local, de forma a contribuir para o desenvolvimento da economia local.

Com este evento, o município de Miranda do Douro “pretende revitalizar e dinamizar a economia e a cultura mirandesa em pleno centro histórico da cidade, num certame que se prevê realizar no último sábado de cada mês”.

Nos fins de semana de 18 a 21 e 24 e 25 de fevereiro

Festival dos Sabores Caprinos e Ovinos decorre em Proença-a-Nova

O Festival dos Sabores Caprinos e Ovinos decorre em Proença-a-Nova e conta com a adesão de 19 restaurantes do concelho. “O festival, que decorre nos fins de semana de 18 a 21 e 24 e 25 de fevereiro, nos restaurantes do concelho, dá o mote para a promoção da gastronomia do concelho de Proença-a-Nova em 2023”, referiu, em comunicado, a Câmara Municipal. “Durante os fins de semana, incluindo o fim de semana alargado do período do Carnaval, os 19 restaurantes que aderiram a este festival irão disponibilizar nas suas ementas iguarias tendo como base o cabrito, a cabra e o borrego”, explicou o município de Proença-a-Nova.

Para a realização deste festival, a autarquia ofereceu três peças de carne à escolha a todos os restaurantes, “resultando num investimento de apoio ao sector da restauração”. Os clientes dos restaurantes aderentes que consumirem pratos que incluam sabores caprinos ou ovinos vão receber brindes alusivos à temática do evento.

Para este ano, a Câmara de Proença-a-Nova tem prevista a realização de mais dois festivais gastronómicos em parceria com os restaurantes do concelho. O objetivo passa pela promoção dos produtos endógenos do território e a gastronomia típica do concelho de Proença-a-Nova.

A realização do Festival da Cereja está prevista para os dias 20 e 21, 27 e 28 de maio e 03 e 04 de junho, e o Festival da Tigelada irá decorrer todos os dias de 12 a 28 de agosto.

Em Sernancelhe, de 17 a 19 de fevereiro

Festival de Sopas “mostra a cultura e tradição da terra da castanha”

Sopa de gravanços com bacalhau, caldo de castanha, sopa de feijoca à Zebreira ou sopa de cogumelos são algumas das iguarias revitalizadas graças ao Festival de Sopas de Sernancelhe, um evento de inverno que junta no Expo Salão o melhor da gastronomia tradicional, artesanato e folclore, proporcionando aos visitantes uma viagem pela história, cultura, sons e pelos sabores do nosso povo.

Integrada nas comemorações do DOURO, Cidade Europeia do Vinho 2023, a 9.ª edição do Festival de Sopas e Encontro de Ranchos decorre de 17 a 19 de fevereiro, no Exposalão de Sernancelhe, onde poderá visitar exposições de artes e ofícios, contactar com usos e costumes e degustar gratuitamente as sopas que contam a história de um povo.

Várias associações do concelho confecionam os mais variados tipos de sopas que os visitantes podem provar. Este ano

está prevista a participação da Associação AMBULA IPSS, Associação Empresarial Beira Alta (ACIS), Associação de Caça Távora e Zebreira, Associação Desportiva e Recreativa de Sarzeda, Associação Dinamizadora da Aldeia da Faia, Baldios “Cinco Réis de Gente” do Carregal, Banda Musical 81 de Ferreirim, Casa do Benfica de Sernancelhe, Confraria da Castanha Soutos da Lapa, Escola Profissional de Sernancelhe, Manta Verde – Associação da Biointerpretação de Lamosa, Núcleo Desportivo de Cultural de Vila da Ponte, Rancho Folclórico de Sernancelhe, Grupo Motard “Os Amigos Binantes”, Associação de Melhoramentos da Freguesia de Escurquela, Clube Caça e Pesca de Sernancelhe e Banda de Música de Sernancelhe.

Enquanto provam as sopas, os visitantes poderão assistir à atuação de ranchos folclóricos, provenientes dos mais variados pontos do país.

Durante três fins de semana, de 17 de fevereiro e 05 de março

Foz Côa aposta nas festividades da Amendoeira em Flor para atração de visitantes àquela região

O município de Foz Côa aposta nas festividades da Amendoeira em Flor, que decorrem entre 17 de fevereiro e 05 de março, tendo reforçado o orçamento para dinamizar a economia e o turismo no concelho. O investimento é de 250 mil euros.

O programa das festividades elaborado para 2023 apresenta um cartaz variado com espetáculos. Fernando Mendes (17 de fevereiro), Diogo Piçarra (18 de fevereiro), Zé Amaro (03 de março) e Nininho Vaz Maia (04 de março) são os destaques. O desfile etnográfico que junta as freguesias e associações do concelho fecha as festividades, sendo considerado pela autarquia “a cereja no topo do bolo”, porque toda a comunidade se junta à iniciativa. O desfile está agendado para o dia 05 de março.

Para além da festa, o município de Foz Côa oferece aos visitantes história, cultura, natureza, tradições, gastronomia e vinhos, a que se alia uma vasta programação cultural e de animação num

território onde as primeiras flores da amendoeira começaram a “rebentar” e a transformar a paisagem deste rincão duriense.

“São as maiores festividades” de Foz Coa

O presidente da Câmara de Foz Côa, à Gazeta Rural, diz que estas “são as maiores festividades” do concelho, reiterando que “o que gastamos neste evento é um investimento”, dado que o concelho recebe muitos milhares de visitantes durantes cerca de um mês. João Paulo Sousa diz que o setor da amêndoa no concelho está a recuperar a sua importância, pois “as fontes de rentabilidade da amêndoa são diversas e a qualidade do fruto impera”

Gazeta Rural (GR): Que perspetiva tem para esta edição da Festa da Amendoeira?

João Paulo Sousa (JPS): É mais uma grande aposta do Município, para dizer que Foz Côa não é só vinho, pois somos a ‘Capital da Amendoeira em Flor’ e estas são as maiores festividades do concelho.

Consideramos que tudo o que gastamos neste evento não é um custo, mas sim um investimento. Tenho vindo a dizer isto ao longo dos anos, porque em três fins de semana, para além da beleza das nossas paisagens, atraímos milhares de pessoas à região e ao nosso território.

O nosso cartaz tem nomes grandes do mundo do espetáculo, mas tem muito mais do que isso, como as pessoas, o associativismo local, as escolas e as freguesias que se organizam para le-

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varmos a cabo uma grande festa. Só tenho de dar os parabéns a estas pessoas, porque sentem o território da mesma maneira que eu.

GR: Houve uma mudança de paradigma na Festa da Amendoeira em Flor?

JPS: Sim. Temos dois momentos intensos. Durante o dia as atividades decorrem no centro da cidade, para não retirar dali as pessoas, e depois das seis da tarde, no pavilhão da Expocôa, temos toda uma outra vida noturna, que é preciso apoiar, como as atividades para os mais jovens, mas também para as pessoas poderem desfrutar de momentos musicais e daquilo que de bom se faz em termos de gastronomia, como os nossos produtos locais, o vinho, o azeite, a amêndoa, os enchidos, a laranja, entre tantas outras iguarias, pois temos no nosso território produtos de excelente qualidade.

para além daqueles que se deslocam em excursões ou na sua viatura pessoal. Depois temos o desfile etnográfico, no último dia das festas, em que temos visitantes oriundos de vários pontos do país, de norte a sul, mas especialmente da região norte e do Minho em especial.

Sabemos que são muitos milhares de pessoas que nos visitam, mas não temos como controlar todos esses fluxos. Muitos destes visitantes não vêm só a Foz Côa, mas percorrem toda a região. O alojamento e a restauração da região ficam lotados durantes cerca de um mês.

GR: O setor da amêndoa do concelho têm aproveitado esta onda?

GR: É possível contabilizar a importância destas três semanas para o concelho e para a região?

JPS: Fazem-me muitas vezes essa pergunta, que tem uma resposta muito difícil. É que este evento tem uma característica muito própria e única, pois é feito ao ar livre e durante três fins de semana, com mais de meia centena de atividades distribuídas por todo o concelho.

JPS: Liderámos este setor durante muitos anos, tornando-nos na ‘Capital da Amêndoa’. Nas últimas décadas, dada a sua rentabilidade, ou não, muitas vezes pagou-se para se plantar vinha e por isso é que nós temos uma grande produção vitivinícola, em detrimento da amêndoa.

Ou seja, conseguimos controlar muitos dos eventos. Sabemos que temos mais de 400 motards a visitar o concelho, mais de duas centenas de ciclistas, inúmeros percursos pedestres, com a participação de muitas centenas de pessoas. Só que, depois, há todo um conjunto de atividades paralelas que não controlamos. Temos uma parceria com a CP em que diariamente sabemos que cerca de 200 pessoas visitam a cidade e o concelho,

Atualmente isso está a mudar. As fontes de rentabilidade da amêndoa são diversas e a qualidade do fruto impera. Não estamos a liderar o mercado, mas damos conta que muitos investidores e produtores, ligados ao vinho e ao olival, estão também a produzir amêndoa. Neste sentido, não sendo a maior fonte de rendimento do setor agrícola, é já um complemento significativo, porque a qualidade da nossa amêndoa é muito boa e um elemento diferenciador.

Nós temos três elementos, - o vinho, o azeite e a amêndoa, - que conferem pujança ao nosso setor primário e, ao mesmo tempo, com vontade de conquistar o futuro.

Dois dos mais emblemáticos eventos do Nordeste Transmontano

Festival do Butelo e das Casulas & Caretos regressam a Bragança

Em fevereiro o Município de Bragança alia dois dos eventos mais emblemáticos do Nordeste Transmontano, que fundem o melhor do fumeiro trasmontano, o Butelo com Casulas, e os protagonistas da mais autêntica das tradições de inverno, os Caretos.

O centro histórico de Bragança acolhe o Festival do Butelo e das Casulas e o Carnaval dos Caretos, entre os dias 17 e 21 de fevereiro. Em simultâneo, até 26 de fevereiro, decorre a Semana Gastronómica do Butelo e da Casulas, que conta com 27 restaurantes aderentes.

O Festival do Butelo e das Casulas vai reunir 48 expositores que vão comercializar fumeiro, com destaque para o butelo, outros produtos regionais - casulas, azeite, mel, vinho e licores - e artesanato. A Praça Camões que será o epicentro do certame, acolhe também demonstrações e degustações gastronómicas com a Chef Flor Bonet, do Restaurante Palácio Cañedo - Espanha (19 fevereiro), com o reconhecido Chef Hélio Loureiro (20 de fevereiro) e com o Chef Óscar Geadas, brigantino e vencedor de Estrelas Michelin (21 de fevereiro).

Mas há mais novidades. No dia 20 de fevereiro decorre o concurso que vai eleger o melhor Pastel Brigantino, com degustação aberta ao público. O Pastel Brigantino, bolo identitário de Bragança, é confecionado com produtos locais como o mel, a castanha e o azeite.

Para os mais novos, há o workshop “Mãos na Massa” e a catividade criativa “Butelo de Histórias”, ambos no dia 18 de fevereiro, na Praça Camões.

Carnaval dos Caretos - uma tradição secular

O tradicional e verdadeiro Carnaval dos Caretos, que em tempo de Entrudo reúne em Bragança cen-

tenas dos mais tradicionais e autênticos mascarados da Península Ibérica, tem início com o tradicional desfile e termina com a recriação secular do “Diabo, Morte e Censura”.

Os verdadeiros Caretos, nascidos das entranhas do mundo rural, libertam-se do seu meio natural e tomam de assalto a cidade, trazendo consigo todo o património cultural e histórico, num momento único que valoriza as tradições, promovendo-as e permitindo a todos, habitantes e visitantes, um contato direto com este mundo ancestral e autêntico.

Assim, dia 18 de fevereiro (sábado), a partir das 14,30 horas, os Caretos chegam à cidade, este ano com uma apresentação encenada do livro “Os Reis dos Caretos”, de autoria de António Pinelo Tiza.

A partir das 17 horas, decorre o tradicional desfile pelas ruas da zona histórica, que além das centenas de caretos e mascarados, provenientes de Portugal e Espanha, conta com a participação especial de alunos dos Agrupamentos de Escolas do Concelho e de utentes de várias Instituições Particulares de Solidariedade Social, num sentido de promoção das tradições junto dos mais novos e de partilha de saberes pelos mais velhos.

No final do desfile, acontece a tradicional Queima do Mascareto, uma figura com sete metros de altura que será simbolicamente colocada em chamas. Este espetáculo cénico que conta a participação dos Caretos, decorre na Cidadela (Castelo de Bragança).

A fechar o Carnaval dos Caretos, no dia 22 de fevereiro (quarta-feira), nas ruas do centro histórico, o Diabo, a Morte e a Censura saem à rua, recriando uma tradição secular.

Candidatura Cidades Criativas da UNESCO

No sentido de valorizar a gastronomia típica, ponto essencial de alavancagem do turismo e da economia local, o Município de Bragança marca o arranque das festividades, no dia 17 de fevereiro, pelas 14 horas, no Auditório Paulo Quintela, com a sessão pública de apresentação da sua candidatura à Rede de Cidades Criativas da Unesco, na categoria Gastronomia.

Esta é, sem dúvida, uma altura excecional para visitar a cidade de Bragança, experimentar a gastronomia e explorar as tradições transmontanas.

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Nos fins de semana de 24 a 26 de Fevereiro e 3 e 4 de março

Festa da Amendoeira em Flor “é a marca mais forte” do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo

Figueira de Castelo Rodrigo recebe nos fins de semana de 24 a 26 de fevereiro e 3 e 4 de março a Festa da Amendoeira em Flor, evento que esta ano tem como cabeças de cartaz, no programa de animação, Jorge Azevedo, Némanus, Jorge Guerreiro e Toy.

Mas a festa inclui também caminhadas, raid BTT, artesanato, exposição e venda de produtos locais, bem como a gastronomia, tudo à volta da rainha da festa, a amendoeira em flor.

O presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo diz que esta festa “é a marca mais forte de promoção turística do concelho” e “um dos cartazes turísticos mais antigos da região”. Carlos Condesso, à Gazeta Rural, diz que o programa da festa “foi preparado para ir ao encontro de diversas gerações e abranger públicos diversificados”.

Gazeta Rural (GR): O que representa hoje a Festa da Amendoeira em Flor para o concelho?

Carlos Manuel Condesso (CMC): A Festa da

Amendoeira em Flor é a marca mais forte de promoção turística do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. São já 82 anos desde a primeira edição, sendo, por isso, um dos cartazes turísticos mais antigos da região, que tem conseguido, ao longo de todos estes anos, atrair milhares de turistas ao nosso território abençoado pela natureza.

GR: A autarquia preparou um programa bastante atrativo para o último fim de semana de fevereiro e o primeiro de março. O que destaca do programa e que expectativas tem?

CMC: O essencial é sempre a nossa natureza em festa, com as nossas paisagens floridas. Nesta altura, a rainha da festa é sempre a amendoeira em flor. Depois, queremos também aliar um programa cultural, lúdico, desportivo e musical que consiga atrair novos fluxos turísticos e dar a possibilidade aos visitantes que já conhecem o nosso concelho de regressar e de terem ao seu dispor diversas atividades para poderem desfrutar. No ano passado, a concentração das atividades numa tenda preparada para o efeito no recinto da feira, demonstrou ser um sucesso. Vamos continuar a apostar nesse formato, dando conforto aos expositores e público em geral. O programa foi preparado para ir ao encontro de diversas

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gerações e abranger públicos diversificados, com o objetivo de chegarmos ao maior número de pessoas possível.

GR: A amendoeira em flor é um cartaz turístico da região nesta altura do ano. Tem-se aproveitado bem para promover a região e atrair gente ao território?

CMC: Como já referi, este é o cartaz turístico mais antigo da região. Temos o dever de o respeitar e de o valorizar, ano após ano. Temos conseguido captar visitantes de todo o país e também da nossa vizinha Espanha que também celebram a festa do “Almendro”, o que potencia a criação de sinergias ibéricas e de intercâmbio entre estes territórios de fronteira.

produto que tem a sua qualidade e valor a crescerem cada vez mais.

GR: Figueira de Castelo Rodrigo é um concelho raiano. Tem-se aproveitado todas as potencialidades que esse facto pode alavancar?

CMC: Sermos de uma zona raiana oferece-nos a possibilidade de estarmos mais perto da Europa, através de Espanha, acrescentando a isso uma qualidade de vida que uma grande metrópole não consegue oferecer. Por outro lado, estamos longe do poder central, que reiteradamente se esquece destes territórios e das nossas gentes, obrigando alguns dos nossos jovens a trilharem o seu caminho profissional noutros locais, mesmo que tenham vontade em ficar no seu concelho. Estamos a falar de um território de baixa densidade, mas com enorme potencial que tarda em ser reconhecido pelo poder centralista.

GR: A amendoeira foi, numa determinada época, preterida em favor da vinha. Numa altura em que a amêndoa portuguesa desta região é reconhecida como de excelente qualidade, tem-se apostado mais na sua plantação?

CMC: O panorama agrícola da nossa região tem vindo a ser alterado ao longo dos anos. O facto de termos o Rio Douro tão perto fez com que se apostasse muito na vinha em detrimento da amendoeira. No entanto, temos vindo a assistir a uma aposta sustentada de produtos baseados na amêndoa. Temos produtores locais que criam e inovam com este produto, o que permite investir mais em amendoeiras. Há poucos meses, tivemos mais uma empresa a criar uma unidade de transformação de amêndoa em Figueira de Castelo Rodrigo, o que demonstra que é um

GR: Olhando para o território, como está o setor primário do concelho, quais as suas virtudes e dificuldades?

CMC: Figueira de Castelo Rodrigo é um concelho principalmente agrícola. É, aliado ao turismo, o setor que mais dinâmica traz para a nossa região. Apesar de sabermos que as distâncias até aos grandes centros podem ser um entrave, temos notado um aumento no investimento agrícola e pecuário, mesmo em terrenos que estavam abandonados e que agora têm novos investimentos. Existe uma grande oferta de possibilidades para investir, evoluir e vingar no mercado. Face à importância do setor primário, vamos criar na Câmara Municipal um gabinete totalmente dedicado aos agricultores, para que possam obter informação, apoio e esclarecimentos relacionados com incentivos em vigor e certas burocracias, por exemplo.

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Entre 18 de fevereiro e 19 de março

Vila Nova da Barquinha promove Mês do Sável

O município de Vila Nova da Barquinha vai promover a mostra gastronómica “Mês do Sável”, entre 18 de fevereiro e 19 de março. Os amantes desta iguaria poderão degustar o sável frito com açorda de ovas, em seis restaurantes do concelho de Vila Nova da Barquinha, e ganhar passeios de barco ao Castelo de Almourol e visitas ao Centro de Interpretação Templário. Esta promoção é vá lida apenas ao fim de semana, sendo atribuído 1 bilhete por dose, nos restaurantes aderentes.

Nesta época do ano, o sável e outras espécies sobem as águas do Tejo, dando origem a sabores únicos, con fecionados de acordo com receitas centenárias. Esta é a vigésima nona edição consecutiva deste evento, que anualmente promove tanto o Sável como a Lampreia (espécie que este ano não integra a mostra), animan do a restauração e atraindo milhares de visitantes a um território onde se pode visitar os monumentos nacio nais Castelo de Almourol e Igreja Matriz de Atalaia, o Centro de Interpretação Templário, o Parque de Escul tura Contemporânea, ou o mais recente Trilho Panorâ mico do Tejo, entre outras atrações.

Este verdadeiro festival da gastronomia ribeirinha, fruto da parceria do Município com os restaurantes, tem como principal objetivo difundir a cozinha típica e tradicional de um concelho banhado por três rios - Tejo, Zêzere e Nabão - e cuja história está intimamente ligada à atividade piscatória.

De 24 a 26 de fevereiro e 4 e 5 de março

Em Trancoso há fumeiro e sabores do Nordeste da Beira

A XIX edição da Feira do Fumeiro dos Sabores e Artesanato do Nordeste da Beira está de regresso ao Pavilhão Multiusos de Trancoso, nos fins de semana de 24 a 26 de fevereiro e 4 e 5 de março.

Numa organização da Aenebeira - Associação Empresarial do Nordeste da Beira, em parceria com o Município de Trancoso, o evento conta com a presença dos principais produtores locais da região de enchidos, fumados queijos, vinho, mel, doçaria, azeite e artesanato local.

A animação estará presente durante todo o evento, ficando a cargo de grupos de música popular, locais e regionais, bem como de artistas conceituados no panorama nacional. “Nestes dois fins de semana eleja, como destino obrigatório, a nossa Aldeia Histórica, Vila Medieval e Cidade Contemporânea e venha conhecer o que de melhor Trancoso tem para lhe oferecer”, refere a autarquia em comunicado.

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Nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro, em Serpa

Feira do Queijo do Alentejo mostra o melhor da região e do país

Serpa recebe de 24 a 26 de fevereiro a XXII Feira do Queijo do Alentejo, certame que é uma mostra dos melhores queijos nacionais com Denominação de Origem Protegida (DOP), este ano com a presença dos espanhóis Mehon-Menorca e Manchego.

Com cento e quarenta expositores inscritos, a feira acolhe produtores de todo o país com queijos de Denominação de Origem Protegida (DOP) de Serpa, Azeitão, Castelo Branco, Évora, Nisa, Serra da Estrela, os DOP espanhóis Mehon-Menorca e Manchego, queijos da Ilha de Minorca, Galiza, Cádis e Málaga, e vários outros queijos nacionais e internacionais, afamados e de qualidade reconhecida.

Há também expositores de produtos regionais, enchidos, azeite, vinho, mel, doçaria tradicional, frutos secos, tecelagem, cutelaria e artesanato variado. Nas várias tasquinhas haverá uma mostra da gastronomia e petiscos locais.

Do programa da feira constam atividades no âmbito da agropecuária e pastorícia, como as oficinas de fabrico de queijo, exposição de ovelhas, demostrações de tosquia, mostra e concurso de cães, concurso de ovinos de raça Île de France, decorrem ao longo dos três dias da Feira. De destacar a sétima edição do concurso “O Melhor Queijo da Feira do Queijo do Alentejo”, ao qual poderão concorrer todos os queijos presentes, nas categorias Queijo Serpa DOP, queijo de ovelha cura prolongada (> 60 dias de cura), queijo de ovelha cura normal (< 60 dias de cura), queijo fresco de cabra, queijo de cabra curado, queijo de cabra curado atabafado, queijo de vaca e de mistura, requeijão e inovação.

Um diversificado conjunto de iniciativas, de onde se destaca a participação dos grupos corais do

concelho, representando o melhor do Cante Alentejano – Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, jazz, rock, sevilhanas, música tradicional e DJ, irá garantir animação a públicos de gostos diversos. A RTP 1 irá transmitir, durante o dia 25, o programa “Aqui Portugal”, em direto a partir da Feira do Queijo do Alentejo.

O presidente do Município de Serpa, João Efigénio Palma, frisa que o objetivo, tal como em edições passadas, “é promover os nossos produtos emblemáticos, principalmente o queijo, porque é a ele que se dedica a Feira, mas colocando também em evidências outros produtos, como o vinho, os enchidos, a gastronomia, a cultura, tudo aquilo que caracteriza o nosso concelho, e de alguma forma também o Alentejo”.

Segundo o autarca de Serpa, esta iniciativa funciona igualmente como “fator de promoção e de dinamização do comércio e da atividade empresarial, de forma que tenham aqui uma montra daquilo que fazem de melhor, de forma a potencializar a comercialização dos seus produtos”, refere o autarca.

Além desta vertente de dinamização económica, o presidente do Município serpense destaca também “o potencial da Feira no que se refere a dar a conhecer o concelho, as nossas riquezas, o património cultural e construído”, e que, de alguma forma contribui para “chamar pessoas a Serpa”, dando a conhecer o seu território e as inúmeras potencialidades não apenas durante os dias em que decorre a Feira do Queijo, mas ao longo de todo o ano, desfrutando plenamente de tudo o que tem para oferecer aos turistas e visitantes.

A organização da Feira do Queijo do Alentejo é da Câmara de Serpa e a Comissão Promotora é composta pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja (ESA IPB), ACOS – Associação de Agricultores do Sul, DRAPAL – Centro de Experimentação do Baixo Alentejo, Confraria do Queijo Serpa, Rota do Guadiana ADI, Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa, Escola Secundária de Serpa e Friserpa e a colaboração da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), com o apoio das Juntas e Uniões de Freguesia do concelho de Serpa e o patrocínio da Caixa de Crédito Agrícola.

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Rua Pedro Álvares Cabral - Viseu www.lemos-irmao.pt 232 430 034

Quatro dias para saborear os melhores sabores regionais

Carnaval em Seia celebra-se

com Queijo Serra da Estrela

O produto nobre da pastorícia é rei na quadragésima sexta edição da Feira do Queijo Serra da Estrela, que acontece no Mercado Municipal de Seia, entre 18 e 21 de fevereiro.

Este certame nasceu há 45 anos, pela vontade de valorizar o que de melhor neste território se produz, assente no Queijo Serra da Estrela, na sua cadeia de valor e dos seus agentes diretos. Com forte expressão no concelho, o setor agroalimentar do queijo assume um importante papel no plano regional e nacional, com o concelho de Seia a alavancar a região como um dos maiores produtores de queijo de ovelha.

A pastorícia, que está na base deste produto, é representada na Quinta do Pastor, com a ovelha Serra da Estrela a assumir lugar de destaque e onde se pode assistir à sua ordenha.

Este é também o momento anual para os pastores apresentarem os seus melhores exemplares, no Concurso de Ovinos e Caprinos da Serra da Estrela, organizado pela Ancose - Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela.

Na feira será, igualmente, possível conhecer o fiel companheiro do pastor, o Cão Serra da Estrela, numa mostra assegurada pela LICRASE - Liga dos Criadores e Amigos do Cão Serra da Estrela.

Do pastoreio, às queijeiras - guardiãs de um saber ancestral, - o Queijo Serra da Estrela ocupará o núcleo central da feira, no Mercado Municipal, ao qual se associam outros produtos locais, como o pão, o

vinho do Dão, os enchidos e o mel.

Na área circundante ao mercado, a oferta de artesanato é variada, numa mostra que conta com a parceria da Associação de Artesãos da Serra da Estrela. As demostrações culinárias “cozinha ao vivo” e as tasquinhas de ‘comes e bebes’, do associativismo local, proporcionarão excelentes momentos de degustação e convívio.

Numa aliança entre a tradição secular, a criatividade e a inovação, a Feira do Queijo contempla ainda sessões de “dicas e saberes”, uma dedicada ao queijo da serra com vinho, pela Estrelacoop, e outra sobre azeite, pelo azeitólogo Francisco Ataíde Pavão.

No decorrer da feira é, ainda, possível assistir à produção do Maior Queijo de Ovelha de Seia (segunda-feira) e à produção de enchido ao vivo (terça-feira), num processo que irá envolver vários produtores do concelho.

Para os quatro dias, como é habitual, foi desenhado um vasto programa de animação, que assenta na riqueza e diversidade do movimento associativo do concelho de Seia, com bandas filarmónicas, grupos de música tradicional e ranchos folclóricos.

A Feira do Queijo é promovida pelo Município de Seia, em colaboração com a Associação de Artesãos da Serra da Estrela, a Liga dos Criadores e Amigos do Cão Serra da Estrela (Licrase), a Ancose, a Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha (ADIRAM), contando com o apoio do Turismo Centro de Portugal.

O certame abre todos os dias às 10 e termina às 20 horas, à exceção da terça-feira de Carnaval, cujo encerramento será antecipado para as 16 horas.

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Município de Mora promove Mês das Migas

Até 5 de março as migas estão em destaque em 13 restaurantes do concelho de Mora. O Mês das Migas é um evento promovido pelo Município de Mora em colaboração com a restauração local. A gastronomia é colocada em destaque, através de um prato tão típico, como as migas.

Pretende-se com este evento a valorização das migas, enquanto prato tipicamente alentejano, a par da projeção dos restaurantes participantes. Sendo esta época considerada baixa para inúmeros negócios, nomeadamente a

restauração, o Mês das Migas é um impulso importante para a economia local.

O Mês das Migas é um bom motivo para visitar Brotas, Cabeção, Mora, Pavia e Malarranha, contribuindo para a divulgação dos pontos de interesse existentes, como são o Fluviário ou o Museu do Megalitismo. Participam os restaurantes O Poço e COOP Brotense, em Brotas; a Palmeira, o Arcos e Solar da Vila, em Cabeção; Afonso, Bombeiros, o Alentejano, o Espanhol, Sabores de Mora e Hélder Ganhão, em Mora, e o Forno e M’ólho Pão em Pavia.

Até a 5 de março, nos restaurantes do concelho

Nos dias 25 e 26 de fevereiro

Festival da Lampreia regressa em 11 restaurantes de Penacova

O Festival da Lampreia de Penacova regressa nos dias 25 e 26 de fevereiro àquele município, em 11 restaurantes e com um preço promocional durante o evento. O presidente da Câmara, Álvaro Coimbra, frisou que Penacova é considerada a “capital” da lampreia e que o festival gastronómico se realiza há sensivelmente 30 anos, desde a década de 1990, atraindo, ano após ano, “milhares de pessoas” àquele município localizado junto ao rio Mondego.

A época da lampreia decorre de fevereiro a abril e Penacova decidiu realizar o seu festival no final do mês, quando os restaurantes “já vão tendo algum movimento” devido ao “famoso” arroz de lampreia, “confecionado com os melhores produtos da região e por mãos sábias que mantêm a receita inalterada há décadas”.

O evento inclui um preço promocional - ainda não estipulado - mas que Álvaro Coimbra assumiu “não poder ser tão promocional como isso, devido à es-

cassez” de lampreia. “O preço ainda está alto, porque há escassez de lampreia e não é só no Mondego. É uma situação que tem afetado vários rios portugueses”, observou o autarca. Se em 2022 o festival de Penacova teve mesmo de ser adiado para abril, devido à falta de lampreia derivada de um inverno “muito seco, com caudal muito baixo” do rio, este ano, apesar de o Mondego ter, nesta altura, muita água, o peixe ciclóstomo, em forma de enguia, continua a faltar.

Durante a iniciativa, a Câmara de Penacova oferece a sobremesa aos clientes dos restaurantes - constituída por doçaria conventual, como os pastéis do Lorvão e as nevadas - e promoverá ainda um `pack` “Descobrir Penacova”, cujo sorteio será realizado mais tarde. “As pessoas preenchem um cupão e habilitam-se ao sorteio”, explicou Álvaro Coimbra, acrescentando que os cupões permitirão, depois, saber quantos visitantes afluíram ao festival.

Citado numa nota de imprensa, o autarca de Penacova anunciou a realização do festival, enfatizando que o “prato mais desejado está de volta”. De acordo com Álvaro Coimbra, o arroz de lampreia “granjeou fama de norte a sul do país, transformando Penacova no destino preferido de milhares de comensais”.

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Os vinhos da região demarcada do Dão continuam a destacar-se do panorama vinícola nacional e registaram o maior aumento nas exportações de vinhos em todo o país no ano passado. Cresceram 18,2% em faturação no mercado externo, um valor muito superior ao crescimento de 1,52% no conjunto dos vinhos portugueses.

Superior ao crescimento de 1,52% no conjunto dos vinhos portugueses.

Vinhos do Dão crescem 18,2% em 2022 e faturam 24,5 milhões de euros em exportações

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, Arlindo Cunha, mostrou-se orgulhoso do resultado de faturação da região demarcada no mercado externo, em 2022, ano durante o qual conseguiu um crescimento de 18,2% em valor.

De acordo com a CVR, os vinhos da Região Demarcada do Dão “continuam a destacar-se do panorama vinícola nacional e registaram o maior aumento nas exportações de vinhos em todo o país no ano passado”, tendo crescido “18,2% em faturação no mercado externo, um valor muito superior ao crescimento de 1,52% no conjunto dos vinhos portugueses”.

Aludindo a dados do Instituto Nacional de Estatística relativos ao mercado externo, a CVR explicou que, “entre janeiro e dezembro de 2022, em comparação ao período homólogo em 2021, os vinhos da Região Demarcada do Dão exportaram para 80 países e apresentaram um crescimento global de 1,3% em volume, 18,2% em valor e de 16,6% no preço médio litro”.

Cunha.

Segundo o responsável, o Dão tem conquistado “cada vez mais mercados e especialistas”, provando que “é um território cheio de potencial, competitivo e diferenciador”. “Estes números de faturação no mercado externo são mais um passo significativo do nosso crescimento como região vinícola de referência, algo que no futuro queremos manter, consolidar e solidificar”, frisou.

Segundo a CVR, no último ano, os vinhos do Dão “faturaram mais de 24,5 milhões de euros com as vendas para o estrangeiro”, tendo como principais mercados de destino o Canadá, a Alemanha, os Estados Unidos da América, a Bélgica e o Brasil.

“A excelência e a qualidade dos nossos vinhos continuam a ser altamente reconhecidas tanto a nível nacional como internacional, o que nos deixa, naturalmente, muito orgulhosos”, afirmou Arlindo

A CVR destacou também “o extraordinário desempenho no Reino Unido e na Espanha, que sobem 133% e 27% em volume, respetivamente”. No que respeita à Zona Euro, “o Dão sobe 5% em volume e 8,7% no preço médio” e, nos países terceiros, atinge “um crescimento de 21% na faturação e de 22% no preço euro por litro, representando 64% das vendas no mercado externo”, acrescentou.

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Na gala da Revista de Vinhos

Tinto do Dão

Vinha

Negrosa 2019 é ‘Vinho do Ano’ e a Guarda é ‘Destino Gastronómico’

O tinto do Dão Vinha Negrosa 2019, elaborado pelo produtor Marcelo Vilela Araújo, o prémio de Vinho do Ano da Revista de Vinhos, numa gala que também premiou a enóloga galega Susana Esteban. A cidade da Guarda foi considerada Destino Gastronómico do Ano.

“Vinha Negrosa 2019, tinto do Dão elaborado no sopé da Serra da Estrela pelo produtor Marcelo Villela Araújo, mentor da Textura Wines, com enologia de Luís Seabra e Mariana Salvador, obtido a partir das castas Jaen (50%) e Alfrocheiro (50%) de uma vinha com mais de 30 anos, obteve a distinção ‘Vinho do Ano’”.

A gala da 26.ª edição dos prémios Os Melhores do Ano decorreu na Alfândega do Porto, tendo também premiado como Produtor do Ano a enóloga galega Susana Esteban, “há vários anos radicada em Portugal e que há mais de uma década empreendeu um projeto pessoal no norte do Alentejo”.

“A Blandy´s, insígnia do universo Madeira Wine Company, conceituada pela elaboração de Vinhos Madeira profundamente equilibrados, foi a eleita na categoria Produtor de Vinhos Fortificados do Ano”, foi também revelado na gala. Já Quinta de San Michel, em Colares (Sintra, distrito de Lisboa), idealizada por Joaquim Camilo e que aposta em castas como a Malvasia de Colares, Galego Dourado ou Ramisco, conquistou a distinção Produtor Revelação do Ano. “A Quinta da Lixa, quarto maior produtor da região dos Vinhos Verdes ao vinificar 7,4 milhões de garrafas anuais, é Empresa do Ano, enquanto o título de Marca do Ano foi atribuído à Graham’s”, bicentenária marca de Vinho do Porto. Quanto aos prémios de personalidade, o presidente da Real Companhia Velha, Pedro Silva Reis, que

completou 40 anos de carreira, “foi considerado ‘Personalidade do Ano no Vinho’, em “reconhecimento pelo trabalho efetuado na recuperação e projeção contemporânea da empresa fundada a par da Demarcação e Regulamentação da Região Vinhateira do Douro, em 1756”. Já Rui Sanches, empresário e mentor do grupo de restauração Plateform (restaurantes Alma, Rocco e marca Vitaminas) foi distinguido como Personalidade do Ano na Gastronomia, e Rubens Menin, milionário brasileiro que já investiu 35 milhões de euros no Douro, foi considerado Personalidade do Ano no Brasil. O enólogo Rui Cunha, colaborador nas regiões do Douro, Trás-os-Montes e Vinhos Verdes, foi considerado o Enólogo do Ano, e Luís Pedro Cândido da Silva foi a Revelação do Ano na enologia.

Na parte gastronómica, Carlos Monteiro, coordenador do serviço de vinhos da Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira (Matosinhos, distrito do Porto), foi o Sommelier do Ano, e a Garcias Wines & Spirits Boutique Comporta a Loja/Garrafeira do Ano. Já o Enoturismo do Ano foi atribuído à The Vine House, da duriense Quinta de S. Luiz, e a cidade da Guarda foi considerada Destino Gastronómico do Ano. O prémio de Inovação/Investigação do Ano foi para o Smart Farm Colab, sediado em Torres Vedras (distrito de Lisboa), e o Distribuidor do Ano foi a Viborel.

Já o Näperõn, em Odeceixe (em Aljezur, distrito de Faro), do chefe Hugo Nascimento, ganhou o prémio Restaurante do Ano, e Ana Moura, do restaurante Lamelas, em Porto Covo (em Sines, distrito de Setúbal) foi a Chefe Revelação do Ano, tendo a Sociedade Pescas Pelágicas, de Vila Real de Santo António (distrito de Faro) sido o Produtor Artesanal do Ano.

O Chefe de Cozinha do Ano foi o ‘sushiman’ Paulo Morais, do restaurante Kanazawa, em Lisboa, e o Melhor Serviço de Vinhos foi para o restaurante Kabuki, também em Lisboa, no Four Seasons Hotel Ritz.

A Revista de Vinhos atribuiu ainda o prémio Homenagem ao produtor Domingos Alves de Sousa e ao enólogo Peter Bright, tendo também entregado os diplomas aos 30 Vinhos Excelência eleitos pelos provadores da publicação, distinguindo ainda o Soalheiro Alvarinho 2021 como Compra do Ano.

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Queijo Serra da Estrela “tem de ser” Património Mundial

O Presidente da República defendeu que o queijo Serra da Estrela “tem de ser” Património Mundial e pediu que seja possível lançar uma candidatura para a sua concretização, afirmando que é um produto “único no mundo”.

“Isto é uma região muito forte. Muito, muito forte, A região Centro toda ela, mas a região da Serra da Estrela, dentro da região Centro. Tem tudo, não é só o queijo, que é único no mundo, tem de ser património mundial”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado afirmou que “tem de se conseguir lançar a candidatura para património mundial, o queijo da serra”. “Tem azeite, tem castanhas. O que é que não tem? O mais importante é a gente. A natureza é única, o que se produz é único, mas não se produz esta gente, vocês é que são únicos”, afirmou, perante um pavilhão repleto de pessoas.

No recinto do mercado municipal, onde decorreu a quadragésima quarta Feira do Queijo Serra da Estrela, em Celorico da Beira, na Guarda, o Presidente da República considerou que o certame é “um momento de esperança” e a título de exemplo destacou “o aumento do número de expositores” nesta edição.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “os por-

tugueses são sempre os melhores dos melhores”, mas depois, “há um lugarzinho muito especial para esta gente que parece estar longe, quando é vista de Lisboa” ou de outras cidades do país que enumerou. “Mas é uma gente que resiste, é uma gente notável, é uma gente cheia de força. Aguenta o frio, aguenta a seca, aguenta as dificuldades todas da natureza e resiste”.

O Presidente da República pediu “mais gente nova” para a região e “mais turismo a descobrir os encantos da montanha, dos trilhos, dos passadiços, da comida, da bebida, dos costumes” e, considerando que é preciso “apoiar tudo isso”.

Num discurso que, não estava programado, Marcelo Rebelo de Sousa, ao longo de 10 minutos, agradeceu “toda a resiliência e trabalho”, seja no inverno ou no verão, com os incêndios, “às gentes” das beiras e do interior, onde tem as suas origens maternas. “E, portanto, eu tenho uma coisa em comum, que é o interior. Não tenho nada na família que diga respeito ao litoral, é tudo no interior e, por isso, eu fui, até agora, o único Presidente da República em democracia que foi autarca num município do interior, Celorico de Basto, que na altura era o mais pobre município de Portugal”, disse.

Aos autarcas da região presentes na abertura do certame, não só do distrito da Guarda, como também dos vizinhos de Castelo Branco e de Viseu, o chefe de Estado agradeceu “o feito” e pediu para “pôr a região da Serra da Estrela na moda”.

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Afirmou Presidente da República em Celorico da Beira

Confirmou o presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela

Aumentou a procura de ovinos das raças Bordaleira e Churra na região da Serra da Estrela

Está a aumentar a procura de ovinos das raças Bordaleira e Churra Mondegueira na região da Serra da Estrela, “só que não há para entrega”. A afirmação é do presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela (ANCOSE) à Gazeta Rural.

“Felizmente que os pastores estão a trocar as raças exóticas por ovelha Bordaleira ou Churra Mondegueira, só que não temos animais para entrega”, afirmou Manuel Marques, referindo que “já tivemos no passado no nosso centro Recria e estamos a trabalhar nesse sentido”, acrescentando que a associação está “a diminuir” o seu rebanho “para satisfazer as necessidades de alguns pastores com a raça Bordaleira”.

foi aceite, o que é mais um estímulo para que os pastores possam aumentar o efetivo de raças autóctones na região”.

“Quem as tem não vende e procura comprar”, afirmou, por sua vez, Francisco Granjal, ex-presidente da Estrelacoop, entidade que certifica o queijo Serra da Estrela com Denominação de Origem Protegida.

O presidente da ANCOSE diz que esta mudança “é um bom sinal”, pois “aqueles que andaram a apregoar que as raças exóticas eram as melhores já reconheceram que estavam errados”. “Felizmente que há mais procura de ovelhas Bordaleira ou Churra Mondegueira para produzir o melhor queijo do mundo”, referiu Manuel Marques, sustentando que “esta situação pode dar um novo impulso à produção de queijo Serra da Estrela”.

O dirigente da ANCOSE diz que, nesta altura, “há um efetivo na região de cerca de 80 mil animais, mas apenas pouco mais de 20 mil estão registados no livre genológico”. “Queria aumentar esse valor e, nesse sentido, solicitei à senhora Ministra da Agricultaria para reforçar o valor do subsídio de 15 para 24 euros, pedido que

“O que tenho visto é que aumentou a procura de ovelha Bordaleira, porque os pastores, há uns anos, viraram-se para as ovelhas de raças exóticas, que dão mais produção, mas o leite é de menor qualidade, mas com o aumento do valor dos apoios e a subida do preço do queijo voltaram a procurar as nossas raças autóctones, nomeadamente as Bordaleira, mas não há”, salientou Francisco Granjal.

O produtor de Celorico da Beira diz que a campanha do queijo deste ano “começou bem, mas teve um período difícil nas últimas semanas com as geadas”, referiu Francisco Granjal, esperando que “com a melhoria do tempo e as parições as coisas voltem a compor-se”.

Francisco Granjal foi um dos produtores que diminuiu o efetivo, numa altura em que, diz, “há menos pastores, mas aumentaram os rebanhos e a produção também é maior”.

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No concelho de Mondim de Basto

Aldeia de Travassos

recriou a tradição do Leilão das Chouriças e falou-se da importância do pão

A aldeia de Travassos, no concelho de Mondim de Basto, viveu um fim de semana diferente, onde tradições ancestrais foram revisitadas, recuperando a forma de viver de outros tempos, mas vivenciadas no seculo XXI.

O Leilão das Chouriças foi o mote para um fim de semana onde se reviveu a tradição, com o leilão de fumeiro como ponto alto do evento, que atraiu muitos visitantes a esta aldeia nas encostas da Senhora da Graça, mas onde também se falou da importância do pão, não só no plano alimentar, mas também da sua origem.

“Esta atividade que promovemos nesta aldeia de Travassos tem como grande objetivo valorizar os nossos produtos locais e o pão assume uma importância primordial, porque reconhecemos que nos faz falta no nosso dia a dia”, afirmou Carla Silva, vereadora da Câmara de Mondim de Basto, justificando que, “nesta perspetiva, ao promovermos estes produtos, como o pão e tudo o que lhe está associado,

estamos a contribuir para a sua preservação e valorização”.

“Preservar as tradições, valorizar as nossas aldeias e dinamizá-las”

Sobre o Leilão das Chouriças, Carla Silva diz que é um evento que visa “recriar uma tradição das gentes da terra, que, no domingo magro de Carnaval, ofereciam os melhores produtos das suas colheitas para a realização de um leilão, cuja receita revertia a favor da padroeira Santa Bárbara. Este era um ato de louvor, mas também uma prece, porque pediam à Santa Barbara que as próximas colheitas a iniciar na primavera fossem prósperas”, afirmou a autarca, sustentando que “o objetivo, com a realização deste evento, é a preservação das tradições e dos nossos produtos e é a valorização das nossas aldeias e a sua dinamização”.

Travassos é uma aldeia tradicional, “onde a vida ainda corre”, mas “queremos que corra sempre mais, por isso é que estamos a investir nas nossas aldeias, que sofrem algum despovoamento, envelhecimento das populações e alguma falta de dinâmica”. Assim, acrescenta Carla Silva, “compete à Câmara Municipal permitir este investimento e fazer com que esse envelhecimento não se sinta”. “Todas estas ações vão contribuindo para que as nossas aldeias se mantenham vivas e para que as pessoas que nos visitam as valorizem, porque são muito bonitas e seria um dano enorme não investirmos nelas”, salientou.

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Alfredo Aires, docente da UTAD, em Mondim de Basto

“Somos o segundo país do mundo com mais variedades regionais de milho”

Um workshop sobre o pão e a sua importância na alimentação abriu programa do Leilão das Chouriças, em Travassos, no concelho de Mondim de Basto. Alfredo Aires, docente de Agronomia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, fez um balanço histórico do pão, desde a antiguidades até aos nossos dias, e a sua importância na nossa alimentação.

Do trigo, ao centeio e ao milho, Alfredo Aires deixou um apelo à preservação e divulgação das nossas variedades regionais de milho e a sua importância para as comunidades locais, lembrando que foi Portugal quem trouxe o milho das Américas e o disseminou pelo mundo, sendo hoje o segundo país do mundo com mais variedades regionais.

de alterações climáticas, em que todos os anos a incerteza é grande, têm a capacidade de, não sendo tão produtivas, assegurarem uma boa produção no final de cada ciclo de colheita, comparativamente com as variedades mais comerciais.

GR: Nesse caso, a importância da qualidade é superior à quantidade?

AA: Muito superior. Não é por caso que os portugueses, sobretudo nas pequenas feiras locais, procuram o pão tradicional, feito na comunidade, e não o industrial. Um pão de milho feito com variedades regionais aguenta-se muito mais que um feito com variedades híbridas, que ao outro dia está recesso.

GR: Com isso vamos mantendo as nossas quase duas mil variedades regionais de milho?

Gazeta Rural (GR): Qual a importância do pão na nossa alimentação?

Alfredo Aires (AA): Sim, é muito importante e temos de fazer sempre uma comparação entre os tempos passados e de agora. Não damos muita importância e o real valor ao pão, porque ele está presente todos os dias na nossa mesa. É um elemento muito importante na nossa dieta, é rico em minerais, mas em muitos outros nutrientes, como vitaminas. Além disso, por detrás do seu fabrico há um conjunto de processos produtivos que fazem desenvolver a atividade agrícola. A importância do pão começa por aí, não só na alimentação, mas também porque é produzido a partir de cereais, nomeadamente o milho, oriundos de uma atividade agrícola das comunidades locais.

GR: Nesse quadro, que papel podem ter as comunidades locais?

AA: Exatamente. Muitas vezes não temos ideia da nossa importância. De facto, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), através do Banco Português de Germoplasma Vegetal, em Braga, tem essa coleção, porque há interesse em manter essas variedades. Somos o segundo país do mundo com mais variedades regionais de milho. Elas existem porque há agricultores que as procuram, porque percebem que produzem bem, que as conhecem melhor e são uma mais-valia para nós.

AA: Podem ter um papel decisivo na preservação das variedades locais, no caso do milho, adaptadas ao clima dessas regiões. Caímos frequentemente no erro de substituir as variedades locais por outras teoricamente mais produtivas, porque são ‘produzidas’ por programas de melhoramento genético, cujo objetivo é produzir uma quantidade definida por hectare. Essas variedades, nalgumas comunidades, não têm o rendimento esperado.

Se tivermos a possibilidade de usar variedades regionais, adaptadas à região e ao clima, sobretudo numa altura em que tanto se fala

As variedades mais comerciais estão mais mecanizadas, são mais procuradas porque suportam um maior processamento industrial. Isso significa que em situações como a que vivemos, nomeadamente com a guerra, - e nós que estamos muito dependentes da importação de cereais, - se apostássemos mais nas nossas variedades essa dependência era muito menor.

GR: As quase duas mil variedades regionais de milho estão espalhadas por todo o país?

AA: Sim. Emanaram de uma só, mas com o melhoramento artesanal por parte dos agricultores foram adquirindo as características de cada região.

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Indicou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária

Portugal tem 327 variedades de frutas registadas este ano

Portugal conta com 327 variedades fruteiras registadas este ano, incluindo um novo abacateiro, sendo que, em maior número, destaca-se a macieira, seguida pela oliveira, indicou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

O Registo Nacional de Variedades Fruteiras (RNVF) conta com “327 variedades, das quais 325 com aptidão para produção de frutos e duas com dupla aptidão, abrangendo 12 proponentes e 12 responsáveis pela manutenção”. Nesta edição foi inscrita uma variedade de abacateiro – Jordana. Em maior número continua a aparecer a macieira (139), que tem variedades como a Aristides, Carneira, Gronho, Lapa, Moleirinha, Olho de Boi, Maria Rosa, Piparote, Tromba de Boi ou Zé Pereira. Segue-se a oliveira com 65 variedades, entre as quais a Cornalhuda, Judiaga e a Orelha de Mula; a pereira

com 28 variedades, como a Bela Feia e a Torrão de Açúcar, e o castanheiro com 26 inscrições, incluindo a Martaínha e a Colarinha. Com 16 variedades surge a figueira, como a Pingo de Mel e a Princesa; e com 12 indicações aparece a amendoeira, onde se integram a Galamba ou a Zé Dias.

Abaixo de 10 e até cinco inscrições estão a cerejeira (sete), laranjeira (seis), ginjeira (cinco), morangueiro (cinco) e a ameixeira (cinco). Por sua vez, o marmeleiro tem duas variedades inscritas nesta edição, nomeadamente o De Portugal e Gamboa. Já com uma inscrição aparecem a nogueira, mirtilo da madeira, diospireiro, tangerineira, tangereira, limoeiro, cidreira, aveleira e o abacateiro.

As variedades inscritas neste catálogo são destinadas a produção de frutos ou porta-enxertos, têm um responsável pela seleção de manutenção e são consideradas “distintas, suficientemente homogéneas e estáveis”.

No quadro do PEPAC 2023-2027

Ministério da Agricultura criou grupo de trabalho para repensar cooperativas agrícolas

O Ministério da Agricultura e da Alimentação constituiu um grupo de trabalho para avaliar e propor apoios à reestruturação, redimensionamento e competitividade das cooperativas agrícolas, no quadro do PEPAC 2023-2027.

“Este grupo de trabalho, criado em despacho à Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), Grupo de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas, I.P. (IFAP) e Instituto da Vinha e do Vinho, I.P. (IVV), tem por missão a avaliação e proposta de criação de uma medida de apoio à reestruturação, redimensionamento e competitividade das cooperativas agrícolas, no quadro do PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum] 2023-2027”, lê-se num comunicado do ministério.

O grupo “Cooperativas Agrícolas 2030” integrará, entre outros, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) e tem até 30 de junho deste ano para apresentar à tutela um relatório e uma proposta de

medida específica de apoio ao sector. “A cooperação, o diálogo e a construção participada de políticas públicas que respondam, com eficácia, aos desafios permanentes enfrentados pelos agricultores portugueses são peças fundamentais de um trabalho diário e inesgotável. Consciente disto mesmo e contando com a Confagri, esta equipa irá trabalhar uma proposta específica de apoio às cooperativas agrícolas”, destaca a ministra da Agricultura e da Alimentação, citada no comunicado. Representando o sector cooperativo “uma intervenção determinante e quotas de mercado muito significativas nalguns sectores, como as frutas e o azeite, o vinho e o leite”, Maria do Céu Antunes considera que “o processo de modernização da agricultura portuguesa tem que ser acompanhado por um trabalho de organização económica das fileiras agropecuárias, para o qual o sector cooperativo tem condições para dar um contributo ainda mais determinante”. Isto porque, salienta, este é um sector que “apresenta importantes potencialidades e vantagens, especialmente num contexto de estruturas produtivas fragmentadas”, como é o caso do português.

Já o presidente da Confagri reforça que “as cooperativas agrícolas, pela sua dimensão e representatividade em todos os sectores da agricultura e em todo território nacional, merecem e precisam desta

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medida estratégica que promova e potencie a capacitação institucional das organizações, que as prepare e que vá ao encontro dos novos desafios da agricultura”. “Este sector tem de ser assumido como estratégico para a soberania nacional, diria mesmo que o país tem o dever de assumir o sector agrícola como um desígnio nacional”, enfatiza Idalino Leão, também citado no comunicado.

Neste contexto, e com a entrada em vigor do PEPAC 20232027, é encarada como sendo “da maior prioridade a criação de uma medida específica, capaz de contribuir para combater o definhamento socioeconómico e o abandono agrícola e rural, bem como para a promoção da coesão territorial”.

Segundo avança o ministério, esta medida terá como objetivos essenciais “aumentar a dimensão económica e social das cooperativas” e “melhorar a capacitação de dirigentes, gestores e associados e as práticas comerciais, a revalorização e a inovação da gama de produtos e promoção da internacionalização”.

Paralelamente, pretende “garantir o acesso ao mercado a diversos tipos de agricultura, que presentemente não o têm, e a produções locais de pequena escala, nomeadamente pela comercialização dos produtos locais em cadeias curtas de comercialização e vendas eletrónicas”, e ainda “melhorar a prestação de serviços aos associados, apoiando-os tecnicamente no ajustamento dos métodos de produção às exigências atuais dos mercados”.

No despacho que cria o grupo de trabalho, Maria do Céu Antunes destaca a importância do sector cooperativo, cujo papel “não se prende somente com as funções de concentração da oferta, planeamento da produção, orientação para o mercado e valorização da produção”.

“As cooperativas assumem também outras funções de grande relevo, designadamente na esfera da sociodemografia, economia territorial, ambiental, político-administrativa e cultural”, nota.

No concelho de Penalva do Castelo

Mosteiro do Santo Sepulcro foi reclassificado como monumento nacional e está a ser requalificado

O Mosteiro do Santo Sepulcro, em Penalva do Castelo, foi reclassificado como monumento nacional e está a ser requalificado em 650 mil euros. “Começou por ter interesse concelhio, agora foi reclassificado como monumento nacional e a projeção é internacional”, adiantou o presidente da Câmara de Penalva do Castelo.

Francisco Carvalho diz que o Mosteiro do Santo Sepulcro, na freguesia de Trancozelos, que é propriedade do grupo empresarial Tavfer, está cedido à autarquia de Penalva do Castelo através de comodato por 20 anos. “É o mais antigo na Península Ibérico e, salvo erro, é o único em Portugal, da Ordem do Santo Sepulcro, a manter-se assim, com estas características de mosteiro. Há um outro em Espanha, mas o nosso é mais antigo”, destacou o autarca.

Francisco Carvalho diz que o mosteiro está a ser

alvo de “requalificação completa”. É uma obra que está a ser feita “com o devido cuidado e que está a ser acompanhada por uma arqueóloga, que também está a registar todos os achados e que, em princípio, irão ficar no centro” interpretativo. “A requalificação tem de ser muito bem efetuada, sem pressas e com acompanhamento técnico diário. Estamos a tornar o edifício mais seguro, mantendo a sua estrutura”.

Com as obras a decorrerem “desde outubro e com o objetivo de terminarem em setembro”, Francisco Carvalho adiantou que “a maior parte dos edifícios ficará sem cobertura, tal como estão atualmente, para nada ser alterado”. “Com exceção para dois, o mosteiro em si, que fica tipo capela, e a loja que será para exposições e o centro interpretativo que dará a conhecer o mosteiro, a quinta onde se situa, os achados que se têm encontrado e a própria Ordem do Santo Sepulcro”, disse.

O Mosteiro de Santo Sepulcro foi considerado, em 2013, património de interesse público e, agora, foi reclassificado como monumento nacional.

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Para trabalhar em rede e definir um modelo de gestão

Região de Viseu Dão Lafões cria rede de incubadoras de empresas

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões quer as incubadoras de empresas a trabalhar em rede na região, numa parceria com instituições, para ajudar a criar empresas e apoiar as existentes. “Temos um conjunto de incubadoras no território, que foram criadas e fazem parte da rede nacional de incubadoras, e agora vamos trabalhar em rede e definir um modelo de gestão”, esclareceu o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões.

Nuno Martinho acrescentou que, com este modelo de gestão em rede, “os serviços são partilhados, são mais profissionais e mais ajustados às necessidades dos empreendedores e das ‘start up’”.

O programa “mais e melhor empreendedorismo” da CIM Viseu Dão Lafões, apresentado em Mangualde, tem como parceiros a Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), o Instituto Politécnico de Viseu (IPV) e a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).

A comunidade vai promover também um “concurso nacional de ideias de negócio, no sentido de captar talento para a região, que vai estar muito ancorado nas estratégias de desenvolvimento económico da CIM para a região”. E ainda, continuou Nuno Martinho, “muito ancorado nos domínios diferenciadores temáticos da região e dos produtos endógenos” dos 14 municípios que integram Viseu Dão Lafões.

O projeto, que envolve “quase meio milhão de euros, é financiado em 420 mil por fundos europeus” e tem vários objetivos, entre eles o de “criação de emprego, potenciar novas empresas e dar assistência” às existentes. “Vamos apoiar empreendedores

que tenham ideias, mas que ainda não tenham empresa, de modo a alavancar a empresa ou, ao invés, dizer que a ideia não tem viabilidade e o melhor é desistir dela””, exemplificou. No arranque do projeto, a comunidade está a “fazer um mapeamento empresarial, de modo a identificar as empresas que estão na região e servir de base a esta rede de trabalho”, um documento que Nuno Martinho conta “estar pronto em maio”.

A cerimónia contou com a presença de todos os parceiros, representados pelos presidentes, e ainda com o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, entidade que acolheu a candidatura. Os responsáveis realçarem a “importância” desta rede que vai “permitir capacitar empreendedores e empresários” para “criarem valor e tornarem a região mais atrativa e competitiva economicamente” no mercado “nacional e internacional”.

O presidente da CIM Viseu Dão Lafões e também presidente da Câmara Municipal de Viseu defendeu ainda que este trabalho em rede “é a única forma de o caminho ser mais seguro e mais homogéneo” no território. “Se tivermos uma realidade cada vez mais homogénea, segura do que quer e a puxar para o mesmo lado, seguramente ficaremos mais fortes, porque temos uma série de desafios e só os podemos vencer numa atuação conjunta”, acrescentou Fernando Ruas.

O presidente da CIM lembrou ainda que “a região precisa de investimento público” e, para isso, “é preciso justificar o investimento público e este tipo de ações é uma forma de dar razões para que esse investimento chegue” ao território.

A CIM Viseu Dão Lafões integra os municípios de Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela.

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Montalegre promoveu sessão de capacitação sobre “Cura e Secagem do Presunto”

O processo de “Cura e Secagem do Presunto”, bem como os equipamentos disponíveis no mercado foram o tema da oitava e última sessão de capacitação no âmbito do projeto “Fumeiro e Presunto de Montalegre - Qualificar, Diferenciar e Posicionar”.

A presidente da Câmara Municipal de Montalegre presidiu à sessão, voltando a apelar para a importância de investir mais na fileira do fumeiro, elogiando a Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã, que, afirmou Fátima Fernandes, “tem feito um trabalho notável ao longo destes anos”, pois “atendendo à modernidade dos tempos e às exigências da nova legislação soube estar ao lado dos produtores”.

Para a autarca “estas formações são fundamentais”, sustentando que “o presunto, a parte mais nobre do porco, com dois anos tem um incremento de valor significativo”. Fátima Fernandes salientou que a última Feira do Fumeiro “mostrou que os produtores têm de produzir mais” e “ficou aqui dito que a secagem artificial do presunto mantem a qualidade e pode ser utilizada”.

A Câmara de Montalegre está a avaliar e a estudar maneiras de ajudar os produtores neste âmbito. “Juntamente com o Presidente da Associação dos Produtores de Fumeiro iremos realizar algumas visitas e analisar de que modo é que poderia uma sala de secagem do presunto ser implementada em Montalegre” e “se tem ou não interesse”, afirmou Fátima Fernandes. A edil garantiu que a autarquia tudo fará para apoiar os produtores locais. “A Feira o Fumeiro é um grande investimento do município, mas que tem retorno para as famílias e para o território”, garantiu a autarca de Montalegre.

Com a presença da autarca Fátima Fernandes

Em protocolo com a Escola de Hotelaria e Turismo do Douro Lamego

Câmara de Tabuaço quer formação +Próxima no sector turístico

A Câmara de Tabuaço vai capacitar colaboradores do setor turístico através de conteúdos formativos que contribuam para acrescentar valor ao tecido empresarial local e ao respetivo território.

Para o efeito foi assinado entre a Câmara de Tabuaço e o Turismo de Portugal o protocolo de colaboração no âmbito do programa Formação +Próxima. O acordo, representado por Anabela Oliveira, vereadora com o pelouro do Turismo do Município, e Luís Miguel Duarte, na qualidade de Diretor de Escola de Hotelaria e Turismo do Douro Lamego, tem como finalidade estimular a economia e a atividade turís tica local através de várias áreas de formação.

O programa Formação + Próxima, conta com forma ções gratuitas para empresários, gestores, quadros in termédios e operacionais do sector turístico e procura acrescentar valor ao tecido empresarial local e aos res petivos territórios, capacitando autarquias e agentes por meio de processos de capacitação e atualização de conhecimentos.

Assinado o protocolo, a autarquia avança agora para a elaboração de um diagnóstico de necessidades de formação específicas, criando posteriormente um plano de formação capaz de responder às necessidades da atividade turística do concelho.

A 22 de fevereiro, em modo online Workshop

‘Equal Rural’ mostra papel das mulheres na agricultura

As mulheres no setor agrícola é o tema de um workshop, que vai decorrer em modo online, numa iniciativa da Associação de Jovens Agricultores de Portugal e da INOVTERRA.

As duas organizações integram o projeto ‘EQUAL RURAL’, cujo objetivo é a promoção do papel das mulheres na agricultura e enquanto empresárias agrícolas. Assim, a 22 de fevereiro terá lugar o primeiro workshop online dedicado ao tema, com início marcado para as 14,30 horas, e que terá como convidada Diana Valente, de 27 anos, jovem agricultora e criadora do projeto ‘Prazeres do Mondego’.

Recorde-se que o ‘EQUAL RURAL’ é um projeto centrado nas mulheres no setor agrícola e tem como foco estudar, desenvolver e promover a sua participação e representação em todos os postos do setor, incluindo aqueles que se relacionam com lugares de liderança e de tomada de decisões, beneficiando inclusive nas mesmas condições (por exemplo, igualdade salarial).

Para que tal seja possível, delineou-se um projeto de intervenção que incide, primeiramente, sobre a identificação de práticas e medidas que possam impulsionar a sua participação e representação e que cessem com situações de discriminação e desigualdade; depois, sobre a sensibilização, reconhecimento e valorização do papel e trabalho desenvolvido pelas mulheres no setor agrícola; e por fim, sobre a capacitação das mulheres em áreas em que estas sentem dificuldades ou para as quais não estão devidamente capacitadas.

Os interessados em participar podem fazer a sua inscrição através do e-mail inovterrasocial@gmail.com. Podem obter mais informações sobre o projeto em www.equalrural.com.

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O festival termina no dia 26 de fevereiro.

Festival Gastronómico da Chanfana da Lousã decorre em 19 restaurantes

O município da Lousã, no distrito de Coimbra, promove a partir de sexta-feira o XI Festival Gastronómico da Chanfana, que atrai anualmente milhares de pessoas. “Estes festivais gastronómicos são uma aposta muito importante, porque todos temos consciência da valia gastronómica na ativação da dinamização da procura turística, nomeadamente no mercado nacional”, disse hoje o presidente da autarquia, Luís Antunes, em conferência de imprensa.

O evento, que vai decorrer até dia 26, “tem despertado a atenção de muitos comensais e registado uma procura muito significativa”, realçou o autarca, que destacou a participação “expressiva” de 19 restaurantes.

Segundo Luís Antunes, os restaurantes aderentes têm reportado um volume significativo de visitantes que procuram uma experiência gastronómica no concelho, que, juntamente com os de Miranda do Corvo, Vila Nova de Poiares e Penela, constituem a marca Terras da Chanfana.

O evento, segundo Carina Rodrigues, da Associação Empresarial Serra da Lousã, parceira na organização, “tem vindo cada vez mais a ter um peso na atração turística para a Lousã”. “A chanfana representa a nossa cultura e uma herança que temos preservado, continuando a respeitar os ingredientes base”, disse a representante, salientando o aumento exponencial em cada edição do número de restaurantes aderentes.

O XI Festival Gastronómico da Chanfana da Lousã vem na sequência da Semana da Chanfana, que decorreu em janeiro em Vila Nova de Poiares, e antecede a Semana da Chanfana de Miranda do Corvo, que se vai realizar em abril.

O prato, confecionado com carne de cabra assada em vinho tinto em forno de lenha, integra a Mesa das Terras das Chanfana, que, em 2018, foi uma das vencedoras do concurso 7 Maravilhas de Portugal.

Para Ana Souto, da Dueceira, entidade que gere a marca comum aos quatro concelhos, “as Terras da Chanfana representam a identidade de um território e, sobretudo, todo o património que se vai desenvolvendo e valorizando”.

Em todos os restaurantes aderentes, os visitantes terão direito a uma caçoila em miniatura com a receita da chanfana, de forma que a iguaria gastronómica possa ser confecionada em casa, “consolidando assim a notoriedade do prato”. Em cada mesa dos estabelecimentos vai estar também um inquérito, que permite aos organizadores aferir da satisfação dos comensais e corrigir em futuras edições eventuais lacunas.

O preenchimento do inquérito, que avalia o festival, a refeição e o atendimento, habilita os participantes a diversos prémios, que incluem estada em unidade de alojamento, refeição, passeio em ‘tuk tuk’ e produtos endógenos, como mel da Serra da Lousã e o vinho de Foz de Arouce.

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No Centro de Inovação Vougapark, em Paradela

Sever do Vouga acolhe sede da Associação Nacional dos Produtores de Mirtilo

A Associação Nacional de Produtores de Mirtilo (ANPM) vai ter sede no Centro de Inovação Vougapark, revelou fonte da autarquia de Sever do Vouga, que celebrou com aquela instituição um contrato de comodato para a cedência de instalações no Vougapark, para albergar a sede da ANPM.

O presidente da câmara municipal, Pedro Amadeu Lobo, justificou o acordo que permite acolher em Sever do Vouga uma estrutura nacional “com provas dadas na fileira”. “Somos um concelho amigo da agricultura nas suas várias vertentes e, por isso, não podíamos deixar de enaltecer esta iniciativa, colocando Sever do Vouga como ponto central de planeamento da atividade da ANPM”, afirmou o autarca.

Pedro Lobo destacou que o município foi pioneiro na produção de mirtilo e atravessa agora uma nova realidade produtiva, “com o surgimento de novas variedades e a implementação de modernas técnicas de produção”.

“Sedear entre nós a ANPM é também um impulso para os nossos produtores”, frisou.

O presidente da ANMP, Carlos Adão, agradeceu o acolhimento da sede da Associação Nacional de Produtores de Mirtilo, considerando que, “juntamente com outras iniciativas do atual executivo camarário, revelam uma estratégia para o setor e a intenção de recentrar o mirtilo em Sever do Vouga”.

Segundo Carlos Adão, a ANPM “tem um conjunto de atividades orientadas para a defesa dos interesses dos produtores, promovendo eventos que permitem a interação, a troca de experiências e a aprendizagem informal, o desenvolvimento de competências e a adoção de boas práticas, bem como ações de promoção nacional e internacional do mirtilo de Portugal”.

“Sever do Vouga poderá contar com a ANPM na cooperação nas diversas atividades que envolvam o mirtilo, da mesma forma que a associação conta com a continuidade do apoio do município ao desenvolvimento, capacitação e organização da fileira do mirtilo”, concluiu.

Rua Capitão Salomão, nº 121-123 | 3510-106 VISEU | Telefone: 232 411 299 | E-mail: novelgrafica1@gmail.com (chamada
a
para
rede fixa nacional)

De 18 a 26 de fevereiro, em sete restaurantes do concelho

Rota da lampreia e da vitela está de regresso a Sever do Vouga

A cozinha tradicional de Sever do Vouga vai estar em destaque no menu de sete restaurantes do concelho, entre 18 e 26 de fevereiro, durante a edição 2023 da Rota da Lampreia e da Vitela. O programa inaugural da Rota da Lampreia e da Vitela incluirá no dia 18, às 21,30 horas, no Centro das Artes e do Espetáculo de Sever do Vouga, o concerto de António Zambujo, uma das vozes mais marcantes da música portuguesa.

gens de marca do concelho – a “Vitela Assada com arroz de forno”. Este prato típico é uma componente importante da gastronomia local, cuja qualidade é reconhecida fora de portas, atraindo, por isso, muitos visitantes que escolhem regularmente a nossa restauração para saborear a iguaria.

Apreciada desde os tempos da Idade Média, quando era utilizada como forma de pagamento de impostos aos senhores feudais, a lampreia mantém o seu lugar de destaque na gastronomia local. Os apreciadores podem experimentar os seus diferentes modos de confeção, como o “Arroz de Lampreia”, ou a “Lampreia à Bordalesa”.

Para quem não é apreciador de lampreia, os restaurantes aderentes vão dedicar as suas ementas a outro produto que é uma das ima-

“A gastronomia é uma das nossas riquezas e um atrativo turístico de excelência que devemos potenciar, entre um conjunto de variados recursos, do património natural ao cultural, que temos”, afirma o presidente da autarquia, Pedro Amadeu Lobo, salientando “o papel fulcral” da restauração na preservação da cozinha tradicional que distingue o concelho Severense e que tem aqui nesta iniciativa mais uma oportunidade para se dar a conhecer. “Assumimos o turismo como um eixo estratégico do nosso mandato autárquico, promovendo de forma contínua os produtos autênticos, genuínos e enraizados na cultura de Sever do Vouga. Esta rota é mais uma prova disso mesmo”, reforça o autarca. Com a colaboração da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal e da ADRIMAG, a Câmara de Sever do Vouga irá contar este ano com os restaurantes “Adega dos Amigos”, “Café Marques”, “MiraVouga”, “O Cortiço”, “O Vitorino”, “Quinta Nova” e “Santiago”.

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Com várias propostas por toda a região

A diversidade do Carnaval no Centro de Portugal

O Carnaval no Centro de Portugal é um dos eventos mais procurados pelos foliões. Por toda a região as festividades carnavalescas saem à rua, depois de dois anos motivados pelas restrições da pandemia. Este ano, para receber o Carnaval em pleno, está prometido o regresso dos grandes Corsos Carnavalescos, Bailes de Máscaras, concertos e DJs.

Do litoral ao interior, nas cidades, vilas ou aldeias, as pessoas unem-se em torno destas celebrações. Prepararam carros alegóricos, ensaiam em escolas de samba, preparam disfarces, cartazes e músicas com sátiras políticas e sociais… E as críticas, por vezes, são mordazes, mas muito divertidas! Afinal, e como diz a tradição, “É Carnaval, ninguém leva a mal”!

Carnaval de Canas de Senhorim e Nelas

O concelho de Nelas oferece, de 19 a 21 de fevereiro, dois carnavais singulares, com folia a dobrar! Na vila de Canas de Senhorim, a rivalidade entre os bairros do Paço e do Rossio enche as ruas de cor e de música, com as respetivas marchas, compostas por foliões vestidos com trajes muito originais e com cunho pessoa. Já em Nelas, os bairros da Igreja e do Cimo do Povo são os protagonistas. Durante meses, preparam em sigilo as fantasias dos figurantes e os carros alegóricos, que vão exibir nestes dias com bastante gosto e imaginação.

Dança dos Cus em Cabanas de Viriato

A Dança dos Cus é um Carnaval secular, com tradição inigualável. A sua forma “desorganizada”, espontânea e natural, onde todos podem participar livremente, é cativante e imperdível. Tudo isto, ao som da valsa da Filarmónica, com cabeçudos à mistura. Milhares de visitantes de todo o país fantasiam-se e dão um colorido invejável, durante três dias, às ruas da vila.

Carnaval de Torres Vedras festeja 100 anos de folia

O tradicional Carnaval de Torres Vedras é um dos mais conhecidos do país, atraindo milhares de visitantes todos os anos à região Oeste. Este ano, os

motivos para o fazer são ainda maiores, uma vez que o Carnaval de Torres Vedras comemora 100 anos.

Carnaval de Estarreja

O Carnaval de Estarreja, um dos melhores e mais antigos cortejos carnavalescos do país, vai voltar a receber os Grandes Corsos, o Desfile Noturno da Escolas de Samba, o Desfile Infantil e um programa complementar. De 11 a 21 de fevereiro não vão faltar concertos, espetáculos, espaços de atelier e visitas aos bastidores desta verdadeira “fábrica da fantasia”.

Carnaval de Ovar

A cidade de Ovar acolhe um dos festejos de Carnaval mais emblemáticos do país. As ruas cheias e coloridas, a folia e a diversão são requisitos obrigatórios deste evento! Não perca a oportunidade de participar nas diversas atividades preparadas para esta edição e conheça, de forma mais próxima, os bastidores e a História do Carnaval de Ovar!

Carnaval da Mealhada

O Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada está de volta à cidade da Mealhada, com três desfiles principais, nos dias 19, 20 (noturno) e 21 de fevereiro e com muita festa nas Noites da Tenda, que começam a 17 de fevereiro. Nesta edição, os reis serão Jardel & Jaciara, que vão “reinar” num desfile repleto de cor, música e dança.

Carnaval de Alcobaça

De 16 a 22 de fevereiro, o Carnaval de Alcobaça está de volta! Preparam-se as máscaras e as farpelas, organizam-se os grupos, e gravam-se novas músicas. Sob o tema Paz & Paixão, o programa é dedicado a todos os públicos, atraindo milhares de foliões à tenda junto ao Mosteiro. A entrada é livre.

Corrida do Entrudo nas Aldeias do Xisto de Góis

A Corrida do Entrudo das Aldeias do Xisto de Góis, uma das mais originais tradições carnavalescas da região, está de regresso a 19 de fevereiro. O ponto de encontro dos foliões é em Aigra Nova, seguindo depois em direção às aldeias de Pena, Cerdeira, Esporão e Pontão Sotão, acompanhados pelos Gaiteiros da Rainha Santa. Vista-se a rigor e faça parte desta tradição.

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5 a 7 de Setembro 2023
Santarém
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