En Nuevo Miliario, nº 4 (junio 2007)

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SOBRE UMA NOVA LEGENDA MONETÁRIA IBÉRICA: LEUNI OU LABINI? Antonio Marques de Faria (Instituto Portugues de Arqueologia)

Por su interés reproducimos a continuación el siguiente artículo de António M. de Faria, publicado previamente en la Adenda Electrónica n.º 14 (2006) de la Revista Al-Madan

menos como hipótese, a partilha por ambas as cecas (locais de cunhagem) de um só sistema de escrita, mas este foi um passo que o supracitado numismata não quis dar.

Resumo

Villaronga (2005, p. 36) não deixou de chamar a atenção para as inegáveis semelhanças entre o grafema que aqui surge em segundo lugar — um <a> análogo aos coligidos por Untermann (MLH III 1, p. 248, Tabelle 3), documentados em quatro inscrições ibéricas (MLH III 2, F.9.2, H.2.1, H.3.1 e H.5.1) — e o <e>, que ocorre em idêntica posição na legenda das primeiras emissões de Sekaisa (sic, por segeida: Rodríguez Ramos, 1997, p. 194), ceca que funcionou sucessivamente em dois locais da região de Calatayud, Saragoça: Poyo de Mara (Segeda I) e Durón de Belmonte de Gracián (Segeda II) (Burillo 2003, p. 202, 208). No entanto, a similitude detectada por Villaronga limita-se ao plano formal, já que os dois signos pertencem a distintos sistemas de escrita.

Neste artigo, pretendemos demonstrar a nossa convicção de que laBini é a leitura adequada para uma legenda monetária ibérica, até há pouco inédita, que o numismata Leandre Villaronga (2005) transliterou como . Abstract This paper deals with an unknown Iberian coin legend, corresponding to a place-name, whose transliteration, suggested by numismatist Leandre Villaronga, must, in our view, be corrected from leuni to laBini. Resumen En este artículo pretendemos demostrar nuestra convicción de que laBini es la lectura adecuada para una leyenda monetal ibérica hasta hace poco tiempo inédita, y que el numismata Leandre Villaronga (2005) transliteró como leuni. Os comentários que se seguem visam primordialmente justificar a apresentação de uma interpretação alternativa à que Villaronga (2005), num artigo publicado na prestigiada revista Acta Numismàtica, conferiu a uma legenda monetária inédita, que, na nossa óptica, corresponde a um NL já conhecido de outras fontes. Efectivamente, ao afiançar que a dita legenda «està escrita en caracters de l’alfabet ibèric del nord», instituindo, em conformidade com a decisão tomada, a transliteração leuni, Villaronga (2005, p. 36) não chegou sequer a contemplar a eventualidade, que para nós é uma certeza, de os signos dela integrantes pertencerem ao semi-silabário meridional. Decorre desta nossa convicção que laBini é a única transliteração aceitável. A existência de uma estreita afinidade tipológica entre as moedas de laBini e as de caśtilo (Castulo, Linares, Jaén), que não passou despercebida a Villaronga (2005, p. 36), seria razão suficiente para encarar, ao

nº 4, junio 2007

Não é de somenos importância assinalar que, enquanto leuni, lição prescrita por Villaronga, não encontra qualquer correspondência na toponímia indígena peninsular, a integração da legenda em causa no signário meridional permite a associação da transliteração obtida com o NL *Laminium. Este designa uma cidade cuja provável situação geográfica se revela compatível com a circunstância de os três ejemplares publicados por Villaronga (2005, p. 36) serem provenientes da província de Ciudad Real. No tocante à magna e multissecular questão relativa à localização de *Laminium, temos de reconhecer que a argumentação trazida à colação por L. A. Domingo (2000, p. 46-61) e pelos autores por ele citados com vista a abonar a situação de *Laminium em Alhambra (Ciudad Real) nos pareceu mais convincente do que as contra-alegações produzidas tanto por Gonzalo Arias (1990, p. 5-6, 20042, p. 144-148) como por Jesús Rodríguez Morales (2000, p. 18-23), que vêm patrocinando lugares alternativos para a dita cidade: El Villar (Sotuélamos, Albacete), segundo Arias (2001, p. 32), e Daimiel (Ciudad Real), na perspectiva de Rodríguez Morales (2000, p. 18-23). Tais objecções assentam sobretudo num excessivo crédito concedido a fontes afectadas por gravíssimas

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