Revista Romano 1

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PLUGADO

por Jorge Mazieri

PEQUENOS NOTÁVEIS TOCADORES DE MP3 FICAM CADA VEZ MENORES EM TAMANHO E MAIORES EM CAPACIDADE. A FACILIDADE DE TROCAR ARQUIVOS NESSE FORMATO PELA INTERNET POPULARIZA CADA VEZ MAIS ESSES EQUIPAMENTOS

P

rimeiro apareceu o walkman compatível com fitas cassete, o máximo em tecnologia, depois os discmans, aparelhos que reproduziam o CD. O discman se sofisticou e hoje pode ser encontrado no mercado walkmans que armazenam trilhas de CDs gravados no formato MP3. Mas isso não é tudo. Chegou a hora e a vez dos aparelhos de MP3 portáteis, que evitam o incômodo de carregar o case cheio de CDs. Mas qual será o encanto do MP3? Quais as vantagens desse formato? Primeiro é preciso definir com clareza o que é MP3. A sigla (MPEG Audio Layer3) é um arquivo em formato eletrônico que permite ouvir e armazenar músicas em computadores com boa qualidade e sem ocupar muito espaço no disco rígido. Só para se ter uma idéia, no formato Wav, que é o padrão de arquivo de sons em um PC, para cada minuto gravado são gastos 10MB de espaço. O MP3 comprime até dez vezes o som, permitindo arquivamento em grande escala. Com 700 MB de capacidade, é possível gravar cerca de 150 músicas.

Um formato revolucionário O nascimento do MP3 mudou radicalmente a forma de conseguir música, e ainda por cima gratuita. O primeiro grande programa lançado no mercado nasceu da idéia de um jovem, Shawn Fanning. Aos 17 anos, o garoto

desenvolveu um programa de compartilhamento de músicas pela internet, o famoso Napster. O modelo era simples e nada ficava armazenado nos servidores. Bastava digitar no campo de busca o nome de alguma música que se outro usuário a tivesse era só fazer o download do seu arquivo sonoro. Isso permitiu o aparecimento de usuários com milhares de músicas gravadas. Era muito comum encontrar em algumas máquinas mais de cinco mil músicas arquivadas. Programas como o de Fanning proliferaram na internet. Audiogalaxy, Imesh e outros multiplicaram a possibilidade dos usuários de obter músicas grátis pela rede. Hoje, os mais famosos são o Kazaa e o Soulseek, mas a chegada dessa turma gerou grandes crises e enormes processos, além de confronto com as indústrias fonográficas. Mas até que as fábricas de disco conseguissem vencer batalhas judiciais, o MP3 já era uma realidade. Hoje em dia, independente de ter os programas para baixar as músicas, é possível fazer download em blogs, páginas pessoais que já têm uma extensa rede formada, ou seja, a tendência da indústria é conviver com isso e se adaptar ao novo processo. Já há gravadoras que disponibilizam músicas de seus artistas gratuitamente, outras cobram valores baixos. Isso explica a reclamação dos fabricantes, que têm visto a comercialização dos CDs despencar cada vez mais. No Brasil, a gravadora Trama disponibilizou em seu site cerca de 20 mil canções para baixar gratuitamente. A idéia da empresa é a de que se o ouvinte gostar do produto, ele vai querer ir atrás do disco. Com o MP3, o artista que tem mais de 30 músicas gravadas, por exemplo, pode disponibilizar aquilo que não coube no CD, caso do recém-lançado disco do cantor Jair Oliveira. Depois de lançar o CD 3,1, o cantor ainda tinha material para outro trabalho e o disponibilizou com o nome de 3,2, somente na internet.

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