LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ DELZUITE DANTAS BRITO VAZ ELIZA BRITO NEVES DOS SANTOS
HISTÓRIA(S) DO/DE PARAIBANO VOLUME I
2021
2
3
HISTÓRIA(S) DO/DE PARAIBANO
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ DELZUITE DANTAS BRITO VAZ ELIZA BRITO NEVES DOS SANTOS
4
CAPA Foto de Antonio de Brito Lira – Paraibano – e página de rosto do processo de criação do Município de Paraibano
FICHA CATALOGRÁFICA
5
MARIA DANTAS BRITO – MARIQUINHA SEGUNDA ESPOSA DE ANTONIO DE BRITO LIRA
6
SUMÁRIO VOLUME I 07 08
Sumário Apresentação Leopoldo Gil Dulcio Vaz
13
Prefácio Delzuite Dantas Brito Vaz OS PARAIBANOS SAGA DOS PARAIBANOS CHEGADA COMÉRCIO DA AGRICULTURA AO COMÉRCIO FEIRA(S) SUCUPIRA DO NORTE TRANSPORTE DO TIJOLO AO ÓLEO – INSTALAÇÃO DA INDUSTRIA POLITICA A CRIAÇÃO DO MUNICIPIO MUNICÍPIO DE PARAIBANO – MARANHÃO MUNICIPIO – ASPECTOS GERAIS ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS ASPECTOS POLITICOS E ADMINISTRATIVOS PODERES DO MUNCIPIO EXECUTIVO LEGISLATIVO JUDICIÁRIO ORGANIZAÇÃO POLÍTICA ASPECTOS CÍVICOS ASPECTOS ECONOMICOS EDUCAÇÃO SAÚDE CULTURA ESPORTES & LAZER RELIGIÃO PARTICIPAÇÃO DA MULHER PATRIMONIO HISTÓRICO Referencias bibliográficas Sobre os Autores
17 29 31 31 45 48 61 63 69 73 79 83 83 86 97 99 99 143 149 153 155 161 165 183 189 197 235 253 259 262 265
7
APRESENTAÇÃO
8
Esta obra: HISTÓRIA DO/DE PARAIBANO de minha lavra, com a contribuição de Del e Eliza não seria possível sem a colaboração de Manetinha, de Rosinha, e agora, de Léo Lasan. Aqui, nós, os autores, reconhecemos o trabalho dos três informantes e os consideramos coautores... O título remete a duas Histórias – a de vida de Antonio Paraibano e sua família, retirantes nordestinos, e a busca de um local de moradia longe das secas periódicas que assolavam – e assolam! O Nordeste brasileiro; portanto, História do Paraibano – Antonio e seus filhos, sobrinhos, demais parentes e aderentes, que se estabelecem na região ‘dos pastos bons’, na localidade de Brejo do Faustino, depois reconhecido como Brejo do(s) Paraibano(s), no município de Pastos Bons. A segunda parte se refere à História (da cidade) de Paraibano, municipio maranhense, povoado desmembrado de Pastos Bons, em 1952. São histórias paralelas, que se entrecruzam, e aqui, resgate de história de vida, com a utilização da técnica da História Oral. Os capitulos se confudem, propositadamente, com a história daqueles que a viveram e a formação da cidade/municipio. Uma não ocorreu separada da outra... A base é a Monografia de Graduação em História da Del – Delzuite Dantas Brito Vaz1 - minha mulher -, professora (de História) do “Liceu Maranhense”. Fui o coorientador junto com o João Renôr; fizeram-se várias entrevistas para resgatar a História de Vida de Antonio de Brito Lira – o Antonio Paraibano – para a construção do trabalho de final de curso. Muita coisa ficou de fora... E o periodo abordado, naquela ocasião, foi da chegada dos Paraibanos à região do Brejo do Faustino – como era conhecida a região, ou apenas Brejo... – até a fundação da cidade de Paraibano, e a criação do Municipio. Retomamos a partir deste periodo e procuramos atualizar as informações sobre o Municipio, com utilização de novos depoimentos, novos documentos, novos dados, da instalação do Municipio e seus poderes, até os dias atuais. Novamente, contamos com uma vasta rede de informações, constituida por parentes – os descendentes dos Brito Lira, Brito, Paraibano: seus filhos, ainda vivos (Del e Rosinha), seus netos, bisnetos, noras, genros, primos, todos os membros de uma grande e mesma familia, embora alguns deles tenham ‘adotados’ outros nomes, também de familia, como é o caso dos Furtado (de Brito). Os Entrelaços de Familia são destacados, para se verificar como os Paraibanos, através de casamentos, se integraram na vida comunitária e como, com seu trabalho, e modo de vida trazidos das regiões por onde passaram antes de ali se estabelecerem, influenciou todo um modo de vida, já enraizado, daqueles antigos moradores, que
1 VAZ,
Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano à região do brejo – município de Pastos bons – à fundação da cidade de Paraibano. São Luís: UFMA, 1990. Monografia de Graduação em História, apresentada ao Curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Maranhão. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho.
9 praticavam uma agricultura de subsistencia, transformando a região do Brejo em um grande polo agricola e, em consequencia, a etapa seguinde, o da industrialização... Como verificado, introduziram a monetarização – uso de dinheiro! – para pagamento dos excedentes produzidos, pagamento de serviços, venda de mercadorias necessárias à sobrevivencia – com a instação de péde-comércio, feiras, mercados, em suma, organizaram o comércio local e expandiram para outras regiões, transformando o Brejo em um grande centro, suplantando mesmo, o municipio-sede e os de seu entorno, Pastos Bons e São João dos Patos, principalmente... Claro que a alteração de um modo centenário de vida, o grande impacto causado, pagou seus dividendos – políticos, principalmente – quando se decidiu pela emancipação do povoado. Eram muitos os interesses – especialmente economicos – em jogo... A divisão da família, com a saida de João Paraibano, indo se estabelecer em Imperatriz, devido ás perseguições politicas dos poderosos do entorno, e o enfrentamento dessa situação por Bernardino e o Guilhermino, resultaram no que é hoje Paraibano... Buscamos também aqueles que não ficaram no Brejo do Paraibano e retornaram à Paraíba, na hoje Bom Jesus, antes povoado pertencente a Cajazeiras... Essa, a História do/de Paraibano que pretendemos apresentar. Boa leitura...
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Da Academia Ludovicense de Letras Da Academia Poética Brasileira Professor de Educação Física Mestre em Ciência da Informação
OBS. SERÁ PUBLICADO EM DOIS VOLUMES
10
11
12
13
PREFÁCIO Primeiro, devo me apresentar: sou filha de Antonio Paraibano – como era mais conhecido Antonio de Brito Lira, o fundador da cidade de Paraibano - MA, juntamente com meus irmãos mais velhos. Nasci no “Brejo”, então povoado de Pastos Bons. Quando terminei o Curso de História pela Universidade Federal do Maranhão, minha monografia de graduação teve o título de “História de Paraibano na memória oral” 2, e teve como objetivo resgatar o processo de formação da cidade e, principalmente, resgatar parte da história de minha família, de sua chegada ao Maranhão ainda na década de 20 dos anos 1900, até a fundação da cidade de Paraibano, em 1952. Cabe lembrar que não só Paraibano surgiu da saga de Antonio de Brito Lira e seus filhos; Sucupira do Norte também foi fundada pelos “Paraibanos” 3. A atual cidade de Paraibano – antigo povoado do “Brejo do Paraibano”, antes, “Brejo do Faustino”, ou simplesmente “Brejo” – é fruto do trabalho de uma família de migrantes4, procedentes de Pernambuco. O Sr. Antonio de Brito Lira - e seus filhos -, afligido pela seca em seu estado natal iniciam, ainda na década de 10 do século passado, um périplo por vários estados do Nordeste a procura de terras onde se pudesse estabelecer.
2
VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho. 3 Histórico - Sucupira do Norte Maranhão - MA Os primeiros desbravadores vieram dos municípios de Nova Iorque, Pastos Bons e Colinas, ali se fixando com suas famílias para, em seguida, iniciar o cultivo da lavoura, no que foram bem sucedidos, dado a boa qualidade de terra. Possuindo o local uma previlegiada localização, já que era cortado por estradas que davam acesso a várias localidades, passou a despertar o interesse de comerciantes ambulantes, liderados por João Paraibano, radicado em Brejo do Paraibano, para ali realizarem uma festa que por certo atrairia muitos compradores. Em 2 de novembro de 1936, ocorreu a tão esperada comercialização, havendo sucesso total os vendedores. Daí um diante, novos moradores foram chegando e, dentro em pouco, surgia um povoado. Em 1940, foi construída a primeira capela, que tomou o nome de Santa Teresinha, hoje padroeira da cidade. Pela lei nº 2.153, de 16 de novembro de 1961, foi a povoação elevada à categoria de município, com o nome de Sucupira do Norte. A área integrante do atual município foi desmembrada de Mirador. Verificando a existência de grande quantidade de Sucupira na região, os moradores do local decidiram-se por esse topônimo, quando da escolha da denominação a ser dada ao município. Gentílico: sucupirense. Formação administrativa: Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de Sucupira do Norte, pela lei estadual nº 2153, de 16-11-1961, desmembrado de Mirador. Sede no atual distrito de Sucupira do Norte ex-povoado constituído de 2 distritos: Sucupira do Norte e Várzea criada pela mesma lei do município. Instalado em Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos: Sucupira do Norte e Várzea. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979. http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=211190&search=|sucupira-do-norte Em divisão territorial datada de 18VIII-1988, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005. 4 “Migrações” são todos os movimentos de população de um lugar para outro e ocorrem devido a fatores de expulsão e de atração. Tais fatores podem ser de vários tipos: naturais (como secas e enchentes), políticos, religiosos, etc. Mas, na maior parte das vezes eles são de ordem econômica. As migrações internas tiveram um papel de destaque no processo de povoamento do Brasil, destacando-se a ocupação das áreas marginais à zona açucareira nordestina, no período de expansão do produto, ao final do Quinhentismo; e a penetração do gado pelo Agreste e pelo Sertão nordestino, durante o século XVII, seguindo o eixo do Vale do São Francisco e vindo a definir os contornos do Maranhão e Piauí, numa ocupação de dentro para fora, singular em nossa História. MOREIRA, Igor A. G. O ESPAÇO GEOGRÁFICO. 28ª. Ed. São Paulo: Ática, 1990.
14 De Pernambuco passam para a Paraíba, daí para o Maranhão, vão para Alagoas, passam pelo Ceará, e retornam ao Maranhão, onde se estabelecem por volta de 1920 na região ‘dos pastos bons’ 5, numa gleba denominada de “Brejo do Faustino”. Com o passar dos anos, e devido ao trabalho na lavoura e comércio desenvolvidos por Antonio Paraibano e seus filhos, que compra a gleba de terra que passa a ser chamada de “Brejo do Paraibano”. Injunções políticas e descaso por parte da administração municipal de Pastos Bons, iniciados ainda nos anos 40, provocam - em 1952 - um movimento para sua emancipação. Essa a História que vamos contar... São Memórias de Vida, minhas6, e de minha sobrinha ELIZA BRITO NEVES DOS SANTOS 7 - filha de meu irmão Guilhermino e sua mulher Maria Pereira de Brito - Sinharinha; e LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 8, meu marido... Optamos pela técnica da história oral 9, utilizando de dois tipos de fonte: entrevista com pessoas que viveram em Paraibano no período de 1920 a 1952, buscando compreender o significado das migrações nordestinas em
5
A ocupação das terras denominadas ‘dos pastos bons’ ocorre ao longo de toda a história do Maranhão, através de movimentos migratórios ora de índios e negros aquilombados, espremidos pela civilização portuguesa procedente do litoral, ora tendo as terras ocupadas a partir do Jaguaribe e do São Francisco elo gado, quando da implantação de fazendas, no que se denominou de ‘sertões de dentro’. Para saber mais: CARDOSO, Clodoaldo. PASTOS BONS. Rio de Janeiro: IBGE, 1947; FRANKLIN, Adalberto; CARVALHO, João Renor F. De. FRANCISCO DE PAULA RIBEIRO – DESBRAVADOR DOS SERTÕES DE PASTOS BONS – a base geográfica e humana do Sul do Maranhão. Imperatriz: Ética, 2005; CABRAL, Maria do Socorro Coelho. CAMINHOS DO GADO – conquista e ocupação do Sul do Maranhão. São Luís: SIOGE, 1992; COELHO NETTO, Eloy. HISTÓRIA DO SUL DO MARANHÃO – terra, vida, homens e acontecimentos. Belo Horizonte: São Vicente, 1979; CARVALHO, Carlota. O SERTÃO – subsídios para a História e a Geografia do Brasil. Imperatriz: Ética, 2000; DINO, Sálvio. PARSONDAS DE CARVALHO – um novo olhar sobre o Sertão. Imperatriz: Ética, 2007; MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. O FEUDO – A Casa da Torre de Garcia D´Ávila: da conquista dos sertões à independência do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000; VAZ, Loreta Brito; VAZ, Louise Brito. “Sobre Paraibano – Maranhão”. O IMPARCIAL, São Luís, segunda-feira, 10 de abril de 2000, Caderno Opinião. VELOSO FILHO, José Ribamar. HISTÓRIA E VIDA DE PARAIBANO. Paraibano: Secretaria de Educação; São Luís: Secretaria Estadual de Educação, 1984; CARDOSO, Manoel Frazão. “Paraibano”. In O MARANHÃO POR DENTRO. São Luís: Lithograf, 2001, p. 354-356; RIBEIRO, Sandra Maria. PERFIL ECONOMICO, POLITICO E CULTURAL DO MUNICIPIO DE PARAIBANO. São Luis: UFMA, 2002. O ESTADO DO MARANHÃO. “Paraibano – 50 anos de emancipação política”. São Luís, 03 de janeiro de 2003, sexta-feira. Geral, informe, p. 5. PERES, Teodoro. “A Promotoria de Paraibano à sua filha ilustre Eliza Brito”. In TRIBUNA DO NORDESTE, São Luis, 18 de novembro de 2007, domingo, p. 5. Opinião. 6 Licenciada em Estudos Sociais; Licenciada em História; Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Professora de História do Centro de Ensino Médio “Liceu Maranhense”. VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho. 7 Professora Normalista; Advogada; Promotora de Justiça no período de 1972 a 1992, passando pelas Promotorias de Paraibano, Alto Parnaíba, Passagem Franca, Balsas, Colinas, Caxias, e São Luís; promovida à Procuradora de Justiça do Estado do Maranhão de 1992, até a aposentadoria, em 2009. 8 Professor de Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – INSTITUTO FEDERAL – antigo CEFET-MA; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Especialista em Lazer e Recreação; Mestre em Ciência da Informação; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – cadeira 40. 9 Designação que se dá ao “conjunto de técnicas utilizadas na coleção, preparo e utilização de memórias gravadas para servirem de fonte primária” (Brownw & Paizza, citados por CORREA, Carlos Humberto P. HISTÓRIA ORAL – teoria e prática. Florianópolis: UFSC, 1978, p. 13). Na definição de Camargo (citado por ALBERTI, Verena. HISTÓRIA ORAL – a experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: FGV, 1990, p. VII) é o conjunto sistemático, diversificado e articulado de depoimentos gravados em torno de um tema, ou, como ensina a própria Albeti (1990, obra citada) é o método de pesquisa que privilegia a realização de entrevistas com pessoas que participaram de, ou testemunhas, acontecimentos. O trabalho que se pretendeu foi o de integrar a uma estrutural social global elementos e fatos isolados, procurando uma explicação causal, sem esquecer a descrição histórica (CARDOSO, Ciro Flamarion. UMA INTRODUÇÃO Á HISTORIA, 7ª. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1988, p. 77). A História entendida como
15 direção às terras úmidas do Maranhão, através do estudo de um caso – a migração da família de Antonio de Brito Lira, o Paraibano; e crônicas, relatos de época e literatura acadêmica. Estas memórias estão relatadas no Capítulo I – Os “Paraibanos” -, e irá até a criação do Município de Paraibano. No Capitulo II tratamos do “Município de Paraibano – Maranhão” de sua instalação, em 06 de janeiro de 1953, em seus vários aspectos: (a) físicos e geográficos; (b) políticos e administrativos; (c) econômicos; (d) sociais e turísticos. Damos continuidade à narrativa do processo de desenvolvimento econômico-social, construindo a História, tendo por base a memória dos diversos atores sociais. Lembramos que não foi apenas Antonio Paraibano, e seus filhos, que contribuiu para o desenvolvimento do “Brejo” e a formação do povoado que veio a se chamar, depois, “Brejo do Paraibano”, hoje município de Paraibano. Assim, no Capítulo III, tratamos dos “Vultos da História” lembrando-se dos sobrinhos e dos demais parentes que para cá vieram, atraídos pelas terras férteis e úmidas, e a possibilidade de “fazer um pé-de-meia”. Dos antigos moradores do local, então denominado de “Brejo do Faustino”. De outros migrantes que foram atraídos - trabalhadores rurais, prestadores de serviços (pedreiros, marceneiros, oleiros...), ligados (ou não) à família Brito Lira. Vieram de várias partes do Nordeste, especialmente da Paraíba e Ceará, estados este com que tinham uma grande ligação, não só familiar, como espiritual. No Capitulo IV, abordamos “Outras Historias” de Paraibano, para em seguida, no Capítulo V, nos “Entrelaços de Família” se listar a descendência de Antonio Paraibano. No Capitulo VI, “Icnografia” apresenta-se documentos relevantes para a História do/de Paraibano, pois ambas as histórias se confundem... Agradecemos às pessoas que se dispuseram a conceder entrevista quando da realização de minha monografia: • • • • •
ANTONIA FRAZÃO DE OLIVEIRA, Alzenir, concedida em 11 de abril de 1990, em Paraibano-MA10; CLODOMIR LIMA CAMPOS, Manetinha, e RAIMUNDA BRITO CAMPOS, concedida em 18 de março de 1990, em São Luis-MA11; JOÃO FURTADO DE BRITO, MARIA DARCI FURTADO BRITO e DEONICE FURTADO VELOSO, concedida em 13 de abril de 1990, na Fazenda Alegre, em Paraibano-MA12; MANOEL COELHO DE SOUSA, e BENTA COELHO BRITO LIRA concedida em 12 de abril de 1990, em Paraibano-MA13; MANOEL MENDES RIBEIRO, concedida em 11 de abril de 1990, em Paraibano-MA14;
explicativa, respondendo aos porquês? Não pode explicar totalmente à crônica, que responde a perguntas do tipo “o que”, “quem”, “quando”, “onde”, “como”? (BERKOFFER JR, citado por CARDOSO, obra citada, p. 77). 10 Alzenir nasceu em Assaré-CE, em 1917; como tantas outras famílias nordestinas, foge das constantes secas que assolam a região, mudando para Piriri do Taveiro-PI, em 1932, e em 1933 para Água Branca. Seu pai era carpinteiro e participou da construção das casas dos Paraibanos, naquela época. Casou-se em 1936, com um pernambucano de nome Joaquim Lara, também migrante como ela e sua família; embora não tenham tido filhos, criam três sobrinhas de seu marido, Rosa, Francisca, e Maria de Jesus. 11 Manetinha nasceu no povoado Cana Brava; casado com Raimunda Brito Campos, filha de Bernardino de Brito Lira. 12 João Furtado nasceu em Bom Jesus das Cajazeiras, Paraíba; chegou a Paraibano em 1936, a convite de seu tio Antonio de Brito Lira, acompanhado de outro tio, Assis Furtado de Brito; casado com Darci Brito Furtado, filha de Bernardino de Brito Lira (Zuza); Deonice é filha de ambos. 13 Manoel Coelho nasceu no povoado de Cana Brava em 1899, chegando ao Brejo em 1942; Benta é sua filha, casada com Domingos de Brito Lira (Divaldo), neto de Antonio Paraibano. 14 Manoel Ribeiro nasceu no povoado de Barrocão, em Pastos Bons, em 1º de maio de 1919, mudando-se para o Brejo em 1937.
• •
16 15
ONILDO LIRA BRITO, concedida em 12 de abril de 1990, em Paraibano-MA; VALENTIM FLORENCIO DE CARVALHO16, entrevista concedida em 12 de abril de 1990, no Bairro do Marajá, em Paraibano-MA.
Agradecimento especial a minha sobrinha ELIZA BRITO NEVES DOS SANTOS, pela entrevista concedida em 30 de julho de 1990, em São Luís-MA17 e por se dispor a reescrever, junto conosco, a História de Paraibano, como coautora. E à minha irmã ROSELY BRITO AGOSTINO, que participou de diversas entrevistas, rememorando fatos de nossa infância em Paraibano-MA18. Aqui, aproveito para repetir a dedicatória que fiz, então, acrescentando meus netos: À memória de meus pais, ANTONIO PARAIBANO e MARIQUINHA; À memória de meus irmãos JOÃO, JOSÉ, MARIA, MARCOS, BERNARDINO, GUILHERMINO; Às lembranças de minha irmã ROSELY, de minhas filhas, LORETA e LOUISE, meus netos DAVI GIL e PEDRO LUCAS, meus Sobrinhos, seus Filhos, Netos e Bisnetos... São Luis do Maranhão, 2009
DELZUITE DANTAS BRITO VAZ
15
Onildo Lira Brito, nasceu em Paraibano a 17 de maio de 1941, filho de Guilhermino de Brito Lira. Seu Valentim nasceu no Marajá, em 1905. 17 Eliza nasceu no Poço Grande, filha de Guilhermino de Brito Lira e Maria Pereira de Brito. 18 Rosinha é filha de Antonio de Brito Lira, de seu segundo casamento, com Mariquinha. Nasceu no Brejo do Paraibano. 16
OS “PARAIBANOS”
17
Primeiro, vamos esclarecer de onde é a família de ANTONIO DE BRITO LIRA – o Paraibano. Embora tenha recebido essa alcunha, era natural de Taquaritinga19, naquela época municipio de Surubim20 – Pernambuco. A família tem início com o casamento de um Senhor de Engenho, casado com uma portuguesa, da qual descendeu Francisco de Brito Lira. De seu casamento com Ana Maria da Conceição nasceram vinte filhos, dos quais sobreviveram dezoito e, destes, tem-se notícias apenas de ANTONIO (Antonio Paraibano); JOSÉ (Zé de Brito); JOAQUIM; JOÃO; FIRMINO; QUINTINO; FLORENTINO; ANTONIA; CONCEIÇÃO; JOSEFA; JOAQUINA:
19
Taquaritinga do Norte é um município do estado de Pernambuco, no Brasil. Administrativamente, o município é composto pelo distrito-sede, Gravatá do Ibiapina e Pão-de-Açúcar e pelos povoados de Vila do Socorro, Gerimum, Mateus Vieira e Algodão. É conhecida como a "Dália da Serra", por apresentar muitos exemplares desta flor em suas praças. Considerando sua baixa latitude, possui um clima relativamente ameno, com temperatura suavizada pela altitude. A temperatura média anual é de dezoito graus Celsius. A cidade de Taquaritinga do Norte nasceu em meados do século XVIII. No início do século XIX, era um lugar já populoso, formado por terras pertencentes a dona Maria Ferraz de Brito, a qual dividiu sua propriedade em lotes, o que deu lugar ao desenvolvimento da povoação. Por conta da Lei Provincial 1 895, de 10 de maio de 1887, a sede municipal foi elevada à categoria de cidade. Todo ano, no dia 10 de maio, Taquaritinga comemora a sua emancipação política. http://www.taquaritingadonorte.pe.gov.br/historia.php
20 Surubim
é um município brasileiro do estado de Pernambuco, conhecido como a Capital da Vaquejada. Sua população, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 62 530 habitantes. O município originou-se de uma fazenda de gado, pertencente a Lourenço Ramos da Costa. Em 1864, ele construiu um oratório dedicado a São José, onde o padre português Antônio Alves da Silva celebrava as missas dominicais. No entorno do oratório surgiram as primeiras casas. Em 1878, o oratório foi substituído por uma capela. Em 8 de junho de 1991, a lei provincial nº 1585 criou a freguesia de São José de Surubim, instalada em 1885 e regida canonicamente pelo padre José Francisco Borges. A cidade tem este nome em homenagem ao boi Surubim que foi atacado e devorado por uma onça nas terras do fazendeiro Lourenço Ramos onde hoje se encontra o atual município. Foi emancipado, através da lei estadual nº 1.931, de 11 de setembro de 1928; se desmembrando do Município de Bom Jardim (Pernambuco).
18
. ANTONIO e MARIQUINHA 2.01. ANTONIO DE BRITO LIRA - (Antonio Paraibano, “Toinho”) – nasceu em 1873, natural de Taquaritinga, naquela época municipio de Surubim – PE, falecendo em 1947, aos 72 anos de idade. Filho de Francisco de Brito Lira e d. Ana Maria da Conceição. Casado com JOAQUINA MARIA DAS DORES21 (falecida em 09 de abril de 1938), em primeiras núpcias. Casou-se em segundas núpcias com MARIA DANTAS BRITO22. Teve os seguintes filhos (primeira geração), e seus netos (segunda geração) :
21
ANEXO 1 - CERTIDÃO DE CASAMENTO de Antonio de Britto Lira e dona Joaquina Maria das Dores. Aos 14 de dezembro de 1924, no lugar Brejo, do Termo de Pastos Bons. 22 ANEXO 2 – CERTIDÃO DE CASAMENTO de Antonio de Britto Lira com dona Maria Dantas Ribeiro.
19 3.01. BERNARDINO DE BRITO LIRA 4.01. MARIA DARCI FURTADO BRITO 4.02. ANTONIO BRITO LIRA NETO (Antoninho) 4.03. MARIA CECI BRITO LIRA 4.04. MOZART BRITO LIRA 4.05. MARIA DO CARMO BRITO BARROS 4.06. LOURIVAL BRITO LIRA 4.07. RAIMUNDA BRITO 4.08. MARIA IRACI BRITO GOMES, 4.09. JOSÉ RIBAMAR BRITO LIRA 4.10. DEUSELINA BRITO LIRA (Deusinha)
20 3.02. JOSÉ DE BRITO SOBRINHO - José de Brito Lira; Zé Paraibano 4.11. ZULMIRA FURTADO BRITO 23
23
Filha de criação, de sua irmã Maria de Brito Lira e de José Furtado de Brito (Zé Pequeno; filho de Quintino de Brito Lira, portanto, seu primo, e primo de João Furtado de Brito).
21
Sinharinha – Maria Pereira Brito, sua esposa
3.03. GUILHERMINO DE BRITO LIRA 4.12. JOSIAS LIRA BRITO 4.13. JOSÉ LIRA BRITO – ZUZA 4.14. MARIA ENÉSIA BRITO 4.15. MARIA GENÉSIA BRITO 4.16. ELIZA BRITO NEVES DOS SANTOS 4.17. ANISIO LIRA BRITO 4.18. ONILDO LIRA BRITO 4.19. LEONIDAS LIRA BRITO
22
3.04. JOÃO DE BRITO LIRA - João Paraibano Nasceu em 20 de janeiro de 1907 e faleceu em 15 de outubro de 1976. 4.20. DORALICE DE SOUSA BRITO - Dorinha 4.21. DELZUITA DE SOUSA BRITO 4.22. LINDOMAR DE SOUSA BRITO 4.23. JOSÉ DE SOUSA BRITO (Zé Dito) 4.24. FELICIANO DE SOUSA BRITO 4.25. THEODORICO DE SOUSA BRITO (o Mudo) 4.26. MARIA DE JESUS SILVA BRITO ( D´jé) 4.27. MARIA DO CARMO BRITO CARDOSO 4.28. CANDIDO BOSCO DE SOUSA BRITO (Bosquinho) 4.29. MARIA DO SOCORRO BRITO SILVA (Socorrinha)
23 3.05. MARCOS DE BRITO LIRA (Marcos Paraibano); 4.30. LUISA BRITO MOTA 4.31. JOSÉ BRITO LIRA 4.32. PEDRO ARCANJO BRITO LIRA 4.33. JOÃO BRITO LIRA; 4.34. ANTONIO BRITO LIRA 4.35. MARIA BRITO DE LUCENA 4.36. ANGÉLICA BRITO LIRA 4.37. FRANCISCO DE BRITO LIRA 4.38. ARCÂNGELA BRITO LIRA
24 3.06. MARIA DE BRITO LIRA 4.39. ZILDOMAR.
25
3.07. ROSELY BRITO AGOSTINO – Rosinha 4.40. MARCELO ROMEO BRITO AGOSTINO; 4.42. ALEXANDRE BRITO AGOSTINO; 4.43. CINTHYA BRITO AGOSTINO;
26
3.08. DELZUITE DANTAS BRITO VAZ – Del 4.44. LORETA BRITO VAZ 4.45. LOUISE BRITO VAZ
27 Além dos filhos que acompanharam Antonio de Brito Lira, vieram mais tarde outros membros de sua familia – irmãos, sobrinhos, primos, cunhados - que se instalam na região, à medida que o povoado se desenvolve em torno das casas que constroem. Chega sua mãe, a Sra. Ana Maria da Conceição que morava em Surubim, depois Lagoa do Arroz. Um irmão, José de Brito, adquire uma gleba de terra de Vitorino Fernandes, filho de José Fernandes. Essa gleba se chamou “Chapada do Zé de Brito”. Mais tarde, chegaram outros irmãos - Quintino de Brito Lira, Florentino de Brito Lira; e Antonia de Brito Lira – Totonha -, esta veio se localizar na Ponta da Serra. Sobrinhos, como João Furtado Brito... Mas os Brito, de Pernambuco, de há muito vinham migrando para o Maranhão. Alguns já se haviam instalado – a partir do Século XIX -, em regiões próximas a Pastos Bons. Candido Lustosa de Brito24 – de Arcoverde-PE – se estabelece na região, habitando primeiro na Barra do Corda, depois no Grajaú, e por fim no povoando Alto Parnaíba25. Segundo Eliza Brito Neves dos Santos, eram da mesma família26... Mais, os Brito Lira tinham ligação com o Senador Vitorino de Brito Freire27, que também era pernambucano, e sempre lembrava de ser parente de Guilhermino...
24 Com base em raros registros escritos e muito mais em relato de parentes a descendência das três famílias é do capitão morportuguês José da Cunha Lustosa e de dois de seus filhos: Ana Maria Lustosa e José da Cunha Lustosa Filho que formaram raízes nos estados do Maranhão e Piauí, mais precisamente nas cidades Alto Parnaíba (MA) e Santa Filomena (PI). Naquela época a facilidade de aquisição de boas terras para a criação de gado e para a agricultura atraíram muitas outras famílias para a região. Com o tempo esses novos moradores começaram a estabelecer relação de casamento com as gerações seguintes das famílias pioneiras, Lustosa, Brito e Amaral. Como exemplo as famílias: Nogueira, Vargas, Araújo, Mascarenhas, Rocha, Avelino, Moreira, Leitão, Soares, Almeida, Pacheco, e outras mais. Mas o grande responsável por parte dessa história foi um dos filhos de José Rodrigues de Brito e Francisca Frutuosa Lustosa do Amaral. Antônio Luiz do Amaral Brito (13.06.1850- 01.10.1924) Coronel da Guarda Nacional e vice-governador do Maranhão. Era um homem de muitas fazendas e milhares de gado. Consta que cada filho que se casava recebia uma gleba de terras e 150 cabeças de gado. Casou-se duas vezes, primeiramente com Ana Cândida Lustosa de Brito com quem teve 4 filhos. Ana faleceu e o coronel Antônio Luiz casou-se novamente, e desta vez com Maria (Dona) Lustosa de Brito, irmã da sua ex-esposa, ambas filhas do pioneiro Candido Lustosa de Brito e Ana Vitória Vargas. E foi com Maria (Dona) Lustosa de Brito que o casal teve 11 filhos: Leondina (Santinha), Lindolfo, Ana Cândida (Candoca), Enéias, Adelaide (Ladi), Oséias, Antônio Luís (Toinho), Maria Olinda (Dondona), Astrolábio, e os gêmeos Palmeron e Salmeron Lustosa do Amaral Brito. Depois de viverem boa parte de suas vidas na terra natal, Alto Parnaíba (MA), partiram para outras regiões em busca de melhores condições de vida. Entre as cidades escolhidas estavam Porto Nacional e Gurupi. BRITO, núbio, In Famílias pioneiras do Tocantins se reúnem em Palmas http://www.atitudeto.com.br/familias-pioneiras-do-tocantins-se-reunem-em-palmas/ 25
ROCHA, Décio Heider do Amaral. “Alto Parnaíba”. Jornal “O ESTADO DO MARANHÃO”, São Luís, segunda-feira, 05 de junho de 1989, p. 4, Opinião. VAZ, 1990, obra citada. 27 VITORINO DE BRITO FREIRE – nasceu na Fazenda Laje da Raposa, município de Pedra, em Pernambuco, a 28 de novembro de 1908, filho de Vitorino José Freire e de Ana de Brito Freire, ambos descendentes de tradicionais famílias interioranas. Faz o curso primário no Colégio Gastão Rezende, em Arcoverde (PE); mudou-se para o Rio de janeiro em 1919, com o desejo de ingressar na vida militar, hospedando-se com o tio, general Antonio Inácio de Albuquerque Xavier, que patrocinou seus estudos. Como não havia vaga no Colégio Militar, estudou no Colégio Santo Alberto, transferindo-se em seguida para o Colégio Pedro II. Além de estudar, trabalhava com o engenheiro João Proença, onde conheceu o então coronel Eurico Gaspar Dutra. Com 17 anos, retornou ao Recife. Em 1928 logrou aprovação para a faculdade de Direito do Recife, mas não o concluiu, porque aderiu a causa da revolução de 1930. Antes, foi nomeado oficial de gabinete do Secretário de Agricultura de Pernambuco, Samuel Herdmann. Vitorioso o movimento que derrubou o presidente Washington Luis, a 24 de outubro de 1930, voltou ao Rio de Janeiro, onde prestou no gabinete do ministro de Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida. Quando estourou a Revolução Constitucionalista de 1932, ficou ao lado das forças legalistas, sob o comando do general Valdomiro Lima. Em 1934, foi nomeado para o Departamento Nacional de Saúde Pública, pelo ministro Gustavo Capanema. No exercício desse cargo, recebeu convite do capitão Antonio Martins de Almeida, nomeado interventor do Maranhão, para assumir o cargo de secretário-geral do Estado. Organiza o Partido Social Democrático – PSD – no Maranhão, para as eleições de 1933; candidata-se a deputado federal, não se elegendo. Sem espaço político no Maranhão, retorna ao Rio de Janeiro. Em 1936, após crise política, 26
28
assume o governo do Estado Paulo Ramos. Em novembro de 1937 com a decretação do Estado Novo, Getulio Vargas nomeia Paulo Ramos interventor no Maranhão, e este negociou o afastamento de Vitorino do Maranhão. Em 1939, estava no Ministério da Viação, onde ficou até 1945, quando aconteceu o fim da ditadura Vargas, e a renuncia de Paulo Ramo s. Vitorino retorna ao Maranhão, para reorganizar o PSD. Nas eleições de dezembro de 1945, para a Assembléia Nacional Constituinte, Vitorino se elege deputado pelo Maranhão. O general Dutra elege-se presidente da República e Vitorino deflagrou as primeiras ações destinadas a instalação de sua hegemonia política. Instala-se o que se convencionou de chamar da era do ‘Vitorinismo’, que vai ditar os destinos do Maranhão até a Revolução de 1964. Morre aos 70 anos de idade, vitima de um câncer no pulmão, a 27 de agosto de 1977, no Rio de Janeiro. BUZAR, Benedito. VITORINISTAS & OPOSICIONISTAS (BIOGRAFIAS). São Luis: Lithograf, 2001, p. 15-26. Para saber mais: BUZAR, Benedito. O VITORINISMO – lutas políticas no Maranhão –(1945 a 1965). São Luís: Lithograf, 1998. BUZAR, Benedito. A GREVE DE 51 – os trinta e quatro dias que abalaram São Luís. São Luis: Ed. Alcântara, 1983 BUZAR, Benedito. OS 50 ANOS DA GREVE DE 51. São Luis: Lithograf, 2001
29
SAGA DOS PARAIBANOS 28
28
FERNANDES, Ceres Costa – em O NARRADOR PLURAL NA OBRA DE JOSÉ SARAMAGO. 3 ED. São Luis: EDUFMA, 2015 – referindo-se à literatura, em especial à portuguesa, classifica o gênero literários “épico”, na abordagem narrativa, ao modo de crônica ou de saga familiares, quanto ao tratamento dado ao tempo no universo diagético – privilégio do tempo cronologicamente ordenado e da ação ocorrida num passado histórico e datado (p. 33). Traço aqui o paralelo entre a saga da família Mau-Tempo (do romance de Saramago) com a da família Brito, onde “a saga dessa família de lavradores alentrejanos (paraibanos, aqui) é desenvolvida paralelamente a história de Portugal (Maranhão, aqui) durante a Primeira República e sob o salazariusmo (entre a República Velha e o Estado Novo e o Vitorinismo, aqui) (p. 34)...
30
A CHEGADA
31
Os “Paraibanos” eram lavradores. Saindo da Paraíba, chegaram ao Maranhão estabelecendo-se no lugar “País da Terra” em março de 1920. Em 1921, tiveram sua primeira roça, continuando com o mesmo tipo de atividade que já desenvolviam em Pernambuco. Em 1922, mudaram-se para “Jatobá” e, em 1923, se estabelecem definitivamente no “Brejo”, e só em 1924 fazem sua primeira roça, localizada no “Poço Verde” 29. Fugindo da seca, a familia de Antonio de Brito Lira deixa Pernambuco percorrendo vários estados do Nordeste, a procura de terras e trabalho. Ferreira (2011) 30, ao analisar a historiografia maranhense sobre a seca, registra desde a segunda metade do século XIX a chegada de levas de migrantes oriundos de outras províncias da região hoje designada “Nordeste”. A atração da economia extrativa da borracha em direção à Amazônia e a expulsão da terra natal pelo fenômeno natural das secas periódicas são apontados consensualmente como explicação para o deslocamento de indivíduos e famílias e da sua fixação, pela existência de terras devolutas, no território referido como “Maranhão”, a partir de um processo de ocupação relativamente recente, iniciado no final do século XIX e, intensificado, nas primeiras décadas do século XX, por iniciativas principalmente particulares de migração. Nas entrevistas que realizamos, muitos apontam 1932 como um ano em que muitas famílias chegam ao ‘Brejo do Paraibano’ – sobrinhos, primos, agregados, trabalhadores especializados - e se estabelecem no Povoado. Os “Paraibanos” se referem também às levas anteriores, 1915 e 1919. Outros, ainda apontam a de 1942, ou a de 1958 como o ano das maiores migrações. Silva, Patrício, Ribeiro e Medeiros (2013) 31 afirmam que nos últimos 500 anos, a região nordeste do Brasil enfrentou vários períodos de secas. Em seu trabalho, evidenciam os períodos mais graves de suas ocorrências32. Em suas rememorações, descendentes de Antonio “Paraibano” lembram de que falavam das secas “dos três oito” (1888) e outras secas, que causaram a migração da família: a de 1887/1879, período marcante, uma das maiores e graves secas atingiu todo o Nordeste. O Ceará, por exemplo, tinha na época uma população de 800 mil habitantes. Destes, 120 mil (ou 15%) migraram para a Amazônia e 68 mil pessoas foram para outros estados; a
29 SANTOS, Elisa Brito Neves dos. DEPOIMENTOS. Entrevista concedida a VAZ, 1990, obra citada. 30 FERREIRA, Márcia Milena Galdez. Pioneiros ou Flagelados? Experiências de Migrantes Nordestinos no Médio Mearim-MA (19301960) . Caminhos da História, Vassouras, v. 7, Edição Especial, p. 141-150, 2011, disponível em http://www.uss.br/pages/revistas/revistacaminhosdahistoria/v7EdicaoEsp2011/pdf/015_-_Pioneiros_ou_flagelados.pdf 31 SILVA, VIRGÍNIA MIRTES DE ALCÂNTARA ;PATRÍCIO, MARIA DA CONCEIÇÃO MARCELINO;RIBEIRO, VICTOR HERBERT DE A.; MEDEIROS, RAIMUNDO MAINAR DE. O DESASTRE SECA NO NORDESTE BRASILEIRO. In Polêm!ca v. 12, n. 2 (2013). Disponível em http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/6431 32 1692/1693; 1723/1727; 1744/1745; 1776/1778; 1808/1809; 1824/1825; 1877/1879; 1888/1889; 1903/1904; 1914/1915/1903/1904; 1914/1915; 1919/1921; 1970; 1979/1984; 1988.
32 de 1888/1889, que atingiu toda a população. As lavouras da Paraíba e Pernambuco foram destruídas e as vilas abandonadas; a de 1903/1904, quando ocorreu grande êxodo rural, milhares de nordestinos, vítimas das secas, abandonam a região. Em especial a de 1914/1915, que atingiu toda a região semiárida nordestina33; e a de 1919/1921, em que houve intensificação do êxodo rural em decorrência de grandes secas (com grandes proporções no sertão pernambucano). A imprensa, a opinião pública e o Congresso Nacional exigiram a atuação do governo. Foi criada, em 1920, a Caixa Especial de Obras de Irrigação de Terras Cultiváveis do Nordeste Brasileiro, mantida com 2% da receita tributária anual da União, além de outros recursos. Mas efetivamente, nada foi feito para amenizar o drama das secas.
Quadro 1: representações cronológicas das mais graves secas e suas conseqüências Período Principais consequências das maiores secas 1723/1727 A seca registrada neste período é intensificada por uma grande peste atingindo a capitania de Pernambuco. De acordo com o historiador Frei Vicente do Salvador, foram númerosos os grupos de indígenas que, foragidos pelas serras, avançaram sobre as fazendas. 1744/1745 Neste período, a seca atinge toda população, dizimando também o gado. 1776/1778 A seca foi intensificada pelo grande surto de varíola, iniciado no ano anterior e que se prolongaria até 1778, provocando um alto índice de mortalidade. Perdas enormes de gados. Os flagelados foram reunidos em povoações nas margens dos rios, em determinação da Corte Portuguesa. 1808/1809 A seca neste período é mais amena, atinge apenas Pernambuco, na região do São Francisco, onde 500 morreram por falta de comida. 1824/1825 Mais um período de intensa seca, intensificada pela varíola, foram vários os números de flagelos, gerando muitas mortes na região nordestina. Os campos ficaram esterilizados e a fome chegou até os engenhos de cana-de-açúcar. Conforme Silva, Patrício, Ribeiro e Medeiros, 2013
Antonio de Brito Lira e seus filhos passam, ainda na década de 1910, por São Luís, onde ficam em um navio por alguns dias, e dai partem para o interior do Estado. Uns trabalhando na lavoura, como assalariados, no Engenho Central34 (Guilhermino, ainda garoto, chegou a trabalhar na Mercearia Neves, quando em São Luis).
33
FERREIRA NETO, Cicinato. 1915: A HISTÓRIA DOS SERTANEJOS CEARENSES NO ANO DA SECA. Fortaleza: Premius, 2015.
34 Atual cidade e sede do município de Pindaré-Mirim, anteriormente uma aldeia da tribo Guajajara, teve origem em 1839, quando, pela Lei provincial Nº 85, ali foi criada a colônia São Pedro, cujo povoamento tornou-se mais acelerado com a chegada de famílias oriundas do Piauí e Ceará. Com a inauguração, em 1884, do Engenho Central, instituído pela Companhia Progresso Agrícola, o lugar tomou grande impulso, pois o empreendimento, além de representar um largo passo na modernidade da agro-indústria canavieira maranhense, estabeleceu condições para que os plantadores de cana da região aumentasse sua produção e seus lucros. Tendo o Engenho Central deixado de produzir por volta de 1910, o já então povoado de São Pedro sofreu um grande impacto em seu desenvolvimento. No entanto foi elevado à categoria de vila pela Lei Nº 800, de 22 de março de 1918. A 10 de abril de 1923, por força da Lei Nº 1052, foi criado o município de São Pedro que viria a ser extinto a 22 de abril de 1931 e logo restabelecido, a 12 de junho desse ano, pelo Decreto Nº 121. A 29 de março de 1938, pelo Decreto-Lei Nº 45, foi elevado à categoria de cidade, já com o atual nome de Pindaré-Mirim.
33 Retornaram para a Paraíba. Passaram por Alagoas, depois de sua passagem pelo Maranhão, e depois, pelo Ceará, antes de retornarem ao Maranhão, definitivamente.
O Engenho Central ou Cia. Progresso Agrícola do Maranhão foi criado pelo decreto-lei n° 7811, de 31 de agosto de 1880, data da aprovação instalando-se em 03 de novembro desse mesmo ano. Instalado o Engenho Central, atraiu habitantes de toda região. As propagandas que o engenho vinha e sua vantagem ajudou muito no processo de povoamento, e sendo instalado exatamente onde seriam as colônias dos índios. O desenvolvimento de Pindaré Mirim deu-se pelo Engenho Central e pelo rio Pindaré que assim, atraíram muitas pessoas tanto do Maranhão, como cearenses, piauienses, da capital São Luís, do Itapecuru e os negros que trabalharam no Engenho. A maioria desses habitantes chegou para trabalhar na lavoura, sendo que com o fim do engenho e a cana deixou de ser a única fonte de riqueza, destacou-se também o algodão, o arroz, e a mandioca.35
35
http://portalpindare.com.br/index.php/parabens-pindare-mirim-92-anos-de-emancipacao-politica/
34
Nas conversas de familia, contavam que sairam do Ceará após a “Guerra do Juazeiro”
36
, ocorrida em 1914.
Devem ter passado, pela primeira vez no Maranhão, entre 1910 e esse ano de 1914. Eliza de Brito Neves dos Santos37 esclarece a confusão da origem da família:
Vieram da Paraíba, embora Antonio de Brito Lira, o fundador, conhecido como Antonio Paraibano, e alguns de seus filhos, hajam nascido em Pernambuco. Ele, de Taquaritinga, naquela época municipio de Surubim, onde nasceu também meu pai, Guilhermino de Brito Lira. O que se nota, é que havia uma grane comunicação, já que Antonio de Brito Lira fazia viagens para Juazeiro, no Ceará, onde se encontrou com o seu primo, Francisco de Brito Lira. Aliás, o primo de Francisco, Antonio Duda, casado com Maria, conhecida como Dadá... e ai ele se casou com sua filha Joaquina Maria das Dores. Essas viagens eram constantes: eles estiveram em Alagoas, sempre à procura de melhores terras, sempre a procura de trabalho...
36 A Revolta ou SEDIÇÃO DE JUAZEIRO foi um confronto ocorrido em 1914 entre as oligarquias cearenses e o governo federal provocado pela interferência do poder central na política estadual nas primeiras décadas do século XX. Ocorreu no sertão do Cariri, interior do Ceará, e centralizouse em torno da liderança do padre Cícero Romão Batista. Após a revolta, padre Cícero sofreu retaliações políticas e foi excomungado pela Igreja Católica no final da década de 1920. Entretanto, permaneceu como eminência parda da política cearense por mais de uma década e não perdeu sua influência sobre a população camponesa, que passou a venerá-lo como santo. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_do_Juazeiro, acessado em 28/01/2009. 37 SANTOS, Eliza Brito Neves dos. DEPOIMENTOS. In VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho.
35 Conforme Eliza, neta de João Paraibano, um tio dizia que a família tivera inicio em Pernambuco, com um Senhor de Engenho casando com uma portuguesa, “isso lá no inicio de nossas raizes”, e dai descendeu Francisco de Brito Lira, casado com Ana Maria da Conceição. E dessa união nasceram vinte filhos, dos quais sobrevivveram 18: ANTONIO DE BRITO LIRA, casado com Joaquina Maria das Dores; JOSÉ DE BRITO LIRA, casado com a Espítio Santo, e em segundas núpcias com Francisca; era o Zé de Brito, que veio também da Paraíba; JOAQUIM, casado com Ananias; JOÃO, casado com Josefa. Esse João morou em Juazeiro, que é o avô do ex-prefeito de Paraibano, Domingos de Lira Brito, conhecido como Divaldo; FIRMINO, casado com Maria Furtado, que é o pai de João Furtado de Brito; QUINTINO, que é casado com Izabel Furtado, irmã da esposa de Firmino, sogro de Antonio Diniz Barros; FLORENTINO, casado com Josefa, que também veio ao Maranhão, e era o mais novo dos irmãos; ANTONIA, que veio morar na Ponhta da Serra, casada com Antonio Pereira; CONCEIÇÃO, casada com Jovino; JOSEFA, casada com Flauzino; JOAQUINA, casada com o João Francisco. Os outros, eu não sei...
Os Britos, de Pernambuco, de há muito já vinham migrando para o Maranhão. Alguns parentes vieram já no século XIX, estabelecendo-se na região ‘dos pastos bons’, à procura de terras livres e úmidas. Segundo o Tabelião de Alto Parnaíba, Sr. Rochinha, casado com uma Brito, descendente de Candido Lustosa de Brito38, também de Pernambuco, povoa uma região próxima, Alto Parnaíba, têm a mesma raiz. Vieram da mesma região, uns se
38 Com base em raros registros escritos e muito mais em relato de parentes a descendência das três famílias é do capitão morportuguês José da Cunha Lustosa e de dois de seus filhos: Ana Maria Lustosa e José da Cunha Lustosa Filho que formaram raízes nos estados do Maranhão e Piauí, mais precisamente nas cidades Alto Parnaíba (MA) e Santa Filomena (PI). Naquela época a facilidade de aquisição de boas terras para a criação de gado e para a agricultura atraíram muitas outras famílias para a região. Com o tempo esses novos moradores começaram a estabelecer relação de casamento com as gerações seguintes das famílias pioneiras, Lustosa, Brito e Amaral. Como exemplo as famílias: Nogueira, Vargas, Araújo, Mascarenhas, Rocha, Avelino, Moreira, Leitão, Soares, Almeida, Pacheco, e outras mais. Mas o grande responsável por parte dessa história foi um dos filhos de José Rodrigues de Brito e Francisca Frutuosa Lustosa do Amaral. Antônio Luiz do Amaral Brito (13.06.1850- 01.10.1924) Coronel da Guarda Nacional e vice-governador do Maranhão. Era um homem de muitas fazendas e milhares de gado. Consta que cada filho que se casava recebia uma gleba de terras e 150 cabeças de gado. Casou-se duas vezes, primeiramente com Ana Cândida Lustosa de Brito com quem teve 4 filhos. Ana faleceu e o coronel Antônio Luiz casou-se novamente, e desta vez com Maria (Dona) Lustosa de Brito, irmã da sua ex-esposa, ambas filhas do pioneiro Candido Lustosa de Brito e Ana Vitória Vargas. E foi com Maria (Dona) Lustosa de Brito que o casal teve 11 filhos: Leondina (Santinha), Lindolfo, Ana Cândida (Candoca), Enéias, Adelaide (Ladi), Oséias, Antônio Luís (Toinho), Maria Olinda (Dondona), Astrolábio, e os gêmeos Palmeron e Salmeron Lustosa do Amaral Brito. Depois de viverem boa parte de suas vidas na terra natal, Alto Parnaíba (MA), partiram para outras regiões em busca de melhores condições de vida. Entre as cidades escolhidas estavam Porto Nacional e Gurupi. BRITO, núbio, In Famílias pioneiras do Tocantins se reúnem em Palmas http://www.atitudeto.com.br/familias-pioneiras-do-tocantins-se-reunem-em-palmas/
36 instalando em Barra do Corda, outros Grajaú, depois chegando ao Alto Parnaíba. Falava que a familia era uma só. Lembra Eliza Santos: [...] sei, inclusive, que os Brito Lira têm uma ligação muito estreita com a familia do Senador Vitorino Freire. Quando Vitorino andava pelo Maranhão, e às vezes conversamos, ele dizia que era parente de Antonio de Brito Lira, parente da família Brito, que também tinham suas raizes em Pernambuco. Vitorino de Brito Freire; e isso tambem era confirmado por Quintino de Brito Lira, que chegou a conhecr parentes ligados à familia do Senador39
Quando da chegada dos “Paraibanos”, já havia outros moradores ocupando as terras do Capitão Faustino, como agregados (meeiros), e alguns pequenos proprietários, que mantinham lavoura porem não produzindo o suficiente para se integrarem ao mercado, comercializando o excedente de sua produção com pequenos comerciantes; estes se abasteciam em outros centros, como São João dos Patos, mais próximo, e em Pastos Bons, a sede do município 40
.
A região do Brejo, na época, não era explorada pela chamada grande cultura. A agricultura era de subsistencia e eles começaram a exploração racional da terra, trabalhando com mais conhecimento, haja vista que sairam de uma região mais desenvolvida, com grandes plantações de cana e de algodão. Trouxeram novas técnicas. Assunção (2015) 41 – ao examinar o campesinato invisível (p. 16-19) - afirma que, no contexto do Brasil as formas camponesas nunca se limitaram apenas às atividades subsidiárias, e, servindo-se de outros autores, confirma a existencia de outras formas de produção – além da economia de plantation – e que denomina de brecha camponesa: os pequenos produtores subordinados aos fazendeiros e os mais independentes do Agreste e do Sertão (p. 18). Ao analisar a questão da terra (p. 19-20) considera ser a pequena produção camponesa um verdadeiro ‘mosaico de formas de produção não capitalista’, havendo necessidade de se repensar os diferentes tipos de proprietários ou usufruários dela (uso da terra).
Esses pequenos produtores, ligados aos grandes proprietários
de terra, passam a produzir uma ‘economia de excedente’, regidos por uma lógica não capitalista:
[...] a terra, para eles, não seria uma mercadoria, mas uma ‘terra de trabalho’ em oposição ao capitalismo e da ‘terra de negócio’ [...] que visto de uma perspectiva global, a relação entre grandes proprietários e camponeses teve uma importancia fundamental para o percurso da modernização e da evolução política em praticamente cada Estado-nação (p. 20).
39
SANTOS, Eliza Brito Neves dos. DEPOIMENTOS. In VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho. 40 “Frente pioneira”, como se denomina essa ocupação demográfica por pequenos produtores vivendo praticamente da economia de subsistência (MARTINS, citado por ASSUNÇÃO, Mathias Rohrig. A GUERRA DOS BEM-TE-VIS: a Balaiada na memória oral. São Luis: SIOGE, 1988, p. 220). A região toda pertencia ao Capitão Faustino de Sousa e a sua família. Essa terra era pouca explorada, com os agregados plantando apenas o suficiente para a sobrevivência e um pequeno excedente para a troca; mesmo o babaçu, o principal produto de exportação do Maranhão, era pouco explorado. VAZ, 1990, obra citada. DEPOIMENTOS. 41 ASSUNÇÃO, Mathias Röhrig. DE CABLOCOS A BEM-TE-VIS: formação do campesinato numa sociedade escravista: Maranhão, 1800-1850. São Paulo: Annablume, 2015.
37 Para iniciar sua lavoura, Antonio de Brito Lira – Antonio Paraibano - adquire uma gleba de terra – por 200 mil réis - de José Fernandes de Sousa, conhecido como “José Faustino”, cunhado de um grande proprietário rural, Faustino de Sousa, Capitão da Guarda Nacional. Daí ser a região conhecida, anteriormente, como “Brejo do Faustino”. José Batista Barbosa 42 antigo morador de Paraibano, em depoimento a Clodomir Lima Campos – Manetinha – a pedido dos autores, rememora a chegada dos Paraibanos ao Brejo:
Antonio Brito e seus filhos Bernardino, Guilhermino, José, João, Marcos e Maria chegaram em São João dos Patos, onde conheceram D. Noca. Lá receberam o apoio de Dona Noca, que os apresentou ao Sr. Faustino Pereira de Sá, residente no Povoado Varzinha, na época município de Pastos Bons. No povoado Varzinha foram apresentados ao Sr. Faustino Coelho de Sousa, morador na fazenda Brejo do Faustino. Ao chegarem à fazenda Faustino começaram a trabalhar no engenho que fazia rapaduras, pois tinham trabalhado com engenho na Paraíba natal; e na do Sr. Faustino se instalaram no local chamado Barros, próximo à vertente Brejo. Muito trabalhadores, começaram a botar roças no terreno do Capitão Faustino, e começaram a se desenvolver. O Capitão Faustino, tendo necessidade de construir a casa do engenho convidou o Sr. João Lopes de Sousa, que era carpinteiro, para morar em suas terras; ao chegar na Fazenda do Capitão Faustino,João Lopes – além de fazer o engenho – achou por bem criar uma escola, noturna, para alfabetizar os moradores. Foi quando os filhos de Antonio de Brito a frequentaram e apredneram assinar o nome, para se tornar eleitor. João Paraibano, o mais ativo da família, comprava pequenas mercadorias, como: fumo, abade (sic) e fósforos, caderno e lápis, borracha, etc. e entregava à mulher do Professor João Lopes, Sra. Saturnina, que vendia e dividiam o lucro. Uma senhora de nome Eufrásia dissera o seguinte: quando jovem, era mulher da livre, frequentava as festas no Riacho do Meio; certo dia, convidou umas para irem à casa do padrinho Capitão Faustino. Lá foram informadas que no Barros tinha chegado uma família que tinha muitos rapazes; foram conhecer aqueles novos moradores. Ao chegarem na casa deles, foi na hora do almoço; convidadas para almoçarem, Dona e uma colega não aceitaram, enquanto as outras almoçaram. D. Eufrasia não aceitou devido aquela comida ser posta em uma vasilha improvisada do casco do veado, que servia de prato.
Valentim Florencio de Carvalho43, nascido em 1905, morador do Brejo (do Faustino) lembra que no povoado não havia práticamenter nada, algumas poucas casas. Lembra-se da chegada de Antonio Paraibano e seus filhos, dizendo que, serviço naqueles tempos não tinha preço; aí eles chegaram, arranjaram dinheiro em Pastos Bons e começaram a pagar os trabalhadores, a R$ 2.500,00 (dois mil e quinheiuros cruzeiros) o dia. Com o pagamento dos serviços em dinheiros, muitos trabalhadores foram atraidos. A primeira roça, lembra Seu
42
BARBOSA, José Batista. DEPOIMENTOS. Depoimento prestado a Clodomir Lima Campos em Paraibano-Ma, no mês de novembro de 2015, a pedido dos autores. 43 CARVALHO, Valentm Florencio. DEPOIMENTOS. Depoimento prestado a Delzuite Dantas Brito Vaz, na cidade de Paraibano, em 12 de abril de 1990
38 Valentim, foi no baixão da rua de Paraibano, no Poço Verde. Foi quando João Paraibano começou a ‘trazer frechinhos de mercadorias para vender aqui, em troca de algodão e pagando a eles”. João Furtado de Brito44 chega ao Brejo em 1936, trazido por dois tios, Antonio de Brito Lira e Assis Furtado de Brito. O povoado tinha cerca de dez casas, sendo uma do Faustino, a casa de pedra do João Paraibano, o sobrado, casa de Antonio de Brito Lira, e tinha mais umas casinhas de palha, não todas. Os moradores dedicavam-se à lavoura, e João tinha uma bodega. A cidade, para João Furtado, foi fundada por Antonio de Brito Lira, o Paraibano. Antes, o povoado era conhecido como “Brejo do Faustino” e passou a ser denominado de “Brejo do Paraibano”, após a chegadade Antonio e seus filhos, sobrinhos, alguns outros parentes foram se agragando. O povoado então se desenvolveu. João Paraibano, Bernardino, começam a chamar os parentes da Paraíba e ai criou o nome de “Brejo do(s) Paraibano(s)”. “O povo veio para cá, cearenses, paraibanos, aí foi crescendo – diziam: lá no Maranhão tem um lugar chamado Brejo dos Paraibanos”. Antonia Frazão de Oliveira45, mais conhecida como Alzenir, nascida em Assaré-CE, em 1917. Chegou ao Brejo em 1932, aos 15 anos de idade, acompanhando seu pai, que vinha fugindo da seca. Antes, moraram em Piriri de Taveiro (Piauí, em 1932, por quatro meses). No começo de 1933 vieram para Água Branca, distante sete léguas do Brejo. Seu pai era carpinteiro e participou da construção do Sobrado. Lembra que o Sobrado estava em construção (1933), sendo terminado em 1934. O povoado só tinha cinco casas de telha: a casa de ‘seu’ Toninho Paraibano, pai dos Paraibanos. Para Alzenir, ‘parece que chegou foi em 18 (1918), ou na época de 15 (1915)’, conforme ouvira falar. E chegou com ‘cinco filhos rapaz e uma moça’; lembra Auzenir [...] Um dos filhos casou com uma moça, filha do dono deste lugar (refere-se a José paraibano). “Eles eram muito trabalhador, e depois compraram uma parte”, informa. E os outros, casaram, todos eles: Bernardino casou com uma moça, Doralice, uma moça de Pastos Bons. O Marcos Paraibano casou com uma moça chamada Canuta, alí do, da Alegria, ali dos Quatis, lá pertinho da Alegria. E o Guilhermino casou com a Sinharinha, era uma moça que morava lá no Poço Grande. Certo que tudo mundo trabalhador. Aí o João Paraibano casou com a filha de dona Biló, morava na Santa Maria, a Biló. O João Paraibano colocou uma grande loja, e era muito bom, e atendeu a muita gente de todo municipio, num instante a cidade cresceu. Em 34 só tinha quatro casas de telha, a do pai dos ‘Paraibanos’, aquele sobrado, que era de João Paraibano. Ele morava naquela casa que é do Manoel Coelho, aquela casa não tem uma alvenaria, é uma casa de pedra de João Paraibano [...] E aí eu fiquei aqui todo esse tempo. Tinha aqui muita gente de todo lugar, tinha gente do Ceará, de Pernambuco, do Piauí, da Paraíba, de todo lugar, de muitos estados, tinha gente aqui. Eu me casei em (19)36, no dia 29 de agosto, com um rapaz chamado Joaquim Lara, que era pernambucano, mas estava morando aqui também.
44
BRITO, João Furtado. DEPOIMENTOS. Depoimento prestado a Delzuite Dantas Brito Vaz, na Fazenda Alegre, município de Paraibano, em 13 de abril de 1990. 45 OLIVEIRA, Antonia Frazão – Alzenir. DEPOIMENTOS. Depoimento prestado a Delzuite Dantas Brito Vaz, na cidade de Paraibano, em 11 de abril de 1990
39 Antonia Oliveira lembra, ainda, que Bernardino Paraibano tinha uma moça por nome Darci, e veio um primo dela da Paraíba, chamado João Furtado [de Brito], e casou-se com a Darci, aí se formando essa grande família, dois filhos homens e quatro mulheres [...].
Outro antigo morador da região, Manoel Mendes Ribeiro46, nascido no lugar Barrocão, municipio de Pastos Bons, em 1º de maio de 1919, diz ter chegado ao Brejo do Paraibano em 1937. Quando chegou ao povoado afirma que:
[...] ali não tinha ninguém. Quem mandava era o Faustino. Faustino que era o dono. Ai depois os Paraibanos tomaram de conta, casou com uma filha do Faustino, continuou botar comércio e foi indo; as pessoas de valor mesmo eram os Paraibanos. Ai meles que mandavam, eram João Paraibano, Zé paraibano, o pessoal todinho.Comkeçaram a encher de mercadorias. Quando começou a politicsa aqui, mandavam e desmandavam, ficavam brigando com os Rocha Santos e D. Noca.
Manoel Coelho de Sousa47, nascido em Cana Brava no ano de 1899, e que mudou para o Brejo em 1942. Diz que eram os teixeiras que chamavam “brejo do Faustino”. “Ai onde o pai de voces morava era a casa do Fernandes. Ai o Fernades vendeu [as terras dele] para o Paraibano”:
[...] Esses Paraibano eu não sei de onde voces vieram, não [...] eu já conheci aqui, apanhando algodão. [Conheceu o velho, Antonio de brito Lira ] logo que cheguei aqui; ele não era casado casado ainda com a tua mãe (refere-se à mãe da entreviustadora, filha de Antonio Paraibano comMariquinha) ele era casado com dona Joaquina {Maria das Dores}, depois que ele ficou viuvo foi que ele casou com a Mariquinha. [Antonio de Brito Lira] era um velho que não brigava com nada, muito paciente, gente muito importante. A gente, se recklamasse alguma coisa, era desses Paraibanos mais novos, esses irmãos de voces, do primeiro casamento.O João paraibano era um moço bom, tinha aquele converseiro; essa casa aqui foi ele que fez, cheia de trincheiras, que era para briga, mas ele não brigava com ninguém não.
Manoel Coelho de Sousa diz que o comércio “isso aqui valia nada”:
O João Paraibano tinha uma quitandinha, bem ai, e depois o irmão dele botou um comércio lá embaixo. Os Paraibanos fizeram muita coisa aqui. A preimeira casa feita foi essa. Tinha muita choupana de palha, mas a primeira casa do João, depois do Zé, depois do velho Antonio. [Mudaram o nome de Brejo do Faustino para Brejo do Paraibano] porque foi eles que elevaram o Brejo, porque aqui não tinha nada; quem começou com o comércio foram eles; e foramk eles que fizeram o resto. Foram eles que elevaram o Brejo.
46 47
RIBEIRO, Manoel Mendes. DEPOIMENTOS. Depoimento a Delzuite Dantas Brito Vaz, prestado na cidade de Paraibano, no dia 11 de abril de 1990. SOUSA, Manoel Coelho de. DEPOIMENTOS. Depoimento prestado a Delzuite Dantas Brito Vaz, na cidade Paraibano, no dia 12 de abril de 1990. Participou da mesma Benta Coelho de Sousa, esposa de Domingos de Brito Lira – Divaldo – filha de Manoel Coelho.
40 48
Manoel Coelho confirma relato de Rosely Dantas Brito Agostino , durante a entrevista, de que:
O moço lá do Marajá (refere-se a Valentim Florencio de Carvalho) falou-nos que as pessoas trabalhavam e não recebiam em dinheiro. Então o João Paraibano foi a Pastos Bons e conseguiu dinheiro [...] e começou a pagar o dia de serviço, parece que eram dois réis. Aí disse que o povo flexava em cima, porque todo mundo queria trabalhar para ganhar em dinheiro; antes só fazia trocar o produto.
Onildo Lira Brito49, filho de Guilhermino de Brito Lira, nascido em 17 de maio de 1941, no Brejo, diz que:
[...] a família de Paraibano, que era o velho Antonio de Brito Lira, meu avô, se deslocou de Juazeiro do Norte-CE, no período de uma seca, a buscar de uma melhora. Aqui ficaram, onde tinha o ‘Brejo do Faustino’, mais afastado. Que eles fizeram uma casinha, aqui no alto dessa região, onde mais tarde se tornou o ‘Brejo do Paraibano’. Porque eles fizeram produzir; aqui não tinha produção nenhuma; eles plantaram algodão, milho, foi uma grande produção. Começaram a trazer familia, com o desenvolvimento começou a chegar imigrante, os paraibanos, os conterrâneos. [...] eles venderam um bocado de coisas que tinha e botaram uma banca, que aconselheram naquela época. Os romeiros botavam em uma banca, que aconselharam, como se fosse uma poupança hoje. Depois de lá [Juazeiro do Norte], vieram para cá, e aqui se deram bem e não quizeram mas volatar, foi a continuação.
Outro antigo morador: Clodomir Lima Campos50, mais conhecido como ’Manetinha’- também nascido em 1941, a 10 de fevereiro, no Povoado Cana Brava, filho de Henrique Rodrigues Campos e de Sebastiana Pereira Lima. Às vésperas da fundação da cidade – e criação do municipio -, 1951, chega ao Brejo, para estudar. “Brejo”, segundo Maneta, porque tinha um lago, que na época chamavam ‘brejo’, porque tinha uma correnteza perene e em vez de chamar lagoa, chamavam brejo – ‘Brejo do Paraibano’, em razão daquele povoado ser fundado por paraibanos imigrantes, quando em 1920, Antonio de Brito Lira localizou-se lá e desenvolveu o setor comercial e agricola naquela época. Segundo antigos moradores - o Srs. Valentim Florencio de Carvalho, do Marajá; e Manoel Coelho de Sousa, de Cana Brava -, onde hoje esta a cidade de Paraibano não havia nada. A região tinha algumas poucas casas, espalhadas, de barro e cobertas de palha, algumas localizadas no Marajá51. A casa do próprio Faustino era construida dessa forma, proxima onde hoje se localiza a Capela de São Sebastião52.
48
AGOSTINO, Rosely Dantas Brito. In DEPOIMENTOS. Intervenção no depoimento de Manoel Coelho de Sousa e de benta Coelho de Sousa a Delzuite Dantas Brito Vaz, realizada em 12 de abril de 1990, na residência do Depoente, em Paraibano. 49 BRITO, Onildo Lira. DEPOIMENTOS. Depoimento prestado a Delzuite Dantas Brito Vaz, em 12 de abril de 1990, na cidade de Paraibano. 50 CAMPOS, Clodomir Lima. DEPOIMENTOS. Depoimento prestado a Delzuite Dantas brito Vaz e Leopoldo Gil Dulcio Vaz, em São Luís, no dia 18 de março de 1990. Participaram, ainda, AGOSTINO, Rosely Brito (filha de Antonio Paraibano); e campos, Raimunda Brito (filha de Bernardino de Brito Lira) 51 CARVALHO, Valentim Florencio de. DEPOIMENTOS. SOUSA, Manoel Coelho de. DEPOIMENTOS. In VAZ, 1990, obra citada. Valentim Florencio de Carvalho, antigo morador do Marajá, e Manoel Coelho de Sousa, de Cana Brava. 52 Conforme os depoimentos do Sr. Valentim, do Marajá; Manoel Coelho, de Cana Brava; Alzenir; Manetinha; João Furtado; In VAZ, 1990, obra citada.
41 Com a chegada dos Paraibanos, estes começaram a construir casas de alvenaria, cobertas de telha. Quando João Paraibano casou, construiu a primeira casa, a “Casa de Pedra” 53; depois foi construida a casa de Zé Paraibano, e por fim a de Antonio Paraibano, o “Sobrado”54. Mudam a maneira de construir e de morar. Em torno dessas primeiras casas, começou o ajuntamento de outras, constituindo-se em um Povoado – o “Brejo do Paraibano”, como ficou conhecido. Em 1934 já haviam cinco casas cobertas de telhas, conforme informa Alzenir. Em 1939, o povoado do Brejo do Paraibano é visitado pelo Interventor Paulo Ramos55, que ia de São João dos Patos para Pastos Bons. A visita ao brejo é acidental, pois Paulo Ramos não tinha conhecimento daquele povoado, escondido no meio da serra pelos podersos da época – entrenda-se D. Noca, a senhora Joana da Rocha Santos, já então inimga declara dos Paraibanos. Ouçamos a neta de Antonio Paraibano: [.../ o João Paraibano soube que ele [Paulo Ramos] ia passar pelo Brejo. Preparou umas faixas em homenagem ao Interventor, reuniu um grupo de pessoas para esperar. E o Interventor, ao passar por aquele lugarejo, se impressionou, e falou: - Mas vocês não falaram que aqui havia uma povoação... - Não, aquilo ali não é nada, não tem nada... Ele viu as faixas no inicio do povoado e quando saiu, descobriu aquela casa de dois andares, no meio da mata, uma casa que, modestia à parte, era melhor do que a de d. Noca, em São João dos Patos, era melhor do que a dos Neivas, em Pastos Bons (Eliza Brito Neves dos Santos).
Por volta de 1947, a cidade se apresentava, aos olhos de Clodomir Lima Campos, então com seis anos de idade, quando de uma visita ao povoado – suas rememorações se confundem de quando chegou, aos 11 anos, para estudar:
53
Construída em 1932. Iniciada em 1933 e concluída em 1934. Quando Guilhermino de Brito casou, o primeiro filho morreu. Ainda moravam em casas de taipa, cobertas de palha, como os demais moradores. A mulher dele, gestante, foi a Juazeiro de Norte e aconselhados pelo Padre Cícero Romão Batista, pela descrição do terreno onde iriam habitar, aconselhou a construir casas melhores, de tijolos e cobertas de telha, pois havia material para isso, naquela região. Tinham a intenção de deixar a região, pelas dificuldades e a dor de perda do primeiro filho, Josias. Voltaram e assim procederam... (SANTOS, Elisa Brito Neves dos. DEPOIMENTOS; CAMPOS, Clodomir Lima. DEPOIMENTOS. In VAZ, 1990, obra citada.) 55 PAULO MARTINS DE SOUSA RAMOS – Servidor público federal, no Rio de Janeiro, chegou ao Governo do Maranhão, que exerceu de dezembro de 1937 a abril de 1945. Não se tem noticia de nenhum outro governante que tenha passado mais tempo no poder. Por quase dez anos impôs-se como um governante empreendedor, ao mesmo tempo em que marcava sua biografia com o exercício atribiliário e violento do poder político. Eleito indiretamente pela Assembléia Legislativa em 1936, a partir de 1937 seria Interventor Federal por decisão de Getulio Vargas, que instalara no Pais a ditadura do Estado Novo. Nasceu em Caxias-MA, a 4 de maio de 1896, filho de Raimundo Martins de Sousa e de Maria Porcina dos Santos Ramos. Bacharel em Direito pela Faculdade do Pará. Submeteu-se a concurso para o Ministério da Fazenda, aprovado, prestou serviços em Recife, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde obteve projeção como servidor exemplar, ocupando cargos importantes no Tesouro Nacional, destacando-se as diretorias da Despesa Publica e da Recebedoria, além da Comissão de Liquidação da Dívida Flutuante. Estreitou relações de amizade com Osvaldo Aranha, então Ministro da Fazenda do governo Vargas. Candidatou-se, pelo Maranhão, a Assembléia Nacional Constituinte, em 1934, não logrando a eleição. Aquiles Lisboa indispôs-se com o presidente Vargas, e para pacificar as forças em luta, foi escolhido um nome de consenso para sucedê-lo, recaindo a escolha em Paulo Ramos. De seu governo, participaram todos os partidos, menos Vitorino Freire e seus aliados. Este, sem condições no Maranhão, volta ao Rio de Janeiro. Vargas apoiaria Dutra a presidência da República e Paulo Ramos informa que não poderia acompanhá-lo, pois significaria a volta de Vitoriano ao Maranhão, o que seria um retrocesso, e isso não permitiria. Renuncia ao cargo de Interventor em 1945, através de um manifesto, e aderia a candidatura de Eduardo Gomes a presidência. Aproximando-se as eleições de 1950, Getulio o encarrega de três missões no Maranhão: reorganizar o PTB, ser candidato ao Senado, trabalhar a seu favor na qualidade de candidato a Presidência da Republica. Candidatou-se a Câmara dos Deputados, sendo o mais votado das oposições. Teve participação ativa no episódio que questionou a posse de Eugenio Barros, aliado de Vitorino Freire. Faleceu no Rio de Janeiro a 16 de fevereiro de 1969. (BUZAR, 2001, obra citada, p. 357-363). 54
42 [...] eu me lembro, antes de vir estudar na cidade, eu vinha de Cana Brava, era povoado, uma serra que se chama Serra da Boa Vista, são seis quilometros de serra. No tempo do inverno, a lama; no verão, a poeira... aquele povo que chegava no Brejo lavava os pés para ir para a cidade, o povoado, na época... na entrada se via logo a Igreja de São Sebastião, aí se subia por aquela rua larga, que hoje é a avenida Eugenio Barros e, lá adiante, me lembro bem, meu pai diaiza: ‘Aquele é o sobrado construido pelo João Paraibano’... meu mostrava todo aquele povoado, aquelas ruas largas, bonitas, lá, deppois do sobrado, subia, era plano, mas o povoado em sí, qaundo passou à cidade, o ponto forte, só era a... somente a rua que vinha da Igreja de São Sebastião e do sobrado ao mercado de João paraibano; dai começou a surgir outras ruas. Me lembro bem, ali defronte do mercado, aquela praça Guilhermino Brito era areia, aquela rua 7 de setembro era areia que dava no meio da perna, a maior luta para construir uma calçada. No mes de julho, o vento era forte e ninguém queria morar ali, o areal era grande, e com o movimento dos animas, a poeira era maior. Hoje, é como se fosse uma árvore com os seus galhos, só tinha os galhos... o Beco do Manoel Chicó, manoel Vermelho, eram os principais; o Caminho dos Cacimbos, que era a casa de voces... (in DEPOIMENTOS, 1990).
A Sra. Rosely Brito Agostinho, uma das filhas de Antonio Paraibano, de seu segundo casamento, intervém na entrevista de Manetinha e dá outros detalhes da cidade:
E tinha atrás da rua principal, acompanhando o ‘L’, já no final, tinha numa rua que era só casa de palha, que era só meretriz. O pessoal, a gente que tinha uma criação rígida, não era nem para olhar porque... era chamado de “Cofo”. [Manetinha explica:]morava lá um velho chamado Augusto, e a casa dele... era ele quem patrocinava esse tipo de coisa... a casa dele era coberta de palha, parede de palha, mas quando aquelas paredes rasgava, em vez de corrigir essa palha, ele colocava um cofo velho, porque naquela época, usavam muito cofo, cofo de algodão; o pessoal trazia o algosão do interior e em vez de trazer em saco, eles traziam no cofo. E ele ia lá no comércio, no depósito do finado Guilhermino, João Furtado, e trazia aqueles cofos grandes; aí só fazia cobrir, fazia uma esteira e colocava. Por isso surgiu a história do cofo, pois as casa eram todas rudimentares.
A Sra. Rosely lembra que o “Cofo” era “chefiado” por um irmão de Antonio Paraibano, o que é confirmado por Clodomir Lima Campos: “[...] quando o Cofo começou a se estruturar, foi para lá liderar, comandar, com um boteco, o finado Quintino Brito, irmão de Antonio de Brito Lira”.
43
44
DA AGRICULTURA AO COMERCIO
45
Segundo o IBGE (1984) 56, a estruturação espacial do território maranhense, naqueles anos 1920, é o resíduo de um secular processo produtivo apoiado no modelo economico latifundiário, primário-exportador, do século XIX, impulsionado pelos pequenos produtrores migrantes, que justapuseram ao antigo regime monocultor, com concentração rígida de terras, uma nova estrutura constituída de pequenas explorações de agricultura de subsistencia:
A organização espacial da década de [19]20 já retrata a passagem que se dava em fins do século XIX, quando do grande declinio da economia agricola do Estado, de um aproveitamento mercantil de grandes explorações para um sistema de pequenas unidades de produção, que embora ligados ainda à cultura do algodão já se estruturava na direção de uma produção francamente para subsistencia (IBGE, 1984).
A cotinucultura sobrevivia, ainda, como a principal cultura do Estado, ocupando os espaços conquistados no Século XIX – vales do Itapecuru e Paraíba e o então chamado Alto-Mearim. Nessa época, o algodão produzido já provinha de pequenas lavouras instaladas pelos “agregados” dos antigos latifúndios, na maior parte, migrantes nordestino. O algodão convivia na mesma “roça” com o arroz, o milho e a mandioca – culturas de subsistencia. Por essa época, já despontava a extração do coco babaçu, incentivada pelas primeiras exportações para a Alemanha, feitas em 1911, expandindo-se no periodo da Ia Guerra Mundial, sendo que nas decadas de 20 e 30, passa a ser o principal produto de exportação do Estado (IBGE, 1984). O Algodão e o arroz ocupavam a mesma área – 22.553 hectares cultivados -, aparecendo São João dos Patos como um dos maiores produtores de arroz e milho. Em 1920, a área cultivada no Estado era de 62.810 hectares, sendo que São João dos Patos contribuia com 9,6% desse total, com algodão, mandioca, milho e arroz, ocupando 99% da área cultivada. Vale lembrar que os dados fornecidos pelo IBGE (1884) referem-se ao ano agricola de 1919-1920, e que os municipios de São João dos Patos, Loreto, Nova Iorque, Carolina, Passagem Franca, Colinas (Picos), Mirador, Benedito Leite foram desmembrados de Pastos Bons no ano de 1920. A conquista de novos espaços economicos, com a expansão da fronteira agrícola, a partir da década de 1920 se dá pelo avanço de pequenos lavradores, na maior parte nordestinos, expulsos pelas secas e pela condição de “trabalhsadores sem terras”, chegados em massa às terras “livres” e úmidas do Maranhão. Os principais caminhos
56
BRASIL, IBGE, Atlas do Maranhão. Rio de janeiro: IBGE, 1884, p. XI-37
46 de penetração do migrante nordestino parecem ter-se vitalizado na década de 20, quando se deu a ocupação do divisor Itapecuru-Mirim, visando à exploração do babaçu. Como visto, é dentro desse quadro que Antonio de Brito Lira chega ao Maranhão: [...] antes da chegada dos Paraibanos algumas pessoas chamavam ‘Brejo do Faustino’ justamente por ser o pai de Faustino de Sousa proprietário de uma porção de terra [...] porém ele não deixou nenhuma marca de trabalho [...] então os Paraibanos chegaram ao Maranhão, eles trataram logo de plantar grandes roças [...] (Eliza Brito neves dos Santos) [...] chegaram ao Maranhão em março de 1920, no lugar País da Terra; em 1921 tiveram sua primeira roça; em 1922 mudaram-se para Jatobá; e em 1923 mudaram-se definitivamente para o Brejo; e só em 1924 fizeram sua preimeira roça (Eliza Brito Neves dos Santos) [...] todo mundo trabalhando na lavoura (João Furtado de Brito). [...] mais tarde [...] chegou a mãe de meu avô (Antonio de Brito Lira), Ana Maria da Conceição; ela morava em Surubim, depois Lagoa do Arroz; também vieram outros irmãos [...] José de Brito, que também adquiriu outra gleba de terra, que se chamou ‘Chapada do Zé de Brito’, adquiriu de Vitorino Fernandes, filho de José Fernandes [...] chegaram também, mais tarde, Quintino de Brito Lira [...] Florentino de Brito Lira [...] Antonia de Brito Lira, Totonha, que veio se localizar na Ponta da Serra [...] (Eliza Brito Neves dos Santos). [...] eles trataram logo de plantar grandes roças. Dizia meu pai que o povo comentava: ‘esses paraibanos são loucos, plantar uma roça grande, que não tem condições de colher’. Mais que nada, colhiam direitinho, trabalhavam, e ai foram se fixando, foram se casando. (Eliza Brito Neves dos Santos).(In DEPOIMENTOS).
O povoado (depois cidade) começou em torno das casas dos Paraibanos, que iniciaram um comércio em frente de suas casas e começaram a adquirir generos de outros moradorees da região e iniciaram uma feira. Com essas facilidades, as pessoas começaram a morar umas próximas às outras, num ajuntamento de casas, dando inicio ao desenvolvimento da cidade. Pode-se estabelecer o ano de 1924 como o ano em que foi inicada a formação do primeiro núcleo populacional da cidade, quando João Paraibano compra seu pé-de-loja de uma pessoa chamada Cícero, que vivia no lugar Buriti do Mundo – daí deu apelido de Cícero do Buriti do Mundo. João Paraibano transfere essa quitanda para junto das casas já construidas por ele e seus irmãos e pai, onde é hoje a cidade de Paraibano. João Paraibano – João de Brito Lira -, verificando que os demais produtores da região sempre tinham um excedente de suas lavouras, que lhes permitia a troca por mercadorias necessárias a sua sobrevivencia e, tal como esses produtores, sentia dificuldades em adquirir produtos e insumos assim como retirar a sua produção, esta já em quantidade, decide estabelecer um comércio.
47 Compra os excedentes e o babaçu , levando para venda em Pastos Bons e passa a adquir mercadorias naquela 57
cidade, passando a vender no Brejo, agora “do Paraibano”. Consegue um empréstimo – não havendo certeza com quem - se Theoplistes Teixeira58, ou José Neiva de Sousa59 – para implementar os negócios e começa a pagar em dinheiro vivo a produção agrícola que adquire e os serviços prestados60– “pagavam os trabalhadores a 2.500 reis a diária”61. Essa atitude causa espécie aos poderosos da época – os Rocha Santos62 de São João dos Patos, e os Neiva63, posteriormente os Teixeira64, de Pastos Bons. Esses, os grandes comerciantes da época, líderes politicos inclusive, que traziam aquelas pessoas comprometidas financeiramente, pelo tipo de comércio desenvolvido. Agricultores sem terras ou pequenos proprietários, “pegavam” os generos necessários para subsistencia e entregavam o excedente e o produto de suas coletas, em pagamento. Ao receberem em dinheiro vivo, passam a dar preferecia dos negócios com os Paraibanos. Um irmão de João, Bernardino, estebelece outro comércio, mais abaixo do dele. Suas quitandas eram montadas em frente de suas casas, cobertas de palha, onde colocavam uma balança de madeira com corrente e começavam a comprar os generos.
Havia a feira de Bernardino de brito Lira, era uma grande casa de telha, e tinha uns boxes, rudes, mas tinha. Era muito interessante, lugar para açougue, para as frutas e nos dias de domingo, que depois passou para o sábado, havia aquela grande reunião de pessoas, que vinham do interiuor fazer compras de carne, de generos. Vender também, babaçú... era um movimento muito grande. As feiras de Paraibano tornaram-se famosas... [...] ele [Guilhermino de Brito Lira] trabalhava, de início, para o irmão, João de Brito Lira, e mais tarde montou o seu próprio comércio, como Bernardino também montou o seu comércio, Marcos de Brito Lira, José de Brito Lira [José de Brito Sobrinho]. Todos se tornaram comerciantes. E o Brejo do Paraibano tornou-se um grande centro comercial, de grande porte, para aquela época [...] [...] e lá perto da Igeja de São Sebastião, e ao mesmo tempo, funcioinava outra feira, não do mporte da do Bernardino de brito Lira, mas funcionava, uma feira de d. Noca Rocha Santos [...] (Eliza Brito Neves dos Santos). 57
Antes da chegada dos Paraibanos, o babaçu não era utilizado como mercadoria; servia apenas para cobrir as casas, fazer azeite, temperar comida, fazer sabão, não se constituindo fonte de renda. VAZ, 1990, obra citada, DEPOIMENTOS. 58 THEOPLISTES TEIXEIRA de Carvalho e Cunha, casado com Antonia Amélia Dias Carneiro. Exerceu a magistratura, deixando-a para assumir cargo de Deputado no período de 1946 a 1958. Filho de João Teixeira, líder político de Pastos Bons, parlamentar na Assembléia por 24 anos. Seu sogro, Godofredo Dias Carneiro era chefe político de Colinas, exercendo mandato de Deputado por 16 anos. (in BUZAR, 2001, obra citada, p. 419-426). 59 JOSÉ NEIVA de Sousa nasceu na antiga Vila de Nova Iorque a 26 de maio de 1885, filho de Justino Neiva de Sousa e de Amélia Augusta de Neiva, abastados fazendeiros do alto sertão maranhense, onde a família era poderosa do ponto de vista econômico e político. Bacharel em Direito, foi Promotor Público, Juiz de Direito. Eleito, em 1945, para a Assembléia Nacional Constituinte pelo PSD, partido de Vitorino de Brito Freire. Em 1947, foi eleito Senador. Em 1950, abandonando o PST, outro partido fundado por Vitorino, filia-se ao PSD, de Saturnino Bello, e elege-se Deputado Federal pelas Oposições Coligadas. Nas eleições de 1954, mudou de partido, mudando-se para o PDC, ficando na suplência. Sem mandato político, encerrou a vida política. Faleceu em 19 de outubro de 1960. Pela sua bravura e combatividade (ao Vitorinismo) ficou conhecido como “Águia de Pastos Bons”. (in BUZAR, 2001, obra citada, p. 275-280). 60 AGOSTINO, Rosely Brito, em intervenção em entrevista concedida por BRITO, João Furtado de. DEPOIMENTO. in VAZ, 1990, obra citada. 61 CARVALHO, Valentim Florêncio. DEPOIMENTO. in VAZ, 1990, obra citada. 62 ROCHA SANTOS, família tradicional de São João dos Patos, liderada por Joana da Rocha Santos, conhecida como “A Rainha do Sertão”. 63 NEIVA, família tradicional de Pastos Bons. Ver nota 32. 64 TEIXEIRA, tradicional família de Pastos Bons. Ver nota 31.
48
A(s) Feira(s) Para Coutinho, Neves, e Silva (2006)
65
, historicamente, as feiras livres se consolidaram como importante
estrutura de suprimento de alimentos das cidades, especialmente as interioranas:
No Nordeste, a feira é uma relevante atividade que promove o desenvolvimento econômico, social e cultural, facilitando o escoamento da produção familiar, comercializando alimentos com preços reduzidos, valorizando a produção artesanal, promovendo a integração social e preservando hábitos culturais.
Vieira (2004) descreve que a feira é um importante mecanismo de suprimento de gêneros alimentícios e existe desde o período da colonização: Nos primórdios, as barracas se localizavam nos portos, locais onde se vendiam pescados e outros produtos. O comércio era informal, até que em 1771, o Marquês do Lavradio, 3º Vice Rei do Brasil, criou a primeira lei que visou regularizar a atividade e autorizou o funcionamento dos mercados de alimentos nas ruas. A partir de então, este comércio adquiriu as atuais características de feira livre. Em 1904, através do decreto no 997, as feiras foram reconhecidas formalmente pela administração pública, autorizando o seu funcionamento aos sábados, Domingos e feriados (In COUTINHO; NEVES; SILVA, 2006) 66.
Quanto menor o município, mais importante a feira para o seu desenvolvimento local, pois garante a comercialização da produção familiar, da pequena agroindústria e de produtos artesanais: A feira também favorece outros setores da economia, através da circulação de capital pelos feirantes, que após a comercialização de seus produtos, costumam comprar a vista em vários estabelecimentos do município. (COUTINHO; NEVES; SILVA, 2006) 67.
No Brejo, a comercialização era feita em uma espécie de Feira, onde se reuniam as diversas pessoas, habitantes da região. Foi o primeiro comércio da cidade, e tem seu inicio já em 1924. Comercializava-se de tudo. As pessoas vinham de duas, tres léguas de distancia, tanto para vender como para comprar. As mercadorias eram trazidas por tropeiros, em lombo de burro, assim como eram transportadas, depois, para São João dos Patos, Pastos Bons,
65
COUTINHO, Edima Pinto; NEVES, Halanna Cavalcante da Nóbrega, ; SILVA, Eurides Marcílio Ginu da. FEIRAS LIVRES DO BREJO PARAIBANO: CRISE E PERSPECTIVAS. In XLIV CONGRESSO DA SOBER “Questões Agrárias, Educação no Campo e Desenvolvimento”, Fortaleza, 23 a 27 de Julho de 2006, Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. 66 VIEIRA, R. Dinâmicas da feira livre do município de Taperoá. 2004. Monografia. (Trabalho de conclusão do Curso de Geografia) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2004, citado por COUTINHO, Edima Pinto; NEVES, Halanna Cavalcante da Nóbrega, ; SILVA, Eurides Marcílio Ginu da. FEIRAS LIVRES DO BREJO PARAIBANO: CRISE E PERSPECTIVAS. In XLIV CONGRESSO DA SOBER “Questões Agrárias, Educação no Campo e Desenvolvimento”, Fortaleza, 23 a 27 de Julho de 2006, Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. 67 COUTINHO, Edima Pinto; NEVES, Halanna Cavalcante da Nóbrega; SILVA, Eurides Marcílio Ginu da, 2006, obra citada.
49 Colinas, Floriano. Os legumes eram trazidos do interior. Arroz, feijão, milho, trazidos no lombo de burros, assim como o babaçú e o algodão68. Seu Valentim lembra que a primeira feira foi ‘ali, perto daquele sobrado velho’. Chamava a Feira do Bernardino e, naquele início, só se vendia carne. Devido à Feira, a primeira de João Paraibano, depois a de Bernardino, o Brejo se transformava num centro regional, com um comercio forte, que dominava já toda a região. Conforme relata Alzenir: Aqui ainda não tinha industria, o comércio era do João Paraibano, ele tinha uma loja e tinha uma grante feira. Primeiramente era de João Paraibano e vinha gente dessa redondeza toda, distante duas, tres léguas. Vinha gente para a feira. E tanto trazia muita coisa para vender como comprava; e depois João Paraibano comprou um caminhão. As primeiras mercadorias era trazidas de Floriano nas costas de burros. Tinha os tropeiros. Os legumjes do interior. Arroz, milho e feijão, fora legume, era tudo carregado nas costas de burro. Tinha os homens que o nome era tropeiro. Tinha Pedro Pocidonio, era tropeiro. Pedro Augusto, era tropeiro. Augustinho Rocha, era tropeiro. E tinha mais, diversos tropeiros com o emprego. O nome deles já era Fulano Troipeiro, porque o trabalho deles era tropiar, carregar legumas, algodão, tudo. João tinha um grande comércio, comprava e ia vender em Floriano. Para Floriano ele levava no carro dele, carro grande. Mas aqui na redondeza tudo era colhido na costa de burro.
Santos (2013)69 lembra:
E, então, mal havian o sol despertado, quando já se ouvia o trote dos cavalos montados pelos fregueses procedentes de vários lugarejos, inclusive de outros municipios, como Pastos Bons, Passagem Franca, Mirador, para realizarem as compras da semana, ao tempo em que outos traziam animais com cargas de generos alimentícios, frutas, babaçu em amendoas, capões gordos, rapadura, mel de abelhas e muitos outros produtos, para fazerem as suas vendas.(p. 2223)
Alzenir informa de onde vinham as mercadorias, antes da aquisição dos caminhões:
[...] as primeiras mercadorias eram trazidas de Floriano, no lombo de burros. Tinha os tropeiros. Os legumes, do interior: arroz, milho, feijão, fora legumes, tudo carregado nas costas de burro.
68
Alzenir, como era conhecida Antonia Frazão de OLIVEIRA se lembra de algumas dessas pessoas que se dedicavam ao transporte de mercadorias, os tropeiros, Pedro Posidônio, Pedro Augusto, Augustinho Rocha, assim como tinha aqueles que incorporaram ao próprio nome a profissão, Fulano Tropeiro, porque “o trabalho deles era tropiar, carregar legumes, algodão, milho, tudo”. In VAZ, 1990, obra citada. 69 SANTOS, Eliza Brito Neves dos. A Feira de Paraibano. In O TEMPO NÃO APAGOU. São Luis, 2013, p. 22-31
50 João Furtado de Brito diz que saiam de Paraibano com 20, 30 animais, seja para Floriano, aí vinha para cá, de carga de lá para cá: “Eram dois dias de viagem a cavalo. Agora, as tropas eram cinco dias de viagem. Nós, que vínhamos a cavalo, na frente, com dois dias estava aqui”. Eliza Brito (2013)70 lembra, ainda, que seus pais sempre acolhiam em sua casa proprietários de terras, compadres, parentes e amigos, entre estes: Manoel Alves Ferreira (Nenzinho); João da Chica; Anfrísio Pereira de Sá; Manoel Pereira, da Alegria; João da Cruz; José Tomaz (do Cocal); Rosalvo do Garana; Sulina do Barreiro; João Amancio de Lucena; Jaldo Moreira; Claudio Pedra; os Martins do Angical e Vagem Suja; os Rosenos, Anselmo Batista Carneiro e os seus filhos; e muitos outros que, depois das compras, vinham fazer suas refeições na casa de seu hospedeiro. Para tanto, a mesa era farta e não faltava comida para ninguém, rememora Eliza. Com o desenvolvimento, outros comerciantes – como a sra. Joana da Rocha Santos e seu irmão Eurico da Rocha Santos, de São João dos Patos – resolvem se estabelecer no povoado. Dona Noca instala sua “feira” próxima à de Bernardino. Para gerenciar os negócios de Dona Noca, chega a cidade o Sr. Nicéias Mendes Vieira. Além do comercio de generos – secos e molhados, carnes –, mantinham na cidade uma industria de algodão, uma bolandeira. Antonio Diniz, outro comerciante, também se estabelece na nascente cidade. A feira de Bernardino situava-se em uma grande casa de telha, com boxes para carne, para frutas, secos e molhados, toda especie de generos. Também havia venda da produção agricola. Vendia-se o excedente para se adquirir os generos de primeira necessidade, como sal e querosene, soda cáustica, tecidos – havia mais de dez lojas, só de tecidos - além dos alimentos. Vendia-se também bolo, café... Diz Barros (2013) que a hospitalidade também era característica dos demais comerciantes, que vieram se estabalecendo após o desenvolvimento da feira, tornando Paraibano centro de comércio: Antonio Diniz Barros, Bernardino de Brito Lira, João Furtado de Brito, Niceias Mendes Vieira (gerente da firma Rocha Santos), Joaquim José de Carvalho (gerente da firma Antonio Queiroz), e outro que foram se instalando com o transcorrer dos tempos também costumavam receber seus frequeses em suas casas:
No fundo dos quintais, sempre abrigavam-se os animais dos fregueses, bem como nas latadas de palha que eram construidas em frente ao comércio, onde se instalava uma enorme balança de madeira, com braços de ferro e grossas correntes para pesar os sacos de babaçu, de arroz, de algodão, de milho e de outros produtos agricolas, vindos do interior, para a comercialização [...] (p. 23).
Tomamos de Eliza Barros (2013) o funcionamento da feira e dos comércios que iam se instalando ao seu redor, até a transformação em mercado:
70
SANTOS, 2013, obra citada, p. 23
51 [...] Ali se comercializava tudo: o Sr. Manoel Lopes vendia anéis de latão, dona Quitéria, tia Soledade e outras prendadas senhoras vendiam bolos gostosos, sendo famosas as broinhas de tapioca (goma), que ninguém resistia à tentação. (p. 24). [...] Nos boxes, o Sr. Mamoel Vermelho vendia carne, pessoas diversas vendiam comida, café e muitas outras variedades; meu tio Quintino sempre vendia cachaça, transportada em um saco de palha que ele chamava ‘surrão’; o sr. Antonio Maxixe, que a principio se aborrecia com o apelido, após refletir melhor e pensar no lucro com as vendas, passou a oferecer o produto, gritndo; ‘Olhe o xarapim!’ E, assim, se movimentava o comrcio informal. (p. 24).
Próximo à “feira” de D. Noca, e à sua usina de beneficiamento de algodão, se instalaram outros comerciantes. Próximo, moravam: Cicero Gomes Correia e João Ribeiro, casados com d. Dulce e d. Lourdes, respectivamente, ambas filhas do sr. Manoel Chico, da Juçara, conceituado proprietário de terras; Marçal José de Sousa, Cicero Damasceno e, por tras da Capela de São Sebastião, o Capitão da Guarda Nacional Faustino Coelho de Sousa; um pouco mais abaixo, tia Satu, viuva de João Lopes, mãe de varios filhos, entre estes Adão Lopes , poeta, compositor de varias modinhas, casado com Lidia Furtado Brito. Segundo Eliza Santos (2013), um senhor, ainda novo, vindo do Marajá chamava a atenção de todos pelos seus gritos, ecoando pelas ruas. Às vezes, pela manhã, outras à tarde e, quando se aproximava do comércio de d. Noca gritava: “Conforme as condições, municipio é Pastos Bons, Chico Mundoca irmão de Zé Paçoca, os home daqui é seu Niceas e seu Zé Paraibano, o resto é fio d’ua égua se vergonha”. Em sua caminhada, fazia paradas estratégias nas casas comerciais para comprar pinga, que segundo os visitantes, era de boa qualidade. Entre as diversas marcas produzidas nos alambiques das localidades próximas, Eliza lembra da famosa ‘Messejana’, em cujo rótulo lia-se: fabricada por Manoel Pereira (Alegria) e engarrafada por Guilhermino de Brito Lira. Dos tipos ‘apreciadores da maranhense’, Eliza se refere ainda à Pedro Centenária, um senhor alvo, careca, de idade avançada, mas sempre disposto e presente nos dias de feira. Trazia um saco com raizes de macaxeira, assim apresentando: vira mnguau no fundo da panela. Era só comprar, e ele investir o dinheiro na bebida. Outro, era Feliciano do Gapara, presença constante nos dias de feira. Portador de uma memória invejável, mesmo dpois de ingerir várias doses – sempre cortesia dos ouvintes – recitava romances de cordel, inteiros. Em 1948, Guilhermino de Brito Lira reuniu um grupo de comerciantes para discutirem a construção do mercado, pois o desenvolvimento do povoado já exigia tal providencia:
[...] já depois que João Paraibano havia saído de lá, pois ele saiu em 1943. Guilherrmino resolveu reunir os comerciantes em sua residencia e ali combinaram para construir o mercado; cada pessoa fazia, construia um quarto (box), deixando o centro livre para o comercio dps feirantes de carne [...] [...] os comeciantes se reuniram na sala de visitas de minha casa, alguns comerciantes convocdos por Guilhermino, meu pai, e ali combinaram construir um mercado por conta própria, por volta de 1949 foi
52 construido o mercado de Paraibano, sem aquela ajuda de Pastos Bons, que naquela época tinha como marco de construção apenas a Escola Rural João Pareaibano [...] [...] um mercado particular, cada um tinha um quarto (box). Foi iniciativa de meu pai [Guilhermino de Brito Lira], que convidou Lourenço Araujo Lima, e fizeram quase todo ele. Fizeram muitos quartos e depois foram vendendo os pedacinhos, o centro foi doado para a Prefeitura fazer o que quizesse, fizeram uma venda de carne no centro, então fizeram um galpãozinho, o meu irmão, e ficava vendendo carne, essas coisas [...] Edificado o prédio, o setor comercal intensificou-se nas suas proximidades, ocorrendo um grande desenvolvimento na parte mais alta do povoado, que até então era mais habitado a partir da Capela de São Sebastião até a casa senhor Pedro Possidonio ( Pedro Tropeiro). As demais casas eram distantes umas das outras. Como exemplo, quando se saia de casa para visitar alguém que morava proximo da Unidade Escolar Henrique Dias, falava-se: ‘eu hoje tenho que ir lá na Chapada do Zé de Brito71’. (SANTOS, 2013, p. 27).
Por volta de 1950, o comércio do povoado já causa inveja aos municípios vizinhos, assim como grandes oficinas de calçados, destacando-se a pertenccente aos sr. Neuton Noleto de Sá, Venancio Pereira, Francisco Gomes Ribeiro (Chico Siebra), Manoel Duda e Sebastião Araujo Lima que, além de vender sapatos, chinelos, selas, etc., divertia a população com sua famosa coleção de discos de Luiz Gonzaga. Lembra Eliza:
Geralmente as lojas maiores, já em numero bem elevado, acrescentando-se a do sr. Cícero Coelho de Sousa – Cícero Rico72 - vendiam mercadorias variadas: tecidos finos (organdi suiço, seda priana, tafetás,cambraias de linho, linho irlandes, seda pura, musseline, etc.), comprados a Alves de Brito, em Recife. De Fortaleza passavm os viajantes de Jean Jereissati e J. Amin Jereissati. Da Bahia Salomão Sibalde, viajante de Valério & Cia., que também abastecia o comércio, destacandos-e entre seus produtos de venda a tricoline da Torre, e chapéus de feltro, que por cortesia traziam entre a copa e a aba a indicação paravquem estava sendo fabricado: ‘fabrico especial para Guilhermino de Brito Lira’. Para ‘Antonio Diniz Barros’, para ‘João Furtado Brito’, para ‘Niceas Mendes. De Teresina, o sr. Alberto, em seu Jeep Willyz Owerland represetaa ‘A Samaritana’, de Tomaz Tjara & Cia.. De Floriano vinham ferragens e outro produtos ca Casa Inglesa, da Marc Jacobs, Salomão Mazuad, e Calixto Lobo. Medicamentos vinham da Farmácia Sobral e Rocha, para complementarem os de Odaly soares, de Fortaleza (p. 28-29).
O Sr. Félix Pereira de Páscoa 73, ao propor a fundação de uma ONG que abrigaria os moradores ausentes, nascido no Brejo, assim se manifesta:
Dei graças à Deus pela emancipação politica em 06 de janeiro de 1953 (sic),dou graças à Deus pelos 50 anos de Paraibano, não sei quantos habitantes havia na época, o comércio era bem desenvolvido, fábricas de calçados eram 04, a do Chico Ciebra (sic), a do Neuton Sá, a de Sebastião Soriano e a do meu tio Venancio Pereira da Silva, foi lá que apendi a profissãoque serviu para mim conhecer em outras plagas e outros modos de vida 71
José de Brito Lira, irmão de Antonio de Brito Lira; adquiriu ‘o pé de chão’, de cerca de 200 hectares, de Vitorino Fernandes de Sousa, antigo morador. Zé de Brito residiu lá por muitos anos, em companhia de sua segunda esposa Francisca de Sá, e seu filho Francisco ds Chagas Brito, e seu sobrinho Higino Brito. 72 Por volta de 1947 transferiu o comércio do lugar Saquinho para o povoado de Brejodos Paraibanos. 73 PASCOA, Feliz Pereira de. CALENDÁRIO DE PARAIBANO para os anos de 2002 e 2003.
53 A produção da região começa a crescer, incentivada pelos Paraibanos, que de agricultores do início, passam a comecializar de tudo, exportando o que é produzido e abastecendo o povoado de tecidos, sal, querosene, soda cáustica, enfim, de todos os produtos necessários:
[...] a expansão do comércio, que tinha os principais comerciantes João paraibano, Bernardino de brito Lira, Guilhermino, Marcos, todos irmãos. Aí vem o velho Niceias Mendes Vieira. [.../ tinha um comércio lá em Paraibano, com a industria de algodão, a bolandeira dos Rocha Santos, Eurico da Rocha Santos e Joana da Rocha Santos, que eram sócios, o gerente foi o Niceias Mendes Vieira. Também comerciante o Antonio Diniz Barros (Clodomir Lima Campos).
O Sr. Niceias Mendes Vieira era o gerente do comercio mantido na cidade pela Sra. Joana da Rocha Santos, conhecida como D. Noca. Essa senhora instala-se no povoado para tentar recuperar a hegemonia do comercio, perdida quando João paraibano e seus irmãos inciciam a comercializsação da produção excedente da região, e passam a fornecer os principais produtos de consumo:
Mais tarde d. Noca instalou uma casa comercial no brejo. Eu lembro que um dos gerentes do seu comércio era o Sr. Iceias Mendes Vieira [...]. a parte dos Rocha Santos de São João dos Patos, porque em Pastos Bons tinha a d. Alcina neiva, irmã de d. Noca, casada com o dr. José neiva de Sousa. Esta não se peocupou com a paerte comercial de Paraibano. Entretanto, d. Noca e o sr. Eurico, eles tinham o maior interesse. Fundaram comércio, se estabeleceram em Paraibano, chegando d. Noca a construir, mais tarde, uma pequna usina de algodão (Eliza Brito Neves dos Santos).
D. Noca se utilizava de um caminhão para transportar os produtos adquiridos na região. Retirava essa produção excedente como se fosse produzida em São João dos Patos, sem pagar os impostos devidos a Pastos Bons, fato que viria gerar um desentendimento, mais tarde, com os Paraibanos. Os Paraibanos fazim comércio com todo o Nordeste, e mesmo o Sul do País. Da região, compravam generos alimenticios, babaçu, algodão, resina, couro de animais, etc., e exportavam os produtos de duas industrias de oleo de babaçu e de caroço de algodão, aguardaente, rapadura, calçados. Frequentemente iam a Floriano, Teresina, Fortaleza, Recife, São Paulo, onde faziam grandes compras de generos alimentícios, implementos agricolas, maquinas industriuais, caminhões e automóveis. Tinham como seus principais fornecedores:
[...] firma Alvaro de Brito, no Recife; ujm viajante da Bahia, de nome Salomão Sibaude; nas firmas J. N. Jereissati e Jean jereissati, em Fortaleza; em teresina, na firma Tomas Tajra e Cia. (Eliza Brito Neves dos Santos).
Observa-se que o comercio maior era com o Nordeste, não havendo praticamente ligação com São Luis, pois:
54 [...] dada as dificuldades de estradas, inclusive o comércio mesmo era feito com Floriano, com as firmas Marques Jacó, da casa Ingleza, a firma Moraes e Cia. Só depois é que em 1960 é que a gente veio a ter um contato com São Luis . (Eliza Brito Neves dos Santos).
Manetinha nos relata como eram essas viagens a São Luis, ainda nos anos 1950. Conta que Adão Lopes de Sousa, genro de Quintino Paraibano, foi a São Luis no ano de 1953, onde passou uma semana. Para se chegar a São Luis, gastava-se quatro dias, indo a Floriano, de la para Teresina, e em Teresina tomava-se o trem para São Luis 74 . O comercio atinge o auge na epoca da emancipação do Municipio, em 1952, e se mantem por praticamente 10 (dez) anos, decaindo a partir de 1963.
74
(CAMPOS, Clodomir Lima. DEPOIMENTOS, in VAZ, 1990, obra citada).
SÁBADO DA FEIRA GRANDE EM PARAIBANO/MA75
55
O sábado que antecede o Sábado de Aleluia em Paraibano/MA é conhecido como o dia da Feira Grande, e a feira livre acontece na Praça do Mercado Ludovico Freire.
É chamado Sábado da Feira Grande devido na ocasião a feira livre ser intensificada principalmente por moradores da zona rural do município que trazem suas mercadorias (abóbora, azeite de babaçu, galinha caipira, puba, ovos caipira, queijo... ) para serem vendidas e ao mesmo tempo fazem suas compras para passarem a Semana Santa juntamente com visitantes(familiares e amigos que vêm de outros centros). Este ano (2014) a feira caiu neste sábado, 12 de abril. As atividades começaram por volta das 4:00 h da manhã, os produtos mais comercializados foram: peixes; tapioca, puba e tempero para fazer bolos; sardinha em lata e macarrão espaguete para fazer as famosas tortas; pião, baralho e dominós para entreter no grande feriado; confecções entre outras mercadorias. O movimento foi grande, e os feirantes e comerciantes faturaram bem mais uma vez. O empresário Zé do Geraldo fretou e disponibilizou para hoje mais de 10 (dez) carros para moradores da zona rural virem à sede e retornarem às suas residências neste dia, um ato que já está virando tradição assim como a Feira Grande. 75 BIRA DO RÁDIO. PARAIBANO/MA. Disponível em http://biradaradioinforma.blogspot.com.br/2014/04/sabado-da-feira-grandeem-paraibanoma_8606.html , sábado, 12 de abril de 2014.
56 Viva a tradição, viva a Semana Santa, viva a Feira Grande em Paraibano, parabéns ao Sr Zé do Geraldo pela iniciativa de disponibilizar carros aos sertanejos e boa Páscoa a todos.
57
A HISTÓRIA DA ABÓBORA EM PARAIBANO
58
Por Leonardo Lasan http://www.paraibanonews.com/blog/2017/04/03/a-historia-da-abobora-de-paraibano/
Zim Marão e esposa Antonia Luiza. Zim é filho do pioneiro da abóbora na região. A abóbora plantada em Paraibano desde os anos 70 e atualmente na região alcançou no ano passado uma economia de 26 milhões de reais, segundo estudo do SEBRAE e apresentado durante Fórum do Polígono da Abóbora no Parque de Vaquejada em setembro passado. Mas para alcançar essa cifra, muitas lutas, suor, alegrias e sofrimentos foram carregados em jacás e lombos de animais. Iniciado nos anos 70, mas precisamente no povoado Cabeça da Vaca de onde foram transportadas as primeiras abóboras para serem vendidas na feira: “Meu pai Alexandre Francisco Santana trazia no lombo de jumento, para vender a abóbora que era partida em talhadas pra venda na feira de sábado… era uma viagem longa, fizesse sol ou chuva, eu ainda era criança e ajudava meu pai” revelou Walmir Santana (57 anos) ao site. A princípio a abóbora era plantada na roça de arroz para consumo próprio da família dos lavradores. O tino para o negócio da abóbora veio com o paraibano José Marão, o primeiro a vender em escala comercial, conforme disse seu filho Zim Marão: “ Ele trazia da roça plantada no povoado Cabeça da Vaca, era trazida em cima de animais, aqui em Paraibano colocava as abóboras em sacos e em cima de um carro pau-de-arara, levava até Floriano e de lá o produto era transportado para Recife, com a venda, o dinheiro ganho foi aumentando e também o tamanho da roça, aí os amigos viram o lucro e passaram a plantar também” afirmou Zim que hoje é um dos maiores produtores de abóbora da região, juntamente com parentes.
59
Orleans, Walmir e Josias: Histórias da abóbora. Foto:Lasan Para o paraibanense Orleans essa visão do futuro da produção e venda da abóbora foi logo abraçada pelos comerciantes ainda no início dos anos 80 a exemplo de Chico Castor, Chico Jovelina e Senhor Ormar: “Veio o comprador o senhor Alagoano com a família residir em Paraibano e foi um dos primeiros grandes compradores residindo no município, isso deu uma alavancada e influenciou outros compradores como os pernambucanos, Josias, Antônio Garanhuns, Marcos e Cícero Perua e aí deslanchou para a fama da abóbora de Paraibano em todo o Brasil” disse Orleans. Josias Paz Barreto pernambucano que está no mercado há mais de 20 anos afirmou que a abóbora plantada em Paraibano é a melhor do Brasil. Que o estado do Pernambuco investiu mais de 16 milhões na economia da região na compra do produto, somete no ano passado. Mas Josias critica o pouco investimento do Governo do Maranhão e a alta da taxa de imposto sobre o produto, o que inviabiliza maior investimento dos pequenos lavradores no plantio da abóbora: “O Governo do Estado e a Secretaria de Agricultura do Maranhão deve olhar com mais atenção para o pequeno agricultor, investindo na melhoria da produção, diminuindo os impostos, apoiando-os muito mais. Um dos problemas é o transporte da roça até o ponto comercial ou o carro trucado, como o produto é perecível é necessário esse apoio de logística” disse Josias durante entrevista realizada em setembro de 2016 no Fórum do Polígono da Abóbora em Paraibano “Paraibano continua sendo o melhor local do Brasil para se comprar abóbora e esse produto daqui é aceito em todos os Estados. Então é preciso mais investimentos, diminuição dos impostos, acredito que de todos os estados do Nordeste, o Piauí e Maranhão, são os únicos que cobram esses impostos, com isso quem sofre a consequência é o pequeno agricultor, é preciso rever essa política, nós consumidores estamos há anos contribuindo com nossa parte na economia do município e do Estado, precisamos desse apoio para maior desenvolvimento e melhora de vida do povo do Maranhão” pontuou Josias, atualmente um dos maiores compradores de abóbora na região.
60
Mas nem todos que plantam abóbora na esperança de lucros se dar bem nos negócios. Ainda falta uma capacitação para orientar os pequenos lavradores, com experiências na questão do clima, de manejo, etc. Outra opção é o cooperativismo, para evitar os atravessadores que se aproveitam do tempo de início, meio e fim de safra para monopolizar os preços. Como o produto é perecível, muitos não alcançam o preço desejado em tempo hábil, o que pode estragar a fruta e com isso todo um anos de trabalho. Já foram feitas tentativas para a formação de uma cooperativa mas não houve consenso. Para Zim Marão outro problema são os bancos que não tem uma linha de créditos para a abóbora, tem para outros tipos de legumes e frutas, mas no caso das corcubitácias (família da abóbora) não existem apoio por parte dos grandes bancos. E nessa luta, mesmo sem tecnologia adequada e dependendo do clima e de Deus, a produção de abóbora segue, destacando o município como Capital da Abóbora. N semana de 6 a 8 de abril de 2017, o município de Paraibano sedia a AGRITEC a maior feira de agritecnologia do Maranhão, e um dos carros chefes e símbolo da feira é a abóbora, o produto que mais traz economia para a região.
SUCUPIRA DO NORTE – MA76
61
Histórico Sucupira do Norte foi criada através do movimento de feirantes que se instalavam sob as sombras das faveiras e sucupiras, no entrocamento das estradas que ligam as cidades de Mirador, Pastos Bons e Paraibano. Os primeiros desbravadores vieram dos municípios de Nova Iorque, Pastos Bons e Colinas, ali se fixando com suas famílias para, em seguida, iniciar o cultivo da lavoura, no que foram bem sucedidos, dado a boa qualidade de terra. Possuindo o local uma previlegiada localização, já que era cortado por estradas que davam acesso a várias localidades, passou a despertar o interesse de comerciantes ambulantes, liderados por João Paraibano, radicado em Brejo do Paraibano, para ali realizarem uma feira que por certo atrairia muitos compradores. Em 2 de novembro de 1936, ocorreu a tão esperada comercialização, havendo sucesso total os vendedores. Daí em diante, novos moradores foram chegando e, dentro em pouco, surgia um povoado. O idealizador do local para aquela feira foi João Paraibano, auxiliado pelos amigos Pedro Noé, Aristides Gomes de Moura e outros, vindo mais tarde comerciantes fixos que transformariam a feira de Sucupira em cidade emancipada, como Hilderico Rufino Guimarães, o jovem comerciante Luiz Gonzaga Carneiro, João Queiroz e outros que aos poucos foram fazendo crescer o movimento. Em 1940, foi construída a primeira capela, que tomou o nome de Santa Teresinha, hoje padroeira da cidade. Pela lei nº 2.153, de 16 de novembro de 1961, foi a povoação elevada à categoria de município, com o nome de Sucupira do Norte. Dayana Ribeiro Milhomem História de Sucupira do Norte Os primeiros desbravadores vieram dos municípios de Nova Iorque, Pastos Bons e Colinas, ali se fixando com suas famílias para, em seguida, iniciar o cultivo da lavoura, no que foram bem sucedidos, dado a boa qualidade de terra. Possuindo o local uma privilegiada localização, já que era cortado por estradas que davam acesso a várias localidades, passou a despertar o interesse de comerciantes ambulantes, liderados por João Paraibano, radicado em Brejo do Paraibano, para ali realizarem uma festa que por certo atrairia muitos compradores. Em 2 de novembro de 1936, ocorreu a tão esperada comercialização, havendo sucesso total os vendedores. Daí um diante, novos moradores foram chegando e, dentro em pouco, surgia um povoado. Em 1940, foi construída a primeira capela, que tomou o nome de Santa Teresinha, hoje padroeira da cidade. Pela lei nº 2.153, de 16 de novembro de 1961, foi a povoação elevada à categoria de município, com o nome de Sucupira do Norte. A área integrante do atual município foi desmembrada de Mirador. Verificando a existência de grande quantidade de Sucupira na região, os moradores do local decidiram-se por esse topônimo, quando da escolha da denominação a ser dada ao município. Gentílico: sucupirense Formação administrativa Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de Sucupira do Norte, pela lei estadual nº 2153, de 16-11-1961, desmembrado de Mirador. Sede no atual distrito de Sucupira do Norte ex-povoado constituído de 2 distritos: Sucupira do Norte e Várzea criada pela mesma lei do município. Instalado em Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos: Sucupira do Norte e Várzea. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979. Em divisão territorial datada de 18-VIII1988, o município é constituído do distrito sede.
76
Fonte IBGE; https://pt.wikipedia.org/wiki/Sucupira_do_Norte
62 Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005. Sucupira do Norte foi criada através do movimento de feirantes que se instalavam sob as sombras das faveiras e sucupiras, no entrocamento das estradas que ligam as cidades de Mirador, Pastos Bons e Paraibano. O idealizador do local para aquela feira foi João Paraibano, auxiliado pelos amigos Pedro Noé, João Brito, Aristides Gomes de Moura e outros, pouco antes dos anos 50, vindo mais tarde comerciantes fixos que transformariam a feira de Sucupira em cidade emancipada, como Hilderico Rufino Guimarães, o jovem comerciante Luiz Gonzaga Carneiro, João Queiroz e outros que aos poucos foram fazendo crescer o movimento. Em 1940, foi construída a primeira capela, a de Santa Teresinha, padroeira da cidade. Somente em 13 de janeiro de 1960, através do Decreto do governador Newton Belo, depois de uma batalha travada por Manoel da Câmara Guimarães (o Manoel Doutor), com o apoio do então Deputado Temístocles Teixeira, Sucupira foi emancipada, desligando-se definitivamente do município de Mirador, cujos comerciantes exerciam uma espécie de rivalidade contra os sucupirenses. A nova cidade de Sucupira do Norte, teve como primeiro prefeito Hilderico Rufino Guimarães, que governou por 1 ano, oportunidade em que repassou o cargo para o comerciante Luiz Gonzaga Carneiro.
COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE
63
As dificuldades para se chegar a região eram enormes pois não havia estrada nem transporte. Viajava-se a cavalo, acompanhando o caminho das tropas de burro, havendo mais facilidade de comunicação com São João dos Patos, distante 40 quilometros, do que com Pastos Bons, sede do municipio, distante 30 quilometros. Era mais facil ir a Floriano-PI e dai para outros estados do Nordestes do que para a Capital, São Luís. De Barão de Grajaú até São João dos Patos havia uma estrada vicinal (carroçal), em que trafegam caminhões, procedentes de todo o Nordeste, carregando mercadorias, principalmente o sal e a querosene. Faziam questão de passar mais tempo em Paraibano, em razão do comércio e da hospedagem. Já havia dois hotéis, enquanto em Pastos Bons, nenhum. Floriano era o ponto de abastecimento mais próximo, tanto que a rimeira primeira estrada construida foi ligando o Brejo a Floriano, por onde se escoava a produção e onde eram adquiridos os implementos e as mercadorias necessárias para a própria sobrevivencia da região. Em 1935, João Paraibano adquire um caminhão77 – o primeiro! –que servia de transporte para a cidade. Adquirido na cidade de Fortaleza. Para trazer esse caminhão, foi necessário abrir caminho a facão. As pessoas que moram próximo a estrada existente, utilizada pelas tropas de burros, fugiam assustadas pensando que era o fim do mundo, pois não conheciam carro que não fosse de tração animal. Ouviam o barulho do motor e fugiam para o meio do mato. Em Paraibano, já circulava o caminhão de Joana da Rocha Santos, para transporte de produtos agricolas adquiridos em Paraibano e levadas para São João dos Patos. Toda a produção adquirida por Dona Noca e transpoirtada para sua cidade, saia como produto daquele municipio, não pagando-se os impostos e taxas a Pastos Bons. Dai naquela epoca São Joao dos Patos ter uma grande produçãoi agricola, cuja queda vai se refletir quando da emancipação do municipio. Mais tarde, João adquire outro caminhão, assim como Guilhermino adquire seu Forde 1948 do sr. Anisio Nunes (custou 78 mil cruzeiros); em 1950, adquire outro caminhão, em São Luis, por 100 contos de reis. Outros
77 Esse caminhão
seria adquido em sociedade com Manoel Coelho de Sousa. Como João Paraibano “começou de fazer umas coisas que eu não gostei, aí eu não comprei mais”. (SOUSA, Manoel Coelho. DEPOIMENTOS, in VAZ, 1990, obra citada).
64 caminhões são adquiridos, como o do sr. Francisco Gomes Ribeiro, o do sr. Antonio Diniz Barros, o do sr. João Furtado de Brito, e outros, conforme nos informa Eliza Brito Neves Barros.78
Propaganda dos caminhões Ford, Diário de São Luis, 1948
Antes, nessas viagens, levava-se de dois a cinco dias. Dois dias em viagem a cavalo; cinco dias, das tropas de burro transportando as mercadorias. Ia-se até Nova Iorque por terra e depois de lá, pelo rio, até Floriano, onde as mercadorias eram entregues ao comerciante Marques Jacob, Salomão, Calixto Lobo. Saia do Brejo com vinte, trinta animais - cavalo, burro, jumento. A estrada era só barro... Depois, compra-se em Fortaleza, Recife, São Paulo. Em principio, o dia de grande movimento era o domingo, quando acorriam pessoas de toda a região. Depois, mudou para o sábado. Algumas pessoas vinham umas poucas vezes por ano, geralmente no verão, para se abastecer e levam, as vezes, ate uma semana de viagem. Lembra Eliza Brito (2013):
Seu Agostinho Rocha, residente proximo ao sr. Francisco Gomes Ribeiro – Chico Siebra – tinha em frente à sua casa um frondoso cajueiro, onde se amarravam os animais de montaria, equipados com selas cravadas de arrebites brilhantes, cilhas fortes, crnonas bem astofadas cobertas com coxinilho ou pelegos coloridos, arreios finamente trabalhados, estribos cromados ou bonitas caçambas presas às selas por loros afivelados. Tudo para conforto e orgulho do cavaleiro, que sempre portava esporas nos pés e pendurava na mão uma chibata igualmente enfeitada com metais. Quanto às mulhres, essas coitadas!... quase sempre vinha à pe´[...] p. 25
78
In DEPOIMENTOS, VAZ, 1990, obra citada
65 João Paraibano, em 1943, deixa o Brejo, indo se instalar em Imperatriz . Os negócios são assumidos por 79
Bernardino, Guilhermino de Brito Lira, Marcos de Brito Lira, José de Brito Sobrinho. Campos e Damasceno (2012)80 apresentam-nos da seguinte forma o desenvolvimento da região do Brejo, com a chegada dos Paraibanos:
O município de Paraibano surgiu nos moldes da corrente pastoril, e como todas as cidades, é resultado de um processo que foi se consolidando ao longo dos anos com esforço de seus habitantes que foram traçando o seu perfil. A esse respeito Callai (2000, p. 84) comenta: O espaço construído resulta da história das pessoas, dos grupos que nele vivem, das formas como trabalham, como produzem, se alimentam e fazem / usufruem o lazer. Isto resgata a questão da identidade e a dimensão de pertencimento. É fundamental, neste processo que se busque reconhecer os vínculos afetivos que ligam as pessoas aos lugares, às paisagens [...] 81 Não se sabe ao certo quem primeiro chegou às terras paribanenses, segundo dados do IBGE, o local onde está situado o sítio urbano da cidade, pertencia ao Sr. José Fernandes, de origem desconhecida. Em 1920, chegou ao local, o paraibano Antônio Brito Lira, acompanhado de seus familiares, em busca de melhores condições de vida, já que a seca assolava seu Estado (BRASIL, 2011) 82.
Ao chegar à localidade Antonio negociou com José e adquiriu a gleba de terra de 2.000 hectares e assim se tornou proprietário, dando início à produção agrícola e pecuária, alcançando grande sucesso na produção. De 1920 a 1930, enquanto se dedicava à lavoura, os pioneiros construíram casa de tijolos e cobertas e telhas. Sendo cada vez maiores as colheitas, o povoado foi progredindo e atraindo moradores e com isso, tomando outro aspecto; assim, o lugar cresceu vertiginosamente, tornando-se centro exportador de arroz, milho, feijão, fava e algodão para o Nordeste, de onde vinham, em caminhões de propriedade da família Brito Lira, mercadorias para serem vendidas na região (BRASIL, 2011). De espírito empreendedor, João Brito Lira continuou na liderança e em 1931, organizou uma feira, onde todos pudessem comercializar seus produtos, causando grande repercussão na região, além dos resultados positivos auferidos pelos produtores. Em 1937, dando continuidade ao crescimento e desenvolvimento do povoado foi construído a capela de São Sebastião, padroeiro do lugar e em 1945, os filhos de Antônio Brito Lira, mandaram construir um mercado, para onde foi transferida a feira.
Conhecido inicialmente como Brejo do Paraibano, o povoado foi elevado à categoria de município pela Lei Nº 841, de 30 de dezembro de 1952, com o nome de Paraibano, em homenagem a seu fundador. A área integrante do atual município foi desmembrada de Pastos Bons.
79
João Brito Lira (João Paraibano). Comerciante. Chegou a Imperatriz em 1955, vindo de Brejo do Paraibano (MA) (sic), onde nasceu. Fundou a Casa Paraibana, localizada, à época, na Rua Simplício Moreira. Foi a maior loja comercial da década de (19)50 em Imperatriz. Vendia tecidos, louças, alumínio, miudezas em geral e foi a primeira loja a vender brinquedos a pilha e máquinas de costura. Casado com Edilia (sic) Coelho Brito, com teve seis filhos, entre eles Maria de Jesus Brito, comerciante, uma das primeiras proprietárias de boutique em Imperatriz, a D´J Modas. in SANCHES, Edmilson (Redator e Editor). ENCICLOPEDIA DE IMPERATRIZ: 150 ANOS: 1852-2002. Imperatriz: Instituto Imperatriz, 2003, p. 318. 80 CAMPOS, Clodomir Lima; DAMASCENO, Maria Rosilene Silva. PERCEPÇÃO SOCIOAMBIENTAL DO BAIRRO SUBESTAÇÃO E ENTORNO: um estudo de caso sobre as nascentes do Riacho Quandus. Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia do Instituto de Educação Superior do Brasil – IESB como requisito parcial para obtenção do grau de licenciado em Pedagogia. Orientadora: Profª Especialista Samantha Borges; Co-orientadora: Engenheira Civil e Especialista Claudene do Socorro Campos. Paraibano, INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO BRASIL – IESB PÓLO: PARAIBANOMA, CURSO: PEDAGOGIA, 2012. 81 CALLAI, Helena Copelti. Estudar o lugar para compreender o mundo. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). O ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000, citada por CAMPOS e DAMASCENO, 2012, obra citada. 82 BRASIL. IBGE, Estatística do Registro Civil de 2010. Rio Janeiro: IBGE, 2011.
66 Por iniciativa do Senador José Neiva, em 1947, é solicitado a integração do Brejo do Paraibano com o restante do Estado, através da instalação de uma linha telegráfica:
67
68
69
DO TIJOLO AO ÓLEO – INSTALAÇÃO DA INDÚSTRIA
A primeira indústria instalada no Brejo foi a da ceramica, para o fabrico de tijos e telhas. As casas, até a chegada dos Paraibanos, eram construidas de palha, alguimas de barro, mas cobertas de palha. Mesmo os Paraibanos, ao chegarem, passam a morar nesse tipo de habitação. Após a morte do primeiro filho de Guilhermino, e ouvindo conselhos de Padre Cícero Romão batista, de Juazeiro do Norte-CE, que indica, dada as características do lugar, o melhor local onde pudessem iniciar a produção do material – tijolo e telha -, começa a produção, inicialmente para uso próprio. Por muito tempo foi uma indústria desenvolvida em Paraibano...
[...] a construção das casas dos Paraibanos... não só se inctivava o fabrico das telhas, dos tijolos, mcomo trouxeram também operários de fora. Trouxeram operários, assim como Noel Cardoso, parente do fundador, para ajudar na construção, para ensinar, pois até isso era difícil [...] (Eliza Brito Neves
dos Santos). Alzenir lembra que agora já tem muita industria aqui, de óleo...
[...] está com muitos anos que aqui tem motor de benficiar arroz, depois o João Furtado de brito [sobrinho de Antonio Paraibano] te motor de pilar arroz, usina de tirar oleo, de beneficiar algodão e aqui tem mumas doze usinas de beneficiar arroz [...]
Eliza lembra que já se fabricava aguardente, rapadura. A cana de açucar era cultivada para consumo local, antes da industrialização do Brejo, pois o açúcar era mercadoria rara, destinada apenas às elites, como também lembra Manetinha, rememorando as viagens de João Paraibano, quando instala uma feira debaixo de uma grande árvore – sucupira -, distante seis quilometros:
[...] ele saia de Paraibano com uma carrada de mercdorias e lá ele colocava debaixo de uma árvore frondosa, chamada sucupira. E o pessoal daquelas imediações levava o produto e trocava por mercadorias. Trocava por soda caustica, pela rapadura, pois o açucar era produto da elite naquela época [...]
Essa feira, de João paraibano, debaixo dessa árvore, vem originar a cidade de Sucupira do Norte...
70 É ainda Clodomir Lima Campos quem conta que alguns agricultores se dedicavam ao cultivo da cana e mantinham engenhos para produção de rapadura e aguardente: “meu pai era agricultor. Tinha um sitio de cana, tinha duas juntas de carga para puxar engenho”. Paraibano era, em 1955, segundo dados do IBGE, um dos maiores produtores de rapadura e aguardente de cana do Estado. Sua cachaça era famosa, além fronteiras do Maranhão. No final da década de 1930, inicio da de 1940, se inicia o aproveitamento da madeira, com a fabricação de móveis. Aé então, estes eram trazidos de fora, como informa Eliza Brito:
[...] para voce ter uma ideia, nem móveis eram conhecidos no Brejo, isto é, nem o fabrico de móveis. E João Paraibano, quando recebeu o Interventor Paulo Ramos (em 1939), trouxe seus móveis de fora, do Ceará, de Floriano. Mais tarde chegou outra pessoa ligada àquela família do fundador, o Sr. Henrique, um hábil marceneiro. Conheci muitos móveis de minha casa, mesa, cadeira, carteira de comércio, cama, guardaroupa , muito bem feitos, construidos pelo sr. Henrique, cunhado da segunda esposa do fundador. Não tenho ideia do sobrenome [...]
A primeira industria foi instalada por Guilhermino de Brito Lira, uma máquina de beneficiar arroz, e depois a de óleo, vendida a João Furtado de Brito:
[...] foi a de Guilhermino, de beneficiar arroz [...] (Valentim Florencio de Carvalho) [...] meu pai tinha máquina de arroz, máquina de algodão, de óleo babaçu, e comprava generos de todo Loreto, Sambaiba, daqui até Presidente Dutra, nós compravamos generos. [...] A produção e 75% das terras do municipio aqui foi do velho meu pai. Depois foi vendendo... mas dava muita produção para o municipio, era 80% da enda de Pastos Bons (Onildo Lira Brito). Primeiro meu pai montou uma máquina de beneficiar arroz, na decada de 1950, e depois montou uma máquina de extração de óleo vegetal, extração de babaçu, do caroço do algodão. Montou também uma máquina de beneficiar algodão. Depois o João Furtado de Brito montou a sua industria de arroz, de óleo e de algodão [...] (Eliza Brito Neves dos Santos).
A sra. Joana da Rocha Santos também se instala no Brejo, e ao que parece a sua máquina de algodão é anterior à de Guilhermino, muito embora os antigos moradores considerem a de Guilhermino como industria na acepção da palavra, pois fazia o beneficiamentto, não servindo apenas para descaroçar o algodão, como lembra o Sr. Valentim Florencio de Carvalho: “Servia para descascar algodão e arroz”. Clodomir Lima Campos diz ser uma “bolandeira, movida a motor, um instrumento muito antigo”. Eliza Santos informa que desde a decada de 1940 D. Noca tinha uma “descaroçadeira de algodão, muito rude, não tinha o aspecto dessas modernas”. Chico Siebra, como era conhecido Francisco Gomes Ribeiro, cunhado de Antonio Paraibano, instala uma fábrica de fogos, produzindo fósforo e foguetes:
71 [...] uma fábrica de fósforos clandestina, não tinha nada registrado. Fazia fósforos e inclusive, foguetes, foguete de rabo aqueles que faziam assim (gestos) (João Furtado de Brito). [...] a industria de fosforos floreceu em Paraibano. A famila da esposa do fundador tinha uma irmã, por nome Maria Duda, que veio ao Maranhão com o esposo, e implantaram essa industria de fogos, de fósforos, onde o Sr. Francisco Gomes Ribeiro, conhecido como Chico Siebra, ligado à família, e que mais tarde se torna cunhado do fundador, com o segundo casamento. Esse moço, além de fabricar fósforos, foi um grande incentivador da industria de calçados. [Eliza Brito Neves dos Santos).
Paraibano teve grande produção de calçados. Segundo o IBGE, pelo censo economico de 1955, essa produção chegou a 2.500 pares. Exportava para todos os municipios vizinhos. Havia a industria do sr. Nelton Noleto de Sá, uma grande industria do sr. Chico Siebra: “industria grande que eu digo é que, embora naqueles moldes antigos, vendia muito”, conforme Eliza Brito neves dos Santos:
[...] meu pai, junto com meu irmão, José brito Lira, tinha também uma fábrica de calçados. O sr. Manoel Duda tinha também uma industria de calçados e tinha várias outras sapatarias. O fabrico de calçados em Paraibano constitue um marco do setor economico.
Paraibano dispunha de grande tradição industrial. Municipio que tinha muitas industrias de aguardente, serrarias, beneficiamento de óleo, do algodão, máquinas de arroz. Outros foram continuando aquela tradição, confiada a um sobrinho do fundador, casado com uma neta, o Sr. João Furtado de Brito, cujos filhos continuam o trabalho do pai, como o sr. Raimundo Ari Furtado.
72
POLITICA
73
Desde que os “Paraibanos” “invadem” o territorio de Dona Noca, iniciando a comercialização e, especialmente, a monetarização (uso de dinheiro vivo para pagamento de bens e serviços), Joana da Rocha Santos torna-se “inimiga” dos Brito Lira. Primeiro, de João Paraibano a quem persegue usando seu poder político e, quando este deixa a região desgostoso com essas perseguições, volta-se para Guilhermino, herdeiro do posto de pessoa mais influente do Brejo. João não se envolve com a politica, deixa para Guilhermino essa parte. Quando os Teixeira, de Pastos Bons, assumem o comando politico da região, é com estes que os “Paraibanos” passam a se defrontar, até a emancipação política do Municipio e a transformação do povoado em cidade.
Sobre Dona Noca A região “dos pastos bons” – Pastos Bons e São João dos Patos e seus entorno – era dominada politicamente pela família Rocha Santos, de Patos. Joana da Rocha Santos – Dona Noca – foi prefeita de São João dos Patos83 durante
83
O município de São João dos Patos surgiu na primeira metade do século XIX, com a ocupação da região por criadores e lavradores oriundos do município de Passagem Franca, atraídos pela fertilidade das terras. A aglomeração iniciou-se entre duas lagoas denominadas de "Lagoa de São João" e "Lagoa dos Patos", por esse motivo recebeu seu primeiro nome LAGOAS. Posteriormente, influenciado pela veneração, por parte dos moradores da localidade de São João Batista, que se tornaria o Padroeiro da cidade, e com isso, passou a se denominar a localidade de" Lagoa de São João "mais tarde São João dos Patos". Teve como prefeita Joana da Rocha Santos considerada a primeira prefeita do Brasil, mulher que se tornou lenda na região, por uma visão evolutiva para seu tempo.
74 a ditadura Vargas . Seu irmão, Eurico da Rocha Santos, além de comerciante, foi Deputado. Seu cunhado, 84
José Neiva dos Santos – dos Neiva, de Pastos Bons –, fora Juiz de Direito, depois Senador da República. O “imbróglio” entre os Rocha Santos e os Brito Lira começa quando a Sra. Joana da Rocha Santos, em 1939, se apodera de um poço de água que servia à cidade – até então o relacionamento era cordial, embora já houvesse uma rivalidade comercial. Guilhermino se opõe, dizendo que a água era pública. Segundo o Sr. Manoel Coelho, teria começado com João Paraibano, devido à rivalidade comercial, o que causou sua saída da cidade85. Aproveitou-se da ocasião para intensificar as perseguições...86
Dona Noca havia adquirido uma propriedade, fazendo uma cerca em torno de uma aguada, onde as pessoas se abasteciam. Guilhermino não aceita, pois tinha conhecimento de que não se podia proibir o acesso à fonte de água potável. Guilhermino vende algumas cabeças de gado, para custear uma viagem a São Luis, a cavalo. Na Capital, procura o Chefe de Policia de modo a resolver a questão. O que aconteceu, apesar de todo o poderio da “Rainha do Sertão”. D. Noca tinha seus aliados na cidade, conforme relata o Sr. Valentim Florencio de Carvalho: D. Noca para mim era muito boa, mas para os outros era meia carrasca. Porque mandava matar, fazer o diabo. Ela dizia que nunca casou para homem não governar ela. 84
Dona Noca da Rocha Santos, a única mulher no Brasil a Administrar um município por 30 anos. Dona Noca foi a primeira prefeita do Brasil, em São João dos Patos - não eleita -, vale a pena salientar que esse titulo que São João dos Patos teve a primeira prefeita mulher e real, porque era tempo de ditadura, era tempo da Ditadura Vargas, década de trinta sendo ela nomeada para o cargo. http://edmilsongil.blogspot.com.br/2014/05/saojoao-dos-patos-familia-rocha-santos.html 85 João Paraibano deixa o Brejo e muda-se para um lugar chamado Alto Alegre, no Piauí, em 1943. Depois, em 1955, volta para o Maranhão, estabelecendo-se em Imperatriz, tornando-se um dos grandes comerciantes do Vale do Tocantins. 86 O Sr. Valentim Carvalho, do Marajá, ex-empregado de D. Noca, em seu depoimento afirma que: “D. Noca para mim era muito boa, mas para os outros era meia carrasca (...) porque ela mandava matar, fazer o diabo (...) ela dizia que nunca casou para homem não governar ela (...) quando tinha festejos, ela trazia as raparigas (...) para insultar e criar problemas com os Paraibanos.” (in DEPOIMENTOS, VAZ, 1990, obra citada).
75 Quando tinha os festejos, ela trazia as raparigas para insultar e criar problemas com os Paraibanos.
76 REVISTA ‘O CRUZEIRO”, 14 DE JUNHO DE 1952
77
78
CRIAÇÃO DO MUNICIPIO
79
A luta pela emancipação do Brejo do Paraibano de Pastos Bons começa quando a política vem de atrapalhar os negócios. A Sra. Joana da Rocha Santos87 (Dona Noca, a Rainha do Sertão) usando de sua influencia – seu irmão, Eurico88, era Deputado Estadual; e seu cunhado José Neiva89, Juiz de Direito e Senador da República - não aceita a nascente liderança dos Paraibanos, especialmente a de Guilhermino de Brito Lira. João Paraibano, irmão de Guilhermino, já comerciante influente, passa a sofrer as perseguições da “Rainha do Sertão”, deixando o Brejo em 1943. Guilhermino assume a liderança, não só comercial, mas também se iniciando na política. Eleito Vereador para a câmara Municipal de Pastos Bons, assume a Prefeitura como presidente da Câmara. Passa um único dia no exercício da função deixando-a, então, e entrega a Prefeitura para os Teixeira90, família influente de Pastos Bons, inimigos políticos de Dona Noca. Os Teixeira estavam já há trinta anos sem assumir a Prefeitura. Guilhermino de Brito Lira, por essa época, tratava dos assuntos políticos diretamente como o Governador do Estado91, não dando satisfações ao Prefeito de Pastos Bons, a quem o povoado era subordinado. A escola, os professores, questões de terra tudo era resolvido sem a influencia dos Rocha Santos ou dos Neiva.
87
DONA NOCA DA ROCHA SANTOS, a única mulher no Brasil a Administrar um município por 30 anos. Dona Noca foi a primeira prefeita do Brasil, em São João dos Patos - não eleita -, vale a pena salientar que esse titulo que são João dos Patos teve a primeira prefeita mulher e real, porque era tempo de ditadura, era tempo da Ditadura Vargas, década de trinta sendo ela nomeada para o cargo. In http://edmilsongil.blogspot.com.br/2014/05/sao-joao-dos-patos-familia-rocha-santos.html. 88 EURICO da ROCHA SANTOS – nasceu a 18.05.1900 e faleceu em 13.05.1984, comerciante, foi deputado Estadual por seis vez. http://saojoaodospatos.br.tripod.com/ricos.htm In http://edmilsongil.blogspot.com.br/2014/05/sao-joao-dos-patos-familia-rocha-santos.html: [...] seu Dôla (Eurico Rocha Santos), que em consorcio com Dona Noca (Joana Rocha Santos) montaram uma usina de beneficiamento de babaçu, e emergia a produção para a cidade. A produção seguia os caminhos do progresso, sul e leste representavam os grandes consumidores do óleo de babaçu. Lembranças inesquecíveis de Eurico da Rocha Santos, um dos fundadores da cidade, [...] Também nos lembramos da velha Figueira do Velho Dola (Eurico da Rocha Santos), árvore não frutífera que o único fruto era o ti-ti-ti político que esquentavam os termômetros da política local, onde se discutia os destinos políticos da Cidade, do Estado e do País e essa arvores frondosa ainda existe frente ao antigo escritório do velho Dola hoje administrado por dona Silvinha Lyra da Rocha Santos viúva do ex deputado Turíbio da Rocha Santos,que ainda conserva e guarda as lembranças da era de ouro da família Rocha Santos. É... Ali na sombra do pé de figueira se formatava os políticos do amanhã tudo formatado pelo patriarca da familia e uma especie do marqueteiro da época Eurico da Rocha Santos e com seu terno de linho branco era uma figura de respeito e reverencia de todos os políticos locais se tornando conselheiro e referencia. e em seu palácio nas rua das cajazeiras subia as escadaria varias personalidade política de expressão nacional como Sarney,Nunes Freire,Bacelar,Lobão,Cafeteira.Nos porões das memórias de São João dos Patos temos uma rica história cultural, desde os tempos das lamparinas, dos candeeiros, das candeias, dos cigarros de palha, dos forrós e da originalidade da verdadeira musica regional, das batidas de criollo da mãe moça e forró dos três irmão sem mixagem.Isto desde os velhos tempos de Noca Santos, Mulher de coragem e muito evoluída para o seu tempo que fez todos os marmanjos se curvarem a seus pés..." 89 NEIVA, família tradicional de Pastos Bons. Ver notas 90 Ver notas 31 e 37. 91
80 Uma noite, já no final de 1952, chega à casa de Guilhermino o Deputado Gonçalo Moreira Lima , 92
acompanhado do Deputado Djalma Brito93 – sobrinho do Senador Vitorino Freire e genro de Gonçalo. Dizem a Guilhermino que estavam querendo a emancipação do Brejo. O político forte, em Pastos Bons, nessa época já era Theoplistes Teixeira de Carvalho e Cunha, deputado estadual. O Brejo (do Paraibano) era o povoado mais prospero do município de Pastos Bons, com uma renda altíssima, inúmeras indústrias, casas comerciais enormes que atendia a toda a região, além da Feira. Pastos Bons sobrevivia dos impostos pagos pelo Brejo e não dava nada em troca. Theoplistes Teixeira não tinha interesse no desmembramento de Paraibano, que era uma fonte de renda grande, tinha um colégio eleitoral muito forte e vários vereadores. Sales Moreira tinha interesse em conquistar esses votos, além de derrotar os Teixeira em seu próprio reduto, pois as eleições se aproximavam. Solicitou, então, a Guilhermino um abaixo-assinado, contendo quinhentas assinaturas de eleitores, que daria entrada a um pedido de emancipação junto a Assembléia Legislativa. José Lira Brito – Zuza – preparou as listas em papel almaço, explicando os motivos daquelas assinaturas e, enquanto os Deputados foram a Pastos Bons, saíram varias pessoas da família de Guilhermino – além do próprio, a cavalo - a pedir que assinassem: “Meu pai pediu...”; dentre aqueles que saíram as ruas pedindo que o povo assinasse o abaixo-assinado estavam a Professora Josefina, Justino Vieira, e Antonio Diniz Barros. Eliza Brito Neves dos Santos, então com pouco mais de onze anos de idade, também se envolveu nessa empreitada, inclusive assinado a lista! De eleitores! No dia seguinte, quando Gonçalo Moreira retornava por Paraibano, recebeu a lista – com as quinhentas assinaturas – e entrou com o projeto na Assembléia, exigindo, desde o inicio, que queria o nome de “Paraibano”, em homenagem àqueles homens que foram realmente os responsáveis pelo desenvolvimento da região do antigo “Brejo do Faustino”, então “Brejo do Paraibano”, hoje, cidade de Paraibano.
92
GONÇALO MOREIRA LIMA – SALES MOREIRA – nasceu em 16 de janeiro de 1896 na casa grande da Fazenda Cacimbasa, no antigo município de Picos, hoje Colinas, filho caçula de Filomena Soares da Silva e José Moreira de Lima. Recebeu o apelido de Sales Moreira em homenagem ao presidente da Republica Campos Sales. Desde que disputou seu primeiro mandato de deputado a Assembléia Legislativa do Maranhão, em 1947, só discrepou uma vez do Vitorinismo: em 1965, quando apoiou a candidatura de José Sarney a governador do Maranhão. Aos 17 anos foi estudar em Teresina no colégio do professor Benedito Francisco Ribeiro, quando conheceu Humberto de Alencar Castelo Branco, que viria a ser Presidente da República, durante o Regime Militar. Com a morte do pai, passa a estudar em São Luis, vindo a trabalhar na Biblioteca Pública Benedito Leite, emprego conseguido por seu irmão Bento – foi desembargador. Quando da saída de Bento do governo, seu cargo na Biblioteca foi dividido e, não gostando da manobra política, Gonçalo pediu exoneração. Durante a ditadura Vargas, Gonçalo viveu em Colinas – já casado com Rosília (Lili); ousado e empreendedor, angariou grande fortuna, fazendo da Serra Negra a capital de seu império econômico e político. No governo de Saturnino Bello foi nomeado prefeito de Colinas, quando se aproximou do senador Vitorino de Brito Freire, que voltaria ao Maranhão, em q945, pata fundar o PSD. Foi quando se elegeu deputado constituinte, em 1945. Reeleito em 1950 pelo PST, que Vitorino freire criara. Naquela legislatura – 19511954 - chegou a presidência da Assembléia no período de 1953 a 1954. Nas eleições de 1954 e 1958 voltou a ter assento na Assembléia Legislativa. Nas eleições de 1962 não logrou a eleição, por ter rompido com o governador Newton Bello. Nas eleições seguintes, 1965, recuperou o mandato parlamentar, permanecendo na Assembléia Legislativa ate 1971, quando encerrou sua carreira política. Alem de político e empresário, Gonçalo Moreira Lima cultivava o gosto pelas letras, ocupando suas horas vagas a fazer poemas. Deixou um livro de memórias: O Capitão da Serra negra, onde estão relatadas as ações e atividades Poe ele desenvolvidas pela região da qual se fez representante na Assembléia Legislativa. Faleceu em 12 de novembro de 1982. (in BUZAR, 2001, OBRA CITADA, P. 199-201). 93 DJALMA BRITO -
81 Os documentos necessários para a criação de novos municípios – naquele ano de 1952 – revelam que se exigia um mínimo de quinhentas assinaturas de eleitores, uma população de no mínimo dez mil pessoas, e uma renda mínima de CR$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzeiros). A proposta deveria partir de um Deputado. No processo da criação do município de Paraibano não se observa essas exigências constitucionais, não obedecendo ao que era preceituado. Nenhum deputado, conforme se observa nos anexos, pede a criação do município: consta da folha de rosto: “O POVO DE PARAIBANO”. Ao se manusear os processos de criação de novos municípios existentes na Assembléia Legislativa referente àquele período, se encontra uma declaração da Mesa de Rendas dando a arrecadação da Coletoria da povoação, conforme preceituava a legislação em vigor, e a arrecadação eram sempre em torno de CR$ 50.000,00, mínimo exigido pela Constituição. No processo de Paraibano há um bilhete, pessoal, do Coletor de Rendas, para Guilhermino de Brito Lira, dizendo que somente a Secretaria da Fazenda, na Capital, estava autorizada a fornecer a Declaração de Rendas, mas informalmente fornece os dados de que a renda das três coletorias que funcionavam no Povoado – uma efetivamente como Coletoria, as outras duas, informalmente, como agencias coletora -, era superior a CR$ 300.000,00 (TREZENTOS MIL CRUZEIROS), portanto, seis vezes mais do que era exigido! A Constituição do Estado exigia, ainda, uma declaração da Câmara Municipal do(s) município(s) que iria(m) perder a área de que não se opunha(m) ao desmembramento. Essa declaração deveria ser votada pelos Vereadores. No processo de Paraibano constam bilhetes e telegramas dirigidos a Guilhermino, dando conta que tanto Pastos Bons como Nova Iorque ou Colinas não tinham nada contra. O que consta no processo: • • • • •
Um requerimento, assinado por quinhentas pessoas, encabeçado por Guilhermino; Um bilhete do Coletor; Telegramas e bilhetes de vereadores dos municípios vizinhos afirmando não serem contra a criação do Município de Paraibano; Um Mapa, estabelecendo os limites do novo município; Despachos normais, na tramitação de um processo desse tipo.
O processo deu entrada em Outubro e, quando Dezembro findou, o Município estava criado! E José de Brito Lira tomava posse em 06 de Janeiro de 1953 como o primeiro Prefeito, nomeado. A Lei de criação é datada de 30 de dezembro de 1952·. A instalação se deu em 06 de janeiro de 1953. Aprovada a Lei ninguém mais quis contestar, porque já era coisa dada. Os Rocha Santos, de São João dos Patos, a esta altura já eram amigos dos “Paraibanos”, com exceção de Dona Noca, que nunca se uniu com Guilhermino. Mas os filhos do Sr. Eurico da Rocha Santos – Dola, o Deputado
82 Turíbio, Celso da Rocha Santos, todos eram amigos; a nova geração já se entendia e não havia mais rivalidade, pois Dona Noca já não tinha mais forças de impedir o desenvolvimento de Paraibano. Quanto aos Teixeira, de Pastos Bons, nada mais poderiam fazer, pois a Lei havia sido votada e aprovada. Algumas pessoas em Paraibano eram agora cabos eleitorais de Theoplistes Teixeira, desde quando o Senador Neiva – ligado à Dona Noca por laços de parentesco – perdera o prestígio político. Todos se reuniram, todos se ajudaram a festejar a emancipação do Município.
83
MUNICÍPIO DE PARAIBANO – MARANHÃO
84
MUNICÍPIO DE PARAIBANO94
85
"Brejo Paraibano" Gentílico paraibanense Localização de Paraibano no Brasil Unidade federativa
06° 25' 58" S 43° 59' 02" O
Maranhão
Mesorregião Leste Maranhense IBGE/2008[2] Microrregião Chapadas do Alto Itapecuru IBGE/2008[2] Distância até a capital 496 km da capital km Características geográficas Área - 530,500 km² [3] População 20 104 hab. IBGE/2010[4] Densidade 37,9 hab./km² Clima tropical semi-úmido Fuso horário UTC−3 Indicadores IDH-M 0,592 baixo PNUD/2000[5] PIB R$ 52 259,030 mil IBGE/2008[6] PIB per capita R$ 2 606,70 IBGE/2008[6]
94
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paraibano_%28Maranh%C3%A3o%29 Resultado Final eleições 2012 no Maranhão. Página visitada em 13/01/2013. Divisão Territorial do Brasil Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Visitado em 11 de outubro de 2008. IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Visitado em 5 dez. 2010. Censo Populacional 2010 Censo Populacional 2010 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). Visitado em 11 de dezembro de 2010. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Atlas do Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Visitado em 11 de outubro de 2008. Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 11 dez. 2010. IBGE - cidades@ - Histórico - PARAIBANO (ma) ibge.gov.br (2012 [last update]). Visitado em 9 de junho de 2012.
86 ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS Localização 95 O município de Paraibano, com uma área de 531 km², equivalente a 53.052 hectares de terras. Está servido pela rodovia Ma 135 e está a 503 km se distancia da capital São Luis. Situa-se a Sudeste do Maranhão e faz parte da Mesorregião do Leste Maranhense e da Microrregião das Chapadas do Alto Itapecuru (MARANHÃO, 2002, p. 9, in CAMPOS e DAMASCENO, 2012) O Município de Paraibano 96- "Brejo Paraibano" – está situado a 06° 20' 24" de latitude e a 44° 04' 42" de longitude e a 309 m de altitude, no estado do Maranhão, localizado na Mesorregião 13 do Sul maranhense e na Microrregião 44 de Pastos Bons (BRASIL, 2011)97. Possui os seguintes limites: Ao Norte – os municípios de Colinas e Passagem Franca; A Oeste – os municípios de Sucupira do Norte e Pastos Bons; Ao Sul – o município de Pastos Bons; Ao Leste – o município de São João dos Patos.
95
CAMPOS, Clodomir Lima; DAMASCENO, Maria Rosilene Silva. PERCEPÇÃO SOCIOAMBIENTAL DO BAIRRO SUBESTAÇÃO E ENTORNO: um estudo de caso sobre as nascentes do Riacho Quandus. Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia do Instituto de Educação Superior do Brasil – IESB como requisito parcial para obtenção do grau de licenciado em Pedagogia. Orientadora: Profª Especialista Samantha Borges; Co-orientadora: Engenheira Civil e Especialista Claudene do Socorro Campos. Paraibano, INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO BRASIL – IESB PÓLO: PARAIBANOMA, CURSO: PEDAGOGIA, 2012. 96 O município (do latim municipium, antiga designação romana) ou concelho é uma entidade da divisão administrativa estatal (divisão territorial de determinados países). Trata-se de uma circunscrição territorial dotada de personalidade jurídica e com certa autonomia administrativa, constituindo-se de certos órgãos político-administrativos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Munic%C3%ADpio, acessado em 2/01/2009.
97 BRASIL. IBGE, Estatística do Registro Civil de 2010. Rio Janeiro: IBGE, 2011.
87
Situação geográfica do Município de Paraibano (MA) – Fonte: CAMPOS E DAMASCENO, 2012
88 Segundo dados do IBGE, até 2010, Paraibano possuía uma população de 20.103 habitantes distribuídos entre zona rural e zona urbana, com uma densidade populacional de 37,9/km² (BRASIL, 2011) 98. Quanto aos dados físicos, possui clima tropical com estação seca (classificação climática de Köppen-Geiger: Aw) e, estando situado no planalto maranhense está em uma altitude de 234 m (BRASIL, 2011)99. Possui vegetação típica de cerrado, com a seguinte subdivisão: (MARANHÃO, 2002, p. 22) 100:
Campos Cerrados com Pastagem Natural caracterizado por ser essencialmente campestre, com árvores ou arbustos esparsos, com gramíneas no substrato sobre um relevo aplainado ou superfícies pediplanadas de chapadas. Cerrados, formação pouco densa, bioestratificada com vegetação rasteira do tipo graminóide e arbóreo-arbustivo com ramificação irregular e folhas grandes e endurecidas. É também vegetação típica de chapada e relaciona-se com solos latossólicos. Cerradão: é um tipo florestal com características semelhante ao cerrado, entretanto com árvores mais altas e mais densas; Mosaico de pastagens, florestas abertas e vegetação degradada com babaçu, de usos diversos associados às pastagens que por ser uma vegetação de transição, é nomeada como uma forma individualizada, da família das palmáceas. Quanto a sua hidrografia, faz parte da bacia hidrográfica do rio Itapecuru, em que tem algumas contribuições de riachos, inclusive o Quandus, que vão desaguar no rio Balseiro, afluente pela margem direita do Itapecuru. Além dessa característica possui açude artificial, lagoas, várzeas e um brejo o qual inicialmente deu nome ao povoado “Brejo do Paraibano”.
98
BRASIL. IBGE, Estatística do Registro Civil de 2010. Rio Janeiro: IBGE, 2011 BRASIL. IBGE, Estatística do Registro Civil de 2010. Rio Janeiro: IBGE, 2011 100 MARANHÃO. GEPLAN – LABGEO – UEMA. Atlas do Maranhão. 2 ed. São Luis: LABGEO, 2002. Escalas Variam. 99
89
Croqui da cidade de Paraibano (MA) destacando o bairro Subestação. Fonte: CAMPOS E DAMASCENO, 2012
90
Situação Geográfica:101
O município de Paraibano está localizado a margem da BR-135, a 540 km de São Luis, capital do estado do Maranhão, situado na região das Chapadas do Alto Itapecuru, com área de 535 km2. •
Relevo – destacam-se as serras: Serra Extremas; Serra Grande; Serra do Angico Branco, nos limites com São João dos Patos; Serra da Alegria no limite com Pastos Bons; Serra da Mata Escura.
•
Hidrografia – o município não dispõe de rios. Situam-se na região as seguintes Lagoas: da Chapadinha, do Coqueiro, do Latarano, Lagoa Grande, Lagoa do Coco, e Lagoa do Taboleiro. Ha também uma barragem, a Barragem do Balseiro, cuja água é oriunda da Lagoa da Chapadinha.
•
Clima – temperado, com o período chuvoso que vai de setembro a abril. A temperatura média é de 20º C, com máxima de 34º C e mínima de 19º C. (IBGE, 2000). No que se refere à precipitação pluviométrica anual, situa-se entre 1000/1200 mm, com uma evaporação em torno de 1425 mm, o que da uma precipitação efetiva de -400 a -600 mm. O déficit de precipitação tem uma ocorrência em torno de oito meses, o que causa uma deficiência de 700/600 mm, com um excedente que corresponde a 50/100 mm, em cerca de dois meses durante o ano102. Por essa razão, o clima de Paraibano é semi-úmido seco, índice de umidade efetiva de 20 a 0, com uma aridez entre 41,7 a 33,3 que representa uma umidade do solo de média 10, causada por uma evaporação anual de 900 mm, ocorrendo assim, uma tipologia climática do grupo megaterma do tipo megatérmico.
Pelo exposto (RIBEIRO, 2002), e em função da hidrografia, tributário do Itapecuru, Paraibano se localiza na zona equatorial, de clima quente semiárido, com um solo concessionário lateritico, apresentando uma aptidão para lavouras, silvicultura, e/ou pastagem natural. •
101 102
Vegetação – de cerrado esparso e cerrado fechado. Encontram-se alguns vegetais como: aroeira, pau d’arco, maçaranduba, piqui, cedro, tapioca, e jatobá (RIBEIRO, 2002). Do tipo comum, dos Chapadões, matas e caatingas, apresentam nos bachões os babaçuais. Possui solo bastante fértil (VELOSO FILHO, 1984).
RIBEIRO, 2002, obra citada; VELOSO FILHO, 1984, obra citada. RIBEIRO, 2002, obra citada
91 SÍNTESE DAS INFORMAÇÕES – IBGE 2010
103
De acordo com o IBGE é o seguinte o histórico do Município104: Em 1920, chegava ao local onde hoje se situa a cidade, o paraibano Antônio Brito Lira, acompanhado de seus familiares, em busca de melhores condições de vida, já que a seca assolava seu Estado. Alí, já encontrou o Sr. José Fernandes que residia só e se dizia dono das terras e de quem, mais tarde, Antônio Brito adquiriu a gleba. O novo proprietário, então, deu início à exploração agrícola, alcançando grande sucesso na produção. Com a chegada de novos moradores, foi o povoado progredindo e tomando outro aspecto, com a construção de casas de telha, abertura de estabelecimento comerciais e crescimento elevado da produção agrícola, ao ponto de ter que exportar os produtos, até para outros Estados. Em 1931, João Brito Lira organizou uma "feira", onde todos pudessem comercializar seus produtos, causando grande repercurssão, além dos resultados positivos auferidos pelos produtores. Em 1937, foi construída a capela de São Sebastião, Padroeiro do lugar. Em 1945, os filhos de Antônio Brito Lira, mandaram construir um mercado, para onde foi transferida a "feira". Em 1952, o povoado que já se equiparava à sede, "Pastos Bons", foi elevado à categoria de município pela lei nº 841, de 30 dezembro, com o nome de Paraibano, em homenagem a seu fundador. A área integrante do atual município foi desmembrada de Pastos Bons. Gentílico: paraibanense Formação Administrativa: Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de Paraibano, pela lei estadual nº 841, de 30-12-1952, desmembrado de Pastos Bons. Sede no atual distrito de Paraibano expovoado. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1953. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005. Outras características - Em julho, é realizada a Grande Vaquejada de Paraibano, uma das maiores e mais tradicionais do estado do Maranhão, atraindo um grande número de turistas de todo o estado, e também do vizinho estado do Piauí.
103 104
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 Fonte: IBGE http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
92 Síntese das Informações Área da unidade territorial: 530,520: km² Estabelecimentos de Saúde SUS: 11: estabelecimentos Matrícula - Ensino fundamental - 2012: 3.655: matrículas Matrícula - Ensino médio - 2012: 814: matrículas Número de unidades locais: 170: unidades Pessoal ocupado total: 930: pessoas PIB per capita a preços correntes - 2013: 4.540,99: reais População residente : 20.103: pessoas População residente - Homens: 9.878: pessoas População residente - Mulheres: 10.225: pessoas População residente alfabetizada: 13.233: pessoas População residente que frequentava creche ou escola : 6.941: pessoas População residente, religião católica apostólica romana: 16.372: pessoas População residente, religião espírita: -: pessoas População residente, religião evangélicas: 1.698: pessoas Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio - Rural: 760,97: reais Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio - Urbana: 1.234,41: reais Valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos domicílios particulares permanentes - Rural: 158,57: reais Valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos domicílios particulares permanentes - Urbana: 212,00: reais Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - 2010 (IDHM 2010): 0,580: Fonte:IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
93
População105 POPULAÇÃO DO MUNICIPIO DE PARAIBANO ANOS ZONA 1952*
1955*
1980*
1984*
1989*
URBANA
-
3.720
6.706
7.013
8.597
RURAL
-
-
6.860
7.005
8.517
TOTAL
10.611
-
13.566
14.018
17.114
2007
2008
2010
19.566
21.453
20.103
* Fontes: VAZ, 1990, obra citada; IBGE 1959; MARANHÃO, 1952; IBGE, 1959; IBGE, 1988, VELOSO FILHO, 1984; RIBEIRO, 2002; IBGE, 2007;
INDICADORES106: IDH - 0, 592 médio; INCIDÊNCIA 58,89% Limite inferior
Limite superior
48,38%
69,40%
INCIDÊNCIA SUBJETIVA 62,94% POBREZA Limite inferior
Limite superior
54,89%
70,98%
INDICE DE GINI 0,40
105
Limite inferior
Limite superior
0,36
0,43
Estimativas da população para 1º de julho de 2008 (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de agosto de 2008). http://pt.wikipedia.org/wiki/Paraibano em 02/01/2009. 106 PNUD/2000 - Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). - Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007). http://pt.wikipedia.org/wiki/Paraibano em 02/01/2009
94 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2002/2003.<br /> 107
107
NOTA: A estimativa do consumo para a geração destes indicadores foi obtida utilizando o método da estimativa de pequenas áreas dos autores Elbers, Lanjouw e Lanjouw (2002).
95
96
97
ASPECTOS POLÍTICOS E ADMINISTRATIVOS108
PODERES DO MUNICIPIO EXECUTIVO109
108 Elevado à categoria de município
e distrito com a denominação de Paraibano, pela Lei Estadual nº 841, de 30 de dezembro de 1952, desmembrado de Pastos Bons108. Sede no atual distrito de Paraibano ex-povoado. Constituído do distrito sede. Instalado em 01 de janeiro de 1953. Em divisão territorial datada de 01 de julho de 1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005. 109 O Poder Executivo é encarregado de executar as leis, sendo exercido pelo Poder Municipal e pelo Vice-Prefeito.
98
99 Gestão 1953/1955
Sr. JOSÉ LIRA BRITO
100 Neto de Antonio de Brito Lira e Joaquina Maria das Dores; Filho de Guilhermino de Brito Lira – (20/06/1903 + 21/10/1962) e sua esposa Maria Pereira dos Anjos (de Brito), Sinharinha (filha de José Lino Pereira dos Anjos e de Antonia Alves Ferreira, moradores da Ponta da Serra). José Lira Brito – Zuza – (Paraibano: 23/10/1928 + Imperatriz: 20/09/1969) foi casado com Maria Ceci Brito, sua prima, filha de Bernardino.
Primeira administração – primeiro Prefeito de Paraibano, nomeado pelo Governador Eugenio Barros110, com mandato de 06 de janeiro de 1953 a 31 de janeiro de 1955. Principais obras: abertura do ramal (carroçável) Paraibano à BR-230, a altura do povoado Joaquim; compra de um motor e instalação de luz (de 18 às 20h); criação de escolas municipais; recuperação e abertura de estradas vicinais. Eliza Brito (2013)
111
, ao falar dos gestores municipais e sua gestões, traz que, encerrada a cerimônia de
instalação do Município de Paraibano, o prefeito José Lira Brito “Zuza”, cuidou, imediatamente de colocar uma carteira, cadeiras e uma estante em uma sala, para dar o ‘primeiro passo’ na administração. A sala ficava na Rua 7 de Setembro , e era propriedade de Guilhermino de Brita Lira, passando posteriormente para seu filho Onildo. Para secretária, trouxe de Pastos Bons a jovem Magnólia Mota112, com certa experiência com o trabalho a ser desenvolvido. Tudo era muito difícil, pois ainda não havia receita, pois se contava apenas com a ‘cota federal’, recebida uma vez por ano, e verbas rodoviárias, trimestrais, que mal cobriam os gastos na manutenção das estradas vicinais. MAGNÓLIA MELO MOTA – filha de Mário Melo Mota e de Maria Alice Mota; nasceu em Pastos Bons, estudou no Colégio Estadual Dr. José Neiva, onde fez o 5º ano primário no inicio dos anos 1950. No ano de 1953 foi convidada pelo Sr. José de Lira Brito – Zuza -, prefeito de Paraibano, para trabalhar como Secretária da Prefeitura, o que fez até janeiro de 1955, quando transfereu o mandato a seu sucessor, em 31/01/1955. Voltou a Pastos Bons, sua cidade natal, casou-se com o Sr. Walter Ribeiro Sampaio, na época Coletor Estadual. Em pouco tempo, foi transferido para outra cidade do interior do Estado. Hoje, mora no interior de Goiás.
110 Eugênio Barros (Matões, 13 de novembro de 1898 — Rio de Janeiro, 15 de outubro de 1988) foi um empresário e político brasileiro, com base eleitoral no estado do Maranhão. Foi prefeito da cidade de Caxias entre 1948 e 1950; governador do estado do Maranhão durante o período 1952-1956 e, por fim, senador da República pelo estado do Maranhão durante os anos 19591967. Filiação: Balbino Barros e Hermelinda Azevedo Barros. Pai de: José Barros. Avô Paterno do Deputado Estadual do Maranhão Max Barros. Tio do político Eziquio Barros Filho. fontes: http://al.ma.gov.br/deputados/discursodetail2.php?discursoid=1123; https://pt.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%AAnio_Barros 111 112
SANTOS, Eliza Brito Neves dos. Gestores municipais e suas ações. In O TEMPO NÃO APAGOU. São Luis: 2013, p. 259-264 In CAMPOS, Clodomir de Lima. DEPOIMENTOS; prestado aos Autores em 29 de novembro de 2015.
101 Gestão 1955/1960
102
Sr. NICÉAS MENDES VIEIRA113 Nasceu na cidade Oeiras – Piauí. Teve a sua infância em São João dos Patos. Menino dedicado começou a trabalhar com D. Noca e “Seu” Eurico; já rapaz, foi gerenciar uma loja na cidade de Passagem Franca. Lá, por motivo estranho, voltou a S. João dos Patos e posteriormente assumiu outra loja no povoado Brejo, onde casou com Maria do Carmo Coelho, com quem teve duas filhas: Francisca e Maria das Graças. No povoado Brejo, foi eleito vereador da Camara Municipal de Pastos bons. No ano de 1952, dissolveru com a família Rocha Santos, continuando no comércio por conta própria. Dedicado ao bem comum, ele medicava as pessoas, aplicava injeções onde quer qwue morasse a pessoa doente. Por esta
113
In CAMPOS, Clodomir de Lima. DEPOIMENTOS; prestado aos Autores em 29 de novembro de 2015.
103 razão, ao ser emancipado o município de Paraibano em 06/01/1953 (sic), concorreu às eleições para Prefeito no ano de 1954. Foi eleito o primeiro prefeito do municipioi, assumiu a Prefeitura em 31/01/1955. Como administrador de um município procurou organizar diante os órgãos que eram necessários. Construiu a estrada vicinal, que teve inicio no (angiro) do Gaudino, passando pelos povoados Gameleira, subindo a Serra Gameleira até a Mata Escura, distancia de 15 km. Na época, não existiam máquinas, o trabalho era feito todo manual, ou seja, no braço do homem. No dia 07/12/1955 provocou suicídio, deixando a família e povo de Paraibano traumatizado por esta grande perda. Assumiu em sua vaga o vicepreifeito Antonio Ribeiro.
Mandato: 31/01/1955 a 07/12/1955. Eleito na primeira eleição para prefeito, realizada em outubro de 1954, empossado em 31 de janeiro de 1955. Falecendo meses depois, foi substituído pelo Vice-Prefeito.
104
ANTONIO RIBEIRO114, Vice-prefeito com mandato de 07/12/1955 a 31/01/1960 114
In CAMPOS, Clodomir de Lima. DEPOIMENTOS; prestado aos Autores em 29 de novembro de 2015.
105 Nasceu no lugar Mimoso, município de São Francsico-MA; chegou são povoado Brejo no final dos anos de 1930, por intermédio do seu tio João Paulo Ribeiro, dono da Fazenda Buriti do Mundo. Passou a residir na cidade de Pastos Bons. Reconhecido como homem inteligente, exerceu a função de Juiz de Paz, que celebrava casamento civil.
Foi escolhido como candidato a vice prefeito na chapa com Niceias Mendes Vieira, eleitos no ano de 1954. Com o falecimento do Sr. Niceias, assumiu a prefeitura em 08/12/1955, até 31/01/1960. Como prefeito, teve um mandato com dificuldades, por falta de recursos, mas um prefeito humilde, sempre procurou resolver os problemas do povo.
Principais obras: Construção do cemitério de São Sebastião; aquisição do terreno onde posteriormente seria construída a Prefeitura Municipal; destacando-se a construção de um açude, e abertura e conservação de estradas vicinais.
106
107
108 Em 1º de dezembro de 2018, estivemos em Paraibano para o sepultamento de Divaldo. Fizemos uma visita115 à d. Do Carmo, viúva de Niceas, junto com d. Alzira, viúva de Chico Siebra. Em dado momento, d. Do Carmo falou à d. Alzira que gostaria de contar à ela um segredo, que estava guardando: o tiro que foi dado em sua casa, e ninguém até hoje sabe o autor – fora Nicéas!!! O tiro foi dado para cima, em frente à casa de Chico Siebra, então correligionário de Niceas. Rindo, disse que ninguém sabe como Temistocles Teixeira foi para em cima de um muro (ou telhado), após ouvir os tiros... Era a eleição para Prefeito, e dada a hora do termino das eleições, ainda havia carros chegando com eleitores, todos da ‘oposição’. Niceas, aborrecido, pois já terminara o prazo para votação, pegou o revolver e disse que iria lá, acabar com essa eleição... chegando frente à casa de Chico Siebra, foi convidado para tomar um café, que aceitou; após o mesmo, saíram à rua e, como ainda estavam chegando carros condiuzindo eleitores, e já passava das 17 horas, em dado momento, foi para um canto e deu os tiros, para o alto, dispersando a multidão... Niceas venceu com uma diferença de cerca de 200 votos.
115
Presentes: Leopoldo, Delzuite, d. Alzira, Socorrinha, Teresinha
109 Gestão 1960/1965
– Sr. JOSÉ LIRA BRITO Segundo Prefeito eleito, tendo como vice Antonio Castor de Araujo116. Mandato: 31/01/1960 a 3/01/1965 Obras realizadas: Grupo Escolar Presidente Epitácio Pessoa; parte da pavimentação da cidade; um açude; construção de um meio de acesso que liga a cidade a BR-230, na altura do lugar Orozimbo; campo de pouso
116
ANTONIO CASTOR DE ARAUJO
110 (Aeroporto Vicente Fialho); Praça Guilhermino Brito; aquisição de trator; ampliação do Açude Guilhermino Brito, embora construído em uma sua propriedade, passou a ser, com a criação do município, bem publico.
DÁRIO RODRIGUES REIS117 Nasceu em 25/10/1930 na cidade de Canto do Buriti – PI. Com três anos de idade veio com os pais para a cidade de São João dos Patos, onde moraram por dois anos. Seus pais acharam por bem mudar-se para o Povoado Várzea do Meio, muniucipio de Pastos Bons, com a finalidade de trabalhar na agricultura. Aprendeu a assinar o nome com uma professora de nome Niruza Campum; passava o dia trabalhando na roça e à noite freqüentava a escola. Aos 15 anos aprendeu a profissão de alfaiate com o Sr. Cláudio Coelho de Sousa, profissão que exerceu por muitos anos. Aos 18 anos, aprendeu a tocar harmonica, que utilizava, na sua vida esportiva. Trabalhando na profissão de alfaiate fez economia e no ano de 1953 comprou numa gleba de terra no lugar Anajás, hoje município de Paraibano-Ma, para onde se mudou com seus pais. Em 1958 mudou-se para Paraibano, candidatanfdo-se, em 1962, a vereador; eleito e, posteriormente, presidente da Câmara. No ano de 1965 encerrou o mandato do então prefeito José Lira Brito, pois na época a eleição de prefeito não coincidia coma eleição de vereador. Como Presidente da Câmara assuniu a prefeitura em 31/-1/1965 permanecendo no cargo até
117
In CAMPOS, Clodomir de Lima. DEPOIMENTOS; prestado aos Autores em 29 de novembro de 2015.
111 30/10/1965. Comoi prefeito fez a estrada vicinal ligando o Povoado Anajás à BR 230; no Povoado Varzea do meio construiu parte do calçamento da rua 7 de Setembro; deu inicio à construção do Aeroporto da cidade. No ano de 1966 foi reeleito vereador, retornando à Câmara Municipal de 1967 a 1971. Afastou-se da política temporariamente, voltando a disputar eleição em 1976 me 1982, eleito por mais dois mandatos, que exerceu com dignidade. Casou-se com a Sra. Marizete, no ano de 1956, com quem teve dois filhos, José e Aldice. Ficou viúvo no ano de 1958. No ano de 1960 casou--se com Maria Araujo Soares, com quem teve oito filhos: Paulo, Francisco,Elizane, Dario Filho, Aguida, Fabio, Flavio, e Jarbas. Foi comrerciante por 20 anos, encerrando as atividades no inicio dos anos 1980.
(Presidente da Câmara Municipal). Mandato de Transição: 3/01/1965 a 31/10/1965. José Lira Brito não completou o mandato, com o Presidente da Câmara assumindo o cargo, até a realização de novas eleições. Principais obras: continuidade do calçamento de ruas; conservação de estradas vicinais; e manutenção de escolas em diversos povoados.
112 Gestão 1966/1970
Sr. JOÃO FURTADO DE BRITO118
118
JOÃO FURTADO DE BRITO
113 Vice prefeito José de Ribamar Carneiro
119
. Mandato de 31/10/1965 a 3/01/1970.
Principais obras: (a) zona urbana – sede da Prefeitura Municipal; Ginásio Bandeirantes; os Grupo Escolar José Sarney e Nicéas Mendes; construção e pavimentação da Avenida João Paraibano; Posto Médico; dois chafarizes; Matadouro Municipal; (b) na zona rural – chafariz no local Buriti do Mundo; construção de estradas e mais quatro grupos escolares.
119
JOSÉ DE RIBAMAR CARNEIRO
114 Gestão 1970/1973
Sr. JUSTINO VIEIRA DOS SANTOS
115 JUSTINO VIEIRA DOS SANTOS120 nasceu em Susuapara, município de Passagem Franca, aos 20 de dezembro de 1920; filho de Bernardino Alves da Costa e de Eva Vieira dos Santos. Por motivos de epidemia de malária, que assolava na época aquela região, seus pais emigraram para o lugar Serra Grande, município de Pastos bons, hoje Paraibano, no ano de 1932. Aprendeu a ler e a escrever com o pai, que era professor leigo, daquela época. Aos 17 anos de idade, aproximadamente, veio ao Povoado Brejo, como era conhecido, ver o movimento da feira, que era realizada nos dias de domingo; ao entrar na loja do Sr. João de Brito Lira (João Paraibano), este estava fazendo uma multiplicação de certo valor, que para o dono da loja não estava dando certo. Justino, muito curioso, pediu ao Sr. João Paraibano se permitia que ele tirasse a conta. Justino pegou o lápis, armou a conta, fez a multiplicação, tirou a prova dos nove, e mostrou o resultado da operação. João Paraibano ficou encantado com a tamanha iniciativa daquele rapazola e pergunto: “Menino tu és filho de quem?” Onde moras? – Justino respondeu as perguntas por ele formuladas. Imediatamente, João Paraibano fez um bilhete ao seu pai Bernardino, pedindo que viesse onde ele, para manter uma conversa referente ao Justino. Com a vinda de seu pai, João Paraibano pediu-lhe que arranjasse àquele menino para trabalhar e morar na sua casa. Imediatamente, Justino veio morar e trabalhar na casa de João Paraibano, por aproximadamente dois anos. Foi no período que João Paraibano foi obrigado emigrar-se, em razão das perseguições políticas feitas por D. Noca, líder na região. Justino então foi trabalhar e morar com Guilhermino Brito, irmão de João paraibano; posteriormente foi morar no lugar Poço Grande, município de Colinas, onde Justino era caixeiro ou balconista. Morando e trabalhando no lugar Poço Grande, Justino conheceu a jovem Margarida Pereira dos Anjos (Cida) com [quem] casou-se em 31 de julho de 1940. Desta união matrimonial, não tiveram a felicidade de ter filhos. Mas em compensação, adotaram verbalmente cerca de aproximadamente 30 filhos alheios. Casos em que criaram a mãe, e em seguida o filho, que considereram de neto. No início dos anos de 1940, Justino mudou-se para o lugar Cocal, na época município de Pastos Bom, hoje Paraibano, onde comprou uma pequena gleba de terra e estabeleceu-se como comerciante. Retornando ao povoado Brejo no ano de 1949. Quando surgiu o movimento popular para a criação do município de Paraibano, Justino foi uma das lideranças que percorreu o município montado a cavalo, colhendo assinatura dos eleitores, para que tornássemos independentes de Pastos Bons; fato ocorrido em 06/-1/1953. Com a emancipação do município, Justino fora nomeado Delegado de Polícia pelo Governador do Estado, cargo que exerceu até 1959. No ano de 1951, foi convidado para trabalhar em sociedade com o Sr. João Furtado de Brito, que era comerciante; posteriormente tornaram-se industriais, proprietários da indústria de: beneficiamento de arroz e algodão; como também de extração de óleo vegetal, vindo a dissolver a sociedade no ano de 1971.
120
CAMPOS, Clodomir Lima – Manetinha. DEPOIMENTO escrito, em poder de Maria do Socorro Ribeiro – Socorro Siebra. Paraibano (MA), 12 de dezembro de 2002.
116 Foi eleito, em 1969, Prefeito Municipal de Paraibano, exercendo o mandato de 1970 a 1973, onde fez uma boa administração dos setores de saúde, educação e construção de; foi pioneiro na construção das estradas vicinais que ligam Varzinh à Terra Vermelha, Paraibano à Cana Brava e o aterro da Vargem Comprida, que dá acesso à Juçara. Justino foi um homem de origem humilde que sempre se preocupou em colaborar com próximo, sem medir esforço. Faleceu em 06 de abril de 1988.
Vice prefeito Antonio Diniz Barros121. Mandato de 31/01/1970 a 3/01/1973
Nasceu no lugar Cocos, município de Pastos Bons. Eleito vice prefeito no anos de 1969 a 1973. Concorreu à eleição de prefeito no ano de 1976, posse em 1977 a 1983. Fez um governo conturbado, pois na época era oposição ao Governador do Estado.
Destacaram-se as seguintes obras: (a) zona urbana – prédio do Jardim de Infância; Grupo Escolar Henrique Dias; abrigo na Praça Guilhermino Brito; Praça Seis de Janeiro; aplicação de meio fio em diversas ruas; convênios com as Centrais Elétricas do Maranhão – CEMAR; (b) na zona rural – construção de quatro grupos escolares; oito açudes; duas estradas vicinais; oito pontes; vários meios de acesso entre os povoados e destes a sede.
121
In CAMPOS, Clodomir de Lima. DEPOIMENTOS; prestado aos Autores em 29 de novembro de 2015.
117 Gestão 1973/1976
– Sr. DOMINGOS DE BRITO LIRA (Divaldo)
122
Nasceu em 20/09/1929, em Cajazeiras – PB. Filho de Cicero Romão Batista (em homenagem ao seu padrinho Cícero, do Juazeiro do Norte-CE) e Maria José de Brito. Ficou órfão de pai aos cinco meses de idade, sendo criado por seu avô materno, João de Brito Lira (Mestre João Brito). Fez a primeira comunhão com sete anos de idade, trabalhando na agricultura de milho, feijão e algodão. Também criava gado em pequena quantidade. 122
In CAMPOS, Clodomir de Lima. DEPOIMENTOS; prestado aos Autores em 29 de novembro de 2015.
118 Estudou numa escola rural no Povoado Catingueira (hoje Cachoeira dos Índios), distante quatro quilômetros do sitio da Lagoa do Arroz (onde nasceu e residiu), com uma professora diplomsada, de nome Maria de Sousa (em 1943). Em 1944, na casa de seu padrinho de crisma, Padre Oriel Antonio Fernandes, na cidade de Jatobá, distante da sede 48 Km; do mês de julho a dezembro, pois até o inicio de julho estava trabalhando; até hoje “estou com esse estudo e o aprendizado com a vida”. Em 1948, saiu para ser ajudante de caminhão, com seu tio Francisco de Brito Lira (conhecido como França); com ele fez sociedade para comprar um caminhão F-5, em Campina Grande-PB. Viajavam para Vitória da Conquista-BA, para trazer feijão mulatinho (carregando frete) para Campina Grande. Desde 1948 até 1951. Compraram outro caminhão, um F-6 – em1951, na firma Costa Assis, em Cajazeiras; em 1952 desmancha a sociedade, mas fica com o carro velho, e o tio com o novo. Trabalhou na construção de açudes na região de Monte Santo, na Bahia (sertão). Terminado o serviço, recebeu o saldo em mercadorias, resolvendo ir até Paraibano, trazendo a mercadoria para vender e conhecer os parentes de sua mãe: João Paraibano, Guilhermino Brito Lira, e seus outros irmãos. Isto em 13/08/1953. Ficou viajando para Juazeiro do Norte, porque seu avô materno e sua mãe estavam morando lá; levava arroz e trazendo mercadoris diversas. De 1953 a 1958, ia e voltava levando passageiros em cima da carrada, porque naquela época não existiam ônibus nesta linha – lembra dos passageiuros Aristides Gomes, Abílio, Joaquim Mendes, e muitos outros. Em Paraibano conheceu Benta Coelho de Sousa, filha de Manoel Coelho de Sousa e Maria Raimunda Coelho de Sousa (D. Dica), com que se casou em 21/06/1958. Tiveram sete filhos: Cícero Coelho de Brito, que lhe deu um casal de netos: Laura Sá Coelho de Brito e Gabriel Coelho de Brito; Antonio Alberto Coelho de Brito, formado em Medicina, especializado em nefrologia; Maria Elizabete Coelho de brito, formada em Odontologia; Maria do Carmo Coelho de brito Nunes, formada em Biblioteconomia, que lhe deu três netos: Marcela, Mauro e Guilherme. Teresinha de Jesus Coelho de Brito, formada em Medicina veterinária; Maria de Nazaré Coelho de brito Soares, com os netos: Isabela, André, e Mateus Domingos de Sávio Coelho de Brito. Em 1972, foi escolhiudo candidato único a prefeito, com o apoio de João Furtado de brito e Justino Vieira dos Santos, seus antecxessores no cargo de prefeito. Sentiu muita diferença na administração, pois já estava acostumado com caminhão. Empenhou-se muito para servir a toda a população, cuidando das estradas, em todo o Município; depois, com a urbanização da cidade: calçamento na rua 7 de Setembro, rua Santo Antônio; São Francisco, Av. Eugenio Barros; adquiriu uma ambulância para o Posto de Saúde “Darci Furtado”, contratação de médicoEdival Mendes Braga (da cidade de Souza-PB), clínico geral para cuidar da saúde; para a educação, contratou diversos professores. Em seu grupo havia nove vereadores: Raimundo Ari Furtado, Clodomir Lima Campos, Maria do Carmo Coelho Mendes, Gilson Carvalho Guerra, Francisco Dias de Carvalho, Manoel Roseno de Souza, José de Ribamar Carneiro, Agenor Pereira de Sá, e Nelson José Pereira. Apoiou muito a defesa e segurança da cidade; construiu um grupo escolar no Povoado Terra Vermelha e na Serra Grande. Doou um terreno para a Maçonaria, vizinho ao Colégio Bandeirantes. Empenhou-se para adquir a possibilidade de
119 comunicação. Foi preciso ir pessoalmente à Fortaleza-CE para trazer as antenas de televisão para Paraibano, Pastos Bons, Passagem Franca, Sucupira e Nova Iorque; ajudou a confeccionar as torres de comunicação, no bairro Monteze, em Fortaleza e as trouxe e entregou nos municípios citados. Trouxe a primeira imagem de televisão para o Municipio... Seu filho Cícero, após 52 dias na UTI veio a falecer no dia 12/12/2000, com 41 anos de idade, causando muita tristeza à mãe e à toda a família. Após 7 anos, 7 meses e 7 dias, após o falecimento de Cícero, D. Benta veio a falecer, no dia 19/07/2008. Haviam completado 50 anos de casamento no dia 21/06/2008, celebrando Bodas de Ouro. Apos a morte de D. Benta, contou com o apoio dos filhos, com delicadeza e bondade e cuidados absolutos. Hoje, já com idade avançada, está assistido por médicos de Imperatriz, conhecidos dos filhos Antonio Alberto e Elizabete.
Vice prefeito José Vieira da Silva. Mandato: 3/01/1973 a 31/01/1977. Obras: calçamentos; avenidas; instalação de antena de televisão. Na zona rural: construção de um grupo escolar no Povoado Terra Vermelha; estradas que ligam os povoados e pontes. DOMINGOS DE BRITO LIRA (Divaldo) - nasceu em 20/09/1929, em Cajazeiras – PB. Filho de Cicero Romão Batista e Maria José de Brito.
Casado com Benta Coelho de Sousa (filha de Manoel Coelho de Sousa e Maria Raimunda Coelho de Sousa). Tiveram sete filhos: Cícero Coelho de Brito Filhos: Laura Sá Coelho de Brito Gabriel Coelho de Brito; Antonio Alberto Coelho de Brito, solteiro Maria Elizabete Coelho de Brito, solteira Maria do Carmo Coelho de Brito Nunes, Filhos: Marcela Mauro Guilherme. Teresinha de Jesus Coelho de Brito, solteira Maria de Nazaré Coelho de Brito Soares Filhos: Isabela André Mateus Domingos de Sávio Coelho de Brito.
120
121 Gestão 1976/1983
Sr. ANTONIO DINIZ BARROS123
123
In CAMPOS, Clodomir de Lima. DEPOIMENTOS; prestado aos Autores em 29 de novembro de 2015.
122 Nasceu no lugar Cocos, município de Pastos Bons. Na sua infância veio morar na casa de um tio por afinidade Lourenço Barbosa, onde freqüentou a escola juntamente com os primos Doca e Anchieta, entre outros, quando aprendeu a ler e escrever. Voltou para a casa dos pais por um bom tempo, trabalhando na roça. Antes de chegar à idade de 18 anos, veio para Paraibano, onde começou a trabalhar com João Paraibano. Com a saída de João Paraibano, não o acompanhou, casando-se com Maria Furtado Brito (Mariquinha). Foi comerciante de alto escalão, com várias lojas de tecidos. Homem carismático, que a população tinha como verdadeiro líder. Após perder as eleições de 1959 mudou-se com a família para São Luis. Em São Luis dedicou-se aos problemas do podo de Paraibano, sendo eleito vice prefeito no ano de 1969 a 1973. Concorreu à eleição de prefeito no ano de 1976, e eleito, tomou posse em 1977 a 1983. Fez um governo conturbado, pois na época era oposição ao Governador do Estado. Encerrou o mandato com o mesmo carisma de antes, pois era seu lema servir aos menos favorecidos.
Vice-prefeito Pedro Bonifácio de Sá124. Mandato: 31/01/1977 a 01/02/1983
Destacando-se as seguintes obras: parte de calçamento; Posto Telefônico da TELMA; restauração do Mercado Público; construção da Unidade Escolar Desembargador Sarney Costa.
124
PEDRO BONIFÁCIO DE SÁ
123 Gestão 1983/1989
Sr. RAIMUNDO ARI FURTADO DE BRITO
124 Nasceu em 18 de feveriro de 1943, no povoado Brejo, hoje cidade de Paraibano-MA. Filho de João Furtado Brito e Maria Darci Brito. Frequentou a escola a paritr dos sete anos de idade, tendo como primeira professora Hortência Sá e Silva, na Escola Rural “João Paraibano”, onde concluiu o curso primário (até a 5ª. Série), em 1955. No ano seguinte, foi estudar em Teresina-PI no Colégio Diocesano, onde concluiu o Curso Ginasial. Em seguida, foi para Fortaleza-CE, onde concluiu o Curso Técnico em Contabilidade, no ano de 1965. Em 1966, atendendo solicitação de seu pai, retornou a Paraibano, para assumir a direção das indústrias, na época, Usina de Beneficianto de Arroz, Indústria de Extração de Óleo Vegetal (babaçu) e Usina de Beneficiamento de Algodão, obtendo sucesso devido ao seu empenho. Para vender os produtos – algodão em pluma e óleo vegetal – deslocava-se para o Rio de Janeiro, e Salvador, levando amostras, realizando as operações comerciais. Fato que muito marcou pelo sacrifício a fim de manter compromissos diante das indústrias. Em cada cidade tinha um representante, que fazia os contatos com as empresas compradoras e levava para discutir a realização das vendas. Nesta trajetória dedicou-se também à vida social, fundando um clube de futebol, juntamente com os jovens daquela época, tendo por base os atletas do bairro Marajá, encabeçada por Zé Veado (im memoriam), Alonso Noleto, entre outros... Observando que a vida social estava deixando a desejar, resolveu, então, lançar a idéia de fundar um clube social. Reuniu-se com membros da sociedade, formada por comerciantes, industriais, prestadores de serviços me juventude, com o carro chefe. Desta reunião, após muitos debates, foi então decidida a fundação do clube social, com o nome de “Esporte Clube Ideal”, no ano de 1966. Foi aberta inscrição para compor o quadro social, com cem (100) fundadores. A partir dai, a vida social tomou impulso que marcou época, com a realização de grandes festas, em que se apresentaram grandes orquestras, sob sua direção, como Diretor Social. No ano de 1967, vendo a necessidade de um posto de combustíveis – os proprietários de veículos transportavam sues combustíveis clandestinamente para o consumo de seus veiculos - , resolveu instalar definitivamente uma bomba de gasolina, defronte ao comércio de seu pai; em seguida, transferida para a margem da BR-135, que fora construída naquela época, pelo Governo José Sarney; adquiriu uma área de terra, para instalar o Posto. No ano de 1971, sentindo a necessidade da juventude por uma escola notuirna, de níverl ginasial, resolveu erntão, juntamente com a Dra. Eliza Brito, e com o apoio do Prefeito Justino Vieira dos Santos, fundar o Colégio Comercial, funcionando nas dependências do Colégio Epitácio Pessoa; teve como diretora a Dra. Eliza, Ari como professor de Técnica Comercial. Com a ausência de Eliza do Municipio de Paraibano, o Prefeito Justino o nomeou como Diretor, cargo que exerceu com dedicação. No ano de 1972, eleição para sucessão de Justino, concorreu o Sr. Domingos de Brito Lira, como candidato único. Nesse período, candidatou-se a Vereador e, eleito, assumiu a Presidencia da Camara Municipal, tendo realizado um excelente trabalho naquele poder. Concluindo o mandato de Vereador, voltou a se dedicar às atividades empresariais. No ano de 1973, casou-se com a joverm MARIA APARECIDA QUEIROZ, com quem teve quatro filhos: Vanessa, Viviane, João Neto (im memoriam), e Ari Filho. No ano de 1982, após várias reuniões com as lideranças políticas, aceitou a missão de candidatar-se a Prefeito de Paraibano. Eleito, assumiu a função em 15 de março de 1983.
125 Enfrentou muitos problemas, mas com habilidade superou, construindo obras e reformando outras; entre as obras construídas, a mais importante foi o Mercado Publico; o Hospital “Pedro Neiva de Santana”, a Barragem do Balseiro; cosntrução de 25 (vinte e cinco) escolas na Zona Rural; na cidade, o Colégio “Deputado Edson Lobão”; construiu estradas vicinais, e reformou muitas outras; calçamento, construção de praças, poços artesianos, tendo atenção especial à saúde, contratado médico para residir na cidade, seu irmão Dr. Francisco Furtado.125
Vice prefeito Francisco de Araujo Chaves (Chico Castor). Mandato de 01/02/1983 a 01/01/1989 Principais obras: reforma da Praça Guilhermino Brito; construção do Parque de Vaquejada “Antonio Pedro” (em homenagem ao vaqueiro que faleceu em acidente quando procurava capturar um boi), dando inicio a uma das festas mais tradicionais do município; abertura e calçamento de ruas; reforma do Grupo Escolar João Paraibano; construção do Hospital Dr. Pedro Neiva de Santana; construção do mercado publico na Praça Sergio Coelho; construção do Colégio Josefina Castro de Oliveira e Silva no povoado Tabaroa; construção de um colégio no povoado Varzinha.
125
In CAMPOS, Clodomir de Lima. DEPOIMENTOS; prestado aos Autores em 29 de novembro de 2015.
126 Gestão 1989/1992 –
Sr. FRANCISCO DE ARAÚJO CHAVES (Chico Castor)
127 Nasceu em 16 de novembro de 1937, no povoado Sítio do Meio, filho de Manoel Antonio de Araújo e Joana Maria da Conceição. Iniciou seus estudos no povoado onde nasceu, na Escolinha Nossa Senhora da Conceição, que funcionava numa pequena capela coberta de palha; depois a família mudou-se para Tuntum, cidade deste Estado, onde residiu por cinco anos. Quando retornou à cidade natal, foi balconista da firma de Antonio Castor de Araújo, ficando mais tarde conhecido como “Chico Castor”, em razão do vínculo empregatício com a família Castor. Casou-se com Alzira Araújo Lima, com quem teve uma filha. Foi membro ativo do Lions Clube de Paraibano, exercendo a função de Tesoureiro. Em 1967, começou a exercer a função de comerciante varejista, logo em seguida acionista da firma Irmãos Castor Indústria e Comercio Ltda (extinta). Sempre envolvido na vida pública do Município, em 1982 foi eleito vice-prefeito. Em 1988, eleito prefeito, pela coligação Aliança Progressita, dos partidos PMDB, PL, e PDT.
Vice prefeito José Noleto de Carvalho (Zé Veado) 126. Mandato: 01/01/1989 a 01/01/1993 Destacaram-se as seguintes obras: Zona Urbana – construção do Mercado Público, do Matadouro, Terminal Rodoviário, asfaltamento da avenida 1º de maio, calçamentos, Av. Vicente Ferreira, Rua das Candeias, Rua da Subestação, Rua Boa Vista, av. Eugênio Barros, Praça São Sebastião, Rua Benedito Leite, Travessa Coelho Neto, Bairro Marajá, e construção do Colégio Zélia Cruz e Estádio de Futebol. Na Zona Rural: construção da estrada que liga a sede com o povoado Sítio do Meio, sistema de captação de água de cisterna, construída a faixa de 30, eletrificação rural do povoado Centro do Toquinha e do povoado Cacimba Grande e construção do mini-posto de saúde do povoado Vazante.
126
JOSÉ NOLETO DE CARVALHO (ZÉ VEADO)
128 Gestão 1993/1997
Sra. MARIA APARECIDA QUEIROZ FURTADO Nascida em 30 de outubro de 1955, em São João dos Patos/MA, casada com Raimundo Ary Furtado. Empresária. Ensino Médio Completo.
Vice prefeito José Rodrigues dos Santos (Dr. Zequinha)127. Mandato: 01/01/1993 a 01/01/1997.
127
JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS (DR. ZEQUINHA)
129 Principais obras: construção da Unidade Escolar Ana Tereza Fernandes; construção dos Colégios: Manoel Francisco Correia (Juçara), Nelson Pereira (Taboleirão); reforma da Praça Seis de Janeiro, com a mudança de nome para Manoel Mendes; abertura de vários poços tubulares nas comunidades do interior; abertura e calçamento de ruas; instalação do Conselho Tutelar, com a eleição dos Conselheiros; construção do prédio da Câmara Municipal João Batista Dias Carneiro, na Praça Bernardino Brito.
130 Gestão 1997/2001
Sr. JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS (DR. ZEQUINHA) Vice prefeito Sebastião Pereira de Sousa (Sebastião Pitó)128. Mandato: 01/01/1997 a 01/01/2001. Principais obras: construção do prédio da Escola Municipal Dr. Adonias Lacerda; reforma do mercado publico, com a mudança do nome para Ludovico Freire; conservação de estradas vicinais; abertura e calçamento de ruas; construção do Farol da Educação; melhoria na saúde publica, com a ampliação do numero de médicos e demais profissionais da área. 128
SEBASTIÃO PEREIRA DE SOUSA (SEBASTIÃO PITÓ).
131 Gestão 2001/2005
– Sra. MARIA APARECIDA QUEIROZ FURTADO Vice prefeito Sebastião Pereira de Sousa (Sebastião Pitó. Mandato: 01/01/2001 a 01/01/2005.
Principais obras: construção do conjunto residencial Coelho.
132 Gestão 2005/2009
– Sra. MARIA APARECIDA QUEIROZ FURTADO Vice prefeito Antonio Alberto Gomes Correia (Tonho Velho)129. Mandato: 01/01/2005 a 01/01/2009.
Principais obras: construção da unidade escolar Antonio de Brito Lira; construção do grupo escolar Darcy Furtado; construção da Praça São Sebastião; Construção dos postos de saúde Antonio Diniz Barros, e Fulgencio Pereira; construção da Escola Padre Dante, no Bairro da Subestação; abertura de poços no interior do município; abertura e calçamento de ruas; construção do Colégio Januario Dias de Carvalho, no Bairro Marajá; construção do Espaço para Cooper, na av. Primeiro de Maio.
129
ANTONIO ALBERTO GOMES CORREIA (TONHO VELHO)
133 Gestão 2009/2012
– SEBASTIÃO PEREIRA DE SOUSA – PITÓ Vice prefeito Clodomir Lima Campos (Manetinha). Mandato 01/01/2009 a 01.01.2013.
134 CLODOMIR DE LIMA CAMPOS – Manetinha1 Nasceu no povoado de Cana Brava, município de Pastos Bons, em 10 de fevereiro de 1941, filho de Henrique Rodrigues Campos e d. Sebastiana Pereira Lima. Seus irmãos: Maria Salete Campos, Irineu Lima Campos, Clodoaldo Lima Campos, Antonio Lima Campos, Maria das Graças Campos. Em 1951 veio estudar no provoado Brejo, hoje cidade de Paraibano, indo morar em casa de Guilhermino de Brito Lira (sua mãe era prima de Sinharinha, mulher de Guilhermino); e depois na casa de Justino Vieira dos Santos. Em 1949 iniciou seus estudos no lugar Vieira; teve como primeira professora a Sra. Maria Tereza Oliveira (Tereza de Basiliano). Em 1955 concluiu o 5º ano primário, indo, em 1956, para São Luis, capital do estado, submeter-se ao exame de admissão na Escola Técnica Federal do Maranhão, não obtendo aprovação. Retornou a Paraibano, onde começou a trabalhar na loja do Sr. João Furtado de Brito e Justino Vieira dos Santos, que eram sócios. No ano de 1960 foi nomeado para o cargo de Agente de Estatística do IBGE, pedido do Sr. Guilhermino de Brito Lira ao Deputado federal Cid Rojas de Carvalho. Casou-se em 1965 com 4.04 Raimunda Brito Campos – filha de Guilhermino de Brito Lira -, com quem teve duas filhas: 5.18. Claudene do Socorro Campos; solteira. E 5.19. Cristiane Brito Campos; Solteira. Ainda nesse ano fundou, juntamente com o sr. Raimundo Ari Furtado, um time de futebol – Maranhão Atlético Clube; dai surgiu a ideia de fundação de um clube social – Esporte Clube Ideal, fundado em novembro daquele mesmo ano; foi eleito seu Diretor-Presidente. No ano de 1971 afastou-se temporariamente do IBGE, para trabalhar em sociedade com o sr. Justino Vieira dos Santos – a quem considera seu pai adotivo – na industria de extração de óleo vegetal; não obteve sucesso, retornando ao IBGE em 1975. Eleito vereador, em 1972, com a maior votação daquela eleição, exercdendo o mandato com grande atuação, renunciando, em 1975, em função de ter de retornar às suas funções junto ao IBGE, transferindo-se com a família para a cidade de Codó. Voltou a estudar, concluindo o Segundo Grau. No ano de 1983 é transferido para São Luís, mas sem deixar de se preocupar com os problemas de Paraibano, prestando ajuda a todos que o procuraram, sem distinção de facção política, credo ou cor. Em 1991 aposentou-se do serviço público. Em 2000 canditadou-se ao cargo de Vereador, não logrando a eleição. Em 2008 é eleito vice-prefeito de Paraibano.
Principais obras: ampliação do Parque das Vaquejadas (em frente os bares); construção do prédio da corporação d Policia Militar na BR 135; calçamento de ruas do Bairro Residencial João Furtado Brito, da Rua Tiradentes (Vila Aparecida) e da Rua Sete de Setembro (Centro); aquisição e distribuição de kits sanitários; construção de casas populares; aquisição de um ônibus escolar e de uma patrol mecanizada; melhoria das estradas vicinais.
135 Gestão 2013/2016
Sra. MARIA APARECIDA QUEIROZ FURTADO Vice prefeito Rejany Gomes (DEM) Principais obras - o posto de saúde do centro que recebeu o nome de Severino Furtado Brito, - no Residencial João Furtado foi inaugurado um posto de atendimento do CRAS, - quarenta casas e um posto de saúde que recebeu o nome de Maria Regina, agente de saúde que faleceu à dois anos, - e a Praça João Furtado Brito Neto, em frente a casa de show da Avenida Primeiro de Maio, em homenagem ao filho da prefeita que faleceu em 2009 em um trágico acidente automobilístico. Os eventos contaram com a presença do Secretário Estadual das Cidades Hildo Rocha, do Secretário Estadual de Educação Pedro Fernandes, do Presidente da Assembleia Legislativa Arnaldo Melo, do Ministro do Turismo Gastão Vieira, dos deputados estaduais Alexandre Almeida, Neto Evangelista e Rogério Cafeteira, além de vários prefeitos e vereadores da região e de representantes da sociedade civil.
Maria Aparedida Queiroz Furtado nasceu 30 de outubro de 1955 em São João dos Patos-MA. Possui o ensino médio completo, é casada e tem três filhos, sendo duas mulheres. Foi eleita prefeita pela primeira em 1992. Foi eleita deputada estadual pelo PL em 1998 com 12.948 votos. Em 2000, já no PFL (hoje DEM), foi eleita prefeita pela segunda vez, derrotando Dr Zequinha (Pé Polar).Foi reeleita em 2004 com uma vitória sobre Zé do Geraldo, hoje seu aliado. Em 2012, chega pela quarta vez ao cargo de prefeita derrotando Sebastião Pitó.
136
Encerrada a sessão solene na Câmara, a prefeita seguiu até o Palácio Municipal João Furtado Brito, sede da prefeitura, onde recebeu a faixa de prefeita das mãos do ex-vice-prefeito Clodomir Campos, “Maneta”, pois o ex-prefeito Pitó, de forma deselegante não compareceu a cerimônia e não foi visto na cidade. O triste fim político de Aparecida Furtado http://hiltonfranco.com.br/paraibano-ma-o-triste-fim-politico-de-aparecida-furtado/ 26 de julho de 2016 Comente a notícia
Aos esquecidos, relembro que a prefeita de Paraibano (MA) Aparecida Furtado (PDT), exerce o quarto mandato no executivo (16 anos), o que a coloca no rol dos políticos profissionais que sobrevive, à custa do dinheiro público, não tendo outra profissão regulamentada. Teria Aparecida o direito de concorrer à reeleição, não fossem as condenações junto ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, onde foi condenada a devolver mais de 6 milhões de reais, e ainda a tramitação de 17 (dezessete) processos de improbidade administrativa que responde na Justiça comum (não transitado em julgado). Atualmente Aparecida Furtado é “ficha suja”, e por isso não pode concorrer a reeleição, tendo que colocar Rejany Gomes (PSC) para dar continuidade a sua fracassada gestão.
137 Gestão 2017-2020
José Hélio Pereira de Sousa Zé Hélio tem 52 anos, vem de família humilde, trabalhou em olaria na juventude, tem ensino médio completo e hoje é empresário no ramo de comércio. É descedente dos Gonçalos de Pastos Bons, família política há décadas e que este ano elegeu mais de quatro prefeitos no Maranhão. Seus pais Adalto e Magnólia (Princesa) eram comerciantes nos anos 70 e 80 e sempre estiveram envolvidos em política. Com a saída dos filhos Elion, Zé Hélio, Alciene, Almiran e Eliane para morarem e trabalharem em Santa Rita-MA, onde foram proprietários de supermercado e farmácia, e São Luis, os pais voltaram-se para o trabalho doméstico e de agricultor. No início dos anos de 2000, Zé Hélio retornou à Paraibano onde comprou imóveis, terras, e construiu um supermercado e desde então investiu em comércio e agropecuária em parceria com seu irmão Almiran. Observador da política local, Zé Hélio fora convidado duas vezes para ingressar como candidato nas campanhas eleitorais. No segundo convite, aceitou a sugestão de um grupo da oposição, liderado pelo ex-prefeito Dr. Zequinha, ex-prefeitos Chico Castor e Sebastião Pitó. Aceitou o desafio há três anos e começou a trabalhar, ajudando as famílias carentes dos bairros de Paraibano. No início da campanha teve a adesão de Dr. Daniel Furtado e familiares. O resultado desse trabalho foi conquistado por Zé Hélio neste domingo (2), quando a foi eleito o novo prefeito do município.
138
Francisco Noleto Coelho CHICO DO ZE VEADO É EMPOSSADO NOVO PREFEITO DE PARAIBANO-MA. Na manhã desta segunda-feira(17/08/2020) foi empossado em sessão solene na Câmara Municipal de Vereadores, Francisco Noleto Coelho ( Chico do Ze Veado). O vice prefeito tem 55 anos e assume o comando do município após a morte do prefeito Ze Hélio que faleceu na última sexta-feira em decorrência de complicações pelo novo Coronavirus.
139
'IRMÃO'... LEO LASAN SANTANA Me chamava de irmão, porquê nascemos no mesmo ano 1964, ele Zé Hélio em setembro e eu em novembro. Nossas casas eram uma ligada na outra, apenas uma cerca feita de madeira do "pau de candeia" separava os quintais de frondosas mangueiras onde brincávamos e crescemos em uma infância e adolescência sem tv, tecnologia ou posses... Meninos humildes, pobres, que estudavam e ajudavam os pais na roça depois da escola e corria no final da tarde para jogar bola nos campinhos de poeira e depois ir banhar no açude de baixo...Era assim a nossa turma da Rua São Francisco dos idos 70 a 80, a família de Zé Hélio se mudou mais tarde para morar na rua da Piçarra... Os anos nos levaram por destinos diferentes, eu para o jornalismo, ele para os empregos de ajudantes de comércio em São Luis e Santa Rita...Sofreu muitas humilhações...mas seguiu em frente. Trabalhador e empresário nato desde a infância aprendido com os pais que tinham uma quitanda. Zé Hélio foi oleiro (fazia alvenaria em olarias do Riacho do Meio em Paraibano) foi lavrador e sofreu muito para adquirir, anos depois, o patrimônio que fez questão de montar em sua terra natal, Paraibano.Um supermercado onde gerou empregos e renda. A política estava no sangue, gerada da sua mãe Magnólia, a Dona Princesa, que quando criança vi atender no balcão de sua quitanda o povo do interior que vinha para feira do sábado e bebia umas pingas ouvindo Roberto Ribeiro na radiola cor de laranja atrás do balcão. Ali arregimentava votos para os candidatos da época. E nos dias de eleição, o quintal das frondosas mangueiras ficava lotado de pessoas almoçando cozidão feito nas imensas panelas de ferro fundido e sobre fogões de pedras e lenhas. Eu e Zé Hélio e seus irmãos nos empanturrávamos de tanta comida....Era uma festa.. Ele Zé Hélio sempre foi alegre, risos largos e de uma simplicidade sem tamanho...Um amor aos mais humildes, porque também foi um deles. No meio do povo humilde que o adorava, sempre fazia questão de me dizer "Leonardo, esse aqui é o nosso povo"... me chamando a atenção talvez para a minha "arrogância jornalística"... Aprendia com ele a ser mais resiliente.
140 Eu voltei no final de 2001, ele também, nos encontramos em uma partida de futebol no campo do Barrajão do Residencial, e veio falar comigo e perguntou se o ajudaria na caminhada política que projetava... disse que sim por ser seu "irmão". Preparou o caminho por 15 anos, com calma, astúcia, coragem, mas principalmente humildade. Se revoltava com pessoas que se achavam melhor que as outras... Ajudava aos mais carentes sem fazer alarde. Foi assim, que em 2016 entrou na campanha das eleições e venceu a política em Paraibano contra um grupo forte e tradicional. Estava fazendo um bom governo, mas infelizmente não concluiu seu sonho... Mas o que fez marcará a história da política em Paraibano por ser um dos prefeitos mais jovens e humilde que o município teve até então. Vai com Deus irmão. Sua missão está feita.Obrigado.
141 GESTÃO 2021-2024
VANESSA QUEIROZ FURTADO FERRO Natural de São João dos Patos - MA, Vanessa Queiroz Furtado Ferro nasceu em 04/11/1974; Filha de Ary Furtado de Brito e de Aparecida Queiroz Furtadfo de Brito
VICE
• Olivan Paulo Coelho Pereira
142 PREFEITA VANESSA FURTADO, MONTA EQUIPE DE SECRETÁRIOS QUALIFICADA
LEGISLATIVO130
143
1ª. Legislatura 1955/1960: Cícero Coelho de Sousa (PSD); Agenor Pereira de Sá (PL); João Filomeno (PL); Alcides Miguel da Silva (PSD); Antonio Castor de Araujo (PSD); Belchior Carvalho de Araujo (PSD); Lourenço Araujo Lima (PL).
2ª. Legislatura 1960/1966: Alberto Rodrigues de Miranda (Bentinho); Cícero Coelho de Sousa (Cícero Rico); Dario Rodrigues Reis; Belchior Araujo Lima; Henrique Rodrigues Campos (Nego Henrique, pai de Manetinha); Adão Lopes de Sousa; Alcides Miguel da Silva.
3ª. Legislatura 1960/1966: Dario Rodrigues Reis (Presidente); Abrão Lopes de Sousa, Belchior Araujo Lima; José de Ribamar Carneiro; João Alves de Oliveira; Nelson José Pereira; Alcides Miguel da Silva; Cícero Coelho de Sousa.
4ª. Legislatura 1966/1970: Francisco da Câmara Guimarães; Sergio Coelho Neto de Sousa; Francisco Dias de Carvalho; Claudio Coelho de Sousa; Agenor Pereira de Sá; José Rodrigues de Lima; Raimundo Nonato Lima; Dario Rodrigues Reis; Manoel Mendes Ribeiro. Com a morte de Francisco da Câmara Guimarães, tomou posse o suplente Galdino Freitas Brasilino (abril de 1968).
5ª. Legislatura 1970/1972: Manoel Mendes Ribeiro (Manoel Cristino); Gilson Carvalho Guerra; Nelson José Pereira; Galdino Freire Brasileiro (sic – Brasilino?); João Batista Dias Carneiro; Francisco Dias Carvalho; Anfrisio Pereira de Sá; Dario Rodrigues Reis; Raimundo Nonato Lima.
6ª. Legislatura 1973/1976: Nelson José Pereira; José de Ribamar Carneiro; Maria do Carmo Coelho Mendes; Gilson Carvalho Guerra; Raimundo Ari Furtado; Agenor Pereira Sá; Manoel Rosendo de Sousa; Clodomir Lima Campos (Manetinha).
7ª. Legislatura 1976/1982: José de Ribamar Carneiro; Francisco Dias Carvalho; Dario Rodrigues Reis; Manoel Rosendo de Sousa; José Vieira da Silva; Antonio Ladislau Dias Carneiro; Moacir Furtado de Brito; José Batista Barbosa; Bonifacio Alves de Sousa.
130
O Poder Legislativo elabora as leis do município e é exercido pela Câmara de Vereadores, representada por onze vereadores.
144 8ª. Legislatura 1983/1988: Antonio Ladislau Dias Carneiro; Cícero Antonio dos Santos: Dário Rodrigues Reis; José Noleto de Carvalho; João Pereira Feitosa; José Wilson de Carvalho; Luiz Gonzaga Cândido Ferreira; Maria Zilda Pereira de Sá; Raimundo Alves de Sousa; Sebastião Pereira de Sousa; Marciano Gonçalves de Sousa.
9ª. Legislatura 1989/1992: Raimundo Alves de Sousa; José de Ribamar Melo Quirino; Sebastião Pereira de Sousa; Cícero Antonio dos Santos; Raimundo Lima de Aguiar; Claudionor Coelho Damasceno; Antonio Salmito Coelho de Sá; Antonio Ladislau Dias Carneiro; Antonio Alberto Gomes Correa; Maria Zilda Pereira de Sá; Sebastião Coelho de Sousa Filho. 10ª. Legislatura 1993/1996: Sebastião Pereira de Sousa; Francisco Dias de Carvalho; Getulio Noleto de Carvalho; Antonio José de Sá Cruz; Claudionor Coelho Damasceno; Raimundo Martins Pinheiro; Júlio Cesar Mendes Guimarães; Raimundo Alves de Sousa; José Fernandes da Silva; Antonio Alberto Gomes Correa; Antonio Ladislau Dias Carneiro.
11ª. Legislatura 1997/2000: Osvaldo Coelho de Sousa; Raimundo Alves de Sousa; Antonio Alberto Gomes Correa; Antonio José de Sá Cruz; Belcina Alves de Sousa; Francisco Dias de Carvalho; Francisco Everton Alves de Sousa; Julio Cesar Mendes Guimarães; José Fernandes da Silva; Sulamita Marques Ribeiro Melo; Getulio Noleto de Carvalho.
12ª. Legislatura 2001/2004: Antonio Alberto Gomes Correa; Euclides Lourenço de Araujo; Francisco Dias de Carvalho; Francisco Everton Alves de Sousa; Getulio Noleto de Carvalho; Julio Cesar Mendes Guimarães; José Fernandes da Silva; José Pereira de Sousa Neto; José Orlando Coelho; Raimundo Alves de Sousa; Francisco Furtado Brito.
13ª. Legislatura 2005/2008: Lyndon Jnhonson Pereira de Sousa; Antonia Luiza Pereira da Costa; Francisco Everton Alves de Sousa; Manoel Santana Bispo de Barros; Marcio Flavio Tomás Neto; Euclides Lourenço de Araujo; Julio Cesar Mendes Guimarães; José Orlando Coelho; Getulio Noleto de Carvalho.
14ª. Legislatura 2009/2012: Jardem Sousa e Silva; Getulio Noleto de Carvalho; Valdenia Sá Dutra de Sousa; Marcio Flavio Tomás Neto; Ana Célia de Sousa da Silva; Antonio Luiza Pereira da Costa e Sousa; Francisco Leite da Costa; José Orlando Coelho; Francisco Everton Alves de Sousa. 15ª. Legislatura 2013/2016:
145
Vereadores com a Prefeita Aparecida Furtado (de branco), Vanessa Furtado e Bira Filho Foto: Bira da Rádio
Jardem PSD; Elizangela PTB; Célia PR; Dênia Sá PSC; Nato PSDB; Chico Everto DEM ; Murilo PSL; Jair PT do B; Tico do Getúlio PTB; Socorro do Chuta PV; Enf.ª Lucimar PPS. 16ª Legislatura 2017-2010:
Elizangela da Tabaroa PSB Ricardo Campos PEN Dr. João Marcelo PSDB Ricardo XavierPT Célia da Aparecida PTB Denia do Lyndon Jonhson PTN Lucimar Sá da Silva SD Murilo Ribeiro PSL
146 Denis Nascimento PMN Tico Leite PC do B Nilton Pitó PSB
147 Quadro. VEREADORES ELEITOS, SEGUNDO O NÚMERO DE MANDATOS EXERCIDOS 1955/2014 VEREADORES Dario Rodrigues Reis Francisco Dias de Carvalho Getulio Noleto de Carvalho Raimundo Alves de Sousa Antonio Alberto Gomes Correa Antonio Ladislau Dias Carneiro Cícero Coelho de Sousa Francisco Everton Alves de Sousa Júlio Cesar Mendes Guimarães Agenor Pereira de Sá Alcides Miguel da Silva José de Ribamar Carneiro José Fernandes da Silva José Orlando Coelho Nelson José Pereira Sebastião Pereira de Sousa Abrão Lopes de Sousa Antonio José de Sá Cruz Belchior Araujo Lima Belchior Carvalho de Araujo Cícero Antonio dos Santos Claudionor Coelho Damasceno Euclides Lourenço de Araujo Galdino Freitas Brasilino Gilson Carvalho Guerra Manoel Mendes Ribeiro Manoel Rosendo de Sousa Maria Zilda Pereira de Sá Raimundo Nonato Lima Alberto Rodrigues de Miranda Ana Célia de Sousa da Silva Anfrisio Pereira de Sá Antonia Luiza Pereira da Costa Antonio Castor de Araujo Antonio Luiza Pereira da Costa e Sousa Antonio Salmito Coelho de Sá Belcina Alves de Sousa Bonifacio Alves de Sousa Claudio Coelho de Sousa Clodomir Lima Campos Francisco da Câmara Guimarães Francisco Furtado Brito Francisco Leite da Costa Henrique Rodrigues Campos Jardem Sousa e Silva João Alves de Oliveira João Batista Dias Carneiro João Filomeno João Pereira Feitosa José Batista Barbosa José de Ribamar Melo Quirino José Noleto de Carvalho José Pereira de Sousa Neto
LEGISLATURAS 02ª; 03ª; 04ª; 05ª; 07ª; 08ª; 04ª; 05ª; 07ª; 10ª; 11ª; 12ª; 10ª; 11ª; 12ª; 13ª; 14ª; 08ª; 09ª; 10ª; 11ª; 12ª; 09ª; 10ª; 11ª; 12ª; 07ª; 08ª; 09ª; 10ª; 01ª; 02ª; 03ª; 04ª; 11ª; 12ª; 13ª; 14ª; 10ª; 11ª; 12ª; 13ª; 01ª; 04ª; 06ª; 01ª; 02ª; 03ª; 03ª; 06ª; 07ª; 10ª; 11ª; 12ª; 12ª; 13ª; 14ª; 03ª; 05ª; 06ª; 08ª; 09ª;10ª; 02ª; 03ª 10ª; 11ª; 02ª; 03ª; 01ª; 02ª; 08ª; 09ª; 09ª; 10ª; 12ª; 13ª; 04ª; 05ª; 05ª; 06ª; 04ª; 05ª; 06ª; 07ª; 08ª; 09ª; 04ª; 05ª; 01ª; 14ª; 05ª; 13ª; 01ª; 14ª; 09ª; 11ª; 07ª; 0 06ª; 04ª; 12ª; 14ª; 02ª; 14ª; 15a 03ª. 05ª; 01ª; 08ª; 07ª; 09ª; 08ª; 12ª;
MANDATO 6 6 5 5 4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1
148 José Rodrigues de Lima José Vieira da Silva José Wilson de Carvalho Lourenço Araujo Lima Luiz Gonzaga Cândido Ferreira Lyndon Jnhonson Pereira de Sousa Manoel Santana Bispo de Barros Marciano Gonçalves de Sousa. Marcio Flavio Tomás Neto Marcio Flavio Tomás Neto Maria do Carmo Coelho Mendes Moacir Furtado de Brito Osvaldo Coelho de Sousa Raimundo Ari Furtado Raimundo Lima de Aguiar Raimundo Martins Pinheiro Sebastião Coelho de Sousa Filho Sergio Coelho Neto de Sousa Sulamita Marques Ribeiro Melo Valdenia Sá Dutra de Sousa
04ª; 07ª; 08ª; 01ª; 08ª; 13ª; 13ª; 08ª; 13ª; 14ª; 06ª; 07ª; 11ª; 06ª; 09ª; 10ª; 09ª; 04ª; 11ª; 14ª;
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
JUDICIÁRIO131
149
FÓRUM Juiz(a) de Direito
1
Técnico Judiciário
3 efetivos
Auxiliar
2 efetivos
Oficial de Justiça
2 efetivos
Assessores
2 contratados
MINISTÉRIO PÚBLICO Promotor de Justiça
1
Oficial de Promotoria
1 efetivo
Assessor
1 contratado
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL Analista de Sistema
1 efetivo
Técnico Judiciário
1 efetivo
Assessor
1 contratado
Segundo Santos (2013)
132
, os moradores do Brejo tinham que se deslocar até Pastos Bons, em lombo de
animais, para levar as suas queixas ao conhecimento do Juiz de Direito, sendo o mais rememorado o Dr. José Neiva de Sousa, que posteriormente ingressou na carreira política, chegando a Senador da República. Junto com sua esposa, Alcina da Rocha Santos Neiva133, reinaram por muito tempo como chefes políticos da região, dominando de São Francisco até Alto Parnaíba. José Neiva permaneceu na liderança regional até 1949, quando rompeu com o senador Vitorino de Brito Freire e o então Governador do Estado, Sebastião Archer da Silva. Com a criação do município pela Lei 841, de 30 de dezembro de 1952, instalado em 06 de janeiro de 1953, sobreveio a instalação do Termo Judiciário de Paraibano, da Comarca de Pastos Bons, ocorrida em 5 de agosto de 1953. A cerimônia foi presidida pelo Juiz de Direito João Gaspar Tobler, presente o Promotor de Justiça Raimundo Everton de Paiva. Tomaram posse: Merval Dias Carneiro – 1º suplente; Manoel Dias de Freitas, 2º suplente; e José Ribamar Chaves, 3º suplente; Francisco da Câmara Guimarães, promotor adjunto; Joaquim José de Carvalho, escrivão do 2º Cartório do 2º Ofício; João Batista de Castro, oficial de Justiça; Justino Vieira dos santos, delegado de Polícia.
131
O Poder Judiciário é encarregado de zelar pelas leis municipais. Esse poder é exercido pelo Juiz e pelo Promotor. Há no município dois cartórios, um do 1º. Ofício e outro, do 2º. Oficio. 132 SANTOS, Eliza Brito Neves dos. Breve história do poder Judiciário, in Obra citada, p. 265-270 133 Comerciante, da família dos Rocha Santos – D. Noca e Eurico -; foi prefeita de Pastos Bons, eercendo um mandato.
150 Paraibano teve como primeiros Juízes suplentes: 1953, 08/01 – Merval Dias Carneiro; 1961, 03/01 – Guilhermino de Brito Lira; 1963, 16/01 – Onildo Brito Lira; 1967, 07/01 – Antonio de Brito Lira, conhecido como Antonio Furtado.
A 4 de dezembro de 1967, através da Lei 2.814, art. 251, inciso 9º (Organização Judiciária do Estado do Maranhão), foi criada a Comarca de Paraibano, instalada em 28 de setembro de 1969, passando a responder, cumulativamente, pela nova comarca o então titular da Comarca de Pastos Bons, o Dr. Adonias Lucas de Lacerda134. 1970 – entrou em exercício na Comarca em 12 de novembro seu primeiro juiz titular, Geraldo Magela Ferreira135, concursado. Fixou residência em Paraibano, até sua remoção em 1974, para a Comarca de Araioses. Com a remoção do Magistrado, entraram em exercício, como titulares, os seguintes Juízes de Direito:
- Alberto Leite Guimarães: 12.02.1974; - Firmino Antonio Freitas Soares136: 11.12.1981; - Odon Francisco de Carvalho137: 23.02.1987; - Ilva Salazar Elizeu: 18.04.1991; - José Edilson Caridade138: 13.03.1992; - José Magno Linhares Moraes139: 30.08.1993; - Sidarta Gautama Farias Maranhão: 17.02.1997; - Susi Ponte de Almeida: 05.06.1997; - Ernesto Guimarães Alves: 03.12.1998; - Rubem Lima de Paula Filho140: 27.11.2001;
134
Dedicado às causas da educação da juventude, foi responsável pela criação do Colégio Comercial de Paraibano, que, em sua homenagem, chamase Escola Municipal Dr. Adonias Lacerda. 135 Originario de Bom Despacho-MG; Juntos, vieram sua esposa Benícia Ferreira e sua filha Izabel Cristina Ferreira. O magistrado e sua esposa passaram a lecionar no Colégio Comercial, sendo importante suas contribuições, pela falta de profesores nauela época. 136 Dedicdo à Literatura, autor de vários livros. 137 Mesmo após sua aposentadoria, continuou residindo em Paraibano, junto com sua esposa, Maria da Guia (exeerceu o crgo de Secretária Municipal de Saúde; sua filha, Liliane Carvalho, bioquímica, trabalhou junto à Secretaria de Saúde; seu filho, Odon Francisco de carvalho Junior, advogado do Municipio. 138 Já havia exercido a função de Delegado de Policia da cidade. 139 Atualmente, Juiz Federal. 140 Atualmente, Juiz Federal. Durante seu exercício o prédio onde funcionava o Fórum – colégio da rede municipal – foi reformado, transformandoo no Fórum Nicas Mendes.
151 - Rommel Cruz Viegas: 14.12.2004; - Nirvana Maria Mourão Barroso141: 30.11.2007; - Mirella Cezar Freitas: 10.05.2010. Registra-se a passagem pela Comarca, como juízes substitutos: João Damasceno Viana Vale; Maria Dulce Maria Soares Clementino; José Batista do Nascimento; Severino Domingues da Silva; Maria do Rosário de Fátima Almeida Duarte; José de Nazareth de Azevedo Maia; Arimateia Correia Silva; Florita Camargo Pinho; Francisco Florismar de Almeida; Adelvan Nascimento Pereira; Márcia Cristina Coelho Chaves; José Frederico dos Santos Martins; Patrícia Marques Barbosa; Antonio Luiz de Almeida Silva; Stela Pereira Muniz; Rommel Cruz Viegas; e Marcelo Elias Oka. Como juiz suplente, entrou em exercício o Sr. Honorato Alves dos Santos, em 12.03.1971, reconduzido em 2i de julho de 1973. Como Juízes Eleitorais, já responderam: José Humberto Dias; Jocelino Sousa Gomes; Iris Danielle Araujo Santos Generino; Rodrigo Costa Nina. E como Juiz de Paz, nomeados: Zacarias José Noleto, que não chegou a entrar em exercício; Euclides Araujo de Sousa: 23.03.1984; Ana Tereza Coelho Fernandes: 25.06.1984, ainda em exercício da função. A Comarca conta com o “Fórum Niceas Mendes” – inaugurado em 16 de outubro de 2003; prédio da “Promotoria de Justiça”, inaugurado em 29 de novembro de 2006; “Fórum Eleitoral Juiz Adonias Lucas de Lacerda”, inaugurado em 25 de abril de 2008. A Comarca ainda conta com as serventias dos 1º e 2º Oficio Extrajudicial, resultante da alteração do Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado do Maranhão, através da lei Complementar 14, de 17 de dezembro de 1991. O Cartório do 2º Ofício fora instalado em 6 de janeiro de 1953, tendo como escrivão Joaquim José de Carvalho. Aposentado em 6 de julho de 1976, foi nomeado em caráter provisório, Paulo de Tarso Guedes de Carvalho, confirmado como interino em 11 de agosto de 1976 e efetivado em 1982, e posteriormente removido para a Comarca de Tuntum. Assumiu em caráter provisório, a servente juramentada Deuseli Alves Diniz Carvalho. O do 1º Oficio foi instalado em 20 de novembro de 1969, sendo nomeada escrivã juramentada a Sra. Maria Doracy Furtado Coelho; como exercia o magistério, pediu exoneração, assumindo Sérgio Coelho Neto de Sousa, em 9 de janeiro de 1970. Com o falecimento deste, assumiu Maria Doracy Furtado Coelho, já aposentada no magistério, efetiva em 1988.
141
Em sua gestão, foi construído o Forum Eleitoral Dr. Adonias Lucas de Lacerda.
Santos (2013) registra ainda a “presença do Ministério Público”
142
152 , com a instalação do Termo Judiciário de
Paraibano, vinculado à Comarca de Pastos Bons, ainda em 05 agosto 1953, tomando posse como PromotorAdjunto Francisco da Camara Guimarães. Com a criação da Comarca – 04 de dezembro de 1967 -, instalada em 28 de setembro de 1969, na administração de João Furtado de Brito, passou a ter os seguintes representantes: - Erina Maria Angelim Moreira: 16.10.1969 (titular); - Edna carneiro Jansen de Mello (07.12.1971 (substituta); - Eliza Brito Neves dos Santos: 18.07.1972 (substituta); 18.03.1975 (interina); - Maria das Dores Costa Teixeira: 17.02.1977 (substituta); - Juracy Oliveira Coelho: 19.07.1977 (substituto); - Maria das Dores Costa Teixeira: 27.06.1978 (interina); 14.03.1979 (titular) - João Barnabé da Silva Neto: 03.09.1979 (substituto); - Eronita Carvalho: 02.01.1980 (titular); - Iracy Martins Figueiredo: 26.08.1981 (titular); - Angela Maria Moraes Salazar: 09.08.1983 (titular); - José Carlos do Vale Madeira: 09.03; 1987 (titular); - Sandra Lucia Mendes Alves Elouf: 16.02.1990 (titular); - Raimundo Nilo Bandeira Barra: 05.08.1991 (substituto); 09.10.1992 (titular); - Maria Luciane Lisboa Belo: 19.03.1992 (substituta); - Maria da Gloria Mafra Silva: 19.06.1992 (substituta); 10.11.1992 (titular); - Lena Claudia Ripardo Pauxis: 1º. 11.1993 (titular); - Raquel Silva de Castro: 28.12.1993 (titular); - Christiane de Maria Ericeira Silva: 24.01.1994 (substituta); - Selma Regina Souza Martins: 28.02.1994 (substituta); - Lana Cristina Barros Pessoa: 13.08.1996 (substituta); 22.08.1996 (titular); - Clodomir bandeira Lima Neto: 03.10.1977 (titular); - Gustavo Antonio Chaves Dias: 07.06.2004 (titular, removido de Carutapera); - Moises Caldeira Brant (titular, removido de São João dos Patos).
142
SANTOS, Eliza Brito Neves dos. Presença do Ministério Público, in Obra citada, p. 271-277.
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA O município de Paraibano possui a Sede e 99 povoados: ZONA URBANA ORD.
DENOMINAÇÃO
TIPO
01
Centro
Bairro
02
Subestação
Bairro
03
Vila Leão
Bairro
POPULAÇÃO
04
ZONA RURAL ORD.
DENOMINAÇÃO
TIPO
01
Angico do Galdino
Povoado
02
Cana Brava
Povoado
03
Catingueiro
Povoado
04
Centro do Toquinha
Povoado
05
Chapadinha
Povoado
06
Extrema
Povoado
07
Juçara
Povoado
08
Matapasto
Povoado
09
Miroró
Povoado
10
Nova Olinda
Povoado
11
Olho D´Água
Povoado
12
Orozimbo
Povoado
13
Papa Feijão
Povoado
14
Pedra Preta
Povoado
15
Poço Verde do Ari’
Povoado
16
Poço Verde do Xavier
Povoado
17
Riacho do Meio
Povoado
18
Santo Antonio
Povoado
19
Santo Estevão
Povoado
20
Serra Grande
Povoado
21
Sitio do Meio
Povoado
22
Solta
Povoado
23
Sossego
Povoado
24
Tabaron
Povoado
POPULAÇÃO
153
154 25
Taboleirão do Casé
Povoado
26
Taboleirão do Nelson
Povoado
27
Tapera
Povoado
28
Terra Vermelha
Povoado
29
União
Povoado
30
Vamos Vendo
Povoado
31
Várzea do Meio
Povoado
32
Várzea Suja
Povoado
33
Varzinha
Povoado
34
Varzinha
Povoado
35
Vazante do RE RE
Povoado
36
Vazante do Rozinha
Povoado
37
Várzea do Canto
Povoado
ASPECTOS CÍVICOS
155
Festas Cívicas
Comemoram-se duas festas cívicas: a fundação da cidade de Paraibano, a 06 de janeiro (data da instalação do município); e o Sete de Setembro (Semana da Pátria).
Símbolos Municipais
Brasão – idealizado pelo professor Humberto Fernandes Lima e Doralina Coelho de Sousa, tendo sido aprovado pela Câmara de Vereadores através do Decreto Lei no. 60 de 26 de novembro de 1988, e oficializado pelo Projeto de Lei no. 15/2001. Os dois ramos significam as riquezas naturais; a concha com as três pontas, os três poderes; a estrela representa o membro maior do Poder Executivo; a mão escrevendo sobre o livro, a educação e a cultura; as listas em forma de gradiente significam os membros dos poderes Legislativo e Judiciário; as matas, o solo fértil; os pés de arroz,
156 a agricultura; as abóboras, as safras abundantes; as palmeiras, os babaçuais e a lua clareia os plantios e influencia na plantação do município.
HINO OFICIAL Letra e Música: Humberto Fernandes Lima Paraibano, cidade hospitaleira Que imigrantes nordestinos vieram habitar Por baluartes tu foste alicerçada Foste firmada para não desmoronar Tuas tradições e tuas raízes São orgulho deste povo Que luta com coragem Para ti edificar. (REFRÃO) Paraibano, Paraibano Prevalece em teu seio a União O teu lema é continuidade Teu slogam é coragem e determinação (BIS) Como célula de uma sociedade Tu fazes parte desta grande nação Os mártires que fizeram tua história Contam com glória e merecem galardão Tuas memórias são poucos monumentos Mas ficam gravadas em cada coração História do Hino de Paraibano e sua importância para o povo
A letra do hino do município de Paraibano foi inspirada em sua própria história tendo como ponto de partida um povo sofrido e a sua bravura no início do desenvolvimento. A própria letra narra um princípio de muitas esperanças, quando se trata da hospitalidade dos primeiros habitantes que aqui chegaram com suas famílias e para com os que chegavam de outras regiões. “Seus mártires” é uma expressão, dedicada aqueles que colocaram as primeiras pedras na construção desta cidade e sobre elas já morreram. A cidade na realidade dispõe de poucos monumentos históricos, mas sua verdadeira história está na mente de todos aqueles que aqui habitam e que se orgulham de ser Paraibanense. Considero de muita importância a letra desse hino, creio que cada Paraibanense se orgulha de contar seu próprio hino, narrando um pouquinho de sua própria história
157 Hino – letra de Aldeisa de Brito de Sousa e musica do padre João Lombarde narra a bravura de seu povo, suas lutas e conquistas. Enfatiza também a hospitalidade, generosidade e amor de sua gente: Paraibano, cidade morena, És linda e pequena Parece um jardim. Paraibano tem ouro, tem gado, Tem céu estrelado e riquezas sem fim. O teu nome está cheio de gloria, Gravado na história Deste meu Brasil. Não te esqueço cidade bonita Cartão de visita De um povo gentil. Cidade, Paraibano Majestosa, altaneira Ó cidade brasileira, Nos meus sonhos Tu és a primeira.
158
159 Bandeira – foi idealizada por Niomedes Xavier Gonçalves através do Decreto Lei no. 052/88, de 25 de maio de 1988. Ela tem a forma de um quadrilátero retangular, apresentando quatro quadrantes com as seguintes cores: o preto faz referencia à bandeira da Paraíba, de onde se originou os fundadores de Paraibano (sic); o verde, as lindas matas verdejantes; o amarelo caracteriza o ouro; e o vermelho, em homenagem a bandeira do Maranhão; o arroz, o babaçu e o algodão, simbolizam as culturas do Maranhão.
160
ASPECTOS ECONÔMICOS143
161
À epoca da chegada dos “Paraibanos”144, a estruturação espacial do território maranhense é o resíduo de um secular processo produtivo apoiado no modelo economico latifundiário, primário-exportador, do século XIX, impulsionado pelos pequenos produtores migrantes que justapuseram ao antigo espaço monocultor, com concentração rígida de terras, uma nova estrutura constituída de pequenas explorações de agricultura de subsistência: “A organização espacial na década de 20 já retrata a passagem que se dava em fins do século XIX, quando do grande declínio da economia agrícola do Estado, de um aproveitamento mercantil de grandes explorações para um sistema de pequenas unidades de produção, que embora ligados, ainda à cultura do algodão já se estrturava na direção de uma rpodução francamente para subsitencia.” (IBGE, 1984).145
A cotonicultura sobrevivia, ainda, como principal cultura do Estado, ocupando os espaços conquistados no século XIX – vales do Itapecurú e Parnaíba e o então chamado Alto-Mearim. Nessa época, o algodão produzido já provinha de pequenas lavouras instaladas pelos ‘agregados’ nos antigos latifundios, na maior parte, migrantes nordestinos146. O algodão convivia na mesma roça com o arroz, o milho e a mandioca – culturas de subsistencia. Por essa época, já despontava a extração do coco babaçú, incentivada pelas primeiras exportações para a Alemanha, feitas em 1911, expandindo-se no periodo da I Guerra Mundia, sendo que, nas décadas de 30 e 40 passa a ser o principal produto de exportação do Estado147.
Recursos vegetais – o babaçu é a principal riqueza do municipio. É explorado em larga escala. Da amendoa fabrica-se azeite, leite, sabão e vela; da casca faz-se o carvão e das folhas fabricam-se esteiras e cofos (artesanato) e também são utilizadas na cobertura de casas; as madeiras de lei como cedro e pau d´arco que encontram-se consorciadas com os babaçuais, são utilizadas para a fabricação de móveis, portas, ripas, caibros, etc.; Extrativismo – o principal produto extrativo vegetal de Paraibano é o babaçu. Este produto tem destaque na economia do municipio, porem sofre com a depredação das matas, diminuindo, consequentemente, 143
Como dito, faremos um resumo histórico da implantação da indústria no Brejo. Ver também RIBEIRO, 2002, obra citada. 144 VAZ, 1990, obra citada. 145 Brasil, IBGE. ATLAS DO MARANHÃO. Rio de Janeiro: IBGE, 1984, p. XI-37; CANEDO, Eneida Vieira da Silva Ostria de. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO MARANHENSE ATÉ OS ANOS 80 – A DISTRIBUIÇÃO DA TERRA E ATIVIDADES AGRÍCOLAS. 2ª. ed.. São Luis: Interativa, 2008 146 OLIVEIRA, Antonio Guimarães de. ALGODÃO: OURO BRANCO (Tempo e espaço). São Luis: Ed. Do Autor, 2007. 147 Em 1920, a área cultivada no Estado era de 62.810 hectares, sendo que São João dos Patos contribuía com 9,6% desse total, com o algodão, milho e arroz ocupando 99% da área cultivada. Vale lembrar que os dados fornecidos pelo IBGE (1984) referem-se ao ano agrícola de 1919-20 e que os municípios de São João dos Patos, Loreto, Nova Iorque, Carolina, Passagem Franca, Colinas (Picos), Mirador, Benedito Leite foram desmembrados de Pastos Bons no ano de 1920.
162 a produtividade de amendoa, devido a agricultura itinerante e a abertura de campos de pastagens. Pelo censo de 2005, não existem industrias extrativas no municipio. Recursos animais – os recursos animais existentes em Paraibano são variados, encontra-se pequena quantidade de animais de caça, como veado, tatu, paca, cutia, macaco, capivara e várias especies de aves silvestres. Nas lagoas encontra-se pouca variedade de peixes, como piau, mandubé, piranha, traíra, curimatá, etc.; Agricultura – constitui fonte de subsistencia. O vultivo é feito pelo processo extensivo. Os produtos agricolas mais plantados na região são arroz, feijão, algodão, milho, fava e mandioca. Ultimamente, o municipio se dedica ao plantio de abobora, sendo conhecido como ‘a capital da abóbora”; Pecuária – é desenvolvida a criação de bovinos, suinos, muares, sendo que todos são encontrados em pequena quantidade. A pecuária de bovino é praticada de forma semi-intensiva ou seja, o gado é criado com pouca assistencia em campos abertos; A pecuária já era explorada de modo extensivo nos chapadões do ‘alto sertão’, pois exigia pouca mão-de-obra, não sofrendo qualquer modificação em sua estrutura de produção – continuava a fornecer couros para a exportação e carnes para o mercado interno. Embora tenha se constituído em uma área que contribuía com grande parte da produção agropecuária do Estado, os municípios do “alto sertão” eram os de mais baixa renda, inferior a 10:000$000 (dez mil contos de réis). Recursos minerais – as riquezas minerais do municipio são: pedra seixas, argila e areia, exploradas na fabricação de ladrilhos, tijolos e utilizadas nas construções de casas e calçamentos.
A primeira industria instalada no Brejo foi a ceramica, para fabrico de tijos e telhas. Inicialmente para uso na construção das residencias dos próprios “Paraibanos” – Antonio e seus filhos148. Para inicio dessa produção, trouzeram operarios de fora, como o sr. Noel Cardoso149. Além da produção, passam a ensinar aos habitantes locais essa arte. Até hoje a ceramica é um a industria desenvolvida em Paraibano.
Industria – há varias industrias: quatro de benificiamento de arroz; tres de fabricação de moveis; uma de oleo vegetal; e outra de beneficiamento de algodão. A cana de açucar era plantada apenas para consumo local, utilizada na fabricação de açúcar e aguardente. Manetinha informa que seu pai era agricultor e dedicava-se ao cultivo da cana e mantinha duas juntas de bol de carga para puxar a engenhoca para a produção de rapadura e aguardente. Em 1955, segundo dados do IBGE,
148
Ate a chegada dos “Paraibanos”, o uso era a construção de casas de taipa e palha, quando não só de palha. Mesmo eles, ao chegaram, fizeram uso desse tipo de construção. Após a morte do primeiro filho de Guilhermino, e ouvindo os conselhos do Padre Cícero Romão Batista, do Juazeiro do Norte-CE, quem indica dada as características do lugar o melhor local onde pudesse iniciar a produção do material – tijolo, telha -, começam a produção, inicialmente para uso próprio, utilizada na construção de suas casas, as primeiras de alvenaria do Brejo. 149 Noel Cardoso era parente de Antonio de Brito Lira.
163 Paraibano era um dos maiores produtores de rapadura e aguardente de cana do Estado. Até hoje sua cachaça é famosa, além-fronteiras do Maranhão150. No final da década de 1930, se inicia o aproveitamento da madeira para a fabricação de móveis. Um dos primeiros a chegar foi o pai de Dona Alzenir151 (carpinteiro); e o Sr. Henrique, hábil marceneiro152. Dona Noca mantinha no Brejo uma bolandeira153, para descaroçar algodão e uma máquina de pilar arroz, lá pelo inicio dos anos 1940. A primeira indústria instalada, efetivamente foi a máquina de beneficiar arroz, de Guilhermino de Brito Lira, vendida a João Furtado de Brito. Ao que parecem essas máquinas são anteriores a instalação das de Guilhermino, mas o Sr. Valentim – que foi empregado de D. Noca - antigo morador do povoado considera as deste como indústria, na acepção da palavra, pois fazia o beneficiamento, não apenas descaroçar o algodão154. Oliveira (2007) relaciona as paginas 227-229 em sua obra “Algodão: ouro branco” que década de 1950 havia várias beneficiadoras de fibras têxteis existentes no Maranhão, destacando-se: Anexo 06: Beneficiadoras de fibras têxteis que existiam no Maranhão na década de 1950 Cidade Razão social Nome fantasia Endereço Operarios Paraibano Ind. Reunidas Guilhermino S/A Ind. Guilhermino Rua 7 de setembro 08 Paraibano João Furtado & Cia João Furtado Av. João Paraibano, s/n 08 Fonte: IBGE-1960, IN OLIVEIRA, Antonio Guimarães de. ALGODÃO: Ouro Branco (tempo e espaço). São Luis: ed. Do Autor, 2007, p. 229.
Depois vieram as maquinas de extração de óleo vegeral, de óleo de babaçu, do caroço do algodão, uma máquina de beneficiar algodão. A materia prima era comprada no proprio municipio, além de de toda a região - Loreto, Sambaiba, até de Presidente Dutra. Francisco Gomes Ribeiro – conhecido como Chico Siebra155 – instala uma fábrica de fogos, produzindo fósforos e foguetes. Além dessa fábrica, instalou uma outra, de calçados. De acordo com o IBGE, pelo censo economico de 1955, a produção de calçados chegou a 2.500 pares, exportados para os municipios vizinhos. Outro industrial
150
Deve-se ressaltar que Paraibano está localizado dentro da APL – Arranjos Produtivos Locais - da Cachaça. O Arranjo Produtivo da Cachaça tem sua atuação nas regiões de planejamento do Sertão Maranhense, envolvendo os municípios do entorno de São João dos Patos, Cidade Pólo, e tendo como municípios participantes, além de Paraibano, Barão de Grajaú, Buriti Bravo, Colinas, Mirador, Passagem Franca, São Domingos do Azeitão, Sucupira do Norte, Sucupira do Ranchão, concentrando sua ação para uma média de 3000 produtores. (Fonte: http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1210710852.pdf, acessado em 02/02/2009). 151 Alzenir, acompanhando seu pai, chegou ao Brejo em 1933, com 15 anos de idade, procedente do Ceará e como tantas outras famílias nordestinas, em fuga das constantes secas que assolam a região. Depois de passar pelo Piauí (1932) estabelece-se em Água Branca. Seu pai era carpinteiro e participou da construção das casas dos Paraibanos. 152 Henrique (?) era cunhado de Mariquinha, segunda esposa de Antonio Paraibano. 153 Máquina de descaroçar algodão. Nos tempos antigos, a máquina era puxada por carro de boi a manivela. Nos tempos modernos, a bolandeira é pouco utilizado ou não é usada, tendo em vista as novas máquinas e o novo mercado. http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=bolandeira&id=1739, acessado em 02/02/2009 154 CARVALHO, Valentim Florêncio de. DEPOIMENTO, in VAZ, 1990, obra citada. 155 Chico Siebra era cunhado de Antonio Paraibano.
164 do ramo foi o sr. Nelton Noleto de Sá, além da industria de Guilhermino de Brito Lira e seu filho José de Brito Lira; o Sr. Manoel Duda além da industria, tinha um comercio de calçados. Essa tradição industrial tem continuidade com o sr. João Furtado de Brito e seu filho, Ari Furtado.
ASPECTOS SOCIAIS
165
EDUCAÇÃO
Histórico da educação A primeira professora chega ao Brejo em 1940. A primeira escola é construída em 1946 – A “Escola Rural João Paraibano”. Embora não houvesse professores e escolas no povoado, algumas pessoas sabiam ler, como João Lopes156; naquela época vinham pessoas de longe para que ele lesse ou escrevesse uma carta.
Em 1939, passa pelo Brejo o Interventor Paulo Ramos157 e Guilhermino de Brito Lira pede a ele uma professora. O Governador pergunta-lhe se tinha alguém que a hospedasse. Ao que respondeu que ele mesmo receberia a professora em sua casa. “Vou mandar”, foi a resposta. E em 1940, chegava a primeira professora: Raimunda Ramos Gonçalves.
156 157
João Lopes é marido de Satu Lopes, parenta da mãe de Eliza Brito Neves dos Santos. Ver pagina a passagem de Paulo Ramos.
166
Fonte: Eliza Brito Neves dos Santos – o tempo não apagou
167 As aulas eram dadas em uma das salas da “Casa de Pedra”, de propriedade de João Paraibano. Antes da construção daquela primeira escola as aulas eram dadas em salas de residências particulares, cedidas ou alugadas à Prefeitura de Pastos Bons.
Embora todos se lembrem da Sra. Raimunda como a primeira professora, antes dela outra pessoa ensino no Brejo. Não há registro do nome desse professor158; fora contratado por Antonio Paraibano para ensinar – a ele e a seus filhos – a ler, escrever e a contar. Naquela época, devido às dificuldades, contratava-se um professor, que com método próprio, ensinava a ler, escrever e contar em um prazo de um a dois meses. Tiveram aulas durante um mês, findo este, todos tinham condições de escrever uma carta e fazer as quatro operações básicas. Ninguém jamais reclamou das contas feitas por eles, quando dos negócios. Nas rememorações do Sr. Manoel Coelho de Sousa, se percebe as dificuldades de se educar um filho e a importância que se dava aos estudos. Morando próximo ao Brejo, em Cana Brava – onde nasceu – em 1941, aluga uma casa para que os filhos estudassem; em 1942, muda-se para o povoado. Seus filhos foram os primeiros habitantes a concluírem um curso de nível superior. Agenor Coelho de Sousa formou-se em Odontologia, no Rio de Janeiro e, ainda, ingressou no Exército Brasileiro, reformando-se como Coronel. Cícero Coelho de Sousa – Cícero Rico – é Bacharel em Direito.
158
Segundo apurou Clodomir Lima Campos – Manetinha -, foi João Lopes: “O Capitão Faustino, tendo necessidade de construir a casa do engenho convidou o Sr. João Lopes de Sousa, que era carpinteiro, para morar em suas terras; ao chegar na Fazenda do Capitão Faustino,João Lopes – além de fazer o engenho – achou por bem criar uma escola, noturna, para alfabetizar os moradores. Foi quando os filhos de Antonio de Brito frequentaram e aprenderam assinar o nome, para se tornar eleitor.” In DEPOIMENTOS aos Autores, em novembro de 2015.
168 O Sr. Manoel relata como eram as dificuldades. Saindo do Brejo, Agenor foi para Buriti Bravo, aos nove anos, estudar em casa de uma cunhada de sua mãe, que era professora. De lá, seguiu para Caxias e dai para São Luís. Quando foi para prestar o exame vestibular, foi para o Rio de Janeiro. Depois da saída de dona Raimunda Gonçalves, foi nomeada outra professora, por volta de 1945: dona Aldaires Fernandes de Sousa, que lecionou por cerca de dois anos e foi hospede de Bernardino de Brito Lira.
Fonte: Eliza Brito neves dos Santos – o tempo não apagou
Mais tarde, foi substituída por sua sobrinha, Teresinha de Jesus Xavier, que ficou entre 1947 a 1949, também nomeada pelo Estado e lecionou em escolas particulares. Foi quando foi construída a Escola Rural.
169
Com a construção do prédio, as professoras passaram a residir na própria escola, pois além da sala de aula, possuía um terraço e uma dependência destinada à moradia da professora – quarto, sala e cozinha. Quando dona Teresinha casa, deixa a cidade, sendo nomeada outra professora, a Sra. Hortência Sá e Silva. Nessa época, havia duas professoras atuando na cidade: Dona Hortência, nomeada pelo Estado, e a Sra. Maria Dolores Coelho de Sousa159, nomeada pelo município de Pastos Bons. Maria Dolores Coelho de Sousa – sobrinha de Manoel Coelho, professora Nasceu no Povoado Tucuns, hoje município de Paraibano,em 08 de julho de 1928, oeríodo em que seus pais estavam naquele povoado cultivanmdo a roça e fazendo farinhada. Foi para Pastos Bons, para residência de seus pais, onde freqüentou a escola. Concluiu o 5º ano primário, e depois foi estudar em Floriano-PI, onde concluiu o Curso Normal, na Escola Normal Regional de Floriano, no ano de 1948. Em 1949, foi nomeada pelo Prefeito Lourenço Ferreira Barros para o Povoado Brejo, hoje Paraibano, prestando seus serviços na Escola Rural, hoje Escola João paraibano, nos anos de 1949 e 1950. No ano de 1951, com a mudança do Governo do Estado, passou a dar aulas no salão da cada de D. Mariquinha, viúva do Sr. Antonio Brito, até o ano de 1953, quando retornou à Pastos Bons, casando-se com o Sr. Antonio Coelho da Costa, com quem teve 13 filhos. Nunca deixou de trabalhar como Professora, até o ano9 de 2010. Em sua função como Professora, foi exemplo de pioneirismo e dedicação; centenas de alunos que passaram pelos seus cuidados, hoje, são médicos, advogados, engenheiros, etc.160
Bons professores eram difíceis de arranjar. As professoras nomeadas pelo Estado – Aldaires, Hortência, Teresinha - tinham apenas o curso primário (1ª a 4ª série). Mas – naquela época -, tão bem feitos, que quem tinha o primário tinha grande conhecimento, comparado, hoje, ao curso normal. Dona Dolores tinha o curso Normal (de formação de professores).
159 160
Sobrinha do Sr. Manoel Coelho de Sousa, professora normalista, formada pela Escola Normal Regional de Floriano-PI. CAMPOS, Clodomir Lima. DEPOIMENTOS, prestado aos Autores em novembro de 2015.
170 Os desentendimentos políticos se fazem presentes também na educação. Dona Dolores lecionava na Escola Rural João Paraibano, saindo para dar suas aulas na residência de Nicéia Mendes Vieira. Essa “escola particular” se constituía na escola das elites da época. Os filhos de Guilhermino permaneceram na Escola Rural João Paraibano, pública, por questões políticas... Houve um desentendimento entre as duas professoras – o que causou a saída de dona Dolores da escola municipal. Com a saída (sic) de Nicéia, dona Dolores passa a dar as aulas na casa da Sra. Maria Dantas Brito161. Nessa época, chega à cidade a professora Josefina de Castro Oliveira, trazida por Guilhermino de Brito Lira, que solicitara uma professora ao senador Vitorino de Brito Freire. Lembra Eliza de Brito Neves dos Santos que isso ocorreu em 1950, quando de uma visita do Senador ao Brejo.
161
Mariquinha, segunda esposa de Antonio de Brito Lira, o Paraibano.
171
Fonte: Eliza Brito neves dos Santos – o tempo não apagou
Vitorino, em seu encontro com as lideranças locais, admirado com o desenvolvimento daquele povoado, impulsionado por migrantes nordestinos, vindos de Pernambuco, sua terra natal e, ainda, seus parentes, em sua fala diz: “Dizem que o Maranhão é para os maranhenses, como se nós, pernambucanos, não fossemos brasileiros. O Maranhão é para os brasileiros ou para aqueles que trabalham por ele”.
172 Eliza – que jamais esqueceu essas palavras – toma coragem e diz ao Senador que estava sem estudar, que não havia uma escola, só uma professora, e pede uma professora. Respondeu a Guilhermino: “Olha, Guilhermino, vou mandar uma professora para cá.” E em 1951, chegou uma moça do Piauí, Dona Josefina de Castro Oliveira162. Um marco da educação em Paraibano.
162
Filha de José Oliveira e Josina de Castro Oliveira.
173 CARTA DE UMA EX-ALUNA À ESCOLA AGRUPADA JOÃO PARAIBANO Paraibano, 03 de julho de 1983 Querida Escola, Conversar contigo é voltar a ser criança: brincar, sorrir, cantar, estudar e, sobretudo, olhar-te com aquele orgulho próprio de menina, envaidecida ao freqüentar uma escola nova e bonita. Lembro-me perfeitamente do teu aspecto quando foste instalada em 1949: eras branquinha, cercada de alpendres com barras de madeira ligando as tuas colunas, e piso de cimento queimado. Tinhas apenas uma grande sala de aula. Um terraço coberto ligava o salão a outra parte da construção, composta de cinco cômodos destinados à residência do professor, já que foste projetada para o funcionamento de uma escola rural, o que nunca aconteceu. Eu te achava linda! E todos nós, crianças e adultos te admirávamos e estimávamos, mesmo porque, foste a primeira escola, o primeiro prédio público construído no nosso povoado, Brejo dos paraibanos, Município de Pastos Bons. Minha amiga, quantos passaram por tua sombra!... Será que consegues lembrar todos? É impossível!... Vamos ás recordações: a primeira professora foi a Srta. Teresinha de Jesus Xavier Gonçalves, professora estadual que, auxiliada por uma professora municipal, Maria Dolores Coelho, passou a lecionar no novo prédio, já que não existia uma sede própria para a escola do Estado, nem para a do Município. Em 1950, por nomeação do governo, substituiu a professora Terezinha a Srta. Hortência Sá e Silva e, ainda, na condição de Escola Isolada João Paraibano, tiveste a honra de receber a dinâmica piauiense Josefina de Castro Oliveira, que seria presença marcante na história da educação e do desenvolvimento do nosso município, desde a sua chegada em 1951. Em 1953, foste transformada em Escola Agrupada e o teu corpo docente acrescido e dignificado com as mestras: Teresinha Barbosa, Aracy Bandeira de Melo, Cacilda Guimarães e Leda Rocha, que tiveram como companheira, Ângela Teixeira e, mais tarde, Maria Coelho de Sousa e Lúcia Coelho de Sousa. Tuas dependências foram testemunhas da dedicação de tuas mestras e, até 1964, quando foi inaugurado o primeiro grupo Escolar, o Epitácio Pessoa, serviste de sede para a Escola Estadual, ficando, a partir dessa época, sob inteira responsabilidade do município o teu funcionamento e a tua manutenção. Às vezes, nos afazeres cotidianos, paro e penso, com amor, sobre o que tu significas para nós paraibanenses, chegando sempre à conclusão de que não tenho palavras para traduzir essa importância. Sei dizer que és para nós, o que o “Nilo é para o Egito”. Todo o nosso município gira em torno de ti e dependeu de ti para tudo que tem conseguido. Por teus bancos, minha amiga, passou muitas crianças que hoje põem em prática o que receberam através de ti: médicos, advogados, economistas, professores, contadores, etc... Muitos aqui desempenharam e outros estão desempenhando papel de real importância para a comunidade, ora dirigindo colégios, ora atuando no mundo dos negócios, da indústria, da pecuária, etc. E tu não os esqueceste, não é mesmo? Eles, também, não... Até mesmo os pertencentes a outras comunidades prestam a ti a sua justa homenagem. Tu sabias que o atual Procurador-Geral da justiça do Estado do Maranhão teve a honra de passar por tuas salas? Se eu não te conhecesse, tão bem, iria imaginar-te orgulhosa. Mas, tu és muito simples!... Tens um coração aberto, pronto a receber a todos e a perdoar, inclusive as crianças que te apedrejam, prejudicando a tua saúde. Sei que te magoas quando ouve alguns pais dizerem que não querem seus filhos convivendo
174 contigo. Enquanto eu... Daria tudo, tudo mesmo, para voltar a ser criança, subir os teus degraus, recitar e cantar, como dantes, nas encantadoras festas cívicas. Querida, aproveito a oportunidade para apresentar-te os meus parabéns. Tu estás muito feliz e tens razão: voltaste a ser quase como eras. Renovaste o teu aspecto. E sabes por que estás merecendo tudo isto? Porque mandastes tuas crianças de outrora ao mundo dos adultos de hoje. Até mesmo ao mundo político: vereadores, vice-prefeito, deputado... E sabes quem assumiu a tua reforma? O atual Prefeito Municipal que, também, conviveu contigo e quis prestigiar-te com uma das primeiras obras da sua administração. Um grande abraço e muito obrigada por tudo e por todos.
ELIZA BRITO NEVES DOS SANTOS
175 ORIGEM DA ESCOLA DR. ADONIAS LACERDA
. https://www.facebook.com/leo.lasansantana.79219/posts/2534759266568515 No encerramento do primeiro semestre da Escola Municipal Dr. Adonias de Lacerda (há duas semanas) e fazendo parte da Olimpíada da Língua Portuguesa, alunos daquele educandário, receberam a escritora paraibanense Dra. Elisa Brito (desembargadora aposentada do Estado), que foi convidada pela direção, para proferir palestra sobre a história da referida escola. Dra. Elisa Brito, fez uma explanação em que mostrou a importância da educação em Paraibano, discorreu sobre o juiz Dr. Adonias Lacerda, falou da primeira professora em Paraibano, Dona Raimunda Ramos Gonçalves, Dona Aldaíres (segunda professora) e Dona Teresinha de Jesus Xavier (ambas ainda vivas), disse que a escola começou com o nome de Escola Comercial de Paraibano e que seu primeiro diretor foi Ari Furtado, que um ano e dez meses depois passou a direção para a própria Dra. Elisa Brito "É com o caminhar do desenvolvimento que a Escola Comercial se transformou em Escola Adonias Lacerda" explicou Dra. Elisa. Em 1973 a primeira turma do ginásio recebeu o diploma de Auxiliar de Escritório. Dra. Elisa disse que saiu da direção da escola em abril de 1976, para seguir estudos em Alto Parnaíba, e o Colégio Comercial ficou sendo dirigido pela professora Salete. Em 1977, Leônidas Brito passou a ser diretor da escola e secretário municipal de educação. O irmão de Elisa Brito, conforme as palavras emocionadas, "foi um lutador", para que o colégio conseguisse o registrado e que em vez do curso de contabilidade fosse inserido o curso de magistério, que era mais necessário para a época. Leônidas conseguiu registrar a escola com o curso normal (curso de professora) e que com a aprovação da Câmara de Vereadores conseguiu mudar o nome de Comercial de Paraibano para Escola Municipal Dr. Adonias Lacerda em homenagem ao primeiro fundador. De acordo com as informação de Dra. Elisa Brito, foi a partir de Leônidas Brito que foram formados os primeiros professores do município de Paraibano. Elisa pediu uma salva de palmas em homenagem à Leônidas Brito (falecido em 19/04/2019). A primeira professora formada em Paraibano que recebeu o diploma, foi a Joanice Cunha (in memoriam). Dra. Elisa Brito disse sentir muita emoção ao lembrar que foi professora, diretora e conseguiu trazer o anexo de Colinas para Paraibano: "Ver meus alunos sair como as primeiras professoras formadas de Paraibano, é de uma felicidade muito grande e hoje aqui, falando isso para vocês, adolescentes e jovens, fico sem palavras para expressar tamanha importância... Salvem a juventude... vocês hoje estão me ouvindo e amanhã passarão para os colegas... vocês são também responsáveis, como eu estou sendo hoje, de um dia passar para os outros ninguém foge do talento" externou
176 complementado com a parábola de Jesus em Mateus 25:14-30. refletindo que não se deve desperdiçar os talentos e sim multiplicá-los. Dra. Elisa Brito ao final da palestra, autografou seu livro "O Tempo Não Apagou" e presenteou a alguns alunos.
177 MATRICULA EFETIVA 1957 – 1989
NÍVEL Primeiro Grau (Fundamental) Segundo Grau (Médio) TOTAL
ANOS 1957
1984
1989
575
3.309
3.071
-
91
218
575
3.500
3.289
Fonte: IBGE, 1959; VELOSO FILHO, 1984; IBGE, 1988 De acordo com Veloso Filho (1984), Paraibano contava com os seguintes estabelecimentos de ensino: ESCOLAS
178
Órgãos que apóiam a educação municipal: PROMUNICIPIO; PERMA; MOBRAL.
179 Já os dados apresentados por RIBEIRO (2002) no que se refere à rede de ensino do município, constituída por unidades escolares publicas municipais e estaduais, distribuídas na zona urbana e rural, tem a seguinte distribuição:
ENSINO
REDE
NUMERO
MATRICULA
Municipal
48 escolas
5.412 alunos
Estadual
03 escolas
1.587 alunos
Estadual
01 escola
440 alunos
52 escolas
7.439 alunos
Fundamental Médio
Fonte: RIBEIRO, 2002, obra citada
ESCOLAS ESTADUAIS ZONA URBANA ORD.
NOME DA ESCOLA
ENDEREÇO
01
U.E. Deputado Edison Lobão
R. do Poema, Centro
02
U.I. João Furtado Brito
R. São Francisco, Centro
03
U.I. Presidente Epitácio Pessoa
R. Epitácio Pessoa, Centro
Fonte: RIBEIRO, 2002, obra citada
ESCOLAS MUNICIPAIS DA ZONA URBANA No.
NOME DA ESCOLA
QUANTIDADE
ENDEREÇO
Professor
Alunos
Turmas
01
E.M. Dr. Adonias Lacerda
Vila Aparecida
56
1.025
12
02
U.E. “Os amiguinhos”
TR. José Lira, Centro
21
226
05
03
U.E. Desembargador Sarney Costa
Pq. Bom Clima, Substação
18
311
08
04
U.E. Gonçalo Moreira
R. B, Vila Leão
05
U.E. Henrique Dias
Pc. Henrique Dias, Centro
21
342
05
06
U.E. Irmã Gema Rover
R. Boa Vista, Centro
13
225
07
07
U.E. João Paraibano
Av. Eugenio Barros, Centro
10
213
04
08
U.E. José Sarney
R. Santo Antonio, Marajá
09
U.E. Profa. Fernandes
R. Bandeirantes, Centro
22
358
14
10
U.E. Profa. Zélia Maria da Cruz
Av. 1º Xe maio, Centro
10
146
04
11
E.E. Darcy Furtado
Resid. João Furtado de Brito
21
318
09
12
C.E. Antonio de Brito Lira
Vila Leão
14
175
06
U.E. Januário de Carvalho
Av. Candido Marajá
18
187
07
Ana
Teresa
Coelho
Noleto
-
180 U.E. P. Dante Gregorio
Substação
15
238
07
Fonte: RIBEIRO, 2002, obra citada
ESCOLAS MUNICIPAIS ZONA RURAL QUANTIDADE ORD.
NOME DA ESCOLA
POVOADO Prof.
Alunos
Salas
01
U.E. Galdino Freires Brasileiro
Angico do Galdino
02
U.E. Maria Raimunda Sousa Coelho
Cana Brava
3
49
3
03
U.E. João da Sousa Cruz
Catingueiro
2
44
2
04
U.E. Euzébia Dias Carneiro
Centro do Toquinha
1
25
1
05
U.E. João Pereira de Sá
Chapadinha
1
14
1
06
U.E. Godofredo Dias Carneiro
Extrema
1
16
1
07
U.E. Manoel Francisco Correia
Juçara
2
34
2
08
U.E. Gastão Vieira da Silva
Matapasto
1
20
1
09
U.E. Manoel Mendes Correia
Miroró
2
29
1
10
U.E. Nelson Pereira de Sousa
Nova Olinda
1
11
1
11
U.E. Henrique De LaRocque
Olho D´Água
12
U.E. Orozimbo Bandeira de Melo
Orozimbo
2
37
1
13
U.E. Bernardino Brito
Papa Feijão
1
20
1
14
U.E. Godofredo Dias Carneiro
Pedra Preta
1
9
1
U.M. Dr Adonias Lacerda – Anexo I
Poço Verde do Ari
16
181
07
15
U.E. Padre Constantino Vieira
Poço Verde do Ari’
3
59
7
16
U.E. Dr. Alberto Miranda
Poço Verde do Xavier
2
29
2
17
U.E. São Francisco
Riacho do Mato
1
15
1
18
U.E. Presidente Figueiredo
Santo Antonio
1
26
1
19
U.E. Pedro Ribeiro dos Santos
Santo Estevão
1
23
1
20
U.E. Isabel Campos
Serra Grande
2
40
1
21
U.E. Francisco Câmara Guimarães
Sitio do Meio
1
07
1
22
U.E. Ari Furtado
Solta
2
36
2
23
U.E. são bento
Sossego
1
12
02
24
U.E. Josefina de Castro Oliveira
Tabaroa
4
65
2
25
U.E. Leda Maria Chaves Tajra
Taboleirão do Casé
26
U.E. D. Pedro II
Taboleirão do Nelson
2
38
1
27
U.E. Sulamita Marques Ribeiro Melo
Tapera
28
U.E. D. Pedro I
Terra Vermelha
1
14
1
181 29
U.E. São João
União
30
U.E. Domingos Tavares da Silva
Vamos Vendo
31
U.E. Nossa Senhora de Fátima
Várzea do Meio
32
U.E. Ademar Alves de Sousa
33
1
21
1
Várzea Suja
1
14
1
U.E. Justino Vieira
Varzinha
1
33
4
34
U.E. Maria Madalena Araujo Coelho
Varzinha
12
33
4
35
U.E. São José
Vazante do RE RE
2
17
2
36
U.E. João Luis Santana Lima
Vazante do Rozinha
2
26
1
37
U.E. Belchior Araujo Lima
Várzea do Canto
1
07
1
U.E. Prof. Sulamita M. Ribeiro
Buriti das Pedras
1
9
1
Fonte: RIBEIRO, 2002, obra citada9 Quantidade de escolas municipais existentes no município (dados provenientes do INEP)
50
Quantidade de escolas municipais com instalações esportivas existentes no município (dados provenientes do INEP)
0
Existência de universidade/faculdade municipal com instalações e equipamentos esportivos, inclusive em construção
não
http://www.ibge.gov.br/municesportes/dados.php?tab=b121&codmun=0770&uf=21&descricao=Paraibano ENSINO - MATRÍCULAS, DOCENTES E REDE ESCOLAR 2007 Matrícula - Ensino fundamental – 2007 Matrícula - Ensino médio – 2007
Docentes - Ensino fundamental – 2007
4.425
Matrículas
692
Matrículas
5.117
Matrículas
202
Docentes
28
Docentes
230
Docentes
Docentes - Ensino médio – 2007
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
RESULTADO DA PROVA BRASIL - ANRESC 2005 - DESEMPENHO URE SÃO JOÃO DOS PATOS MUNICIPIO
PARAIBANO
CÓDIGO
NOME DA ESCOLA
21169543 21169632 21169098 21169390
CEEFM EPITACIO PESSOA UI JOAO FURTADO BRITO EM DR ADONIAS LACERDA UE ANA TEREZA COELHO FERNANDES UE DES SARNEY COSTA UE HENRIQUE DIAS UE ZELIA MARIA DA CRUZ CEEFM CLODOMIR CARDOSO CEEFM ESTADO DO PARANA EM PADRE VICENTE DE PAULO BRITTO EM AFONSO COSTA EM PROF ALDENIR PORTO UE GETULIO VARGAS
21169497 21169314 21169624 21171050 21171025 21262420 21169853 21170894 21171041
DEP. ADM. Estadual Estadual Municipal Municipal
QUANTIDADE DE ALUNOS 4ª 8ª 41 111 142 81 105
Municipal Municipal Municipal Estadual Estadual Municipal
67 17 42
Municipal Municipal Municipal
42 41 54
DESEMPENHO PORTUGUES MATEMÁTICA 4ª 8ª 4ª 8ª 207,91 240,64 209,86 221,09 140,34 202,63 170,06 221,45 156,90 171,26 148,76 160,83 146,60
56 90 70
171,40 166,70 157,12 219,18 214,34
147,34 49
162,71 156,19 164,32
242,80 236,45 156,63
210,77
Fonte: SEDUC-MA, acessado em 17/02/2009, disponível em: http://www.educacao.ma.gov.br/dados/arquivos/UNIDADE_REGIONAL_DE_SAO_JOAO_DOS_PATOS.pdf
212,80 178,56 195,70
232,76
182 DESEMPENHO MÉDIO DO MUNICIPIO PROVA BRASIL - ANRESC 2005 DESEMPENHO MÉDIO DO MUNICIPIO MUNICIPIO
DEP. ADM.
PORTUGUES 4ª
Estadual
MATEMÁTICA 8ª
4ª
209,33
8ª 226,36
PARAIBANO Municipal
151,96
202,63
169,03
221,45
Estadual
145,96
211,25
158,21
226,91
Municipal
148,24
199,32
162,82
217,00
Estadual
167,16
218,28
174,20
229,90
Municipal
154,88
208,75
164,45
221,66
Estadual
177,61
226,45
183,59
241,17
Municipal
172,16
221,87
179,67
236,87
REGIONAL
MARANHÃO
BRASIL
Fonte: SEDUC-MA, acessado em 17/02/2009, , disponível em: http://www.educacao.ma.gov.br/dados/arquivos/UNIDADE_REGIONAL_DE_SAO_JOAO_DOS_PATOS.pdf
Paraibano lança há todos os momentos profissionais da saúde população local ou em outras localidades. Confiram alguns deles: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
163
Alexandre Queiroz - Biomédico Ana Carolina Leite - Nutricionista Ana Catarina - Fisioterapeuta Antonio Moura - Farmacêutico Bonifácio Barbosa - Médico Cristiane Campos - Enfermeira Deugecy Alves - Médica Elizabeth Coelho - Odontólogo Extênio Oliveira - Enfermeiro Fabiana Silvestre - Psicóloga Francisco Furtado - Médico Jacqueline Araújo - Médica Jacyslane Carvalho - Enfermeira Janete Sá - Odontóloga José Orleans - Médico José Rodrigues - Médico Larissa Ladeira - Fisioterapeuta Lavínia Brito - Fisioterapeuta Letícia Furtado - Fisioterapeuta Nelma Camapum - Enfermeira Nicodemo Barbosa - Médico Pauliérika Carvalho - Enfermeira Rita de Cássia Aguiar - Farmacêutica Rosa Lucena - Odontóloga Sandra Guimarães - Farmacêutica Séfora Brito - Enfermeira Silvana Brito - Enfermeira Leonardo Brito - Farmacêutico Larissa Brito - Enfermeira Vera Lúcia Dantas - Enfermeira
http://www.mfrural.com.br/cidade/paraibano-ma.aspx
163
183 que contribuem para o bem-estar da
MÉDICOS CUBANOS EM PARAIBANO
184
Com o objetivo de contribuir no setor da saúde do Município de Paraibano chegaram no início de novembro de 2013 a Médica Yoraisis Corrales Oliva e o Médico Yoel Reinado Otero Branco, os quais foram recepcionados oficialmente no dia 3 na Câmara de Vereadores pela Prefeita Aparecida Furtado juntamente com a Vereadora Lucimar Sá (Secretária de Saúde na ocasião), com os médicos Dr. Severino Carneiro, Dr. Francisco Furtado, Dr. Jetro Raposo, Drª Francilélia Neves, demais funcionários da saúde entre outros. A Médica Yoraisis Corrales Oliva, 39 anos, natural de Yaguajay-Sancti Spiritus em Cuba, casada, mãe de um filho de 12 anos, atuou pelo Programa Mais Médicos do Governo Federal no PSF do Bairro Vila Aparecida desde a sua chegada, prestando relevantes trabalhos junto a esta comunidade. O Médico Yoel Reinado Otero Branco, 46 anos, de Artemisa/Artemisa em Cuba, casado, pai de duas filhas (14 e 18 anos), também pelo Programa Mais Médicos do Governo Federal, desde o início do seu trabalho em Paraibano prestou seus notórios e importantes serviços no PSF do Bairro Subestação. Os médicos que chegaram a Paraibano por meio do Programa Mais Médicos, há três anos, contribuíram de forma significativa na saúde da população local. A princípio sem dominar o idioma, logo em seguida foram adotados pelos paraibanenses que os elogiavam pela pontualidade, simplicidade e principalmente acolhida aos pacientes tanto no local de trabalho como fora dos mesmos. Os médicos cubanos, Joel e Yoraisis, embarcaram para CUBA no início da semana (segunda-feira, 28/11/2016).
185
SELO UNICEF, EDIÇÃO 2013/2016
186
Paraibano hoje vive um momento festivo pela conquista do Selo Unicef, edição 213/2016, certificação em nível internacional. Parabenizo a Sra. Prefeita Aparecida Queiroz Furtado, a toda sua equipe, bem como aos demais que se esforçaram para o cumprimento das metas traçadas, nas diversas áreas. Quando Coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do Ministério Público do Maranhão, conhecendo a importância das metas a serem desempenhadas pelos municípios, como mudança na vida da criança e do adolescente, em especial, torci muito por esse momento. Hoje, na pessoa de minha sobrinha, Séfora Freire Brito, que, como coordenadora da Atenção Básica da Saúde, também colocou sua “pá de cal” na construção, associo-me à alegria de todos os seus Companheiros de trabalho, desejando que Paraibano continue na luta em busca de melhores índices sociais. Eliza Brito Neves
187
188
CULTURA
189
Como toda cidade do interior, Paraibano tinha suas festas. As festas religiosas dedicadas a um santo, e as festas populares realizadas quando de alguma data significativa. O primeiro registro dessas manifestações foi a Festa de São Sebastião, comemorada por cerca de dez dias no mês de Janeiro164. Havia duas festas em devoção a São Sebastião. A “oficial”, de 10 a 20 de janeiro promovida pelos moradores da localidade, com os “Paraibanos” à frente, e a “oficiosa”, promovida por Dona Noca, no período de 21 a 30 de janeiro. A existência das duas festas é um fato, mas o porquê da existência de duas, é desconhecido. Sabe-se que Dona Noca briga com o Padre Constantino, que a promovia, e passa a realizar uma segunda, na semana seguinte. Pura provocação... Em sua festa mandava montar carrossel, mandava levantar um mastro e trazia ‘raparigas’, “carradas de mulheres, só para insultar os Paraibanos”, no dizer do Sr. Valentim, morador do Marajá. Manetinha também se refere às festas de São Sebastião. Informa que tinha todo tipo de animação: carrossel, jogo de baralho, roleta. Havia um ônibus, que vinha ou de Teresina ou de outra cidade grande da região, a que chamavam “Galinha” que promovia passeios, da porta da igreja até o “João Leite” numa distancia de três quilômetros, ao preço de um cruzado. As festas folclóricas, com cunho religioso, realizadas geralmente próximas ao Natal e ao dia de reis – Festa de Reis e Lapinha. Os Reis eram liderados por Belchior Araujo, que catava o ‘reis’ por escala; a lapinha, por Maria Dantas Brito165. Passemos a descrição dessas manifestações, na entrevista de Manetinha, do qual participou Rosely Brito Agostinho – Rosinha – filha de Antonio e Mariquinha166. Percebe-se a riqueza dos detalhes e a nostalgia de um tempo que já se foi:
“RA – A Lapinha constava das Pastoras, que era, por exemplo, fazia duas filas, cinco pastoras de cada lado; atrás das Pastoras vinham que representava a Borboleta, quem representava os três Reis, quem representava as Baianas, quem representava Mercúrio e cada um tinha uma musica que representava aquilo; por exemplo, eu representava a Borboleta... CC - Tu sabes a música...
164
Ver “Política” Mariquinha, viúva de Antonio Paraibano, mãe de uma das Autoras, Del. 166 CAMPOS, Clodomir Lema. DEPOIMENTOS. In VAZ, 1990, obra citada. 165
190 RA – Não sei, mas todo ano era a Borboleta; eu chorava porque queria participar... Era como o Reis, logo depois do Natal... Mais na zona rural, mas Maneta esqueceu-se de dizer o seguinte, a festa de Reis, diziam, era uma promessa; e aí vinha uma pessoa com uma sanfona, e lês tiravam musica e a gente estava dormindo; e eles começavam a cantar de porta em porta, depois das dez da noite; eu me lembro que a musica começava assim: Santo Rei, Santo Rei Santo Rei do Oriente Que mandou que cá viesse... mais ou menos assim... (CC –) Santo Rei mandou dizer Que a sua esmola desse... RA – ai demorava a abrir a porta, pois muita gente gostava de ouvir aquilo; ai eles colocavam na musica, era como se fossem esses cantores repentistas, que vão cantando e ia citando que tinha mais gente para visitar... CC – eram os Reis, eram pessoas, poetas, como nós vemos aqui em São Luis, são criadores de toadas de boi; de seu intimo... Muitas vezes não sabem ler, não sabem nada; então o Reis era dessa maneira... Ó de casa, ó de fora Lá de dentro, nobre gente, Tá chegando em vossa porta Santo Rei do Oriente... Era uma emoção que se tinha; hoje, com as mudanças dos tempos, acabou; acompanhava pessoas para animar, quer dizer, chamava Careta; quando você abri a porta para entrar a pessoa do Rei, chegava um cara com um bastão, vinha abusando, pedindo cachaça; você tinha que levar na esportiva... (a musica da Borboleta) Borboleta bonitinha Sai fora e vem dançar Ta-ra-raHoje é dia de Natal... RA – Eu sei que todo lugar o povo pedia a Borboleta, porque as Pastorinhas pediam para dar passagem para a gente e essas outras partes que tenham representante, o Mercúrio, era de acordo com o que o dono da casa pedia e tinha dia que aborrecia porque o povo som pedia a Borboleta...”.
Ainda hoje, segundo Ribeiro (2002, obra citada) no período natalino se paga promessas dos Santos Reis, onde os bons de violas, pifes, acordeons, cantores improvisam quartetos, lembrando a visita feita pelos Reis Magos ao Menino Jesus, louvando os donos da casa. A Autora traz como exemplo a seguinte musica: “Oi de casa, oi de fora, Lá de dentro nobre gente É chegado em vossa casa Santo Reis do Oriente Deus lhe pague sua esmola
191 Nossa Senhora lhe abrace No céu entra quem merece Quem Deus caiu em graça”. (Autor desconhecido).
Sobre aqueles músicos, que faziam as toadas para os Reis e a Lapinha, há a lembrança de Belchior Araujo; os irmãos Mariano Araujo Lima e Raimundo Nonato Lima; José Pereira Lucena; Aristides Pereira Lucena. Alguns ainda cantam Reis, pagando promessas (1990). Além dessas festas, uma na zona rural (Reis) e a outra na zona urbana (Lapinha), que se apresentavam a noite, logo apos o período do Natal, havia a Festa do Divino Espírito Santo, que acontecia nos meses de agosto e setembro, durante o dia. Tinha o Bumba, a Bandeira. O dono da casa quem levava a bandeira, e cantava junto com o repentista. Passavam por toda a casa, com a Bandeira (o Divino Espírito Santo), a Caixinha, e as pessoas iam a todos os cômodos da casa, começando pelos quartos, cantando nos cantos; se davam esmolas. Na casa onde era realizada, previamente agendada, se servia bolo, café, e as esmolas. Além daqueles cantadores que faziam as toadas para essas festas, havia os poetas e o maior de todos era Adão Lopes de Sousa167. Há lembrança de uma de um de suas musicas, composta em 1953, quando foi a São Luis:
“Eu trabalho e faço tudo Pra viver na Capital Lá a vida é uma beleza, Que a vida é colossal. Tem médico e doutor, Enfermeiro e zelador, Consultório e hospital. Tem automóvel e caminhão, Bonde e avião, Tem o tráfego de trem, Outros transportes além, São marítimos e fluvial. Tem fé em São Severino Que conserve o meu destino Meu desejo é imortal. Ainda hoje a Festa do Divino Espírito Santo é feita com muita fé conduzindo a cada lar cristão a imagem e o tradicional estandarte, conforme informa Ribeiro (2002, obra citada). Aos sons de violas e pifes, cantadores improvisam quartetos lembrando a visita feita pelo Anjo São Gabriel a Nossa Senhora, louvando os donos das casas a darem suas esmolas. Exemplo:
167
Genro de Quintino de Brito Lira, casado com sua filha...
192 “Oh meu Divino Espírito Santo (bis) Divino consolador (bis) Consolai as nossas almas (bis) Quando deste mundo for (bis) Deus vos salve altar bento (bis) Onde Deus fez a morada (bis) Onde mora o cálice bento (bis) E a hóstia consagrada (bis). (Autor desconhecido) Festeja-se, ainda, São Gonçalo e São Benedito, com rodas de danças formando círculos de homens e de mulheres avançando um passo e recuando o outro; os homens batendo com uma colher em garrafas e cumbuca de coité, em sons ritmados, trinados das violas, cantando em frente ao altar dos santos, conforme descrição de Ribeiro (2002, obra citada): “São Gonçalo do Amarante Feito de cedro cheiroso Dizei-me meu são Gonçalo São Gonçalo do Amarante É meu santo protetor É uma estrela brilhante Afilhado do nosso senhor Em cima daquela mesa Alumeia diamantes De longe bem me parece Com São Gonçalo de Amarante É um santo Pretim (bis) No meio dos outros É o mais bonitim”. (Autor desconhecido).
Havia, ainda, os bailes e comemorações, realizadas nas casas daquelas famílias de melhor posição social na cidade. Comemorava-se um casamento, um aniversário. Procurava-se uma das famílias com bom conceito social, e que tivesse uma sala grande, que comportasse os convidados e ali se realizava um baile, tocado pelo acordeom. Na época, existiam pessoas que tocava harmônica, como o Sr. Valentim Florêncio de Carvalho, do Marajá. Essas festas eram realizadas na casa de Manoel Coelho de Sousa (no Sobrado, adquirido de Antonio Paraibano); na casa de Neuton Noleto de Sá, Miguel Reinaldo dos Santos, conforme lembra Manetinha. Algumas vezes, vinha uma orquestra tradicional, com doze músicos, de São João dos Patos ou de Floriano.
Como eram diferentes as festa dançantes na minha terra, realizadas durante a minha infância e até minha adolescência... (SANTOS, 2013, p. 32).
193 Os bailes populares devem datar do inicio do povoado, pois o Sr. João Furtado de Brito lembra-se de uma dessas festas, realizada entre 1936 e 1942 (não lembra com certeza a data...) quando a cidade, segundo ele, começa a se modernizar. Era costume, nessa época, as mulheres usarem o óleo de coco babaçu para armar os cabelos. Quando começavam a suar, começava a escorrer e a cheirar mal. Para freqüentar esses bailes, as mulheres se serviam de costureiras, como Doralice de Freitas Brito, Maria Raimunda Coelho (Dona Dica); para os homens, havia os alfaiates: José Osório Lima, Venâncio da Silva, Raimundo Noleto. Eliza Santos (2013) lembra que, a partir de 1941, com três anos de idade, observava os preparativos as matinês (festinhas realizadas pela manhã), para as vesperais (realizadas à tarde), onde até as crianças podiam se divertir, sempre acompanhadas dos pais ou de outra pessoa adulta, sendo usados trajes mais simples, já que esses eventos não exigiam tanta formalidade, como os famosos bailes (festas noturnas). Os cavalheiros vestiam-se esmeradamente, com seus melhores ternos, de linho ou tropical, gravata de seda, sapatos cuidadosamente engraxados, camisa de tricoline da “Torre” e cabelos assentados com brilhantina Coty, ou de outra marca (p. 32):
As damas, estas sim, viviam sonhando com os bailes, não só para exibirem os seus vestidos de seda, de organdi suíço, de brocados, organza, voille da “Matarazzo”, ou de outra fazenda à altura, mas, principalmente, para dançarem com os seus namorados, momentos únicos de uma maior aproximação física do casal, pois ‘moça falada’ não encontrava um bom casamento. Essas jovens não descuidavam do menor detalhe: cabelos enrolados com tirinhas e pano (as que tinham cabelo liso) e enfeitados com fivelas e laços de fita.
As mais abastadas mandavam confeccionar os seus lindos vestidos em Pastos Bons – pela Lourdes Barros, pela Belcina, d. Lourdes Xavier, ou outra modista. Muita solicitada era d. Salomé168, de São João dos Patos, primeira esposa do Sr. Pompilio169 – este costuma abrilhantar algumas festas, se fossem especiais, com a banda de sua família170, que se deslocava de Pastos Bons para o Brejo. Os bailes eram anunciados através de convites, elaborados através de uma comissão composta de moças da sociedade. Iam de casa em casa:
[...] andamos aqui em nome da elite social de Brejo dos Paraibanos, convidando para um baile, hoje à noite, a partir das oito horas, no sobrado, contando com a presença de Vossa Senhoria e de sua família. Desde já agrade a Comissão 168
Em 11 de fevereiro de 1950, foi vitim fatal de um raio caído na cidade. Pompilio José Pereira foi prefeito de São João dos Patos de 1966 a 1971 170 O Sr. Pompilio tinha em sua banda vários de seus filhos, muito conhecida, responsável pela animação dos fetejos e de grandes festas dançantes da região; uma de suas filhas, Profesora Otávia, exerceu relevantes funçõe na Secretaria de Educação do Estado. De seu segundo casamento, nasceram-lhe outros filhos, dentre os quais, Dr. Pompilio (Pompilhinho), concituado médico. 169
194 O sobrado – do simpático casal Joaquim José de Carvalho e Joana Guedes de Carvalho (Seu Carvalho e D. Joaninha) – era o local preferido para esses bailes. O casal sempre dava inicio à festa dançando a ‘primeira parte’. Os bailes aconteciam, também, em outras residências, como a de d. Dulce, do Sr. Bernardino, do Sr. Guilhermino, do Sr. Manoel Coelho, e outros membros da comunidade. Quanto respeito! Ao adentrarem o salão de festas, os senhores e suas acompanhantes sentavam-se em cadeiras, que circulavam a pista, sempre as filhas próximas, protegidas. Os rapazes, abotoando o paletó em sinal de respeito, chegavam, pediam licença aos pais e convidavam as filhas para dançarem ‘uma parte’, que podia ter o ‘bis’.
PECADOS DA GULA (CULINÁRIA) Quanto às comidas, a base era o arroz e o feijão, o baião-de-dois, verduras e predominava a carne de boi, de capão, peru. Lembram que o povo não passava por dificuldades. Algumas pessoas possuíam sítios, em quem se plantavam banana, laranja, lima, jaca, e outras frutas. Tinha plantado, ainda, o café, abacate. Produtos que não eram vendidos, mas alem do uso pessoal, familiar, eram distribuídos aos amigos e aos necessitados. Como ocorreu na grande seca de 1952. As crianças tinham o habito de consumir frutas. Geralmente nos finais de tarde, ou nos finais de semana, pegavam suas facas e iam chupar laranja naqueles sítios mais próximos, como os de Bernardino, de Marcos. Veloso Filho (1984) informa que o quebra jejum é feito a base de cuscuz de milho, cuscuz de arroz, beiju de massa e de tapioca, bolo frito, banana frita, batata doce cozida, abobora cozida, chapéu de couro, bolo branco, petas, roscas, coalhada escorrida e com soro, bolo de puba, pamonha, etc. No jantar e almoço, serve-se arroz de galinha, Maria Izabel, lingüiça, arroz com fava, baião-de-dois, capão assado e cheio, tatu ao leite de coco, cutia, paçoca de veado, arroz com jacu, cozidão, panelada, buchada de bode, sarapatel de bode ou de porco, pernil, farofa, quibebe, carne de sol, arroz de piqui, etc. A doçaria consiste de doce de jaca, goiaba, banana, figo, manga, mamão, limão, cidra, caju, cajá, cristalizado, caju-ameixa, caju de calda, batida de cana, lafenim, doce de leite, tijolo de leite, tijolo de jaca, tijolo de banana, etc. Preparam-se saborosos sucos de frutas da região como: cajá, maracujá, pitomba, manga, umbu, buriti, macaúba, etc. Há ainda os licores de jenipapo, caju-ameixa, caju em calda, batida de cana, lafnim... Hoje, segundo Ribeiro (2002, obra citada) predomina, como prato típico, o cozidão, sendo consumido ainda o arroz com galinha, arroz de Maria Izabel, arroz com fava, feijão misturado (baião-de-dois), tatu ao leite de coco,
195 panelada, buchada de bode, sarapatel de bode ou de porco, quibebe, etc. Das bebidas, as mais comuns são os saborosos licores de jenipapo, caju, maracujá, batidas de frutas e sucos de frutas variadas. O Departamento de Cultura foi criado em conseqüência do Programa de Interiorização da Cultura, pela Lei no. 005/88 de 13 de março de 1988. Esse Departamento tem como prioridades lógicas a valorização e divulgação da cultura do município.
ARTESANATO Pobre em artes plásticas encontra-se algumas coisas feitas por homens prendados, como trabalhos em taboca – forros de casa-, cestos, peneiras, em palha/abano, cofo, objetos utilitários como esteiras; em vidro e latas confeccionam-se lamparinas, bacias, funis, etc. (VELOSO FILHO, 1984). Como trabalho feminino sobressai o tricô e o crochê, preparando-se bonitas redes tecidas em teares rústicos, labirintos, varandas de almofadas e de paredes, bordados a mão e a máquina, rendas de bilro e com o barro preparam-se vários utensílios domésticos.
CRENDICES E SUPERSTIÇÕES São registradas, ainda, algumas crendices e superstições, ligadas as populações migrantes, especialmente nordestinas e nortistas (VELOSO FILHO, 1984; RIBEIRO, 2002): •
Em 1º de janeiro, ao se acordar a primeira pessoa vista não deve ser velha nem negra, param que se possa ter um ano novo feliz;
•
Mulher grávida não pode passar por cima de cabresto de animal porque pode ter parto difícil;
•
Umbigo de recém-nascido deve ser cortado na porteira do curral, para que ele seja muito rico;
•
Na falta de chuva, roubam-se imagens de santos que em procissão são devolvidos aos donos, após o aparecimento das chuvas; entretanto, não se pode roubar a imagem de Jesus Crucificados porque poderão ocorre tempestades;
•
Se a galinha canta como galo está agourando o dono da casa e por essa razão deve ser morta imediatamente;
•
Em um sepultamento, as pessoas presentes devem jogar três punhados de terra na cova para não sentir medo do falecido;
•
Casa que só tem um filho homem deve por o nome de Adão em um para chamar a Eva e se tiver só mulher, o contrario.
196 Quanto às simpatias, são registradas: •
Para não dar gripe em criança de berço, enfia-se um dente de alho em um cordão e amarra-se no berço do bebê;
•
Para acabar com o fastio de criança, mede-se a boca de um pote comum cordão (sic) em seguida faz-se um saquinho de pano, e dentro coloca-se um dente de piranha, coloca-se essa medalha no cordão e pendura-o no pescoço da criança;
•
Para curar azia, se pega um garfo ou colher e coloca-se dentro de uma lata com café em pó; em seguida retira-se o cabo do garfo, coloca-se na boca e engole o pó. Repete-se três vezes ao dia.
Já na Medicina Natural, é grande a variação, destacando-se chás, ungüento, infusões, lambedores, etc. Como exemplo: •
Chá de erva cidreira e folhas de limam e maracujá servem para pressão alta e nervosismo;
•
Chá de malva do reino, para tosse;
•
Chá de hortelã, para dores de estomago;
•
Chá de quebra-pedra e caroço de abacate para doenças renais;
•
Chá de arranca estrepe (xanana) para todos os tipos de inflamações; usa-se ainda a entrecasca da aroeira, da açoita cavalo, do caju, do cajá, do inhame, da manga. Se pega o entrecasca, coloca-se em uma vasilha de água e deixa-se em infusão por uma ou duas horas, depois se bebe e toma banho;
•
Chá de milindro para doenças do coração;
•
Chá da folha do olho da goiabeira para diarréia;
•
Para impurezas no sangue, fazem-se garrafadas da entrecasca de inharé;
•
Para gripe, tosse, asma, toma-se o lambedor feito de malva do reino, raiz de titirica, alho, cebola branca, cravinho e açúcar. Colocam-se tudo em uma panela com água e leva-se ao fogo, deixando cozinhar até ficar em calda grossa. Côa-se. Está pronto para tomar
As plantas medicinais encontradas na flora natural são muitas: aroeira, quebra-pedra, tiririca, salsa branca, janauba, entrecasca do caju, folha de mamão, folha de carambola, mastruz, catuaba e açoita cavalo, etc. São cultivadas: hortelã, capim-cheiroso, militro, erva-cidreira, etc. Benzedores171: destacam-se Joana Lopes, Ribeiro, Juvenal Lira, Vitória Lira de Sousa, Maria de Sousa. Curandeiros – os mais procurados são Raimunda Pereira de Sousa, Antonio de Lucas, Mestre Zeca. Quanto aos partos, geralmente feitos em casa por parteiras leigas, ou nos Postos de Saúde – Belcina Alves de Sousa, Maria Eunice, Osmidia de Sousa, Dona Maria do Valentim, Dona Carolina.
171
VELOSO FILHO, 1984, obra citada.
197
ESPORTE E LAZER
Parquinho de Paraibano, anos 70; Ao lado ficava a casa do ex-prefeito Justino Vieira, do Sr. Niomedes e Sr. Divaldo, do outro lado a casa do Natalício, o cinema do Maneta e os casarões dos Mozart. Hoje é o local onde está a pracinha em frente a casa da ex-prefeita e o Bar da Maricota.
Nos primeiros tempos, a principal atividade de lazer eram os piqueniques efetivados naqueles sítios, onde os jovens se reuniam para passar o dia debaixo daqueles pomares e dançar, liderados por Lidia Pedrosa, Maria Pedrosa, Do Carmo Brito. Abrão Lopes, Aldenor Pereira Coelho. “Formalizavam” o piquenique, combinando o local: “hoje, vai ser no sitio de...”; lá, escolhiam uma arvore frondosa e ali faziam a festa; além das comidas, “tinha o sanfoneiro e ai começavam a dançar o dia inteiro, era o lazer da juventude daquela época”. Outra forma de lazer, ligado aos passeios, por volta de 1936 quando João Paraibano trouxe seu primeiro caminhão. As pessoas não tinham o costume de utilizar-se deste tipo de transporte – era novidade! - e o sonho de muita gente era viajar num caminhão. João Paraibano viu nesse desejo uma forma de ganhar dinheiro; improvisou algumas taboas atravessadas na carroceria, colocou um sanfoneiro e cobrava “dez tões” para se dar uma volta até o Zé
198 Leite – Sitio do Meio. Assim, durante as feiras, as pessoas que vinham dos interiores pagavam para andar de caminhão, e conforme o Sr. Valentim Carvalho, diziam que “... o cão [diabo] que estava trazendo dinheiro para o João Paraibano, brincando. Mas era o carro. Quando era noite, João Paraibano estava com um saco de dinheiro dessa altura. Ai levantou aquele sobrado...”. As festas dançantes realizavam-se três a quatro vezes ao ano, no Esporte Clube Ideal, “até recentemente”, conforme informa Veloso Filho (1984). Ainda hoje o Carnaval se constitui em um acontecimento importante na cidade, reunindo seus filhos espalhados pelo mundo. Ainda há as festas juninas, onde se apresentam quadrilhas, dança de limão, do bastão, do balão, etc. O pagode é outra dança tradicional no interior, assim como haverá e o tambor de crioula. Anda segundo esse Autor, praticava-se o futebol de poeira, de salão, e o voleibol. As agremiações esportivas eram: •
Esporte Clube Paraibanense
•
Esporte Clube Colorado
•
Esporte Clube Palmeiras
•
Esporte Clube Marajá
•
Esporte Clube Poeirão (os veteranos).
De acordo com Leo Lasan172 o primeiro a criar um time de futebol em Paraibano foi o sr. Zé Carneiro: o Comercial Futebol Clube, por volta de 1966 quando era vice prefeito de João Furtado; depois, Ari criou o Maranhão Atlético Clube; e, em seguida, o sr. Onildo Brito criou o Paraibanense Futebol Clube. Eliza Brito Neves173 lembra-se que na década de 1960, de dois times fortes: um sob a presidência de José de Ribamar Carneiro, do qual foi madrinha (com direito ao primeiro chute em uma das partidas); tinha entre os seus jogadores, Xavier Furtado Brito; o outro, sob a presidência do Onildo Lira Brito, tendo entre os craques, Sé (Sebastião Furtado Brito), Quinô (Joaquim Pedrosa), dois rapazes da Varzinha (um conhecido por Fiinho) , Wener Ribeiro (goleiro). O Onildo, muito entusiasmado com o sucesso do time, que tinha por madrinha Rosely Dantas Brito (hoje Rosely Brito Agostino), não só financiava uniformes, como mantinha correspondência com uma das rádios do Maranhão (salvo engano a Difusora), para noticiar os jogos realizados. Ele deve ter, ainda, a carteirinha recebida. Leônidas Lira Brito, na década de 1970, além de professor de Educação Física do Ginásio Bandeirante e do Colégio Comercial, atuava como árbitro das partidas de futebol, em Paraibano, São João dos Patos e outras
172 173
Correespondencia eletrônica pessoal Correspondencia eletrônica pessoal
199 cidades próximas, em torneios intermunicipais. Observe-se que ele guarda com carinho uma fotografia, conduzindo a tocha do "Fogo Simbólico", quando passava pelo município Já José Lira – Zuzinha – diz174 que Futebol de Salão- lá pelos anos 78, 79, 80 - era meu café com pão de Paraibano. Antes da quadra do Bandeirante a nossa quadra era na frente da Igreja Católica nos dias de chuva; depois com a quadra no Bandeirante surgiram times de futebol de salão, voleibol. Depois, o time Esporte Clube Ideal disputava Futebol de Salão com a AABB de São João dos Patos nos anos 81e 82; o time era Dejaci, Mundico, Toinho do Acindino, Juarez, Rubinha. Etc Lembro-me do time da Cemar: Zequinha, Papai, Valter, Careca, Salazar, Dejaci. Etc. Time do Bandeirante: Lim, Nato, Manuel Peitin , J. Lira, Carlos Alberto, Etc.”.
Flamengo de Paraibano nos anos de 80. O melhor time que Paraibano já teve, base de Seleção de Dinizim: Em pé da esquerda para direita: Carlo Muruvia, goleiro ?, Pai Sinhor, Xoinha, Ernane, Darim Reis. Agachados: Toin Veado, Sêu Carlos, Paim, Gilsim e Teim. Fonte: Leo Lasan, correspondência eletrônica.
174
Correspondencia eletrônica pessoal
200
Fonte: Leo Lasan, correspondência eletrônica.
Campeão de 1983: Corinthians do Brejo.
201 Escalação do timaço: Em pé da esquerda para a direita: Bento,Val do Cantigueiro, Antonio Ponteiro (goleiro), Zé Hélio (hoje prefeito de Paraibano), Negro Cé, Lourenço Araújo e Carlos Carrovéi. Agachados: Jorge, Evanildo, Leo Lasan, Paulinho, Paulistinha e Zé Sérgio. Fonte: Leo Lasan, correspondência eletrônica
Fonte: Leo Lasan, correspondência eletrônica.
Zé Hélio, prefeito eleito para a legislatura de 2017-2029, na adolescência foi um dos melhores jogadores de futebol de Paraibano. Prometeu investir no esporte como forma de socialização e saúde.
Zé Hélio no destaque da foto nos idos 80 quando jogava bola. Aqui ainda torcedor do time do Dinizinho filho do ex-prefeito de Paraibano Antonio Diniz. FotoArquivo Leo Lasan. http://www.paraibanonews.com/blog/2016/10/03/ze-helio-e-o-novo-prefeito-de-paraibano/
202 Time e Seleção de Paraibano nos idos 78 a 80 & pouco. Na foto os técnicos Sêu Nélio Vieira (pai do Gil) e Moacir Furtado (pai do Moacizim). A escalação da seleção deixo com os internautas para ver se reconhecem alguém... bons tempos no campo de poeira lá atrás do cemitério (onde hoje está o hospital, câmara municipal, INSS, secretaria de educação... Eu era moleque mais lembro da torcida tomando cachaça depois do jogo no cabaré "Cantim do Céu" ou uma cerveja Antártica bem fria na geladeira a gás no Bar do Sêu Luis, lá do lado da trave de baixo ÊÊta... o lugar que antigamente era só de alegrias, hoje é só de sofrimento, hospital, câmara de vereadores, INSS fantasma e educação.....vixee, manda pra escanteio!!! Kkkk... Fotos de Léo Lasan tiradas de album da família....
203
ABERTURA DO 2º TORNEIO DE FUTSAL DE PARAIBANO/MA
PARAIBANO: REALIZADO JOGOS ESCOLARES DO MUNICÍPIO.
204
http://www.paraibanonews.com/blog/2018/06/09/paraibano-realizado-jogos-escolares-do-municipio/ 09/06/2018 Leonardo Lasan
A Prefeitura de Paraibano, por meio da Secretaria de Juventude Esporte e Lazer, realizou os Jogos Escolares Paraibanenses no sábado (2 de junho), à partir das 8 horas, no Complexo Esportivo Sebastião Furtado e encerrou as finais na Ginásio Poliesportivo Gaspar Coelho às 18:00 horas. Na solenidade de abertura, várias escolas municipais e duas estaduais apresentaram suas equipes, fizeram apresentações culturais e o diretor de juventude de Paraibano, Caio Martins, após discursos deu por aberto os jogos escolares do município. O chefe de gabinete da Prefeitura, Raílton Sousa, a secretária de educação Doralina Coelho, a articuladora do selo UNICEF Césia Margarethe, fizeram uso da palavra para falar da importância do esporte para os jovens.
Caio Martins, diretor de juventude.
205 Após a solenidade de abertura, estudantes competiram no atletismo, corrida de 100 metros. O local foi em frente ao Complexo Esportivo. Foram vencedores as escolas: ATLETISMO DE 12 A 14 ANOS: Escola Adonias Lacerda Anexo – (Categoria Masculina e Feminina) ATLETISMO DE 15 A 17 ANOS: Escola Epitácio Pessoa – (Categoria Masculina e Feminina)
. Do Complexo Esportivo os atletas se dirigiram para o ginásio Poliesportivo Gaspar Coêlho, onde iniciou às 10h30min. a Competição de Futsal para alunos de 15 a 17 anos. No período da tarde com início às 13h30min. Novas competições de Futsal, dessa vez para alunos de 12 a 14 anos. Foram vencedores: FUTSAL DE 12 A 14 ANOS: 01º Lugar: Escola Municipal Raimundo Fernandes – 02º Lugar: Escola Municipal Dr. Adonias Lacerda FUTSAL DE 15 A 17 ANOS: Primeiro Lugar: Escola Estadual João Furtado Brito / Segundo Lugar: Centro de Ensino Epitácio Pessoa. Às 18h30min foi realizado o encerramento e entrega de troféus e medalhas para os atletas do primeiro e segundo lugar dos Jogos Escolares Paraibanenses. Nos primeiros jogos escolares paraibanenses, participaram alunos das seguintes escolas:
206 Escola Municipal Maria Madalena Escola Municipal Padre Constantino Vieira Escola Municipal Adonias Lacerda Escola Municipal Raimundo Fernandes Escola Municipal Adonias Lacerda Anexo Escola Estadual Epitácio Pessoa Escola Estadual João Furtado Brito. As Escolas Municipais de 12 a 14 anos competiram entre si. As escolas estaduais de 15 a 17 anos competiram diretamente. Participaram da solenidade o vice-prefeito Francisco Noleto (Chico do Zé Veado),os vereadores Murilo Ribeiro e Ricardo do Xavier, a secretária adjunta de obras e transportes Sâmia Albuquerque, a secretária adjunta de meio ambiente e turismo Zelândia Sá, a presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação de Paraibano Cida, o coordenador de educação Marcos Aurélio Pereira, a assistente social Thalita Noleto, entre outras autoridades.
A Prefeitura Municipal de Paraibano e a Secretaria Municipal de Juventude Esportes e Lazer agradeceram aos profissionais das escolas Diretoras Regina Celia e Mareni da Silva do Nascimento da Escola Municipal Maria Madalena (Povoado Varzinha), Jaciara e Odete da Escola Municipal Padre Constantino Vieira (Poço Verde), Marcio Ribeiro e Rosivelton Santana da Escola Municipal Adonias Lacerda, Maria Zelene Teixeira e Josenir Lourenço Dias da Escola Municipal Raimundo Fernandes, Laiza Mendes e Rosilene Amaral da Escola Municipal Adonias Lacerda (Anexo), Rosimar Alves Moreira e Simonia Cruz do Centro de Ensino Epitácio Pessoa, Francisca Noleto e João Facundes de Carvalho da Escola Estadual João Furtado Brito, ao Grupo de Desbravadores da Igreja Adventista do 7º Dia em Paraibano. O diretor de juventude, Caio Martins, destacou o apoio decisivo para a realização do evento escolar, que teve a colaboração dos seguintes voluntários: Turma de Educação Física UNINTA, Francisco Dharlly, Acton Pinheiro, Jackson Sousa, João Cruz , Ray Alves, Adelino Pereira, da loja Nona – Confecções Silva, Karina Decorações, do Deputado Zé Inácio, do locutor Jefferson, Manoel da Guia Costa, Maurinho Santiago, Sandro Designer, Elton da Gráfica, Flavio Oliveira, Ismael Moura, Luciano Santos, Letícia Arruda , Clésio Holanda , Francisco Alencar,
207 Maria Aleluia ,Taynara Aquino, Leandro Sousa, Edinhoronalde Heberti, Wanderleia, Fernanda Sousa (UNITA) e aos árbitros de Futsal, Adelino e Neguim.
208
209
210
211
212
213
PELADA NO CAMPINHO.
214
LEO LASAN A manchete acima não é nada do que você está pensando! Com a diminuição da pandemia, os adolescentes e jovens voltam a ocupar os campinhos de bola em vários bairros da cidade, onde a partida com bola de couro gasto e velha se chama 'pelada". A famosa "pelada" mostra que o esporte continua a ser a paixão nacional e serve como atividade saudável e meio de sociabilização tão essencial ao ser humano. E mais ainda, afastam adolescentes e jovens de práticas ilícitas e lícitas, o que contribui para melhor convivência familiar e social. O esporte se confirma como a melhor forma de educação e saúde popular. Faltam apenas maior apoio. -" A gente precisa de mais campinhos, ou um trator pra limpar aqui e botar umas traves melhor, a bola a gente faz uma vaquinha e compra...mas se tiver uma nova nós fica feliz", disse Érique o goleiro falante do campinho no Residencial. É relevante ressaltar, que o Residencial João Furtado, se tornou o maior bairro de Paraibano, e antes onde havia um campo, conhecido como Barrajão, não existe mais e os jovens do bairro ficaram sem um espaço para práticas de esportes. Os terrenos que ainda não foram comercializados, são utilizados pelos adolescentes e jovens para práticas de esportes, comprovado cientificamente que ajuda no tratamento de problemas como déficit de atenção e dislexia, reduz as chances do desenvolvimento de quadros de ansiedade e depressão. Os exercícios físicos também colaboram para uma melhor qualidade do sono, a controlar posturas agressivas e estimulam o raciocínio. Precisa falar mais, ou se faz um gol contra? Alô vereador e vereadora do Residencial, que tal um Projeto de Lei requerendo apoio ao esporte no bairro?
"NÃO VAI TER TRANSMISSÃO DO JOGO DO FLAMENGO NO JAPÃO "...OBRIGADO CREDINORTE.
215
LEO LASAN Já pensou se isso acontecer hoje em dia? Pois foi o que aconteceu em Paraibano, no início da noite daquele dia 13 de Dezembro de 1981, quando o Flamengo jogaria contra o Liverpool pela Copa Toyota que decidiria o melhor time do mundo. Quando o sinal da torre de TV que ficava na serra, saiu do ar, e os aparelhos ficaram em preto e branco e chuviscando, bateu o desespero nos flamenguistas do Brejo... E agora? O Lins Braga torcedor fanático e "diplomata" fantástico juntou a galera e seguiu pra "Loja A Credinorte" para encontrar a solução, afinal faltava poucas horas para o jogo começar e quando o sinal de TV em Paraibano faltava, só voltava depois de uma semana e olhe lá... Seu João gerente da Credinorte, vascaíno doente, não gostou da ideia dos flamenguistas... mas era boa gente... ajudou! nessa hora alguns foguetes, dos rubro negros, que estavam reservados para o jogo arrocharam o céu do BREJIM de açúcar... "Uma vez Flamengo, Sempre Flamengo...Flamengo até morrer", o hino do time nunca foi tão real naquela noite de Paraibano e região... Nós do Brejo quase morremos sufocados, igual imigrantes clandestinos... mas teríamos um desgosto profundo se faltasse a transmissão do campeão do mundo... Só após à meia-noite, depois de falta de ar, confusão, barulheira e polícia, que esbaldamos toda a felicidade de sermos flamenguistas campeões do mundo, vendo o jogo em São João dos Patos, onde em um bar na praça foi transmitido o jogo de 3 a 0 com gols do nordestino Nunes e de Adilio e tendo Zico como melhor em campo. Na manhã que nos encontramos, já no Brejo, é que fomos lembrar de termos ido à São João dos Patos dentro de um caminhão baú todo fechado sem ventilação, alguns torcedores com falta de ar e a polícia parando e nos revistando achando que éramos um bando de assaltantes...mas como viram que éramos apenas FLAnáticos nos liberaram. Essa meninada de hoje, que assiste os jogos nos celulares e tvs de tantas polegadas, não sabem o que é "...Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer"... Quem foi naquele jogo de 81 nos Patos, nunca vai esquecer....eu fiquei marcado...minha mãe que torcia pelos filhos, deixou marcas de chinelas onde deveria estar o número da camisa do time, afinal eu não tinha avisado a ela que eu ia...foi um erro de passe que resultou numa péssima "marcação". fiz um gol contra... Hoje 35 anos depois não existe mais a loja de A Credinorte em Paraibano, mas existe a gratidão.Obrigado Flamengo, Obrigado A Credinorte.
PARAIBANO: ESPORTE CLUBE IDEAL DO “GLAMOUR” AO CAOS.
216
Leonardo Lasan175
Quase todos os antigos clubes sociais tradicionais do médio sertão maranhense desapareceram, entre eles o Clube Ideal de Paraibano. Cada cidade teve o seu clube social, espaços glamourosos, mas que com o crescimento dessas cidades, não conseguiram driblar a crise nem se reinventar, nas últimas décadas, fecharam as portas e abandonados alguns estão se desmoronando pela ação do tempo. Com o encerramento das atividades, no final dos anos 80, esses clubes perderam espaços como o maior ponto de referência para a sociedade “elitizada” e festas glamourosas. O Clube Ideal foi um espaço de uma sociedade moralista e “elitizada” onde “moças namoradeiras” não podiam entrar. Os sócios vinham das famílias de maior poder aquisitivo da época.
175
Fotos e reportagem:Léo Lasan/Paraibanonews. http://www.paraibanonews.com/blog/2019/11/08/paraibano-esporte-clubeideal-do-glamour-ao-caos/?fbclid=IwAR0gEK23o0fF4q6cUGDf1PXcS9cCfw58qsvkkCVF1AdjmWYUVAEQhJ1ueSE
217
Mas todo o glamour dos tempos dos babaçuais e algodão (base da economia local) se foi igual as usinas. Atualmente em ruínas, o Clube Ideal que foi palco de momentos importantes da sociedade nos anos 70, 80 em Paraibano, só tem mesmo as músicas dos pássaros e insetos que frequentam o local. Os áureos tempos da primeira piscina da cidade, está distante e restam apenas águas poluídas com sapos, mosquitos que colaboram para a situação de decadência do prédio. A fachada desbotada contrasta com a memória ainda viva dos antigos e reluzentes vesperais, serenatas e festas com grandes bandas e até orquestras. “Os tão concorridos bailes aos sábados, as matinês aos domingos, as grandes festas com bandas de renome no Brasil e principalmente as disputas pelos blocos de carnavais, são memórias do cotidiano da cidade da nossa juventude” disse Ludenrique Freire, filho de um sócio “É uma tristeza ver um lugar que foi tão lindo, está nessa situação, degradado. O que antes era um sentimento de carinho hoje são só saudades”, lamentou. A programação típica dos fins de semana dos anos 1960 e 1970 até 80 ficou no passado, e assim como o Esporte Clube Ideal muitos clubes da região estão caindo ou desapareceram, à exemplo do Laguna em São João dos Patos.
218
O site Paraibanonews foi em busca da memória do Clube Ideal de Paraibano e não encontrou muita informações. O Sr. Gilson Guerra um dos sócios fundadores, disse que tem até hoje o diploma de sócio e relatou que o clube foi acabando por causa de questões políticas em que algumas famílias se envolveram, principalmente na hora de votação dos presidentes “Teve família que confundiu a sociedade do clube como se fosse de seu domínio. Esse tipo de monopólio foi desagradando os demais sócios que se afastaram, até chegar ao que se ver hoje ” apontou Gilson Guerra. O Esporte Clube Ideal, nos últimos (2012 a 2016) anos serviu como espaço para a Prefeitura Municipal, onde funcionou entre outros órgãos como Centro de Convivência dos Idosos, onde eram realizadas atividades voltadas para o pessoal dessa faixa etária, reuniões diversas e festas de formatura, e até como espaço de reuniões da Câmara de Vereadores, etc. No final de 2016, o local foi desativado e em 2017 uma das promessas da gestão do p refeito Zé Hélio, foi de que recuperaria o clube. O ex-prefeito Pitó na época como administrador municipal também fez a mesma promessa. Até o momento o local continua jogado às traças. O certo é que hoje 1º de Novembro, Dia de Todos os Santos, é preciso muita reza para que o Esporte Clube Ideal volte a funcionar. Mas como político não é santo, é mais provável que o clube continue como túmulo e algumas pessoas, vá até lá amanhã, 2 de Novembro, acender velas, no Dia de Finados, nas velhas calçadas do Clube, de onde se tem uma das mais bonitas vistas da cidade.O resto são promessas. Você acredita em promessas? Então faça a sua. Vai que o milagre da reforma do Clube seja cumprida. Amém. Ao usar as fotos e texto cite a fonte das informações.
219
220
JOVEM DE PARAIBANO É DESTAQUE NO ATLETISMO E 2º NO RANKING BRASILEIRO
221
VITOR EDUARDO DA CRUZ MORAIS
LEONARDO LASAN http://www.paraibanonews.com/blog/2017/11/06/jovem-de-paraibano-e-destaque-no-atletismo-e-2o-noranking-brasileiro/ O Troféu Norte-Nordeste Caixa/Centro Elétrico de Atletismo Sub-16 2017, encerrado neste domingo (dia 5), na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) teve o Rio Grande do Norte como campeão. A equipe potiguar conquistou 28 medalhas nos dois dias (4 e 5) de competições, 15 de ouro, oito de prata e cinco de bronze. O vicecampeonato ficou com Pernambuco (20 medalhas, sendo sete ouros, sete pratas e seis bronzes) seguido por Maranhão com 13 (6, 6 e 1) e Piauí com medalhas 27 (5, 9 e 13). Das 27 medalhas conquistada pela equipe do Piauí neste final de semana em São Luís, duas medalhas (uma de prata e outra de ouro), foram conquistada pelo paraibanense Vitor Eduardo da Cruz Morais – Vítor ficou em segundo (prata) no salto em distância no sábado, e no domingo conquistou a medalha de ouro no salto triplo – 12,80 m. Com mais essa vitória Vítor já conquistou dez medalhas em menos de um ano quando começou a treinar e competir pelo IFPI – Floriano, onde cursa Meio Ambiente.
222 O Troféu Norte-Nordeste Caixa Sub-16 de Atletismo em São Luís (MA), reuniu destaques do Campeonato Brasileiro Caixa da categoria. No total, o evento teve a participação de 176 atletas de nove Estados, Amapá, Ceará, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima e Tocantins, além do Maranhão. Na edição de 2016, disputada em Maceió (AL), o Piauí foi o campeão ao conquistar 20 medalhas na classificação geral, sendo 10 de ouro, três de prata e sete de bronze. A seleção piauiense foi campeã também nas categorias masculina e feminina. Na equipe do Piauí tem o maranhense de Paraibano, Vítor Eduardo, de 15 anos, estudante do segundo ano do Curso de Meio Ambiente no IFPI de Floriano. Esse garoto franzino e humilde foi descoberto pelo professor de educação física do IFPI e chamou a atenção do treinador Sidney Santos. O histórico de Vitor é mesmo impressionante, em menos de um ano disputou oito competições e conquistou dez medalhas, sendo duas de bronze, quatro de prata e quatro de ouro.
No Brasileiro realizado em Fortaleza, Vítor bateu o recorde brasileiro Sub 16 no salto triplo. O recorde já foi superado por outro atleta. Mesmo com ventos contra (o que influi no salto) Vítor ficou em segundo lugar. No Sub 18 Norte Nordeste em Natal, disputado em outubro, ficou em terceiro lugar no salto triplo (apesar de não aparecer seu nome na lista). Filho de Simonia Maria da Cruz, professora de história, o garoto Vitor se destaca por ser estudioso assim como o irmão Pablo e a irmã Náthalie. Tem como padrinho o senhor Ismael que sempre que possível acompanha o garoto nas competições.
223 Este ano Vítor foi convocado para competir no Brasileiro Caixa Sub 16, Norte Nordeste Caixa Sub 16, e mais uma vez mostrou seu potencial, falta agora competir nos Jogos da Juventude 2017 (Etapa Nacional) em Brasília ainda esse mês. Vítor Eduardo é cadastrado como atleta pela Federação Piauiense de Atletismo e na sua categoria de salto triplo Sub 16 está classificado como segundo no ranking da Federação Brasileira de Atletismo.
VITOR APAREECE EM PRIMEIRO LUGAR NO RANKING BRASILEIRO
CINETEATRO176
224
Leo Lasan (2016) posta, em rede social, a seguinte nota, dando conta da existência de cine teatro em Paraibano. Paraibano antigamente tinha um espaço ideal para apresentações teatrais que era o palco do Cine Rover, hoje não existe mais, virou salão de palestras. “Foi ali no saudoso Cine Rover que apresentamos no inicio do anos 80 os famosos shows de calouros imitando astros que apareciam no Progrma da Globo "Cassino do Chacrinha", também apresentamos a primeira peça teatral da cidade com um grupo vindo de Urucuí-PI, a peça era da Cinderela, mais conhecida como Gata Borralheira. Leonardo Santana fez o papel de um dos dançantes do baile, onde Cinderela perdia o sapatinho de ouro. Nos shows de calouros tendo como grande incentivadora Doan Lídia do Manoel Duda e seus filhos e filhas, grades artistas, chegaram a excursionar por cidades vizinhas, ondeéramos aplaudidos. Já em 2004 o ator César Crispin do Grupo Escalrte veio ministrar um curso de teatro para funcionários da Secretaria Municipal de Saúde de Paraibano, Dona Guia, então secretária de Saúde, queria um grupo de teatro para apresentar em palestras, conferências, etc. sempre destacando a questão da saúde. César Crispin ficou uma semana em Paraibano ministrando o curso e depois dirigiu a peça, escrita pelos funcionários e apresntado na Conferência de Saúde. Foi um sucesso. O teatro tem esse papel de levar a comunicação em forma de cultura e satirizar, conscientizar e envolver a quem assiste. TEATRO Hoje sábado (12/11/2016) em Paraibano apresentação do Grupo de Teatro Escalarte de Floriano-PI com a peça O Mágico de Oz, na Escola Bandeirantes a parti das 17 h. e outra seção as 18. Leve sua criança para se encantar com o mundo de Mágico de Oz. A cultura faz bem ao ser humano.
176
LEO LASAN, PARAIBANO NEWS, postagem em 12/11/2016 em rede social
VAQUEJADA177
Lasan (2013)
178
225
informa que em 2005, Jucifran Soares Ribeiro, do curso de história do pólo da UEMA em
Paraibano, fez os primeiros levantamentos sobre a história da vaquejada no município. O estudo introduzia alguns dados interessantes. José Freitas, popularmente conhecido como Zé Bobóta informa que tudo começou quando ele, após voltar da cidade de Tape do Sul, município próximo a Fortaleza-CE, conheceu o esporte da vaquejada e trouxe a idéia para Paraibano; isso no ano de 1983. A idéia foi apresentada a um grupo de vaqueiros, a exemplo de Arlindo Silvestre, João Luis e João de Deus, Dêga, Pernambuco e vaqueiros de Pastos Bons e Mirador. No mesmo ano realizaram as primeiras brincadeiras e escolherem uma estrada na saída da cidade no sentido do povoado Riacho do Meio, onde fizeram uma pista de corrida cercada de arames e isso chamou a atenção das pessoas devido ao adestramento dos vaqueiros em derrubar os bois em uma faixa tão estreita. Zé Bobóta revelou que na época os vaqueiros montavam cavalos pé-duro e os bois eram doados pelos brincantes. Conforme esclareceu Zé Bobóta, por insistência dos vaqueiros, o prefeito da época Arí Furtado no ano de 1984 comprou uma extensão de terreno onde estava o final da Vila Leão, onde existia uma quinta de capim e pés de faveiras; ali o prefeito abriu uma espécie de parque de vaquejada: Foram os vaqueiros que ajudaram a montar o parque, plantando pés de cajus, montando as primeiras barracas e um grande barracão de palha para as festas de forró (construído por José Ribamar Veloso ex-secretário de educação do município), informou Zé Bobóta. Com a participação de vaqueiros de municípios vizinhos e grande número de visitantes e espectadores no evento, o prefeito Arí Furtado percebeu que o esporte da vaqueirama renderia como atração turística e econômica para o município, por ser um esporte inédito na região. Em 1985 oficializou a 1ª Vaquejada de Paraibano e por sugestão dos vaqueiros denominou o local de “Parque Antonio Pedro” em homenagem a um vaqueiro do município, falecido após cair do lombo de um cavalo no povoado Latarano.
177
A Vaquejada é uma atividade recreativa-competitiva com características de esporte do Nordeste brasileiro, no qual dois vaqueiros a cavalo têm de alinhar o animal (boi) até emparelhá-lo entre os cavalos e conduzi-lo ao objetivo (duas últimas faixas de cal do parque de vaquejada), onde o animal deve ser derrubado. Muito popular na segunda metade do século XX, passou a ser questionada a partir da década de 2010 por ativistas dos direitos dos animais em virtude dos maus tratos aos bois, que muitas vezes têm o rabo arrancado ou sofrem fraturas na queda. https://pt.wikipedia.org/wiki/Vaquejada 178 LASAN, Leo. CRIADOR DA VAQUEJADA DE PARAIBANO FOI HOMENAGEADO NA 28º EDIÇÃO DO GRANDE EVENTO. Paraibano, 30 de julho de 2013. Disponível em http://paraibano-maranho-paraibanomanews.blogspot.com.br/2013/07/criador-da-vaquejada-de-paraibano-foi.html.
226 Em entrevista (em 7/08/2006), Ari Furtado declarou que a oficialização da Vaquejada de Paraibano não foi dele e sim do povo do município e que apenas deu a sua contribuição cultural e aprimoramento na realização do evento e que melhorias se seguiram no governo de Francisco Araújo Chaves (Chico Castor) de 1988 a 1992 que construiu arquibancadas com capacidade para 2 mil pessoas e melhoramentos nas barracas. Na administração de Aparecida Furtado (gov. de 1993 a 1996) foi feito novos investimentos e o senhor José Ribamar Veloso em 1993 construiu um hotel em frente ao parque para facilitar a hospedagem dos visitantes, que a essa altura tornara-se o maior em evento no município e se concretizava na região do médio sertão maranhense como a melhor vaquejada. O barracão de palha voltado para festas, logo atrás do hotel já não cabia o público. A prefeita Aparecida Furtado no ano de 1995 construiu um espaço com capacidade para mil pessoas e denominou Clube do Vaqueiro e trouxe a primeira grande Banda de Forró, o que tornou a vaquejada mais atrativa. O evento deu um grande salto em qualidade turística se expandindo publicamente para o Brasil, por meio de filhos da terra que vinham e traziam amigos. A visão cultural e principalmente econômica, prevista anos antes por Arí Furtado finalmente se concretizava. A vaquejada de Paraibano se tornara grandiosa, mas ainda necessitava de muitas melhorias. A cultura do município sempre foi uma preocupação dos organizadores da vaquejada. Ainda em 1995, foi criado o concurso para a escolha da rainha da vaquejada para representar o evento, no município e região. A primeira rainha eleita foi Neliane Gomes Vieira. Outras atrações culturais foram apresentadas durante a vaquejada, a exemplo de danças country, e danças típicas do estado e região. A administração do prefeito José Rodrigues (Dr. Zequinha) de 1997 a 2000 deu continuidade ao desenvolvimento do evento, consolidando o trabalho das outras administrações. Na gestão pública de 2001, sendo eleita novamente Aparecida Furtado (gov. 2001 a 2004) transforma o Clube do Vaqueiro e constrói a Casa de Shows Antonio Pedro ampliando a capacidade da pista para seis mil pessoas, constrói palco, camarins, pista de dança, banheiros, etc. e pela primeira vez entra para a Agenda Cultural do Estado do Maranhão. No ano de 2004, a administração pública do município percebendo que o local onde é realizada a vaquejada (ainda no final da Vila Leão construído há mais de dez anos) já não comporta o evento devido a sua grandiosidade, vai em busca de recursos e consegue por meio do Deputado Pedro Fernandes (PTB) uma emenda do Ministério do Turismo, disponibilizando recursos para a construção do grande parque na entrada da cidade, uma obra que após construída dispões de melhores condições aos profissionais e aos visitantes. Desde o ano de 1995, a Vaquejada de Paraibano acontece todos os anos e trouxe os melhores profissionais do esporte, pagou os maiores prêmios e contratou as maiores bandas de forró (estilo musical que agrada aos visitantes) e atrai as maiores empresas como apoiadores.
227 A fama da vaquejada já ultrapassou as fronteiras do Brasil e tem atraído público estrangeiro todo ano. Filhos de Paraibano se planejam o ano inteiro ou de uma vaquejada para outra para trazer famílias, amigos, etc. A cidade na época do evento praticamente dobra o número de habitantes e o investimento da prefeitura é altíssimo, típico dos mega eventos, (os anos seguintes da evolução da vaquejada este jornalista está arquivando para uma nova matéria). Outra vaquejada é a realizada na Fazenda Pé de Serra, do senhor João Silvestre.
MISSA DO VAQUEIRO E CAVALGADA VIRAM TRADIÇÃO EM PARAIBANO 179
228
O objetivo principal da Missa do Vaqueiro é mostrar, através da figura do vaqueiro, a bravura, a dedicação e a fé do homem sertanejo, valorizando a cultura popular. Em Paraibano o evento foi idealizado por Edson Dias de Oliveira “Edinho do Chico Jovilina” (falecido em 2008). Em sua 9ª edição realizada em 201, Edinho foi o homenageado; seu filho, o jovem João Pedro Oliveira, um belo discurso. A Missa é realizada por trás da Igreja Matriz, e faz parte da programação do festejo de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. À frente do evento, além do Padre Iran e seus auxiliares, estavam também “Chiquim Paraibano”
180
e
Niceas Mendes, que comandaram cavalgada até o Parque de Vaquejada Antônio Pedro, onde foi realizada uma vaquejada.
179
180
Amaury Carneiro, http://noticiasdeparaibano.com/index.php/paraibano/629-missa-do-vaqueiro-e-cavalgada-viram-tradicao-em-paraibano, Publicado em 10 Agosto 2015
Chiquim Paraibano
229
230
O CRIADOR DA VAQUEJADA DE PARAIBANO 02/06/2017 Leonardo Lasan http://www.paraibanonews.com/blog/2017/06/02/morreu-criador-da-vaquejada-de-paraibano/
João Silvestre era natural do povoado Barriguda, município de Riacho das Almas no agreste Pernambucano, nasceu na década de 30 e é oriundo de família numerosa (16 irmãos, 120 netos e 50 bisnetos). Devido a seca que assolava o agreste nordestino, e tendo como profissão ser vaqueiro (mas um vaqueiro estiloso, pois usava terno de linho para pegar boi na caatinga) foi convidado por um piauiense para vir cuidar de uma fazenda, alí conheceu e casou-se com Teresinha Edvirgens com quem teve 11 filhos, 22 netos e 13 bisnetos.
231
No estado das carnaúbas, recebeu convite para vir para a terra dos babaçuiais, mas precisamente na Fazenda Pé de Serra povoado na divisa dos municípios de Paraibano com Colinas. O ano foi em 1975. Na nova morada cerca de 70 familias receberam o pernambucano e a família Silvestre. De bom coração e muito acolhedor, João Silvestre apoiou muitas pessoas humildes que iam ao local para botar roças: “Ele nunca cobrou nada das colheitas, principalmente das mulheres, ele foi um grande defensor das mulheres, numa época em que os homens eram machões” disse ao site a senhora Luzia da Vitória, lavradora “As farinhadas na fazenda Pé de Serra era a mais comemoradas na região, e pela primeira vez vi um churrasco onde se assava a banda de um boi inteiro duma vez, ele trouxe os gaúchos para assar, era muita fartura, seu João sempre foi muito bom para todos” revelou Luzia. Em fevereiro de 1981, no casamento de seu filho Geraldo, realizou a primeira vaquejada da região. A cultura que começara como corrida de cavalo pé duro, na estrada do Riacho do Meio, ganhava com seu João Silvestre novas formas e modelos, igual a que ele via, quando era jovem no Pernambuco. Em 1985 a convite do então prefeito de Paraibano Ari Furtado, a vaquejada do Pé de Serra, ganhou melhor estrutura e foi trazida para a cidade, transformando-se na Vaquejada de Paraibano, hoje uma das maiores do Brasil.
232
Seu João Silvestre, o Véi João do Pé-de-Serra, viveu 42 anos em Paraibano, conquistou muitos amigos, deixa à sua família uma herança de respeito, caridade, honestidade, simplicidade além de generosidade, partilha, e o legado de ter criado a maior Vaquejada do Maranhão. É mais um dos muitos nordestinos que vieram na década de 30 do agreste para ajudar a fundar a cidade e a cultura de Paraibano. À seu João e família fica os agradecimentos dos paraibanenses. Na tarde desta sexta-feira (02/06) na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Paraibano, será celebrada missa de 7º dia do falecimento do senhor João Silvestra da Silva, conhecido como Véi João do Pé-de-Serra, ele foi o fundador da Vaquejada de Paraibano.
233
Calendário das Manifestações culturais JULHO é o mês da grande festa de Paraibano, a vaquejada, voltando a ser no terceiro fim de semana (17, 18 e 19), como sempre serão 3(três) dias de festa.181
181
http://biradaradioinforma.blogspot.com.br/2015/03/30-vaquejada-de-paraibano-tudo_28.html https://www.facebook.com/pages/Vaquejada-de-Paraibano-MA/179589932080278?sk=wall&filter=12
234
RELIGIÃO
235
Os “Paraibanos” sempre foram muito religiosos. Suas ligações com Juazeiro do Norte-CE não se limitavam aos laços familiares. Tinham com o Padre Cícero Romão Batista182 uma relação muito especial, pois iam constantemente a Juazeiro em romaria e pedir conselhos. Numa dessas viagens foram aconselhados a irem para o Maranhão, na região de Pastos Bons – já haviam passado por aqui, trabalhando em São Luis e no Engenho Central, nos anos 1910. Padre Cícero falou das possibilidades da região, de tudo o que a terra dava de melhor e onde: arroz, algodão, feijão, milho. Quando Josias, primeiro filho de Guilhermino morreu, pensou em abandonar a região e foram aconselhados a permanecer e construir suas casas com tijolos e telhas. Zuza (José Lira Brito) ainda no ventre de sua mãe foi bento pelo “Padim Ciço” 183 que disse que ele iria ser um grande homem, de destaque (CAMPOS, 1990) 184. Ainda hoje, há grande tendência da população para as romarias, com muitos devotos fazendo peregrinações a Juazeiro do Norte, acendendo velas em suas casas no dia 02 de fevereiro. Assim como vão a Canindé para festejar o milagroso São Francisco, assim como fazem novenas e promessas em louvor a Nossa Senhora das Candeias185. Outra peregrinação tradicional é afeita anualmente a localidade Alma Rita, interior de Mirador, para onde são levados os ex-votos dos fiéis. A primeira missa foi rezada a conselho do Padre Cícero, consolando a família da primeira mulher de Antonio Paraibano, que dizia que ali iriam viver como animais, pois não tinha padre, nem nada. Disse-lhes o Padre que quando se instalassem, chamassem padre e mandassem rezar missa. José Paraibano construiu uma ‘casa’ de frente a sua, de palha, e mandou buscar padre e celebrar a primeira missa no Brejo.
182
O Padre Cícero Romão Batista nasceu na cidade do Crato, região Sul do Estado do Ceará, em 24 de março de 1.844. Filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana, carinhosamente chamada Quinô. Ingressou no Seminário de Fortaleza, em 1.865. Cinco anos depois foi ordenado sacerdote. Em janeiro de 1.871 retornou a Crato, onde ficou aguardando nomeação para prestar serviço em alguma paróquia. Em 24 de dezembro do mesmo ano, atendendo a convite do Professor Semeão Correia de Macêdo, celebrou pela primeira vez no povoado de Juazeiro, onde permaneceram três dias em contato com o povo, tendo decidido poucos meses depois fixar residência ali, na função de capelão. Protagonista da chamada "Questão Religiosa" de Juazeiro. Padre Cícero faleceu no dia 20 de julho de 1.934, com 90 anos de idade, em Juazeiro do Norte. Rejeitado pela Igreja, tornou-se o verdadeiro santo dos nordestinos e como tal é venerado à revelia de Roma. Em todas as partes do Nordeste há referências às mais diversas curas e graças alcançadas por sua intercessão, muitas das quais consideradas como autênticos milagres. A fé do povo no seu santo é inabalável. Padre Cícero deixou o mundo dos vivos, mas, continua vivendo no coração de todas que cultuam sua memória. Disponível em http://www.padrecicero.com.br/portug.htm, acessado em 03/02/2009. 183 Na devoção popular é conhecido como Padre Cícero ou Padim Ciço. Proprietário de terras, gado e dono de diversos imóveis, o Padre Cícero fazia parte da sociedade e política conservadora do sertão do Cariri. Tinha no médico Floro Bartolomeu seu braço direito e integrava o sistema político cearense que ficou sob o controle da família Accioly durante mais de duas décadas. Carismático, obteve grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa do Ceará e da Região Nordeste do Brasil. Foi o primeiro prefeito de Juazeiro, em 1911, quando o povoado foi elevado a cidade. Voltou ao poder, em 1914, quando o governador Marcos Rabelo foi deposto. No final da década de 1920, o Padre Cícero começou a perder a sua força política, que praticamente acabou depois da Revolução de 1930. Seu prestígio como santo milagreiro, porém, aumentaria cada vez mais. In http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_C%C3%ADcero acessado em 03/02/2009. 184 CAMPOS, Clodomir Lima. DEPOIMENTOS, in VAZ, 1990, obra citada. 185 RIBEIRO, 2002, obra citada.
236 Em agosto de 1925, o Padre João Posidônio Serra Monteiro rezou a primeira missa. Após o que, o padre começou a vir regularmente. De ano em ano. João Paraibano sempre teve a intenção de construir uma igreja e ‘botar’ de padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Informa Alzenir186 que quando chegou em 1934, quem fazia a desobriga era o Padre Constantino187, de Pastos Bons, que vinha uma, até duas vezes ao ano. Mais tarde, veio o Padre Clovis Vidigal (depois Monsenhor Vidigal); depois o Padre Vicente. Todos de Pastos Bons; o Brejo então já era Freguesia de Pastos Bons. A Capela de São Sebastião foi construída - segundo uns em 1937 e mais provavelmente em 1939, segundo outros - por Joana da Rocha Santos – Dona Noca. Além da rivalidade comercial, manteve com os Paraibanos uma “questão religiosa” – também causa dos desentendimentos. Os moradores - com os “Paraibanos” à frente – conseguiram o material – muitas pessoas carregaram as pedras na cabeça – para construção de uma Igreja, que seria consagrada a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Com a saída de João Paraibano da cidade, Dona Noca toma a frente e a conclui, consagrando-a a São Sebastião188. Padre Constantino promovia já uma festa em honra a esse Santo, com duração de 11 a 20 de janeiro. Dona Noca briga com esse padre e passa a promover outra festa, iniciando em 21 de janeiro até o dia 30, com outro padre rezando a missa. Parece-nos que a consagração da Capela a São Sebastião foi feita contra a vontade da população... Além da Capela de São Sebastião foi construída outra, particular, por Cícero Coelho – Cícero Rico. Missa, apenas a de inauguração. Depois não mais foi rezada missa, por ser particular. Cícero Rico e seus filhos estão enterrados lá. No dizer de dizer de João Furtado de Brito, “tem nome de igreja, mas é cemitério.” Por serem católicos, os “Paraibanos” não permitiam que outros credos se instalassem na cidade, conforme relata João Furtado: “crente aqui os Paraibanos não aceitavam. Ou eles corriam com eles. Eles não aceitavam a lei crente, não era permitida “189. Em 1942, passou pelo Brejo um Cardeal, Dom Carmelo. Celebrou missa e crismou... A ausência de padre não significava a falta de assistência religiosa e da devoção á religião. Como lembra a Sra. Alzenir, “o padre morava em Pastos Bons e nossa turma de mulheres – Rita Vieira, a finada Marcelina Brito e
186
Como é mais conhecida Antonia Frazão de Oliveira. In DEPOMENTOS. VAZ, 1990, obra citada. Padre Constantino Vieira. Líder religioso, além de padre, era Juiz de Direito, Delegado de Policia, Médico. A mulher brigava com o marido, ia pedir uma opinião a ele. Foi um dos maiores oradores sacros do Maranhão, ombreando com Vieira. 188 Deve-se ressaltar que João Paraibano deixa o Brejo apenas em 1943, pelas perseguições. A construção da Capela data de 1939, consagrada a São Sebastião, feita por Dona Noca. Essa pode ter sido uma das causas do desgosto de João, abandonando a região... 189 FURTADO DE BRITO, João. DEPOIMENTOS. In VAZ, 1990, obra citada. 187
237 a turma de senhoras religiosas rezava o oficio todo sábado na igreja de São Sebastião; e no domingo o terço, cantava” 190. A Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi edificada em 1960. Também houve muita polemica envolvendo os ‘Paraibanos’, a população e Dona Noca. Comenta-se que as festas de São Sebastião realizadas por Dona Noca, também eram destinadas a arrecadar dinheiro para a edificação da Igreja, mas da mão dela não ia para o padre. A paróquia tinha certeza de um gado comprado com essas festas, ferrado com um “S” – gado de São Sebastião . Quando o Padre Manoel inicia a construção da Igreja, manda matar uma cabeça, para ir a leilão. Dona Noca questiona e ganha, pois não havia prova de que o gado era da Igreja, do santo... A população dizia que era, conhecia-se o vaqueiro, mas Dona Noca dizia que não! E não tinha jeito de provar o contrario.191
190 191
OLIVEIRA, Antonia Frazão de. DEPOIMENTOS. In VAZ, 1990, obra citada. SANTOS, Eliza Brito Neves dos. DEPOIMENTOS. In VAZ, 1990, obra citada.
238
by Leo Lasan
239
FELIX PASCOA, 2002, 2003192 192
PASCOA, Felix. CALENDÁRIO DE PARAIBANO, 2003
240 Paraibano teve os seguintes padres: • • • • • •
João Posidônio da Serra Monteiro193; Constantino Francisco Vieira; Clovis Vidigal194; Vicente (?) Manoel da Penha Vieira195; ???
Quando Paraibano foi transformada em Paróquia, já na década de 1960, passou a pertencer a Diocese de Caxias – o Bispo era D. Luiz Merlin – e o primeiro vigário foi o Padre Felix Valois dos Santos; mais tarde, passou a pertencer à Prelazia de Balsas, cujo Bispo era D. Rino Carlese. É este Bispo quem manda para Paraibano o Padre João Scrimim. Junto, vieram as irmãs da Congregação de São José, destacando-se a Irmã Gema. Segundo RIBEIRO (2002), as religiões existentes no município são: a Católica, a Batista, a Assembléia de Deus e a Testemunho de Jeová, sendo a Católica a predominante, adotada por 75% da população e a protestante por 25%. De acordo com Veloso Filho (1984, obra citada), no ano de publicação de seu informativo sobre o município, a predominância da religião católica era de 90% e a protestante 10%: IGREJAS CATÓLICAS ORD.
NOME DA IGREJA
01
Nossa Senhora do Perpetuo Socorro (Matriz)
N. Senhora Perpetuo Socorro
02
Capela São Sebastião - Centro
São Sebastião
03
Capela São Francisco – Bairro Marajá
São Francisco
04
Capela Nossa Senhora de Fátima – Bairro Substação
N. Sra. De Fátima
05
Capela Santo Antonio – Bairro Substação
Santo Antonio
06
Capela Nossa Senhora Aparecida – Bairro Vila Aparecida
N. Sra. Aparecida
07
Capela São João Batista – Bairro Vila Leão
São João Batista
08
Capela Santo Antonio – Povoado Santo Antonio
Santo Antonio
09
Capela Nossa Senhora de Fátima – Povoado Várzea do Meio
N. Sra. De Fátima
10
Capela Santa Luzia – Povoado Catingueiro
Santa Luzia
11
Capela São Raimundo – Povoado Olho D Água do Ari
São Raimundo
12
Capela São Francisco – Povoado Coqueiro
São Francisco
Fonte: RIBEIRO 2002, obra citada IGREJAS EVANGÉLICAS 193
Rezou a primeira missa Depois, Monsenhor Vidigal 195 Primeiro padre a residir em Paraibano 194
PADROEIRO
241 ORD.
NOME DA IGREJA
ENDEREÇO
01
Igreja Assembléia de Deus
R. Justino Vieira, 40 - Centro
02
Igreja Batista Getsemani
R. Clube de Jovens - Centro
03
Congregação Cristã do Brasil (Igreja do Véu)
04
Igreja Adventista do Sétimo Dia
05
Igreja Universal do Reino de Deus
Av. 1º. De Maio – Centro
06
Salão do Reino das testemunhas de Jeová
R. 7 de Setembro – Centro
Fonte: RIBEIRO 2002, obra citada No Calendário Religioso são registrados três festejos anuais: • 20 de janeiro – Festejos de São Sebastião; • 15 de agosto – Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, Padroeira da cidade; • 04 de outubro – São Francisco, padroeiro do bairro Marajá. Esses festejos são realizados com novenas durante nove noites, onde se rezam terços, cantam-se ladainhas, benditos. Após as rezas, geralmente são realizados leilões. No ultimo dia do festejo, o padre celebra a missa do santo padroeiro às nove horas do dia; após a missa, são celebrados casamentos e batizados. Às seis da tarde há a procissão em honra ao Santo e depois o encerramento do festejo (VELOSO FILHO, 1983). Merece destaque as novenas e ladainhas oferecidas a Santa Luzia pelos seus devotos, os quais necessitam de seus milagres, na cura da visão. A dois de fevereiro costuma-se acender velas nas casas em louvor a Nossa Senhora das Candeias. Pessoas portadoras de ferimentos e outras doenças de pele fazem promessas com São Lázaro e uma vez obtidas a graça prepara-se almoços com pratos finos e variados inclusive doces que são servidos a sete cachorros, convidados previamente, com toda a solenidade. A Festa de São João, realizada dia 24 de junho, é feita ao redor de uma fogueira, com bastante doce, abobora assada no braseiro, musicas, danças, saltos sobre as chamas e muita alegria. As outras festas juninas – porque realizadas no mês de junho – são as de Santo Antonio (dia 13) e a de São Pedro (dia 29).
242
CAPELA DE SANTO ANTONIO – BAIRRO SUBESTAÇÃO
LÉO LASAN https://www.facebook.com/paraibanonews/photos/pcb.2848237605251540/2848215095253791/?type=3&theate r FÉ, SOLIDARIEDADE, CRÍTICAS ÀS AUTORIDADES E UM EXEMPLO DE AMOR AO PRÓXIMO, FORAM SENTIMENTOS DEMONSTRADOS PELO SR. DIAQUINO, CRIADOR DA IGREJA E DO FESTEJO DE SANTO ANTONIO DO BAIRRO SUBESTAÇÃO EM PARAIBANO "FALTA RELIGIOSIDADE AO POVO DE PARAIBANO" disse um dos primeiros moradores do bairro da Subestação em Paraibano. Em entrevista na manhã desta quarta-feira 13 de junho, último dia do Festejo de Santo Antonio, o senhor Luis Sousa Diaquino, 81 anos, mostrou momentos de emoção, lágrima, mas também felicidade. Esse misto de sentimentos prova o tamanho do coração desse senhor que foi responsável pelo desenvolvimento do bairro e se emociona ao falar de uma das maiores obras, feita em conjunto com os moradores, a construção da igreja de Santo Antonio no bairro. Mas há tristeza, quando segundo ele, a população sofrida do bairro nunca foi reconhecida pelas autoridades.
243
Sr. Diaquino (descente de Tutóia-MA) chegou a Paraibano no início dos anos 60, morou no centro da cidade e mudou-se para o bairro, quando o mesmo ainda era mata de faveiras, pequis e timbós. A religiosidade ele trouxe da família. Em Paraibano, no bairro para onde escolheu morar, as primeiras missas por volta de 1969, eram celebradas em uma casinha de palha construída por ele. Anos depois, foi dele, o pedido ao padre Dante (no ano de 1989 a 1992) para que no local fosse erguido uma capela, pois a comunidade era pobre e muitas crianças não tinham roupas e calçados para irem a missa no centro da cidade "É porque as crianças aqui não tem condições de ir na igreja, por não ter um calçado, uma roupa, são pobres e distante da igreja do centro da cidade" disse Sr. Diaquino ao padre Dante na época. Durante a entrevista foi relatada a história da igreja e de toda a luta, principalmente para as autoridades (desde antigamente até hoje) para que invistam e apoiem o bairro, carente de muitas coisas, principalmente de amor ao próximo e de religiosidade. EMOÇÃO A entrevista filmada, está sendo editada, e não tem como não se emocionar, ao ver Sr. Diaquino, respirar fundo, descer lágrimas ao lembrar de todas as dificuldades que ele e familiares passaram para tornar o bairro um dos mais conhecidos da cidade e com a maior população, mas nunca lembrado após as eleições "Nem em um festejo aparecem" disse o senhor Diaquino. O site irá postar o vídeo, no momento foi retirado um dos trechos da entrevista, veja abaixo: Paraibanonews:- "Como o senhor avalia essa igreja, e qual os benefícios que ela trouxe para a comunidade?" SR. Diauino:- Rapaz... eu vejo uma grande obra para o bairro da Subestação, quando nós começamos, uma palavra do Padre Dante me marcou "Diaquino eu tenho vocês como uma família minha (por que acredito que ele encontrou alguma coisa dentro de nós) "Toma conta dessa obra, e não deixa cair não, por que se o povo não te agradecer, mas Deus te agradece". Paraibanonews:- Mas como o senhor sente hoje, existe esse reconhecimento? Sr. Diaquino:" Rapaz... pra mim... isso aqui é tudo... (pausa, lágrimas e dificuldade para falar) pra mim e para esse povo... mas só que...sabe como é gente... não agradece as coisas muito bem... e nem tem o conhecimento das
244 coisas de Deus... Então todo mundo acha que é coisa pouca, mas não é... então, faz como o padre Dante disse: Deus te agradece... Mas eu também tenho um grande desgosto disso aqui... Por que a população de dentro da rua (moradores do centro da cidade), os donos da cidade (as autoridades) não ajudam, isso é uma tristeza para mim, uma tristeza muito grande!... A comunidade faz um festejo desse não aparece nenhuma autoridade aqui... pra dar um apoio... Não aparece nem mesmo para dar uma assistência para esse povo aqui... O povo parece que anda sem religiosidade... sem Deus..." disse Diaquino. A entrevista tem mais depoimentos polêmicos e comoventes, tem exemplos de experiência e de luta, de religiosidade e de como os jovens estão recebendo essa responsabilidade de continuar com um dos festejos mais antigos do município. O vídeo e a matéria completa neste sábado.
245
O ADEUS AO AMOR MAIOR. Texto e fotos:Léo Lasan “Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!....”
Irmã Gema Rover e crianças 1970 arq:Lasan O morador de Paraibano, católico ou de outra denominação religiosa, que nunca ouviu a letra dessa música, executada no final da tarde, pelos megafones no alto da torre da igreja matriz, durante anos, também não deve ter visto a despedida das últimas irmãs de São José de Chambéry, na segunda-feira (2) e terça-feira (3) de julho. As Irmãs de São José, chegaram a Paraibano,exatamente no dia 26 de fevereiro de 1969, quando Paraibano ainda era um “brejo”, poucas casas e nenhum estabelecimento de saúde e muita pobreza.
246
Irmã Gema Gallioto, Ida Mezonno, Joana As primeiras irmãs enviadas pela província de Caxias do Sul (RS) para o Maranhão foram, irmã Thaís Mósena, Severina Lúcia Brogliato e mais tarde Rosália Fávero e Dorilde Bigolin e irmã Zelina Gema Rover. Paraibano, Riachão e Balsas, foram as três primeiras comunidades abertas no Maranhão em 1969, um ano depois vieram as comunidades de São Raimundo das Mangabeiras, Pastos Bons e Sucupira do Norte. A chegada das irmãs de São José a Paraibano foi preparada pelo padre João Escremin e recebida pela comunidade simples, pobre, mas fraterna. Em Paraibano não havia nenhum estabelecimento para atendimento à saúde e o hospital mais próximo distava 50 km. As estradas eram péssimas e quando chovia o município ficava isolado. Foram elas , as irmãs Gema Rover e Severina que passaram a atender os doentes à domicílio. Qualquer paraibanense acima de 50 anos lembra da irmã Gema Rover subindo as ruas empoeiradas, com um saquinho de bala distribuindo às crianças que a seguiam casa a casa onde estava suas famílias muitas delas com um ou dois entes enfermos.
247
Casa das irmãs em Paraibano Foto:Lasan
Irmâ Gema Rover Foto:Lasan
248 Além do programa curativa, as irmãs organizaram um grande programa de prevenção, e eram esses trabalhos que obrigava-as a fazer longas e frequentes viagens até São Luis. 600 kms.(na época) de péssimas estradas, ônibus precários dia sim dia não, de dois a três dias de viagem, tudo isso, para buscar vacinas e medicamentos para os paraibanenses.
Primeiro posto de Saúde de Paraibano foto:Lasan. Foi Irmã Gema Rover e as missionárias de São José, que fizeram a primeira campanha de mobilização comunitário na cidade. A Campanha do Tijolo (alvenaria), em que cada morador colaborou e assim conseguiram construir um mini-posto de saúde, que mais tarde passou a funcionar como mini-hospital, atualmente serve como Posto de duas Equipes de Saúde da Famíla, localizado na Rua Justino Vieira. As irmãs também contribuiram na educação de muitos paraibanenses. Irmã Gema Rover foi professora de Higiene e Puericultura e Metodologia do Ensino Religioso de 1971 a 1973 e diretora (1973) no Ginásio Bandeirantes, na época ameaçado de fechar por falta de professores qualificados, no final de 1973, alunos e professores deram para Gema uma “Rosa de Prata” em reconhecimento ao valioso trabalho da irmã. Nos anos 70, uma rua na cidade em que todas as casas eram de palhas, sofreu um grande incêndio. Famílias perderam tudo. Na época do incêndio. irmã Gema, comovida com a situação, foi em busca de ajuda e pediu aos proprietários de terras e de casas em ruas próximas que doassem terrenos ou os fundos dos quintais de suas residências para que fossem construídas as casas das famílias vitimas do incêndio, que também em forma de mutirão nasceu então a nova Rua Irmã Gema. 7 DE SETEMBRO DE LÁGRIMAS E DOR. No dia 6 de Setembro de 1973, quando se dirigia para Floriano, para visitar pessoas doentes e hospitalizadas, no final da travessia de uma ponte no KM 32 da BR 320, desviando de um buraco, o carro perdeu o controle e Irmã Gema caiu fora...O carro passou por cima dela provocando esmagamento da bacia. Em sua companhia estava Padre Flório Chissali, que não sofreu ferimentos, conseguiu subir até a pista para pedir socorro. A demora foi grande. Até que enfim passou uma caçamba, Gema foi colocada na carroceria, levada ao Hospital Dr. Sebastião Martins-Floriano-PI, há 10 kms. do local do acidente.
249 Gema faleceu ao entrar na sala de cirurgia em decorrência de hemorragia. Eram 8:20 do dia 6 de setembro de 1973. Paraibano se preparava para o desfile do dia 7. Mesmo sem haver telefone nem rádio na cidade, a triste notícia chegou e foi como uma bomba sobre o coração dos paraibanenses, em todas as casas o clamor. No dia 7 de Setembro daquele fatídico 1973, o desfile cívico foi outro. As 8 horas após a vigilia de oração, missas, celebrações e chegada de irmãs, padres e pessoas de vários municípios, do Bispo Dom Rino Carlesi, foi iniciado o cortejo para o cemitério São Sebastião, onde Gema Rover foi sepultada. Da matriz ao cemitério a fila era vista, nunca houve um cortejo tão grande como de irmã Gema. Paraibano anos mais tarde, em reconhecimento atribuiu ao nome de irmã Gema Rover, escolas e ao espaço do cinema e atualmente Salão Paroquial Irmã Gema Rover, a uma rua no centro da cidade. Irmã Gema Rover há muitos anos é invocada com a mesma intensidade. A sua sepultura no cemitério local (atualmente depredada por vândalos) está sempre coberta de velas, cadernos, cartas, bilhetes e muitos pedidos de promessas e curas. A irmã é procurada principalmente por estudantes com problemas de notas no final do ano. Outros em busca de ajuda para cirurgias e diversas curas de doenças. Alí na sepultura, estão declarações que o coração pode dizer, pedir e acreditar, conforme as respostas de agradecimentos encontradas também no local, hoje precisando de reforma e também ajuda por parte daqueles que tiveram êxito das promessas.
A SOLIDÃO A casa das Irmãs de São José de Chambéry em Paraibano, fica ligada ao fundo da Prefeitura Municipal, mas a ajuda aos pobres que deveria vir do prédio da frente, na realidade vem (ou vinha) da casa dos fundos. No decorrer desses 43 anos de existência da Congregação, são inúmeros os feitos sociais que as irmãs de São José, trouxeram para o município de Paraibano. Foram elas que deram os primeiros ensinamentos e formaram turmas de técnicas de enfermagem, que trouxeram a primeira enfermeira, que fundaram o primeiro mini-posto médico, os primeiros mutirões para construções de ruas e bairros, como foi o caso de muitas residências na Vila Leão e Substação, o atendimento aos mais carentes, a fundação de algumas igrejas, a educação de vários médicos, advogados e outros profissionais de renome hoje no país, a instalação da Pastoral da Criança e depois a preparação dos Agentes Comunitários de Saúde, a Creche da Vila Leão, que atendia diariamente 82 crianças, 70 para ter 4 lanches por dia e 12 que ficavam permanentes, assistidas por voluntárias, foram elas as responsáveis pela redução de desnutrição infantil e melhoria na saúde psicosocial (as irmãs montaram um consultório de atendimento em psicologia- atualmente desativado), a primeira ONG de Paraibano, que conseguiu trazer recursos para a cultura, criando em Paraibano, cursos de artes, oficinas de Capoeira, Bumba-Meu-Boi, Teatro e escolas de ensinamentos religiosos, ecológicos, além de colaborar com todos os projetos sociais do município. São tantas as benfeitorias realizadas pelas irmãs de São José que fica difícil enumerar. Mas nos últimos anos, as Irmãs estavam sendo “ignoradas” na sua missão. A ajuda vinha só do exterior e ínfima para um trabalho tão grandioso. A mesma população que recebeu tanto dessas missionárias, já não doavam mais. A força física das irmãs também já não obedeciam mais as suas vontades de chegar mais próximo do próximo. Contribuindo para isso a falta de voluntariado, principalmente da maioria das jovens, que não se interessam por nada que não seja o seu egocentrismo. Os avisos que algo estava se esvaindo, era visível. As irmãs que sempre preecheram aquela casa isolada do burburinho, nos últimos tempos era de um silêncio típico de mosteiro. Visitas quase nenhuma, ajuda nenhuma. De tantas missionárias que marcaram sua bondade por alí, há 4 anos atrás, restavam apenas 5 senhoras divinas, que tentaram ajudar o povo carente. Mas com a falta de vocação
250 religiosa e portanto renovação na profissão perpétua das missionárias, a Congregação foi ficando "idosa" e aos poucos muitas congregações, foram fechando no Maranhão. Em Pastos Bons já não existe há uns dois anos. Em Paraibano desde 2008, o número vinha sendo reduzido. A médica irmã Teresinha foi transferida para São João dos Patos, no ano passado a Irmã Ida Mezzono foi para Marituba no Pará, ficaram Irmã Gemma Galotto e Irmã Joana Alexandre. Neste domingo 1º de julho, houve uma celebração de despedida das últimas irmãs em Paraibano. Na segundafeira, irmã Gema Gallioto se despediu e foi para São Raimundo das Magabeiras. Na terça-feira, irmã Joana colocou os móveis da casa e seguiu para São Luis. A casa está disponível para aluguel. O Bem ao Povo de Paraibano foi doado pelas irmãs. Não há como alugar nem pagar. Apenas lamentar que não tenhamos tido a consciência de agradecer como deveríamos a essa que é uma das maiores prova de amor. Doar a vida pelo irmão... Sentimento e valor que elas, Irmãs de São José fizeram durante todos esses 43 anos em nosso município. Obrigado.
FALECEU EM CAXIAS DO SUL-RS, NA MADRUGADA DESTE DOMINGO DE RAMOS (5/4/2020), IRMÃ GEMA GALLIOTO
Chegou em Paraibano em 1985 para a Congregação Irmãs de São José de Chamberry. Era enfermeira e foi pioneira na implantação do Programa dos Agentes Comunitários de Saúde no município. Coordenadora de Pastorais criou cursos e o Boizim (bumba meu boi mirim) etc. Em 2011 juntamente com as irmãs de São José de Chamberry teve a missão interrompida em Paraibano de onde foram transferidas. Nos últimos anos estava em uma casa de repouso em Caxias de Sul aonde veio a falecer nesta madrugada por problemas respiratórios e cardíaco. Terezinha Muraro médica e também missionaria de Chamberry em Paraibano contemporânea cuidava de irmã Gema no repouso na Casa de Nazaré RS.
251
O site PARAIBANONEWS fez entrevistas com pessoas que conviveram com a missionária e postarar a matéria nesta segunda-feira. Ir.Gema Galiotto, era natural de, Nova Pádua-RS, e tinha 88 anos. Obrigado, irmã Gema.
252
PARTICIPAÇÃO DA MULHER196
253
Ribeiro (2004), em sua monografia de graduação em Geografia analisou a influência da mulher no crescimento da economia do Município de Paraibano-MA, investigando o perfil e a participação em distintos setores da economia. Abordou ainda, os aspectos geoeconômicos do Município, analisando suas características geográficas, humanas, econômicas e sociais no contexto do Centro-sul maranhense. Constatou que a mulher se fez presente nas mais variadas profissões, tendo mais tempo de estudo que os homens e até mesmo, melhores salários. Utilizando-se da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - 2003a)197, pode observar que aproximadamente 50.25% da população de Paraibano é formada de mulheres. Dessas mulheres, 20,70% são economicamente ativas, isto é, têm vínculo empregatício, enquanto que 79,30% não têm trabalho: são do lar, donas de casa dedicadas apenas ao trabalho doméstico ou então, idosos, estudantes e crianças198. No que se refere à atuação da mulher no processo político de Paraibano, duas mulheres se destacaram na sua história: Uma, a Sra. Joana da Rocha Santos e a outra, Sra. Maria Aparecida Queiroz Furtado. A Sra. Joana da Rocha Santos, mais conhecida como Dona Noca, que nasceu no Século XIX no dia 18 de Dezembro de 1892, na época Vila de São João dos Patos no Estado do Maranhão, hoje Município de São João dos Patos (VAZ, 1990, p. 57)199. Dona Noca teve grande influência nas decisões políticas da região. Foi nomeada Prefeita do Município de São João dos Patos em 1934, sendo a primeira prefeita do sertão maranhense, permanecendo no cargo até Janeiro de 1951. Já em 1955, através do voto, foi eleita prefeita novamente, cujo cargo ocupou até 1961. Em Paraibano, Dona Noca também teve bastante influência, tanto na economia como na política. A partir da década de vinte (Século XX), teve uma grande participação no comércio do Município, onde instalara uma feira para competir com os comerciantes da região. Instalou também, uma indústria de algodão, descaroçadeira de 196
RIBEIRO, Sandra Maria. A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ECONOMIA DO MUNICÍPIO DE PARAIBANO-MA. São Luís, 2004. Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Orientadora: Profª. Ms. Zulimar Márita Ribeiro Rodrigues. 197 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1959; Mapa do mercado de trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: 1994; Censo Demográfico. Rio de Janeiro, 2000; Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD. Síntese de indicadores. Rio de Janeiro, 2003ª; Síntese de Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: 2003b. 198 Dados de 2003: in Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD. Síntese de indicadores. Rio de Janeiro, 2003ª; Síntese de Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: 2003b. 199 VAZ, Delzuite Dantas Brito. História de Paraibano na memória oral: da chegada de Antonio Paraibano à região do Brejo – Município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. 1990. 171 f. Monografia (Licenciatura em História) – Universidade Federal do Maranhão, São Luis, 1990.
254 algodão, que também se chamava de bolandeira. Os fatos que a envolveram na política daquela região tiveram suas raízes, primeiramente, na rivalidade comercial, em seguida na religiosa. Comercial, pelo fato de que os Paraibanos dominavam o comércio local e a religiosa que começou a partir da construção da capela de São Sebastião, visto que ela tomou a frente e mandou construí-la, deixando muitos da população revoltados, pois não era filha da terra. A Sra. Maria Aparecida Queiroz Furtado, nasceu também em São João dos Patos, porém em 1973, deixou aquela cidade para morar em Paraibano devido ao seu casamento com um filho da terra (MARANHÃO, 2004)200. Convivendo com a família de seu esposo que tinha grande influência política no Município, começou a participar da vida política. Em 1982, como primeira Dama, desenvolveu um trabalho social de grande relevância (Op. cit.). Em 1993, candidatou-se à prefeita, eleita com uma votação maciça do eleitorado de Paraibano. Realizou obras e programas de fundamental importância para a comunidade, como construções de escolas na sede e na zona rural, implantação de programas na educação, saúde e lazer Reconhecida pelo seu trabalho realizado no Município foi eleita Deputada Estadual em 1996. Em 2000, elegeuse novamente, como Prefeita de Paraibano, sendo reeleita em 2004201. Ao proceder à caracterização da mulher que vive em Paraibano, encontrou que a maioria situa-se na faixa etária entre 30 e 39 anos:
7%
3%
9%
17,5% 26,5%
Entre 18 e 19
37%
Entre 20 a 29 Entre 30 a 39 anos
Constatou que as migrações internas tiveram um papel de destaque202. Porém, essa mobilidade ainda continua, como foi percebida quando se questionou quanto à naturalidade dessas mulheres: 61% são naturais de Paraibano, 7% nasceram em Pastos Bons, 4,5% vieram de São João dos Patos, 4,5% são de Colinas, 14,5% nasceram em 200
MARANHÃO. Paraibano. Paraibano: Prefeitura de Paraibano, Secretaria de Administração, 2004. Viria a ocupar outros mandatos. 202 “[...] migrações são todos os movimentos de população de um lugar para o outro” e ocorrem devido a fatores de expulsão e de atração. Tais fatores podem ser de vários tipos: naturais (como secas e enchentes), políticos, econômicos, religiosos, etc. No entanto, o povoamento da cidade de Paraibano deu-se a partir da migração de pessoas que vieram de vários lugares, formando aqui suas famílias [...]. MOREIRA, Igor A. G. O espaço geográfico. 28 ed. São Paulo: Ática, 1990. 201
255 outras cidades do Estado do Maranhão (São Luís, Sucupira do Norte, Nova York, São Domingos e outras) e 8,5% vieram de outros Estados brasileiros (Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí), todas agora residentes no referido Município:
8,5% 14,5% 4,5% 61% 4,5% Paraibano
7%
Pastos Bons São João dos Patos
Em relação ao casamento203, os dados demonstraram que 56,5% das mulheres pesquisadas são casadas, 7% são viúvas, 29,5% são solteiras, enquanto que 7% não declararam seu estado civil: 7%
29,5% 56,5%
7% Casadas Viúvas
No que concerne ao número de filhos, observou-se que o controle da natalidade passa a fazer parte das preocupações cotidianas, com um número de filhos, em média, dois por família. O maior número das mulheres entrevistadas responderam que o motivo de não ter filhos, ou a diminuição da quantidade destes, está relacionado a três fatores: ao baixo poder aquisitivo, à necessidade de continuar os estudos, e auxiliar o esposo nas despesas domésticas:
203
Processo pelo qual é constituído por uma relação legal entre um homem e uma mulher, com efeito, civil ou religioso, conforme a autora.
256 7%
5%
29%
17%
Nenhum filho
23%
19%
Somente um Dois filhos Três filhos
Ribeiro (2004) observou que a situação escolar das mulheres: [...] está diretamente ligada a sua posição social e ativa, dependendo do setor na qual estão inseridas, ou seja, está diretamente ligada a importância e significado que cada uma por si só, dá a sua situação social. No entanto, isto não impede de observar a crescente busca geral destas, pela qualificação profissional.
11,5%
9%
15,5%
21%
8,5% 25,5%
9%
Analfabetas Ensino fundamental incompelto Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto
Constatou que há uma alta participação da mulher no mercado de trabalho, pois 30,5% das entrevistadas exercem a função de professora, 8% são lavradoras, 7,5% são empregadas domésticas, 6,5% são comerciantes, 11,5% dizem que não trabalham, são apenas donas de casa, visto que, o trabalho doméstico não tem status de trabalho, mesmo sendo interminável e desgastante, 5% só estudam e 31% exercem outras profissões:
257 30,5%
31%
5% 11,5%
6,5%
8% 7,5%
Professora Lavradoras Domésticas Comerciantes Não trabalham Só estudam Outras profissões
De acordo a amostragem, a pesquisa revelou que os dados anteriores somados, 83,5% das mulheres economicamente ativas estão em plena atividade produtiva e 16,5% são improdutivas ou estão à procura de trabalho. Quanto aos ganhos, 16,5% das mulheres pesquisadas, as donas de casa e estudantes não têm rendimentos próprios, mas estão á procura de trabalho, 26% ganham menos de um salário mínimo, 50,5% de 1 a 3 salários, 6% de 4 a 10 e aproximadamente 1% ganha mais de 10 salários mínimos. Sendo que 15,5% dessas mulheres têm outra ocupação para complementar a renda familiar como: professora particular, bordadeira, artesã, costureira, etc :
6%
1% 16,5%
26% 50,5% Não têm rendimentos próprios 1 salário mínimo 1 a 3 salários 4 a 10 salários Mais de 10 salários mínimos
Já em relação à renda familiar não houve grandes alterações, pois 30% das entrevistadas afirmaram que a renda de suas famílias é menos de um salário mínimo, 53,5% é de 1 a 3 salários, 15% de 4 a 10 e 1,5% é mais de 10 salários:.
258 15,0%
1,5% 30,0%
53,5%
Menos de 1 salário mínimo 1 a 3 salários minimos 4 a 10 salários mínimos Mais de 10 salários mínimos
Para a pesquisadora204, o Município de Paraibano apresenta um incipiente desenvolvimento econômico, proporcionado pela evolução de certos setores, tais como: o desenvolvimento do comércio, da pequena agricultura e serviços públicos. Neste contexto, a participação da mulher na economia do mesmo é de grande importância, visto que essa inserção impulsiona o crescimento da economia do Município, mostrando que a posição de submissão da mesma no início do século passado está sendo substituída pela equidade. Verificou que as mulheres pesquisadas gostam muito de trabalhar, de sentir-se ocupadas em casa ou fora dela, assimilando a dinâmica da sociedade capitalista e, dessa forma, compreenderam a importância de serem independentes financeiramente através do trabalho. No entanto, as donas de casa demonstraram um certo ressentimento por sua condição, pelo fato de ficarem só no lar, perdendo a oportunidade de manterem relações no mundo do trabalho. Percebeu-se ainda, que a renda obtida pelas mulheres pesquisadas no Município de Paraibano é indispensável no orçamento doméstico, sendo que um grande número de mulheres são chefes de família, cujo trabalho toma muito o tempo das mesmas, não dispondo assim, de tempo suficiente para cuidarem dos filhos. Diante dessa situação, a inserção e a participação da mulher no mercado de trabalho e os novos valores adquiridos por elas, tiveram relação direta na modificação da constituição familiar.
204
RIBEIRO, Sandra Maria. A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ECONOMIA DO MUNICÍPIO DE PARAIBANO-MA. São Luís, 2004. Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Orientadora: Profª. Ms. Zulimar Márita Ribeiro Rodrigues.
PATRIMÔNIO HISTÓRICO
259
O Sobrado E a casa de pedra formam o primeiro conjunto arquitetônico da cidade, construído por João Paraibano para dar início ao povoado de BREJO DOS PARAIBANOS (primeiro nome da cidade), depois veio a construção da Igreja de São Sebastião em 1939, Escola João Paraibano em 1950 e a Igreja Matriz em 1962 e outras construções... Mas nem uma se comparava ao imponente e glorioso SOBRADO, que já serviu de residência, de escola, de Museu que guardava a história do município sobrevivendo ao tempo, as chuvas, muito sol teve sua trajetória marcada por grandes acontecimentos; do nascimento de Paraibano até hoje quando chega visitantes com suas máquinas digital nas mãos,a primeira fotografia tirada.
O SOBRADO está para Paraibano assim como a estátua do Cristo Redentor está para Rio de Janeiro... Diz uma antiga moradora se orgulhando de ter visto nascer a famosa construção;
260
261
Barragem do Balseiro
Coordenador Educacional Raimundo Augusto com alunos em aula de campo na Barragem Balseiro http://biradaradioinforma.blogspot.com.br/2014/06/semana-municipal-do-meio-ambiente-2014.html
Local próximo a Paraibano muito usado por banhistas para um bom mergulho.
262 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AGOSTINO, Rosely Brito, em intervenção em entrevista concedida por BRITO, João Furtado de. DEPOIMENTO. Entrevista concedida a VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho ALBERTI, Verena. HISTÓRIA ORAL – a experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: FGV, 1990 ASSUNÇÃO, Mathias Rohrig. A GUERRA DOS BEM-TE-VIS: a Balaiada na memória oral. São Luis: Sioge, 1988 ASSUNÇÃO, Mathias Röhrig. DE CABLOCOS A BEM-TE-VIS: formação do campesinato numa sociedade escravista: Maranhão, 1800-1850. São Paulo: Annablume, 2015. BARBOSA, José Batista. DEPOIMENTOS. Depoimento prestado a Clodomir Lima Campos em Paraibano-Ma, no mês de novembro de 2015, a pedido dos autores. BRASIL, IBGE. ATLAS DO MARANHÃO. Rio de Janeiro: IBGE, 1984, p. XI-37 BRASIL. IBGE/2008 - Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). http://pt.wikipedia.org/wiki/Paraibano em 02/01/2009 BRITO, Eliomar Gonçalves de. Nossa história. Disponível em htpp:/bomjesus.pb.gov.br/fase1.html BRITO, João Furtado de. DEPOIMENTO. Entrevista concedida a VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho. BRITO, Mariana Cortez. DEPOIMENTO. Entrevista concedida a Leopoldo Gil Dulcio Vaz e Delzuite Dantas Brito Vaz, em 23 de janeiro de 2009. BUZAR, Benedito. VITORINISTAS & OPOSICIONISTAS (BIOGRAFIAS). São Luis: Lithograf, 2001. BUZAR, Benedito. Temístocles Teixeira – o dragão que virou Santo gurerreiro. Jornal O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 29 de outubro de 1995, domingo, Caderno A, p. 3.). BUZAR, Benedito. Dez anos sem Clodomir Millet. Jornal O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 16 de janeiro de 1998, sexta-feira, Opinião, p. 4. CAMPOS, Clodomir Lima. DEPOIMENTO. Entrevista concedida a VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho CANEDO, Eneida Vieira da Silva Ostria de. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO MARANHENSE ATÉ OS ANOS 80 – a distribuição da terra e atividades agrícolas. 2ª. ED. 2008.São Luis: Interativa, 2008 CARDOSO, Ciro Flamarion. UMA INTROUÇÃO Á HISTORIA, 7ª. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1988 CARDOSO, Clodoaldo. MUNICIPIOS MARANHENSES – PASTOS BONS. Rio de Janeiro: IBGE, 1947 CARDOSO, Manoel Frazão. Paraibano. In O MARANHÃO POR DENTRO. São Luís: Lithograf, 2001, p. 354356; CARVALHO, Valentim Florêncio. DEPOIMENTO. Entrevista concedida a VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho CORREA, Carlos Humberto P. HISTÓRIA ORAL – teoria e prática. Florianópolis: UFSC, 1978 FERNANDES, Ceres Costa – em O NARRADOR PLURAL NA OBRA DE JOSÉ SARAMAGO. 3 ED. São Luis: EDUFMA, 2015 FERREIRA, Márcia Milena Galdez. Pioneiros ou Flagelados? Experiências de Migrantes Nordestinos no Médio Mearim-MA (1930-1960) . Caminhos da História, Vassouras, v. 7, Edição Especial, p. 141-150, 2011, disponível em http://www.uss.br/pages/revistas/revistacaminhosdahistoria/v7EdicaoEsp2011/pdf/015__Pioneiros_ou_flagelados.pdf
263 LIRA, Deuselina Brito. DEPOIMENTO. Entrevista concedida a Leopoldo Gil Dulcio Vaz e Delzuite Dantas Brito Vaz, em 25 de janeiro de 2009. MOREIRA, Igor A. G. O ESPAÇO GEOGRÁFICO. 28ª. Ed. São Paulo: Ática, 1990. MOREIRA FILHO, Eliezer. HISTÓ RIAS QUE OS JORNAIS NÃO CONTAM. São Luís: Belas Artes; UniCEUMA, 2008. vol. 2 – Coleção Cartas às minhas filhas. O ESTADO DO MARANHÃO. Paraibano – 50 anos de emancipação política. São Luís, 03 de janeiro de 2003, sexta-feira. Geral, informe, p. 5. OLIVEIRA, Antonio Guimarães de. ALGODÃO: OURO BRANCO (Tempo e espaço). São Luis: Ed. Do Autor, 2007. PINHEIRO, Raimundo Nonato. A COLUNA PRESTES NO MARANHÃO. São Luis: UEMA/CECEM, 2005. Monografia de Especialização em Historia do Maranhão. PERES, Teodoro. A Promotoria de Paraibano à sua filha ilustre Elisa Brito. In TRIBUNA DO NORDESTE, São Luis, 18 de novembro de 2007, domingo, p. 5. Opinião. PNUD/2000 - Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007). http://pt.wikipedia.org/wiki/Paraibano em 02/01/2009 RIBEIRO, Sandra Maria. PERFIL ECONOMICO, POLITICO E CULTURAL DO MUNICIPIO DE PARAIBANO. São Luis: UFMA, 2002. Monografia apresentada a disciplina de Geografia do Maranhão do Curso de Geografia da UFMA para obtenção da terceira nota. (Miniografado). ROCHA, Décio Heider do Amaral. Alto Parnaíba. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, segunda-feira, 05 de junho de 1989, p. 4, Opinião. SANCHES, Edmilson (Redator e Editor). ENCICLOPEDIA DE IMPERATRIZ: 150 ANOS: 1852-2002. Imperatriz: Instituto Imperatriz, 2003. SANTOS, Elisa Brito Neves dos. DEPOIMENTOS. Entrevista concedida a VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho. SILVA, VIRGÍNIA MIRTES DE ALCÂNTARA ;PATRÍCIO, MARIA DA CONCEIÇÃO MARCELINO;RIBEIRO, VICTOR HERBERT DE A.; MEDEIROS, RAIMUNDO MAINAR DE. O DESASTRE SECA NO NORDESTE BRASILEIRO. In Polêm!ca v. 12, n. 2 (2013). Disponível em http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/6431 SANTOS, Eliza Brito Neves dos. A Feira de Paraibano. In O TEMPO NÃO APAGOU. São Luis, 2013, p. 22-31 SANTOS, Eliza Brito Neves dos. O TEMPO NÃO APAGOU. São Luis, 2013, p. 22-31 SOUZA, Henrique Arthur de. ENTRELAÇOS DE FAMÍLIA. Brasília: Valci, 2003. (História e Genealogia de Henrique de La Rocque Almeida). VAZ, Delzuite Dantas Brito. HISTÓRIA DE PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL: da chegada de Antonio Paraibano a Brejo – município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano. Monografia de Graduação em História. São Luís: UFMA, 1990. Orientador: João Renor Ferreira de Carvalho. VAZ, Loreta Brito; VAZ, Louise Brito. Sobre Paraibano – Maranhão. O IMPARCIAL, São Luís, segunda-feira, 10 de abril de 2000, Caderno Opinião. VELOSO FILHO, José Ribamar. HISTÓRIA E VIDA DE PARAIBANO. Paraibano: Secretaria de Educação; São Luís: Secretaria Estadual de Educação, 1984; http://pt.wikipedia.org/wiki/Munic%C3%ADpio, acessado em 2/01/2009. http://pt.wikipedia.org/wiki/Paraibano, acessado em 02/01/2009 BIBLIOGRAFIA DE APOIO BUZAR, Benedito. A GREVE DE 51 – os trinta e quatro dias que abalaram São Luís. São Luis: Ed. Alcântara, 1983
264 BUZAR, Benedito. O VITORINISMO – lutas políticas no Maranhão –(1945 a 1965). São Luís: Lithograf, 1998. BUZAR, Benedito. OS 50 ANOS DA GREVE DE 51. São Luis: Lithograf, 2001 CABRAL, Maria do Socorro Coelho. CAMINHOS DO GADO – conquista e ocupação do Sul do Maranhão. São Luís: SIOGE, 1992; CARVALHO, Carlota. O SERTÃO – subsídios para a História e a Geografia do Brasil. Imperatriz: Ética, 2000; COELHO NETTO, Eloy. HISTÓRIA DO SUL DO MARANHÃO – terra, vida, homens e acontecimentos. Belo Horizonte: São Vicente, 1979; DINO, Sálvio. PARSONDAS DE CARVALHO – um novo olhar sobre o Sertão. Imperatriz: Ética, 2007; FRANKLIN, Adalberto; CARVALHO, João Renor F. de. FRANCISCO DE PAULA RIBEIRO – DESBRAVADOR DOS SERTÕES DE PASTOS BONS – a base geográfica e humana do Sul do Maranhão. Imperatriz: Ética, 2005; MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. O FEUDO – A Casa da Torre de Garcia D´Ávila: da conquista dos sertões à independência do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000; http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Surubim&action=edit&section=1, acessado em 11/01/2009 http://pt.wikipedia.org/wiki/Taquaritinga_do_Norte, acessado em 10/01/2009.
265 SOBRE OS AUTORES
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ é Licenciado em Educação Física, Mestre em Ciência da Informação, Professor de Educação Física aposentado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IF-MA. Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro fundador da Academia Ludovicense de Letras. Natural de Curitba-Paraná. É casado com Delzuite; genro de Antonio Paraibano DELZUITE DANTAS BRITO VAZ é Licenciada (Curta) em Estudos Sociais; Licenciada (Plena) em História; Especialista em Metodologia de Ensino de História. Professora de História do CEM ‘Liceu Maranhense’. Natural de Paraibano-Maranhão. Filha de Antonio Brito Lira – o Paraibano. .
ELIZA BRITO NEVES DOS SANTOS é Bacharel em Ciências Jurídicas, tendo militado como Advogada em diversas Comarcas do Maranhão. Promotora de Justiça, passando pelas Promotorias de Paraibano, Alto Parnaíba, Passagem Franca, Balsas, Colinas, Caxias, e São Luís. Procuradora de Justiça, função em que se aposentou em 2008. Natural de ParaibanoMaranhão. Neta de Antonio de Brito Lira; filha de Guilhermino de Brito Lira e sua mulher Maria Pereira de Brito – Sinharinha. É sobrinha de Delzuite. É autora de “O tempo não apagou”, 2013, livro de memórias...
266 ESTA OBRA TEM A CHANCELA DA
Membro Fundador LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Cadeira 21 – Patroneada por Fran Paxeco
Sócio Efetivo LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Cadeira 40 – Patroneada por Dunshee de Abranches
Sócio efetivo LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Cadeira 92 – Patroneada por Elza Paxeco Machado
267