A liberdade inscrita nos sambas enredos cariocas (1943 a 2013)

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o que está fechado tem de ser desobstruído para a passagem, nesse caso, do cordão “Rosa de Ouro”. De igual forma, os versos “Eu sou da Lira/ Não posso negar” expressam uma afirmação de identidade, muitas vezes, inscrita nos sambas-enredos. Lira, como sabemos, é um instrumento musical que surgiu em tempos imemoriais e foi utilizado especialmente na Antiguidade. No sentido figurado, esse substantivo significa inspiração poética. A confirmação de ser da Lira (destaquemos que o substantivo comum é grafado em maiúsculas, intencionalmente, dado o seu valor) define o pertencimento do sujeito que canta, a identidade que ele tem com aquele instrumento musical de longas eras e com o gênio da inspiração. Recordemos que o poeta Orfeu, uma das personalidades da mitologia, comumente homenageadas no carnaval, tocava a sua lira e, pela música, dela produzida, foi capaz de realizar vários feitos heroicos e acalmar os corações mais violentos. Portanto, há de se reconhecer a riqueza sugerida nessa única palavra – Lira – que reúne elementos do passado, da tradição clássica, e daquela ocasião presente, o Carnaval de 1899. Os versos “Rosa de Ouro/É que vai ganhar” antecipam também todo o orgulho, toda a autoestima, todo o pensamento positivo que os compositores, carnavalescos e foliões têm sobre o desempenho de suas escolas nos desfiles. É uma maneira de acentuar a força coletiva da comunidade. Se o sujeito que enuncia é o da Lira, o seu cordão, o seu conjunto que canta, dança e desfila é que haverá de ser reconhecido, de ser o consagrado.

1.3.8 – TIA CIATA Nos estudos sobre o desenvolvimento do Carnaval no Brasil, é essencial considerar o imprescindível papel desempenhado pelas famosas tias baianas que exerciam várias funções; quituteiras, mães de santo, rezadeiras, sambistas. Dentre aquelas que fizeram parte da história inicial do Carnaval, destaca-se, de forma inequívoca, a personalidade de Hilária Batista de Almeida – a Tia Ciata, que tivera vários outros codinomes: Siata, Asseata, Assiata, Aceata e Aciata. Segundo Muniz Sodré, Tia Ciata era casada com o médico negro João Batista da Silva (para outros teóricos, ele não havia concluído o curso de Medicina) que se tornara chefe de gabinete do chefe de polícia no governo Wenceslau Brás – informação relevante neste estudo por sugerir possíveis formas de interação dos sambistas com o sistema 52


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ANEXOS SAMBAS ENREDOS

3hr
pages 201-278

REFERÊNCIAS

3min
pages 182-184

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6min
pages 177-181

4.11 A Liberdade e as Significações Difusas

7min
pages 149-152

1.4 Considerações Sobre Este Capítulo

5min
pages 69-71

4.12.3 Palmares

1min
page 157

2.2 A Liberdade e a Segunda Guerra Mundial

5min
pages 75-78

2.1 Introdução ao Segundo Capítulo

3min
pages 73-74

4.12.2 Zumbi e Outros Referentes Negros

4min
pages 155-156

4.12.4 África

1min
page 158

1.3.12 Os Primeiros Sambas Enredos

11min
pages 63-68

1.3.11 Samba Enredo

4min
pages 61-62

1.3.6 As Sociedades Carnavalescas

6min
pages 47-50

1.3.8 Tia Ciata

7min
pages 53-57

1.3.10 As Escolas De Samba

1min
page 60

1.3.7 A Primeira Música do Carnaval

2min
pages 51-52

1.3.9 O Samba

4min
pages 58-59

1.3.5 A Praça Onze

5min
pages 44-46

1.3.4 Os Ranchos

3min
pages 42-43

1.2 Origens e Significados do Carnaval

22min
pages 25-35

1.3.2 O Zé Pereira

2min
pages 38-39

1.3.3 Os Cordões

3min
pages 40-41

RESUMO

1min
page 11

1.1 Introdução ao Primeiro Capítulo

3min
pages 23-24

RESUMEN

1min
page 13

INTRODUÇÃO À TESE

12min
pages 14-21

ABSTRACT

1min
page 12
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