A liberdade inscrita nos sambas enredos cariocas (1943 a 2013)

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Como seria possível “Nós lá do morro/ Vamos vivendo de amor”, diante de tantos conflitos existentes entre a periferia, interna e externamente? Utopia. Ironia. Inversão. Os últimos versos da música, “Estudando com carinho/ O que nos passa o professor”, celebram a carnavalização da linguagem, uma vez que, naqueles anos de 1930, a maior parcela da população brasileira não tinha acesso à educação. De qualquer modo, há de se questionar que, mesmo aqueles poucos moradores dos morros, que conseguiram estudar, naquela época de desigualdades tão acentuadas, tiveram condições de “aprender com carinho” o mero “passar” de conteúdos dos professores, num tempo em que o método tradicional de ensino vigorava no país. Portanto, esse Teste ao samba merece especial leitura não somente pela coesão entre o texto escrito, o enredo, e a representação artística na Praça Onze. Destaca-se pela linguagem das alternâncias, renovações e denúncias, apropriando-se da ironia para apresentar-nos um relato histórico acerca da exclusão no acesso ao ensino em nosso país. Nessa direção, oportunas são as considerações de Roberto DaMatta a respeito dos sambas e das Escolas de Samba, em que observa os objetos deslocados. A própria escola, situada geralmente em um morro ou subúrbio, não ensina a ninguém uma profissão ou a “ganhar a vida” ensina, sim, a “própria vida”. Conforme atestam esses escritos, no Carnaval, os marginais anônimos que formam esse segmento social do subúrbio, do morro e da “escola de samba”, transformam-se em “professores” e “doutores” de samba e ritmo. (DAMATTA, 1981, p. 134)

1.4 – CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE CAPÍTULO Neste primeiro capítulo, observamos que algumas teorias demonstram que as origens do Carnaval estão nos cultos agrários da Antiguidade e apontam a prática desse evento entre várias culturas e povos distintos, egípcios, hebreus, romanos, persas, armênios, fenícios, cretenses e babilônicos. Há de se ressaltar que outras linhas investigativas definiram a origem dessa festa popular nos eventos da Idade Média. Na verdade, o Carnaval é encontrado de maneiras diversas nos mais diferentes lugares e tempos, sempre com músicas barulhentas, danças, máscaras e mesmo com licenciosidade. Provavelmente, veio do paganismo e a Igreja Católica o tolerou e o regularizou, quando o Papa Gregório I o inseriu no Calendário Eclesiástico, em 590, conforme destacou Eneida de Moraes. 68


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ANEXOS SAMBAS ENREDOS

3hr
pages 201-278

REFERÊNCIAS

3min
pages 182-184

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6min
pages 177-181

4.11 A Liberdade e as Significações Difusas

7min
pages 149-152

1.4 Considerações Sobre Este Capítulo

5min
pages 69-71

4.12.3 Palmares

1min
page 157

2.2 A Liberdade e a Segunda Guerra Mundial

5min
pages 75-78

2.1 Introdução ao Segundo Capítulo

3min
pages 73-74

4.12.2 Zumbi e Outros Referentes Negros

4min
pages 155-156

4.12.4 África

1min
page 158

1.3.12 Os Primeiros Sambas Enredos

11min
pages 63-68

1.3.11 Samba Enredo

4min
pages 61-62

1.3.6 As Sociedades Carnavalescas

6min
pages 47-50

1.3.8 Tia Ciata

7min
pages 53-57

1.3.10 As Escolas De Samba

1min
page 60

1.3.7 A Primeira Música do Carnaval

2min
pages 51-52

1.3.9 O Samba

4min
pages 58-59

1.3.5 A Praça Onze

5min
pages 44-46

1.3.4 Os Ranchos

3min
pages 42-43

1.2 Origens e Significados do Carnaval

22min
pages 25-35

1.3.2 O Zé Pereira

2min
pages 38-39

1.3.3 Os Cordões

3min
pages 40-41

RESUMO

1min
page 11

1.1 Introdução ao Primeiro Capítulo

3min
pages 23-24

RESUMEN

1min
page 13

INTRODUÇÃO À TESE

12min
pages 14-21

ABSTRACT

1min
page 12
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