Campo & Negócios Grãos - Julho/2020

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FITOSSANIDADE

DANINHAS

PREJUÍZO DE R$ 9 BILHÕES POR ANO Vitor Muller Anunciato Roque de Carvalho Dias roquediasagro@gmail.com

Leandro Bianchi leandro_bianchii@hotmail.com Engenheiros agrônomos, mestres e doutorandos em Proteção de Plantas – UNESP - Botucatu

Samara Moreira Perissato Engenheira agrônoma, mestra e doutoranda em Agricultura – UNESP Botucatu samaraperissato@gmail.com

A

s plantas daninhas são um problema global e a resistência a herbicidas é crescente a cada ano. As perdas têm exigido maiores investimentos por parte dos agricultores para minimizar os prejuízos na lavoura. No Brasil, são 50 casos de resistência que envolvem 28 espécies e oito modos de ação. Somente no cultivo de soja, o custo anual com uso de herbicidas é de R$ 4,2 bilhões. O impacto total das daninhas na cultura, levando em consideração também a matocompetição, chega a R$ 9 bilhões por ano. O Brasil é um grande produtor e ex-

portador de culturas em termos globais, com 77,8 milhões de ha (8,9% do território nacional) em 2018. Com o objetivo de obter 85,7 milhões de hectares em 2029, é uma das maiores potências agrícolas do mundo. A área plantada no Brasil representa 3,4% do total global.

Batalha A matocompetição é comum e sempre vai existir, pois há períodos em que a cultura tem a habilidade de competir com as plantas daninhas sem que ocorra prejuízo econômico - esse período é conhecido como anterior à interferência, e se não manejado adequadamente as plantas daninhas podem inviabilizar a produção de soja. Em um cenário em que os agricultores estão cada dia mais pressionados pelo mercado para conseguirem altas produtividades, o espaço para as plantas daninhas vem diminuindo, porém, com um custo elevado. Segundo uma pesquisa realizada pela Embrapa liderada pelo Dr. Fernando Adegas, o custo médio do controle de plantas

daninhas não resistentes em 2017, utilizando-se duas aplicações de glyphosate pós-emergência e uma para dessecação, foi estimado em R$ 120,00 por hectare. Em um cenário de infestação por azevém (L. multiflorum) resistente ao glyphosate, além do glyphosate, é necessário adicionar um graminicida (inibidor da ACCase), aumentando o custo médio para R$ 177,65/ha. Se a infestação é de buva (Erigeron sp.), o uso de um latifolicida, como o 2,4D, se faz necessário, aumentando o custo médio para R$ 170,50/ha. Em áreas infestadas por capim amargoso (D. insularis), uma planta daninha mais difícil de se controlar que o azevém requer o uso de graminicidas tanto na pós-emergência quanto na dessecação, e deve ser intercalada com herbicidas de contato, como o glufosinato, aumentando o custo médio de manejo para até R$ 318,35/ha. No entanto, em cenários de infestação mista, o manejo da resistência a herbicidas é complicado, porque as opções de herbicidas são reduzidas. Por exemplo, infestações de buva e azevém requerem herbicidas seletivos para o culti-

julho 2020

João Leonardo Fernandes

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