MANEJO
TRIGO INSETICIDAS DE DUPLO
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MECANISMO DE AÇÃO
Lucas Alexandre Batista Engenheiro agrônomo - Universidade Federal de Lavras (UFLA) lucaslabatista@gmail.com
junho 2020
Guilherme de Sousa Ferreira Graduando em Agronomia - UFLA guilheme.ferreiramb@hotmail.com
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trigo na América do Sul é cultivado principalmente na região do sul, composta pela Argentina, na região dos Pampas, Sul do Brasil, Centro do Chile e partes do Paraguai e Uruguai. No Brasil, há uma tendência de explorar a cultura do trigo no Cerrado, onde vem se investindo em cultivares adaptadas para a região. Milhares de insetos são descritos na cultura do trigo ao redor do mundo onde são cultivados. A maioria dos insetos não causa grandes danos à produção do trigo, embora alguns sejam relatados como responsáveis por perdas expressivas na produtividade.
Alguns desses problemas, como pragas, estão diretamente ligados ao sistema agrícola intensivo de monocultura empregado em uma área específica, enquanto outros são herbívoros oportunistas ou generalistas que não têm como alvo o trigo especificamente como hospedeiro. Algumas dessas pragas são adaptadas ao trigo e ao conjunto de condições ambientais e fisiográficas nas quais ele é cultivado. Como a agricultura se expandiu para áreas que não são tradicionalmente plantadas com trigo, e como essas práticas agrícolas eliminam ou impedem as forças reguladoras naturais que normalmente controlariam suas populações, muitas pragas surgiram em surtos graves, causando destruição quase total nas culturas que infestam.
Pragas mais comuns As pragas mais comuns na cultura do trigo são os pulgões, as lagartas, os perce-
vejos e os corós, que podem reduzir a qualidade dos grãos e a produtividade. Os pulgões (Rhopalosiphum padi, Metopolophium dirhodum, Sitobion avenae e Schizaphis graminum) podem ser encontrados nas folhas, no colmo e nas espigas. Eles são responsáveis por infectar a planta com o Barley Yellow Dwarf Virus (BYDV ) ou virose do nanismo amarelo da cevada (VNAC). Há, no mercado, cultivares tolerantes ao vírus, embora lavouras afetadas possam diminuir a produção em até 20%, podendo chegar a 80%, dependendo do nível de suscetibilidade da cultivar ao vírus. A incidência do BYDV depende da presença de pulgões nas lavouras, que são influenciados pelas condições climáticas do ambiente. Anos quentes e secos influenciam no aumento da incidência de pulgões. Uma forma de prevenir e proteger as plantas contra o ataque de pulgões é o tratamento de sementes, que proporciona uma segurança inicial para