CALAFRIOS Audiobook
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL RÁDIO, TV E INTERNET
ALINE COSTA QUEIROZ SANTANA DANIEL KALIL ALVES DO NASCIMENTO JORDÂNIA LUARA ROCHA DA SILVA JÚLIA BAPTESTONE GURGEL MARCOS PAULO SOUSA DOS SANTOS PEDRO DE MOURA MENDES THAIS ABADE AUGUSTO THAIS DUARTE MANFREDO VINÍCIUS CORADI MADDALONI
São Paulo SP 2022
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL RÁDIO, TV E INTERNET
ALINE COSTA QUEIROZ SANTANA 26371081
DANIEL KALIL ALVES DO NASCIMENTO 20467257
JORDÂNIA LUARA ROCHA DA SILVA 20409915
JÚLIA BAPTESTONE GURGEL 26254794
MARCOS PAULO SOUSA DOS SANTOS 29876800
PEDRO DE MOURA MENDES 21282269
THAIS ABADE AUGUSTO 24725439
THAIS DUARTE MANFREDO 21168644
VINÍCIUS CORADI MADDALONI 22204237
CALAFRIOS Audiobook
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Cruzeiro do Sul, do curso de Rádio, TV e Internet, como requisito à banca de qualificação.
Orientador: Prof. Me. Luís Carlos Soares
rainbowpandaproducao@gmail.com
Diagramação da Bíblia de Produção: Jordânia Luara Rocha da Silva Júlia Baptestone Gurgel Thais Abade Augusto
São Paulo SP 2022
FOLHA DE QUALIFICAÇÃO
Projeto qualificado em: __/__/__ .
Prof. Me. Luís Carlos Soares
AGRADECIMENTOS
Nenhum projeto é realizado sozinho e com o projeto Calafrios não foi diferente. Foram várias as pessoas que nos ajudaram de forma direta ou indireta, nos dando suporte para a concepção do projeto.
Primeiramente queremos agradecer aos nossos pais e familiares por sempre estarem ao nosso lado, nos apoiando em todas as horas e em todas as circunstâncias, sem eles não teríamos suporte emocional para prosseguirmos diariamente, conciliando a vida acadêmica com outras áreas da vida.
Queremos agradecer também aos nossos professores, por nos orientarem e por sanarem tantas dúvidas sejam elas pequenas ou grandes e por disponibilizarem tanto tempo para nos ensinar tantas coisas.
Além disso, não podemos nos esquecer das pessoas que nos auxiliaram financeiramente comprando a rifa.
A produtora Rainbow Panda agradece!
“Há algo mais importante do que a lógica: a imaginação” Alfred Hitchcock
RESUMO
Calafrios é um projeto dos alunos do curso de Rádio, TV e Internet da Universidade Cruzeiro do Sul. Refere se a um projeto com dois produtos sonoros dentro de um só, um audiolivro do livro físico O Misterioso Caso de Styles da escritora britânica Agatha Christie, o qual versão original na língua inglesa se encontra em domínio público, mas a tradução em português que é da Editora Globo possui direitos autorais.
Para que não houvesse nenhum problema com direitos autorais decidimos nós mesmos traduzir a versão original em inglês e posteriormente adaptar para um roteiro sonoro. Como nosso projeto se trata da sonorização de um livro físico, ou seja, transformamos um livro físico em produto sonoro, sendo ele com efeitos sonoros, trilha sonora e vozes distintas para melhor para a melhor experiência sensorial do ouvinte a partir da narrativa sonora emitida
O mesmo foi feito com o conto O Brado da Floresta da escritora brasileira Ana Gabriela Pacheco, em que a autora nos concedeu direitos autorais da obra, para adapta lo em linguagem sonora tornando se assim um audioconto, que nada mais é um produto sonoro, no qual nossa proposta também é transformar em um produto sensorial com efeitos sonoros, música, vozes e entonação para a maior imersão do ouvinte. Como o conto se trata de um texto curto, teremos um audioconto e um audiolivro no mesmo projeto. Dessa forma, nosso projeto aborda os subgêneros terror, mistério e suspense presentes tanto na literatura como também no audiovisual.
O objetivo do trabalho é colocar em prática conhecimentos adquiridos em relação às etapas de pré produção, produção e pós produção. Aliando os conceitos técnicos e criativos a fim de conciliar conhecimentos prévios com a obtenção de novas experiências na área do audiovisual.
Além disso, temos a pretensão de estimular o consumo de obras literárias no nosso território nacional (sejam elas por meio de livro impresso, ou livro sonoro, ou mesmo em ambos os formatos, visto que a realidade ou a existência de um formato não excluí o outro) e produzir uma opção de textos literários sonoros tanto para quem
não tem tempo de ler livros por conta da vida corrida, quanto para quem tem alguma limitação visual e não consegue consumir livros da maneira tradicional, dessa maneira nosso trabalho de torna um produto inclusivo.
O nosso intuito é que a distribuição ocorra por meio de plataformas online como Spotify, YouTube e no próprio aplicativo do projeto posteriormente, visto que, a maioria do público que consome audiolivros, consomem pelo celular ou utilizam redes sociais como aliadas
Com o intuito de engajar o público a querer acompanhar a história, decidimos postar os primeiros 4 capítulos na segunda semana de novembro, visto que são capítulos introdutórios da história a fim de situar o público no universo da história, e após seguir postando 1 capítulo por semana para que o público se cative e se interesse pela narrativa. Com esse método de distribuição, deixamos um gancho para que o ouvinte sempre volte na semana seguinte.
Palavras-chave: Audiobook, audioconto, adaptação de linguagem, sonorização, conto, mistério, terror, suspense, ficção, literatura
ABSTRACT
Calafrios is a project by students of the Radio, TV and Internet course at Cruzeiro do Sul University. It refers to a project with two sound products in one, an audiobook of the physical book The Mysterious Case of Styles by British writer Agatha Christie, whose original English version is in the public domain, but the Portuguese translation that is owned by Editora Globo.
In order to avoid any copyright issues, we decided to translate the original English version ourselves and later adapt it to a sound script. As our project is about the sound of a physical book, that is, we transform a physical book into a sound product, with sound effects, soundtrack and different voices for the best sensory experience of the listener from the sound narrative emitted.
The Brazilian writer Ana Gabriela Pacheco, in which the author granted us copyright of the work, to adapt it in sound language, thus becoming an audio story, which is nothing more than a sound product, did the same with the short story O Brado da Floresta., in which our proposal is also to transform into a sensorial product with sound effects, music, voices and intonation for the greater immersion of the listener. As the story is a short text, we will have an audio story and an audiobook in the same project. In this way, our project addresses the sub genres terror, mystery and suspense present both in literature and in audiovisual.
The objective of the work is to put into practice the knowledge acquired in relation to the stages of pre production, production and post production. Combining technical and creative concepts in order to reconcile previous knowledge with obtaining new experiences in the audiovisual area.
In addition, we intend to encourage the consumption of literary works in our national territory (whether through printed books, or sound books, or even in both formats, since the reality or the existence of a format does not exclude the another) and produce an option of sound literary texts both for those who do not have time to read books because of their busy lives, and for those who have some visual impairment
and cannot consume books in the traditional way, in this way our work makes an inclusive product .
Our intention is for the distribution to take place through online platforms such as Spotify, YouTube and in the project's own application later, since most of the audience that consumes audiobooks, consume it on their cell phone or use social networks as allies.
In order to engage the public to want to follow the story, we decided to post the first 4 chapters in the second week of November, as they are introductory chapters of the story in order to place the audience in the universe of the story, and after continuing to post 1 chapter per week for the public to be captivated and interested in the narrative. With this distribution method, we leave a hook so that the listener will always come back the following week.
Keywords: audiobook, audiotale, language adaptation, sonorization, tale, mystery, thriller, suspense, fiction, literature.
1 PRODUTORA 17 1.1 DEFINIÇÃO DE LOGO 18 1.2 MISSÃO, VISÃO E VALORES 19 1.3 CARÔMETRO 20 1.4 ORGANOGRAMA 25 26 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 27 2.1 LITERATURA E A SUA IMPORTÂNCIA 27 2.2 GÊNEROS LITERÁRIOS 30 2.3 TERROR, MISTÉRIO E SUSPENSE 32 2.4 CONTOS DE MISTÉRIO, TERROR E SUSPENSE 34 2.5 AGATHA CHRISTIE 36 2.6 ANA GABRIELA PACHECO 37 3 ADAPTAÇÃO DE LINGUAGEM E SONORIZAÇÃO 39 4 HISTÓRIAS ORAIS E ESCRITAS 42 4.1 ARQUIVO LIVRO (ESCRITO) E ARQUIVO SONORO (AUDIOLIVRO) 46 4.2 NARRATIVA SONORA 47 4.3 ELEMENTOS DA LINGUAGEM RADIOFÔNICA 47 4.4 HISTÓRIAS FICCIONAIS NO RÁDIO 51
INTRODUÇÃO 14 16
5 AUDIOBOOK 55 5.1 MERCADO DE AUDIOBOOK 56 58 6 PROJETO 59 6.1 TÍTULO DO PROJETO 59 6.2 CALAFRIOS 59 6.3 PROPOSTA DO PROJETO 59 6.4 OBJETIVOS 60 6.4.1 OBJETIVO PRINCIPAL 60 6.4.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS 61 6.5 SINOPSE 61 6.5.1 SINOPSE DO LIVRO: O Misterioso Caso de Styles 61 6.5.2 SINOPSE DO CONTO: O Brado da Floresta 62 6.6 TRADUÇÃO O MISTERIOSO CASO DE STYLES 63
6.7 ADAPTAÇÕES DE LINGUAGEM 63 6.8 ADAPTAÇÃO DE LINGUAGEM FIGURAS 64 6.9 PERFIL DOS PERSONAGENS 65
6.9.1 PERSONAGENS DO LIVRO 66 6.9.2 PERSONAGENS PRINCIPAIS 66 6.9.3 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS 72 6.9.4 PERSONAGENS TERCIÁRIOS 72 6.9.5 PERSONAGENS DO CONTO 73 6.10 PERSONAGENS PRINCIPAIS 74 6.10.1 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS 75 6.11 CASTING 76 6.11.1 CASTING LIVRO 77 6.11.2 CASTING CONTO 82 6.12 INTERAÇÃO NO AUDIOLIVRO E NO AUDIOCONTO 83 6.13 JUSTIFICATIVA DO PROJETO 83 7 CAPTAÇÃO DE ÁUDIO E TRILHA SONORA 86 7.1 IDENTIDADE SONORA 86 7.1.1 REFERÊNCIAS DE AUDIOBOOK 87 7.1.2 REFERÊNCIAS CONTOS 89 7.2 VINHETA 90 7.3 VOZ 90 7.4 EFEITOS SONOROS 91 7.5 SILÊNCIO 92 7.6 MÚSICA 93 7.6.1 REFERÊNCIAS TRILHAS SONORAS 94
8
9 MECÂNICA
10 MÉTODOS
PRODUÇÃO
11 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
12 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
12.1
12.2
13 SEGMENTAÇÃO
14 PÚBLICO ALVO
14.1
15 VEICULAÇÃO
ACESSIBILIDADE 96
DO FORMATO 97
DE
98
101
102
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA LIVRO 102
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA CONTO 103
104
105
FORMULÁRIO DE PESQUISA 105
110
16 DIVULGAÇÃO E MARKETING 111
17 CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO 113
18 CRONOGRAMA DE GRAVAÇÃO 115 115
19 MAKING OF 117
19.1 OBJETIVO 117 19.2 CONCEPÇÃO 117
19.3 REFERÊNCIA ESTÉTICA DO MAKING OF 117
19.4 ROTEIRO MAKING OF 119 19.5 ROTEIRO DE EDIÇÃO 119 19.6 JUSTIFICATIVA DE EDIÇÃO 119
CONSIDERAÇÕES FINAIS 121 CONSIDERAÇÕES INDIVIDUAIS 122 REFERÊNCIAS 135 APÊNDICES 141 ORÇAMENTO PREVISTO 173 ORÇAMENTO REAL 175 175
INTRODUÇÃO
Um dos objetivos do Trabalho de Conclusão de Curso é colocarmos em prática todo o nosso conhecimento adquirido previamente neste curso em termos de pré produção, produção e pós produção. Queremos mesclar neste projeto os conhecimentos técnicos previamente obtidos e brincar com as oportunidades dos elementos lúdicos dos produtos sonoros.
Resolvemos produzir no projeto chamado Calafrios dois produtos sonoros que se diferem, são eles: a sonorização do livro O Misterioso Caso de Styles em domínio público da autora Agatha Christie e, querendo evidenciar mais autores brasileiros independentes e não muito populares, decidimos adaptar também o conto O Brado da Floresta da autora brasileira Ana Gabriela Pacheco podendo assim trazer uma grande obra conhecida mundialmente desde 1920 e uma obra atual de uma escritora pouco conhecida, mas bem promissora.
Decidimos trabalhar com produtos sonoros (audiolivro e audioconto) por três motivos: o primeiro é que queremos incentivar o consumo da literatura, mesmo que o projeto em si se trate de uma sonorização ele pode fazer com que o ouvinte, por meio do audiolivro, se interesse por mais obras da mesma autora ou livros do mesmo nicho.
Vale ressaltar que quando citamos “literatura” estamos nos referindo ao livro publicado (tanto impresso como digital, quanto a um livro sonoro, já que acreditamos que a presença de um não exclui a presença de outro formato, já que, podem se completar).
O segundo, por saber que pela vida extremamente corrida da atualidade, é muitas vezes difícil ter tempo ou espaço para consumir literatura impressa, e dessa forma uma versão em áudio seria mais prática, e dessa forma uma versão em áudio seria mais prática, nisso que pode ser consumido em qualquer hora e em qualquer lugar, não ocupando espaço e sendo de fácil manuseio.
O terceiro motivo seria o audiolivro como ferramenta de inclusão, visto que muitas pessoas cegas ou de baixa visão o consomem, entretanto nem todos os livros disponibilizados para acessibilidade trazem os recursos sonoros necessários para imersão, dessa forma nos comprometemos a produzir um audiolivro sensorial, passando longe da monotonia.
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Nosso projeto escrito foi divido em três pontos: apresentação da produtora e dos membros e suas respectivas funções, material teórico e a explicação do projeto em si.
A primeira parte é a apresentação da produtora, a apresentação de todos os membros da equipe, suas funções e um breve histórico dos trabalhos já realizados dentro e fora da produtora Rainbow Panda e nossa missão, visão e valores.
Na segunda parte, que vai do tópico 2 ao 5, diz respeito à fundamentação teórica. Como não haviam muitos materiais na internet sobre audiobook e audioconto, tivemos que fazer um passeio histórico e voltar aos primórdios, passando pela época onde as histórias eram orais e eram passadas única e exclusivamente por meio da voz, depois pela literatura escrita/impressa e seus gêneros, relação entre literatura e voz e finalmente chegando em narrativa radiofônica, radionovelas que foram uma grande inspiração para o projeto e finalmente em audiobooks. É importante saber tudo isso, pois não inventamos a roda, contar e ouvir histórias contadas somente por intermédio da voz é algo extremamente antigo.
Na terceira parte que se inicia no tópico 6, após explicar como foi possível criar a base do trabalho, explicamos como foi a produção e a criação do projeto em si, desde a escolha do nome do projeto aos objetivos e todos os elementos que levaram a concepção do produto final, contendo todas as fichas técnicas que foram utilizadas para a produção do audiolivro.
Além disso, produzimos também um formulário no início do projeto a fim de levantar mais dados. As pesquisas feitas no período de pré produção (tanto a fundamentação teórica, como a pesquisa de público que realizamos no Google Forms) serviram para que nós pudéssemos conhecer melhor a temática abordada e o público, para assim conhecemos nossa target audience e proporcionarmos um audiolivro sensorial e de alta qualidade.
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1 PRODUTORA
A produtora Rainbow Panda surgiu em âmbito acadêmico na Universidade Cruzeiro do Sul do campus Liberdade É formada por nove integrantes, que são: Aline Costa, Daniel Kalil, Jordânia Luara, Júlia Gurgel, Marcos Paulo, Pedro Moura, Thais Abade, Thais Manfredo e Vinícius Coradi.
A Rainbow Panda se originou como uma vertente de uma outra produtora acadêmica que havia surgido em 2019 na mesma universidade a produtora Tarantinos. Entretanto, em 2021 acabou rompendo e tomamos assim outros rumos. A maioria dos integrantes acabou migrando da Tarantinos para a Rainbow e outros vieram de outras produtoras.
Nosso intuito como produtora é: ter uma qualidade técnica aliada à liberdade criativa, tendo também a possibilidade de experimentação em nossos projetos. Acreditamos que técnica e criatividade são coisas que andam juntas. Entretanto, nada disso serve sem ética profissional, que é o que queremos apresentar, acima de tudo. Muito ainda se discute sobre os rumos da produtora após a conclusão do curso, porém no momento muitos dos integrantes querem continuar a trabalhar em projetos novos e regravar projetos antigos mesmo após o término do período acadêmico. Esperamos tornar futuramente a Rainbow Panda futuramente numa produtora profissional.
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1.1 DEFINIÇÃO DE LOGO
Inicialmente a nossa logomarca era composta por uma panda e um arco-íris. A definição por trás disso é a seguinte: o arco íris tem sete cores diferentes entre si, porém estas cores formam um só elemento, e é exatamente isso o que queríamos passar com a nossa produtora: cada integrante tem uma essência, um background, seus gostos e preferências, porém mesmo com todos esses elementos diferentes, se forma um grupo, um coletivo.
Explicamos o porquê do nome “rainbow”, agora explicaremos a razão da panda A panda possui geralmente uma pelagem de cor preta e branca. Preto e branco são cores que se contrastam, mas se completam, trazendo uma ideia de equilíbrio, como ying e yang. E é esse conceito que almejamos na nossa produtora um equilíbrio - sendo este entre a seriedade e a diversão, entre técnica e criatividade. Dessa forma produzindo conteúdos de qualidade, com muita criatividade, com elementos lúdicos, mas também com muita responsabilidade e seriedade.
A nossa logomarca foi refeita no semestre passado, com o intuito de passar amadurecimento e profissionalismo, sem perder o conceito que pensamos no início da formação da produtora. Dessa forma, ainda mantemos o preto e o branco na logomarca e ao invés de uma panda de “corpo inteiro”, agora temos a pata da panda apenas, e a parte colorida que representa as cores do arco íris vem em cada letra da palavra Rainbow.
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1.2 MISSÃO, VISÃO E VALORES
Nossa missão é criar e produzir conteúdo de qualidade, trazendo tanto diversidade como inovação. E mostrar e deixar nossa identidade na execução de nossos projetos, Nossa visão é trazer desenvolvimento para o meio audiovisual, explorando todo nosso potencial de criatividade, explorando o mundo fora da caixa, mas especialmente zelando pela ética profissional. Trazemos valores como: valorizar sempre a criatividade; transparência; originalidade; autenticidade; desenvolvimento; transformação, metamorfose ou transmutação.
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1.3 CARÔMETRO
Locutora do programa de rádio Tá na mão. Diretora e editora do programa de videoclipes Queenlist Atriz e pesquisadora da radionovela EME a vida pede socorro. Roteirista e apresentadora do podcast Visionteca Atriz e auxiliar de estúdio do reality show O exílio. Pesquisadora e social media do documentário Procura-se Diretora do programa de rádio Cruz Credo. Produtora na Websérie Homens de cor. Roteirista do audioconto O Brado da Floresta do projeto Calafrios.
Operador de câmera no programa QueenList, técnico de som na radionovela Por Acaso Produziu a trilha sonora para o podcast TaranCast e para a revista eletrônica In Sampa. Atuou no programa de TV Desvendando o Cinema Sonoplasta do documentário O Virtual do Real, ator na série Hotel Alighieri. Sonoplasta do audiolivro O Misterioso Caso de Styles do projeto Calafrios.
Operadora de câmera no programa de TV Desossando, operadora de som no programa de rádio Literalmente. Produtoraeatrizdaradionovela Bellum Memória.Roteirista do podcast Tarancast. Roteirista da revista eletrônica In Sampa. Responsável pela pauta do programa de Rádio CódigoPlay.SonoplastadoprogramadeTVDesvendando o Cinema. Integrou equipe de mídias da Semana de RTVI
2021 A Missão Virtual da Comunicação Assistente de produção do documentário O Virtual do Real. Roteirista, diretora,produtora,narradoraesonoplastado3°episódiodo programaderádio Qual o Contexto? daprodutoraRainbow Panda, figurino e edição da série Hotel Alighieri. Produção, roteirista,ediçãoeass.dedireçãodoaudiolivro O Misterioso Caso de Styles doprojeto Calafrios
Atuou como produtora executiva no curta metragem O homem nu. Produtora executiva do programa musical de rádio Liga na z. Assistente de produção no canal do YouTube Cozinha e Xinga, fez dublagens de algumas cenas e decupagens de filmes como Laranja Mecânica e Meninas Malvadas pela produtora Mecanismo Foi produtora no documentário O Virtual do Real e na websérie Hotel Alighieri. Produção, roteirista e produtora executiva do audiolivro O Misterioso Caso de Styles do projeto Calafrios.
Assistente de produção e locutor na rádio novela A garota e o viajante (ArtPixel). Operador de áudio e assistente de produção no documentário KikiPega (UFFA Produções). Diretor de casting e cenógrafo na produção do Dani-Se Show, (UFFA PRODUÇÕES). Roteirista da série Improvável (UFFA PRODUÇÕES). Roteirista do audioconto O Brado da Floresta do projeto Calafrios
Atuoucomolocutornoprogramaderádio Literalmente, roteirista e operador de câmera no programa de TV Desossando. Na radionovela Bellum Memoria além de ter sido assistente de áudio e sonoplasta foi também editor e apresentador do podcast Tarancast. Diretor de fotografia e pauteiro da revista eletrônica In Sampa Locutor da rádio Semana Pop da Rádio Código Play Roteirista e assistente de produção do programa de TV Desvendando o Cinema. Assistente de direção no documentário O Virtual do Real. Cenógrafo, produtor e operadorcâmeradawebsérie HotelAlighieri.Diretorde castingemakingofdoaudiolivroOMisteriosoCasode StylesedoaudiocontoOBradodaFlorestadoprojeto Calafrios
Na FIAM FAAM atuou como locutora e roteirista do programa de rádio Curiosando. Diretora de fotografia e diretora geral do documentário A Linha da Arte, onde ganhou prêmio de melhor adaptação da teoria à tela no III Festival Teorias na Tela e no Rádio, diretora e roteirista do curta Alma Suja Diretora de fotografia do curta A Face. Roteirista da radionovela Lar das Vozes eassistentedeproduçãodevídeoinstitucional. Na Cruzeiro do Sul atuou como roteirista do programa de rádio Semana POP da Rádio Código Play. Roteirista da websérie Hotel Alighieri. Produtora e roteirista do audiolivro O Misterioso Caso de Styles e do audioconto O Brado da Floresta do projeto Calafrios
Atuou na sonoplastia no programa de TV Desossando. Responsável pela captação de som do programa de rádio Literalmente. Produtora da radionovela Bellum Memória. Editora do documentário Virtual do Real. Roteirista do programa de TV Desvendando o Cinema Produtora e sonoplasta do audiolivro O Misterioso Caso de Styles e edição do audioconto O Brado da Floresta do projeto Calafrios.
Editor da radionovela Belum Memoria. Locutor e editor do podcast Tarancast. Apresentador do programa de TV Desvendando o Cinema, editor do documentário O Virtual do Real. Narrador, ator, editor e diretor do audiolivro O Misterioso Caso de Styles e diretor e ator do audioconto O Brado da Floresta do projeto Calafrios
1.4 ORGANOGRAMA
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para realizarmos a produção do nosso projeto, é preciso entender como a linguagem de um arquivo escrito se diferencia de um arquivo sonoro e como a literatura e seus gêneros foram modificados de acordo com os séculos por diferentes movimentos, épocas e estilos na história, e de modo que a disseminação foi responsável também por modificar o tipo de linguagem que vem através da oralidade de povos e diferentes culturas - influenciou o tipo de visão que a linguagem tanto oral quanto escrita teria no presente.
Nesse projeto, associaremos a literatura, voz e som como partes essenciais, por esse motivo é significativo que denotamos as características na fundamentação teórica desses elementos e como se farão presentes no audiobook, evidenciando a importância.
Traremos também um segmento sobre adaptação de linguagem e sonorização, visto que vamos sonorizar histórias pré-existentes de um formato (escrito) para outro (áudio, falado) a fim de mudar a linguagem, a transformando coerente para um audiobook.
Todos os tópicos incluídos ao longo da fundamentação teórica vão executar um papel notável no projeto, em todas as etapas, por esse motivo a explicação dos mesmos é essencial para entender o que é o trabalho, o que devemos saber para produzi lo e quais são seus objetivos.
2.1 LITERATURA E A SUA IMPORTÂNCIA
Nosso projeto é um audiolivro, sendo assim ele é ouvido e não lido, uma transdução, uma sonorização de uma obra literária impressa, por conta disso é preciso adaptar o meio de livro impresso para livro sonoro, de linguagem literária para linguagem radiofônica.
Apesar de um meio diferente (de papel ao som), o audiolivro ainda é um livro e tem estruturas muito similares a um livro impresso, já que não deixa de perder sua essência por mudar seu meio de produção, distribuição e propagação. Por conta disso, antes de prosseguir precisamos saber o que é literatura, pois é a partir da
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literatura e do livro em mídia física que a adaptação de formato para livro sonoro é realizada.
A Literatura está presente no cotidiano da humanidade há muitos séculos, é uma forma de arte extremamente ampla, deve se levar em consideração os contextos, diferentes tempos, e suas diferentes vertentes, como contos, sonetos, poemas, prosas, romances, crônicas, todos eles possuem a palavra como matéria prima para criar a arte, não apenas fazer o uso das mesmas com o objetivo de comunicar, mas sim criar algo belo. Histórias nada mais são do que palavras contando uma narrativa, possuindo uma realidade própria, o que as distingue é a maneira de transmitir a mensagem, sempre variando dependendo do contador da história, os autores.
Nesse campo da linguagem, a literatura é o resultado de um trabalho particular feito com a palavra, de tal modo que encontramos nela (na literatura) um modo específico de funcionamento do discurso que só pode ser bem compreendido por estudiosos da linguagem, por pesquisadores das ciências humanas, por filósofos, mas principalmente por aqueles que se dedicam à pesquisa específica do fato literário. (CARDOSO, 2011. p. 12)
A Literatura tem a capacidade de sustentar sua própria realidade, dependendo da criatividade, linguagem e comunicação, podendo ser atribuída diversos sentidos dependendo da pessoa que a consome, a fazendo ser mutável ao longo dos séculos. A definição mais utilizada é a de Aristóteles, o pensador diz que literatura é “A Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra”.
A individualidade de cada obra literária se diz pelo o que o autor quer transmitir ao leitor, e a importância de qual característica de gênero literário é possível utilizar para mudar o modo narrativo que cada obra literária irá possuir, escolhendo entre a presença de um narrador ou sem essa mediação como diz:
Quando o texto literário não dispõe de história, temos o gênero lírico; quando dispõe, o gênero poderá ser o narrativo ou dramático. Se a história é apresentada ao leitor através da mediação de um narrador, temos o gênero narrativo; se é apresentada sem esta mediação, ou seja, diretamente nos diálogos desenvolvidos pelos personagens, temos o gênero dramático KEMPISKA e SOUZA (2012 p. 52)
A literatura pode variar em seu meio impresso, digital, sonoro , mas sua transposição não muda, ela ajuda a formar o indivíduo em todas as idades, gêneros e nacionalidades.
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Podemos afirmar que a literatura por muito tempo esteve associada à alta escolaridade, posição intelectual e ao enobrecimento. Segundo Abreu (2002, p. 128 e 129), essa associação entre leitura e pessoas de alta classe teve uma construção inicial, se iniciando no final do século XVIII e se estabelecendo ao longo do século XIX.
Nossa idéia corrente do que seja ler, é, em grande medida, tributária de idéias e imagens construídas no final do século XVIII e ao longo do XIX (...). Nesse período os livros são parte importante na composição de retratos, indicando principalmente o poder social e a posição intelectual dos retratados, que, em geral, são homens. (...). Esta associação de leitura e enobrecimento do sujeito foi construída historicamente, tendo recebido forte impulso com a ascensão da burguesia. Homens e mulheres bem instalados socialmente parecem ter ficado satisfeitos em associar se a certos sinais exteriores de sucesso: boas casas, belos vestidos, ambientes confortáveis, e livros.
Apesar de em séculos passados a leitura ser algo apenas para pessoas com um nível de escolaridade alto que os permitiam consumir o gênero literário, as oralidades das narrativas do gênero literário faziam as pessoas que não possuíam o nível de escolaridade para ler, se sentirem mais incluídos. Sobre isso, diz Abreu (2002, p.126):
(...) Se entre intelectuais o processo de ouvir ler fazia parte das formas de sociabilidade, parecendo coisa comum, qual não seria o poder de divulgação dos escritos entre os não letrados? Por meio da literatura oral, iletrados também poderiam entrar em contato com conteúdos registrados por escrito.
A literatura se apresenta de fundamental valia para a formação da sociedade, desde os primórdios promovendo interação social entre a população e criando sua identidade cultural refletindo passado e presente, ela também provoca sensações, despertando novos sentimentos, desenvolvendo em cada um que a consome a habilidade da criação do imaginário.
Seu papel sociocultural é de extrema importância para formação do indivíduo, refinando as questões morais e éticas de cada um e como consequência aprimorando as relações interpessoais que compartilhamos como sociedade. Uma frase, dita pelo filósofo francês Louis-Gabriel-Ambroise, Visconde de Bonald resume o conceito: “A literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem. “
A relação que a literatura tem com a humanidade vem através do que é transpassado em vida, seres humanos aprendem com o ensinamento de outros, copiam modos e linguagem, como a literatura. A importância desse gênero de
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linguagem se leva na criação do caráter, da personalidade e também das aspirações de cada ser humano. A literatura além de criar e abrir mundos no passado, agora no presente é responsável por diferentes tipos de linguagem, sonoras ou visuais.
A literatura tem um papel indispensável na formação do sujeito, pois ficcionaliza questões referentes à cultura, aos valores sociais, históricos e linguísticos, além de contribuir para a formação cidadã do indivíduo. (ARAUJO, COELHO, DO NASCIMENTO SILVA, 2017 p. 33)
Dentro da literatura é possível encontrar diferentes tipos de gêneros literários que surgiram ao longo da história com movimentos artísticos. E segundo Soares (1989, p.7):
A denominação de gêneros literários, para os diferentes grupamentos das obras literárias, fica mais clara se lembrarmos que gênero (do latim genus eris) significa tempo de nascimento, origem, classe, espécie, geração. E o que se vem fazendo, através dos tempos, é filiar cada obra literária a uma classe ou espécie; ou ainda é mostrar como certo tempo de nascimento e certa origem geram uma nova modalidade literária.
Por exemplo: drama (que surgiu a partir da narrativa dramática), romance (surgindo da narrativa romântica), suspense (dos folhetins policiais em jornais), e terror e mistério (que partem da mesma vertente se relacionando assim com o suspense) entre outros, mas focaremos nos subgêneros de terror, mistério e suspense por se tratar do gênero em que a produção deste audiolivro e audioconto serão adaptados
2.2 GÊNEROS LITERÁRIOS
Os tipos de gêneros literários que são mais populares; romance, terror, mistério, comédia, aventura, suspense surgem de diversos estilos e histórias existentes na humanidade que após a miscigenação de diferentes culturas e idiomas foram classificados de formas diferentes a partir do contexto de cada fragmento. As classificações que conhecemos hoje em dia surgiram a partir do modo que cada narrativa foi distribuída e como era consumida, fazendo com que cada uma recebesse uma rotulação diferente.
(…) a palavra passou a designar grandes grupos de textos, que se identificam a partir da geração, vale dizer, da concepção de cada texto. Os estudos indicam que os gêneros se estabelecem por temáticas, mas principalmente pelas formas discursivas em que são tecidos os textos.
(LOPES, 1997, p. 1)
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A narrativa romântica foi o ponto inicial para que diferentes tipos de gêneros fossem introduzidos em uma história, assim variando de acordo com a cultura e o rumo que a narrativa levaria. Platão é dito como o primeiro a usar a denominação ‘gênero’ e assim surgindo o idealismo platônico. (LOPES, 1997)
(...) os românticos acresceram lhes a ficção histórica (Scott, Manzoni, Dumas, Hugo, Herculano) e o romance egótico passional (Stendhal, Lamartine, George Sand, Garrett, Camilo), formas acessíveis ao novo público leitor composto principalmente de jovens e mulheres, e ansioso de encontrar na literatura a projeção dos próprios conflitos emocionais. O romance foi, a partir do Romantismo, um excelente índice dos interesses da sociedade culta e semiculta do Ocidente. A sua relevância no século XIX se compararia, hoje, à do cinema e da televisão. (BOSI, 1994, p. 97)
A literatura europeia é dividida pelos três séculos coloniais e três estilos renascentista, barroco e rococó. Por meio da colonização esses estilos foram disseminados e modificados de acordo com a cultura do local. No Brasil o Barroco se fez mais presente que o Romantismo. (COUTINHO, 1983)
Se a arte renascentista caracterizou se pelo predomínio da linha reta e pura, pela clareza e nitidez de contornos, pela harmonia e medida, o estilo barroco de seiscentos, tanto o literário quanto o artístico, obedecem a normas estéticas diversas, de conformidade com um novo ideal de vida para o qual a conciliação, a incorporação, o fusionismo são as tendências dominantes postas em curso pela estratégia da Contra Reforma. (COUTINHO, 1983, p. 4)
Nesse projeto, estaremos focando em 3 subgêneros literários: terror, mistério e suspense. Essa escolha se deu ao fato de que o livro adaptado de linguagem textual para linguagem sonora para o projeto audiobook, O Misterioso Caso de Styles se trata de um livro de suspense em que o mistério também se faz presente por se tratar de uma narrativa policial -, como Agatha Christie era conhecida por escrever diversas obras nestes estilos literários Mistério e suspense normalmente são utilizadas na mesma narrativa como linguagens complementares para a imersão e impacto do leitor com a história, já o terror se leva ao fato da adaptação do conto da autora Ana Gabriela Pacheco ser desse gênero, e também da relação em que esses três subgêneros literários têm em comum e como são utilizados normalmente em conjunto.
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2.3 TERROR, MISTÉRIO E SUSPENSE
Muitas vezes os subgêneros literários como terror, mistério e suspense são inseridos dentro do mesmo nicho por causarem sensações similares a seus consumidores, porém eles se distinguem em alguns aspectos.
O terror, por exemplo, consiste em um clima trazido pela narrativa e ambientação, gradeando o público com elementos como escuro e a confusão dos personagens.
Na literatura o terror não só causa medo como ele também o reproduz. Traços de terror são vistos ao longo da trajetória das histórias desde os primórdios com a contação de histórias que tinham o intuito de assustar futuras gerações a não cometerem os mesmos equívocos da época.
Ao pensar no romance Gótico, um conjunto de características vêm à mente: a ênfase em retratar o terrível, uma insistência comum ou configurações arcaicas, um uso proeminente do sobrenatural, a presença de personagens altamente estereotipados e a tentativa de implantar e aperfeiçoar as técnicas de suspense literário são as mais significativas. Nesse sentido, a ficção 'Gótica' é a ficção do castelo amaldiçoado, dos heróis alvos de terrores indescritíveis do vilão obscuro e ameaçador, fantasmas, vampiros, monstros e lobisomens1. (PUNTER, 2014, p. 1, tradução nossa)
O gênero suspense consiste na criação de expectativa, a sensação de incerteza dentro da narrativa, deixa seu espectador ansioso para a resolução do problema apresentado, utilizando como exemplo, a cena clássica do filme Psicose de Alfred Hitchcock em que o assassino de aproxima para matar sua vítima no chuveiro, descrevendo perfeitamente a sensação que o suspense causa em seus consumidores.
Histórias imersivas também atraem esses leitores. Eles antecipam um cenário cuidadosamente desenhado que também sugere um clima mais sombrio. Livros desse gênero frequentemente possuem um ritmo mais calmo, em parte porque o cenário e o clima detalhados atrasam a ação, que geralmente é interno.
Embora enredos distorcidos sejam frequentemente uma característica dessas narrativas, os leitores também procuram por intensidade que acentuam o humor e a ação2. (WYATT, SARICKS, 2001, p. 194)
1 No original: When thinking of the Gothic novel, a set of characteristics springs readily to mind: an emphasis on portraying the terrifying, a common insistence or archaic settings, a prominent use of the supernatural, the presence of highly streotyped characters and the attempt to deploy and perfect techniques of literary suspense are the most sigficant. Used in this sense, 'Gothic' fiction is the fiction of the haunted castle, of heroines preyed on by unspeakable terrors, of the blackly lowering villain, of ghosts, vampires, monsters and werewolfs.
2 No original: Atmospheric stories also appeal to these readers. They anticipate a carefully drawn, detailed setting that also hints at a darker mood. Books in this genre are often more leisurely paced, in part because the detailed setting and mood slow
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Mistério anda lado a lado com suspense, se difere no fato em que proporciona pistas para a solução dos problemas, também guarda alguns fatos insolúveis para serem destrinchados durante a narrativa, muito comum na literatura policial como nos livros de Agatha Christie que apresentam pistas para os próprios leitores resolverem a adversidade.
Embora represente a não ficção, em sua maioria histórias de suspense e mistério são fictícias.
Tanto em Mistério quanto em Suspense há um quebra cabeças, mas no Mistério, o objetivo do leitor (e detetive) é de resolver o quebra cabeça, descobrir como funciona, a fim de resolvê lo3. (WYATT, SARICKS, 2001, p. 288)
Terror, suspense e mistério são diferentes em sua estrutura, mas andam lado a lado em diversas histórias ao longo dos anos, sendo em muitos casos agrupados ou usados como sinônimos. No nosso caso, agrupamos esses três subgêneros, para assim podermos transduzir, livros de terror, suspense e mistério em produtos sonoros. Iniciaremos nosso projeto com o livro O Misterioso
Caso de Styles de Agatha
Christie e com o conto O Brado da Floresta de Ana Gabriela Pacheco Futuramente pretendemos adaptar outros livros em domínio público da autora inglesa e outras obras de outros autores dentro dos gêneros terror, mistério e suspense, como: Sherlock Holmes (de Arthur Conan Doyle), A Ilha do Dr. Moreau (de H.G.Wells), Drácula (de Bram Stoker), Frankenstein (de Mary Shelley), O Médico e o Monstro (de Robert Louis Stevenson), entre outras obras. Alguns autores como Agatha Christie ou mesmo Oscar Wilde abrem um leque de possibilidades para adaptações, visto que além de terem publicado livros, publicaram também contos neste mesmo “agrupamento de subgêneros” que escolhemos.
A idealização do projeto é aproveitar dos mesmos, que estão presentes na literatura e transformá los em algo audível, transportando o ouvinte para dentro da produção.
Agora que abordamos um pouco sobre literatura, gêneros e subgêneros, é hora de abordarmos um pouco sobre o conto, visto que trabalharemos também com ele.
the action, wich itself is often interior. Although twisted plots are often a characteristic of these story lines, readers also look for the intensity that underlines the mood and action.
3 No original: In both Mystery and Suspense, there is a puzzle, but in Mysthery, the reader's (and detective's) goal is to get into the puzzle, to discover its workings, in order to solve it
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2.4 CONTOS DE MISTÉRIO, TERROR E SUSPENSE
Além de adaptarmos livros em domínio público do subgênero de terror, mistério e suspense, adaptaremos também contos nesses três subgêneros, trabalhando dessa forma com obras de narrativas curtas e longas. Vamos expandir o projeto com segmento de contos, trazendo mais diversidade para futuros projetos sonoros.
A dinâmica da história e da narrativa faz o conto, transforma o enredo mais cativante para o público, a narração em 3ª pessoa mantém o imaginário vivo do leitor trazendo a originalidade de como os contos eram divididos entre as pessoas de forma oral.
Ler um conto é como ter alguém contando uma história para você, um narrador que te orienta, guia sua imaginação e que informa o caráter, responsabilidades e objetivos dos personagens. Segundo (DÉCIO, 1976, p. 49): “O conto, como toda forma narrativa, exige a presença de dois elementos fundamentais: o seu conteúdo e a sua forma, ou melhor os recursos narrativos. ”
O formato literário conto possui diferentes tipos de linguagens e temas por ter sofrido a disseminação em vários lugares do mundo. Conto de fadas sendo o maior nome do formato linguístico por cativar de crianças a adultos sempre viajando no imaginário de situações mágicas, contos de fadas são responsáveis por nos fazer crescer e pensar além no que sabemos do que é real, o imaginário em destaque transformando as crianças em sonhadores e criativos com uma lição de moralidade na sociedade.
Quando falamos de contos de fadas, pensamos em histórias clássicas como A Branca de Neve (1812), Chapeuzinho Vermelho (1697), João e Maria (1812), entre outros. Os Irmão Grimm foram uns dos principais influenciadores para que a linguagem do conto se popularizasse mundialmente, escrevendo contos que não eram necessariamente feitos para crianças, mas acabou se popularizando entre esse público.
Muito deve se levar em consideração o meio que essas obras foram apresentadas para o público infantil, por meio de adaptações com linguagem diferente
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e adaptações em filmes e desenhos utilizando sua linguagem fantástica como obras da Disney.
O conto folclórico como em outros tipos de conto era compartilhado de forma oral e entre comunidades sobre mitos e crenças locais, repassando assim para gerações futuras suas crenças e costumes. O conto folclórico surge de diferentes crenças e costumes, onde a estrutura e modificação se torna presente em diferentes países. A oralidade se torna mais presente por trazer os antigos costumes de como contos eram compartilhados com a comunidade.
É possível dizer que o conto de fadas seria uma ramificação dos contos folclóricos pelo meio em que esses contos foram introduzidos na sociedade, os Irmão Grimm mudaram a percepção que as pessoas tinham de contos folclóricos distribuindo os contos de seu país, e assim tornando em grandes sucessos da literatura. (VOLOBUEF, 2021)
O romance de terror e mistério de morte, como era conhecido os contos de terror, se originaram da criação do gênero policial no século XVII. O gênero era bem famoso nessa época entre os escritores europeus e assim foi se espalhando e criando escritores que ficaram conhecidos por suas obras de “romance negro”, até chegar a origem do que conhecemos como o nascimento do gênero de literatura de terror Frankenstein (1818) por Mary Shelley. (POE, 2021)
Edgar Allan Poe, inspirado pelos escritores ingleses e muito interessado em misticismo, magia e ocultismo e como a poesia poderia influenciar a mente humana, misturou o conceito de conto, que utiliza o imaginário, com o seu desejo de retratar o sobrenatural e assim surgindo seus contos de mistério e terror (BELLIN, 2011). Poe é conhecido até hoje como o “Pai do Suspense” por suas maiores obras como O Gato Preto (1843), O Corvo (1845), Annabel Lee (1849), entre outros, tornando-o o maior nome do subgênero de contos de terror e mistério.
Autores como Oscar Wilde e Agatha Christie, ao longo de suas vidas publicaram livros e contos, dessa forma, com a Christie, por exemplo, poderemos futuramente adaptar seus livros e muitos de seus contos, desde que estejam em domínio público.
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2.5 AGATHA CHRISTIE
O Misterioso Caso de Styles a obra que escolhemos para adaptar foi escrito pela autora inglesa Agatha Christie. É importante sabermos a importância dela para a literatura. A autora não escreve livros eruditos, suas publicações vão mais para a literatura popular, na grande maioria de suas obras (exceto as que ela publicou sob seu pseudônimo) nos são apresentadas histórias onde um crime é cometido e as suspeitas caem em cima de quase todos os personagens. Agatha Christie nasceu em 1890 e morreu em 1976. Em sua vida escreveu em torno de 93 livros e 17 peças teatrais. A autora é muito conhecida por seus livros de suspense, mistério e romance policial, e é a mais influente e mais conhecida desses subgêneros.
Seus personagens mais famosos são: Hercule Poirot - um detetive belga que afirma que cada caso a ser resolvido tem um método diferente. Ele aparece já no primeiro livro que ela publicou O Misterioso Caso de Styles (lançado em 1920) e ganhou também grande notoriedade no livro O Assassinato de Roger Ackroyd (1926). Poirot é um personagem extremamente querido entre os fãs da autora; Jane Marple, que aparece no livro Assassinato na Casa do Pastor (lançado em 1930), ela é geralmente descrita como uma senhora que conhece excepcionalmente a natureza humana.
A escritora foi casada duas vezes, a primeira com um coronel foi dele que ela herdou o sobrenome Christie e posteriormente se casou com um arqueólogo, que a levou para o Oriente Médio e a partir daí ela começou a escrever livros nessa temática mais “egípcia”. Um de seus livros mais famosos dessa época foi O Assassinato no Expresso do Oriente que acabou se convertendo em um dos livros mais importantes de sua carreira.
A história de seu primeiro livro é um tanto curiosa: ela foi desafiada por sua irmã Madge para escrever sobre um assassinato no qual as suspeitas caíssem sobre
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vários personagens e que o caso fosse sendo resolvido e o assassino revelado somente no final da obra Na época ela trabalhava em uma farmácia que ficava em um hospital, por conta de seu trabalho ela adquiriu conhecimento sobre medicamentos e também venenos.
E é aí que nasce o livro O Misterioso caso de Styles que apesarde ter sido publicado em 1920, foi escrito em 1916.
Suas obras de maior foram: O Misterioso Caso de Styles (1920), Assassinato no Expresso do Oriente (1934), Os Crimes ABC (1936) e Morte no Nilo (1937) que foi inclusive adaptado para roteiro de filme em 2022.
2.6 ANA GABRIELA PACHECO
Ana Gabriela Pacheco, 20 anos, nascida na cidade de São Paulo. Se interessou pela escrita com oito anos de idade, num período onde já tinha aprendido a ler e escrever e gostava de brincar com as palavras. Percebeu através de outros livros infantis que poderia fazer histórias e versinhos de todos os tipos, como se fosse magia. Começou com poesia, mas escreve contos de todos os gêneros para editais. Seus gêneros favoritos para trabalhar sua escrita são romances colegiais e Young Adult, sci fi cyberpunk, livros policiais de mistério.
Escreve muito realismo fantástico nacional, desvendando narrativas cotidianas e brasileiras com aspectos fantasiosos, numa mistura de Brás Cubas (Machado de Assis) e Macabéa (Clarice Lispector), usando de pautas importantes para causar algum tipo de choque ou reflexão.
Estudou Jornalismo de 2020-2021 e atualmente está estudando Letras na Universidade de São Paulo, de modo que assim possa estudar a literatura e a língua de forma mais técnica e assimilar isso em sua escrita, trabalhando com traduções de outras obras e com o mercado editorial. Pretende fazer iniciação científica em
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literatura, disciplinas de editoração, jornalismo e cinema, além de uma pós graduação ligada à comunicação social para ampliar sua escrita para roteiros audiovisuais.
Sempre escreveu muitas fanfics, disponíveis no Nyah!Fanfiction e no Wattpad, mas seu primeiro livro escrito e publicado foi o livro de poesias e desenhos Pote de Lágrimas, em 2019 pela antiga Editora Fora da Caixa.
Depois disso começou a se aventurar novamente nos contos, um gênero narrativo que tinha deixado para trás e não parou mais, lançando os contos: Duas taças e meia de forma independente no começo de 2020; Sete andares na antologia Tudo que quero de Natal é você.
Livros como: Um bom dia pra se lembrar no livro Memórias da Pandemia da Editora Inovar; Sem dono algum no livro Do Fundo das Águas, da Editora Tribus; A sete palmos do chão no livro Cyberlogia, da editora Cyberus; Sabor de Ameixa no livro Wakamono da Editora Psiu; O ponto fraco da Lua são as ondas do mar no livro Yemanjá: A doce Yabá da Editora Cartola.
Fanfics como: Coração Ouvinte e Cor de Creme fanfics no Wattpad; Aif livro no Wattpad; O dia que aprendi a voar e outros contos no Nyah!Fanfiction.
E books como: Um Noel para chamar de meu conto em e book de forma independente na Amazon; Como se vota em Hugo Pirinha conto em e book que saiu em outubro de 2022; O último apaga a luz.
E contos como: A primeira a chegar contos cyberpunks; O brado da floresta conto de folkhorror; Enciclopédia da Família Crivo conto de realismo fantástico; Caderno de Feitiços da Fibily para o edital Faísca; A-braço para o concurso de literatura inclusiva do SENAI; Cadeia Alimenta microconto; Memórias de Espuma e-book que vai ser lançado de forma independente na Amazon; Alô, Socorro & Adeus livro físico Young Adult que vai ser lançado de forma independente na Amazon.
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3 ADAPTAÇÃO DE LINGUAGEM E SONORIZAÇÃO
A adaptação surge do conceito de trazer uma releitura, transformar algo préexistente, para uma linguagem diferente, levando em consideração a narrativa da obra original e assim adaptando para uma linguagem mais atual ou de acordo com a identidade do público que vai consumir o produto. (STAM, 2006)
A teoria da adaptação tem à sua disposição, até aqui, um amplo arquivo de termos e conceitos para dar conta da mutação de formas entre mídias adaptação enquanto leitura, re escrita, crítica, tradução, transmutação, metamorfose, recriação, transvocalização, ressuscitação, transfiguração, efetivação, transmodalização, significação, performance, dialogização, canibalização, reimaginação, encarnação ou ressurreição. (STAM, 2006, p. 27)
Para adaptar uma obra deve se pensar na contextualização daquele produto em outro tipo de linguagem, sendo em filme ou áudio. Na época de ouro da rádio brasileira, quando milhares de ouvintes consumiam radionovelas, as adaptações serviam para fazer com que diferentes públicos continuassem escutando e acompanhando os episódios.
E aqui nos deparamos com o segundo elemento conjuntivo presente na relação intertextual da adaptação: o fato de que ambos os textos presentes no processo de adaptação são narrativas (análise da forma do conteúdo), e sobre este aspecto conjuntivo deverá versar o capítulo que segue. (BALOGH, 2004, p. 54)
A adaptação de roteiros de outros países era comum, portanto, era corriqueiro trazer os mesmos para uma linguagem mais brasileira, transformando a obra, dependendo do horário e público, mais romântica, mais dramática, ou qualquer tipo de gênero mais aceito pelo público.
Em filmes as adaptações ocorrem pensando além do diálogo e de como a história é contada, deve ser levado em consideração o visual da história e como manter a atenção nos detalhes da trama, com efeitos visuais e cenas marcantes.
Se ocorresse de uma obra ser adaptada para dois tipos de linguagens diferentes, áudio (podcasts, audiodramas, etc) ou visual (filmes, séries, curtas, etc), a linguagem da obra original teria que ser apresentada diferentes nos dois meios, para que o público consiga se conectar de formas diferentes e ter experiências distintas da obra.
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As adaptações que são objeto deste livro se inserem precisamente nesta terceira tipologia. Este processo pressupõe a passagem de um texto caracterizado por uma substância da expressão homogênea a palavra para um texto no qual convivem substâncias da expressão heterogêneas, tanto no que concerne ao visual, quanto no que concerne ao sonoro. (BALOGH, 2004, p. 48)
Com a ascensão dos podcasts e do mercado de produtos de linguagem radiofônica, as adaptações de obras literárias para audiolivros e podcasts semanais como séries aumentou muito. O século XX trouxe novos meios que a geração atual consome produtos audiovisuais, com a necessidade de fazer mais atividades ao mesmo tempo, o podcast abriu caminhos para que o audiolivro, que já exista como um meio de deficientes visuais pudessem consumir literatura sem o sistema braile, fosse visto de outras maneiras, como consumir mais conteúdos ao mesmo tempo enquanto praticam exercícios físicos, tarefas diárias ou trabalham.
Por meio desses elementos instituídos pelos próprios consumidores é que as mensagens veiculadas na mídia são filtradas e apreendidas, todavia esse entendimento dá se pelo grau de (re)leitura que estes indivíduos possuem, levando em consideração suas limitações e seus horizontes sociais. (CORREIA; OLIVEIRA, 2011, p. 6)
Os audiolivros e podcasts foram apenas o começo para a expansão da linguagem radiofônica no mercado de produtos em serviços de streaming. A adaptação de roteiros originais e obras literárias para audiodramas já acontecem a longa data. A distribuição de capítulos semanais dos audiolivros, como apresentado na introdução do projeto, se assemelha ao espectador acompanhando uma série de TV, por isso a ideia de adaptar um livro já conhecido, como o de Agatha surgiu.
Em 2022, o livro Morte no Rio Nilo de Agatha foi adaptado para um roteiro de cinema, pensando também em aproveitar do interesse do público que gostou do filme, e querem saber mais sobre a autora, o audiobook pode ser uma ponte para a apresentação de tipos diferentes de adaptações e também o conhecimento de diferentes obras realizadas pela a autora.
A adaptação de linguagem seria primeiramente necessária para adaptar um texto literário para então um texto sonorizado, modificando de certos termos de linguagens que são mais comuns na linguagem textual para a linguagem sonora, e assim podendo realizar a sonorização expressiva que é o nosso objetivo com a sonorização do roteiro do livro O Misterioso Caso de Styles
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A sonorização expressiva, assim como as categorias anteriores, não prevê alterações contundentes no texto original, mas adota ferramentas sonoras de composição da informação. Assim, através de som ambiente, efeitos, silêncios, música e entonação constrói uma narrativa complexa. Além da entonação, essa categoria explora a multiplicidade de vozes para compor a interpretação e permitir o estabelecimento do diálogo entre os personagens. (LOPES; WEBER, 2012, p. 13)
Para a realização da adaptação de linguagem ser possível é preciso entender o formato da escrita do produto, por se tratar de um livro do século XX, e como adaptar em uma linguagem sonora, pensando também no palavreado atual do século XXI, e assim conseguir um diálogo mais direto com o público que consome esse tipo de mídia.
Com o nosso projeto, vamos utilizar a adaptação expressiva, visto que não mudaremos a história original, apenas o formato do livro O Misterioso Caso de Styles e do conto O Brado da Floresta, os adaptando para melhor englobar nosso público alvo.
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HISTÓRIAS ORAIS E ESCRITAS
Ao pensar em audiobook ou em audioconto, é muito comum pensar no papel primordial que a voz tem ao se contar uma história. Na verdade, o elo entre voz e histórias é muito antigo. Antes do surgimento da escrita, o ser humano já criava, contava e recontava histórias, que eram transmitidas oralmente, de geração em geração.
Dessa forma foram disseminadas as fábulas, o folclore e até os contos de fadas, todos propagados pela voz antes da documentação escrita.
A contação de histórias começa com nossos ancestrais, posicionados em torno de uma fogueira, dispostos a ouvir e a contar histórias, a compartilhar seus feitos, aventuras, desventuras, a explicar sobre o surgimento do mundo como nos mitos e lendas, a se ilustrar um preceito como nas fábulas ou a se transmitir histórias que perpassam o profano e o sagrado que explicitam o duelo entre o bem e o mal como nos contos de fada ou contos maravilhosos. (SILVA, 2011. p. 9)
Segundo Merege (2019) anteriormente ao advento da escrita, só existia uma maneira de preservar histórias, contos, canções, etc: seria pela memória. E ainda, a única maneira de transmiti-las era oralmente.
A autora ainda afirma que os poemas (que eram inclusive, segundo ela, extensos e extremamente elaborados) asseguraram sua preservação, por meio da oralidade, antes de serem documentados, e assim as histórias e poemas ao longo de suas transmissões para outras gerações, foram recontados e preservados
Ainda segundo Merege (2019) existiam em várias culturas pessoas que eram preparadas para manter tais histórias e ensinamentos vivos, transmitindo assim para futuras gerações.
Como as histórias eram transmitidas oralmente, é comum que algumas delas apresentem finais diferentes, ou mesmo tenham alguns detalhes distintos no meio da história. Isto porque cada pessoa ia comunicando a narrativa, mito, conto ou canto e a pessoa que escutava a recontava, podendo assim o enredo em específico sofrer algum tipo de mudança.
Por entender que a narrativa é oriunda do meio de artesão no mar, no campo e na cidade, onde quem fiava ou tecia contava histórias que se entrelaçavam com as histórias dos ouvintes que, por sua vez, também teciam ou fiavam, formando uma rede há milênios tecida em torno das mais antigas formas de trabalho manual. (BEDRAN, 2012 apud BENJAMIN,1994 p.203.)
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Desta forma é possível notar que várias histórias foram propagadas pela oralidade como os mitos, nas mais diversas mitologias que posteriormente foram documentadas - que tentavam explicar a origem da humanidade e de diversos fenômenos, histórias também com o intuito de trazer algum ensinamento ou moral para o ser humano e até mesmo histórias que compuseram o folclore local de diversas regiões e dessa forma compõem a identidade cultural de povos e nações.
Um exemplo disso são os contos de fadas, transmitidos oralmente no continente europeu e posteriormente documentados por meio da escrita. Tais contos geralmente apresentam algum aspecto da natureza humana ou dos perigos que podem assolar qualquer pessoa. Sobre os contos de fadas, no livro Fadas no Divã: Psicanálise nas Histórias infantis podemos entender um pouco da abordagem dessas narrativas:
A função das narrativas maravilhosas da tradição oral poderia ser apenas a de ajudar os habitantes de aldeias camponesas a atravessar as longas noites de inverno. Sua matéria? Os perigos do mundo, a crueldade, a morte, a fome, a violência dos homens e da natureza. Os contos populares pré modernos talvez fizessem pouco mais do que nomear os medos presentes no coração de todos, adultos e crianças, que se reuniam em volta do fogo enquanto os lobos uivavam lá fora, o frio recrudescia e a fome era um espectro capaz de ceifar a vida dos mais frágeis, mês a mês. (KEHL, 2006 p.14)
Os contos de fadas, originalmente, quando passados apenas por meio de oralidade, apresentavam um caráter diferente, diz KEHL (2006, p.14), utilizando como exemplo o conto original de Chapeuzinho Vermelho:
Não existe um final feliz, nem uma moral da história (...) não apresentavam a riqueza simbólica que faz dos contos de fadas um depositário de significações inconscientes aberto à interpretação psicanalítica. Na verdade, eles nem eram destinados especificamente às crianças, nem parecem aliados a uma pedagogia iluminista. (...) a partir das adaptações feitas no século XIX, passaram a integrar a rica mitologia universal” (KEHL, 2006. p.14).
Após essas mudanças (por conta do contexto da época, como por exemplo, o surgimento do contexto de infância, entre outros) as histórias passaram a ter as características que conhecemos hoje e também passaram a ser mais destinadas ao público infantil.
Mesmo após a documentação pela escrita desses contos e suas respectivas modificações, estes não perderam seu vínculo com a oralidade, visto que o contato com tais histórias se inicia pela infância, geralmente contada vocalmente por um membro da família.
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É provável que as técnicas de transmissão oral, que na falta de imagens visuais apelam ao poder imaginativo dos pequenos ouvintes, sejam até hoje capazes de conectar as crianças ao elemento maravilhoso e à multiplicidade de sentidos que caracterizam o mito em todas as culturas e em todas as épocas, formando, na expressão dos autores, um “acervo comum de histórias” através do qual a humanidade reconhece a si mesma. (KEHL, 2013, p.14 e 15)
Merege (2019) destaca em seu livro a imagem da “avó narradora” (palavras da autora), estabelecendo um paralelo entre a mulher e a narração de tais contos, visto que por conta de uma herança milenar, a figura da mulher, por estar relacionada outrora ao lar com as crianças (sejam no caso de uma mãe, seus filhos, e no caso de uma avó, seus netos), é sempre associada a contação de histórias e a passagem das tradições.
Segundo Merege, a mulheres são relacionadas como detentoras do sabor e da memória da família, de sua cultura e da tradição popular do meio no qual é inserida. Dessa forma, afirma a autora, que estas mulheres continuariam a transmitir esses saberes (histórias, memórias de sua família e do meio cultural, que elas estão inseridas, histórias populares) mesmo com a existência de uma sociedade ou mundo mais letrado.
Contudo, mesmo após o surgimento e difusão dos livros, as histórias não perderam seu elo com a voz. É possível afirmar que a literatura outrora esteve muito conectada com a parte vocal do ser humano, esta conexão inclusive durou por muitos anos.
A relação (entre voz e literatura) se inicia na Idade Média onde a leitura era comumente feita em voz alta, houve continuidade nessa relação que se estendeu por vários períodos como por exemplo, na Idade Moderna. No século 19 era muito comum a leitura em voz alta de vários textos, tais quais: livros, poesias e também cartas. Esse costume foi se perdendo ao longo do tempo, devido também ao avanço dos processos de alfabetização. No entanto, algumas famílias mantiveram o hábito de ler para as crianças, geralmente pela noite, histórias para dormir. (PALETTA; WATANABE; PENILHA, 2008 apud BORCHARDT, 2008).
Em nosso território, há a presença de várias histórias que fazem parte de nossa cultura, que foram preservadas e transmitidas por meio da oralidade, além do folclore, cantos, cantigas e brincadeiras há o cordel, por exemplo. Haurélio (2016) afirma que
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o cordel surge no Nordeste, vem da poesia popular, e tem base na literatura oral principalmente dos contos populares.
Haurélio ainda estabelece uma certa relação entre cordel e repente, ambos apesar de serem diferentes, tem uma origem comum a poesia popular, que gerou também a embolada e a poesia matuta. Apesar de ter se originado na região nordestina, acabou se espalhando pelo território nacional, segundo o autor, pelas diásporas sertanejas.
A voz traz à leitura elementos diversos entonação, gestualidade , voz e escrita, oralidade e literatura não se anulam, se complementam em diversos aspectos e ajudam a contar e documentar a história dos povos, suas crenças e seus sentimentos, expressados em uma narrativa, escrita ou falada.
Além de a narrativa oral estar atrelada à cultura e história dos povos, ela está também muito ligada à memórias afetivas, visto que muitas crianças na hora de dormir, escutam histórias contadas pelos pais, que muitas vezes, para deixar a história mais atrativa, fazem vozes diferentes para cada personagem (por exemplo, uma voz para a princesa e outra voz diferente para representar a bruxa) e em muitos casos os gestos (na história dos três porquinhos, por exemplos, podem soprar para mostrar como o lobo derrubou a casa dos dois primeiros porquinhos).
A ficção viaja através da voz; mas em esta viagem a voz se deixa acompanhar por outros recursos: a entonação, a gestualidade, a personalidade do locutor e também. pelo sol, e a paisagem, e a qualidade do ar do dia o do instante irrepetível em que se produz a comunicação4 (MANILA, 2006 p.7 apud DUPONT, 1991 p. 167)
São esses elementos das histórias orais que queremos trazer para nosso projeto: a entonação e a personalidade do locutor, a fim de que a ficção possa viajar através da voz e produzir uma ambientação sonora atrativa.
4 No original: La ficción viaja a través de la voz; pero en este viaje la voz se deja acompañar por otros recursos: la entonación, la gestualidad, la personalidad del locutor y, también, por el sol, y el paisaje, y la calidad del aire del día o del instante irrepetible en que se produce la comunicación.
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4.1 ARQUIVO LIVRO (ESCRITO) E ARQUIVO SONORO (AUDIOLIVRO)
Se até agora mencionamos a literatura, sua relação com a oralidade e como muitas histórias passaram da oralidade para o registro físico, em nosso projeto faremos o inverso. Agora é da literatura para a parte vocal, de livro escrito para livro sonoro, de linguagem literária para linguagem sonora, ou radiofônica, visto que muitos dos elementos que iremos utilizar surgiram no rádio.
A linguagem literária e a linguagem radiofônica obviamente têm muitas diferenças, mas também semelhanças. Ambas causam imersão sem o fator visual, “a linguagem literária é resultado de uma função específica da linguagem verbal” (LOPES, 2010, p. 3), dessa forma na literatura há uma descrição muito detalhada para a criação de imagens e ambientes mentais, enquanto que na linguagem radiofônica além da voz/narração há também a paisagem sonora a fim de causar sensações em quem está ouvindo a história ou narrativa apresentada.
Narração de histórias sempre foi comum no cotidiano do ser humano, desde a antiguidade, sendo ela verbal ou não. A linguagem literária e verbal ter tantas semelhanças é natural, pois as duas são divergentes do mesmo tipo de linguagem, a narração de uma história que tem o intuito de transmitir uma mensagem e chegar por fim no receptor. Por pequenas diferenças conseguimos distinguir o escrito do sonoro.
(...) a leitura do oralista não se diz, estruturalmente, como a leitura, mas como mais uma possibilidade de leitura entre outras, pondo se em pé de igualdade dialógica entre as leituras e o próprio texto transcriado. (...) O oralista torna se navegador de traços, de movimentos, de percursos, sem as redes de positividade que tolhem o historiador e condicionam tanto sua visão como sua escrita; (...) (CALDAS, 1999, p. 84)
O ouvinte/leitor no fim sempre vai ter o mesmo papel, de receber a mensagem da obra que está consumindo. A literatura serve como um impulso para o imaginário da pessoa, com descrições detalhadas é possível se sentir na história, você consegue ter a identificação com a história que lê e isso faz com que a experiência seja mais “rica”.
A linguagem sonora utiliza do mesmo tipo de imersão com o receptor, pois necessita dispor de elementos para que o ouvinte crie mentalmente os cenários por meio do som. A adaptação para um arquivo sonoro relembra o passado, quando uma pessoa apenas contava uma história para outra tentando adicionar o máximo de detalhes possíveis para ser compreendido, a diferença é que na linguagem
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radiofônica sons ambientes, músicas e efeitos sonoros auxiliam na sensação do ouvinte.
4.2 NARRATIVA SONORA
Embora a história continue sendo a mesma, quando fazemos a adaptação de um texto escrito para um produto sonoro, na sonorização há modificações, visto que cada meio tem sua linguagem própria. No caso do áudio, uma das mídias que temos como referência é o rádio, e por isso temos que entender a narrativa radiofônica antes de mais nada.
A narrativa jornalística sempre se fez predominante em rádios em todo o mundo, narrando notícias e boletins para a informação e imersão do ouvinte. A estrutura radiofônica se forma a partir da utilização de vários tipos de linguagem e narração para melhor se adaptar com o público ouvinte (DE QUADROS, AMARAL, 2016).
A narrativa radiofônica no Brasil, surge a partir do momento que a distribuição de produtos radiofônicos entra no cotidiano das pessoas, seja ela iniciada pelas radionovelas em 1940, ou por meio de audiolivros distribuídos gratuitamente para deficientes visuais em 1970. À procura de algo novo para poder apresentar ao público, as dramatizações surgiram como uma inovação no meio radiofônico, e assim mudaram o cotidiano das programações de rádio e o meio dramaturgo.
Dentro da narrativa radiofônica existem diferentes tipos de gêneros, sendo esses gêneros publicitários ou comerciais, gênero jornalístico ou informativo, gênero dramático ou ficcional, gênero educativo-cultural. (VICENTE, 2002)
Apesar de estarmos utilizando de diversas características e técnicas da linguagem radiofônica, não estamos criando um produto para o rádio. Essencialmente, o audiobook tem seus principais atributos da linguagem radiofônica.
4.3 ELEMENTOS DA LINGUAGEM RADIOFÔNICA
O rádio, assim como a literatura, a televisão e o cinema, tem uma linguagem própria, possuindo elementos que o caracterizam. Esses elementos (que são sonoros, já que o rádio não tem imagem) dão forma aos produtos sonoros de maneira geral (e não apenas aos programas que são veiculados no rádio).
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O rádio pode ser descrito como “(..) um meio cego, mas um que pode estimular a imaginação de modo que, assim que a voz sai do alto falante, o ouvinte tenta visualizar a fonte de som e a criar na visão mental o dono da voz5” (McLeish, 1978. p. 18, tradução nossa.).
Para Ortiz e Marchamalo (2005, p. 21) o rádio é um meio caloroso a partir do fato que requer a participação do receptor: este deverá utilizar sua imaginação para criar imagens com os sons acústicos que lhe são enviados por aquele meio de comunicação”. É inegável que o rádio dispõe somente de som e não de imagem, entretanto ele dispõe de outros elementos além da fala para criar no ouvinte uma imagem mental.
Entendemos, assim, que a linguagem radiofônica, além de verbal, faz uso de outros elementos nos processos de articulação de sentido. Dessa forma, acreditamos que, se em alguns momentos na televisão ou no cinema, a imagem dispensa textos, o efeito sonoro no rádio, ao se tornar mais uma voz em uma produção radiofônica, também o faz. (VIANNA, 2014. p. 9).
Cada meio de comunicação tem sua linguagem própria, o mesmo ocorre com o rádio. “Inicialmente é importante entender que a linguagem radiofônica é sonora por natureza e é composta por quatro elementos: palavra, efeitos sonoros, música e silêncio” (SILVEIRA et al, apud BALSEBRE, 2005. p. 226).
Em relação aos quatro elementos que compõem a linguagem radiofônica, ainda diz Silveira et al (2005): “É difícil dizer quais desses elementos é o mais importante, pois todos eles, combinados de diferentes formas ou isolados, contribuem expressivamente para a produção da mensagem como um todo”.
José e Sergl (2019, p.7) estabelecem uma certa divisão na linguagem radiofônica: a de oralidade e sonoridade: “Na Radiofonia, a Oralidade é marcada essencialmente pelo som fonético que produz a palavra falada e a Sonoridade é marcada essencialmente pelo som musical e por sons que, sem formar melodia, funcionam para outras indicações e são conhecidos por efeitos sonoros”.
A voz estabelece comunicação, entretanto para que essa comunicação seja efetiva há a necessidade de entonação certa e um ritmo adequado - nem muito lento,
5 No original: It is a blind medium but one which can stimulate the imagination so that, as soon as a voice comes out of the loudspeaker, the listener attempts to visualize the source of the sound and to create in the mind’s eye the owner of the voice.
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nem muito rápido. Como não há o recurso visual na linguagem radiofônica, a voz deve transmitir a emoção ao ouvinte.
A palavra radiofônica é produzida pela voz, marcada por suas características acústicas: altura (grave agudo), intensidade (forte fraco) e timbre (qualidade e origem). (...) A voz do locutor é um índice que identifica o programa, emissora e conteúdo (jornalístico, propaganda, entretenimento). (GOLIN, 2010. p. 763, 764).
Além da voz, há a sonoplastia, muito utilizada para ajudar a formar cenas e cenários mentais, José e Sergl (2019, p. 6) definem a sonoplastia como “trabalho de composição com os recursos da sonoridade para dar referência ou criar um ambiente sonoro para a locução do texto verbal oral”.
Segundo Ferraretto (2014), os efeitos sonoros começam a ser mais utilizados em decorrência do surgimento e desenvolvimento da dramaturgia no rádio, com o intuito do ouvinte formar uma imagem mental ou mesmo do som remete a algo, tanto algo que conhecemos, como por exemplo o relinchar de um cavalo, como também elementos que servem para ilustrar alguma situação que não existe no nosso cotidiano, como por exemplo um som de uma luz se acendendo ao aparecer uma nova ideia.
No nível semântico, muitos efeitos sonoros são miméticos porque reproduzem imitativamente qualidades sonoras encontradas na natureza (por exemplo, o som de um trovão), no homem (por exemplo, o som de choro), em utensílios ou tecnologias de fabricação humana (por exemplo, o som de tambor, a campainha do telefone) ou ainda imitam qualidades sonoras provocadas pela ação de alguém ou de algo (por exemplo, passos sobre cascalho, freada de automóvel, queda de objetos sobre material resistente.) (JOSÉ E SERGL, 2019. p.15).
Outro recurso utilizado é a música, tanto em formato de trilha sonora, como também em formato de jingle, vinhetas ou mesmo programas radiofônicos. A música no rádio tem como o intuito criar ambientações, criar identidade sonora, estimular alguma emoção específica, etc.
A música radiofônica é um campo expressivo na criação das imagens acústicas. Produz ambientes psicológicos, atua como índice da programação e fragmentação de conteúdos. Pode ter autonomia ou cumprir a função auxiliar (aberturas, passagens, marcações, identificação de tempo, lugar, sujeitos). (GOLIN, 2010. p. 764).
McLeish (1978, p. 278), comenta ainda sobre a música: “Uma aliada para o produtor engenhoso, a música pode adicionar muito à peça radiofônica. Entretanto,
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se for usada em demasia ou mal escolhida, se torna apenas uma distração irritante6”. Dessa forma podemos compreender que todos os elementos que compõem a linguagem radiofônica devem ser bem escolhidos, de maneira que todos “casem” entre si, evitando elementos que causem dispersão, assim não se podem escolher elementos aleatórios ou mesmo que destoam entre si.
O silêncio também tem sua importância, muitas vezes ele é esquecido e até negligenciado, porém tem sua relevância, especialmente em acentuação de momentos de maior dramaticidade. Contudo o silêncio deve ser utilizado nos momentos certos e com certa cautela, visto que dependendo do momento ou do tempo de duração, a presença do silêncio pode ser interpretada como um problema técnico, falha ou mesmo lacuna.
Percebemos então que todos os elementos são importantes e que cada um pode provocar um sentimento diferente no ouvinte, dependendo de como são usados e também de suas respectivas durações
A velocidade de exposição diante do microfone e a duração de um efeito de som farão variar as sensações dos ouvintes diante dos estímulos sonoros: uma narração excessivamente lenta poderá transmitir uma sensação de angústia; um silêncio prolongado provocará inquietação no receptor, e assim por diante (...). (ORTIZ E MARCHAMALO, 1994, p. 21)
É vital compreender a linguagem do rádio mesmo não utilizando o rádio como meio de veiculação afinal é a partir da linguagem desenvolvida e estabelecida pelo meio radiofônico que outros produtos sonoros se tornam viáveis. Não há como ter um produto sonoro sem levar em conta a linguagem estabelecida no rádio.
Visto que muitas obras do mundo audiovisual e sonoro surgiram através da linguagem originada na narrativa radiofônica, relacionamos a importância desse tipo de linguagem e abordagem para a adaptação sonora que vamos realizar, fazendo com que o mesmo se relacione com a linguagem que as radionovelas tinham com o público no passado, a interação e expectativa de cada episódio novo e um meio de entretenimento.
6 No original: An ally to the resourceful producer, music can add greatly to the radio play. However, if it is overused or badly chosen, it becomes only an irritating distraction.
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4.4 HISTÓRIAS FICCIONAIS NO RÁDIO
O rádio criou muitos programas e explorou vários gêneros e formatos. Um dos destaques, foi o gênero ficcional ou dramático, entender este gênero (junto com seus formatos) tem uma grande relevância para o nosso projeto, visto que, os elementos que foram criados e utilizados na radionovela, são grandes referências que nos inspiraram para a realização do nosso audiobook.
O rádio, desde seu início passou por várias fases, e durante todo este tempo, apresentou inúmeros programas dos mais diversos gêneros. Neuberger (2021) cita que no apogeu do rádio, que vai de 1940 até 1955, a programação do rádio estava bem diversificada, entretanto um grande marco foi o surgimento da radionovela.
A novela não surgiu no rádio, mas sim no meio impresso por folhetim na França.
De início, ou seja, começos do século XIX, “le feuilleton” designa um lugar precioso do jornal: o “rez de caussée” rez do chão, rodapé , geralmente o da primeira página. Tem uma finalidade precisa: é um espaço vazio destinado ao entretenimento. (MEYER, 2002 p. 137)
As histórias apresentadas no folhetim eram escritas e publicadas em formato fatiado. Sendo apresentado que a cada nova publicação uma outra parte da história era apresentada.
O aparecimento de narrativas fragmentadas e com a fórmula “continua amanhã” tornou se um hábito na sociedade francesa, fazendo com que a novidade e a necessidade de consumir tais histórias conduzissem a uma explosão de assinaturas dos jornais e à disputa acirrada pelos melhores folhetinistas. O efeito maior dessa novidade foi que a ficção passou a ser apresentada por meio de romance folhetim, ou seja, de forma seriada. (CHAVES, 2007 p.15)
O folhetim acabou originando outros gêneros que foram exibidos em outros meios de divulgação e comunicação. Podemos citar a radionovela (que é uma de nossas maiores inspirações e bases para nosso projeto) e também a telenovela, que por sua vez teve bebeu nas fontes da radionovela e do folhetim.
O folhetim haveria de se metamorfosear noutros gêneros, em função de novos veículos, com espantoso alargamento de público. Entre eles, o gênero que aparece tipicamente latino americano, a grande narrativa de nossos dias, a telenovela. (MEYER, 2002 p. 151)
A primeira radionovela a ser exibida foi Em Busca da Felicidade e 1941, pela Rádio Nacional, patrocinada pelo Creme Dental Colgate, durou 284 capítulos, foi
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escrita por um autor cubano e adaptada por Gilberto Martins e a partir desta radionovela e de êxito em audiência, logo outras emissoras de rádio iniciaram a produção de radionovelas (NEUBERGER, 2012)
As radionovelas se tornaram rapidamente um sucesso. Afirma Aguiar (2007, p. 73) que (...) "As novelas existem para fazer o ouvinte sentir emoções ou, o que dá no mesmo, para mexer nos sentimentos das pessoas. “Daí, provavelmente, o seu sucesso. ” Além das radionovelas, existiam também seriados radiofônicos, que marcaram muito a radiofonia.
Diz Aguiar (2007, p.72) sobre a dramaturgia na emissora de Rádio Nacional “Foi uma verdadeira bola de neve: logo a Nacional transmitia 16 novelas semanais, afora os seriados, como Jerônimo, o herói do sertão e Presídio de mulheres”. O sucesso da dramaturgia pode ser atribuído ao que diz McLeish (1978, p.260):
Todos gostamos de histórias, em parte porque uma história pode oferecer uma estrutura para a compreensão ou ao menos uma interpretação dos eventos da vida. Frequentemente, um espelho no qual podemos ver a nós mesmos nossas ações, motivos e falhas e os efeitos e resultados podem contribuir para o nosso próprio aprendizado. Drama é sobre conflito e resolução, relacionamentos e sentimentos e pessoas sendo motivadas por eles, ambos levando e sendo levados pelos eventos. O que acontece deve ser credível, as pessoas críveis e o final ter um senso de lógica, contudo inusual e curioso, de modo que o ouvinte não se sinta traído ou decepcionado7
A partir do artigo intitulado Gêneros e Formatos Radiofônicos do Educomrádio Centro-Oeste, podemos afirmar que radiodrama ou radionovela é um formato radiofônico do gênero dramático ou ficcional. Este gênero (ficcional) possui vários formatos, porém todos eles estão atrelados à ficção, à dramatização. Dessa forma, possui uma história, plot, personagens diversos e por não contar com a parte visual, todos os formatos desse gênero radiofônico específico precisam dispor dos elementos da linguagem radiofônica para criar uma paisagem sonora, Vicente (2003, p.3) diz que “As produções desse gênero buscam utilizar todos os recursos da linguagem sonora e radiofônica (música, efeitos, silêncio e vozes) para construir ambientes e personagens e, através deles, apresentar histórias reais ou fictícias”.
7 No original: We all like stories, partly because a story can offer a framework for the understanding or at least an interpretation of life’s events. Often, a mirror in which we can see ourselves our actions, motives and faults and the outcomes and results can contribute to our own learning. Drama is about conflict and resolution, relationships and feelings and people being motivated by them, both driving and driven by events. What happens should be credible, the people believable and the ending have a sense of logic, however unusual and curious, so that the listener does not feel cheated or let down.
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Rádio e literatura de certa maneira se assemelham, visto que uma vez que não dispõem de imagens nem da parte visual para mostrar o que está se passando na trama, precisam de outros artifícios para aguçar a imaginação do leitor - no caso do livro e do ouvinte no caso do rádio e fazê lo criar imagens mentais em sua cabeça para que a história se passa na mente dele. Diz Aguiar (2007 p. 73) sobre essas imagens mentais que a dramaturgia no rádio proporcionava nos ouvintes.
(...) faziam os ouvintes imaginarem situações, ambientes, aparências e rostos. A ausência de imagens obrigava os atores a ir além da convencional leitura dos textos diante dos microfones. A interpretação pela voz era o meio através do qual as emoções transbordavam e atingiam "corações e mentes" dos ouvintes.
A radionovela por ser um drama em áudio acaba contando com recursos sonoros, por conta disso dispõem de atores que “emprestam” suas vozes para “dar vida” aos personagens, dessa forma há um trabalho de entonação, ritmo e manejo de emoções por meio da fala.
Menegotto ressalta a importância da vozno meio radiofônico e da interpretação e entonação na hora da leitura do roteiro, pontuando que, a maneira como um texto é lido impacta diretamente no interesse do ouvinte.
No rádio, a expressão da voz dá se através do tipo, freqüência e interpretação, de acordo com as características do meio, são esses elementos que lhe dão um aspecto tátil. As modulações da voz na interpretação do texto pelo locutor são essenciais para a produção e credibilidade da mensagem sonora. Textos que parecem apenas serem lidos sem inflexões provocam o desinteresse do ouvinte. (MENEGOTTO, 2004. p.3)
Spritzer também ressalta a importância da voz dos autores e também relaciona a voz do narrador e dos atores com o interesse do ouvinte, assim como Menegotto fez, porém acaba citando a importância do som de forma geral para a compreensão da história e também para situar o ouvinte na história.
No contexto radiofônico, as ações inerentes ao drama transformam se em ações sonoras e os personagens se apresentam pela voz dos atores. O ouvinte apreende a narrativa ao ouvir a composição dos elementos sonoros que lhe oferecem as condições de tempo e espaço da estória. (SPRITZER, 2010. p. 424).
Podemos entender como o som é importante no meio radiofônico e principalmente no drama radiofônico, já que por não ter a parte visual, como Spritzer disse, todas as ações são transformadas em som.
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Diferente da literatura que tudo deve ser descrito em palavras, no radiodrama, tudo deve ser passado por meio do som, dessa forma há um balance entre a fala e outros recursos sonoros, de forma a não ter só falas e diálogos, evitando assim monotonia, e aliando todos os elementos da linguagem radiofônica.
Calebre (2003, p.55) afirma que “escrever para o rádio é fazer um teatro cego, no qual os ruídos, a música e os recursos de voz são muito mais importantes do que em outros meios”.
As radionovelas, mesmo após com o surgimento da televisão deixaram sua marca: estas inclusive influenciaram a telenovela em seus primeiros anos de estreia nas telinhas. Malcher (2010 p.104) afirma:
Existia naquele tempo a distinção dos produtos derivados das atividades dos profissionais do rádio com sua linguagem fortemente marcada pela soap opera radiofônica: as radionovelas de outrora.
Os elementos presentes nas histórias ficcionais do rádio são os elementos que queremos trazer no nosso projeto os atores para cada um interpretar um personagem diferente , os sons (sejam eles no formato de trilha ou mesmo de efeito sonoro) para criar a nossa ambientação, as vozes com ritmo e entonação. Todos esses elementos estiveram muito presentes nas radionovelas e séries radiofônicas e são esses elementos que queremos trazer para nosso produto sonoro.
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AUDIOBOOK
O audiobook ou audiolivro, como o próprio nome já sugere, é a transdução do texto literário em livro sonoro. É muito mais que um livro falado, já que como é um arquivo em áudio, traz consigo uma linguagem radiofônica, que por si só já tem elementos característicos.
Esse formato surgiu pouco após a Primeira Guerra Mundial e sua função era ser uma fonte de entretenimento para os soldados que voltaram da guerra cegos ou com baixa visão. O que em princípio era uma iniciativa de recreação para um público específico foi pouco a pouco se convertendo em uma opção para pessoas que com os tempos modernos não tinham tanto tempo para consumir literatura na versão mais convencional - em papel (PALETTA, WATANABE, PENILHA, 2008).
Esse livro sonoro dessa forma apresenta muita praticidade, afinal, pode ser consumido em qualquer hora e em qualquer lugar. Dessa maneira o leitor, ou melhor, o ouvinte, pode ter a imersão na história enquanto realiza tarefas domésticas, enquanto dirige, durante o trajeto no transporte público, ao realizar atividade física, entre outras atividades da vida cotidiana.
As autoras do artigo ainda classificam os audiolivros em gratuitos e pagos. Os gratuitos seriam mais simples narrados majoritariamente por voluntários, sendo os títulos em domínio público ou outra licença pública, sendo na maioria das vezes uma espécie de leitura em voz alta do livro. Enquanto os pagos contam com mais recursos, fazendo uso da linguagem radiofônica, já que contam com música e efeitos sonoros, auxiliando assim na imersão e afastando a monotonia e contando também com narradores profissionais.
O Audiolivro é uma ótima opção para a vida cotidiana corrida e atua também como ferramenta inclusiva. Seu consumo é extremamente benéfico visto que atrai os mais diversos públicos, sejam eles letrados ou iletrados, pessoas ocupadas ou dispersas, leitores ou pessoas que não gostam de ler.
O livro em papel e o audiolivro são duas realidades que não se excluem. Ouvir pode ser um estímulo para a compra do texto em suporte impresso; O audiolivro não vai concorrer diretamente com o livro impresso, mas sim complementá lo; o preço em relação ao impresso pode reduzir em 50%; (PALETTA, WATANABE, PENILHA, 2008. p. 8).
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O consumo de audiolivros pode facilitar a vida de várias pessoas, sendo elas leitoras assíduas ou não. O aumento no consumo de audiobooks não necessariamente exclui a proposta do livro impresso, eles podem caminhar juntos, sendo até o livro em áudio um estímulo para a leitura de um livro impresso ou estímulo ao consumo de literatura
5.1 MERCADO DE AUDIOBOOK
O mercado do áudio livro se faz presente desde 1980, onde as gravações eram armazenadas em videocassete, os Estados Unidos da América foram pioneiros nesse mercado, atualmente, possuem o segundo maior mercado no mundo, segundo APA Audio Publishers Association, o segmento vem crescendo 10% a cada ano.
Audiolivros se fazem presente atualmente em serviços de streaming como Audible, que têm Amazon como provedora, TocaLivros e Autibooks empresas brasileiras, tem o propósito de incluir audiobooks no cotidiano da população.
No início o mercado dos audiolivros foi pensado exclusivamente para deficientes visuais que desejam desfrutar da literatura, mas com o decorrer do tempo esse estigma vem mudando, expandindo o foco do mercado, nesse projeto temos o objetivo de incluir ainda mais pessoas ocupadas que desejam otimizar seu tempo e incluir a "leitura" no dia a dia, seja ouvindo o livro de sua escolha enquanto executa atividades como exercício físico, dirigindo, fazendo compras no mercado ou até mesmo organizando suas tarefas, o audiolivro dá essa liberdade a seu consumidor, além de criarmos um ambiente sensorial que pode muitas vezes diminuir o estresse do dia a dia, levando seu leitor para dentro do livro.
Durante a pandemia de COVID 19, o mercado de audiolivros no Brasil cresceu em mais de 400% segundo Ricardo Campos, sócio fundador do aplicativo Tocalivros, mostrando que esse modelo de negócio tem extremo potencial de se consolidar na América do Sul, se igualando a lugares como Europa e América do Norte onde eles já fazem parte da cultura cotidiana.
Em 2019, segundo os dados da APA, divulgados no site “Publishing Perspectives”, o gênero mais popular de Audiobook é mistério, terror e thriller. Seguido por biografia, história, memórias e humor/comédia.
Em 2020, em um artigo intitulado Audiobook listening remains strong in 2020 as publishers report ninth straight year of double digit growth: Listening Shifted from
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Car to Home During the Pandemic revela que o gênero mais popular de audiobook continua sendo mistério, terror, thriller; entretanto houve um forte aumento na busca de audiobooks nos gêneros: romance, autoajuda e livros sobre negócios - parte profissional/financeira.
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PROJETO
6.1 TÍTULO DO PROJETO
A palavra calafrios dá nome ao nosso projeto. Escolhemos esse título pois queríamos passar aos nossos ouvintes uma sensação de arrepio, medo, suspense e curiosidade, sensações essas causadas pelas nossas sonorizações e dramatizações presentes nos nossos livros sonoros.
6.2 CALAFRIOS
Calafrios é um projeto que visa adaptar obras literárias (em sua maioria de domínio público) em produtos sonoros, dessa forma podemos considerar uma adaptação, não porque estamos fazendo ficção, mas sim porque há uma adaptação de formato (do formato livro impresso, para livro sonoro - em formato de áudio), e também de linguagem. E porquê de linguagem? Pois cada formato tem sua linguagem, dessa forma, mesmo que nosso projeto seja fidedigno ao livro escrito (já que é “apenas” um livro falado) vale ressaltar que assim como a escrita tem sua própria linguagem, o áudio também tem, principalmente a linguagem herdada pelo rádio.
A pretensão do nosso projeto Calafrios é criar dois produtos sonoros o primeiro deles é um audiolivro e o segundo um audioconto. O livro que estamos sonorizando e dramatizando é o primeiro livro da escritora inglesa Agatha Christie, chamado O Misterioso Caso de Styles. O conto que escolhemos se chama O Brado da Floresta da escritora paulistana Ana Gabriela Pacheco
6.3 PROPOSTA DO PROJETO
O projeto Calafrios consiste na produção e distribuição de um audiolivro e um audioconto. O diferencial da nossa proposta é produzir ambas as obras sonoras com dramatização e sonorização.
Em muitos audiolivros disponibilizados, é comum uma única pessoa narrar todo o livro, e em relação à música de fundo, às vezes é uma única música, em muitos casos, impera o total silêncio. Nossa pretensão é totalmente diferente.
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Quando afirmamos a sonorização de ambas as obras, significa que utilizaremos da linguagem da radionovela e faremos uso de uma trilha sonora em ambos produtos. A trilha em questão abrange: música, efeitos sonoros e também o silêncio, potencializando assim a história de ambas as obras.
E quando dizemos que o nosso produto também é dramatizado, significa que, ao escolhermos um casting (um ator para cada personagem), a nossa pretensão é beber da fonte da radionovela, onde os atores davam vida ao texto por meio da voz, enfatizando diálogos, com diferentes tipos de ritmos de fala, passando sentimentos por meio da voz, e deixando assim a história quase palpável.
Essa combinação de dramatização e sonorização causa uma experiência sensorial ao ouvinte, visto que proporciona uma paisagem sonora, assim, quem está ouvindo o audiolivro pode dar asas à imaginação e viajar junto com a história. A interação será feita por meio dos capítulos que serão postados semanalmente após a postagem dos primeiros 4 capítulos, para podermos engajar mais o público e manter a expectativa de novos capítulos semanais.
Há também a questão da inclusão e da acessibilidade, visto que pessoas cegas e baixa visão podem se beneficiar, já que irão consumir uma literatura em outro formato e não será de maneira maçante como seria se houvesse apenas uma única pessoa lendo o livro inteiro. Embora o nosso foco não seja só as pessoas cegas e de baixa visão, mas sim qualquer pessoa que se interesse em audiolivro ou mesmo em boas histórias, não poderíamos nos esquecer que o audiolivro também funciona como uma ferramenta de inclusão e acessibilidade.
Em poucas palavras é essa a proposta do projeto, oferecer produtos que possam imergir nosso público alvo na história e que os prendam do início até o final, causando as mais diversas sensações, e quem sabe, até calafrios.
6.4 OBJETIVOS
6.4.1 OBJETIVO PRINCIPAL
Produzir um audiolivro e um audioconto que cause uma melhor participação sensorial nos ouvintes por meio de recursos sonoros, evitando somente uma leitura monótona do livro físico.
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Almejamos além disso, incentivar o consumo de obras literárias no Brasil, nacionais ou estrangeiras, sejam elas sonoras ou impressas (já que uma vez que uma pessoa se interesse por literatura, ele pode começar a consumi-la independente do formato seja ele impresso, digital ou sonoro.)
6.4.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS
● Oferecer uma alternativa para os leitores que querem consumir obras literárias e não dispõem de tanto tempo disponível em plataformas digitais.
● Dispor de um conteúdo lúdico, sensorial e de qualidade que seja inclusivo e acessível para pessoas cegas ou mesmo de baixa visão.
● Como é um material em língua portuguesa, qualquer estrangeiro que almejar estudar nossa língua, pode utilizar o material para prática de escuta e compreensão no idioma.
● Atrair pessoas que não tem muita familiaridade com a leitura para livros sonoros.
● Oferecer um produto literário sonoro atrativo e de qualidade para pessoas que não são alfabetizadas ou que até foram, mas não conseguem ler de maneira fluída.
● Postar capítulos semanalmente após a segunda semana de novembro para interação e engajamento com o público.
6.5 SINOPSE
6.5.1 SINOPSE DO LIVRO: O Misterioso Caso de Styles
A história do livro O Misterioso Caso de Styles, se passa na Inglaterra de 1917, no terceiro ano consecutivo da Primeira Guerra Mundial. Em meio a esse evento, o personagem principal que é inclusive o narrador Hastings que lutava em meio a guerra, acaba sendo ferido e declarado como inválido de guerra. Por conta de sua invalidez, é encaminhado ao hospital, onde se reencontra com um amigo de infância: John Cavendish, que acaba convidando Hastings a passar uma temporada na mansão Styles, a casa da madrasta dele.
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Poucos dias depois da chegada e estadia dele na em Styles, a proprietária acaba morrendo no próprio quarto, é a partir daí que o clima muda, e todos começam a ser vistos com suspeitos. Qual seria a causa da morte? Natural? Ou seria algo premeditado? Resta somente ao mais famoso personagem de Agatha Christie, o detetive belga Hercule Poirot entrar em cena para tentar desvendar o misterioso caso de Styles.
A história do livro O Misterioso Caso de Styles se passa dentro da grande mansão Styles, a história gira em torno do assassinato de Mrs. Emily Inglethorp, dona de uma fortuna e proprietária da mansão Styles. Mr. Hastings, personagem fundamental para narrativa, encontra John Cavendish filho postiço de Emily e seu velho amigo, que o convida a passar uma temporada na gloriosa mansão. Em seu caminho para lá, Mr. Hastings descobre algumas informações sobre Mrs. Emily, como seu casamento com um homem 20 anos mais novo, Alfred Inglethorp. A dinâmica dos personagens muda quando Mrs. Inglethorp é encontrada morta em seu quarto e todos questionam: Qual foi a causa da morte? Foi proposital? Talvez um assassinato? É nessa hora que nosso detetive, Hercule Poirot, personagem conhecido nas histórias de Agatha Christie entra em ação para desvendar o mistério.
6.5.2 SINOPSE DO CONTO: O Brado da Floresta
A história gira em torno de uma cidade que é dependente de um ritual que acontece na floresta, local como oferenda para que eles fiquem bem e a vida prospere ou tenham algum desejo individual, porém a data do ritual é sempre no aniversário do Simon, protagonista do conto, que é muito curioso e quer saber do porquê em seu aniversário o dia na cidade é sempre mais macabro do que no resto do ano. Porém no seu décimo terceiro aniversário seu cachorrinho foge e ele sai em busca dele junto com o seu irmão (Severo) e seu melhor amigo (Mark), porém mal sabe Simon que descobriria a verdade assustadora e macabra sobre o mistério do seu aniversário e da cidade.
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6.6 TRADUÇÃO O MISTERIOSO CASO DE STYLES
Apesar do livro O Misterioso Caso de Styles ter sido publicado no Brasil e ter tido várias traduções (sendo uma das mais conhecidas e uma das mais recentes, a edição 2014 da Editora Globo), nós fizemos a nossa própria tradução do livro.
Aqui explicaremos o motivo: o livro em questão está em domínio público, mas a tradução brasileira dele não. Dessa forma, não seria possível utilizar nenhum livro já traduzido para o português, já que os direitos autorais pertencem às editoras, e mesmo se essas liberassem o uso para trabalho acadêmico, não poderíamos comercializá-lo.
Encontramos uma solução: nós mesmos traduzimos o livro The Mysterious Affair at Styles (título do livro em inglês) para o português. Como essa tradução é nossa, os direitos também são, dessa maneira, após esse processo, podemos utilizar nossa tradução livremente.
Foram divididos 4 capítulos para cada integrante do núcleo de tradução do projeto e por fim o capítulo 13 foi traduzido em conjunto.
Os capítulos ao final da tradução, foram revisados, com o intuito de serem evitados erros gramaticais e/ou evitando uma frase sem sentido. Além disso, a revisão se manteve “de olho” em relação aos possessivos, que apesar de serem utilizados na linguagem literária, devem ser evitados na linguagem radiofônica. Explicaremos melhor essa questão de possessivos no próximo tópico.
6.7 ADAPTAÇÕES DE LINGUAGEM
Como citamos anteriormente nos tópicos anteriores, cada meio tem sua própria linguagem e por isso tivemos que adaptar alguns aspectos para a linguagem radiofônica.
O livro, seja ele impresso ou digital tem sua própria linguagem e seu próprio funcionamento, o rádio por sua vez também tem seu próprio dialeto que se difere da literatura. Livro e rádio têm algo em comum: instigam a imaginação das pessoas, entretanto no quesito linguagem e estrutura, são bem diferentes.
E é exatamente por isso que algumas adaptações de linguagem foram necessárias. O primeiro ponto que tivemos que nos atentar foi evitar em muitos casos o uso de possessivos, como a palavra “seu”, “sua”. Isso porque o rádio é um meio
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muito íntimo, onde o locutor fala diretamente com o ouvinte, esta relação é estreita e muito particular. Dessa forma as palavras “seu” ou “sua”, foram substituídas por “dele” ou “dela”. Falas como “Aquele é John e aquela é sua mulher, Mary” foram modificadas para “Aquele é John e aquela é a mulher dele, Mary”.
Obviamente que em muitos casos, como em diálogos entre personagens, como por exemplo quando Hastings logo no primeiro capítulo fala “Como está sua mãe, John? ”, optamos por manter o possessivo, pois em ocorrências como essa não tinha como ser retirado ou substituído, entretanto no decorrer da narrativa 95% dos possessivos foram retirados, sendo os outros 5% mantidos em diálogos muito específicos.
Já explicamos que adaptamos a linguagem, passando ela de linguagem literária para linguagem radiofônica, mas houveram outras adaptações que precisaram ser feitas. O livro por se tratar de um documento escrito, ele não possui fala, por isso, é muito comum vermos as seguintes frases após um diálogo: “disse fulano", ou mesmo “replicou ciclano irritado”. Como trabalhamos com o áudio essas informações foram retiradas, já que, como cada personagem foi interpretado por um ator, os ouvintes saberão qual personagem está falando e com qual entonação ou sentimento. Mantivemos somente as informações relevantes como por exemplo “fulano disse enquanto olhava pela janela para ver o que estava acontecendo no jardim”, como nessa frase há também uma ação do personagem, nesses casos mantemos.
A última adaptação que fizemos, diz respeito à tradução de termos em inglês: há no livro as palavras “mister”, “misses” e “miss''. Preferimos ao invés de usar esses termos, usar os termos “senhor”, “senhora” e “senhorita”.
Para concluir esse tópico foi exatamente isso o que adaptamos: 1 linguagem do livro impresso para livro sonoro, 2 especificações redundantes após as falas dos personagens e 3 termos em inglês para o português.
6.8 ADAPTAÇÃO DE LINGUAGEM - FIGURAS
Como o livro O Misterioso Caso de Styles de Agatha Christie não se trata apenas de um tipo de linguagem, por conter imagens que ilustram o ambiente e também peças importantes para o desenvolvimento da trama, foi pensado em como
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poderíamos trazer a mesma experiência da leitura e análise das imagens do livro para o áudio.
No próprio livro há iconografia - imagens, desenhos - sendo estas 2 plantas da casa: uma do primeiro andar e outra do quarto da pessoa supostamente assassinada; um pedaço do testamento, uma carta, um papel contendo frases desconexas da personagem assassinada e uma prova apresentada à corte.
Todos estes elementos são anexados ao livro físico e compõem a narrativa, visto que o leitor pode, por exemplo, analisar as plantas do casarão Styles e tentar formular uma ideia de como o assassino poderia ter entrado no quarto da vítima e o que poderia ter acontecido na noite do crime. São detalhes estes que não podem ser perdidos, pois além de compor a narrativa, convidam ao leitor a tentar desvendar o mistério a partir de pistas que são dadas ao decorrer de toda história.
O audiolivro pode ser considerado uma espécie de adaptação de linguagem, visto que ele em muitos casos descreve a linguagem literária, utilizando a sonora, entretanto, o que chamamos de adaptação aqui, se refere à transposição em áudio do conteúdo que no livro físico aparece como imagem e/ou anexo. Dessa forma cumpriremos com nosso objetivo que é imergir o ouvinte na narrativa, dando as ferramentas necessárias para sua imersão e até quem sabe participação na solução do misterioso caso de Styles.
6.9 PERFIL DOS PERSONAGENS
Antes de apresentarmos os personagens, é interessante citar que dividimos os personagens do livro em três categorias, e do conto em duas categorias a partir do grau de importância deles na história.
Os personagens no livro foram divididos como: personagens principais, secundários e terciários. Essa divisão teve impacto direto no casting, visto que focamos mais nos personagens principais e secundários, enquanto que os terciários por não aparecerem muito e não terem tantas falas e/ou relevância na história estão sendo feitos por integrantes da própria produtora.
Já o conto, com não tem muitos personagens, foi dividido entre: personagens principais e secundários.
Explicado isso, podemos prosseguir.
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6.9.1 PERSONAGENS DO LIVRO
Iniciaremos com os personagens do livro, descrevendo suas características psicológicas e físicas também, junto com as referências sonoras/ de voz que pesquisamos para a composição dos personagens:
6.9.2 PERSONAGENS PRINCIPAIS
Hastings -Éopersonagemprincipaleonarradordolivro.Nãotemconexãocomninguém da Mansão Styles, porém é amigo de John, o enteado da dona. Tem por volta de seus 57 anos, é curioso e mais emocional que racional. Amigo de Poirot, o detetive, acompanha Poirot durante a investigação após o crime. Hastings é um homem que não consegue guardar muitos segredos, é um pouco impulsivo e muitas vezes suas emoções o guiam. Tem uma queda pelas mulheres jovens da história.
Referências visuais:
A maior referência visual seria das ilustrações do Dr. Watson de SherlockHolmes.ApersonalidadedeDr.WatsoneHastingssão similares. Watson também é narrador em alguns contos de Sherlock assim como Hastings.
Outro personagem que tem uma personalidade parecida com de Hastings seria o Sanji de “OnePiece”.Eleseapaixonafácilpormulheresesemprefaz tudo por elas, diferente de Hastings, Sanji não tem 50 anos, e sim está nos seus 20. Pensando em vozes, Wendel Bezerra faz a dublagem do personagem do anime distribuídoaquinoBrasil,porWendelserconhecidopelasua voz por diferentes protagonistas já dublado pelo mesmo, seria bom procurar uma voz com o mesmo impacto, por se tratar do narrador da história.
Referências sonoras: https://www.youtube.com/watch?v=ERMBMp4Vryc
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Hercule Poirot - Detetive belga tido como um dos melhores detetives de todos os tempos , fala muitas expressões em francês. Tem 40 anos de idade. É baixo e tem bigode, preocupado com a aparência, sempre quer aparecer impecável. Perfeccionista, um tanto misterioso e muito exótico, metódico e muito inteligente defende que cada caso é resolvido a partir de um método diferente altamente perspicaz, sua cabeça parece funcionar como engrenagens e consegue enxergar nos detalhes (aqueles que passariam despercebidos por qualquer um) e tirar deles um enorme fato que contribui com a resolução do caso.
Referências visuais:
Além da referência do próprio ator em Agatha Christie's Poirot, a voz também é uma grande referência para o ator que irá interpretar o personagem em nossa adaptação.
Como a série não foi distribuída no Brasil dublada, pensamos no personagem Lumière de A Bela e A Fera que é dublado com sotaque francês, tanto pelo Ivon Curi (dublador da animação original em 1992), como também Ivan Parente (dublador do filme mais recente em 2017).
Referências sonoras:
https://www.youtube.com/watch?v=ja5SaLJ0P2Q
https://www.youtube.com/watch?v=CgDphVHl27A&list=PLQOMS9gtZ3CZeTBuMTtIB7Swqk 5KgjiUx&t=462s
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John Cavendish - Por volta de 42 anos, filho mais velho do falecido Sr. Cavendish. Estudou advocacia, mas no momento da história não exerce a profissão, investindo no âmbito mais rural. É centrado, responsável e apresenta mais maturidade que seu irmão mais novo. É casado com Mary Cavendish.
Referências visuais:
O personagem Mr. Darcy de Orgulho e Preconceito e Hannibal Lecter de Hannibal são referências principais para John. Mr. Darcy mais em seu visual e sua personalidade, sendo britânico, reservado e rico, traz a essência de John.
Já Hannibal seria mais em seu visual, já que John não se trata de um serial killer. É referência também às vozes escolhidas como dubladores das distribuições no Brasil. Mr. Darcy foi dublado por Ricardo Schnetzer, e Hannibal por Alexandre Marconato
Referências sonoras: https://www.youtube.com/watch?v=EaC_jz 02TU
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Mary Cavendish - Esposa de John Cavendish. Descrita como alta e magra, tem temperamento forte e é muito impulsiva. É mestiça metade russa, metade britânica - e tem olhos castanhos. É descrita por Hastings como uma mulher de espírito livre e indomável num corpo civilizado. Ela trabalha com o marido na parte rural.
Referências visuais:
Por Mary ser metade russa e com personalidade forte, duas referências seriam Natasha (ViúvaNegra, Marvel) e Anastasia (desenho animado do mesmo nome). Natasha é independente e vive querendo sobreviver, e Anastasia tem um espírito livre à procura de respostas sobre sua vida.
A dubladora de Natasha no Brasil, Fernanda Baronne em algumas cenas retratava a voz da mesma com seu sotaque russo. Já Anastasia, a referência visual seria mais presente em relação à Mary.
Referências sonoras:
https://www.youtube.com/watch?v=K40RAN4oib8 https://www.youtube.com/watch?v=6QpLluhgU2k
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Emily Inglethorp - É uma senhora de 70 anos de idade, com um tom autoritário, apesar de não ser muito amada pelos que estão a sua volta por ser egoísta, devido lembrar as pessoasaajudaqueelaprestoueporcontadeseugênio,elasemprefezmuitostrabalhos de caridade para os mais abastados. Dona de Styles, propriedade que herdou de seu primeiro marido.
Referências visuais:
Minerva de Harry Potter seria mais uma referência visual com seu comportamento e roupas elegantes, o que pode remeter à Emily, com sua personalidade também um tanto quanto misteriosa. O trabalho da dubladora Melise Maia ajuda na criação do personagem em nossa mente e serve de inspiração para nossa adaptação. Referências sonoras: https://www.youtube.com/watch?t=31&v=dCUv Un6ukw&feature=youtu.be
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Senhor Inglethorp - Primo de Evelyn Howard, tem 50 anos (é 20 anos mais novo que a esposa), é alto e tem uma barba negra. Calmo, fingido, cínico e forçado. Tem uma voz grave e “pastosa” (palavras da autora), fala de maneira forçada, como se estivesse atuando.
Referências visuais:
Por Inglethorp ser retratado como um tipo de “vilão” na história, não só por sua personalidade misteriosa, mas também seu visual, tiramos inspirações de vilões como Rasputin (Anastasia) e Snape (Harry Potter). Rasputin sendo a maior inspiração visual por sua grande barba preta e por ser o vilão, e também a voz de seu dublador Jorgeh Ramos que nos ajuda a temer e entender pela a entonação da voz que o personagem se trata de um vilão.
Snape necessariamente não se trata de um vilão, mas grande parte da história é retratado como um, não só em relação à sua personalidade, mas também vestimentas e voz, dublado por Jorge Vasconcellos.
Referências sonoras:
https://www.youtube.com/watch?v=tVxupqDcUOI&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=4aILZKBXG38&feature=youtu.be
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6.9.3 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS
Os personagens secundários exercem papel relevante na história, entretanto não tem tanta relevância como os principais, a seguir os listaremos com seus perfis e peculiaridades:
Lawrence Cavendish - Irmão mais novo de John, 40 anos de idade. Descrito como de aparência austera e melancólica. Ao contrário do irmão, é mais curioso e tem mais imaginação, estudou medicina, mas seu real interesse sempre foi a literatura. Além de ser apaixonado por literatura, é apaixonado também por Cynthia.
Cynthia - Trabalha no hospital da cruz vermelha, é cheia de vida e energia. Tem cabelos castanhos, é jovem (por volta de 30 35 anos), alva, baixa e magra.
Doutor Bauerstein - Médico, sua especialidade são os venenos. É misterioso, uma figura mais “dark”, pois quando chega o ambiente fica mais tenso, não é uma figura amigável. Suas únicas amizades são com Mary Cavendish e com o Sr. Inglethorp.
Evelyn Howard - Protegida pela dona de Styles. É alta, tem olhos azuis, num corpo bronzeado. Tem por volta de 40 anos, voz profunda quase masculina, tem uma estrutura corporal parecida com a do primo dela - o Sr. Inglethorp -, é descrita como encorpada. Sua conversa se dá em estilo telegráfico.
6.9.4 PERSONAGENS TERCIÁRIOS
Annie - Copeira da mansão Style. Jovem e muito curiosa, fica animada ao saber que pode ajudar com a investigação.
Dorcas - Tem por volta de 65 anos. É empregada de Styles, a que a Sra. Emily mais confia, descrita como “o retrato da antiga empregada". Atenta e desconfiada e leal à sua patroa.
Senhora Raikes - Esposa do fazendeiro que tem uma propriedade perto de Styles. É cigana e o Hastings a descreve como muito bonita.
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Manning - Jardineiro de Styles, por volta de 50 anos de idade. Tem um ar de superioridade e inicialmente olhava Poirot com desdém.
Willum - Outro jardineiro de Styles, mais novo que Manning (provavelmente 20 anos mais novo), está num posto abaixo de Manning.
Senhor Mace - Farmacêutico novo na cidade. Um pouco atrapalhado e fofoqueiro.
Amy Hill - Vendedora, aparece somente no interrogatório.
Senhor Wells - Advogado da senhora Emily Inglethorp. Ele é sério, centrado e aparece um dia após a tragédia.
Doutor Wikis - Médico da família que reside em Styles, é um pouco inseguro, tem por volta de 60 anos.
Dois detetives da Scotland Yard - Aparecem após o primeiro interrogatório. São mais jovens que Poirot, porém menos competentes. O mais novo deles é mais impulsivo, irônico e trata o caso com um certo desdém, o outro detetive, o mais velho, tem mais seriedade e é mais centrado.
6.9.5 PERSONAGENS DO CONTO
E por fim, o conto por ser mais curto, não possui muitos personagens, apenas 3 principais e os familiares das crianças que não possuem falas. Dentro desses personagens secundários o pai do personagem principal tem apenas uma fala, e o cachorro (sendo essencial para a história, utilizando da sonoplastia para introduzir o animal no produto sonoro). Com isso os personagens do conto são:
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6.10 PERSONAGENS PRINCIPAIS
Simon - narrador do conto, ele tem 13 anos e a história se passa no dia de seu aniversário. Simon é o irmão mais novo de Severo, seus únicos amigos são Severo e Mark, ele não gosta de seu aniversário. Seu sonho é ter uma festa de aniversário grande e iluminada.
Severo - mais velho que os dois amigos, e por ser mais velho tem o papel de líder do grupo, decide aonde eles vão e o que vão fazer. Ele é centrado e extrovertido.
Mark - tem a mesma idade de Simon, amigo de Simon e Severo, é meio avoado e tem uma irmã mais velha. Segue Simon e Severo para todos os lugares.
Referências visuais e sonoras:
Como o trio de amigos estão sempre juntos, e o irmão mais velho de Simon e Mark serem seus únicos amigos (além de seu cachorro Tobias), pensamos em diferentes trios de amigos que sempre estão juntos.
Edward, Alphonse e Winry de Fullmetal Alchemist. Além de Edward e Alphonse serem irmãos, e Winry, amiga dos dois, os três passam por muitas tragédias que mudam a trajetória de suas vidas. Edward também é o irmão mais velho de Alphonse e assim agindo como “líder” do trio.
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Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão de A Turma da Mônica: Laços. Por se tratar de um trio de crianças, a turma da Mônica também serve de grande referência por colocar 4 crianças com personalidades diferentes em um grupo só, Severo sendo o mais velho e assim agindo como o líder do grupo, lembra a personalidade de Mônica com seus amigos.
6.10.1 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS
Tobias - cachorro do Simon e seu maior companheiro que foge no dia do aniversário de 13 anos do Simon para a floresta.
Pai do Simon Sua esposa faleceu quando Simon nasceu há 13 anos atrás.
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6.11 CASTING
O casting foi realizado com base nas características comportamentais dos personagens dentro das histórias, junto de alguns elementos físicos com relação a suas vozes descritos pelas autoras durante as narrativas.
A escolha dos personagens tem papel fundamental na produção do projeto Calafrios visto que as vozes são o primordial em um audiobook, por conta disso fomos minuciosos na seleção dos atores, tendo como base em primeiro lugar suas vozes, mas também prática dentro do mundo de atuação, visto que eles utilizaram dessas peripécias para dar vida ao projeto.
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6.11.1 CASTING LIVRO
6.11.2 CASTING CONTO
6.12 INTERAÇÃO NO AUDIOLIVRO E NO AUDIOCONTO
Além da linguagem, um livro impresso e um livro sonoro, tem também uma estrutura diferente. No caso do livro além da capa, sumário, e informações gerais, o leitor sabe quando o capítulo começa e quando termina. O audiolivro e o audioconto também terão uma divisão e estrutura própria.
O audiolivro da Agatha tem (assim como o livro impresso) 13 capítulos. Cada capítulo começará com uma música tema. E terá por volta de 6 horas de duração.
O audioconto por sua vez, não tem nenhuma divisão por capítulo e terá uma duração de 12 15 minutos em média.
Tanto o audiolivro como o audioconto se iniciarão com especificações técnicas: como nome da produtora, nome das autoras, etc. e se encerrarão com os créditos. Assim como há a possibilidade de retroceder e avançar na leitura de um livro impresso ou digital, em ambos os nossos produtos sonoros, o ouvinte tem a liberdade de voltar ou avançar o quanto ele quiser a minutagem do nosso capítulo.
6.13 JUSTIFICATIVA DO PROJETO
O audiobook é um produto que vem crescendo no Brasil e já vem crescendo há muito tempo nos EUA e na Europa. Este produto tem uma grande importância para a sociedade visto que pode ser uma ferramenta versátil e flexível para os nossos dias cada vez mais corridos, um recurso educacional e também uma ferramenta de inclusão.
Os Estados Unidos saíram na frente em 1980 na popularização do formato e hoje possuem o maior mercado de audiolivros do mundo, com mais de 18 mil títulos disponíveis. Segundo a APA Audio Publishers Association, o segmento vem crescendo a uma taxa de 10% ao ano e já movimenta mais de US$ 800 milhões anualmente. Na Europa, os audiolivros são sucesso principalmente na Grã Bretanha e Alemanha. Desde a década de 90 surgiram inúmeras editoras especializadas nesse formato. As crianças são incentivadas à leitura, e em inúmeros locais pode se ouvir um livro, como em bares, pontos de encontro e festivais de literatura falada. (...) No Brasil (...) a oferta começa a aumentar. (PALETTA, WATANABE, PENILHA, 2008. p. 3).
É uma ferramenta versátil e flexível nos dias atuais pois como pode ser ouvido num smartphone através de uma plataforma de streaming (pago ou gratuito) ou mesmo em um CD ou desktop, pode ser ouvido em qualquer lugar, desempenhando qualquer função, dessa forma, qualquer um que consuma o audiolivro e tenha uma vida corrida, cheia de compromissos e com pouco tempo de sobra, pode se beneficiar
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desse livro em áudio, seja na academia, em casa realizando alguma tarefa doméstica, no transporte público, no carro indo para o serviço, etc.
Pode também ser um auxílio educacional pelos seguintes motivos: em preparação para vestibulares, geralmente é requisita a leitura de certos clássicos da literatura, com um audiobook esse clássico pode ser ouvido em questão de horas ou poucos dias. Estudantes de outras línguas também podem se beneficiar ouvindo audiobooks na língua que eles estão estudando, assim eles treinam as habilidades de escuta e compreensão em outro idioma de forma lúdica.
Além disso, o audiobook serve como ferramenta de inclusão para pessoas cegas, com baixa visão ou com algum tipo de deficiência ou limitação visual. Entretanto, o acervo ainda não é tão gigantesco, dessa forma o ideal seriam mais produções de qualidade tanto para inclusão, como também uma maior divulgação para atrair mais gente para esse mercado.
Todavia, percebemos que, a quantidade de audio-livros não atende à demanda das pessoas com deficiência visual. Embora muitas instituições venham se empenhando em melhorar esse acervo e disponibilizar mais obras que atendam às necessidades das mesmas, ainda há uma enorme carência de audio livros no país. Sendo que, a produção dos mesmos não facilitaria apenas as pessoas com limitação visual, mas também aquelas que não possuam limitação alguma, como por exemplo, aquelas que na correria do dia a dia não tem tempo para ler um livro impresso, preferindo ouví lo enquanto dirigem, malham, etc. (BEZERRA e RAMOS, 2015. p.5.)
Outro público que pode ser atingido é o infantil, dessa forma eles podem ter contato com literatura juvenil por meio de áudio, auxiliando assim na formação do imaginário, ampliação do vocabulário, incentivo à leitura, acesso à cultura, tudo isso de uma forma lúdica. Em 2020 segundo o artigo da APA, muitos pais perceberam e consideraram o audiolivro como uma alternativa para seus filhos durante a pandemia. Escolhemos a autora Agatha Christie para adaptar sua obra pelo fato de que no gênero romance policial, suspense e mistério, ela é uma das maiores autoras, já que escreveu por volta de 93 livros e 17 peças teatrais. Além de sua impressionante quantidade de livros publicados, é uma autora muito influente, visto que sua peça teatral A Ratoeira foi encenada mais de 13 mil vezes na Inglaterra, e seus livros já foram adaptados no cinema e na televisão. Agatha não escreve livros eruditos, sendo sua literatura mais próxima do popular, desta forma, muitos se agradam com sua forma de escrever, não só por esse ponto, mas também a maneira como ela desenvolve o suspense, fazendo com que as suspeitas caiam sobre todos os seus personagens.
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A escolha de Ana Gabriela Pacheco, se deve pelo fato de também querermos fomentar a literatura brasileira. Entretanto, muitos dos autores brasileiros escolhidos para adaptações de audiobooks compõem uma literatura erudita e a escolha da Ana foi justamente por se alinhar ao agrupamento de gêneros terror, mistério e suspense.
O formato de arquivo sonoro que escolhemos foi o MP3, pois “o mp3 (Movie Pictures Expert Group nível áudio 3) é um sistema de som comprimido que pode gerar um arquivo de som de excelente qualidade, próxima à qualidade de CD, mantendo o tamanho do arquivo bastante pequeno” (PALETTA; WATANABE; PENILHA, 2012, p.6).
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7 CAPTAÇÃO DE ÁUDIO E TRILHA SONORA
As falas de cada personagem foram gravadas no estúdio de rádio da Universidade Cruzeiro do Sul, já que o estúdio da universidade contém os materiais necessários para uma captação de áudio de qualidade: mesa de som, microfones, software específico e principalmente isolamento acústico.
Além das falas dos personagens, gravaremos também os créditos e a abertura de cada capítulo. A abertura de cada capítulo será feita por uma outra pessoa falando o número do capítulo e o título dele.
O mesmo ocorreu com o conto. A única diferença é que como se trata de um conto não há divisão por capítulos. Dessa forma, além dos atores gravando as falas do conto, uma outra pessoa também fará a abertura e encerramento (os créditos) do conto.
Efeitos sonoros foram escolhidos a partir de branco sonoros da internet que disponibilizam efeitos gratuitos, em domínio público, sem copyright, ou gratuito com atribuições, como o FreeSound, SoundBible e Mixkit.
7.1 IDENTIDADE SONORA
Como mencionamos anteriormente, nos inspiramos nas radionovelas para a elaboração do nosso projeto. As radionovelas causavam uma imersão nos ouvintes, visto que cada ator interpretava um personagem, utilizando suas vozes para que os diálogos do roteiro ficassem críveis, por isso passavam muita emoção utilizando somente a voz.
Para situar o ouvinte na história e para criar uma paisagem sonora, eles também utilizavam o som: mais especificamente com músicas e também efeitos sonoros. Assim a radionovela explorava ao máximo a oralidade e a sonoridade.
Como queremos produzir um audiobook e um audioconto utilizando também a linguagem radiofônica, definimos elementos sonoros que iremos utilizar para estruturar nosso trabalho, são os seguintes elementos: vinhetas, efeitos sonoros, música e silêncio.
Dessa forma, teremos um pacote sonoro completo, tendo assim uma identidade sonora bem marcante.
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Para que pudéssemos ter ideias para criar o nosso produto, começamos a pesquisar referências para assim nos nortearmos da melhor forma possível. A seguir listaremos nossas principais referências:
7.1.1 REFERÊNCIAS DE AUDIOBOOK
Para produzirmos o nosso audiobook e nosso audioconto, utilizamos como referência vários produtos sonoros, como outros audiobooks, contos sonorizados e radionovelas. Além disso, houveram trilhas sonoras de outros produtos audiovisuais que serviram como base e nos inspiraram para pensar na nossa identidade sonora.
Percy Jackson e os Olimpianos Livro 1: O Ladrão de Raios. Adaptado por: Canal da Fantasia.
Este audiolivro produzido e sonorizado pelo canal da Fantasia, apresenta muitas das coisas que queremos incluir no nosso audiolivros muitos efeitos sonoros para ajudar a compor a narrativa, divisão por capítulos, entonação passando os sentimentos dos personagens (como por exemplo, em um determinado momento o personagem fica nervoso e por conta disso o ator começa a falar mais rápido.
Este audiolivro por seus efeitos sonoros e trabalho de ritmo e entonação vocal propicia uma imersão na história e em certos momentos, parece se assemelhar a uma radionovela ou radioteatro.
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1984. Audiobook adaptado por Steve Parker.
O ponto forte deste audiobook é a paisagem sonora, nele não só são utilizados efeitos sonoros, como há a criação de todo um ambiente por meio do som, por exemplo, em um determinado momento queriam que o ouvinte entendesse que o personagem principal estava num ambiente externo e urbano, mais precisamente uma rua, assim foi incluído som de buzinas ao fundo, algo mais distante do personagem, mas ainda sim presente naquela cena e naquele local. Quando o personagem está em um ambiente interno, a acústica muda. Esse cuidado com o áudio em todas as etapas, mas principalmente na pós produção é o que queremos trazer para o nosso trabalho.
Esse audiolivro, ao contrário do outro, não traz outros atores para narrar vários personagens, dessa forma a única voz é a de Steve (o criador do canal, é ele que narra o livro inteiro).
Batman - O Despertar
Audiossérie da DC Comics, transmitida exclusivamente pelo Spotify. Apesar de não ser um audiolivro, como as duas referências anteriores, é uma ótima referência de ambientação sonora.
Além dos efeitos sonoros, as músicas nesta série em áudio, deixam alguns momentos mais calmos, mórbidos, mais misteriosos. A atmosfera criada pela sonoplastia dessa série da DC é muito bem elaborada, utilizando magistralmente a linguagem sonora.
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Além da trilha sonora, Batman O Despertar nos serviu de inspiração também na veiculação já que a plataforma onde ele foi veiculado, pretendemos também veicular nossos produtos.
7.1.2 REFERÊNCIAS CONTOS
O canal do Youtube “Conto um Conto” produz diversas narrativas de diferentes obras literárias focando mais precisamente em produções de contos, como, por exemplo, os de Machado de Assis, contos africanos, contos de terror de Edgar Allan Poe, e também contos educativos. A narração dos audiocontos é feita pelo criador do canal Marcelo Fávaro, com a iniciativa de que “a literatura deve chegar a todos os lugares, lembrando que nem todos têm condições de comprar o livro, disponibilizar parte de uma obra sem fins lucrativos não tira a importância e o charme de se ter o livro em mãos e poder ler quando quiser.” como o mesmo disse na descrição do canal do Youtube.
Apenas o narrador se faz presente durante todo o áudio lendo o conto inteiro, alterando sua voz para dar dimensão e criar o clima para o ouvinte de acordo com o tipo de conto narrado.
Uma vez explicadas as referências, seguiremos explicando como nossa trilha sonora será composta.
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7.2 VINHETA
Segundo o dicionário Michaelis vinheta é “qualquer filme, texto ou música de curta duração que abre, encerra ou reinicia um programa radiofônico ou televisivo”. Podemos dizer que além de abrir ou encerrar ela está diretamente ligada à identidade do produto (seja ele televisivo ou radiofônico), já que é um dos primeiros elementos a aparecer numa obra audiovisual, esta já dá ao telespectador, ou ao ouvinte, como é no nosso caso, uma ideia de como é a identidade do produto.
Teremos vinhetas para o audiolivro e para o audioconto. No audiobook, a vinheta servirá especialmente para indicar o início e o final de cada capítulo. Seria uma espécie de identidade e marcação sonora, pois assim que a música tema tocar, o capítulo está se iniciando ou está no final.
No audioconto também teremos uma música tema, entretanto essa será mais macabra, visto que é um conto de terror. Diferentemente do audiolivro, a vinheta não servirá para demarcar o tempo dos capítulos, visto que o conto não possui essa divisão. A função será para fazer a abertura e finalização do conto, na abertura, sendo tocada junto com algumas especificações (como nome da produtora, nome da autora, etc) e posteriormente no encerramento do conto junto com os créditos finais.
7.3 VOZ
Diferentemente do livro físico, no livro sonoro contamos com os sons para a transmissão da história. A voz é um elemento extremamente importante no audiobook, já que é por meio dela que a narração vai ser feita e os diálogos dos personagens irão ser transmitidos
Cada ator interpretará um personagem, diferentemente das radionovelas onde todos os atores se juntavam no estúdio para que houvesse uma interação entre eles e as falas fossem gravadas, no nosso projeto os atores gravarão sozinhos, ou em alguns casos em duplas.
Dessa forma, cada ator no seu respectivo dia irá comparecer ao estúdio e gravará sua respectiva fala. O diretor dará as deixas e assim o ator consegue saber qual fala antecede e sucede a sua e entende também o contexto, podendo assim atuar com mais naturalidade.
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Os personagens principais e secundários terão cada um deles um ator específico e único, enquanto os terciários não precisam receber tanta atenção.
Nosso objetivo é que a voz dos atores possa ser convincente ao ouvinte, por isso no trabalho de direção nos preocupamos com duas coisas: ritmo e entonação. Ritmo porque uma fala mais rápida, pode passar o nervosismo ou espanto do personagem, enquanto que uma mais calma pode indicar reflexão, ponderadamente, tudo depende do contexto, entretanto o ritmo da fala é muito importante. A entonação está vinculada com a interpretação do roteiro, o que a cena “pede”, o que aquele momento deve passar ao ouvinte.
É isso que queremos: vivacidade, interpretação e não uma mera leitura de roteiro. A voz é extremamente importante pois ela que passa a principal mensagem e era por ela que antes das histórias escritas as histórias orais eram passadas.
7.4 EFEITOS SONOROS
Como não utilizaremos imagens por se tratar de um produto sonoro, um dos nossos maiores recursos será o efeito sonoro. Utilizaremos os efeitos de acordo com o que a história “pede”. Esse recurso ajudará a ambientar a história e causar imersão no ouvinte.
O que vamos captar? Será captado os sons que representam ações humanas, ações da natureza. Elementos que possam ser representados por efeitos sonoros, tais quais: sons de passos, sons portas abrindo ou fechando, cadeiras ou mesas sendo puxadas ou arrastadas, xícaras caindo e se quebrando, janelas sendo abertas, chuva, barulho do motor de carro etc., iremos baixar em banco sonoros gratuitos.
A partir do roteiro de do livro e do conto, começamos um processo de decupagem, onde analisamos o que pode ser convertido de palavra escrita para efeito sonoro, ou um efeito sonoro que possa enfatizar algo que está sendo falado ou mesmo ilustrar algo que está acontecendo a partir daí criaremos ou buscaremos na internet todos os sons necessários.
Há uma momento nos primeiros capítulos do livro, onde há uma espécie de piquenique e muitos personagens estavam reunidos, para sonorizar isso, pensamos em além de utilizar a voz dos personagens principais para sonorizar os diálogos, usar também efeitos como sons de pratos, de copos e além disso para passar a sensação que eles estão mesmo em um piquenique, colocar outras vozes ao fundo, para
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sinalizar que haviam mais pessoas e que no evento havia obviamente interação entre outros personagens, fora aqueles que estão conversando entre si no diálogo principal. Para que isso dê certo, essas outras vozes não podem sobrepor as do diálogo principal, nem devem ser mais audíveis que o diálogo, eles devem aparentar estar mais distantes e por isso em um volume mais baixo.
Caso necessário, utilizaremos também sons que não representam algo presente na nossa realidade, mas que podem servir para ilustrar uma situação, exemplo: o som de uma lâmpada ligando quando alguém tem uma ideia quando temos ideias, não aparece uma lâmpada em cima de nossas cabeças e muitos menos acompanhada por algum som, entretanto este surgimento de ícone e som servem para ilustrar que algum personagem teve uma ideia ou conseguiu achar alguma solução para um problema.
Para resumir, os efeitos sonoros podem contar também a história e/ou indicar o ouvinte o que está acontecendo na história, o auxiliando a formar uma imagem mental ou mesmo auxiliando o a compreender ou associar o que está acontecendo durante a história.
7.5 SILÊNCIO
Sabemos a importância do uso das vozes, dos efeitos sonoros e também da trilha, entretanto outro elemento muito importante (quando bem usado) é o silêncio. Após uma trilha de suspense ou de terror e antes da revelação de um monstro ou de personagem, usar o silêncio no meio desses dois elementos pode causar uma tensão ainda maior do que ir da trilha diretamente para um monstro.
O silêncio também pode simbolizar um sentimento de suspense, de ansiedade, então em alguns momentos ao personagem adentrar uma sala para realizar uma investigação, por exemplo, é muitas vezes mais interessante usar a voz e algum efeito sonoro, sem trilha, para criar uma tensão, antes de apresentar um fato espantoso ou aterrorizante.
Dessa forma, muitas vezes um silêncio total ou parcial (com vozou com efeitos, ou com os dois) pode causar um efeito maior até do que uma trilha assombrosa como por exemplo, ao anteceder um momento de tensão, gotas de água caindo devagar pode ser mais angustiante que uma trilha , tudo depende da história e do que queremos causar ao ouvinte naquele momento.
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Como percebemos, o silêncio tem sua importância, e que só adicionar trilhas e efeitos pode deixar o projeto sobrecarregado, então a ideia é manter o equilíbrio. Pretendemos usar também o silêncio como elemento sonoro para compor a estrutura sonora de nosso audiobook, principalmente por se tratar de um produto sonoro do gênero suspense, terror e mistério onde o objetivo é proporcionar ao ouvinte situações de curiosidade, medo e até quem sabe, calafrios.
7.6 MÚSICA
A música quando bem dosada, desempenha um papel muito importante nos produtos audiovisuais: ela é responsável por criar um clima, e também é por meio dela que a identidade sonora da obra fica bem marcada.
A partir da música, pretendemos criar a atmosfera de suspense, terror e mistério nas nossas adaptações sonoras. No audiobook, pretendemos utilizar a sonoridade do piano, do violino, chorus e até do xilofone entre outros que adicionaremos futuramente no instrumento teclado, para garantir uma atmosfera com suspense e mistério. Fora isso pretendemos também trazer uma vibe da década de 1920, já que foi mais ou menos nessa época que o livro foi publicado.
A ideia é passar não só mistério e suspense, como também alívio, vivacidade, alegria, curiosidade, etc. O objetivo é, a partir do livro escrito, entender o que a autora queria passar por meio de palavras e tentar passar (ou mesmo reforçar) a atmosfera criada no livro físico por meio da trilha. Serão utilizadas em média. Fora a questão da atmosfera, alguns dos personagens como Alfred Inglethorp, Mary, Poirot, entre outros terão músicas temas.
No caso do conto, o gênero é terror, e como há muitas crianças na história, pensamos em utilizar xilofones e até a acústica de canções de ninar tocadas no violino ou no órgão para criar uma atmosfera mais assustadora. O objetivo da trilha no conto é passar um ar de suspense, angústia e terror.
A seguir listaremos algumas trilhas sonoras que nos inspiraram.
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7.6.1 REFERÊNCIAS - TRILHAS SONORAS
Jogo (VideoGame) Alice Madness Returns:
Uma de nossas inspirações para a concepção da nossa trilha sonora é a soundtrack do jogo Alice Madness Returns. Ele é um jogo que tem uma vibe mais vitoriana, mais gótica e por meio dessa trilha o jogo ganha sua ambientação, neste jogo, há momentos em que a trilha identifica a presença de um “boss” ou chefe, de inimigos que estão presentes na área e marca momentos de suspense e também de calmaria. Tem muita a presença de violino, piano e outros instrumentos e foi uma das trilhas que usamos para termos uma base.
Mogeko Castle é um jogo de rpg maker de fantasia/terror, no qual é protagonizado por uma menina. Esta trilha apresenta momentos de calmaria e tranquilidade, com uma sonoridade que remete à um lado até mais infantil e em muitos outros momentos, a música é muito mais tensa, trazendo suspense. A trilha nesse jogo passa os momentos que a protagonista vive: alívio, curiosidade, medo, suspense, apreensão, etc.
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Mogeko Castle - Trilha sonora
Trilha Sonora do Jogo Hercule Poirot - The First Cases
Trilha sonora muito pautada no suspense, apresenta muitas vezes músicas tocadas no piano ou mesmo no violino, além tem uma ambientação (sonora) que lembra o século XX.
Série televisiva que adaptou vários dos casos que Poirot (um dos personagens mais famosos de Agatha Christie) solucionou. A introdução da abertura tem a presença do saxofone, e nos remete a um ambiente como Scotland Yard. Inspiração para os créditos finais.
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Abertura da série: Agatha Christie's Poirot.
ACESSIBILIDADE
O audiolivro e o audioconto podem ser considerados um produto acessível e inclusivo, já que podem beneficiar pessoas cegas ou de baixa visão. Apesar do nosso principal intuito não ter sido esse (já que queríamos alcançar um outro público), acabamos no meio do caminho nos deparamos que além de ser algo comercial, o audiolivro também poderia ser um produto inclusivo.
Um exemplo disso é a Fundação Dorina Nowill para cegos, que além de ofertar livros em braile, oferta também audiobooks. Existem outras instituições que fazem um trabalho similar, ofertando audiobooks de maneira gratuita para pessoas cegas e de baixa visão, entretanto, esses audiobooks disponíveis em sua maioria não tem trilha sonora.
A partir disso percebemos que o audiobook além de ser um mercado viável, pode também ser um produto inclusivo. Nosso intuito é produzir audiolivros de ótima qualidade que possam incluir e cativar a todos.
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9 MECÂNICA DO FORMATO
Para ambos os produtos sonoros estruturamos uma ordem, a seguir listamos a estrutura do audiolivro e do audioconto.
A estrutura definida para o audiolivro é:
1 Música tema e nome da produtora
2 - Nome do livro, da autora e ano de publicação
3 Nome dos responsáveis pela tradução
4 - Conteúdo do livro:
(13 capítulos, em média 6 horas de duração)
Vinheta específica do capítulo
- Conteúdo do capítulo
Música de encerramento de cada capítulo
5 Vinheta de encerramento (com nome do livro e autora e convite para escutar o próximo livro da autora a ser adaptado)
6 Créditos
A estrutura definida para o audioconto é:
1 Vinheta de abertura e nome da produtora
2 Nome do conto, nome da autora e ano de publicação
3 Resumo de quem é a autora
4- O conto
Música de abertura com narração do título
Em média 12 minutos de duração (o conto inteiro)
5 Créditos e convite para escutar o próximo conto que futuramente adaptaremos
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10 MÉTODOS DE PRODUÇÃO
Antes do início da pré produção, no primeiro semestre de 2022, foi necessário escolher o que iríamos fazer no caso audiobook e audioconto, posteriormente o grupo escolheu o subgênero literário (mistério, terror e suspense), depois as autoras Agatha e Ana e, por fim, quais obras das autoras adaptaríamos.
E agora nesse segundo semestre de 2022, demos início a produção do Trabalho de Conclusão de Curso realizando a adaptação sonora do livro para roteiro radiofônico, casting para a escolha dos atores que iriam dar vida às vozes dos personagens, e separação de tarefas como marketing, técnicos de produção, para dar conclusão na produção para assim prosseguir com a pós produção editando o áudio captado nos estúdios. Estas escolhas foram feitas por meio de reuniões online por meio do Discord e durante as orientações realizada presencialmente com o Prof. Me. Luis Carlos Soares.
No final desse segundo semestre de 2022 a pós-produção foi iniciada onde as gravações dos atores foi enviada para os editores, para que fosse feita a equalização e limpeza dos áudios e assim estar pronta para a montagem, a procura de efeitos sonoros também ocorreu durante esse período assim como a finalização e alterações na bíblia de produção.
Pré-produção: a etapa de pré produção, antes de fazer a adaptação, é necessária a fundamentação teórica para sabermos o que devemos saber, então se inicia a pesquisa.
Com o livro e o conto já lidos, se inicia a descrição dos personagens (perfil físico e psicológico) para que o diretor de casting possa já ir pesquisando quais atores tem a voz que mais se encaixa no perfil dos personagens. (O casting se inicia no nosso caso antes do roteiro, visto que não estamos criando os personagens do zero, eles já foram descritos no livro e no conto).
A partir desse momento o livro e o conto tomam rumos diferentes, já que para que seja possível adaptar um texto para som é necessário o roteiro. No caso do conto os roteiristas responsáveis por ele já iniciam o roteiro no formato lauda radiofônica, enquanto que o livro, além de ser adaptado, precisa ser traduzido. Como a equipe de tradução é a mesma equipe de roteiro, esse trabalho de traduzir e adaptar será
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realizado de forma simultânea, fazendo assim a mudança dos termos como “sua”, “olha aqui” que serão adaptados para a linguagem radiofônica.
Antes mesmo do roteiro ser finalizado, se inicia o trabalho de casting para começarmos a procurar os atores que a voz mais combina com os personagens. Para isso enviaremos a eles, uma página de diálogo dos personagens para que possam interpretar, como é áudio não importa a aparência do ator, somente sua voz.
Com o roteiro em andamento e com as especificações do que se torna fala, trilha, efeito sonoro e silêncio, é iniciado o trabalho de captação de efeitos sonoros e a composição de trilha sonora. Os primeiros capítulos serão logo enviados ao sonoplasta para que ele já possa ir pensando como fará essa narrativa sonora, já o conto (por ser curto) será entregue na íntegra.
Com o roteiro finalizado e a trilha quase pronta é hora de começar a marcar reunião com os atores para a realização de um ensaio de mesa (de maneira virtual).
Após o ensaio e as orientações do diretor, marcamos o dia e ordem das gravações. Para isso, a equipe de produção deve reservar o estúdio e montar um cronograma, enquanto que o assistente de direção deve montar a ordem do dia, além disso, a produção deve passar aos atores data das gravações e local e lembrar de levar lanches no dia da gravação para os atores não passarem fome.
Produção: Feita no estúdio de rádio, as vozes estão sendo gravadas pelo Software Reaper. Gravaremos primeiro as falas dos personagens, em seguida com um narrador faremos a gravação dos nomes e números dos capítulos. As gravações dos livros não seguirão uma ordem linear, e serão divididas da seguinte forma: Primeiro a gravação dos personagens terciários sendo interpretadas pelos integrantes do grupo. Personagens principais, por obterem mais falas irão gravar com uma diária maior, e por fim os dois últimos personagens principais irão intercalar nos dias de gravações com os outros personagens por terem mais falas. Como os atores terão uma diária um pouco puxada, a produção sempre deixará um copo d’água perto para que eles possam se manter hidratados.
Pós-Produção: Nas mãos do editor de áudio, é na pós que todos os arquivos de áudio são colocados juntos, assim as vozes gravadas separadamente serão unidas para que dê a impressão que os atores estavam juntos e que realmente houve um diálogo entre os personagens. Serão adicionados também os efeitos sonoros, as
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trilhas e as vinhetas. É importante nessa fase cortar também o momento no qual os atores respiram e esse som é captado no microfone.
É na pós-produção que o editor dividirá o livro em capítulos, já que esses não serão gravados na ordem. Além da edição será feita também a masterização do som.
Após a edição e masterização finalmente vem a distribuição.
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11 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
A seguir, listamos os equipamentos e softwares que utilizamos nas mais variadas etapas de realização do nosso projeto. Para começar, o roteiro.
Para o roteiro de áudio utilizamos o programa Celtx programa esse muito conhecido para criação e formatação de roteiros. Nele escolhemos o formato de roteiro audioplay.
Como se trata de um produto sonoro, todas as gravações estão sendo realizadas no estúdio de rádio da Universidade Cruzeiro do Sul.
As vozes são captadas por microfones Shure Sm58, conectados na mesa de som modelo Behringer Xenyx 1222 FX. As vozes estão sendo gravadas pelo Software Reaper
Para a pós produção utilizaremos o software: Audacity O Audacity parte do ponto que além de ser um bom editor de áudio, também é intuitivo e gratuito. Em relação ao formato de áudio, pretendemos trabalhar com MP3.
Já nas publicações para redes sociais, o programa escolhido foi o Canva, visto ser gratuito e bem intuitivo.
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CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
A classificação indicativa serve como auxílio para pais e tutores escolherem quais tipos de conteúdo podem ser acessados pelas crianças. O conteúdo de um determinado produto ou obra é levado em consideração para avaliar quais obras são ou não recomendadas para uma determinada faixa etária, a fim de evitar que crianças e/ou adolescentes tenham contato com conteúdos prejudiciais ao desenvolvimento delas.
Com base na 4ª edição do documento Classind lançado em 2022 classificamos tanto o audiolivro como o audioconto a partir do conteúdo presente nos dois produtores sonoros. Segue abaixo a classificação indicativa de cada um.
12.1 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA LIVRO
O audiolivro O Misterioso Caso de Styles não é recomendado para menores de 10 anos. Segundo a quarta edição do documento Classind de 2022, é admissível nessa faixa (a partir dos 10 anos) os seguintes conteúdos: angústia, ossada ou esqueleto com resquício de ato de violência, linguagem depreciativa (com baixo ou nenhum poder ofensivo), medo/tensão, entre outros.
Como se trata de um livro sonoro, não há a presença de imagens projetadas por meio de uma tela, e por isso o impacto causado no ouvinte pode ser menor por esta falta de imagem, luz e enquadramentos de câmera, ficando no campo da imaginação. Entretanto por se tratar de um livro que fala sobre assassinato, crime e investigação, preferimos manter na faixa etária dos 10 anos.
Na classificação livre, pode se falar de morte desde que essa seja sem violência, não envolvendo dor ou lesão. Isso inviabilizaria a classificação no nosso caso, visto que a morte no livro apesar de não ter se dado de forma violenta, ocasionou dor na personagem. Por conta desse motivo, e também do quesito medo/tensão (causado no nosso caso pela sonorização) mantemos essa faixa etária de 10 anos.
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12.2 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA CONTO
O conto O Brado da Floresta não é recomendável para menores de 12 anos. Segundo a quarta edição do documento Classind de 2022 é admissível nessa faixa os seguintes conteúdos: ato violento contra animal, linguagem depreciativa, morte, ossada, exposição de cadáver, exposição ao perigo, angústia e medo/tensão. Por conta disso nossa classificação é diferente do audiolivro, já que o conteúdo do livro é um pouco mais leve, enquanto o do conto um pouco mais dark, já que se trata de um conto de terror, enquanto o audiolivro se encaixava mais em mistério e suspense.
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SEGMENTAÇÃO
Percebemos que um projeto é viável quando temos a certeza que ele tem a possibilidade de ter uma segmentação. E acreditamos que o nosso projeto tem muitas possibilidades de extensão futuras.
Com o projeto Calafrios, estaremos lançando, por enquanto, dois produtos sonoros (audiolivro e audioconto). Porém, existe uma grande possibilidade de futuramente sonorizarmos outros livros e outros contos dos gêneros terror, mistério e suspense. Especialmente os que se encontram em domínio público.
Citaremos alguns exemplos de livros como poderemos sonorizar futuramente: a série de livros de Sherlock Holmes, A Ilha do Dr. Moreau, Frankenstein, Drácula, O Médico e o Monstro, entre outros. Dessa forma o projeto Calafrios teria em sua biblioteca, vários outros títulos do gênero.
Em relação aos contos que poderiam ser adaptados, podemos citar aqui contos de Edgar Allan Poe, contos de H.P. Lovecraft, contos da própria Agatha Christie, entre outros.
Percebemos a viabilidade de segmentação de livros sonoros nos gêneros terror, mistério e suspense, entretanto, futuramente, temos a pretensão de dramatizar e sonorizar livros de outros gêneros literários. Para que isso fosse possível, manteríamos o projeto Calafrios e criaríamos também outros, com outras nomenclaturas, para podermos assim trabalhar com a ficção científica, romance, ficção fantástica, livros infantis, entre outros, já que existe uma infinidade de livros dos mais diversos gêneros em domínio público.
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14 PÚBLICO ALVO
No início do mês de agosto de 2022, liberamos um formulário utilizando o Google Forms com o meio de levantar dados sobre o perfil do público que consome audiolivros.
A partir dos dados que colhemos, sendo então o majoritário público é composto por pessoas da faixa etária de 20 a 39 anos, 70% desses que consomem literatura diariamente e 20,9% desses que consomem audiolivros frequentemente, optamos por focar na distribuição do audiolivro para o público dos jovens adultos e adultos.
14.1 FORMULÁRIO DE PESQUISA
O formulário foi elaborado no começo das pesquisas do projeto com o meio de conhecer o público que iria ser ofertado a proposta do audiolivro. Foi composto por 13 perguntas sendo elas 9 obrigatórias para que fosse possível conhecer mais do público geral em que poderíamos ofertar o projeto do audiolivro.
São perguntas relacionadas à escolaridade, classe social, gênero, hobbies e naturalidade. Fora isso também perguntamos se esse público consome audiolivro e podcasts e se sim em qual meio.
O objetivo é saber onde nosso público vive, quais são seus hábitos e qual suas preferências, a fim de podermos oferecer um produto que eles gostem, consumam e sintam uma imersão e também se identifiquem.
O formulário foi encerrado no começo de Outubro, onde a produção do audiolivro já havia começado e assim poderíamos usar os dados coletados para melhor veiculação do mesmo. Por fim, os dados coletados:
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VEICULAÇÃO
Nossa pretensão é divulgar o audiolivro e o audioconto em plataformas online: o Spotify que é amplamente utilizado, inclusive por pessoas da mesma faixa etária do nosso público alvo (de 20 a 39 anos) e pretendemos divulgar também no YouTube. A primeira veiculação do audiolivro e do audioconto será realizada a partir do YouTube para posteriormente postar todos os capítulos no Spotify
Estamos criando um aplicativo para divulgar nossos produtos sonoros e assim podermos vincular os mesmos em outras plataformas, esse aplicativo servirá como uma espécie de biblioteca de áudio, onde todos os nossos produtos sonoros serão disponibilizados, divididos por categoria (no caso gênero literário).
Sua interface é semelhante a aplicativos de música, tipo o Spotify. A ferramenta oferece um extenso acervo gratuito de audiolivros em português, ouvir os audiolivros em qualquer lugar mesmo sem conexão à Internet, e receber mais novidades em resumos por mês. Ouvir os audiolivros em qualquer lugar mesmo sem conexão à Internet, e receber mais novidades em resumos por mês.
A ideia do aplicativo surgiu pela praticidade e inovação. Praticidade no sentido que as pessoas poderiam ter na palma de suas mãos audiolivro que elas quisessem escutar e que estivesse dentro do nosso acervo. Inovação porque são poucas as empresas que disponibilizam um aplicativo para download de audiobooks. Estamos ainda no início de tal etapa, entretanto pretendemos terminar o aplicativo um pouco antes do término da edição.
A veiculação escolhida foi postar primeiramente os primeiros 4 capítulos do audiolivro O Misterioso Caso de Styles e do audioconto completo O Brado da Floresta na segunda semana de novembro (dia 8), e após postar semanalmente os capítulos restantes do audiolivro (no total 13).
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16 DIVULGAÇÃO E MARKETING
O marketing digital tem como fundamento divulgar e distribuir o conteúdo criado e produzido para o TCC tal como o audiobook. Utilizando o Instagram como plataforma fundamental, terá a sua própria identidade visual criativa no feed para dar referência ao conteúdo escolhido, como mostra a referência abaixo:
A ferramenta story será utilizada para divulgar o conteúdo, como os personagens, teasers, pistas e publicações interativas como: perguntas, enquetes, menções e hashtags. Assim distribuindo para mais pessoas e aumentando o engajamento do conteúdo.
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Na ferramenta destaque, será operado para a divulgação do visual, assim cada ouvinte terá a oportunidade de conhecer o aspecto de cada personagem, sabendo suas características, mostrado no exemplo abaixo:
O hiperlink nas publicações no story será imprescindível para a divulgação do projeto audiobook para direcionar os ouvintes para os streamings digitais, tais como Deezer, Spotify entre outros disponíveis gratuitamente.
Escolhemos a ferramenta Instagram como nossa principal ferramenta de divulgação por ser uma das mais abrangentes no mercado de mídias sociais, com ela conseguimos alcançar um grande número de pessoas de diferentes faixas etárias, visto que seus usuários são diferenciados.
Na plataforma temos várias personas, desde uma mãe solo na faixa dos 40 anos até um adolescente de 15 anos, são perfis totalmente distintos, mas que estão presentes no mesmo lugar, fazendo o Instagram uma escolha viável já que nosso plano é atingir o máximo de pessoas possíveis com o nosso projeto.
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17 CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO
DATAS (DIAS)
CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO 2022 RAINBOW PANDA
MARÇO 07 25
Debater ideias sobre o projeto 25 31 Definição do projeto (Escolha do livro)
DATAS (DIAS)
ABRIL
Definição de funções 05 30
01 10
Início da pesquisa e desenvolvimento da biblia DATAS (DIAS)
MAIO 01 19 Pesquisa e desenvolvimento da biblia 20 Entrega da bíblia 23 31 Início da produção do roteiro
DATAS (DIAS)
JUNHO 01 10 Ajustes na bíblia (parte gráfica) 01 20 Produção do roteiro 30 Produção da pré produção
DATAS (DIAS)
JULHO 1 15 Produção do roteiro 1
Início do plano de marketing 15 - 25 Início da produção do casting
DATAS (DIAS)
AGOSTO
Finalização e revisão do roteiro 8 15
1 8
Alterações na bíblia conforme orientação 20 Início da pré produção 15 31
Início da definição do casting
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DATAS (DIAS) SETEMBRO
1 31
Gravações do audiolivro 10 Início da pós produção 12 Lançamento nas redes sociais 13 Entrega das cópias para a Banca da Versão Preliminar 20 Escutar o copião 20 24 Bancas da Versão Preliminar do produto/ texto 20 - 30 Gravação conto
DATAS (DIAS) OUTUBRO
1 21
Finalização da pós produção 24 Encaminhar bíblia e audiolivro para finalização
DATAS (DIAS) NOVEMBRO 08 Entrega definitiva 21 Bancas públicas
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CRONOGRAMA DE GRAVAÇÃO
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19 MAKING OF
19.1 OBJETIVO
O objetivo do making of é ser um produto transmídia que funcionará como um registro da produção juntamente com o marketing para o audiolivro ajudando no interesse e procura do audiolivro e sobre a biografia das autoras.
A postagem do conteúdo final do making of será postado após a postagem de todos os capítulos do audiolivro O Misterioso Caso de Styles junto do making of do audioconto O Brado da Floresta, para que o público saiba mais como a produção dos projetos foram realizadas.
19.2 CONCEPÇÃO
Será gravado takes durante as reuniões e as gravações, o diretor, roteirista, editores e os atores com perguntas referentes a concepção da ideia e da história e a experiência da produção.
Não haverá narração, somente voz overs retirados das próprias entrevistas, que serão colocados enquanto imagens da produção passam de acordo o contexto da fala dos entrevistados.
O Making of tem como referência diversos bastidores de videoclipes, conteúdo das mídias sociais de produtora de áudio livro como: Canal da Fantasia e Clube do Audiolivro; apesar do formato temos como inspiração a docu série da Marvel intitulada como Marvel Studios: Avante.
19.3
REFERÊNCIA ESTÉTICA DO MAKING OF
Marvel Studios: Avante, é a maior referência estética para o making of na questão de montagem e visual, levando em consideração planos, enquadramentos e montagem de cena.
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Os planos são de maioria, plano médio quando os atores são entrevistados, e plano geral e detalhe em momentos da gravação. O cenário para a entrevista é o próprio estúdio que ajudará na ambientação e proposta de making of.
O Canal da Fantasia é uma referência geral em muitos aspectos do nosso projeto, ganhando aqui uma atenção para as filmagens de bastidores, que eles publicam em suas redes sociais.
No caso do nosso projeto a estética será algo simples, porém com intuito de demonstrar os bastidores e o método de produção do audiolivro, sendo o cenário composto pelo próprio estúdio de rádio da faculdade, ainda mantendo em cenas de entrevista em plano médio, e em demais takes, plano geral e detalhe gravando momentos da gravação que servirá de ênfase para o que o entrevistado estiver falando.
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19.4 ROTEIRO MAKING OF
Será utilizado um roteiro aberto, sendo as perguntas feitas para os entrevistados os tópicos, visando uma construção narrativa se baseando na ordem de pré-produção, produção e pós-produção.
19.5 ROTEIRO DE EDIÇÃO
O Roteiro de edição visará a montagem de cenas baseado na narrativa que o making of irá passar como já explicado no tópico acima.
19.6 JUSTIFICATIVA DE EDIÇÃO
A edição é necessária para a montagem na ordem certa da narrativa presente no roteiro, visto que a gravação não será conjunta com todos elenco presente, e takes e entrevistas serão feitos separados não possuindo uma ordem exata, e a edição será fundamental para a organização e montagem da narrativa.
Vale lembrar que a edição será feita de forma que não distorça nenhuma fala dos entrevistados ou que de algum outro sentido diferente daquele que o autor passe.
Como popularmente dito por Alfred Hitchcock, o efeito Kuleshov criado pelo cineasta russo Lev Kuleshov diz que sequência de imagem podem mudar de contexto dependendo da montagem colocada.
A existência do efeito Kuleshov traz uma responsabilidade da montagem do making of no sentido de não permitir uma alteração equivocada da visão que o making of quer passar.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em etapa de reta final foi feita a produção e pós produção do projeto Calafrios, dividindo as funções entre os integrantes da produtora para que todos pudessem realizar a finalização do projeto sem muitas dificuldades e se manter dentro do prazo.
A produtora nesse oitavo semestre de Rádio, TV e Internet foi capaz de tirar o projeto do papel e colocar em prática o que foi idealizado desde o começo do ano.
Mesmo que nossos planos fossem cumprir prazos e dividir bem as funções, ainda encontramos dificuldades por parte dos integrantes, já que alguns dos integrantes, por trabalharem, não possuem total disponibilidade para o cumprimento de tarefas divididas, e assim deixando uma pessoa com mais tarefas que o programado.
Fizemos o máximo para que tudo fosse entregue dentro do prazo organizado por nós e pela faculdade e acredito que conseguimos cumprir com o cronograma e entregar um produto de qualidade.
Aprendemos muito sobre produção de áudio e apesar de ter sido um trabalho desafiador foi um trabalho que nos agregou muito, academicamente e profissionalmente. Certamente saímos com muito mais bagagem e com muita gratidão por tudo que vivemos. Queremos agradecer aos nossos familiares e aos nossos professores que nos auxiliaram, apoiaram e nos ensinaram tanto nesses 4 anos.
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CONSIDERAÇÕES INDIVIDUAIS
Aline Costa: Entrei na Rainbow Panda no semestre passado, tive que sair da noite para manhã, o grupo em si foi muito acolhedor comigo e o trabalho de audiobook me chamou muita atenção pois é diferente de todos os trabalhos que já fiz ao decorrer do curso.
O Semestre passado foi bem corrido mas conseguimos nos superar e entregar tudo a tempo, fiquei com o organograma e a leitura e separação dos personagens do conto.
Já esse semestre teve uma rotina intensa de gravação que infelizmente não pude participar pois, por praticidade e agenda dos atores, a maioria das gravações foram feitas durante a tarde.
Foi feito roteiro do conto e o casting como disse não consegui participar da parte de execução do conto, mas, quem não conseguiu participar ficou ajudando a revisar a Bíblia.
Na minha opinião o trabalho está muito bom e eu estou ansiosa pois, é a conclusão de todos esses anos, nos dedicamos o máximo e entregamos o coração nesse trabalho e teremos orgulho de carregar os nossos nomes nele.
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Daniel Kalil: Minha principal função nesse TCC foi ser responsável pela sonoplastia, e principalmente operar a mesa de som e equalizar as vozes nos microfones durante as gravações e também atuei como o personagem Juiz do livro da Agatha Christie e como o Severo no conto.
Os meus principais apontamentos foram as interferências que aconteciam na mesa de som e pegavam rádio, atrapalhando as gravações e, em um dia de gravação, uma das mesas de som do estúdio havia parado de funcionar corretamente, e teve de ser feita uma substituição de urgência, porém nos atrapalhou um pouco nas gravações.
Entretanto, apesar dos pesares que aconteceram, conseguimos entregar.
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Jordânia Luara: Sei que é clichê dizer que esse trabalho foi o mais desafiador, mas não tenho como começar de outra forma. O projeto Calafrios já começou sendo um desafio visto que eu nunca trabalhei numa produção de audiolivros e nem consumia tantos.
Neste trabalho fiquei desempenhando as funções de assistente de direção, editora de áudio (do audiolivro) e também integrei a equipe de tradução e roteiro do Misterioso Caso de Styles. Foram funções que demandaram muita dedicação, pesquisa e reunião com alguns integrantes para serem realizadas da melhor forma possível.
Os problemas começaram na fase de pesquisa, visto que havia uma variedade de artigos e livros falando sobre rádio e radionovelas, e até mesmo sobre podcasts, porém quase nenhum sobre audiolivro e muito menos audioconto. Por conta disso, tivemos que “percorrer” um longo caminho na teoria para entender sobre literatura, a relação da literatura com a voz (já que nosso livro é falado), rádio (já que usamos a linguagem radiofônica) e por fim audiobook.
O que eu mais gostei no trabalho foi a edição, embora trabalhosa foi muito prazeroso “sentir” o livro sendo montado e poder escutar o resultado de tudo. Foi muito legal poder juntar todas as falas para montar um capítulo como juntar as peças de um quebra cabeças, manter um ritmo de narrativa, removendo pausas muito longas e mantendo outras para que houvesse pausas curtas, e também sonorizar o audiobook para torná lo mais sensorial.
Não consigo elencar o que mais deu trabalho pois todas as etapas tiveram seus respectivos problemas. A parte de tradução já começou sendo difícil visto que além de termos um prazo relativamente curto para traduzir o livro inteiro, haviam expressões utilizadas inglesas no texto original que já eram ultrapassadas no inglês e outras que não faziam tanto sentido no português, portanto tivemos que adaptá las. Fiquei responsável por traduzir os capítulos do 9 ao 12. Após a tradução eu acabei fazendo a revisão, o que foi muito complicado pois ela tinha que estar pronta rapidamente.
Já na parte da edição a mesa de som acabou captando alguns ruídos, então passamos um tempo dedicados na “limpeza” de áudio retirando takes ruins e retirando ruídos. Além disso alguns áudios ficaram mais altos que outros, por isso tentei deixá-los mais nivelados possível.
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Outro ponto também a se preocupar foi a música, havia sempre a preocupação da música ficar mais alta que a voz, o que atrapalharia no entendimento da história, por isso tentei deixá-la perceptível, mas bem baixa.
Escolher também efeitos sonoros e uma música condizente foi trabalhoso, pois eu queria passar um clima específico em certos momentos. Me recordo que algo falado no grupo de edição era “achei que editar áudio era mais fácil”, todos nós subestimamos a dificuldade do áudio.
Uma coisa que me ajudou na edição foi separar as falas de todos os personagens, para assim já adiantar a montagem.
Obviamente que foi um trabalho difícil, nunca esperamos que fosse fácil, porém foi muito gratificante. Aprendi muito sobre edição de áudio e sobre produção de audiolivros no geral.
Acredito que se pudéssemosfazer algo diferente seria tentar uma organização melhor para cada etapa, acredito que isso teria nos poupado de muitos problemas. Outro ponto que se pudéssemos voltar no tempo acho que nós atentaríamos: o fato de que alguns integrantes não cumpriram tanto os prazos, o que acabou atrasando nosso cronograma e alguns também não cumpriram totalmente suas funções, o que acabou sobrecarregando outros integrantes e consequentemente também atrasando nossos prazos.
No mais, só tenho a agradecer tanto aos meus colegas de produtora, quanto aos professores (principalmente ao nosso professor orientador que nos sanou várias dúvidas e nos deu muitas dicas), quanto aos meus amigos e familiares que me deram muito suporte emocional. Não posso me esquecer também do pessoal do núcleo, que nos deu muito suporte. Sem eles eu não teria tido o prazer de participar de um projeto tão legal, tão incrível e que eu acredito tanto.
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Júlia Baptestone: A produção do projeto calafrios foi repleta de altos e baixos, alguns momentos de desespero e muitas calls de alinhamentos, mas não consigo expressar a quão grata me sinto de ter iniciado essa produção. Além do aprendizado em diversas áreas, adquiri experiência e me sinto mais preparada do que nunca para iniciar outros projetos audiovisuais que nunca sonharia começar se não fosse pela minha trajetória com o TCC.
Gostaria de expressar minha gratidão a alguns dos meus colegas, principalmente a Thais Abade e Jordânia, por estarem comigo ao longo deste ano caótico na minha vida pessoal e profissional, foi meu primeiro ano durante a faculdade com um trabalho integral e eu não conseguiria ter conciliado tudo se não fosse pela ajuda e compreensão deles. Fiz a minha parte e estou orgulhosa de mim mesma, mas senti que durante a produção algumas pessoas do grupo não cumpriram com as suas responsabilidades, o que pode ter nos atrasado em alguns momentos e causado desconforto. Quero deixar aqui também meu agradecimento ao professor Luís, por todo suporte durante as fases mais importantes de Calafrios
Sei que demos o nosso melhor para que tudo ocorresse como planejado, corremos um risco com a ideia de audiobook e me sinto muito orgulhosa de tudo que conquistamos e ainda vamos conquistar com esse trabalho.
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Marcos Paulo: Voltar a faculdade no último ano foi um misto de sentimento, mas eu devia isso para mim mesmo e para o meu futuro. No começo foi bem complicado pegar uma turma nova, grupos “formados”, mas tudo foi se encaixando eu fui bem recepcionado por todos e incluído, tem sido uma experiência incrível fazer parte da “panda” e um privilégio fazer parte de um TCC que vai muito além da faculdade, eu me apaixonei pela ideia audiobook porque eu consumo esse tipo de conteúdo, conhecer e exercer a estrutura de um roteiro de áudio me trouxe uma experiência complementar essencial pra me formar, cada gravação, dificuldade superada e obstáculos nos motiva mais a ver o resultado final, prezando sempre em fazer o nosso melhor para que tenhamos orgulho do resultado é possamos ficar incrédulos que nós mesmo que produzimos aquela “arte.” Enfim, agregou e continua agregando na minha vida pessoal e acadêmica, com certeza vou sair desse trabalho com outra perspectiva do que é um áudio book e com carga de um TCC.
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Pedro de Moura: A primeira etapa do projeto marcada pelo início da bíblia de produção foi algo interessante de se realizar, devidos contratempos e a sensação do tempo de meses passar em semanas, serviu de experiência para mim na pesquisa e busca de referências que vão servir para enriquecer tanto a bíblia, quanto a projeto todo.
Ajudar a revisar e pesquisar textos para o conteúdo da bíblia de produção foi algo inédito para mim que em demais semestres não me ocorreu, e que hoje percebo que foi um erro, pois a bíblia de produção é algo muito importante para a equipe que ajuda o entendimento completo da produção.
O processo da produção foi intenso e rápido, em agosto todo fui todo focado para o processo de casting, passou bem rápido e fora um pequeno estresse com o atendimento com muitas pessoas, foi tranquilo. Em setembro começamos a gravar que se estendeu até outubro quando foi finalizado.
Devido ao conhecimento adquirido nos semestres passados, as gravações têm sido feitas de maneira pratica, mesmo com pequenos problemas como cancelamento de agenda de atores, queima de mesa de som ou desconfiguração do sistema de cabos feito por outros projetos, esses pequenos imprevistos acabaram tirando um pouco do nosso tempo, mas nada que nos impedisse de gravar. O maior problema enfrentado mesmo foi o tempo em relação ao prazo relacionado com o planejamento que fizemos a gravação, já que o plano era gravar um personagem por vez o que deu certo no começo, mas nos atrapalhou no final pois os personagens com mais falas ficaram para o final, bem próximo aos prazos da edição e da entrega. O que eu faria diferente e que levo como aprendizado é utilizar menos diárias possíveis, chamando personagens terciários e segundarias para gravar no mesmo dia e personagens principais sozinhos, mas com mais tempo de estúdio numa diária. Juntamente com a gravação do audiolivro e do audioconto, foi gravado o making of e eu busquei sempre registrar os momentos mais importantes e simples dos processos de gravação e dando voz a equipe fazer depoimentos e perguntar a experiência dos atores, o que pode ser fundamental para servir de material referente ao processo feito.
A trilha sonora teve sua maior dificuldade devido ao conhecimento e um processo criativo diferente do que foi aprendido, e ao buscar aprender encontramos a dificuldade que cada vídeo, texto ou curso explica o mesmo conteúdo de forma diferente, o que torna as coisas confusas na maioria dos casos, porém o processo foi
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divertido já que entre brincadeiras e busca de referências sonoras construímos os temas mais importantes a história.
A edição começou em outubro, e o que mais nos preocupava era o fato de que as gravações ainda não havia terminado, faltando pouco a ser feito, para não perder tempo na edição separamos em processos considerando a limpeza do áudio, eliminando ruídos, normalizando a altura dos áudios e a equalização e a montagem e sonorização dos capítulos do livro e do conto, e o que mais complicou no processo de edição foi o fato que durante as edições descobrimos que seria necessário fazer algumas alterações, e como o estúdio de rádio se encontrou indisponível foi preciso utilizar do espaço e equipamento de um membro do nosso grupo e a diferença de ambientes na capitação de áudio foi algo que necessitou de um trabalho maior na equalização.
Acredito que o trabalho da equipe toda foi fundamental e a organização e esforço foi algo muito positivo que me dá a sensação de ter a confiança e a vontade de querer produzir mais audiolivros e audiocontos, o fato de ter tudo planejado e organizado fez que facilitasse muitas etapas, os problemas já relatados acima são coisas são aprendidas com a experiência na área e com a experiência vem o conhecimento de fazer melhor na próxima, meu principal objetivo pessoal deste o começo era fazer algo que eu me orgulhasse e gostasse no futuro e acredito que eu consegui alcançar esse objetivo e só com o conhecimento que tenho até aqui já sou grato por tudo pois sei que já cresci como pessoa e como profissional nesse projeto.
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Thais Abade: Chegando nessa etapa final do trabalho consigo dizer que foi um dos trabalhos mais desafiadores. Durante meu tempo na faculdade tive motivos para desistir e não voltar, mas com ajuda dos familiares e amigos consegui prosseguir. Desde a idealização do projeto Calafrios, pensar em uma ideia que iríamos conseguir reproduzir, mas também colocar em prática tudo o que aprendemos durante todo o tempo letivo, foi um grande desafio. Não queríamos que pensassem menos da nossa produtora por escolher algo mais “fácil”, mas também não poderíamos escolher algo que não fosse capaz de realizar. A ideia do audiolivro me interessou muito no início por ser algo que nunca tinha produzido, e escolher projetos que possam trazer experiência e novas habilidades na nossa área de atuação, é fundamental para o crescimento do profissional.
A ideia inicial foi estudada e então decidimos levar adiante, com pessoas indo e vindo da produtora, mantemos a ideia do audiolivro firme já que todos estavam animados para produzir.
A fase da pesquisa foi complicada, por se tratar de algo que não é muito produzido em trabalhos de conclusão de curso na faculdade e estávamos um pouco perdidos sem saber como começar, mas o professor Grego, que no orientou no começo da jornada, nos ajudou a criar um caminho que fosse possível a seguir.
Após muitos erros, finalmente acertamos o caminho que queríamos seguir, e eu, Júlia e Jordânia, nos alinhamos e estudamos para conseguir escrever a pesquisa sobre como chegamos na conclusão de que iríamos gravar um audiolivro. Agradeço a elas pelo comprometimento e ajuda em toda etapa que foi desafiadora para nós três.
Depois da fase de pesquisa as coisas começaram a ficar mais desafiadoras por se tratar de prazos como um coletivo, uma produtora com 9 integrantes, nem todos conseguem fazer as coisas no mesmo horário, por problemas pessoais ou por trabalharem, mas mesmo com problemas de seguir prazos, fomos capazes de entregar a primeira etapa do projeto Calafrios. Fiquei responsável pela parte da produção, roteiro e tradução do livro (traduzi os capítulos 5, 6,7, 8 e 13 em conjunto da Júlia) que foi a mais corrida em relação às outras por se tratar da parte que precisaríamos colocar a mão na massa e tirar o projeto do papel Tínhamos um cronograma bom e não muito apertado, mas nem sempre conseguimos seguir com o planejado, mas no final foi possível com a ajuda do nosso professor orientador Luís, e ajuda de amigos e familiares também.
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Gostaria de agradecer a todos da produtora, mesmo alguns fazendo mais que outros, não podemos controlar tudo, vocês me ajudaram nesse processo de aprendizado e de encerramento de ciclos, e agradecer também meus familiares por me apoiarem sempre. Agradeço também ao núcleo de comunicação da faculdade por nos ajudarem durante o período de gravação do projeto. Agradecer meu pai que gostaria muito de me ver encerrando esse ciclo, mas infelizmente não conseguiu.
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Thais Manfredo: Quando iniciamos o trabalho, tínhamos a intenção de apenas criar conta no Instagram. No entanto, ao longo do desenvolvimento, percebemos que usar apenas essa mídia digital não seria suficiente para cumprir com os objetivos e engajar junto ao público.
Foi preciso mudar a direção do projeto e pensar em algo mais amplo, que envolvesse outras mídias digitais, como um aplicativo e site. Por isso o nosso propósito passou a ser entrega de um planejamento de marketing digital
Do ponto de vista esta pesquisa e o estudo de caso tornam-se relevantes, à medida que se percebe a importância do alinhamento entre as estratégias de marketing, e as possibilidades de se alcançar resultados superiores por meio das redes sociais. Para produzir este trabalho, foi realizado um estudo que teve como base um referencial teórico, obtido por meio da pesquisa bibliográfica, onde foram abordados os conceitos sobre estratégias de marketing; estratégias de vendas.
Ao final deste estudo de caso, pode se dizer que o alinhamento entre a, as estratégias de marketing e as estratégias de vendas são fundamentais para o alcance dos objetivos.
A importância do marketing digital fica evidente no retorno da ferramenta, que pode ser alto ou baixo dependendo do investimento, assim, é concluído que o objetivo da divulgação ou qualquer outro foco no qual o marketing digital.
As ferramentas de marketing digital podem fornecer uma expansão da marca ou do produto se usado da forma correta, com estratégia, foco e planejamento. Para se entender melhor o Marketing Digital e sua importância, deve se evidenciar suas vantagens no meio de trabalho. Para se entender melhor o Marketing Digital e sua importância, deve se evidenciar suas vantagens no meio de trabalho.
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Vinicius Coradi: Eu fiquei como diretor geral para o projeto, de início houve bastante conversa até decidirmos o que iríamos fazer, após umas conversas vimos que muitos queriam algo no sentido de audiobook, começamos a pesquisar obras que poderiam ser feitas e como fazer, durante isso percebemos que não seria tão fácil, está sendo muito interessante fazer toda essa pesquisa e a pré produção de um produto desse tipo.
Um dos grandes desafios foi na questão do orçamento, pois para narrador de audiobook, não existe um piso de pagamento, então conversei com um narrador que já trabalha nessa área, e ele me explicou que existe uma espécie de discussão sobre isso, não existe um preço tabelado, alguns estúdios pagam de 250 a 450 reais a hora editada, então decidimos colocar 325 reais que é o valor que eles estão lutando para ser regulamentado no momento.
Logo no início da execução percebemos que não seria fácil, gerenciar dias de gravações e atores para diferentes personagens se provou mais complicado do que parecia, por sorte tive o auxílio de outros integrantes do grupo nos dias das gravações. Além disso as gravações da parte da narração que foram feitas por mim tinham ainda a dificuldade de ser uma grande porcentagem no livro.
Após isso passamos para a edição, o que também não foi nada fácil, pois tínhamos diversos áudios que tinham que ser limpos, montados, equalizados e finalizados colocando os efeitos.
Com certeza esse projeto foi algo muito desafiador, mas eu me orgulho de o que ele se tornou, em questão de fazer algo diferente eu acho que não mudaria nada, talvez a escolha de um livro menor, mas eu acredito que todos que participaram acima de tudo se divertiram com os perrengues e principalmente aprendemos muito com tudo isso.
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APÊNDICES
MAPA DE ARQUIVOS SONOROS
AUDIOLIVRO O Misterioso Caso de Styles
Tema de Abertura
Composição: Daniel Kalil e Pedro de Moura Duração: 00:33 Ano: 2022
Tema de Encerramento
Composição: Daniel Kalil e Pedro de Moura Duração: 01:24 Ano: 2022
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SINCRONIZAÇÃO MUSICAL
Capítulo 1 De Volta à Styles
Música da Mary Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0vU2pmnCNEw
Tema senhor Inglethorp Composição: Daniel Kalil e Pedro de Moura Duração: 01:20 Ano: 2022
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Capítulo 2 – De Volta à Styles
Música de Suspense
Nome da música: mystery.wav
Composição: CyberMad Ano: 2018 Duração: 00:10
Licença: Creative Commons 0 License (No copyright) Disponível em: https://freesound.org/people/CyberMad/sounds/448060/
Tema senhor Inglethorp
Composição: Daniel Kalil e Pedro de Moura Duração: 01:20 Ano: 2022
Tema Poirot
Composição: Daniel Kalil e Pedro de Moura Duração: 01:41 Ano: 2022
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Capítulo 3 A Noite da Tragédia
Música de Mistério
Nome da música: argento.WAV
Composição: Dr. Doom Ano: 2009 Duração: 01:08
Licença: Creative Commons 0 License (No copyright) Disponível em: https://freesound.org/people/Dr.%20Doom/sounds/73219/
Música de Suspense
Nome da música: mystery.wav
Composição: CyberMad Ano: 2018 Duração: Licença: Creative Commons 0 License (No copyright) Disponível em: https://freesound.org/people/CyberMad/sounds/448060/
Tema Senhor Inglethorp
Composição: Daniel Kalil e Pedro de Moura Duração: 01:20 Ano: 2022
Tema Poirot
Composição: Daniel Kalil e Pedro de Moura Duração: 01:41 Ano: 2022
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Capítulo 4 – Poirot Explica
Sliding Envelope.wav
Composição: MTJohnson Duração: 01:15 Ano: 2018 link: https://freesound.org/people/MTJohnson/sounds/444431/
various necktie sfx
Composição: shutuplaika Duração: 01:11 Ano: 2022 Link: https://freesound.org/people/shutuplaika/sounds/651107/
Window Open.wav
Composição: semccab Duração: 00:07 Ano: 2012 Link: https://freesound.org/people/semccab/sounds/154389/
Wood Door open close
Composição: Biblioteca do youtube Duração: 0:15 Ano: 2014
Wood Door Open
Composição: Biblioteca do youtube Duração: 00:01 Ano: 2014
Impeding Boom
Composição: Kevin MacLeod Duração: 2:36 Ano: 2015
Creditos: Impending Boom de Kevin MacLeod é licenciada de acordo com a licença Atribuição 4.0 da Creative Commons. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Fonte: http://incompetech.com/music/royalty-free/index.html?isrc=USUAN1100198 Artista: http://incompetech.com/
145
Summer Florest
Composição: Biblioteca do Youtube
Duração: 5:37
Ano: 2014
Blue Feather Reunited Composição: KevinMacLeod Duração: 4:38
Ano: 2015
Creditos: Blue Feather Reunited de Kevin MacLeod é licenciada de acordo com a licença Atribuição 4.0 da Creative Commons. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Fonte: http://incompetech.com/music/royalty-free/index.html?isrc=USUAN1200068
Artista: http://incompetech.com/
146
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 Liberdade, São Paulo
Data: 06/09/2022
Dia: Terça feira (1º dia de gravação) Hospitais mais
● Hospital Leforte
Endereço: Rua Barão de Iguape Liberdade, São Paulo SP, 01507 000 Telefone: (11) 3345 2000 Estúdio: Horário de entrada: 09:30 Horário de saída: 11:00
147
próximos:
Equipe Ator es 08:4 0 Chegada na
08:40 Chegada na
09:2 5
09:25
Gravações: Personagem Terciários capítulos 1 ao 7. Atuação: Integrantes da produtora.
Universidade
Universidade
Entrada no estúdio
Entrada no estúdio
09:3 0 Início das gravações 09:30 Início das gravações
11:0 0 Término das gravações 11:00 Término das gravações
11:0 5 Entrega dos lanches 11:05 Lanches
ORDEM DO DIA Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Data: 08/09/2022 Dia: Quinta feira (2º dia de gravação)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 Liberdade, São Paulo
Hospitais mais próximos: ● Hospital Leforte
Endereço: Rua Barão de Iguape Liberdade, São Paulo SP, 01507 000 Telefone: (11) 3345-2000 Previsão do tempo Min: 15º Max: 30º Sem previsão de chuva.
Estúdio:
Horário de entrada: 13:00 Horário de saída: 15:00 Gravações:
Vento 15km/h Umidade do ar: Baixa
148
André Oliveira como Senhor Inglethorp. Gravação das falas da personagem presente nos capítulos: 1,4,6 e 12.
Equipe
Ator
10:55 Chegada na Universidade 12:30 Chegada na estação São Joaquim 11:00 Reunião de “alinhamento” 12:50 Chegada na universidade
12:30 Buscar o ator no metrô 12:53 Hidratar a voz antes de entrar no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 13:05 Início das gravações 13:05 Início das gravações 14:55 Término das gravações 14:55 Término das gravações 15:00 Lanche 15:00 Lanche
Equipamentos:
Mesa de som Software de Captação de áudio Microfones Revestimento Acústico Câmera (para Making Of)
149
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 13/09/2022
Dia: Terça feira (3º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000
Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo Min: 14º Max: 26º Previsão de chuva.
Horário de entrada: 09:15 Horário de saída: 11:15
Vento 11 km/h
Umidade do ar: Baixa Estúdio:
150
Gravações:
capítulo. Equipe Ator 08:30 Chegada na Universidade 08:30 Chegada na Universidade 09:15 Entrada no estúdio 09:15 Entrada
estúdio 09:20 Início
09:20 Início
gravações 11:15 Término
gravações 11:15
11:30
11:30
Equipamentos:
Narração Hastings Primeiro
no
das gravações
das
das
Término das gravações
Lanches
Lanches
esa de som Software de Captação de áudio M icrofones Revestimento Acústico Câmera (para Making Of)
151
M
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 14/09/2022
Dia: Quarta-feira (4º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000
Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo Min: 13º Max: 25º
Previsão de chuva.
Horário de entrada: 14:00 Horário de saída: 17:00
Estúdio:
Vento 11 km/h
Umidade do ar: Baixa
Gravações:
Poirot Início das gravações. Ator: Vinicius Teixeira. Hastings Diálogos. Ator: Vinicius Coradi.
Equipe Atores
13:00 Chegada na Universidade 13:30 Chegada na estação
13:15 Sair pra buscar o ator do Poirot na estação.
13:45 Chegada na Universidade
13:57 Entrada no estúdio 13:57 Entrada no estúdio
152
14:00 Início das gravações 14:00 Início das gravações
15:10 Pausa pro lanche 15:40 Retomada das gravações 15:40 Retomada das gravações 17:00 Término das gravações 17:00 Término das gravações
15:10 Pausa pro lanche
Equipamentos:
Mesa de som Software de Captação de áudio Microfones Revestimento Acústico Câmera (para Making Of)
153
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 20/09/2022
Dia: Terça feira (5º dia de gravação)
Hospitais mais próximos
:
Endereço: Rua Barão de Iguape Liberdade, São Paulo SP, 01507 000
Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo Min: 14º Max: 26º
Previsão de chuva.
Estúdio: Horário de entrada: 13:00 Horário de saída: 15:00
Vento 15 km/h Umidade do ar: Baixa
154
Gravações: Hastings – Continuação das falas do capítulo 1. Hastings Narração do capítulo 2. Equipe Ator 12:00 Almoço 12:00 Almoço 12:50 Chegada na Universidade 12:50 Chegada na Universidade 12:57 Entrada no estúdio 12:57 Entrada no estúdio 13:00 Início das gravações 13:00 Início das gravações 15:00 Término das gravações 15:00 Término das gravações
esa de som Software de Captação de áudio M
155
M
E
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 21/09/2022
Dia: Quarta-feira (6º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000
Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo
Min: 15º Max: 23º
Previsão de chuva.
Horário de entrada: 08:30
Horário de saída: 09:55
Vento 11 km/h
Umidade do ar: Média Estúdio:
156
Gravações: Personagem Senhora Inglethorp Lívia Abade. Equipe Atriz 08:00 Chegada na Universidade 08:00 Chegada na Universidade 08:27 Entrada no estúdio 08:27 Entrada no estúdio 08:30 Início das gravações 08:30 Início das gravações 09:55 Término das gravações 09:55 Término das gravações Equipamentos:
esa de som Software de Captação de áudio M
icrofones Revestimento Acústico Câmera (para Making Of)
157
M
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 22/09/2022
Dia: Quinta-feira (7º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000
Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo
Min: 17º Max: 24º
Previsão de chuva.
Horário de entrada: 13:00 Horário de saída: 15:00
Estúdio:
Vento 14 km/h
Umidade do ar: Baixa
158
Mary Cavendish Aurora Valmai. Equipe Atriz 12:00 Chegada na Universidade 12:30 Chegada na estação 12:30 Buscar a atriz na estação 12:50 Chegada na Universidade 13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 13:05
das gravações 13:05
gravações 15:00
15:00
15:05
Gravações: Personagem
Início
Início das
Término das gravações
Término das gravações 15:05 Horário do lanche
Horário do lanche
esa de som Software de Captação de áudio M
159
M
E
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 27/09/2022
Dia: Terça-feira (8º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000
Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo
Min: 16º Max: 22º
Previsão de chuva.
Horário de entrada: 13:00
Horário de saída: 15:00
Estúdio:
Vento 14 km/h
Umidade do ar: Alta
160
Gravações:
Doutor Bauerstein Sidney. Equipe Ator 12:40 Chegada na Universidade 12:40 Chegada na Universidade 13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 13:05 Início das gravações 13:05
gravações 15:00 Término das gravações 15:00
15:05
15:05
Personagem
Início das
Término das gravações
Horário do lanche
Horário do lanche
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 28/09/2022
Dia: Quarta feira (9º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000 Telefone: (11) 3345-2000
Previsão do tempo Min: 14º Max: 18º Previsão de chuva.
Horário de entrada: 13:00 Horário de saída: 15:00
Vento 15 km/h Umidade do ar: Alta Estúdio:
161
Howard Karen Cristina Equipe Atriz 12:10
12:40
12:35
12:55
13:00
Gravação: Personagem Evelyn
Chegada na Universidade
Chegada na Estação
Buscar a atriz na estação
Chegada na Universidade 13:00 Entrada no estúdio
Entrada no estúdio 13:05 Início das gravações 13:05 Início das gravações 15:00 Término das gravações 15:00 Término das gravações 15:05 Horário do lanche 15:05 Horário do lanche
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 29/09/2022
Dia: Quinta feira (10º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000
Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo Min: 12º Max: 17º
Previsão de chuva.
Horário de entrada: 13:00 Horário de saída: 15:00
Estúdio:
Vento 19 km/h
Umidade do ar: Alta
Gravações:
12:10 Chegada na Universidade
Chegada na estação 12:25 Buscar o ator na estação.
Chegada na Universidade 13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 13:05 Início das gravações 13:05 Início das gravações 15:00 Término das gravações 15:00 Término das gravações
162
Equipe
Personagem John Ator Leon Aurélio
Ator
12:30
12:55
15:05 Entrega dos lanches 15:05 Lanche
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 04/10/2022
Dia: Terça feira (11º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000 Telefone: (11) 3345 2000
Vento 14 km/h Umidade do ar: Alta
Estúdio:
163
Horário de entrada: 13:00
Previsão do tempo Min: 15º Max: 21º Previsão de garoa. Gravação: Narração Hastings narração capítulo 4 Equipe Ator 12:40 Chegada na Universidade 12:40 Chegada na Estação 12:55 Entrada no estúdio 12:55 Entrada no estúdio 13:05 Início das gravações 13:05 Início das gravações
Horário de saída: 15:00
15:00 Término das gravações 15:00 Término das gravações 15:05 Horário do lanche 15:05 Horário do lanche
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 05/10/2022 Dia: Quarta-feira (12º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape Liberdade, São Paulo SP, 01507 000 Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo Min: 15º Max: 24º Sem previsão de chuva.
de entrada: 13:00
de saída: 15:00
Estúdio:
Vento 14 km/h Umidade do ar: Baixa
164
Horário
Horário
Gravação: Continuação das falas do John ator Leon Oliveira Equipe Ator 12:40 Chegada na Universidade 12:40 Chegada na Estação
12:55 Entrada no estúdio 12:55 Entrada no estúdio 13:05 Início das gravações 13:05 Início das gravações 15:00 Término das gravações 15:00 Término das gravações 15:05 Horário do lanche 15:05 Horário do lanche
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 06/10/2022 Dia: Quinta feira (13º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape Liberdade, São Paulo SP, 01507 000 Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo
Min: 16º
Max: 31º
Previsão de chuva.
Estúdio:
Vento 17 km/h
Umidade do ar: Baixa
Horário de entrada: 13:00
Horário de saída: 15:00
Gravações:
Personagem Cynthia Murdock Atriz Letícia Paixão. Narração Hastings Capítulo 5
Equipe
Atores
165
12:10 Chegada na Universidade 12:30 Chegada na estação Letícia
12:25 Buscar o ator na estação. 12:55 Chegada na Universidade 13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 13:05 Início das gravações 13:05 Início das gravações
14:05 Término das gravações Cynthia
14:10 Vinícius narração do Hastings capítulo 5.
14:05 Término das gravações da Letícia Paixão 14:06 Lanches Letícia 14:06 Lanches Letícia 14:10 Início das gravações da narração do Hastings do cap. 5
15:00 Término das gravações 15:00 Término das gravações 15:05 Entrega dos lanchesVinicius
15:05 Lanches - Vinicius
166
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 11/10/2022
Dia: Terça feira (14º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000
Telefone: (11) 3345 2000
Previsão do tempo Min: 16º Max: 28º
Previsão de chuva.
Horário de entrada: 13:00
Horário de saída: 15:00
Estúdio:
Vento 11 km/h
Umidade do ar: Baixa
167
Dorcas Thaís Manfredo. Equipe Atriz 12:40 Chegada na Universidade 12:40 Chegada na Universidade 13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 13:05
das gravações 13:05
gravações 15:00
gravações 15:00
Gravações: Personagem
Início
Início das
Término das
Término das gravações
15:05 Entrega dos lanches 15:05 Lanches
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 - Liberdade, São Paulo
● Hospital Leforte
Data: 13/10/2022
Dia: Quinta feira (15º dia de gravação)
Hospitais mais próximos:
Endereço: Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP, 01507-000 Telefone: (11) 3345 2000
Vento 9 km/h Umidade do ar: Baixa
Estúdio:
168
Horário de entrada: 13:00 Horário
Previsão do tempo Min: 18º Max: 31º Previsão de chuva. Gravação: Personagem Lawrence Ator Jefferson Hideki Equipe Ator 12:20 Chegada na universidade 12:35 Chegada na estação 12:30 Sair para buscar o ator 12:55 Chegada na universidade
de saída: 15:00
13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 13:05 Início das gravações 13:05 Início das gravações 15:00 Término das gravações 15:00 Término das gravações 15:05 Horário do lanche 15:05 Horário do lanche
ORDEM DO DIA
Local: Universidade Cruzeiro do Sul (Campus Liberdade)
Endereço: Rua Galvão Bueno, 868 Liberdade, São Paulo
Data: 20/10/2022 Dia: Quinta feira (18º dia de gravação) Hospitais mais próximos: ● Hospital Leforte
Endereço: Rua Barão de Iguape Liberdade, São Paulo SP, 01507 000 Telefone: (11) 3345 2000 Previsão do tempo Min: 18º Max: 28º Previsão de chuva.
Vento 13 km/h Umidade do ar: Baixa Estúdio: Horário de entrada: 13:00 Horário de saída: 15:00
169
Gravações: Continuação da gravação das falas da atriz Karen Cristina. Equipe Atriz 12:40 Chegada na Universidade 12:40 Chegada na Universidade 13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 13:05 Início das gravações 13:05 Início das gravações
15:00 Término das gravações 15:00 Término das gravações 15:05 Entrega dos lanches 15:05 Lanches
170
ORDEM DO DIA
Local: Estúdio de Rádio da Casa do Daniel.
Endereço: Vila Carioca, Ipiranga, São Paulo. (Próximo à estação Tamanduateí)
Data: 27/10/2022
Dia: Quinta feira (20º dia de gravação)
Horários
171
Equipamentos: Microfone Le Son SM 58 Mesa de Som Wattsom MXS 10Caixas de Som: 2 Sony SS GTR66H 1 CSR2500A/USB de
Horário de entrada: 13:00 Horário de saída: 18:00 Gravações: Continuação da gravação das falas do Hastings. Equipe Ator 12:40 Chegada no local 12:40 Chegada no local 13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 15:00 Pausa para o lanche 15:00 Pausa para o lanche 18:00 Término das gravações 18:00 Término das gravações
retorno
ORDEM DO DIA
Local: Estúdio de Rádio da Casa do Daniel.
Endereço: Vila Carioca, Ipiranga, São Paulo. (Próximo à estação Tamanduateí)
Data: 28/10/2022 Dia: Sexta feira (21º dia de gravação)
Horários
172
Equipamentos:
Le
SM 58
de
10
2
1
Horário de entrada: 12:00 Horário de saída: 15:00 Gravações: Continuação da gravação das falas do Hastings e Poirot. Equipe Ator 11:40 Chegada no local 11:40 Chegada no local 13:00 Entrada no estúdio 13:00 Entrada no estúdio 15:00 Término das gravações 15:00 Término das gravações
Microfone
Son
Mesa
Som Wattsom MXS
Caixas de Som:
Sony SS GTR66H
CSR2500A/USB de retorno
Roteirista
Projeto 4 R$ 10.884,23 R$ 43.536,92
Diretor Mensal 1 R$ 2.390,46 R$ 2.390,46 Assistente de Direção Mensal 1 R$ 477,41 R$ 477,41
Produtor de Elenco
Mensal 1 R$ 545,00 R$ 545,00
Produtor Geral Mensal 1 R$ 1.147,42 R$ 1.147,42
Produtor Executivo Mensal 1 R$ 1.915,18 R$ 1.915,18
Diretor de Arte Mensal 1 R$ 956,17 R$ 956,17
Ilustrador Mensal 2 R$ 1.519,00 R$ 3.038,00
Diária filmmaker (com equipamento) Diária 3 R$ 227,30 R$ 681,90 Sonoplasta Semanal 1 R$ 1.139,21 R$ 2.278,42
Operador de Áudio
Semanal 1 R$ 286,85 R$ 573,7
Editor Semanal 4 R$ 669,31 R$ 5.354,48 Assistente de Edição Semanal 2 R$ 334,68 R$ 1.338,72 Finalizador Semanal 1 R$ 239,02 R$ 478,04
173
PREVISTO
Unidade Qtde Valor Subtotal
ORÇAMENTO
1.Equipe
10
TOTAL R$
2.Equipamentos Unidade Qtde Valor Subtotal Estúdio Diária 5 R$ 1200,00 R$ 6.000,00 Lapela Diária 2 R$ 153,00 R$ 3.060,00 TOTAL R$ 9.060,00 3.Mídia Física Unidade Qtde Valor Subtotal CD Físico Unidade 6 R$ 3,00 R$ 18,00 CD Capa Unidade 6 R$ 30,00 R$ 180,00 CD Encarte Unidade 6 R$ 5,00 R$ 30,00
Atores Hora
R$ 325,00 R$ 16.250,00
80.961,82
174 TOTAL R$ 228,00 4.Site Unidade Qtde Valor Subtotal Domínio Anual 1 R$ 40,00 R$ 40,00 Hospedagem Mensal 1 R$ 19,00 R$ 19,00 TOTAL R$ 59,00 TOTAL GERAL R$ 90.308,82 6.Taxas e impostos Unidade Qtde Valor Subtotal Taxa de produção % 20 R$ 289,47 R$ 5.789,40 Impostos % 8 R$ 964,93 R$ 7.719,44 TOTAL GERAL R$ 103.817,66
ORÇAMENTO REAL
175
176
ANEXOS
177
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
Autorização de Representação Artística
Eu, ____________________________________________ portador (a) da Carteira de Identidade nº _________________, e do CPF nº ___________, autorizo de forma gratuita o uso de minha composição musical/sonora intitulada “O Misterioso Caso de Styles - Abertura” , “O Misterioso Caso de StylesEncerramento” , “Um verdadeiro Dandi” e “ “O homem de ar misterioso” para fins de uso acadêmico. Sob a responsabilidade da Produtora universitária _________________ da Universidade Cruzeiro do Sul para o fim específico no uso do audiolivro “O Misterioso Caso de Styles” que pertence ao projeto Calafrios. Esta autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso mencionado acima em todo território nacional e no exterior, sob qualquer forma e meios, sendo eles podendo ser impresso ou mídias eletrônicas, mesmo como a divulgação e publicação em programas acadêmicos para rádio, sítios da internet sob o nome da universidade, ou mesmo da produtora universitária. Com o caráter de uso acadêmico a veiculação da minha representação artística/composição musical, tanto a divulgação do material audiovisual, não trata nenhum prejuízo a minha pessoa. _________________________________________________
(Local, Data)
(Nome e Assinatura)
(Endereço e telefone para contato.)
Autorização de Representação Artística
Eu, ____________________________________________ portador (a) da Carteira de Identidade nº _________________, e do CPF nº ___________, autorizo de forma gratuita o uso de minha composição musical/sonora intitulada “O Misterioso Caso de Styles - Abertura” , “O Misterioso Caso de StylesEncerramento” e “Um verdadeiro Dandi” para fins de uso acadêmico. Sob a responsabilidade da Produtora universitária _________________ da Universidade Cruzeiro do Sul para o fim específico no uso do audiolivro “O Misterioso Caso de Styles” que pertence ao projeto Calafrios. Esta autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso mencionado acima em todo território nacional e no exterior, sob qualquer forma e meios, sendo eles podendo ser impresso ou mídias eletrônicas, mesmo como a divulgação e publicação em programas acadêmicos para rádio, sítios da internet sob o nome da universidade, ou mesmo da produtora universitária. Com o caráter de uso acadêmico a veiculação da minha representação artística/composição musical, tanto a divulgação do material audiovisual, não trata nenhum prejuízo a minha pessoa. _________________________________________________
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Autorização de Imagem, Som e Divulgação. Eu, ______________________________________________________ portador(a) da Carteira de Identidade nº _________________, emitida por ___________ e do CPF nº ___________, autorizo o uso da minha imagem e voz no audiolivro O Misterioso Caso de Styles para fins exclusivamente acadêmicos, sob a responsabilidade da Produtora Rainbow Panda da Universidade Cruzeiro do Sul para Esta autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso da imagem e som entendendo se como fotos, filmagens, voz, não podendo ser publicado para fins não acadêmicos. Com o caráter de uso acadêmico autorizo a veiculação da minha imagem e som, tanto a divulgação do material audiovisual, não trazendo nenhum prejuízo a minha pessoa.
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Julia
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Baptestone
Assinatura de Julia Baptestone Gurgel
Autorização de Representação Artística
Eu, ____________________________________________ portador (a) da Carteira de Identidade nº _________________, e do CPF nº ___________, autorizo de forma gratuita o uso de minha composição musical/sonora intitulada “O Misterioso Caso de Styles - Abertura” , “O Misterioso Caso de StylesEncerramento” , “Um verdadeiro Dandi” e “ “O homem de ar misterioso” para fins de uso acadêmico. Sob a responsabilidade da Produtora universitária _________________ da Universidade Cruzeiro do Sul para o fim específico no uso do audiolivro “O Misterioso Caso de Styles” que pertence ao projeto Calafrios. Esta autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso mencionado acima em todo território nacional e no exterior, sob qualquer forma e meios, sendo eles podendo ser impresso ou mídias eletrônicas, mesmo como a divulgação e publicação em programas acadêmicos para rádio, sítios da internet sob o nome da universidade, ou mesmo da produtora universitária. Com o caráter de uso acadêmico a veiculação da minha representação artística/composição musical, tanto a divulgação do material audiovisual, não trata nenhum prejuízo a minha pessoa. _________________________________________________
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Autorização de Representação Artística
Eu, ____________________________________________ portador (a) da Carteira de Identidade nº _________________, e do CPF nº ___________, autorizo de forma gratuita o uso de minha composição musical/sonora intitulada “O Misterioso Caso de Styles - Abertura” , “O Misterioso Caso de StylesEncerramento” e “Um verdadeiro Dandi” para fins de uso acadêmico. Sob a responsabilidade da Produtora universitária _________________ da Universidade Cruzeiro do Sul para o fim específico no uso do audiolivro “O Misterioso Caso de Styles” que pertence ao projeto Calafrios. Esta autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso mencionado acima em todo território nacional e no exterior, sob qualquer forma e meios, sendo eles podendo ser impresso ou mídias eletrônicas, mesmo como a divulgação e publicação em programas acadêmicos para rádio, sítios da internet sob o nome da universidade, ou mesmo da produtora universitária. Com o caráter de uso acadêmico a veiculação da minha representação artística/composição musical, tanto a divulgação do material audiovisual, não trata nenhum prejuízo a minha pessoa. _________________________________________________
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TERMO DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Pelo presente Termo de Cessão de Direitos Autorais e tendo em vista o disposto na Lei Federal nº 9.610, de 19/12/1998, eu
portadora do RG nº ________________, inscrita no CPF sob nº _______________________, autorizo a cessão e transferência dos direitos autorais, a partir desta data e isento de qualquer ônus, do conto intitulado _____________________________ para publicação na plataforma Spotify e no aplicativo da produtora, obra a ser organizada pela Produtora Rainbow Panda. Declaro ainda que: a) O conto acima referenciada é de minha legítima e exclusiva autoria e não viola e não infringe qualquer direito autoral existente, pelo qual me responsabilizo totalmente; b) Autorizo a publicação do conto acima referenciada na versão eletrônica da obra a ser publicada e concedo a Produtora Rainbow Panda plenos direitos em todo o território nacional para escolha do editor, de reprodução, de divulgação, de veiculação, de reprodução, de tiragem, de formato e o que for necessário para que a publicação seja efetivada. c) Concedo a Produtora Rainbow Panda por tempo ilimitado, em todo o território nacional, todos os direitos do conto acima referenciado para publicação, comercialização, veiculação, atualização, exibição, reprodução, transmissão, difusão e comunicação da obra ao público, por qualquer formato ou meio, diretamente ou por meio de terceiros, mantidos os créditos do autor, sem que isso implique direito à percepção de qualquer valor, inclusive a título de direitos autorais.
Esta autorização é válida apenas para produtora Rainbow Panda
2022 (assinatura da autora)
TESTEMUNHAS
___________________________________________,
_____________, _____________
_____________
de
de
[Nome], CPF ZapSign d1774fb4-af18-45ca-a8ce-62eaabb8eb98. Documento assinado eletronicamente, conforme MP 2.200-2/2001 e Lei 14.063/2020.
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TERMO DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS_v2. pdf
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Thais Abade Augusto Assinou
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Assinatura de Ana Gabriela Pacheco
Assinatura de Thais Abade Augusto
Autorização de Imagem, Som e Divulgação. Eu, ______________________________________________________ portador(a) da Carteira de Identidade nº _________________, emitida por ___________ e do CPF nº ___________, autorizo o uso da minha imagem e voz no audiolivro O Misterioso Caso de Styles para fins exclusivamente acadêmicos, sob a responsabilidade da Produtora Rainbow Panda da Universidade Cruzeiro do Sul para Esta autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso da imagem e som entendendo se como fotos, filmagens, voz, não podendo ser publicado para fins não acadêmicos. Com o caráter de uso acadêmico autorizo a veiculação da minha imagem e som, tanto a divulgação do material audiovisual, não trazendo nenhum prejuízo a minha pessoa.
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José Manfredo Assinou
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Assinatura de José Manfredo
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Relatório de Assinaturas
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Marcos Paulo Assinou
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Assinatura de Marcos Paulo
Autorização de Imagem, Som e Divulgação. Eu, ______________________________________________________ portador(a) da Carteira de Identidade nº _________________, emitida por ___________ e do CPF nº ___________, autorizo o uso da minha imagem e voz no audioconto O Brado da Floresta para fins exclusivamente acadêmicos, sob a responsabilidade da Produtora Rainbow Panda da Universidade Cruzeiro do Sul para Esta autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso da imagem e som entendendo se como fotos, filmagens, voz, não podendo ser publicado para fins não acadêmicos. Com o caráter de uso acadêmico autorizo a veiculação da minha imagem e som, tanto a divulgação do material audiovisual, não trazendo nenhum prejuízo a minha pessoa.
(Nome e Assinatura )
(Endereço e telefone para contato.)
ZapSign 317921e1-b715-427e-bf4a-654fce217903. Documento assinado eletronicamente, conforme MP 2.200-2/2001 e Lei 14.063/2020.
Relatório de Assinaturas
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Assinaturas
Vinícius Coradi Assinou
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Data e hora: 03 Novembro 2022, 14:02:05 E-mail: vinnilanhouse@gmail.com (autenticado com código único enviado exclusivamente a este e-mail) Telefone: + 5511995629341
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Thais Manfredo Assinou
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Data e hora: 03 Novembro 2022, 14:06:38 E-mail: thais.manfredo@hotmail.com Telefone: + 5511992579097
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Daniel Kalil Assinou
Pontos de autenticação: Assinatura na tela IP: 177.58.253.25 / Geolocalização: -23.595433, -46.594644
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Datas e horários em UTC-0300 (America/Sao_Paulo) Última atualização em 03 Novembro 2022, 19:24
Assinatura de Vinícius Coradi
Assinatura de Thais Manfredo
Assinatura de Daniel Kalil
André Millan deOliveira
Assinou
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Data e hora: 03 Novembro 2022, 15:07:40
E-mail: demillan.264@gmail.com (autenticado com código único enviado exclusivamente a este e-mail)
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Thais Abade Augusto Assinou
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Data e hora: 03 Novembro 2022, 14:06:12
E-mail: abadethais@gmail.com Telefone: + 5511992700099
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Assinatura de André Millan deOliveira
Assinatura de Thais Abade Augusto
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Verificador de Autenticidade: https://app.zapsign.com.br/verificar/autenticidade?doc=317921e1-b715-427e-bf4a654fce217903
Integridade do documento certificada digitalmente pela ZapSign (ICP-Brasil): https://zapsign.com.br/validacao-documento/
Este Log é exclusivo ao, e deve ser considerado parte do, documento número 317921e1-b715-427e-bf4a654fce217903, de acordo com os Termos de Uso da ZapSign disponível em zapsign.com.br
ZapSign 317921e1-b715-427e-bf4a-654fce217903. Documento assinado eletronicamente, conforme MP 2.200-2/2001 e Lei 14.063/2020.
TERMO DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Pelo presente Termo de Cessão de Direitos Autorais e tendo em vista o disposto na Lei Federal nº 9.610, de 19/12/1998, eu
portadora do RG nº ________________, inscrita no CPF sob nº _______________________, autorizo a cessão e transferência dos direitos autorais, a partir desta data e isento de qualquer ônus, do conto intitulado _____________________________ para publicação na plataforma Spotify e no aplicativo da produtora, obra a ser organizada pela Produtora Rainbow Panda. Declaro ainda que: a) O conto acima referenciada é de minha legítima e exclusiva autoria e não viola e não infringe qualquer direito autoral existente, pelo qual me responsabilizo totalmente; b) Autorizo a publicação do conto acima referenciada na versão eletrônica da obra a ser publicada e concedo a Produtora Rainbow Panda plenos direitos em todo o território nacional para escolha do editor, de reprodução, de divulgação, de veiculação, de reprodução, de tiragem, de formato e o que for necessário para que a publicação seja efetivada. c) Concedo a Produtora Rainbow Panda por tempo ilimitado, em todo o território nacional, todos os direitos do conto acima referenciado para publicação, comercialização, veiculação, atualização, exibição, reprodução, transmissão, difusão e comunicação da obra ao público, por qualquer formato ou meio, diretamente ou por meio de terceiros, mantidos os créditos do autor, sem que isso implique direito à percepção de qualquer valor, inclusive a título de direitos autorais.
Esta autorização é válida apenas para produtora Rainbow Panda
2022 (assinatura da autora)
TESTEMUNHAS
___________________________________________,
_____________, _____________
_____________
de
de
[Nome], CPF ZapSign d1774fb4-af18-45ca-a8ce-62eaabb8eb98. Documento assinado eletronicamente, conforme MP 2.200-2/2001 e Lei 14.063/2020.
Datas e horários em UTC-0300 (America/Sao_Paulo) Última atualização em 07 Novembro 2022, 23:09
TERMO DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS_v2. pdf
Documento número d1774fb4-af18-45ca-a8ce-62eaabb8eb98
Assinaturas
Ana Gabriela Pacheco Assinou
Pontos de autenticação: Assinatura na tela
IP: 191.204.219.133 / Geolocalização: -23.506794, -46.748380 Dispositivo: Mozilla/5.0 (Linux; Android 10; motorola one) AppleWebKit/537.36 (KHTML, like Gecko) Chrome/107.0.0.0 Mobile Safari/537.36
Data e hora: 07 Novembro 2022, 23:09:08
E-mail: anagabrielassillapacheco@gmail.com Telefone: + 5511984705126
Token: f715e573-****-****-****-53e3325baea0
Thais Abade Augusto Assinou
Pontos de autenticação: Assinatura na tela IP: 191.162.246.82
Dispositivo: Mozilla/5.0 (Windows NT 10.0; Win64; x64) AppleWebKit/537.36 (KHTML, like Gecko) Chrome/107.0.0.0 Safari/537.36
Data e hora: 07 Novembro 2022, 13:43:04
E-mail: abadethais@gmail.com
Telefone: + 5511992700099
Token: f06f9f99-****-****-****-8a2f2f4150ae
Hash do documento original (SHA256): a939308516ec8c38a4b1a0641805667fd20a973d21701fec0cc39a324105738f
Verificador de Autenticidade: https://app.zapsign.com.br/verificar/autenticidade?doc=d1774fb4-af18-45ca-a8ce62eaabb8eb98
Integridade do documento certificada digitalmente pela ZapSign (ICP-Brasil): https://zapsign.com.br/validacao-documento/
Este Log é exclusivo ao, e deve ser considerado parte do, documento número d1774fb4-af18-45ca-a8ce62eaabb8eb98, de acordo com os Termos de Uso da ZapSign disponível em zapsign.com.br
ZapSign d1774fb4-af18-45ca-a8ce-62eaabb8eb98. Documento assinado eletronicamente, conforme MP 2.200-2/2001 e Lei 14.063/2020.
Relatório de Assinaturas
Assinatura de Ana Gabriela Pacheco
Assinatura de Thais Abade Augusto
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIÇA DEPARTAMENTO DE JUSTIÇA, CLASSIFICAÇÃO, TÍTULOS E QUALIFICAÇÃO
1. Natureza de Análise: marque apenas 1 opção: ☐
ANÁLISE COMUM
Marque esta opção caso seja a primeira classificação da obra. Versão editada de obra já classificada, seja com acréscimo ou supressão de cenas, também é considerada “nova obra”. Portanto, este campo deve ser marcado. ☐ RECLASSIFICAÇÃO
Marque esta opção apenas caso a obra tenha classificação indicativa atribuída antes de julho de 2006 e agora é submetida a uma nova análise sob a luz dos novos critérios de classificação.
FICHA TÉCNICA DE AUDIOVISUAL
2. Segmento de Mercado: marque o segmento no qual a obra será exibida inicialmente. Uma vez que tenha recebido a classificação definitiva pelo Ministério da Justiça, desde que não tenha sofrido alterações, a obra audiovisual está apta para qualquer outro segmento de mercado, sem necessidade de novo pedido de classificação ou aviso prévio ao Ministério.
CINEMA COMERCIAL
MOSTRAS/FESTIVAIS DE CINEMA
TELEVISÃO (veja texto abaixo) 2.1. Obras inéditas para televisão podem ser autoclassificadas pelo requerente OU classificadas por análise prévia pelo Ministério da Justiça. Contudo, você não tem esta escolha no caso obras editadas para televisão que já receberam classificação anterior igual ou superior a 12 anos: estas devem ser classificadas por análise prévia. Marque a forma de classificação desejada para televisão:
HOME VIDEO (DVD, Blu ray, streaming, etc)
3.
☐
☐
☐ Conjunto de episódios de série ☐ Programa de TV ☐ Show Musical x Outras: audiolivro 4. Identificação e conteúdo da obra 1. Título no Brasil: Calafrios 2. Título original: Calafrios 3. Título da série: O Brado da Floresta 4. Ano da temporada: 2022 5. Ano de produção: 2022 6. Número do(s) episódio(s): 1 7. País de origem: Brasil 8. Distribuidor: Rainbow Panda 9. Produtor: Rainbow Panda 10. Diretor: Vinícius Coradi 11. Elenco principal: Vinícius Coradi, Daniel Kalil e Thais Manfredo 12. Cor: ☐ Colorido ☐Preto e branco 13. Tempo de duração: 25 minutos e 49 segundos 14. Classificação pretendida: ☐ Livre ☐10 anos x 12 anos ☐ 14 anos ☐ 16 anos ☐ 18 anos 15. Mídia enviada para análise: 16. Gênero: ☐ DVD/Blu ray ☐ Arquivo digital ☐ 35 mm x Link de internet ☐ Cinema digital ☐ Outro________ ☐ Drama ☐ Romance ☐ Comédia ☐ Faroeste ☐ Aventura ☐ Documentário x Suspense ☐ Infantil xTerror ☐ Guerra ☐ Cultura ☐ Policial ☐ Ação ☐ Animação ☐ Erótico ☐ Musical ☐ Ficção científica xOutro_Mistério 17. Data prevista de exibição: 18. Emissora (obras para TV): 19. Praça de Exibição (obras para TV): ☐ Rede Nacional ☐ Regional:____________ 20. Violência: marque todos os itens que aparecem na obra ☐ Armas x Ato Violento x Cenas que Assustam x Crueldade x Dor ou Sofrimento ☐ Estupro x Exposição de Cadáver x Ferimentos x Morte / Assassinato x Mutilação x Sangue x Suicídio x Temas Angustiantes ☐ Tortura ☐ Violência de Forte Impacto x Violência Fantasiosa 21. Conteúdo Sexual: marque todos os itens que aparecem na obra ☐ Nudez Velada x Nudez ☐ Linguagem Chula ☐ Linguagem de Conteúdo Sexual ☐ Insinuação Sexual ☐ Relação Sexual ☐ Relação Sexual Explícita ☐ Prostituição 22. Drogas: marque todos os itens que aparecem na obra ☐ Consumo de Álcool ou Cigarro ☐ Consumo de Moderado de Álcool ou Cigarro ☐ Consumo de Drogas Ilícitas ☐ Consumo Medicinal de Drogas Ilícitas ☐ Tráfico de Drogas ☐Menção a Drogas 5. Interessado 1. Nome (pessoa ou empresa): 2. CPF/CNPJ (ou equivalente estrangeiro): 5. Endereço: 6. Cidade: 7. Estado: 8. CEP: 9. Email: 10. Telefone/Fax: 11. Local e data: 12. Assinatura:
☐
☐
☐
☐
☐ ANÁLISE PRÉVIA x AUTOCLASSIFICAÇÃO
Categoria da obra: marque apenas 1 opção;
Longa metragem (70’’ ou mais) ☐Média metragem (31’’ a 69’’) ☐ Curta metragem (até 30’’) ☐Trailer ☐Novela
Episódio de série
Campos de Justificativa de Autoclassificação
Preencha o restante apenas se você marcou autoclassificação para TV no item 2.1 da página anterior. Para os demais casos, não é necessário enviar ao Ministério esta página nem a próxima.
1. Sinopse: caso este espaço seja insuficiente, apresente a sinopse em documento à parte: A história gira em torno de uma cidade que é dependente de um ritual que acontece na floresta, local como oferenda para que eles fiquem bem e a vida prospere ou tenham algum desejo individual, porém a data do ritual é sempre no aniversário do Simon, protagonista do conto, que é muito curioso e quer saber do porquê em seu aniversário o dia na cidade é sempre mais macabro do que no resto do ano. Porém no seu décimo terceiro aniversário seu cachorrinho foge e ele sai em busca dele junto com o seu irmão (Severo) e seu melhor amigo (Mark), porém mal sabe Simon que descobriria a verdade assustadora e macabra sobre o mistério do seu aniversário e da cidade
2. Finalidades específicas: preencher apenas nos casos em que a obra apresente a finalidade. Deixe em branco se não apresentar.
2.1. Educativas:
2.2. Artísticas: 2.3. Culturais:
2.4. Informativas: 2.5. Respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família:
CONTEÚDO
Assinale todos os itens presentes no conteúdo da obra. Para mais informações e descrições específicas de cada item, consulte o Guia Prático de Classificação Indicativa, disponível em português e inglês no Portal Online da Classificação Indicativa FAIXA Violência
Violência Fantasiosa
Presença de Armas sem Violência
Mortes sem Violência
Ossadas e Esqueletos sem Violência
Presença de Armas com Violência
Medo/Tensão
Angústia
Ossadas e Esqueletos com Violência
Atos Criminosos sem Violência
Linguagem Depreciativa
Lesão Corporal
Descrição de Violência
Presença de Sangue
Sofrimento da Vítima
Sexo Drogas
Nudez não Erótica
Consumo Moderado ou Insinuado de Drogas Lícitas
Descrições Verbais do Consumo de Drogas Lícitas
Conteúdos Educativos sobre Sexo
Discussão sobre Tráfico de Drogas
Uso Medicinal de Drogas Ilícitas
13. Observações:
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
x
☐
☐
X
x
x
x
x
☐Morte Natural ou Acidental Violenta x Ato Violento contra Animais x Exposição ao Perigo ☐ Exposição à Humilhação ☐ Agressão Verbal ☐ Obscenidade ☐ Bullying x Exposição de
☐ Assédio Sexual ☐ Supervalorização
☐ Supervalorização
☐ Nudez
☐ Insinuação
☐
☐Masturbação ☐ Linguagem
☐
☐ Simulações
☐ Apelo
☐
☐
☐
☐
Ato Violento
Cadáver
da Beleza Física
do Consumo
Velada
Sexual
Carícias Sexuais
Chula
Linguagem de Conteúdo Sexual
de Sexo
Sexual
Consumo de Drogas Lícitas
Indução ao Uso de Droga Lícitas
Consumo Irregular de Medicamento
Menção a Drogas Ilícitas
Morte Intencional
Estigma/Preconceito
Nudez
Erotização
Vulgaridade
Relação Sexual
Prostituição
Insinuação do Consumo de Drogas Ilícitas
Descrições Verbais do Consumo e Tráfico de Drogas Ilícitas
Discussão sobre descriminalização de drogas ilícitas
FAIXA Violência Sexo Drogas
Estupro
Exploração Sexual
Coação Sexual
Tortura
Mutilação
Suicídio
Violência Gratuita
Aborto, Pena de Morte, Eutanásia
Violência de Forte Impacto
Elogio/Glamurização/Apologia à Violência
Crueldade
Crime de Ódio
Pedofilia
Composição de Cena Atenuante
Baixa Relevância
Pouca Frequência
Composição de Cena Agravante
Alta Relevância
Alta Frequência
Relação Sexual Intensa
Produção ou Tráfico de Qualquer Droga Ilícita
Consumo de Drogas Ilícitas
Indução ao Consumo de Drogas Ilícitas
Sexo Explícito
Situação Sexual Complexa / de forte impacto
ATENUANTES
Contexto Esportivo / Histórico / Artístico / Cultural ou Científico
Contexto Irônico ou Cômico / Caricato
Contexto Fantasioso
AGRAVANTES
Interação com o Expectador
Valorização de Conteúdo Negativo
Motivação
Apologia ao Uso de Drogas Ilícitas
Insinuação / Simulação / Tentativa
Motivação Justificada
Contraponto
Conteúdos Positivos
Conteúdo Inadequado com Criança ou Adolescente
Contexto de Impacto
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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIÇA DEPARTAMENTO DE JUSTIÇA, CLASSIFICAÇÃO, TÍTULOS E QUALIFICAÇÃO
1. Natureza de Análise: marque apenas 1 opção: ☐
ANÁLISE COMUM
Marque esta opção caso seja a primeira classificação da obra. Versão editada de obra já classificada, seja com acréscimo ou supressão de cenas, também é considerada “nova obra”. Portanto, este campo deve ser marcado. ☐ RECLASSIFICAÇÃO
Marque esta opção apenas caso a obra tenha classificação indicativa atribuída antes de julho de 2006 e agora é submetida a uma nova análise sob a luz dos novos critérios de classificação.
FICHA TÉCNICA DE AUDIOVISUAL
2. Segmento de Mercado: marque o segmento no qual a obra será exibida inicialmente. Uma vez que tenha recebido a classificação definitiva pelo Ministério da Justiça, desde que não tenha sofrido alterações, a obra audiovisual está apta para qualquer outro segmento de mercado, sem necessidade de novo pedido de classificação ou aviso prévio ao Ministério.
CINEMA COMERCIAL
MOSTRAS/FESTIVAIS DE CINEMA
TELEVISÃO (veja texto abaixo) 2.1. Obras inéditas para televisão podem ser autoclassificadas pelo requerente OU classificadas por análise prévia pelo Ministério da Justiça. Contudo, você não tem esta escolha no caso obras editadas para televisão que já receberam classificação anterior igual ou superior a 12 anos: estas devem ser classificadas por análise prévia. Marque a forma de classificação desejada para televisão:
HOME VIDEO (DVD, Blu ray, streaming, etc)
☐
3.
☐
☐
☐
☐
☐ Conjunto de episódios de série ☐ Programa de TV ☐ Show Musical x Outras: audiolivro 4. Identificação e conteúdo da obra 1. Título no Brasil: Calafrios 2. Título original: Calafrios 3. Título da série: O Misterioso Caso de Styles 4. Ano da temporada: 2022 5. Ano de produção: 2022 6. Número do(s) episódio(s): 13 7. País de origem: Brasil 8. Distribuidor: Rainbow Panda 9. Produtor: Rainbow Panda 10. Diretor: Vinícius Coradi 11. Elenco principal: Vinícius Coradi e Vinicius Teixeira 12. Cor: ☐ Colorido ☐Preto e branco 13. Tempo de duração: 14. Classificação pretendida: ☐ Livre x 10 anos ☐ 12 anos ☐ 14 anos ☐ 16 anos ☐ 18 anos 15. Mídia enviada para análise: 16. Gênero: ☐ DVD/Blu ray ☐ Arquivo digital ☐ 35 mm x Link de internet ☐ Cinema digital ☐ Outro________ ☐ Drama ☐ Romance ☐ Comédia ☐ Faroeste ☐ Aventura ☐ Documentário x Suspense ☐ Infantil ☐ Terror ☐ Guerra ☐ Cultura x Policial ☐ Ação ☐ Animação ☐ Erótico ☐ Musical ☐ Ficção científica xOutro_Mistério 17. Data prevista de exibição: 18. Emissora (obras para TV): 19. Praça de Exibição (obras para TV): ☐ Rede Nacional ☐ Regional:____________ 20. Violência: marque todos os itens que aparecem na obra ☐ Armas ☐ Ato Violento ☐ Cenas que Assustam ☐ Crueldade ☐ Dor ou Sofrimento ☐ Estupro ☐ Exposição de Cadáver ☐ Ferimentos x Morte / Assassinato ☐Mutilação ☐ Sangue ☐ Suicídio ☐ Temas Angustiantes ☐ Tortura ☐ Violência de Forte Impacto ☐ Violência Fantasiosa 21. Conteúdo Sexual: marque todos os itens que aparecem na obra ☐ Nudez Velada ☐ Nudez ☐ Linguagem Chula ☐ Linguagem de Conteúdo Sexual ☐ Insinuação Sexual ☐ Relação Sexual ☐ Relação Sexual Explícita ☐ Prostituição 22. Drogas: marque todos os itens que aparecem na obra ☐ Consumo de Álcool ou Cigarro x Consumo de Moderado de Álcool ou Cigarro ☐ Consumo de Drogas Ilícitas ☐ Consumo Medicinal de Drogas Ilícitas ☐ Tráfico de Drogas ☐Menção a Drogas 5. Interessado 1. Nome (pessoa ou empresa): 2. CPF/CNPJ (ou equivalente estrangeiro): 5. Endereço: 6. Cidade: 7. Estado: 8. CEP: 9. Email: 10. Telefone/Fax: 11. Local e data: 12. Assinatura:
☐
☐
☐
☐
ANÁLISE PRÉVIA x AUTOCLASSIFICAÇÃO
Categoria da obra: marque apenas 1 opção;
Longa metragem (70’’ ou mais)
Média metragem (31’’ a 69’’) ☐ Curta metragem (até 30’’)
Trailer ☐Novela
Episódio de série
Campos de Justificativa de Autoclassificação
Preencha o restante apenas se você marcou autoclassificação para TV no item 2.1 da página anterior. Para os demais casos, não é necessário enviar ao Ministério esta página nem a próxima.
1. Sinopse: caso este espaço seja insuficiente, apresente a sinopse em documento à parte: A história do livro O Misterioso Caso de Styles, se passa na Inglaterra de 1917, no terceiro ano consecutivo da Primeira Guerra Mundial. Em meio a esse evento, o personagem principal que é inclusive o narrador - Hastings que lutava em meio a guerra, acaba sendo ferido e declarado como inválido de guerra. Por conta de sua invalidez, é encaminhado ao hospital, onde se reencontra com um amigo de infância: John Cavendish, que acaba convidando Hastings a passar uma temporada na mansão Styles, a casa da madrasta dele. Poucos dias depois da chegada e estadia dele na em Styles, a proprietária acaba morrendo no próprio quarto, é a partir daí que o clima muda, e todos começam a ser vistos com suspeitos. Qual seria a causa da morte? Natural? Ou seria algo premeditado? Resta somente ao mais famoso personagem de Agatha Christie, o detetive belga Hercule Poirot entrar em cena para tentar desvendar o misterioso caso de Styles.
A história do livro O Misterioso Caso de Styles se passa dentro da grande mansão Styles, a história gira em torno do assassinato de Mrs. Emily Inglethorp, dona de uma fortuna e proprietária da mansão Styles. Mr. Hastings, personagem fundamental para narrativa, encontra John Cavendish filho postiço de Emily e seu velho amigo, que o convida a passar uma temporada na gloriosa mansão. Em seu caminho para lá, Mr. Hastings descobre algumas informações sobre Mrs. Emily, como seu casamento com um homem 20 anos mais novo, Alfred Inglethorp. A dinâmica dos personagens muda quando Mrs. Inglethorp é encontrada morta em seu quarto e todos questionam: Qual foi a causa da morte? foi proposital? talvez um assassinato? É nessa hora que nosso detetive, Hercule Poirot, personagem conhecido nas histórias de Agatha Christie entra em ação para desvendar o mistério.
CONTEÚDO
13. Observações:
2.1.
2.2.
2.3.
2.4.
2.5.
valores
2. Finalidades específicas: preencher apenas nos casos em que a obra apresente a finalidade. Deixe em branco se não apresentar.
Educativas:
Artísticas:
Culturais:
Informativas:
Respeito aos
éticos e sociais da pessoa e da família:
Assinale todos os itens presentes no conteúdo da obra. Para mais informações e descrições específicas de cada item, consulte o Guia
Classificação Indicativa, disponível em português e inglês no Portal Online da
Indicativa FAIXA Violência Sexo Drogas ☐ Violência Fantasiosa ☐ Presença de Armas sem Violência ☐Mortes sem Violência ☐ Ossadas e
sem Violência ☐ Nudez não Erótica ☐ Consumo Moderado ou Insinuado de Drogas Lícitas ☐ Presença de Armas com Violência xMedo/Tensão x Angústia ☐ Ossadas e
com Violência xAtos Criminosos sem Violência ☐ Linguagem
☐ Conteúdos Educativos sobre Sexo x Descrições Verbais do
de Drogas Lícitas ☐ Discussão
☐ Uso
Prático de
Classificação
Esqueletos
Esqueletos
Depreciativa
Consumo
sobre Tráfico de Drogas
Medicinal de Drogas Ilícitas
Ato Violento
Lesão Corporal
Descrição de Violência
Presença de Sangue
Sofrimento da Vítima
Morte Natural ou Acidental Violenta
Ato Violento contra Animais
Exposição ao Perigo
Exposição à Humilhação
Agressão Verbal
Obscenidade
Bullying
Exposição de Cadáver
Assédio Sexual
Supervalorização da Beleza Física
Supervalorização do Consumo
Morte Intencional
Estigma/Preconceito
Nudez Velada
Insinuação Sexual
Carícias Sexuais
Masturbação
Linguagem Chula
Linguagem de Conteúdo Sexual
Simulações de Sexo
Apelo Sexual
Nudez
Erotização
Vulgaridade
Consumo de Drogas Lícitas
Indução ao Uso de Droga Lícitas
Consumo Irregular de Medicamento
Menção a Drogas Ilícitas
Insinuação do Consumo de Drogas Ilícitas
Descrições Verbais do Consumo e Tráfico de Drogas Ilícitas
Estupro
Exploração Sexual
Coação Sexual
Tortura
Mutilação
Suicídio
Violência Gratuita
Aborto, Pena de Morte, Eutanásia
Violência de Forte Impacto
Elogio/Glamurização/Apologia à Violência
Crueldade
Crime de Ódio
Pedofilia
Composição de Cena Atenuante
Baixa Relevância
Pouca Frequência
Composição de Cena Agravante
Alta Relevância
Alta Frequência
Relação Sexual
Prostituição
Discussão sobre descriminalização de drogas ilícitas FAIXA Violência Sexo
Drogas
Relação Sexual Intensa
Produção ou Tráfico de Qualquer Droga Ilícita
Consumo de Drogas Ilícitas
Indução ao Consumo de Drogas Ilícitas
Sexo Explícito
Situação Sexual Complexa / de forte impacto
ATENUANTES
Contexto Esportivo / Histórico / Artístico / Cultural ou Científico
Contexto Irônico ou Cômico / Caricato
Contexto Fantasioso
AGRAVANTES
Interação com o Expectador
Valorização de Conteúdo Negativo
Motivação
Apologia ao Uso de Drogas Ilícitas
Insinuação / Simulação / Tentativa
Motivação Justificada
Contraponto
Conteúdos Positivos
Conteúdo Inadequado com Criança ou Adolescente
Contexto de Impacto
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Autorização de Imagem, Som e Divulgação. Eu, ______________________________________________________ portador(a) da Carteira de Identidade nº _________________, emitida por ___________ e do CPF nº ___________, autorizo o uso da minha imagem e voz no audiolivro O Misterioso Caso de Styles para fins exclusivamente acadêmicos, sob a responsabilidade da Produtora Rainbow Panda da Universidade Cruzeiro do Sul para Esta autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso da imagem e som entendendo se como fotos, filmagens, voz, não podendo ser publicado para fins não acadêmicos. Com o caráter de uso acadêmico autorizo a veiculação da minha imagem e som, tanto a divulgação do material audiovisual, não trazendo nenhum prejuízo a minha pessoa.
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(Endereço e telefone para contato.)
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(Nome e Assinatura )
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Assinatura de Marcos Paulo
OBradodaFloresta
By AlineCosta MarcosSousa ThaisAbade baseadoem"OBradodaFloresta"deAnaGabrielaPacheco
v1b_25out22cel(11)95364-5937 email acqueirozsantana@gmail.com cel(11)95868-1809 email marcospauloj7metal@gmail.com cel(11)99270-0099 emailabadethais@gmail.com
SOUND: MÚSICA DE ABERTURA
SOUND: BARULHO DE PESSOAS CANTANDO PARABÉNS EM PRIMEIRO PLANO E DEPOIS DE SEGUNDOS FICA DE FUNDO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Oentoardacançãomeparabenizavaporsimplesmentee somentenascido,conhecidoeuencarandooboloquemeu irmãomaisvelhofez,umladoassadoeooutrotombado jáquenãohaviacrecido,acaldagrudentaeavela brilhantedonúmerotreze,onúmeroconhecidocomoo númerodoazar.Fiqueimeperguntandooqueeutinha feito,alémdenascer,pramerecerisso.
Anoiteforadecasaeraamaisescuradanoite,cheia deneblina.Acidadequenormalmenteestariabarulhenta emalgumtipodefeiranoturnapertodaprefeitura, estavahojesilenciosa.Igualatodososanosnessa mesmadata:meuaniversário.
Ninguémnovoporaquidesdequevimaomundo.Todoe qualquerviajantedesapareciapoucotempodepois.
Apolícialocalemitiarelatóriosfalsosdizendoque pessoasdesaparecidasforamencontradasmorandoem cidadespróximas,praquenenhumaautoridadedefora desconfiasse.
Seidissoporquejáouvimeupai,oxerife,falando. Odiavaterquefazeraniversárioporqueninguémnunca vinhanafesta.
NãotinhaamigosdaminhaidadealémdoMarkedomeu irmãoSevero,quenãocontaporqueémeuirmãomais velhoeémeuamigoporobrigação.Oupena.
Ospaisdascrianças,incluindomeuspais,estavam sempreocupadosnessadataporqurporquealgomaiore obrigatórioacontecia.
Semprequisestarlá,masnuncapude.Meusonhoreal semprefoiumafestailuminadaondefinalmenteseria meumomentodefala.
SOUND: SOM DE SOPRO
SOUND: BARULHO DE COLEIRA
SOUND: CACHORRO LATIDO
OBRADODAFLORESTA
VOZ:SIMON/NARRADOR
Enquantoeusopravaasvelasescuteiobarulhoda coleiradoTobiaseolatido.MeuirmãoSeveroviroue olhoupelajanela.
Markfezumapiadasobremeupedidoterserealizadoe oTobiasfinalmentevirarumdragão.
MARK (TOMRISONHO)
OpedidodoSimonfinalmenteserealizouoTobiasvirou umdragão.
SOUND: RISO DE MENINOS
SEVERO (RAIVA) Cachorroidiota.
SOUND: PALMAS DAS MÃOS ATINGINDO NA COXA
VOZ:SIMON/NARRADOR
Markrepetiu,batendoamãonacoxa,mefazendo entenderqueeraumaimitaçãobaratadoEustáciode Coragem,ocãocovarde.
SEVERO (VOZBRAVA)
Simon,oTobiasfugiu.Vamosatrásantesqueopai chegue.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Severosevirou,comaexpressãofechada,jogandoos casacosnacadeiraemMarkeemmim.
Encareioboloeastrêscaixasdepresentenamesa.
SEVERO (COMURGÊNCIA)
Depoisvocêabre.Vem,antesqueelevámuitolonge.
SOUND: ZÍPER DE JAQUETA FECHANDO
SOUND: VENTO FORTE
VOZ:SIMON/NARRADOR
Saímosdecasatremendo,fechandooscasacosiguaisno pescoço.Markmedeuumcascudonacabeçaetirandouma lanternadobolso.
Aneblinaeratãograndenessediaqueeranecessário levarlanternasaosairdecasa.
SOUND: SOM DA VENTANIA
2.
SOUND: SEVERO GRITANDO O NOME DE TOBIAS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Severoestavamaisàfrentenaruacomumalanterna acesanamão,gritandopelonossovira-latae verificandoseestávamosindoatrásdele,queerao comandantedabuscadocachorro.
Tobiasestavacomigodesdequeeutinhaumano.Erameu parceirocomotodocachorro,masmeentendiacomo ninguémentendia.
SOUND: RISADA DE MARK
SOUND: VENTO FORTE MARK (ANIMADO)
Simon,achoqueseuspaisvãotedarumvideogamenovo. Onovo ResidentEvil.Chutopelacaixa.Ouvifalarque élegendado.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Markdisseenquantoeuolhavaprosladosprocurando Tobias.
SOUND: VENTO FORTE
VOZ:SIMON/NARRADOR
Oencareicomumacarairônica.Nacidadeonde morávamos,aprendemosquenadaémaisassustadordoque oquehumanossãocapazesdefazerpelasobrevivência.
Eleentendeumeuolharedeurisada.Severofezum sinalpranósnosaproximarmos:
SEVERO (SUSSURRANDO)
Shh.Fiquemquietos,vamosverseescutamoslatidos.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Nosreunimosemeuirmãocolocouamãonosnossos ombros.
ApesardeparecercomooperdedorBobFayge,osem amigosdaescolaquandoeupensavaassim,eraumfato: meuirmãoeMarkmebastavam.
Otrioperfeitodosmosqueteiros.Mesmoelessendo quatro.Quandoalguémmequestionavasobreesse apelido,euapontavaproTobiascomooD’Artagnan.
SOUND: LATIDO SEGUIDO DE UIVOS
3.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Escutamosumlatidoseguidodeumuivovindodofinal darua,ondecomeçavaobosquecomatrilhapra floresta.
MARK (QUESTIONANDOCOMVOZTREMULA) Escutaramisso?
VOZ:SIMON/NARRADOR
Markperguntousetremendodeexcitação.Eraboboe pareciacoisadavidarealquefizesseparecerqueele estavanumlivrodoStephenKing.QueriaseroDanny Lloyd.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Meuirmãofezumsinalprairmosnafrente,enquanto olhavaprosladoseprafrente,nosguiandoetomando conta.
Elesótinhadezesseisanos,masseunome, responsabilidadeeexpressõesnorostootornavamum espíritochatodemeia-idade.
SOUND: GRITO DE DOR HORRENDO E LONGO DE DESESPERO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Enquantonosaproximávamosdaentradadobosqueondeos pinheiroserambaixoseaneblinacomeçavaaficarmais baixaedesa,escuteiumberro.Arregaleiosolhose deiumpassopratrás,trombandocomMarkecaindo:
MARK (BRAVO)
Presteatenção,Simon!Jáestácommedo?
VOZ:SIMON/NARRADOR
Fizquenãoeelemeajudoualevantareacenderuma lanterna.
SOUND: LATIDOS NA SEQUÊNCIA DE BARULHO DE ALGO SENDO ESMAGADO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Escuteimaislatidosesinalizeiprosdois,queme seguiramrapidamente.
Nomeiodocaminhopiseiemalgoquesequebrouem pedacinhosembaixodosmeuspés,comocaquinhosde vidro.
SOUND: VIDRO SENDO PISADO E QUEBRADO
4.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Solteiumsuspirocomoqueemrepúdioantesdeolharno chão.
SIMON (NOJO) Piseinumpassarinhomorto,eca!
VOZ:SIMON/NARRADOR
Marklevantouopésujo.Severomepuxouprapertodele eviaspenasgrudadasnomeutênis.Embaixoda neblina,algunspassarinhosmortos. Severopegouumpassarinhonamão.
SEVERO
Acabeçadelestátipoexplodida.
MARK (CURIOSO) Deixaeuver!
VOZ:SIMON/NARRADOR
MarkseaproximoueSeverolevantouamãocomopobre passarinhopraqueelenãoalcançasse,enfiandoaluz dalanternanacaradele.
SOUND: RESMUNGO VINDO DE MARK
SEVERO (SARCASMO)
Alguémandacantandoóperapracabeçadelesexplodirem assim.
SOUND: UIVOS DOLORIDOS DE CACHORRO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Olheiemvolta.EscuteiuivosdoloridosdoTobiasmais àfrente.
Quischamarporele,achoqueelesempreesperouisso. Oberroveiologoemseguida.EncareimeuirmãoSevero.
SOUND: BERRO ESTRIDENTE
SEVERO (DESESPERO)
TemosquepegaroTobiaslogo,senosafastarmosmuito vamosacabarindoparaaflorestaeopaidissequenão devemosir.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Oencareicuriosoenquantoelefalava.
5.
SEVERO (BRAVO)
Nãomeolheassim,sabeoporquê.
MARK (CURIOSO) Porque?
VOZ:SIMON/NARRADOR
Markquestionoupormim,decertaformamepoupando.Em seguidamedeuumacotovelada.Devolvi.
SOUND: COTOVELADA
SOUND: RESMUNGO VINDO DE SIMON
VOZ:SIMON/NARRADOR
Enquantoandávamos,Severocomeçavaaexplicar, receoso.
SEVERO (RECEOSO)
Essanoitedoanoéimportantepracidadeporqueé quandoaspessoasentregamasoferendas,táligado?
Sãoporcontadelasqueacidadeficabem.Emalguns anosaspessoaspedemoutrascoisas.
Minhamãetinhaproblemaspraengravidar,elausouo ritualpraengravidardemim.
MARK (CURIOSO) Tá,maseaí?
VOZ:SIMON/NARRADOR
Markpiscouolhosrepetidamenteprestandoatenção, ajeitandoosóculosembaçadosoqueodeixavamcom olhosenormesdecoruja.
SEVERO (RECEOSO)
Bom,depoisusoupraengravidardoSimon,masnãotinha funcionado.Entãodonada,eladeuàluzaelenoano seguinte,nessamesmanoite.Eaímorreu.
Ninguémentendeunada.Masprafinalizaropapo,meu painãogostaqueparticipamos,primeiroporquesomos menoresdeidade,segundoporquenãoquernosperder comoperdeunossamãe.
6.
MARK (ANIMADO)
Meuspaisestãodoidospraqueeuparticipe,elesdizem queengrandeiamuitooespírito.
SEVERO (CORRIGINDO) Engrandece.
MARK Issoaí.Passamosaentendermelhortudo.Disseramque meajudariaameconcentrarmelhor.
SEVERO
Oqueteajudaaseconcentraréumterapeuta,Mark. Claramentevocêtemalgumproblemadeatenção.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Severocomeçouapassarentreasárvoresmenoresemais próximas,asfolhasseentrelaçandoecriandoum labirintoescuro.Malovíamos,masoseguíamoscomas luzes.
MARK (SARCÁSTICO)
Sónãotemandocalarabocaporquevocêémaisvelhoe podemedarumcascudo.
SOUND: RISADAS DE MARK E EM SEGUIDO UM GRITO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Markriu.Escuteioutrogritoemetremi.
MARK Simon,tudobem?
SOUND: LATIDOS
SOUND: GRITOS E RUIDOS TUDO JUNTO DEIXANDO A VOZ DE SIMON MAIS BAIXA QUE OS SONS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Latidos.Outrogrito.Umbradoensurdecedor.Umruídoe altoestrondosoquemeucoraçãopalpitarcomose quisesseiratrás.
Trêmulo,encareiMarkeaponteipromeuouvido,fazendo comqueelecalasseabocaporummomentoetentassese concentrarnosbarulhosdafloresta.
SEVERO (BRAVO) Porquepararam?
7.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Severovoltou,colocandoalanternananossacaracoma vozsevera.
MARK
Simonescutoualgoesquisito.Shh.
SOUND: UIVOS E GRITOS UM POUCO MAIS ALTO PARA DAR A SENSAÇÃO DE MAIS PERTO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Outroberro,maispróximo.Seguidodeumuivodo Tobias,comoosqueeledavaquandochegávamosemcasa pracessarsuatardesolitária.
SEVERO (EMALERTA) ÉoTobias,Simon.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Meuirmãomerepreendeu,sinalizandoprafrentecomas mãos.Fiqueisério,balançandoacabeçanegativamente. Engoliaseco.
Obradoveionovamente,chorosocomosetivessemuitoa dizerenovamenteserouvido.
SOUND: SOM DE OUTRO GRITO CHOROSO
SIMON
Escutaramisso?
MARK (ANSIOSO)
Seráqueéumdosdeusesdaflorestavindoproritual?
SEVERO (SÉRIO)
Foiumgrito,nãoumchamadodedeuses.Temalgo errado.Meninos,venham.
SOUND: BARULHO DE UIVOS E GRITOS UM POUCO MAIS ALTO SE APROXIMANDO ENQUANTO NARRADOR FALA
VOZ:SIMON/NARRADOR
Severocontinuouandandopelolabirintocadavezmais fechadodeárvores,enquantoeumetremiaacadaberro queouvia.
Fiqueifelizapenaspornãoseroúnicoaouviresse barulhoetristeporquepareciaqueanteseraalgomeu. Elesficaramcadavezmaispróximosemeucoraçãocada vezmaisacelerado.
8.
Aflorestaerasilenciosanormalmente,eraporissoque eusempreandavaporeladedia.
AssimcomooTobias,elameentendiaeouvia.Hoje,na noitemaisescuradoano,elapareciaquerergritaro quequerquequetenhaguardadodemim.
Severoparoudeandarebateunalanterna,quepiscava praumaárvorecomtroncogrossonomeiodeumaterra úmida.
Anévoapareciapiorali,maldavapraenxergarao redor.Vireiminhalanternapraondeeleapontaparaum troncooco,comumespaçocheioderiscosdegarrase pingandoágua,comoselágrimasssaíssemdotronco.
SOUND: GRITO MAIS PRÓXIMO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Nosaproximamos,encosteinalágrima,escutandogritoo bempróximo.Mevireipraeles,quecontinuavamolhando comosenãotivessemescutado.
Alágrimanomeudedomefaziaquererchorarbemalto. Acoloqueinaboca,agridoce.Meucoraçãoestava apertado.
MARK
Algumanimalestranhopassouaqui?
VOZ:SIMON/NARRADOR
Markquestionouemeolhou,eenquantoeupensavanum urso.Escutamosobarulhodasfolhaseovento soprando.
SOUND: FOLHAS E VENTO SOPRANDO FORTE
SEVERO
Nãoéotroncodeumanimal.Fomoslongedemais.Temos quevoltar.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Severosevirouecomeçouavoltar,batendonosgalhos.
SOUND: GALHOS BATENDO
SEVERO (ORDENANDO) Vamosmeninos.Agora.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Irritadopornuncaterexplicaçõesesempreouvir coisasomissasdooutro,meaproximeieempurreiele comforça,comasduasmãos.Elefoiumpoucopratrás eagarroumeusbraços:
9.
SEVERO (GRITANDO)
Paradeserteimoso,Simon!Vamosagora.
VOZ:SIMON/NARRADOR
SeverogritavaenquantoMarktentavametiravados braçosdele.
SEVERO (GRITANDO) Vamospelomenossairdaqui,agora!
SOUND: FOLHAS E PESSOA CAINDO NO CHÃO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Assimqueelemelargou,caínochão,sujandoamãode umaterrafarinhentaquepareciacinzaspóstumas.
Melevanteilimpandoasmãoshorrorizadoesaímos correndopraesquerda,ondeaflorestapareciamenos escura.
SOUND: RESMUNGOS DE SEVERO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Severomurmuravapalavrassemsentido,apontandoa lanternaprochão.
Markcorriacomoscadarçossoltos,quandonum rompante,elebateuostênisnumgalhoecaiucoma testanapedra.
SOUND: FOLHAS E GRAVETOS QUEBRANDO
SIMON (ASSUSTADO) Mark!
MARK (COMDOR) Ai,essedoeu.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Eleselevantou,amarrandoossapatosrapidamente enquantoriacomosdentesseparadoseosóculossujos equebrados.
MARK
Vouterquetrocarmeusóculosdenovo.
SIMON
Vocênãotomajeito.Seuspaisvãomematar.Pelomenos nosafastamosdelá.
10.
MARK
Eraumaoca,né?Deumespíritoobsessor.Meuspais comentaramsobre.
Disseramquequandoeuvisseumaeraprameafastare rezarprosdeusesdaflorestameguiarempracasa. Assimeuafastariatodoomal.
SEVERO (BRAVO) Issoébalela.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Severodisse,enquantoeuajudavameuamigoase levantar.
MARK
Seébalela,porquevocêtavarezandoenquantocorria? Emandouagenteiremboradelá.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Marklimpouosóculos,encarandomeuirmão.Oencarei também.
SEVERO
Osdeusesprotegemacidadeeanós,osespíritos obsessoressãoespíritosruinsvagantes,quenão conseguiramirprocéu,nemproinferno.
Entãoelesficamaqui,tentandopegaralgumcorpopra possuiresealimentardanossaenergia.Energiaessa queédadapelosdeusesepraeles.
Anoitedafogueiratambéméagradecimentoaproteção. Masjásabedisso.Simonquenãosabia.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Emburrecicruzandoosbraços.Elesabiaqueestavatão irritadoquemalpodiameexpressarsobre.
SEVERO (CAUTELOSO)
Simon,escuta.Opaimepediupranãotecontarisso porquequantomaisvocêestáprotegido,maisperigosoé pravocê.
Vocêédiferente.Umaalmasensível,vocêveiodanoite dafogueira,vocêtásuscetívelasenergiasdascoisas boastantoquantodasruins.
Mudarascoisaspravocêéperigosoprosoutros,então vamosmantercomoestá.Nãoquerserlevadopor ninguém,quer?
11.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Fizquenão.Markabraçou.
MARK
Relaxa,cara.VamospegaroTobiaseabrirseus presentes.Vaiserseumomento!
SEVERO
Éissoaí.Vamos,viaspatasdoTobiasnochãodesdea oca.Épracá.
SOUND: LATIDOS MAIS PROXIMOS
SOUND: VENTO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Escutamoslatidospróximos,Severocomeçouachamar peloTobiasincansavelmente.
SOUND: SEVERO CHAMANDO TOBIAS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Umaluzcrepitantesurgiaaofundodaflorestaenquanto andávamos.Entrandonumbosque,vimosoutraárvorecom otroncoaberto,asgarraseaterraúmida.Sem lágrimasougritos,sóoTobiasdeitadodolado: SIMON Tobias!
VOZ:SIMON/NARRADOR
Assimquenosviu,elecorreupralambernossosrostos, numaanimaçãotãograndequerodopiavacomoumpião.
SOUND: LATIDOS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Oslatidoseramaltos,maseramdefelicidade.O abraceifortemente,enquantoeletentavafugirdosmeus braços.Severoagarrouacoleiracomofiopartidono meioecomeçouaguiá-lo.
CutuqueiMark,apontandopraoca,fazendocomqueele notassequeessaeradiferente:
MARK
AíSevero,porqueessaocaédiferentedaquela?
SEVERO
Issoimporta?Sãocasasdecoisasruins.Vem,vamospra casa.
12.
MARK (RETRUCANDO)
Agentequersaber.Vocênuncarespondeseéseuirmão quempergunta.
SOUND: GRITOS SOUND: VENTO NAS ÁRVORES
VOZ:SIMON/NARRADOR
Escuteioutroberro,pertodeondealuzcrepitavaao fundodafloresta.Provavelmenteagrandefogueira. Seguidodoberro,avozquedizia:
VOZ (SUSSURRANDO)
Oseumomentodefala.
SEVERO
DeveserporqueoSimonnuncaprecisaperguntar,né. Vocêfalaporelesempre.Tá,prestaatenção,sóvou falarmaisisso.
Jáestãosabendomaisdoquedeveriam,depoisvãoficar assustandoasoutrascriançasdasala.
MARK (BRAVO)
Nãosomoscrianças!Temostrezeanos.
SEVERO
AocaquevimosanteseradeumBradador.Acadatreze anosumdelesapareceeroubaavozdealguémprase expressar.
Éumaalmapenadaquefoirejeitadaeficavagandopelo mundo,principalmentenassextas-feiras,depoisdameia noite.Eramruinsemvida.
Elesficamberrandoemvoltadecasaseflorestasaté quealguémseaproximedogritopraveroqueéou oferecendoajuda.Ficamberrandoechoramingandopor aí.
MARK (CURIOSO) Eentão?
SEVERO
Consomemapessoaatéqueelasetornecinzaseganham maisumtempinhopraficarvagando.
Hácasostambémdepossessãoondeocorpoficadentro deoutropraberrarefalaralgoquenãodisseaindaem (MORE)
13.
SEVERO(cont’d)
vida,ouavozpedesocorro,tipoumcachorrolatindo prachegaratéodono.
SOUND: VOZ SUSURANDO SE AFASTANDO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Enquantomeuirmãofalava,algonavozquemechamava meafastavalentamentedeles.
Deimaisalgunspassoscontraadireção,atéescutarum chamado.
SOUND: VOZ SUSURANDO O NOME DE SIMON
SEVERO (BRAVO)
Simon,ondeestáindo?Vamos,jáestamoscomo cachorro.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Severofechouaexpressão,mandandoemmim.Fecheia expressãodevoltaedeialgunspassospratrás.
SOUND: PASSOS NAS FOLHAS
SEVERO (BRAVO)
Simon,paradebirra.Denovo,cara?Oquetemde erradocomvocê?Vocêésempreobebêchorão!
SOUND: SUSURRO DA VOZ FICANDO MAIS PERTO
SOUND: FOLHAS AMASSADAS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Antesdeveraexpressãodeleenquantogritavacomigo, mevireiesaícorrendoemdireçãoavozqueme chamava.
Umchamadodafloresta,dosdeuses.Elesqueriamme dizeralgonomeuaniversário.Poderiaatéserminha mãequerendomeouvir.
SOUND: VENTO E FOLHAS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Escuteipassosrápidosatrásdemim,enquantoeubatia emtodososgalhospossíveis,cortandomeurosto. Aflorestapareciamaisescurasemmeuirmão,mas pareciamaislivre.Nãoestavapresonumacoleiraindo apenasaondeelequeria.
DevetersidoissoqueTobiassentiuaofugir.A florestapareciamaissilenciosasemmeuamigo,masera (MORE)
14.
VOZ:SIMON/NARRADOR(cont’d)
porqueeuestavaindoatrásdomeumomentodefalar, semqueeletivessequefalarpormimoumeinterromper dealgumaforma.
SOUND: CACHORRO ROSNANDO
SOUND: VOZ CHORAMINGANDO ALTO
SOUND: VENTO
VOZ:SIMON/NARRADOR
EscuteiumrosnadodoTobias,algomuitoincomum, seguidodeumchoramingoaltoeosilênciodevolta.
SEVERO (GRITANDO) Tobias!
SOUND: PESSOA CORRENDO NAS FOLHAS
SOUND: MÚSICA COM INSTRUMENTOS E VOZES INTERCALANDO MOMENTOS COM BERROS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Penseiemparar,massabiaquepodiaserumtruquedo meuirmão.Enquantocorria,escuteiossonsdos tamboreseviolinos,oentoardacançãoprosdeuses.
Orapareciamtocarumalindamúsica,orapareciaque estavamcompletamentedesafinadoseeraasinfoniados berros.
Ocalordagrandefogueirapareciaseaproximar,mas antesdaluz,existiaaescuridão.Vialuzlaranja próxima,atrásdeumbosqueescuro,enquantopassos pareciammeseguir.
Assimqueadentreiobosque,viumasombra.Umespírito deluzescura,mórbida,comaenergiapesada.Ocheiro desanguesubiu,umodoropútridoeforte.
Sentiaqueestavapisandoemrestosdosoutros.Sangue entreasfolhas,manchasdecorposarrastados.
SOUND: PESSOA OFEGANTE
SOUND: FOLHAS SENDO PISADAS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Ochãopareciacederabaixodosmeuspés,comosea forçadoescurotivessetiradoaluzdaflorestaque eratãoelevada.Escuteiumchoropertodemimefechei osolhoscomforça,correndo.
15.
SOUND: FOLHAS SENDO PISADAS
SOUND: PESSOA OFEGANTE
VOZ:SIMON/NARRADOR
Quandopareidecorrereabriosolhos,entendiporque sentiacalor.Estavapertodafogueira.
Todosestavamnus,oscorpospintadosdesangue,outros cobertos,demãosdadas.Respireifundo,prendendoo fôlegopraquenãomevissem.
Ospassosatrásdemimestavampróximos.Mevireipra veroqueera,caindocomalguémsobremim,surpreso.
MARK (GRITANDO) Mark!
SOUND: MÚSICA COM INSTRUMENTOS E VOZES INTERCALANDO MOMENTOS COM BERROS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Markgritouseunome,caídoemcimademim.Oencarei comosolhosarregalados.Lágrimascaíamdosseus olhos,enquantotodosaoredornosencaravameamúsica continuava.
MARK (GRITANDO) Saidecimademim!
SOUND: GRITO DE MARK
VOZ:SIMON/NARRADOR
Elegritoucomigo,estandoemcimademim.Oempurrei, irritado.Eleestavaestranho.Esseerapraseromeu momento.
MARK Porquevocêveioatrásdemimaqui?Tádoido?
VOZ:SIMON/NARRADOR
Elegritoucomigo.Quisgritardevolta,masnãopodia. Todosnosolhavam.
Dooutroladodafogueira,meupaimeencarava enfurecidoporeuestarali,nummistoderaivae preocupaçãoeconfusãocomasituação.
Mesmoassim,nãoconseguiaolevarasériojáqueele estavapelado.Markriu:
SOUND: MARK RINDO
16.
SOUND: MÚSICA COM INSTRUMENTOS E VOZES INTERCALANDO MOMENTOS COM BERROS
MARK Tãoolhandooquê?
VOZ:SIMON/NARRADOR
OspaisdeMarkseaproximaramcomasmãosprafrente, tentandoacalmarofilhoochamandodeformacautelosa pelonome.
Elenemsequerosatendia,continuavameencarandocom raiva.Melevantei.
MARK (BRAVO) Jáchega!
SOUND: SOCO NO ROSTO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Eledissepramim,correndoemeempurrando.Devolvium socoeelecaiunochão,comoqueixoeatesta sangrando.
SOUND: PESSOA CAINDO DAS FOLHAS
VOZ:SIMON/NARRADOR
Numsurto,começouasedebater,comosebrigasse consigomesmo.
SOUND: PESSOA SE DEBATENDO NAS FOLHAS
MARK (GRITANDO)
Mesolta!Melargavocê!Jáchega!Para,vocêsempre roubameumomentodefala!
VOZ:SIMON/NARRADOR
Tentandooagarrarpraqueeleparassedesedebater,o segureipelosbraçoseelemeencaroucomoseestivesse assustado.Depois,mudouaexpressão,ficando enfurecidoeamedrontado:
MARK (GRITANDO)
Vocêéumimbecil!Calaboca,ahé,nãodá,vocêjátá comelacalada!Vocêvaipagarporterfaladoisso!
SOUND: FOGO
SOUND: MÚSICA COM INSTRUMENTOS E VOZES INTERCALANDO MOMENTOS COM BERROS
17.
VOZ:SIMON/NARRADOR
Meupaiveioatrásdemimeseguroumeusombros,porém tardedemais.Numrompanteraivoso,chuteimeupróprio amigopradentrodagrandefogueira.
Umagrandebruxadefogosurgiadofogo,comrisadas altas.Aosomdamúsica,meuamigoqueimouemcinzas rapidamente,enquantooBradadorsaíadedentrodele, berrando.
Dessavezpelaprópriamorteenãopraconseguir vítimas.Ogritofaziameustímpanosdoerem,num zumbidoterrível.Meuouvidofechou.
SOUND: RESPIRAÇÃO OFEGANTE
VOZ:SIMON/NARRADOR
Minharespiraçãocomeçouaficarofeganteeeumesenti sufocado.
OBradadoresticouosbraçospramimemedesvencilhei domeupaiecorripramaispertodofogo,encostando noespírito.
Sentiaminhapelequeimandoemeucoraçãonagarganta, queseabriarecebendoardabocaberrantedoespírito obsessor.
Mevireiofegantepromeupai,enquantoospaisdeMark estavamcaídosempranto,comairmãmaisvelhaos afagando.Haviamperdidoseufilhocaçula.
Enquantoatrezeanos,perdiminhamãesemsequerter aoportunidadedeconhecê-laefalarcomela.
ViSeveroadentraroritual,comTobiasnocolodele, aspatinhascaída,semreação.Eleseaproximava chocado.
Nãochorava,masquandoseusolhosmeencararam, percebiqueestavammarejados.Tobiasestavamorto, provavelmentepeloBradador.Eledeitouocachorrono chão.
Todosdoritualderamasmãosnovamente,enquanto apenaseuemeupaiestávamosnocentrodocírculoque oscidadãosfizeram.
Meajoelhei,respirandofundocomoseestivesseme acalmandodeumacrisedepânicoemanos.Queriagritar desesperadamente.
18.
PAI
Filho?Tátudobemagora.Jáacabou.
SOUND: MÚSICA COM INSTRUMENTOS E VOZES INTERCALANDO MOMENTOS COM BERROS
SOUND: VENTO
VOZ:SIMON/NARRADOR
Oencareiassustado,eleofereciaumamãopraqueeume levantasse.
Assimquemelevantei,elebateunosmeusombrosese afastou,indoprocírculo.Meuirmãotiravaaroupae sereuniacomosoutros.
Engoliaasecoepiscavarepetidamente,enquantotodos pareciamplácidoscomofatodeeutermatadomeu próprioamigo.PossuídopeloBradador,masaindasim meuamigo.
Olheiemvolta,amúsicatocandoeorestodafloresta silenciosa.Agrandebruxadafogueiradançavacoma música,emcomemoração.
Aoredordela,espíritosdefogodançavamaoredorda fogueira.ConseguiverasilhuetadeMarkedequemeu acreditavaserminhamãe:
SOUND: BARULHO DA FOGUEIRA (MADEIRA QUEIMANDO)
FOGUEIRA (AUTORITÁRIA/PODEROSA/CARINHOSA)
Algoadizer,menino?Éoseumomentodefala.
SOUND: BARULHO DA FOGUEIRA (MADEIRA QUEIMANDO)
VOZ:SIMON/NARRADOR
Afogueiradiziapramimdeformaautoritáriae poderosa,mascarinhosa.Comonormalmenteofogoé, perigosoequente.
Aslágrimascomeçaramacairdomeurosto,agridoces comoasdaocanaárvore.
Todosmeencaravam,mefazendoentenderqueminhavoz tinhasidotiradademimpormuitotempo,masnãomais.
Esperavamqueeudissessealgo,maseunãosabiaoque euqueriadizerentretantascoisas.Nadadissoseria possívelseTobiastivessefugido.
MasmeuD’Artagnantinhamorridopelasmãosdomesmo espíritoquemedeumeumomentodefala.
19.
Respireifundoefecheiosolhos,mepreparandopraser igualatodoseparticipardanoitedafogueira. Iluminadaemusical,emagradecimentoportudoqueos deusesnosdão,inclusiveatermetrazidoavida.
Asprimeiraspalavrasdaminhavidaantesdecomeçara dançar,foiumbradoprafloresta:
SIMON (GRITANDO) Cachorroidiota!
SOUND: MÚSICA DE ENCERRAMENTO (FIMDOCONTO)
20.
OMisteriosoCasodeStylesCapítulo3-ANoitedaTragédia by JúliaGurgel baseadoem"OMisteriosoCasodeStyles"deAgathaChristie v1b_08nov22cel(11)99268-7575 emailjuliabgurgel1@gmail.com
SOUND: MÚSICA CARACTERÍSTICA DO CAPÍTULO
INT. STYLES MADRUGADA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Paradeixaressapartedahistóriamaisclara,vou explicarcomoeraaplantadamansãodeStyles.Imagine quevocêestáempé,emfrenteaumcorredor,quevamos chamardepátio.
Maisafrente,temosasescadas,elassedividemem duas,umaemdireçãoaoquevamoschamardelado"A"da mansão,ondeestavamlocalizadosdoisquartosde visitas,umbanheiro,oquartodeCynthia,odasenhora InglethorpeporfimoquartodosenhorInglethorp.
Agoravamosparaolado"B"daescada,ondese localizavamdoisquartosdevisita,osaposentosde John,osaposentosdeMary,osdeLawrenceeporfimo meu.
Chega-seaosquartosdosfuncionáriospelaparte"B". Elesnãotemnenhumaconexãocomaparte"A",ondeos aposentosdosInglethorpselocalizavam.
ErademadrugadaquandofuiacordadoporLawrence.Ele traziaumavelaemmãos,orostodelemefezentender quealgoestavaerrado.
HASTINGS
(ACABANDODEACORDAR,BOCEJANDO)
Oqueaconteceu?
LAWRENCECAVENDISH
Temoqueminhamãeestejamuitomal.Elapareceestar tendoalgumtipodeataque. Masinfelizmenteelasetrancounoquarto.
HASTINGS
(PREOCUPADO)
Vouláimediatamente.
SOUND: HASTINGS LEVANTANDO DA CAMA
SOUND: PASSOS
SOUND: ROUPÃO SENDO VESTIDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Saídacamarapidamenteevestioroupão,segui Lawrencepelocaminho,pelaaladagaleriaatéolado "A"dacasa.
Johnsejuntouanósedoisfuncionáriosestavam acordadosemestadodetotalnervoso.Lawrencesevirou paraoirmãoedisse:
OMISTERIOSOCASODESTYLESCAPÍTULO3-ANOITEDATRAGÉDIA
(CONTINUED)
LAWRENCECAVENDISH
Oqueachaquedevemosfazer?
SOUND: RESPIRAÇÃO ACELERADA
SOUND: MAÇANETA SENDO FORÇADA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Nunca,pensei,ocaráterindecisodeleforamais aparente.Johnforçouamaçanetadaportadesenhora Inglethorpcomtodaforça,masdenadaadiantou. Estava,obviamente,trancadapeloladodedentro.A casainteiraestavaacordadanaquelemomento.
SOUND: SENHORA INGLETHORP GRITANDO E SE DEBATENDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Ossonsmaisalarmantesvinhamdedentrodoquarto. Claramentealgotinhaqueserfeito.
DORCAS (DESESPERADA)
TenteentrarpeloquartodoSenhorInglethorp!Ahminha pobrepatroa!
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Derepente,noteiqueAlfredInglethorpnãoestava conosco,queapenaselenãohaviaaparecido.Johnabriu aportadoquartodosenhorInglethorp.
Estavatotalmenteescuro,masLawrenceestavaseguindo oirmãocomumavelamesmocomaquelaluzfraca,vimos queacamaestavaarrumada,semnenhumsinaldeque alguémtivesseusadoaquelecômodo.
Fomosdiretoparaaportadeconexão,amesmaestava trancadaoutravadapordentro.Oquenosrestava fazer?
DORCAS
(DESESPERADA)
Ah!meusenhor,oquedevemosfazer?
JOHNCAVENDISH
Nósprecisamostentararrombaraporta.Seráum trabalhodifícil.
Vamos,deixequeumadasempregadasváláembaixoe acordeBailyedigaparaelechamarDr.Wilkins rapidamente.Agora,vamostentaraporta. Masespereuminstante...nãoháumaportade comunicaçãocomoquartodasenhoritaCynthia?
SOUND: MÚSICA DE TENSÃO (MAIS ATENUADA)
CONTINUED:2.
(CONTINUED)
DORCAS (DESESPERADA)
Simsenhor,massempreestevefechada.Nuncafoiusada.
JOHNCAVENDISH Bom,vamosdarumaolhada.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
ElecorreurapidamenteparaoquartodeCynthia.Mary Cavendishestavalá,sacudindoamoça,eladeveriater osonomuitopesado,Maryaestavatentandoacordar. Johnvoltourapidamente.
JOHNCAVENDISH
Nãoadianta.Tambémestátrancada.Nóstemosque arrombaraporta.Euachoqueessaserámaisfácildo queadocorredor.
INT. QUARTO DA SENHORA INGLETHORP MADRUGADA
SOUND: PORTA SENDO FORÇADA
SOUND: PORTA SE ABRINDO/ FORTE RUÍDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Fizemosforçajuntos.Aportaerasólidaeporumlongo temporesistiuanossosesforços,masfinalmentecedeu sobopesoefinalmente,comumforteruídoaportase abriu.
SOUND: SILÊNCIO (ASSIM QUE HASTINGS FALA QUE A PORTE SE ABRIU)
SOUND: PASSOS (MAIS CALMOS)
SOUND: SENHORA INGLETHORP GRITANDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Entramostodosdeumavez,Lawrenceaindaestava segurandoavela.AsenhoraInglethorpestavadeitada nacama,completamenteagitadaemviolentasconvulsões, asquaisdeveriamterderrubadoamesinhadecabeceira.
Noentanto,quandoentramos,omúsculosdelarelaxaram eelacaiunostravesseiros.
SOUND: CORPO CAINDO NA CAMA
SOUND: PASSOS RÁPIDOS
SOUND: LIGANDO O GÁS
CONTINUED:3.
(CONTINUED)
SOUND: JOHN AO FUNDO "VÁ LÁ EMBAIXO ANNIE, NA SALA DE JANTAR, PEGUE O WHISKEY"
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Johncorreupeloquartopeloquartoeligouogás. VirandoparaAnnie,umadasempregadas,elaamandoulá prabaixoparaasaladejantar,pegarumwhiskey.
SOUND: BARULHO DE CHAVES
SOUND: PORTA SENDO DESTRANCADA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Entãocorreuparaamãe,enquantoeudestrancavaa portaquedavaparaocorredor.
EuvireiparaLawrence,sugeriquedeveriairembora, jáquemeusserviçosporalinãoerammaisnecessários, masaspalavrascongelaramemmeuslábios.
SOUND: MÚSICA DE MISTÉRIO (COMEÇANDO BEM BAIXINHO E SE INTENSIFICANDO AOS POUCOS)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Nuncahaviavistoumolhartãoterrívelnorostodo homem.Eleestavapálido,avelaqueseguravatremia nasmãosdeleeosolhosestavampetrificadoscomtanto terroroualgumaoutraemoçãoterrível,eleolhava fixamenteparacimadaminhacabeçaemalgumpontona parede.
Pareciaquetinhavistoalgoqueotransformouem pedra.Euseguiadireçãodosolhosdeles,masnãovi nadaforadonormal.
Asbrasasquasenãoexistenteseafileiradeenfeites sobreobatentedalareiranãorepresentavamnada incomum.
OviolentoataquedesenhoraInglethorppareciater passado.Elaestavaconseguindoformarpequenasfrases.
SOUND: SILÊNCIO
SENHORAINGLETHORP (COMDIFICULDADE)
Melhoragora...muitoderepente...metranqueiaqui dentro.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Umasobrasefezsobreacama,quandoolheiparacima viMaryCavendishparadapertodaportacomosbraços aoredordeCynthia.
Elapareciatranquilizaramenina,quetinhaumaspecto estranho,totalmentedesorientada.
SOUND: MARY AO FUNDO FALANDO "POBRE CYNTHIA ESTÁ MUITO ASSUSTADA" (CONTINUED)
CONTINUED:4.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Orostoestavamuitocoradoeelafalavarepetidamente ’pobreCynthiaestámuitoassustada’dissesenhora Cavendishemumavozbaixaeclara.MaryCavendish,eu notei,estavavestindoumablusabrancausadapara trabalharnocampo.
Deveriasermaistardedoqueeupensava.Euvium fiapodeluzdosolpassandoentreascortinasenotei queorelógiolocalizadosobrealareiraindicavaquase cincohoras.
SOUND: GRITO DA SENHORA INGLEHORP
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Umgritoabafadovindodacamamepegoudesurpresa. Umanovaondadedorecriseatacouasenhora Inglethorp.Asconvulsõeseramterríveis.Tudoestava umaconfusão.
SOUND: MÚSICA DE AGITAÇÃO/AGONIA
SOUND: PESSOAS SE MOVENDO NA CAMA
SOUND: SENHORA INGLETHORP GRITANDO E SE DEBATENDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Todosficaramaoredordela,impotentessempoder ajudaroualiviar.Umaconvulsãofinalalevantouda cama,atéqueficasseapoiadaapenaspelacabeçae peloscalcanhares,comocorpoarqueadodeforma extraordinária.
SOUND: GARRAFA SENDO MANUSEADA, LÍQUIDO BALANÇANDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Emvão,MaryeJohntentaramdarmaiswhiskey.Os momentospassaramrápidodemais.Maisumavezocorpo dasenhoraInglethorpsearqueoudemaneirapeculiar.
SOUND: BAUERSTEIN DIZENDO "ABRAM CAMINHO"
SOUND: PASSOS FORTES
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Naquelemomento,DoutorBauersteinabriucaminhopelo quartodemaneiraautoritária.Poruminstanteparoue observouamulhernacamaenomesmomomentoasenhora Inglethorpdisse,soandocomoumgritoestranguladoe seusolhosfixosnomédico:
SENHORAINGLETHORP
(COMDIFICULDADE) Alfred...Alfred...
CONTINUED:5.
(CONTINUED)
SOUND: CORPO CAINDO NA CAMA
SOUND: SILÊNCIO
SOUND: PASSOS
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Ecaiuinertenostravesseiros.Compassoslargoso médicofinalmentealcançouacama,chacoalhandoos braçosdeladeformaenergética,aplicandooqueeu entendiacomorespiraçãoartificial.
Eledeualgumasordensaosfuncionárioseporumgesto imperiosocomamão,mandou-nostodosparapertoda porta.Nósoassistimos,fascinados,apesardeem nossoscoraçõesjásabermosqueeratardedemais.
Eupodiavernaexpressãododoutorqueeletinhaum poucodeesperança.
Finalmenteeleabandonouatarefa,balançandoacabeça deumladoparaooutroemumgestograve.
SOUND: PASSOS RÁPIDOS E FORTES
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Naquelemomentoouvimospassosdoladodeforaedoutor Wilkins,médicopessoaldasenhoraInglethorp,um homenzinhoagitado,entroucomtudopelaporta. Empoucaspalavras,doutorBauersteinexplicouoque tinhaacontecido,quevinhapassandoporacasopelos portõesdamansãonomomentoemqueocarroqueia buscarodoutorWilkinsestavasaindo.
Comumgestovago,eleindicouafiguranacama.
DOUTORWILKINS
Mui-totri-ste,minhapobresenhora.Semprefezmuitas coisas,contrariandomeusconselhos,euaavisei. Ocoraçãodelaestavalongedeserforte.’nãose esforce’eudizia,masnão,ozeloporobrasde caridadeeramaior.Naturezarebelde.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
DoutorBauerstein,notei,estavaassistindoomédico. Elemantinhaosolhosfixadosnelequandodisse.
DOUTORBAUERSTEIN
AsconvulsõeserambemviolentasDoutor.Éumapenao senhornãotê-laspresenciado.Elasforamdecaráter tetânico.
DOUTORWILKINS (SURPRESO)
Oh!
CONTINUED:6.
(CONTINUED)
DOUTORBAUERSTEIN
Gostariadefalarcomosenhoremparticular.Tudobem pravocêJohn?vistoqueerasuamãe.
JOHNCAVENDISH
Certamentenão.
INT. STYLES: ANDAR DE BAIXO MADRUGADA
SOUND: CHAVE TRANCANDO A PORTA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Todosnósfomosparaocorredor,deixandoosdois médicossozinhoseouviumachavesefechandonaporta.
SOUND: PASSOS (DEVAGAR)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Calmamente,fomosparaoandardebaixo.Euestava violentamenteexaltado.Tenhocertotalentopara deduçãoedoutorBauersteinpareciasuspeitoemminha mente.MaryCavendishrepousouamãoemmeubraço.
MARYCAVENDISH
Oqueserá?PorquedoutorBauersteinparecia tão...peculiar?
HASTINGS (SUSSURRANDO)
Sabeoqueeuacho?Euachoqueelafoienvenenada! TenhocertezaquedoutorBauersteinsuspeita.
MARYCAVENDISH (SURPRESA)
Oque?Não,não,nãoissonão!
SOUND: PASSOS (CORRENDO)
SOUND: PASSOS (HASTINGS SEGUINDO MARY)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Seafastandodemim,elacorreuparaoandardecima. Euaseguicommedodequeelapudessedesmaiar. Euaencontreiagachadapróximaaobalaústre,muito pálida.Elaacenouparaqueeunãomeaproximasse.
MARYCAVENDISH (CHORANDO)
Não...Não.Deixe-me,prefiroficarsozinha.Medeixe quietaporalgunsminutos.Váláprabaixocomos outros.
CONTINUED:7.
INT. SALA DE JANTAR MADRUGADA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Euaobedecicommuitarelutância.JohneLawrence estavamnasaladejantar.Eumejunteiàeles. Nósestávamosemsilêncio,massuponhoqueavozem todososnossospensamentosdiziamamesmacoisa.
HASTINGS
OndeestáosenhorInglethorp?
JOHNCAVENDISH
Elenãoestánacasa.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Nossosolhosseencontraram.Ondeestavasenhor Inglethorp?Aausênciadeleeraestranhae inexplicável.Lembrei-medasúltimaspalavrasda senhoraInglethorp.
Oqueestavaporportrásdaquelaspalavras?Oquemais elapoderianosterditosetivessetempo?
SOUND: PASSOS NA ESCADA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Porfimouvimososmédicodescendoasescadas.Doutor Wilkingsexalavaumaauradeimportânciaeparecia estaranimado,tentavaocultaraexultaçãoíntimasob umacalmadecorosa.
JádoutorBauersteinpermaneceunofundo,orostocom aquelabarbaimpenetrável.DoutorWilkingserao representantedosdois.ElesevirouparaJohnedisse:
DOUTORWILKINS
SenhorCavendishnecessitodoseuconsentimentopara umaautópsia.
JOHNCAVENDISH
Issoénecessário?
DOUTORBAUERSTEIN
Absolutamente.
JOHNCAVENDISH (CONFUSO)
Oquevocêquerdizercomisso?
DOUTORBAUERSTEIN
NemeunemodoutorWilkinspoderíamosemitiruma certidãodeóbitonessascircunstâncias.
8.
(CONTINUED)
JOHNCAVENDISH
Nessecasoeunãotenhooutraalternativaanãoser concordar.
DOUTORWILKINS
Obrigado.Nossapropostaérealizaraautopsiaamanhãà noite,oumelhordizendohojeànoite.
Dadasascircunstâncias,temoqueaaberturadeum inquéritonãopoderáserevitada.
Essasformalidadessãonecessárias,masnãose preocupem.
SOUND: CHAVES
DOUTORBAUERSTEIN
Essassãoaschavesdosdoisquartos.Euostranqueie naminhaopiniãoseriamelhormantê-losdessamaneira, pelomenosnomomento.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Osmédicospartiram.Euestivecomumaideianacabeça esentiquenaquelemomentodeveriacompartilhar.Ainda assim,fuicuidadoso.
John,eusabia,tinhamedodequalquerpublicidadee eraumotimistanatoquepreferiaevitarproblemasa qualquercusto.
Talvezfossedifíciloconvencerdapertinênciadomeu plano.
Lawrence,poroutrolado,eramenosconvencionalqueo irmãoetendotambémmaisimaginação,sentiqueelese tornariameualiado.Nãotinhadúvidaquenaquele momentoeutinhaquetomarainiciativa.
HASTINGS
John,vouteperguntaralgo.
JOHNCAVENDISH Sim...Oqueé?
HASTINGS
SelembradeeuterfaladosobremeuamigoPoirot?o Belgaqueestáporaqui?Eleéumdetetivemuito famoso.
JOHNCAVENDISH Melembro.
HASTINGS
Queroquemedeixeligarpraeleepedirqueinvestigue ocaso.
CONTINUED:9.
(CONTINUED)
JOHNCAVENDISH
Agora?!Antesdaautópsia?
HASTINGS
Exatamente,tempoéessencialsehouveumcrime!
LAWRENCECAVENDISH (COMRAIVA)
Bobagem!Naminhaopiniãoessacoisatodaéencenação deBauerstein!Wilkinsnãotinhaideiaquehaviaum crimeatéBauersteincolocarnacabeçadele.
Mas,comotodososespecialistas,Bauersteinvêoque querver.Venenossãohobbiedele,entãoobviamenteele osvêemtodaparte.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
ConfessoqueareaçãodeLawrencemesurpreendeu.Ele raramentetinhareaçõescomoaquela.
JOHNCAVENDISH
NãovejoascoisascomovocêLawrence.Estoudispostoa darHastingscartabranca,apesardepreferiresperar umpouco.Nãoqueremosnenhumescândalodesnecessário.
HASTINGS
Não,não,nãotemnadacomoquesepreocupar,Poiroté adescriçãoempessoa.
JOHNCAVENDISH
Então,façaoqueacharcerto.Deixoemsuamãos. Apesarqueseforoquesuspeitamospareceumcasobem claro,TomaraDeusqueeuestejacerto!
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Olheiparaomeurelógio.Eramseishoras.Euestava determinadoanãoperdermaistempo.
SOUND: LIVRO SENDO ABERTO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Entretanto,gasteicincominutos,passeivasculhandoa bibliotecaatéencontrarumlivrodemedicinacontendo umadescriçãosobreenvenenamentoporestricnina.
SOUND: MÚSICA (ENCERRAMENTO) DO CAPÍTULO (FIMDOCAPÍTULO)
CONTINUED:10.
OMisteriosoCasodeStylesCapítulo4-PoirotInvestiga by JúliaGurgel baseadoem"OMisteriosoCasodeStyles"deAgatha Christie v1c_08nov22cel(11)99268-7575 emailjuliabgurgel1@gmail.com
SOUND: MÚSICA CARACTERÍSTICA DO CAPÍTULO.
EXT. PARQUE DIA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Acasaqueestavasendoocupadapelosbelgasno vilarejoerabempertodosportõesdoparque.
SOUND: PASSOS NA GRAMA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Erapossívelganhartempotomandoocaminhoestreito pelagramaalta,dessamaneiraerapossívelevitaro traçadosinuosodasalamedas.
SOUND: PESSOA CORRENDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Porisso,tomeiaquelecaminho.Quasealcanceia guarita,quandominhaatençãosevoltouparaafigura deumhomemcorrendoemminhadireção.
SOUND: MÚSICA TEMA DO SENHOR INGLETHORP
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
ErasenhorInglethorp.Ondeestivera?Comoeleiria explicaraausênciadelenanoitepassada? Eleestavaansioso.
SENHORINGLETHORP (DESESPERADO)
MeuDeus!Issoéterrível!Minhapobreesposa!Acabei desaber.
HASTINGS
Ondeesteve,senhorInglethorp?
SENHORINGLETHORP (DESESPERADO)
SenhorDenbymesegurouatétarde.Jáeraumada manhãquandoterminamostudo.Entãodescobrique haviaesquecidoachavedecasa. NãoqueriaacordaracasainteiraentãoDenbyme convidouparapassaranoite.
HASTINGS
Quandosoubedanoticia?
SENHORINGLETHORP (DESESPERADO)
WilkinsfoiatéacasadeDenbyparacontaraele. MinhapobreEmily!
Elaeratãobondosa,deumcarátertãonobre.Ela subestimouaprópriaforça.
SOUND: MÚSICA TEMA DO SENHOR INGLETHORP VAI FICANDO MENOS (CONTINUED)
OMISTERIOSOCASODESTYLESCAPÍTULO4-POIROTINVESTIGA
AUDÍVEL, POUCO A POUCO ATÉ A ÚLTIMA FALA DE HASTINGS NESTA CENA.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Umaondaderevoltametomou.Quehomemhipócrita!
HASTINGS (IMPACIENTE)
Tenhoquemeapressar,precisochegaraumlugar.
EXT. CASA DOS BELGAS DIA
SOUND: HASTINGS BATENDO NA PORTA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Empoucosminutos,euestavabatendonaportadacasa queosbelgasestavamocupando.
SOUND: JANELA SENDO ABERTA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Semrespostaalguma,comeceiaficarimpaciente.Uma janelanoandarsuperiorseabriubemdevagar.Era Poirot.
SOUND: HASTINGS AO FUNDO FALANDO "POIROT"
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Elepareciasurpresoemmever.Empoucaspalavras expliqueiatragédiaquehaviaacontecidoeque queriaaajudadele.
POIROT
Ummomentomeuamigo,voudeixá-loentrarparaqueme contenovamenteosfatosenquantomevisto.
INT. QUARTO DE POIROT DIA
SOUND: PORTA SENDO DESTRANCADA
SOUND: PASSOS
SOUND: HASTINGS SENTANDO NA CADEIRA (CADEIRA SENDO PUXADA, E LOGO HASTINGS SE SENTANDO)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Logoeledestrancouaportaeeuoseguiparao quartodele.
Chegandoláelepediuqueeumesentassenumacadeira paraqueeurelatasseahistóriainteira,sem esquecernenhumdetalhepormaisinsignificanteque fosseenquantoelesevestia.
Conteicomofuidespertado,dasúltimaspalavrasde senhoraInglethorp,daausênciadomaridodela,o pedaçodaconversaentreMaryeasogra,faleisobre adiscussãododiaanteriorentresenhoraInglethorp eEvelynHoward,easadvertênciasdeEvelyn.
(MORE)(CONTINUED)
CONTINUED:2.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d)
Nãopoderiatersidomaisclaro.Repetiamesmacoisa diversasvezeseocasionalmentevoltavapararepetir algumdetalhequehaviaesquecido.Poirotsorriu gentilmenteparamim.
POIROT
(COMPREENSIVO)
SuamenteestáconfusaHastings,nãoestámeuamigo? Vácomcalma.Vocêestáagitado...Issoénormal. Agora,quandoestivermosmaiscalmos,vamosorganizar bemosfatos,cadaumemseudevidolugar.
Vamosexaminarerejeitar.Osimportantesdeixaremos deladoporummomentoeaquelessemimportância alguma"PUF"(barulhodasbochechasexplodindo) jogaremosfora.
HASTINGS
Estábem.Mascomovamosdecidiroqueéimportantee oquenãoé?Issopareceimpossívelparamim!
POIROT (ANIMADO)
NãoébemassimVoyons!Umfatolevaaoutroeassim continuamos.Esteseencaixanaquele?Maravilha! ótimo!
Podemosprosseguir.Essepróximo...Ahnão!Ohissoé curioso!Temalgofaltando,umaconexãodacorrente quenãoestálá.
Examinemos.Busquemos.Eaquelepequenofato,aquele detalhezinhoaparentementeinsignificante...agente ocolocaali!Éinsignificantesim!Tremendamente!
HASTINGS
S-i-im.
POIROT (ANIMADO)
Ah!Fiquealerta!’Éumpequenodetalhe,nãoimporta. Nãoseencaixa,vamosesquecer’.Éaíquemoraa confusão!TUDOIMPORTA!
HASTINGS
Eusei.Vocêsempremedizisso.Porissoexpliquei todososdetalhes,mesmoalgunsparecendo irrelevantes.
POIROT
Eestoumuitoorgulhosodevocê.Vocêtemumaótima memória,medeufatosfiéisaoacontecimento. Aordemquevocêosapresentounãovoucomentar...Na verdadefoideplorável!Maseufaçoalgumas concessões...Vocêestáperturbado.
Aissoatribuoaomissãodeumfatodeextrema importância.
CONTINUED:3.
(CONTINUED)
HASTINGS
Qualfato?
POIROT
VocênãomedissesesenhoraInglethorpcomeubem noitepassada.
SOUND: MÚSICA DE DÚVIDA/ CALMA DE MISTÉRIO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Euoencarei.Certamenteaguerraafetouocérebrodo homenzinho.Eleestavamuitofocadoemajeitaro casacoantesdecolocá-lo.Muitofocado.
HASTINGS (CONFUSO)
Nãomelembro...Dequalquerjeito...Nãovejoa impor...
POIROT
Vocênãovê?Édeextremaimportância!
HASTINGS
Nãovejooporquê.Atéondeconsigolembrar,elanão comeumuito.
Elaestavaobviamentechateadaeissonaturalmente tirouoapetitedela.
POIROT
Sim,umacoisaperfeitamentenatural.
SOUND: GAVETA SENDO ABERTA
SOUND: PASTA SENDO RETIRADA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Poirotabriuumagavetaeretirouumapasta, voltando-separamim.
POIROT
Agoraestoupronto.Nósvamosatéochâteaueestudar ocasonolocal.
SOUND: SOM DE CETIM (PARA A GRAVATA)?
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Comlicençamonami,vocêsevestiuasprestasea gravataestátorta.Permita-mearruma-la. Cayest!Agoravamoscomeçar?
EXT. PORTÃO DE STYLES DIA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Nóscaminhamospelavilaechegamosàmansão.Poirot parouporummomentoeobservouabelezadoparque, aindaúmidosoboorvalhomatinal.
CONTINUED:4.
(CONTINUED)
POIROT
Tãolindo...Tãolindo...Eaindasim,apobrefamília, cheiadeluto.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Eleolhouparamimprofundamenteenquantofalava,eu estavacientedoquesepassavadentrodoolhar profundodohomem.
Afamíliarealmenteestavacheiadeluto?O sofrimentopelamortedeSra.Inglethorpseriamesmo tãogrande?Eupercebiquehaviafaltadeemoçãona atmosfera.
Amulhermortanãotinhaotalentodeumamor contagiante.Amortedelafoiumchoque,masnãoera motivodelamentaçõesapaixonadas.
Poirotparecesaberdosmeuspensamentos.Elebalança acabeçaempreocupação.
POIROT
Não,vocêestácerto.Nãoécomosehouvessemlaços sanguíneos.
ElatemsidogenerosaebondosacomosCavendish,mas elanãoeraamãebiológica.Sanguediztudo, lembre-sedisso,sanguediztu-do.
HASTINGS
Poirot,eudesejosaberporquemeperguntouse senhoraInglethorpcomeudireitonoitepassada. Issonãosaidaminhacabeça.Nãoconsigoentendero quetemavercomoocorrido.
POIROT
Nãomeimportodelhedeixarsabendo,contanto,nãoé daminhapessoaexplicarascoisasatéofinalser alcançado.
AsuposiçãoéqueasenhoraInglethorpmorreu envenenadaporestricninapresumivelmente administradanocafé.
HASTINGS
Eentão?
POIROT
Então,quehorasocaféfoiservido?
HASTINGS
Porvoltadasoitodanoite.
POIROT
Portantoelabebeuentreoitoemeia,certamentenão muitotempodepois.
Estricninaéumvenenorelativamenterápido,os efeitossãosentidosrapidamente,provavelmente dentrodeumahora.
Aindaassim,nocasodasenhoraInglethorpos sintomasnãosemanifestaramatéascincohorasda manhãdodiaseguinte:9horasdepois!
CONTINUED:5.
(MORE)(CONTINUED)
POIROT(cont’d)
Mas,comumarefeiçãobemservida,consumidamaisou menosnamesmahoradoveneno,poderiahavera possibilidadedarefeiçãoterretardadoosefeitosda estricnina,masachodifícil.
Apesardisso,aindasepodelevaresseaspectoem consideração.
Mas,deacordocomoquevocêmedisse,elacomeu pouconaceia,eaindasimossintomasnãose manifestaramatéamanhãseguinte!
Agora,issoécuriosodadasascircunstânciasmeu amigo.Algopodeaparecernaautopsiaqueexplique. Enquantoissolembre-sedoqueestoudizendo.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Maispróximosacasa,Johnveioenosencontrou.Ele pareciacansadoeabatido.
JOHNCAVENDISH
EssaéumasituaçãohorrívelPoirot.Hastings explicounossaintençãodeevitarqualquertipode publicidade?
POIROT
Compreendoperfeitamente.
JOHNCAVENDISH
Vejabem,atéomomentotudoémerasuposição.Não temosnadaconcreto.
POIROT
Claro.Éapenasparaprecaução.
SOUND: MAÇO DE CIGARRO SENDO MANEJADO
SOUND: ISQUEIRO SENDO ACESO (PARA O CIGARRO)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Johnsevirouparamim,pegandoumcigarrocomaboca diretamentedopacote.
SOUND: SOM DO ISQUEIRO
JOHNCAVENDISH
Viuqueaquelesujeitinho,Inglethorp,voltou?
HASTINGS
Sim,oencontrei.
JOHNCAVENDISH
Édifícilsabercomotratá-lo.
POIROT (CALMO)
Essadificuldadenãoexistirápormuitotempo.
SOUND: BARULHO DE CHAVES (CONTINUED)
CONTINUED:6.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Johnpareciaconfuso,nãoentendendooquePoirot quisdizer,palavrasumtantocifradas.Entregou-me asduaschavesqueodoutorBauersteintinhadadoa ele.
JOHNCAVENDISH
MostreaomonsieurPoirottudoqueelequiserver.
POIROT Osquartosestãotrancados?
JOHNCAVENDISH
DoutorBauersteinnosaconselhouamantê-los trancados.
POIROT
Bem,eletemrazão.Issosimplificaascoisaspara nós.
INT. QUARTO DA SENHORA INGLETHORP DIA
SOUND: MÚSICA MEIO ASSUSTADORA
SOUND: PASSOS NA ESCADA
SOUND: BARULHO DE CHAVES
SOUND: PORTA SENDO DESTRANCADA
SOUND: PORTA SE ABRINDO
SOUND: PASSOS
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Fomosparaoandardecima,paraoquartoda tragédia.Porconveniênciavouexplicaroplanodo cômodoeosprincipaisitensdamobília.
SOUND: SILÊNCIO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
OquartodasenhoraInglethorptinhaformato retangular.Vamosnomearasparedescomletras.A parede"D"tinhaapenasduasjanelasvoltadasparaa partedeforadacasaeemumadelasumapequena mesa,aparedetambémpossuíaumapenteadeira. Vamosparaparede"C",localizadadoladodireito, nelatemosalareira,aportaparaoquartode Chyntiaeumaescrivaninha,quetomavaumpoucode espaçodeduasparedes,"C"e"A",nãopudedeixarde notartambémumpoucodeceraderramadapróximoà porta.
Agoralhesapresentoaparede"B",quetinhasomente umguardaroupa,umacómodaeaportaparaoquarto dosenhorInglethorp.
CONTINUED:7.
(MORE)(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d)
Porfim,aparede"A",possuíaacama,mesade cabeceiraquehaviatombado,umlavatórioeaporta paraocorredor.
SOUND: PORTA SENDO FECHADA.
SOUND: PORTA SENDO TRANCADA.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Poirottrancouaportapordentroeexaminouoquarto porcercadeumminutointeiro.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Eleiadeumobjetoaooutrocomaagilidadede gafanhoto.Eupermanecipertodaporta,commedode atrapalharainvestigação.Poirot,poroutrolado, nãopareceugratopelaminhadecisão.
POIROT
Oqueestáfazendomeuamigo?Vaificarparadoaí comoum...comosedizmesmo?Ahéporcomanco!
HASTINGS (CONFUSO)
Tenhomedodeobliteraralgumapegada.
POIROT
Pegadas?Queideiaéessa!Jápassouumexército nessequarto!Quaispegadasvamosencontraragora? Não,venhameajudarnaminhabusca.Voudeixarminha pastaaquiatéprecisardela.
SOUND: PASTA SENDO COLOCADA EM CIMA DA MESA
SOUND: MESA "RANGENDO"
SOUND: PASTA SENDO ARREMESSADA
SOUND: PASTA CAINDO NO CHÃO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Eassimelefez,colocouapastasobreamesinha redondapróximaajanela,foiumadecisãoinfeliz,o tampodamesaestavasoltoeimediatamentese inclinou,fazendoapastacairnochão.
POIROT (COMRAIVA)
Envoilàunetable!Ahmeuamigo,aspessoaspodem viveremmansõeseaindasimnãoternenhumconforto.
CONTINUED:8.
(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Apósojulgamentoeleresumiuapesquisadele. Umapequenapastaroxacomdocumentosemcimada escrivaninhacomumachavenafechaduraquedetevea atençãodeleporalgumtempo.Eletirouachavedo cadeadoepassouamesmaparaeuinspecionar. Nãonoteinadadeestranhonachave.Elaerabem normal,tipoYalecomumarotorcidonapartede cima.
Depois,eleexaminouaestruturadaportaque arrombamos,tendocertezadequeatravatinhasido utilizadaanteriormente.
Depoiselefoiparaaportadoladoopostodoquarto, aquedavaparaosaposentosdaCynthia.Aporta tambémestavatravada,comojáhavialhedito.
SOUND: TRAVANDO E DESTRAVANDO A PORTA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Noentanto,eleatravouedestravoudiversasvezes, comapreocupaçãodenãofazernenhumbarulho.De repentealgonotrincochamouaatençãodele.
SOUND: XILOFONE (QUANDO FALAR "ALGO CHAMOU A ATENÇÃO DELE")
SOUND: PINÇA SENDO RETIRADA
SOUND: TECIDO SENDO EXTRAÍDO
SOUND: TECIDO SENDO GUARDADO NO ENVELOPE
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Eleexaminoucomcuidadoeentãotirouumapinçade pasta,extraiuumapequenapartícula,aqualele colocoucuidadosamenteemumpequenoenvelope.
Sobreacômoda,haviaumabandejacomumalamparinaa álcooleumaespéciedepanelinha.Umapequena quantidadedeliquidopretoaindaestavapresente nelaaoladodeumaxícaravaziaquehaviasidousada eumpires.
Eumepergunto,comopudesertãopoucoobservadore ignoraraqueledetalhe.
SOUND: POIROT COLOCANDO O DEDO NO CHOCOLATE (DENTRO DA XÍCARA)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Aliestavaumapistaimportante.Poirotdelicadamente molhouodedonoliquidoeoprovou.Fezumacareta.
POIROT (ENOJADO)
Chocolate...Achoquecom...Rum.
CONTINUED:9.
(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Elepassouaexaminarfragmentosdecoisasquecaíram nochão,próximasamesadecabeceiraquehavia tombado.
Umalumináriadeleitura,algunslivros,fósforos,um molhodechaveseosfragmentosquebradosdeuma xícaradecafé.
POIROT
Ah,issoécurioso.
HASTINGS (CONFUSO)
Tenhoqueconfessar,nãovejonadadecuriososobre isso.
POIROT
Nãovê?observealuminária,ovidroestápartidoem duaspartes,estãoposicionadosdojeitoquecaíram. Masveja,axícaraestátotalmentequebrada.
HASTINGS
Creioquealguémdeveterpisadonela.
POIROT (DESCONFIADO)
Exatamente,alguémpisounela.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Elelevantou,estavaagachadoenquantoconversávamos eandoulentamenteatépróximodalareira,onde permaneceu,examinandoenfeiteseosorganizando,um truqueparaquandoestavaagitado.
POIROT
Monami,alguémpisounaquelaxicara,afazendose tornarpóearazãoportrásdissoé:continha estricninaou,oqueéaindamaisgrave,porquenão continhaestricnina!
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Nãoorespondi.Estavachocado,massabiaquenãoera umaboaideiapedirexplicações.Depoisdeumoudois minutos,eleserecompôsevoltouainvestigação.
SOUND: MOLHO DE CHAVES
SOUND: PASSANDO OS DEDOS POR ENTRE AS CHAVES
SOUND: CHAVE NA FECHADURA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Elepegouomolhodechavesqueestavanochão,as olhouporumtempo,passandoodedoentreelase finalmenteescolheuuma,novaebrilhante,aqualele tentounafechaduradapastaroxadedocumentos. Encaixouperfeitamenteeeleabriuapasta,mas (MORE)(CONTINUED)
CONTINUED:10.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d)
depoisdeummomentoafechouetrancounovamente. Colocouomolhodechavesnoprópriobolso.
POIROT
Nãotenhoautoridadealgumaparaolharessespapéis. Maséprecisofazerissoimediatamente!
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Eentãoeleexaminouasgavetassobolavatório cuidadosamente.Cruzouocômodoparaajaneladolado esquerdo,encontrouumamanchamarromarredondadano carpetequepareceuointeressar.
Eleficoudejoelhos,examinandoamanchadeperto, chegouatéacheirara-la.
Finalmenteelecolocoualgumasgotasdochocolateem umtubodeensaio,vedando-ocomcuidado.Opróximo passofoiabriropequenocadernodenotasqueele levava.
POIROT
Nósencontramosnessequarto:seispontosde interesse.Devonumerá-losouvocêfazashonras?
HASTINGS
Ah,comtodacertezavocêdeverianumerá-los.
POIROT
Tudobementão.Númeroum,umaxícaradecafé esmigalhada.Dois,umapastacomcadeado.Três,uma manchanochão...
HASTINGS
(INTERPRETANDOPOIROT)
Quepodetersidofeitaaalgumtempoatrás.
POIROT
Nãoéumapossibilidade,porqueaindaestá perceptivelmenteúmidaecheiraacafé. Quatro,umfragmentodetecidoverde-escuro,quaseum fiapomasgrandeosuficienteparaserreconhecido.
HASTINGS
(SURPRESO)
Ah!entãofoiissoquevocêlacrounaqueleenvelope.
POIROT
Certamente.Podeserquesejaumpedaçodeumvestido qualquerdasenhoraInglethorp,semnenhuma importância,vamosanalisar.
Númerocinco,essamanchaenormedeceraqueveioda velanochão!Deveteracontecidoontem.Deoutro modo,umaboacriadajáateriaremovidocomferro quente.
CONTINUED:11.
(CONTINUED)
HASTINGS
Realmente,émuitoprovávelquetenhaacontecido ontemànoite.Nósestávamosmuitoagitados. OutalvezsenhoraInglethorpderrubouaprópriavela.
POIROT
Vocêstrouxeramsomenteumavelaparaoquarto?
HASTINGS
Sim.LawerenceCavendishestavacarregando.Masele estavamuitoagitado.
Eleaparentouveralgopertodalareira,algoqueo paralisoucompletamente.
POIROT
Issoéinteressante.Sim,muitosugestivo,masnão foiaveladelequefezamancha,comovêessaceraé brancaeadeMounsieurLawrence,queestásobrea penteadeiraerarosa.
Poroutrolado,asenhoraInglethorpnãotinhavelas noquarto,apenaslumináriaparaleitura.
HASTINGS
Então,oquevocêdeduz?
SOUND: POIROT GRUNHINDO/ BALBUCEANDO
HASTINGS (BRAVO)
Eosextoponto?Presumoquesejaochocolateque pegouumaamostra.
POIROT
Não,poderiaterincluídomasnãofiz.Osextoponto voumanteremsegredo,pelomenosporenquanto. Creioquenãohámaisnadaaserfeitoaqui,ao menos....Ascinzas,ofogoqueimaedestrói.Mas podeterumachance...Vamosver!
SOUND: POIROT MEXENDO NO MATERIAL QUEIMADO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Silencioso,dejoelhoseapoiandoasmãosnochão, começouamexernomaterialqueimado,manuseandotudo commuitocuidado.Derepente,eleexclamou:
POIROT
ApinçaHastings!
SOUND: HASTINGS ENTREGANDO A PINÇA
SOUND: PAPEL SENDO EXTRAÍDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Rapidamenteentregueiaferramenta,ecommuita habilidadeextraiuumpequenopedaçodepapel,meio queimado,dalareira.
CONTINUED:12.
(CONTINUED)
POIROT
Prontomonami!Oqueachasobreisso?
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Poirotmeentregoueexamineiopapelzinho,eramais grossoqueumpapelnormaledizia’stetestament’.
HASTINGS (ANIMADO)
Poirot!Issoéumapartedotestamento!
POIROT (ENTEDIADO) Exatamente.
HASTINGS (DESAPONTADO) Nãoestásurpreso?
POIROT
Não,eujáesperava.
SOUND: MÚSICA DE SUSPENSE
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Devolviopapelzinhoeoobserveicolocarnabolsa dele,comomesmocuidadometódicoquesempreteve comtudo.Meucérebrodavavoltas.
Quesignificavaaqueletestamento?Quemoteria destruído?Seriaamesmapessoaquehaviadeixadoa ceracairnochão?Obviamentequesim.
Mascomoalguémconseguiuacessoaoquarto?Todasas portasestavamtrancadaspordentro.
POIROT (COMRAPIDEZ)
Agorameuamigo,nósvamosembora.Gostariadefazer algumasperguntasàchefedoscriados,creioqueo nomedelasejaDorcas,estoucerto?
INT. NO TOUCADOR DIA
SOUND: PASSOS RÁPIDOS
SOUND: PASSOS (DEVAGAR)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
PassamospeloquartodeAlfredInglethorpePoirot diminuiuopasso,conseguindoanalisarmuitobemo cômodo.
SOUND: PORTAS SENDO TRANCADAS
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Antes,trancamosambasasportas,adoquartoda senhoraInglethorpeaportaquelevavaaoquartodo maridodelacomoquartodomarido,talcomoestavam
CONTINUED:13.
(MORE)(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d) antesdenossachegada. LeveiPoirotatéotoucador,eletinhademonstrado interessevê-lo,fuibuscarDorcasenquantoisso. Noentanto,quandoretorneicomela,otoucador estavavazio.
HASTINGS (FALANDOALTO) Poirot,cadêvocê?
SOUND: VOZ DISTANTE DE POIROT
POIROT
Estouaquimeuamigo.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Eletinhasaindopelaportadedoisbatenteseestava empé.Perdidoemadmiração,diantedeumcanteirode florescomdiversostiposeformatos.
POIROT (ANIMADO)
Admirável!Admirável!Quesimetriamaravilhosa!Olhe essameialua!Eessesformatosdediamante?
Aperfeiçãoéalegriaparaosolhos!Oespaçamento entreasplantastambéméperfeito!Foifeito recentemente,não?
HASTINGS
Sim,acreditoquetenhasidofeitoontemàtarde.Mas entrenacasa,Dorcasestáaqui.
POIROT (IRRITADO)
Ehbien,ehbienNãomedeixaaproveitarnemum momentodesatisfação.
HASTINGS
Esseassuntoémaisimportante.
POIROT
Ecomosabequeessaslindasfloresnãotemamesma importância?
HASTINGS (IRRITADO) Apenasnãosei.
POIROT
Vocênãoconcorda?Essascoisastemimportânciasim. Bom,vamosentrareentrevistaracorajosaDorcas.
SOUND: PASSOS (PARA A ESQUERDA)
CONTINUED:14.
(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Dorcasestavanotoucador,asmãoscruzadasafrente docorpo.Ocabelogrisalhoarrumadoembaixodeuma touca.Elaeraaprópriaimagemdeumaboaempregada. Deinicio,aatitudecomPoiroterasuspeita,masele quebrouasdefensasdela.Eletrouxeumacadeirapara queelasesentasse.
SOUND: CADEIRA SENDO ARRASTADA
POIROT
Sente-semademoiselle.
DORCAS
Obrigada,senhor.
POIROT
Vocêficoumuitosanoscomasuapatroa,certo?
DORCAS
Dezanos,senhor.
POIROT
Issoébastantetempo,umtrabalhodemuita confiança.Vocêeramuitoligadaaela,nãoera?
DORCAS
Elaeramuitoboapramim,senhor.
POIROT
Entãovocênãovaiseimportaremresponderalgumas perguntas. EuasfaçocomaaprovaçãototaldosenhorCavendish.
DORCAS
Certamentesenhor.
POIROT
Voucomeçarperguntandodoseventosdeontematarde. SuapatroateveumadiscussãoDorcas?
DORCAS
Simsenhor,masnãoseisedevo...
POIROT
MinhaqueridaDorcas,énecessárioqueeusaibatodos osdetalhesdadiscussão.Nãoachequeestejatraindo aconfiançadapatroa.
Elaestámortaeéprecisoquesaibamosdetudo,se vamosvingaramortedela.
Nadapodetrazê-ladevolta,mastemosaesperança, sehouveumcrime,vamoslevaroassassinoajustiça.
DORCAS
Queassimseja!esemcitarnomes,temumapessoa nessacasaqueNENHUMdenósconseguesuportar.Que diatristeodiaemqueelepassoupelaporta!
CONTINUED:15.
(CONTINUED)
POIROT
Agora,comofoiadiscussão?vocêfoiaprimeiraque ouviu?
DORCAS
Bom,senhor,euporacasoestavapassandonocorredor ontem...
POIROT Quehoras?
DORCAS
Nãoseiexatamente.Masfaltavamuitotempoparahora dochá.Talvezquartohoras,talvezumpoucodepois. Comoeudissesenhor,estavapassandoporacaso, quandoouvivozes,bemaltaecomtonsraivosos.
SOUND: FALA DA SENHORA INLGLETHORP AO FUNDO, JUNTO COM DORCAS "VOCÊ MENTIU PRA MIM! ME DECEPCIONOU!"
DORCAS
Nãoestavaouvindodepropósito...Foiassim,pareie aportaestavafechadamasasenhorafalavabemalto ’vocêmentiupramim!Medecepcionou!
NãoouvioqueosenhorInglethorprespondeu.Ele falavabemmaisbaixoqueela,masentãoela respondeu:
SOUND: INSERT VOZ DA SENHORA INGLETHORP
SENHORAINGLETHORP
Comoousa?euomantiveaquecido,euoalimentei! Vocêmedeveavida!Eéassimquevocêmeretribui? Trazendodesgraçaparaomeunome?
DORCAS
Novamente,eunãoouvioqueelerespondeu,masela continuou:
SOUND: INSERT VOZ DA SENHORA INGLETHORP
SENHORAINGLETHORP
Nadaquevocêdisservaifazerdiferença. Meudeverestáclaro.Jámedecidi.Nãopenseque publicidadeouescândaloentremaridoemulhervaime parar.
DORCAS
Entãopenseiterouvidoelescaminhandoparaaporta epareideouvir.
POIROT
TemcertezaquefoiavozdesenhorInglethorpquea senhoraouviu?
CONTINUED:16.
(CONTINUED)
DORCAS
Clarosenhor,dequemmaisseria?
POIROT
Bem,oqueaconteceudepois?
DORCAS
Depoiseuvolteiparaocorredor,masestavatudo quieto.
ÀscincohorasasenhoraInglethorptocouosinoeme disseparalhetrazerocopodechá,nadaparacomer, elaestavanotoucador.
SOUND:
FALA DA SENHORA INLGLETHORP AO FUNDO, JUNTO COM DORCAS: "DORCAS, SOFRI UM GRANDE CHOQUE" DORCAS
Elapareciapéssima,pálidaeirritada"Dorcas",ela disse,"sofriumgrandechoque"eurespondidizendo quesentiamuitoequeelasesentiriamelhordepois deumcopodechá.
Elatinhaalgumacoisanasmãos,nãoseiseerauma cartaouumsimplespedaçodepapel,mastinhaalgo escritoeelaencaravaopapelcomosenão acreditassenoqueestavaescritoali.
Elasussurroupraelamesma,comosetivesse esquecidodaminhapresençaali.
SOUND: INSERT VOZ DA SENHORA INGLETHORP
SENHORAINGLETHORP (SUSSURRANDO)
Essaspoucaspalavras,tudoestámudado,nuncaconfie emumhomemDorcas,elesnãovalemapena!
DORCAS
Eucorriparacozinhaepegueiumcopodecháextra forteparaela,quemeagradeceuassimqueviu,disse tambémquejásesentiamelhordepoisdebebê-lo. Eladisse:
SOUND: INSERT VOZ DA SENHORA INGLETHORP
SENHORAINGLETHORP
Nãoseioquefazer,escândalosentremaridoemulher éumacoisahorrível.Gostariadesilenciartudose pudesse.
DORCAS
SenhoraCavendishentroueentãoelaparoudefalar.
POIROT
Elaaindatinhaacarta,ouquequerqueseja,em mãos? (CONTINUED)
CONTINUED:17.
DORCAS
Simsenhor.
POIROT
Bem,oqueelaprovavelmentefariacomospapéis depois?
DORCAS
Nãoseiaocertosenhor.achoqueoguardarianaquela pastaroxaqueelatem.
POIROT
Éláqueelageralmentemantémdocumentos importantes?
DORCAS
Simsenhor.Elaatraziaparabaixotodasasmanhãse alevavaparacimatodasasnoites.
POIROT
Quandoelaperdeuachavedapasta?
DORCAS
Elaperdeuontemnahoradoalmoço,emepediupara queprocurassemuitobem. AsenhoraInglethorpestavamuitochateadacomo acontecimento.
POIROT
Elatinhaumachavereserva?
DORCAS
Ah,simsenhor.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
DorcasolhavaparaPoirotcommuitacuriosidadee parafalaraverdadeeutambémestava.Qualeraa importânciadachaveperdida?Poirotsorriu.
POIROT
NãosepreocupeDorcas,émeutrabalhosaberdas coisas.Achaveaindaestáperdida?
SOUND: BARULHO DE CHAVES
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
OsolhosdeDorcasestavamsaltados,pareciamqueiam sairdacabeçaenquantoPoirottiravadobolsoa chavequehaviaencontradonafechaduradapastade documentos,noandardecima.
DORCAS
Éessamesmosenhor.Masondeosenhoraencontrou? Euaprocureiportodolugar!
CONTINUED:18.
(CONTINUED)
POIROT
Ah,masvejanãoestavanomesmolugarqueestava ontem.
Agoraindoparaoutroassunto,apatroadasenhora tinhaumvestidoverdeescuronoguardaroupasdela?
DORCAS (CONFUSA) Nãosenhor.
POIROT Temabsolutacerteza?
DORCAS Simsenhor.Certeza.
POIROT
Maisalguémnacasatemumvestidoverde?
DORCAS (CONFUSA)
AsenhoritaCythiatemumvestidodebaileverde.
POIROT Verdeescuroouverdeclaro?
DORCAS
Verdeclarosenhor,umtipochiffon,comochamam.
POIROT (DECEPCIONADO)
Ah,nãoéissoqueestouprocurando.Masalguémtem qualquerroupaverde?
DORCAS (CONFUSA) Nãosenhor,nãoqueeusaiba.
POIROT (DECEPCIONADO)
Bom,vamosterquedeixaressapassar. Vocêtemalgumarazãoparaacreditarquesuapatroa iriatomaralgumasubstânciaparadormirontemà noite?
DORCAS
Nãonoitepassadasenhor,euseiqueelanãotomou.
POIROT
Ecomotemtantacerteza?
DORCAS
Porqueacaixaestavavazia.Elatomouaúltimadose deremédiodoisdiasatrásenãotinhamandadofazer mais.
CONTINUED:19.
(CONTINUED)
POIROT
Temcertezadisso?
DORCAS
Absolutasenhor.
POIROT
Entãotudoestáesclarecido.Apropósito,elanãote pediuparaqueassinassealgumpapelontem,pediu?
DORCAS (CONFUSA)
Eu,assinarpapel?Nãosenhor.
POIROT
QuandoosenhorHastingseosenhorLawrenceentraram emcasaontemànoite,elesencontraramapatroada senhoraocupada,escrevendocartas. Suponhoquevocêsaibaparaquemelaestava escrevendo.
DORCAS
Temoquenãosaibasenhor.Euestavaforaàtarde. TalvezAnniepossatedizer,apesardeserumamenina descuidada.
Nãolimpouasxícarasdecafédanoitepassada.Isso queacontecequandonãoestouaquivigiandoas coisas.
POIROT
Damesmaformaqueasxícarasforamdeixadaslá Dorcas,nãoaslimpeesperepormaisumtempo,eute peçoDorcas,gostariadeexaminá-las.
DORCAS Claro,senhor.
POIROT
Aquehorasasenhorasaiunoitepassada?
DORCAS
Porvoltadasseishorassenhor.
POIROT
ObrigadaDorcas,essasãoasperguntasporhoje. Tenhoadmiradoessesvasosdeflores.Quantos jardineirostrabalhamaqui?
DORCAS
Agorasomentetrêssenhor.Antesdaguerraeram cinco.Quandocuidavamdapropriedadedojeitocerto, gostariaqueosenhortivessevistoessejardimem todasuaglória.Umabelavista.
MasagorasóháovelhoManning,ojovemWilliame umamulherdemodosmodernos,quevestecalçase coisasdogênero.Ah,essestempossãohorríveis!
CONTINUED:20.
(CONTINUED)
POIROT
OsbonstemposvãovoltarDorcas.Pelomenosnós temosqueteresperança.Agora,podepedirparaque Anniemeencontreaqui?
DORCAS
Simsenhor.Obrigadasenhor.
SOUND: PASSOS DEIXANDO O TOUCADOR
HASTINGS
ComosabiaquesenhoraInglethorptomavaremédiopara dormir?esobreachaveperdidaeacópia?
POIROT
Umacoisadecadavez.Sobreocalmanteeusabiapor contadisso,umacaixinhadepapelão,similarcomas utilizadasporfarmacêuticosparaacondicionar medicamentosempó.
HASTINGS
Ondeàencontrou?
POIROT
Emumagavetadolavatório,noquartodasenhora Inglethorp.Eraopontoseisdaminhalista.
HASTINGS
Massuponhoqueoúltimocalmanteempófoitomado doisdiasatrás,creioquenãotenhatanta importância.
POIROT
Provavelmentenão,masnãopercebenadapeculiar nessacaixinha?
HASTINGS
Nãopossodizerquevejo.
POIROT
Olheorótulo.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Licomatenção.Estavaescrito:Tomarumcalmantena horadedormir,senecessário.senhoraInglethorp.
POIROT
Nãovêquenãotemonomedenenhumfarmacêutico.
HASTINGS
(SURPRESO) Ah!Issoéverdade,queestranho.
POIROT
Vocêjáconheceuumfarmacêuticoquepreparouum medicamentoassimenãocolocouopróprionome?
CONTINUED:21.
(CONTINUED)
HASTINGS
Nãoconheço.
POIROT
Eaindaassimarespostaémuitosimples.Entãonão pareçatãointrigadomeuamigo.
SOUND: PASSOS SE APROXIMANDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
OuvimosospassosdeAnnieseaproximando,entãonão tivetempoderesponder.
Annieerasimpática,decorpovigorosoe evidentementeestavaanimadaporparticiparda investigação,misturadonessesentimentocerta satisfaçãosádicapelatragédia. Poirotfoidiretoaoassunto.
POIROT
Mandeichamá-laAnnie,poisacheiquepoderiame dizeralgosobreascartasquesenhoraInglethorp escreveuontemànoite.
Quantaseram?econseguemedizerosnomese endereçosdosdestinatários?
ANNIE
Tinhamquatrocartassenhor.Umaparasenhorita HowardeoutraparasenhorWells,oadvogado;as outrasduasachoquenãoconsigomelembrar, senhor...
Oh,sim,umaeraparaosRoss,fornecedoresde comida,emTadminster.Jáaoutra,eunãomelembro.
POIROT
PenseAnnie.
ANNIE
Desculpesenhor,masnãoconsigomelembrar.Achoque nãoreparei.
POIROT
Nãoimporta.Agoraqueroteperguntarsobreoutro assunto.Tinhaumapequenapanelanoquartode senhoraInglethorpcomumpoucodechocolatedentro. Elaobebiatodasasnoites?
ANNIE
Simsenhor,comleite,umacolherdechádeaçúcare duascolheresdecháderum.
POIROT
Quemlevouochocolateparaoquartodesenhora Inglethorp?
ANNIE Eusenhor.
CONTINUED:22.
(CONTINUED)
POIROT Sempreeravocêquelevava?
ANNIE Sim,senhor.
POIROT Quehoras?
ANNIE Semprenahoradefecharascortinassenhor.
POIROT Vocêlevavadiretodacozinhaparaoquartoentão?
ANNIE Nãosenhor,vejabem,nãotemmuitoespaçonofogãoa gás,entãoacozinheirageralmentefazmaiscedo, antesdecozinharosvegetaisparaaceia. Então,eucostumavalavarparaoandardecima, colocaremumamesapróximoàportavaieveme levavaparaoquartodaSenhoraInglethorpdepois.
POIROT
Aportavaievem,énaalaesquerdadacasa?
ANNIE Simsenhor.
POIROT Eamesinha,ondefica?Aoladodaportaoumais longe,próximadaaladoscriados?
ANNIE Próximaàaladosfuncionáriossenhor.
POIROT
Quehorasvocêlevounoitepassada?
ANNIE Porvoltadasseteequinze.
POIROT
EquandolevouparaoquartodasenhoraInglethorp?
ANNIE Quandofuifecharascortinas,porvoltadasoitoe horas.SenhoraInglethorpfoiparaacamaantesdeeu terminaroserviço.
POIROT Entãoentreseteequinzeeoitohoras,ochocolate estavalocalizadoemcimadamesinha,naalaesquerda dacasa?
CONTINUED:23.
(CONTINUED)
ANNIE Simsenhor.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Annieestavaficandocadavezmaisvermelhanorosto, atéeladeixarescaparalgoinesperadamente.
SOUND: MÚSICA PARA CRIAR UM CLIMA INTRIGANTE ASSIM QUE ANNIE TERMINA DE FALAR
ANNIE
Esetinhasalsenhor,nãofoiminhaculpa.Eununca deixavasalpertodochocolate.
POIROT
Oquetefazpensarquehaviasal?
ANNIE Vinabandejasenhor.
POIROT Vocêviusalnabandeja?
ANNIE
Sim.Pareciasalgrossodacozinha.Eunãohavia percebidoquandoleveiabandejaparaoandarde cima.
Masquandoeufuilevarparaoquartodasenhora Inglethorpeureparei.
Seiquedeveriaterlevadotudoparabaixooutravez epedidoàcozinheiraparaprepararoutrabebida.
Masestavacompressa,Dorcastinhasaído,epresumi queochocolateemsiestavanormalequeosalsó estavanabandeja.
Entãoapenaslimpeicommeuaventaleentreino quarto.
SOUND: DIMINUINDO A MÚSICA AOS POUCOS ATÉ A FALA DO HASTINGS
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Tivemuitadificuldadeemcontrolarminhaanimação. Semsaber,Annietinhanosdadoumapistaimportante. Comoelareagiriasesoubesseque’osalgrossode cozinha’eraestricnina,umdosvenenosmaismortais conhecidospelahumanidade.
EuestavamaravilhadocomacalmadaPoirot.Oauto controledeleerasurpreendente.Esperavaapróxima perguntamuitoimpaciente.Masmedecepcionei.
POIROT
QuandofoiparaoquartodesenhoraInglethorp,a portaparaoquartodeCynthiaestavatravadacom trinco?
CONTINUED:24.
(CONTINUED)
ANNIE Simsenhor,sempreestava.Nuncafoiaberta.
POIROT
EaportaparaoquartodosenhorInglethorp?Lembra seestavatravadacomtrinco?
ANNIE Nãoseiaocertosenhor.Estavafechada,masnãosei secomotrinco.
POIROT
Quandovocêfinalmentedeixouoquarto,asenhora Inglethorptrancouaportapordentro?
ANNIE
Nãosenhor,nãonaquelemomento.Maseuesperavaque trancassedepois. Elageralmentetrancavaanoite.Estoumereferindoà portadocorredor.
POIROT
Vocênotoualgumaceradevelanochãoquandoarrumou oquartoontem?
ANNIE Ceradevela?Nãosenhor,senhoraInglethorpnão tinhavelasnoquartodela.Somentealumináriade leitura.
POIROT
Então,setivesseumagrandemanchadeceraverdeno chão,vocêachaquenotariacomtodacerteza?
ANNIE Simsenhor.Eteriaretiradocomumferroquente.
POIROT Elatinhaumvestidoverde?
ANNIE Nãosenhor.
POIROT Nemumsobretudo,umatoucaouumagasalhoesportivo?
ANNIE Nadaverdesenhor.
POIROT Ealguémnacasa,temalgumaroupaverde?
ANNIE (PENSATIVA) Nãosenhor.
CONTINUED:25.
(CONTINUED)
POIROT
Temcertezadisso?
ANNIE Absoluta.
POIROT
Bien!Issoétudoquequerosaber.Muitoobrigado.
SOUND: ANNIE RINDO NERVOSAMENTE
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Comumarisadanervosa,Annieseretiroudotoucador. Euestavaanimado.
SOUND: PASSOS DEIXANDO O TOUCADOR
HASTINGS (ANIMADO)
Poirot!Meusparabéns!Issoéumagrandedescoberta!
POIROT
Oqueéumagrandedescoberta?
HASTINGS
Porqueochocolatefoienvenenadoenãoocafé,isso explicatudo!
Claroqueoefeitonãoaconteceuatéamanhã seguinte,jáqueochocolatefoibebidosomenteno meiodanoite.
POIROT
Entãovocêachaqueochocolate,prestebematenção noqueestoufalandoHastings,queochocolate continhaoveneno?
HASTINGS
Claro!Osalnabandeja,oquemaispoderiaser?
POIROT
Poderiaserapenassal.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Sacudiosombros.Seeleiatratardoassuntodaquela maneira,nãovaliaapenadiscutircomele.Aideia cruzouminhacabeça,nãopelaprimeiravez,deque Poirotestavaficandovelho.
Particularmente,achavaqueeletinhasortedeter-se associadoaalguémdotadodeumamentemais perspicaz.
POIROT
Nãoestácontentecomigo,monami?
HASTINGS
MeuqueridoPoirot,nãoémeutrabalhoditaras escolhasquevocêtoma.
(MORE)(CONTINUED)
CONTINUED:26.
HASTINGS(cont’d)
Vocêtemdireitoàprópriaopinião,assimcomoeu tenhoaminha.
POIROT
Umsentimentonobre.Agora,finalizeicomesse cômodo.Apesardeque...Dequeméamesamenoralino canto?
HASTINGS
SenhorInglethorp.
POIROT
Ah!Estátrancada.Mastalvezumadaschavesda senhoraInglethorppossaabrir.
SOUND: POIROT TENTANDO ABRIR A GAVETA COM A CHAVE
SOUND: PORRADA NA GAVETA
POIROT
Voila!Nãoprecisodechave,vouabrircomsafanão.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Eassimconseguiuabriragaveta,passandoosolhos sobreosdocumentoscaprichosamentearrumados.
Paraminhasurpresa,nãoosexaminou,apenasaprovou oqueviu,recolocandoatampanolugar.
SOUND: GAVETA SENDO FECHADA
POIROT
Decididamente,eleéumhomemdemétodo.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Sentiquemeuamigonãoeramaisomesmoenquantoele falavaparasimesmo,semconexãoalguma.
POIROT (CONFUSO)
Nãotinhaselosnamesadele,mastalvezpossamter estadolá,ehmonami?Podemtertido,não?sim... Essetoucadornãotemmaisnadaanosdizer,nãonos trouxemuitacoisa.Apenasisso.
SOUND: ENVELOPE SENDO TIRADO DO BOLSO
SOUND: MÚSICA DE ENCERRAMENTO DO CAPÍTULO. (QUANDO O HASTINGS COMEÇA A LER O PAPEL, COMEÇA BEM BAIXINHO A MÚSICA DO FINAL DO CAPÍTULO E QUANDO ELE TERMINA A MÚSICA SE INTENSIFICA)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Eletirouumenvelopeamassadodobolsodeleejogou paramim.Eraumdocumentobemcurioso.Umenvelope simpleseencardido,comalgumaspalavras aleatoriamenteescritas,diziam:"Possessa,estou (MORE)(CONTINUED)
CONTINUED:27.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d) possessa""Eleestápossesso""Estoupossessa, possessa.".
(FIMDOCAPÍTULO)
CONTINUED:28.
OMisteriosoCasodeStylesCapítulo1-DevoltaaStyles by JúliaGurgel baseadoem"OMisteriosoCasodeStyles"deAgatha Christie v1d_08nov22cel(11)99268-7575 emailjuliabgurgel1@gmail.com
EXT. RUA DIA
SOUND: SOM DE DOCUMENTO SENDO DATILOGRAFADO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Ograndeinteressedespertadopelopúbliconoqueera conhecidonaépocacomo"OcasodeStyles"dealguma forma,agoradiminuiu.
Emvirtudedanotoriedademundialalcançada,fui questionado,pelomeuamigoPoirotepelaaprópria famíliaStyles,aescreverumrelatosobretodaa história.
Confiamosqueissovaiefetivamentesilenciaros rumoressensacionalistasqueaindapersistem.
Euvou,portantobrevementeapresentaras circunstânciasquemelevaramaterrelaçãocomo caso.
Emmilnovecentosedezessetefuimandadoparacasa, dalinhadefrentedaguerra,porestarinválido,e depoisdepassaralgunsmeses,emhospitais extremamentedeprimentes,fuiconcebidoummêsde licençamédica.
Nãotendoparentespróximosouamigos,euestava tentandodecidiroquefazer,quandoencontreicom JohnCavendish.Euotinhavistomuitopoucoaolongo dosanos.
Defato,eununcaoconhecimuitobem.Eleeraquinze anosmaisvelhoqueeu,apesardedificilmente aparentartermaisdequarentaecincoanos.Quando eragarotoeuhaviaficadoemStyles,acasadamãe deleemEssex.
Nóstínhamosboasmemóriassobreosvelhostempos, issoolevouameconvidarapassarminhalicençaem Styles.
JOHNCAVENDISH
Mamãeficaráextremamentefelizemvê-lodepoisde todosessesanos.
HASTINGS
Comovaisuamãe,John?
JOHNCAVENDISH
Ah,sim,suponhoquetenhaouvido,elasecasou novamente.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Temoquedemonstreigrandesurpresa.Asenhora Cavendish,quesecasoucomopaidoJohnquandoele eraumviúvocomdoisfilhos,foiumamulhermuito bonitademeiaidadesemelembrobem.
Elacertamentenãopoderiaterumdiamenosque setentaanosdeidadenaquelaocasião.Lembro-medela comumapersonalidadeenergética,autocrítica,ede algummodoerainclinadaaobternotoriedadepor
OMISTERIOSOCASODESTYLESCAPÍTULO1-DEVOLTAASTYLES
(MORE)(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d)
trabalhossociaisecaridade.
Sempreorganizandobazareseinterpretandoopapelde senhoracaridosa.Elaeraumamulhermuitogenerosa, epossuíaumafortunaconsiderável.
Acasadecampodeles,amansãodeStyles,foi compradapeloSenhorCavendishlogoquesecasaram.
Elesemprefoimuitodevotoàesposa,tantoqueao morrerdeixouapropriedadeparaela,juntocom grandepartedodinheirodele,umacordomuito injustoparaosdoisfilhosdele.
Amadrastanoentanto,semprefoimuitogenerosacom osdois,defato,eleseramtãonovosnaépocado novocasamentodopaiquesemprepensaramnelacomoa própriamãe.
Lawrence,omaisnovo,teveumajuventudedelicada. Seformoucomomédico,maslogonoinícioabandonoua profissão,permanecendoemcasaparasupriras ambiçõesliteráriasdele,emboraosversosdelenunca tenhamfeitosucesso.
Johnfoiadvogadoporumtempo,masfinalmentese acomodoucomumavidamaisconfortávelnocampo.Ele secasoudoisanosatráselevouaesposaparaviver emStyles,apesardeeuterasuspeitadequeele preferiateramesadaaumentada,possibilitandoa compradaprópriacasa.
AesposadeJohn,senhoraCavendish,noentanto,era umamulherquegostavadefazerosprópriosplanose esperavaqueaspessoasaceitassemeles,nessecaso eraelaquemseguravaasrédeasdasituaçãooumelhor dizendoofechodacarteira.
JOHNCAVENDISH
(COMRAIVA)
Maisumsujeitinhodesprezível,estáfazendonossa vidamuitodifícil,esobreaEvie...Vocêlembrada Evie?
HASTINGS
Nãomerecordo.
JOHNCAVENDISH
Oh,acreditoqueelanãosejadaépocaquevocê frequentavaminhacasa.
ÉafaztudodeStyles,companheira,paupratoda obra!UmaótimafiguraavelhaEvie! Nãoprecisamentejovemebela,masmuitovivaze despachada.
HASTINGS
(IMPACIENTE)
Vocêestavadizendo...
CONTINUED:2.
(CONTINUED)
JOHNCAVENDISH
Ahsim,aquelesujeito!Eleapareceudonada,dizendo queeraprimodesegundograudaEvie,apesardela nãosaberquetinhamessarelação.
Eleééumcompletoimpostor!Qualquerumconsegue verisso.
Temumagrandebarbapretaeusabotaspretasde combateemqualquerclima!
Masmamãeseencantoucomelenahoraeofezo secretáriodela...
Sabecomoelasempreestáadministrandocentenasde caridadesdeumavez?
HASTINGS
Merecordobem.
JOHNCAVENDISH
Claro,aguerrafezcomquecentenasvirassem milhares.Semdúvidaocamaradafoimuitoútilaela. Masvocênãoimaginaonossoespanto,quandotrês mesesatrás,subitamenteanunciouqueelaeAlfred estavamnoivos!
Eleépelomenosvinteanosmaisnovoque ela.Ésimplesmenteocasomaisdeslavadocaradepau afimdefazerumafortuna.
Mascomosabemuitobem,elaédonadopróprionariz ecasou-secomelemesmoassim.
HASTINGS
Deveserumasituaçãodifícilparavocês.
JOHNCAVENDISH (COMRAIVA)
Difícil?Éumadesgraça.
EXT. ESTAÇAO DE STYLES DIA
SOUND: SOM DO TREM
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Apesardetudo,trêsdiasdepois,desembarqueina viladeStyles,SantaMariaumaestaçãodetrem extremamentepequenasemnenhumarazãoaparentepara existir,nomeiodecamposverdeseruelasdo interior.
JohnCavendishestavaesperandopormimnaplataforma emeconduziuatéocarro.
SOUND: CARRO LIGANDO
JOHNCAVENDISH
Aindaconseguiumpoucodegasolina,comopodever naturalmenteporcontadasatividadesdemamãe.
CONTINUED:3.
INT. CARRO DE JOHN DIA
SOUND: CARRO ANDANDO EM ESTRADA DE TERRA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
OvilarejodeStyleserasituadocercadetrês quilômetrosdapequenaestação,eamansãodeStyles umquilômetroemeiodali.
Aindaeraumdiaquentenoiniciodejulho.Aose contemplarcomaplaníciedeEssex,tãoverdee pacificasobosoldatarde,pareciaimpossívelde acreditarque,nãotãolonge,estavaacontecendouma guerra.
Senticomoseestivesseentrandoemumnovomundo. Quandoentramospelosportõesdamansão,Johndisse:
EXT. PORTÕES DE STYLES DIA
JOHNCAVENDISH
Temoquevocêváacharesselugarmuitoparado, Hastings.
HASTINGS
Meucaroamigo,issoéexatamenteoqueeuquero.
JOHNCAVENDISH
Maravilha!Ébastantepacatosequiserlevarumavida tranquila.
Trabalhocomovoluntárioduasvezesnasemanaeajudo nasfazendas.Minhaesposatrabalharegularmenteno campo.
Elaacordatodososdiasàscincodamanhãparatirar leitedasvacasefazissoatéahoradoalmoço. Éumavidaboademaneirageral,senãofossepor AlferdInglethorp!
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Derepente,eleparaocarroeolhanorelógiodele.
JOHNCAVENDISH
SeráquetemostempoparabuscaraCynthia?Não,ela jádevetersaídodohospitalagora.
HASTINGS
Cynthia?Essaéamulhercomquemsecasou?
JOHNCAVENDISH
Não,Cynthiaéaprotegidadaminhamãe,afilhade umavelhacolegadeclassedela,quesecasoucomum comumadvogadotrapaceiro.
Elefoiafalênciaeagarotaficouórfãsemnenhum tostão.MinhamãearesgatoueCynthiaestáconosco porvoltadedoisanosagora.
Elatrabalhanohospitaldacruzvermelha,em Tadminster,aonzequilômetrosdaqui.
4.
(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Conformeelefalavaasúltimaspalavras,chegamos diantedagrandiosaevelhamansão.
Umamulherusandoumasaiadealgodãobemgrosso,que estavainclinadasobreasflores,seajeitouaonos ver.
EXT. EM FRENTE A MANSÃO DIA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
SenhoritaHowardmeofereceuumapertodemãoquase doloroso.Osolhosazuiserostobronzeadodela, causaramumaimpressão.
Elatinhaaspectoagradável,nacasadosquarenta, comumavozprofunda,quasemasculinaemcertostons, umcorpotantoquantogrande,compéscondizentescom otamanho,calçadoscombotaspesadas.
Aconversadela,eulogodescobri,sedavaemestilo telégrafico.
SENHORITAHOWARD (PAUSADAMENTE)
Ervasdaninhascrescemcomoumacasaemchamas. Nãoconsigodarconta. Émelhorsempreficardeolhonelas.
HASTINGS
Ficareimuitofelizsepuderserútil.
SENHORITAHOWARD
Nãodigaisso.Vaisearrependerdepois.
JOHNCAVENDISH (RINDO)
VocêémuitocínicaEvie!Ondevaiser ocháhoje?dentroouforadacasa?
SENHORITAHOWARD
Aoarlivre.Estáumdiamuitobonitoparaseficar dentrodecasa.
JOHNCAVENDISH (RISONHO)
Venhalogo,jáfezjardinagemsuficienteporhoje, vocêjásabe’Dignoéotrabalhadordoseusalário’. Venhadescansarumpouco.
SOUND: TIRANDO AS LUVAS
SENHORITAHOWARD
Bom,vouterqueconcordarcomvocê.
CONTINUED:5.
EXT. LADO DE FORA DA MANSÃO DIA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Eladeuavoltaaoredordacasa,indoatéolugar ondeocháestavaestavadisposto,sobàsombrade umagrandeárvore.
Umapessoalevantoudacadeiraeveionosencontrar.
SOUND: MÚSICA (UM POUCO MAIS ROMÂNTICA)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
EununcameesquecereidaprimeiravezqueviMary Cavendish.
Aformaalta,delineadacontraaluzbrilhante,o sentimentovívidodeumfogoembrasaardendo calmamentenaquelesolhos,diferentedequalquer mulherquejáhaviaconhecido,opoderintensode tranquilidadequeelapossuía,queapesardisso,dava aimpressãodeconterumespíritoindomávelemum corpocivilizado.
Todasessascoisasestavamcravadasnaminhamemória. Eununcavouesquecê-las.
SOUND: MARY AO FUNDO FALANDO "SEJA MUITO BEM VINDO À STYLES"
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Elamecumprimentoucompoucaspalavrasdeboas vindas,emumavozbaixaeclara.Meafundeiemuma dascadeiras
sentindo-meótimoporteraceitadooconvitedeJohn.
ASenhoraCavendishmeserviuumpoucodecháeas contidasobservaçõeselevaramaindamaismeuconceito decomoelaeraumamulherfascinante.
Umaótimaouvinteésempreestimulante,eeu descrevi,demaneiracômica,certosincidentesda minhaestadianohospital.
Paraminhasatisfação,muitodivertiuminhaanfitriã. John,éclaro,umbomcompanheiromasnemdelonge podeserchamadodealguémcombompapo.
Naquelemomento,umavozfamiliarveiodajanela, aquelascomduasaberturas,nahorizontalbempróximo denós.
SOUND: PASSOS SE APROXIMANDO
SENHORAINGLETHORP
Entãovocêvaiescreverparaaprincesadepoisdo chá,Alfred?
EuvouescreverparaLadyTadministerparaosegundo dia,oumelhoresperararespostadaprincesa?
Casoelarecuse,LadyTadminsterpoderiafazer aberturanoprimeirodiaeSenhoritaCrosbieo segundo.
TambémtemaDuquesaparaafestaescolar.
6.
(CONTINUED)
SENHORINGLETHORP (MURMURANDOAOLONGE) Sim,querida.
SENHORAINGLETHORP
Claro,certamente.Depoisdocháestáótimo.Vocêé muitobondosoAlfredquerido.
SOUND: JANELAS SENDO ABERTAS.
SOUND: PASSOS NA GRAMA.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Asportasdajanelaseabriramumpoucomais,euma belamulhercomcabelosbrancos,comarautoritário, veioemminhadireçãonagrama.
Umhomemàseguiacomcertotomdedeferência.A SenhoraInglethorpmecumprimentoucommuitoafeto.
SENHORAINGLETHORP (MUITOFELIZ)
Ohémaravilhosovê-lonovamenteHastings,depoisde todosessesanos!EsseéAlfredmeumarido.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
EuolheiparaAlfredcomcertacuriosidade.Ele certamentetraziaumardiferente.Nãoerade estranharqueJohnfizesseobjeçõesabarbadohomem. Eraumadasmaioresemaisescurasqueeujátinha visto.Eleusavaummonóculocomarmaçãodeouroe tinhaumaestranhaexpressãodeimpassibilidade. Meocorreuquetalvezeleparecessenaturalemum palco,masestranhamenteforadolugarnavidareal. Avozdeleeragrossaegrave.Estendeu-meamãosem energiaedisse:
SENHORINGLETHORP
Émeuprazerconhecê-loSenhorHastings.Emily querida,achoqueaalmofadaestáumpoucohúmida.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Elaoadmiroucomafetoenquantoelesubstituíaa almofadacomumademonstraçãodegrandeternura. Estranhapaixãodeumamulhersempretãosensataem tudo!
ComapresençadoSenhorInlglethorp,umasensaçãode constrangimentoehostilidadepareciamtomarcontado ambiente.
SenhoritaHoward,emespecial,nãofaziaquestãode esconderossentimentos.SenhoraInglethorpno entanto,parecianãonotarnadaforadonormal. Ainconsistência,daqualmelembrodosvelhos tempos,nãomudouaolongodosanos,elasimplesmente deixavaaconversafluir,principalmentenoassunto dobazarqueestavaorganizandoequeaconteceriaem breve.
Ocasionalmente,elaperguntavaalgorelacionadoa
CONTINUED:7.
(MORE)(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d)
datasao
maridodela,quemantinhaatitudessempreatentas. Daprimeiravezqueoolhei,nutricontraeleum sentimentodedesgosto,tenhoorgulhoemdizerque meusprimeirosjulgamentosgeralmentenuncaestão errados.
FoiquandoasenhoraInglethorpsevirouecomeçoua darinstruçõessobreascartasparaEvelynHowardeo maridodelasedirigiuamimcomavozesmeralda.
SENHORINGLETHORP
SersoldadoésuaprincipalprofissãoHastings?
HASTINGS
Não,antesdaguerraeutrabalhavacomseguros,na Lloyd’s.
SENHORINGLETHORP
Epretenderetornarquandotudoissoacabar?
HASTINGS
Talvez.Porémpodereitambémcomeçaralgototalmente novo.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
MaryCavendishdecidiusejuntaranósnaconversa.
MARYCAVENDISH (COMCURIOSIDADE)
Oquevocêrealmenteescolheriacomoprofissão,se pudessecontarapenascomasuavontadeinterior?
HASTINGS
Issodepende.
MARYCAVENDISH
Nossa,nenhumhobbiesecreto?Mediga,vocêsesente atraídoporalgo?Todossomos,geralmenteéporalgo absurdo.
HASTINGS (TOMRISONHO) Vocêvairirdemim.
MARYCAVENDISH (TOMRISONHO) Talvez.
HASTINGS
Eusempretiveodesejosecretodeserdetetive!
MARYCAVENDISH
Deverdademesmo?ScotlandYard?ouSherlockHolmes?
CONTINUED:8.
(CONTINUED)
HASTINGS
(TOMRISONHO)
Ah,SherlockHolmescomtodacerteza!Masfalando sério,eusoumuitoatraídoporisso.
UmavezencontreiumhomemnaBélgica,umdetetive muitofamosoeelemeinfluencioumuito.
Eleeraumsujeitomaravilhoso,costumavadizerque paraserumbomdetetivebastaterumbommétodo.
Meusistemaébaseadonodele,apesardeclaro,eu terfeitoprogresso.
Eleeraumhomenzinhoengraçado,umverdadeirodândi, masincrivelmenteinteligente.
MARYCAVENDISH
Eumesmaadorohistóriasdedetetive,apesardehaver muitabobagem.
Ocriminosodescobertonoúltimocapitulo.
Todosestãoafobados.Umcrimedeverdadedescobrimos nahora.
HASTINGS
Existemvárioscrimesquenãoforamsolucionados.
MARYCAVENDISH
Nãoquisdizerapolicia,masaspessoasqueestão alinomeio.AFamília.Vocênãopoderealmente enganá-las,elassaberiam.
HASTINGS
Então,vocêachaqueseestivesseno meiodeumcrime,vamosdizerumassassinato, conseguiriadizercomcertezaquemfoiocriminoso?
MARYCAVENDISH
Comtodacerteza.Talveznãoconseguisseprovarpara ummontedeadvogados.
Masseiquesaberia.Perceberiaoassassinoassimque chegassepertodemim.
HASTINGS
Poderiaser’aassassina’.
MARYCAVENDISH
Podeser,masassassinatoéumcrimeviolento, associadomaiscomhomens.Amenosquesejapor envenenamento.
DoutorBauersteinestavadizendoontemque,em virtudedaignorânciageralsobreosvenenosmais incomunsnomundomédicojáhouveincontáveiscasos deintoxicaçãodosquaisninguémsedeuconta.
SENHORAINGLETHORP
(ABISMADA)
OraMary!queconversahorrível!Mefazsentircomo umgansoindodiretamenteparaotúmulo!Aholhaquem vemaÍ,Cynthia!
SOUND: PESSOA CORRENDO.
(CONTINUED)
CONTINUED:9.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Umajovemmeninacomuniformedacruzvermelhavinha correndograciosamentepelogramado.
SENHORINGLETHORP
VocêestamuitoatrasadahojeCynthia!Esseéo senhorHastings.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
CynthiaMurdocheraumacriaturanofrescorda juventude,cheiadevidaevigor.
Elatirouopequenochapéudacruzvermelhaeeu admireiasondasdobelocabelodelasoltasnoar.
Comdelicadezaasmãosdelarecebiamaxícaradechá. Setivesseolhosescurosegrandescíliosseriauma belezaperfeita.
ElasejogounochãoaoladodeJohnenquantoeua ofereciaumpratodesanduiches,elasorriupramim.
CYNTHIAMURDOCH
Sente-seaquinagrama,émuitomelhor.
HASTINGS
ASenhoritatrabalhanoTadminster,nãoé?
CYNTHIAMURDOCH (RISONHA) Sim,parapagarmeuspecados.
HASTINGS
Elasaperturbamentão?
CYNTHIAMURDOCH Dequemestafalando?
HASTINGS
Eutenhoumaprimaqueéenfermeira,elatempavor das’irmãs’.
CYNTHIAMURDOCH
Nãomesurpreende,asirmãssão,semeentendeSenhor Hastings,elassimplesmenteSÃO!Osenhornãofaz ideia.
Masfelizmentenãosouenfermeira,graçasaDeus, trabalhonodispensário.
HASTINGS
(TOMRISONHO) Quantaspessoasjáenvenenou?
CYNTHIAMURDOCH (RISONHA) Ah,centenas!
SENHORAINGLETHORP (INTERROMPENDO)
Cynthia,achaqueconsegueescreveralgumasnotaspra mim? (CONTINUED)
CONTINUED:10.
CYNTHIAMURDOCH
CertamentetiaEmily.
SOUND:
PESSOA SE LEVANTANDO DA GRAMA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Elalevantourapidamenteealgonelamelembrouquea posiçãodelaeradedependenteequeSenhora Inglethorpemborabondosa,nãoadeixavaesquecer. AsenhoraInglethorpvirouparamimedisse:
SENHORAINGLETHORP
Johnvaitemostrarseuquarto,Hastings.ACeiaéas seteemeia.Nósnãojantamosjáfazumtempo,por contadaguerra.
LadyTadminster,esposadeumassociadonossofazo mesmo,elaconcordacomigoquedevemosserexemplos naeconomia.
Vivemosemumestadodeguerra,nadadeveser desperdiçado,atéospedacinhosdepapelsão recolhidosedespachadosemsacos.
INT. ESCADAS DA MANSÃO DIA
SOUND:
PASSOS SUBINDO AS ESCADAS
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
ExpresseiminhagratidãoeJohnmelevouparadentro dacasa,meguiandoparaumaenormeescada,quese dividiaparaesquerdaeparadireita,quelevavaa alasdiferentesdamansão.
Meuquartoeranaalaesquerdaetinhavistaparao parque.
INT. QUARTO DO HASTINGS DIA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Johnmedeixouealgunsminutosdepoisovidajanela domeuquartoandandolentamentepelogramadode braçosdadoscomCynthia.
EuouviaSenhoraInglethorpchamarCynthia impacientementeeameninacorreuparadentroda casa.
Nomesmomomentoumhomemapareceudassombrasdas árvoreseandoudevagarnamesmadireção.Eleparecia terporvoltadequarentaanos,comauramelancólica erostoescanhoado.
Umaemoçãoviolentapareciadominá-lo.Eleolhoupra cimaemdireçãoaminhajanelaepudereconhecê-lo, apesardeletermudadomuitonosúltimosquinzeanos desdeaúltimavezquenosvimos.
EraoirmãomaisnovodeJohn.LawrenceCavendish.
Fiqueiintrigadopensandonoquepoderiatercausado naquelerostoumaexpressãotãosingular.
Logodeixeidepensarneleevolteiaosmeuspróprios assuntos.
Anoitepassoudemaneiraagradáveleeusonhei
CONTINUED:11.
(MORE)(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d)
aquelanoitecomumamulherenigmática,Mary Cavendish.
Amanhãseguintechegoubrilhanteeensolarada, estavaansiosoparaavisitadeMary.
NãoviSenhoraCavendishatéahoradoalmoçoquando elasevoluntariouaircomigoemumacaminhada,nós passamosumatardeagradávelandandopelaflorestae retornamosàcasaporvoltadascincohoras.
INT. STYLES FINAL DA TARDE
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Quandoentramosnogigantecorredor,Johnacenoupara nósenosconvidouaentrarnasaladefumar.
Noteilogodecaraquealgoestavaerrado.Nóso seguimoseelefechouaportaatrásdenós.
JOHNCAVENDISH
(ATORDOADO)
VejavocêMary,abruxaestásolta.Eviebrigoucom Alfredeestáindoembora.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
SenhoritaHowardentrounasala.Oslábiosdela coladosjuntoseelacarregavaumapequenabagagem. Pareciaanimadaedeterminadaelevementena defensiva.
SENHORITAHOWARD (COMRAIVA)
Dequalquermodo,expresseiminhaopinião!
MARYCAVENDISH (EXCLAMANDO)
QueridaEvelyn!issonãopodeserverdade!
SENHORITAHOWARD (COMRAIVA)
Éamaispuraverdade!Temoterditocoisaspara Emilyqueelanãovaiperdoarouesquecertãorápido. Nãomeimportaseamagoeiumpouco.Porémachoque nãoadiantoudenada.
Eudisse’VocêéumamulhervelhaEmilyeomaiorde todosostoloséumvelhotolo,essehomemévinte anosmaisnovoquevocê,nãoseenganepelosmotivos pelosquaiselesecasoucomvocê.
DINHEIRO!Nãodeixequeelelevetudoquevocêtem. OfazendeiroRaikestemumaesposabemjovem. PergunteaAlfredquantotempoelepassaporlána casadeles.’
Elaestavacommuitaraiva,naturalmentecontinuei ’Euvouavisá-laquervocêgosteounão,Emily. Aquelehomemvaimatá-laemsuacamacomamesma naturalidadequeolhanoseurosto.Eleémau. Podedizeroquequisersobremim,maslembre-seeu avisei.Eleémalvado!
CONTINUED:12.
(CONTINUED)
MARYCAVENDISH Oqueeladisse?
SENHORITAHOWARD (IMITANDOEMILY)
QueridoAlfred...QueridíssimoAlfred,vocêestá dizendocalúnias!Mentirasmaldosas...Mulhermá... Comopodeacusarmeuamadomarido?’
Poisbemquantomaiscedoeusairdacasadela melhor!Porissoestouindo.
MARYCAVENDISH Agora?
SENHORITAHOWARD (COMRAIVA) Nesseminuto!
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Porummomentonossentamoseaencaramos.Finalmente JohnCavendishdesistindodasestratégiasde persuasão,saiuparaconsultaroshoráriosdotrem. Aesposadeleoseguiu,murmurandoalgosobre convencerasenhoraInglethorpapensarmelhor.
SOUND: PASSOS
QuandoMarydeixouocômodo,orostodasenhorita Howardmudoucompletamente.Elaseaproximoudemime disse:
SENHORITAHOWARD (SUSSURRANDO)
SenhorHastings,vocêéhonesto.Possoconfiarem você?
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Euestavaumpoucoconfuso.Elacolocouumamãono meubraçoefalouaindamaisbaixo.
SENHORITAHOWARD (SUSSURRANDO)
Cuidedela,senhorHastings.MinhapobreEmily.Eles sãoumbandodetubarões,todoseles.
Vocêsabeexatamenteoquequerodizer.Nãotemum delesquenãoestejainteressadoemtirarodinheiro dela.
Euaprotegiomáximoqueconsegui.Agoraquevou sairdocaminho,elesvãoseimporcontraela.
HASTINGS
ClarosenhoritaHoward.Euvoufazertudoquepuder mastenhocertezaqueasenhoritaestácansadae esgotada. (CONTINUED)
CONTINUED:13.
SENHORITAHOWARD (COMUMSUSPIRO)
Meujovem,confieemmim.Euvivimaisquevocê.Tudo quepeçoéquemantenhaosolhosabertos. Veráoqueeuquerodizer.
SOUND: BARULHO DO MOTOR
SOUND: PASSOS
SOUND: JOHN GRITANDO AO FUNDO "TUDO PRONTO EVIE"
SOUND: MAÇANETA SENDO SEGURADA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Obarulhodomotorentroupelajanelaabertae senhoritaHowardselevantoudirigindo-separaporta. AvozdeJohnvinhaládefora.
Comamãonamaçaneta,elavirouacabeçaemdireção amimedisse:
SENHORITAHOWARD
AcimadetodoselesSenhorHastings,presteatenção naqueledemônio... Omaridodela!
INT. MANSÃO STYLES TARDE
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Nãohouvetempopramaisnada.SenhoritaHoward engoliuemsecodiantedocorodedespedidase protestos.
OsInglethorpsnãoapareceram.
SOUND: CARRO (SUMINDO)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Conformeocarropartia,asenhoraCavendishse separoudogrupoefoiparaooutroladodogramado paraseencontrarcomumhomemalto,barbudoque evidentementeandavaemdireçãoàcasa. Orostodelaficoucoradoaocumprimentá-lo.
HASTINGS
(IMPACIENTE)
Queméaquele?
JOHNCAVENDISH
AqueleéodoutorBauestein.
HASTINGS
QueméodoutorBauestein?
JOHNCAVENDISH
Eleestáficandonovilarejoparaserecuperardeum colapsonervoso.
EleéumespecialistadeLondres,homemmuito (MORE)(CONTINUED)
CONTINUED:14.
JOHNCAVENDISH(cont’d)
esperto,umdosmelhoresexpertsdevenenosqueainda estávivo,creioeu.
CYNTHIAMURDOCH
EeleéumgrandeamigodeMary.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Johnfezumacaraestranha,maslogomudoude assunto.
JOHNCAVENDISH
VamosdarumacaminhadaHastings.Tudoissoémuito triste.
Eviesempreteveumalínguaafiada,maseraamais lealdasamigas.
EXT. FLORESTA TARDE
SOUND: PASSOS NA GRAMA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Elemelevouparaumcaminhoquepassavapela plantaçãoenósfomosemdireçãoàvilapelobosque quecercavaumdosladosdapropriedade. Quandopassamosporumdosportões,nocaminhode voltapracasaumalindaejovemmulher,cigana, estavavindonadireçãoopostasecurvouesorriu.
HASTINGS (TOMRISONHO)
Aquelaéumamulhermuitobonita.
JOHNCAVENDISH (SÉRIO)
AquelaéSenhoritaRaikes.
HASTINGS (ATORDOADO) AquelaqueSenhoritaHoward...
JOHNCAVENDISH Exatamente.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
PenseinamulherdecabelosbrancosnamansãoStyles enaquelerostinhovivazquetinhasorridoparanósa pouco,umarrepioesentimentonefastotomoucontade mim. Logoosespantei.
HASTINGS
Stylesrealmenteéumlugarglorioso.
JOHNCAVENDISH
Realmente,éumalindapropriedade.Vaiserminha algumdia,deveriaserpordireito,semeupai
(MORE)(CONTINUED)
CONTINUED:15.
JOHNCAVENDISH(cont’d)
tivessefeitoumtestamentodescente. Eentãoeunãoestariatãodurocomoestouagora.
HASTINGS (CURIOSO)
Semdinheiro?você?
JOHNCAVENDISH
Meuqueridoamigo,nãomeimportoemtedizerque estouperdendoacabeçapordinheiro.
HASTINGS (CURIOSO)
Seuirmãonãopodeteajudar?
JOHNCAVENDISH
Lawrence?elegastoucadacentavoquejáteve, publicandoversosmedíocresemediçõesluxuosas. Estamostodossemumtostão. Minhamãesemprefoimuitobondosaconoscoeudevo dizer.Issoé,atéagora.Desdeocasamentoclaro.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Johninterrompeuafala,franzindoocenho.Pela primeiravez,sentiquecomEvelynHowardindo embora,algohaviasumidodaatmosfera.
Apresençadelatraziasegurança.Agoraasegurança foiretiradaeoarpareciararefeitoecheiode suspeitas.
OrostosinistrodedoutorBauesteinmeveioàmente juntocomumsentimentodedesconfiançaqueme dominouimediatamente.Poruminstantetivea premoniçãodadesgraçaeminente.
FIM DO CAPÍTULO
CONTINUED:16.
OMisteriosoCasodeStylesCapítulo2-Osdias16e17 dejulho. by JúliaGurgel baseadoem"OMisteriosoCasodeStyles"deAgatha Christie v1e_08nov22cel(11)99268-7575 emailjuliabgurgel1@gmail.com
SOUND: MÚSICA CARACTERÍSTICA DO CAPÍTULO. EXT. DIA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
EuchegueiemStylesnodiacincodejulhodemil novecentosedezessete.Agoramerefiroaoseventos dosdiasdezesseisedezessetedeJulho.
Paraconveniênciadodomeuouvintevourecapitular osincidentesdaquelesdiasdamaneiramaismais exatapossível.
Foramapresentadossubsequentementenotribunalnum processodelongosetediososdepoimentos.
EurecebiumacartadeEvelynHowardalgunsdias depoisdelaterpartido,medizendoqueelaestava trabalhandocomoenfermeiraemumhospitalem Middlinngham,umacidadeindustrialà30quilômetros dedistânciadeStylesemeimplorouporquaisquer informaçõesrelacionadasàSenhoraInglethropese tinhaalgumdesejodereconciliação.
Aúnicachateaçãoquerodeavameusdiaspacíficos, eraaextraordinária,eemminhaopiniãoinconcebível preferênciadasenhoraCavendishpelacompanhiado doutorBauerstein.
Oqueelavianohomemeunãoconseguiaentender,mas elasempreoestavachamandoparaentranacasa,sem contaroslongospasseiosqueelesfaziamjuntos.
Eutenhoqueconfessar,nãoconseguiaenxergarnenhum atrativonele.Odia16caiuemumasegunda-feira. Foiumdiatumultuado.
Umeventodeentretenimento,tambémassociadoa caridadecomoafamosaquermessequehaviaocorrido nosábado.AsenhoraInglethorpdeveriaparticipardo eventorecitandoumpoemadeguerra.
Nósestávamostodosocupadosduranteamanhã organizandoedecorandoocentrodacidadezinha,onde oeventoaconteceria.Almoçamostardenaquelediae passamosorestantedodiadescansandonojardim. NoteiqueJohnestavaagindoestranho.Eleparecia inquieto.
Depoisdochá,asenhoraInglethorpfoisedeitar paradescansarumpoucoantesdoscompromissosque elateriapararealizarànoiteedesafieiMary Cavendishparaumapartidadetênis.
Porvoltadasseisequarentaecinco,asenhora Inglethorpnoschamoudizendoqueestávamosatrasados paraaceiaqueseriamaiscedonaquelanoite. Tivemosquenosapressarparaficarmosprontosa tempoe,depoisdaceiaacabar,ocarroestava esperandoláfora.
Orecitalfoiumgrandesucesso,opoemadasenhora Inglethorprecebeuumachuvadeaplausos.Houvecenas queCynthiaparticipou.
Elanãoretornouconosco,porquefoiconvidadapara
OMISTERIOSOCASODESTYLESCAPÍTULO2-OSDIAS16E17
DEJULHO.
(MORE)(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d)
umaceiaespecialepassariaanoitecomosamigos quehaviamparticipadodecenasdoevento.
Namanhãseguinte,senhoraInglethorpficounacama paraocafédamanhã,poisestavamuitocansada,mas apareceumuitoanimadaporvoltadomeiodiaemeio, chamandoLawrenceeeuparaumalmoçofestivo.
SENHORAINGLETHORP
QueótimoconvitedasenhoraRolleston.IrmãdaLady Tadminstersabia?
ORollestonsvieramcomumconquistador,umadas famíliasmaisantigasporaqui.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Maryrecusouoconvite,tinhaplanejadoumacaminhada comodoutorBauerstein.
Nóstivemosumumalmoçoagradável,Lawrencesugeriu queretornássemospelaTadminster,queficavapouco menosdeumquilômetroemeiodedistânciaafimde fazermosumavisitaaCynthianodispensário.
AsenhoraInglethorprespondeuqueeraumaótima ideia,mascomotinhamuitascartasparaescreverela nosdeixarialáepoderíamosvoltarparacasacom Cynthianacarroça.
INT. HOSPITAL DIA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Fomosdetidospelasegurançadohospital,que suspeitoudenós,atéqueCynthiaapareceuese responsabilizouportodos.
Elapareciamuitojovialedocevestindoaquelelongo jalecobrancodela.
Entãonosconduziuàdispensaeapresentouocolega detrabalhodela,umindividuodearsinistro, CynthiacarinhosamenteochamavadeNibs.Enquanto olhavaaoredordasalareparei.
HASTINGS
(IMPRESSIONADO)
Nossa!quantasgarrafas!Vocêrealmentesabeoque temdentrodetodaselas?
CYNTHIAMURDOCH
DigaalgooriginalHastings,todasaspessoasquevem aquidizemisso.
Estamosrealmentepensandoemconcederumprêmioà primeirapessoaquenãodizer"quantosfrascos"eeu tenhocertezaqueapróximacoisaquevaidizeré "Quantaspessoasjáenvenenou?"
Seaspessoasrealmentesoubessemquãofácilé envenenaralguémporacidente,nãofariampiadasobre isso.
Vamostomarumchá,nóstemostodosostiposde mantimentosguardadosnaquelearmário.
CONTINUED:2.
(CONTINUED)
SOUND: PESSOA MEXENDO EM DOIS ARMÁRIOS.
CYNTHIAMURDOCH
NãoesseLawrence,esseéoarmáriodevenenos,falo doarmáriogrande,issomesmo.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
OcháfoimuitoagradáveleajudamosCynthiaa arrumartudodepois.Nóstínhamosacabadodelimpara últimacolherquandoalguémbateunaporta.
CynthiaeNibsrapidamenteassumiramumaexpressão austera.
CYNTHIAMURDOCH (NERVOSA) Entre.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Umaenfermeira,jovemebastanteassustadaapareceu comumfrasco,fazendomençãoaentregá-loàNibs, queindicouCynthiacomumgesto,fazendouma enigmáticaobservação.
NIBS
Eunãoestouaquihoje.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Cynthiapegouagarrafaeaexaminoucommuito cuidado.
CYNTHIAMURDOCH
Issojádeveriatersidodevolvidohojedemanhã.
ENFERMEIRA
Airmãpededesculpa.Elaesqueceu.
CYNTHIAMURDOCH
Airmãdeverialerasregrasqueestãopregadasna porta.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Pelaexpressãodapequenaenfermeira,tivecerteza queamensagemdeCynthianãochegariaàirmã.
CYNTHIAMURDOCH
Agorasóserápossívelfazerissoamanhã.
ENFERMEIRA
Nãoexisteapossibilidadedeestarprontohojeà noite?
CYNTHIAMURDOCH (AMIGAVELMENTE)
Bom,nósestamosmuitoocupados,massehouvertempo, faremos.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
ApequenaenfermeiraseretiroueCynthia imediatamentepegouojarrodaprateleira,encheuo (MORE)(CONTINUED)
CONTINUED:3.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d)
frascoecolocousobreamesadoladodefora.Achei cômico.
HASTINGS (RINDO) Disciplinadevesermantida?
CYNTHIAMURDOCH
Exatamente.Venhaparaapequenasacada.Conseguimos vertodaaenfermariadelá.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
SeguiCynthiaeoamigo,elesmemostraramdiferentes partesdaenfermaria.
Lawrenceestavaatrásdemim,masdepoisdealgum tempoCynthiaochamouparasejuntaranós.Então elaolhourapidamenteparaorelógio.
CYNTHIAMURDOCH
MaisnadaasefazerNibs?
NIBS Não.
CYNTHIAMURDOCH
Maravilha,entãopodemosfechartudoeirembora.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
EuviLawrencecomdiferentesolhosnaquelatarde. ComparadocomJohn,eleeraumapessoamuitodifícil deseconhecer,sendomuitotímidoereservado.
Aindasim,eletinhacertocharmeepenseiquese alguémrealmenteoconhecesse,poderiaseafeiçoara ele.
SempreacheiqueojeitodeledelidarcomCynthiaa deixasseconstrangidaequeela,ficassecomvergonha napresençadele.
Masambosestavambemalegresnaquelatardee conversaramcomosefossemcrianças.
EXT. EM FRENTE AO CORREIOS TARDE
SOUND: CARROÇA/ CARRO?
SOUND: PESSOA DESCENDO DA CARROÇA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Nocaminhoparaovilarejo,lembreiqueprecisavade selos,eporisso,paramosnoscorreios.
Aosairdaagência,esbarreiemumhomenzinho.Me desculpeiimediatamente,quandoderepente,comuma efusivaexclamaçãoelemepegoucomambososbraçose beijouminhasbochechasafetuosamente.
CONTINUED:4.
(CONTINUED)
POIROT
(ANIMADO)
MonamiHastings!ÉrealmentemonamiHastings!
HASTINGS (RINDOEFELIZ)
Poirot!Esseéumencontromuitofelizparamim! Venhaconhecermeusamigos
SenhoritaCythia,esseémeuamigomonsieurPoirot, nãooviaaanos!
CYNTHIAMURDOCH
AhnósconhecemossenhorPoirot!Masnãofaziaideia queeraseuamigo.
POIROT
Sim,éverdade.ConheçosenhoritaCynthia.Épela caridadedaboaSenhoraInglethorpqueestouaqui. Meuamigo,elagentilmenteofereceuabrigoparasete dosmeuscompatriotas,quesãorefugiadosdaBélgica, nossopaísnatal.nós,Belgas,semprelembraremosda hospitalidadedela.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Poiroteraumhomenzinhodeaparênciaextraordinária. Eledificilmentetinhamaisqueummetroemeio,mas seportavacomdignidade.
Acabeçadeletinhaoformatoexatodeumovoeele sempreacarregavaligeiramenteinclinadapara esquerda.Obigodedeleerarígidoedeaspecto militar.
Aelegânciadasroupaserainacreditável:creioque umtraçodepoeiraocausariamaissofrimentodoque oferimentodeumabala.
Emboraohomenzinhoesquisitoearrumadotivessesido umdosmaiscelebradosmembrosdapoliciabelganos últimostempos,noteicommuitopesarqueeleestava mancando.
Asconquistasdelecomodetetiveeram extraordinárias,tendoelealcançadotriunfospor desvendaroscasosmaiscomplexosdaépocadele.
Eleapontouparaumpequenacasa,queestavasendo habitadaporeleepeloscolegas,prometivisitá-lo assimquepossível.
ElesedespediudenóseseguimoscaminhoatéStyles.
CYNTHIAMURDOCH
Eleéumhomenzinhomuitoquerido.Nãofaziaideia queoconhecia.
HASTINGS
Vocêvemtratandocomumacelebridadesemsaber.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Norestantedocaminhoparacasa,reciteiparaeles váriashistóriasdeHerculePoirot.
CONTINUED:5.
INT. MANSÃO STYLES TARDE
HASTINGS
Chegamosamansãoemótimohumor.Enquantoentrávamos nocorredor,asenhoraInglethorpestavasaindodo toucadordela.
Emilytinhaasfacescoradaseestavachateada.
SENHORAINGLETHORP (DECEPCIONADA) Ah,sãovocês.
CYNTHIAMURDOCH (AMIGAVELMENTE)
Aconteceualgumacoisa,tiaEmily?
SENHORAINGLETHORP
Certamentenão.Oquepoderiateracontecido?
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Então,percebiDorcas,achefedoscriados,entrando nasaladejantar,asenhoraInglethorpachamoupara trazeralgunsselosdotoucador.
DORCAS (HESITANTE)
Senhora,nãoachamelhorirsedeitar?Parecemuito cansada.
SENHORAINGLETHORP
TalvezvocêestejacertaDorcas,sim...não...não agora.
Tenhoalgumascartasparafinalizarantesqueos correiosfechem.
Vocêacendeualareiranomeuquartocomoapedi?
DORCAS Simsenhora.
SENHORAINGLETHORP
Entãoireiparacamalogodepoisdaceia.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
SenhoraInglethorpvoltouparaotoucadoreCynthiaa observava.
CYNTHIAMURDOCH (INTRIGADA)
PorDeus!oqueseráqueaconteceu?
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
LawrencepareceunãonotaroqueCynthiadisse,sem dizernadavirouparaportaepartiuparaforada casa.
Eusugeriumrápidojogodetênisantesdaceia, Cynthiaconcordou,eucorriproandardecimapara pegarminharaquete.
6.
(CONTINUED)
SOUND: PASSOS CORRENDO NA ESCADA. (HASTINGS)
SOUND: PASSOS DESCENDO A ESCADA. (MARY)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
SenhoraCavendishestavadescendoasescadas.
Talveztenhasidoimpressãominha,maselaestavacom aparênciaesquisitaeumpoucoperturbada.
HASTINGS (INDIFERENTE)
TeveumaboacaminhadacomoDoutorBauerstein?
MARYCAVENDISH
Nãofuicaminhar.OndeestásenhoraInglethorp?
HASTINGS
Notoucador.
SOUND: PASSOS DESCENDO A ESCADA
SOUND: PORTA SENDO FECHADA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Segurandoocorrimãocommuitaforça,elapareciase prepararcomansiedadeparaumencontro,passandopor mimrapidamentenaescada,atravessandopelocorredor eseguindoparaotoucador,batendoaportaatrásde si.
Voltandodaquadradetênis,algunsmomentosdepois, tivequepassarpelajanelaabertadotoucador,não pudeevitardeouvirumtrechodaconversa.
MaryCavendishdiziacomavozdealguémqueestava desesperadamentetentandosecontrolar.
MARYCAVENDISH (COMRAIVA)
Querdizerqueasenhoranãovaimemostrar?
SENHORAINGLETHORP
MinhaqueriaMary,nãotemnadaavercomaquestão.
MARYCAVENDISH (COMRAIVA)
Entãomemostre.
SENHORAINGLETHORP
Estoudizendo,nãoéoquevocêimagina.Nãoédoseu interesse,nemumpouco.
MARYCAVENDISH (COMRAIVA)
Claro!Eudeveriasaberqueasenhoraoprotegeria!
CONTINUED:7.
(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Cynthiaestavaesperandopormimemesaudoumuito ansiosa.
CYNTHIAMURDOCH (INTRIGADA)
Minhanossa!Estátendoumabrigafeia!Fiquei sabendopelaDorcas.
HASTINGS
Quetipodebriga?
CYNTHIAMURDOCH
EntretiaEmilye ele.Eurealmenteesperoqueela tenhadescobertoquemeleé.
HASTINGS
EntãoDorcasestavalácomeles?
CYNTHIAMURDOCH
Claroquenão!Elaacidentalmenteestavapróximoà porta.Foiumaespéciedeajustedecontas. Eurealmentegostariadesaberoqueaconteceu.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
EulembreidorostociganodaSenhoritaRaikeseos avisosfeitosporEvelynHoward,massabiamente decidificardebocafechada,enquantoCynthia exploravatodasaspossibilidadeseesperavacom muitoafincoque’tiaEmilyomandasseemboraenunca maisfalassecomele’.
EstavaansiosoparasaberdeJohn,maselenãoestava emlugarnenhum.Eraevidentequealgomuito importantetinhaacontecidonaquelatarde.
Tenteiesqueceralgumaspalavrasqueeuhaviaouvido, masmesmoassim,nãoconseguiaparardepensarnelas. DequeformaMaryCavendishestariaconectadaao assunto?
SenhorInglethorpestavanasaladeestarquando desciasescadasparaaceia.
Orostodeleestavaimpassívelcomodecostumee estranhairrealidadedelameimpressionoumaisuma vez.
SOUND: PASSOS
SOUND: CADEIRA SENDO ARRASTADA
SOUND: SONS DE GARFOS, FACAS E PRATOS
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
AsenhoraInglethorpdesceuasescadasporúltimo. Elaaindapareciamuitoagitadaedurantearefeição houveummomentodesilêncioconstrangedoreosenhor Inglethorpestavamaisquietoqueonormal.
Comodesempre,cercavaamulhercompequenosgestos deatenção,ajustandoaalmofadanascostasdelae
CONTINUED:8.
(MORE)(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d)
novamentefazendoopapelde’maridodevoto’. ImediatamentedepoisdaceiaasenhoraInglethorpfoi aotoucadornovamente.
SENHORAINGLETHORP
MandetrazermeucaféaquiMary,tenho5minutospara fecharminhacorrespondência.
SOUND: PASSOS
SOUND: SOM DE XÍCARA E BANDEJA
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Cynthiaeeufomossentarpróximoajanelaabertada saladeestar.MaryCavendishtrouxenossocafé.Ela pareciaanimada.
MARYCAVENDISH
Vocês,jovensqueremumaluzacessa,oupreferema luzdocrepúsculo?
AheCynthiapodelevarocafédasenhoraInglethorp? Vouservi-lo.
SENHORINGLETHORP
NãosepreocupeMary,eulevoocaféparaEmily.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
LawrenceaseguiuesenhoraCavendishsesentouperto denós.
SOUND: PESSOA SE SENTANDO
SOUND: BARULHO DE GRILOS
SOUND: LEQUE ABANANDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Nóstrêsficamossentadosemsilêncio.Eraumanoite linda,quenteepacifica.SenhoraCavendish abanava-seusandoumafolhadepalmeira.
MARYCAVENDISH
Estáquasequentedemais,insuportável.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Infelizmente,momentosperfeitosnuncasãolongoso bastante.Meuparaísofoirapidamentequebradopelo somdeumavozbemconhecidaesinceramenteodiosa quesoavadocorredor.
SOUND: VOZ DO DOUTOR BAUERSTEIN FALANDO AO FUNDO "BOA NOITE".
CYNTHIAMURDOCH (AMIGAVELMENTE)
DoutorBauestein!Quehoraincomumparaumavisita.
CONTINUED:9.
(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Enciumado,olheiparaMary,maselaparecia despreocupada.Apalidezdelicadadorostodelaem nadamudou.
Empoucosmomentos,AlfredInglethorptrouxeodoutor paradentro,queria,dizendoquenãoestavaem condiçõesdeentraremumasaladeestar.
SOUND: BAUERSTEIN AO FUNDO "NÃO POSSO ENTRAR, ESTOU COBERTO DE LAMA"
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Defato,aaparênciadeleeralamentável,eleestava cobertodelama.
MARYCAVENDISH
OqueandoufazendoDoutor?
DOUTORBAUESTEIN
Devomedesculpar,eurealmentenãoiaentrarmaso senhorInglethorpinsistiu.
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Pelocantodosolhos,observeiJohnchegandono corredor.
SOUND: JOHN CHEGANDO¨ JOHNCAVENDISH
Bem,Bauersteinvocêrealmenteestáumafigura,tome umcaféenosdigaoqueandoufazendo.
DOUTORBAUESTEIN (RINDO)
Obrigado,vouaceitar.Acabeidescobrindoumanova espéciededesamambaiaemumlugarinacessível,mas dequalquerjeitoosollogomesecou,temoqueminha aparênciaestejadeplorável.
SOUND: SENHORA INGLETHORP AO FUNDO "CYNTHIA"
SOUND: PESSOA SE LEVANTANDO
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Nessemomento,asenhoraInglethorpchamouCynthiado finaldocorredor,elaselevantouerapidamentefoi atenderatia.
SENHORAINGLETHORP
Bastalevarminhapastadedocumentosláparacima, estábemquerida?
VOZ:HASTINGS/NARRADOR
Aportadofinaldocorredoreragrandeelarga.Eu levanteiaomesmotempoqueCynthia,Johnestavaao meulado.Entãotinhamafinaltrêstestemunhasque
CONTINUED:10.
(MORE)(CONTINUED)
VOZ:HASTINGS/NARRADOR(cont’d) poderiamjurarqueSenhoraInglethorpestava segurandoocaféaindaintocado. Minhanoitefoiinteiramentedestruídapelapresença dodoutorBauestein,pareciaqueohomemnuncaia embora.Eleselevantouporúltimoeeufinalmente respireidealivio.
SENHORINGLETHORP
Teacompanhoatéovilarejo,precisofalarcomnosso agentesobreascontasdapropriedade.Nãoprecisam esperarpormim,levareiaschavesdacasa.
SOUND: MÚSICA FINAL DO CAPITÚLO
SOUND: CRÉDITOS FINAIS (FIMDOCAPÍTULO)
CONTINUED:11.