habitat Revista
AGOSTO 2021 | NÚMERO 3
BURLE MARX O PAISAGISTA ENCANTOU A TODOS COM A ESTÉTICA TROPICAL DE SEUS PROJETOS. AGORA, O SÍTIOLABORATÓRIO ONDE MORAVA ACABA DE VIRAR PATRIMÔNIO MUNDIAL DA UNESCO
Descubra o Brasil e a estética nacional em companhia do designer Ronaldo Fraga
A natureza arrebatadora de Inhotim, o maior museu a céu aberto do mundo
Saiba porque a Suécia é o país amigo do meio ambiente
HABITAT EDITORIAL
O PODER DA ESCOLHA
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ornar nossa casa um lugar melhor para viver depende de nós. Cada um pode, à sua maneira, salvar um pedaço do planeta. Seja optando pela bicicleta como meio de transporte, valorizando a cultura local, comprando o que é produzido perto de você, plantando árvores e flores pelo caminho, escolhendo para morar um empreendimento ambiental e socialmente responsável, conferindo a origem de tudo que consome. O nosso poder está na escolha. Nós da Habitat escolhemos compartilhar com vocês bons exemplos, descobrir histórias de quem faz algo diferente pelo mundo à sua volta. É inspirador. Optamos também por fazer uma revista que possa circular, encantar e sobreviver ao tempo e à impermanência da informação descartável. É um exercício inspirador. E por falar em inspiração, celebramos um exemplo em
particular, o do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e de sua esposa Lélia Deluiz Wanick Salgado, que, diante do cenário de degradação ambiental em que se encontrava a antiga fazenda de gado adquirida da família, resolveram devolver à natureza o que décadas de degradação ambiental destruiu. Em 1999, o casal realizou o primeiro plantio oficial da Fazenda Bucão, hoje completamente recuperada e transformada em uma floresta com diversidade de espécies da flora da Mata Atlântica. Nasceu daí a ideia do Instituto Terra, que desenvolve projetos que vão desde a restauração florestal e proteção de nascentes até a pesquisa científica aplicada e educação ambiental. O apoio financeiro vem de diferentes parceiros, tanto da esfera governamental como da iniciativa privada, bem como de Fundações e doadores individuais de vários países e de outras instituições do Terceiro Setor.
Expediente
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Publisher: Cíntia Peixoto, cintia.vieira.peixoto@gmail.com e (41) 99225-7610 Comercialização: Saltori Mídia Estratégica, saltori@saltori.com.br e (41) 99996-9995 Direção de arte: Igor F. Dranka Jornalista responsável: Larissa Jedyn, arevistahabitat@gmail.com Fotos: Instituto Burle Marx, Prefeitura Municipal de Curitiba, Governo do Estado do Paraná, Kraw Penas, Unsplash, Thais Leal, Naty Torres, André Scarpa Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes
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INHOTIM. O maior museu a céu aberto do mundo espera por você
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CAPA. A arquitetura da paisagem
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REFERÊNCIA. 5 paisagistas para conhecer
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RETROFIT. Vida e arte no Cidade
Matarazzo
ARTE & DESIGN. Marialda Pereira entre
memórias e argila
ENTREVISTA. O design brasileiro de
Ronaldo Fraga
SUSTENTABILIDADE. Selos que atestam
os prédios verdes
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CURITIBA. O encontro das histórias da Plaenge e do Ecoville
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MUNDO. O país que é amigo do planeta
108 VINHOS. Uma seleção especial vinda da Borgonha
110 COLUNA SOBRE MORAR. Arquiteta Paula Campos reflete sobre a cidade e as pessoas
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OPINIÃO. Etiqueta e estilo corporativos
114 PONTO DE VISTA. Ser sustentável é ser responsável
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INHOTIM É NOSSO
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A SEDE DE UM DOS MAIS IMPORTANTES ACERVOS DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO BRASIL E O MAIOR MUSEU A CÉU ABERTO DO MUNDO ESTÃO ESPERANDO POR VOCÊ. EMBARQUE NESTA EXPERIÊNCIA PROFUNDA, SUSTENTÁVEL E REVIGORANTE
ocê pode ir até Inhotim para respirar ar puro. Ou para caminhar e se sentar à beira de alguma árvore centenária. Interagir com alguma escultura disposta nos gramados, como os corpos metálicos criados por Edgard de Souza. Ouvir o som da terra. Brincar com os volumes coloridos de Hélio Oiticica. Ver a exuberância da natureza feita de folhas, cores, cantos de pássaros, pores do sol. Seja do jeito que for, sua experiência em Inhotim será profunda, memorável e revigorante. A sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e o maior museu a céu aberto do mundo estão esperando por
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você, em Brumadinho, ao lado de Belo Horizonte (MG). Para nos guiar nesta visita virtual e à distância, pelo menos por enquanto, temos a companhia de Pedro Nehring, paisagista do Instituto Inhotim. Caminhar pelos jardins de lá, segundo ele, é mais do que contemplar sua exuberância. Inserido em porção florestal remanescente de Mata Atlântica e Cerrado – dois dos biomas mais ricos em biodiversidade e, ao mesmo tempo, ameaçados do planeta – o Instituto é um campo pulsante para pesquisa científica e uma ferramenta de conservação e educação ambiental. Sem contar o bem que faz aos olhos e à alma.
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Pedro Nehring é o paisagista de Inhotim
Em 2010, Inhotim foi reconhecido como Jardim Botânico, título atribuído pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB). Hoje, o Instituto é referência nacional e internacional em paisagismo tropical contemporâneo. O Jardim Botânico do Inhotim faz a gestão do acervo e das coleções botânicas, compostas por mais de 4,3 mil espécies nativas brasileiras e exóticas de várias partes do mundo, além de pesquisa e monitoramento do patrimônio natural do Instituto. As plantas que moram por lá são de famílias das palmeiras (Arecaceae) e das aráceas (Araceae), da qual fazem parte os filodendros, antúrios, entre outras espécies. As orquídeas também são bastante representativas e, por isso, Inhotim dedica dois espaços especiais a elas: o Vandário, com flores do grupo das Vandáceas, e o Largo das Orquídeas, com cerca de 18 mil Cattleya Walkeriana, espécie conhecida como “Rainha do Cerrado”. Eles também buscam completar o ciclo e usar plantas que costumam atrair polinizadores, como abelhas e borboletas. Por isso, a presença de espécies frutíferas.
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Para o paisagista, “arquitetar” a paisagem de Inhotim é uma experiência incrível e sempre desafiadora, pois os jardins se transformam diariamente. “Buscamos incorporar novas espécies ao acervo, estruturando as paisagens, especialmente, com palmeiras e árvores. Sempre empenhamos em compor os jardins mais belos do mundo. Nossa proposta paisagística é sempre continuar reformulando os jardins do Inhotim com novas plantas, dando maior profundidade, trazendo mais espontaneidade, mais leveza e mais harmonia entre as espécies cultivadas”, comenta. Atualmente, Inhotim compreende uma área de 140 hectares. No passado, essas terras foram usadas como pequenas propriedades rurais e tiveram múltiplos usos, como pomares, pastagens, cavas de minério de pequena escala e também remanescentes vegetais. Muitas dessas áreas se tornaram jardins com espécies do mundo inteiro, outras se regeneraram naturalmente, sendo hoje uma grande área verde. Uma demonstração de que transformar
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a paisagem é possível. Esse é um processo dinâmico que ocorre desde os anos 1980 até os dias de hoje. Sustentabilidade e Inhotim têm tudo a ver. O uso de espécies nativas (aquelas que ocorrem naturalmente na região) no paisagismo de Inhotim é um exemplo de prática que colabora para sustentabilidade. “Ao utilizar essas espécies, que são adaptadas ao clima da região, há uma diminuição em gastos com irrigação, por exemplo. Outra forma é fazer uso da compostagem. A manutenção diária dos jardins do Instituto Inhotim gera uma enorme quantidade de material de podas. Esse material é compostado, e o resultado é um rico composto orgânico, utilizado na adubação dos jardins do Instituto. Perceba que a compostagem, além de ser uma ótima solução para esses resíduos, também poupa gastos do Inhotim com compra de composto e contribui com a sustentabilidade. O paisagismo e a preservação podem coexistir, gerando resultados belíssimos e sustentáveis em longo prazo”, explica Nehring. Pelo mundo, existem outros jardins/museus ao estilo Inhotim. Mas não como ele. “Tem o Gibbs Farm (Nova Zelândia); Collezione Gori (Itália); Storm King Art Center (EUA); Château La Coste (França); Ekebergparken (Noruega); e claro, Inhotim.”
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CON STRUIND O PARA
cgl.com.br
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ARQUITETANDO A PAISAGEM
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A EXPERIÊNCIA MODERNISTA DE BURLE MARX REVELOU AO BRASIL O POTENCIAL E A EXUBERÂNCIA DE SUA FLORA TROPICAL. SÍTIO DO PAISAGISTA PASSA A INTEGRAR LISTA DE PATRIMÔNIO MUNDIAL DA UNESCO
Enquanto o mundo repercutia a tradição clássica dos jardins europeus, Roberto Burle Marx se conectava, em plenos anos 1930, ao tropicalismo vibrante da flora brasileira, Deu de ombros às convenções e transportou o paisagismo para a lógica das artes plásticas. Textura, cor, volume e sombras moldavam a vegetação, enquanto transformavam o espaço. Com força, personalidade, atrevimento e sensualidade, o paisagismo nacional de Burle Marx foi e ainda é
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revolucionário. Ele se adiantou ao criar nos jardins as curvas que, mais tarde, marcariam o modernismo de Oscar Niemeyer na arquitetura. Era, afinal, um vanguardista. Foi precursor na defesa da preservação do meio ambiente e sustentabilidade, muito antes do tema virar moda. Burle Marx fez excursões e expedições para estudar a relação entre diferentes grupos de plantas e conhecer mais sobre a nossa flora tropical. Nesses passeios ele descobriu várias novas espécies e pelo menos 30 plantas levam seu nome.
Em 1949, ele e o irmão Guilherme Siegfried adquiriram o Sítio Santo Antônio da Bica, que viria a se tornar o Sítio Burle Marx. O paisagista transformou o local em seu jardim botânico particular e um “laboratório” de experiências em paisagismo que deu origem ao moderno jardim tropical. Agora, o sítio, que se destaca pela vegetação nativa, formada principalmente por manguezal, restinga e Mata Atlântica, acaba de ser incluído na lista de Patrimônio Mundial da Unesco, na categoria paisagem cultural. Localizado em Barra de Guaratiba, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o espaço de 407 mil m² de área florestal
abriga uma das maiores coleções de plantas tropicais e subtropicais do mundo, com mais de 3.500 espécies, algumas ameaçadas de extinção ou já desaparecidas em seus países de origem, e muitas raras ou exóticas. A propriedade conta com vários jardins, viveiros, sete edificações e seis lagos, Abriga também um acervo museológico de mais de 3 mil itens, com coleções de arte cusquenha, pré-colombiana, sacra e popular brasileira, além da coleção de obras do próprio Burle Marx. Em 1985, o paisagista doou o sítio ao governo federal com o objetivo de assegurar a continuidade das pesquisas, a disseminação
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do conhecimento e o compartilhamento do espaço com a sociedade. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) passou a gerir o local a partir de 1994, após a morte do paisagista. Com milhares de projetos espalhados pelo mundo, Burle Marx concebeu paisagens de destaque no país, como os jardins do Complexo da Pampulha (1942), em Belo Horizonte, o jardim do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1954), o paisagismo do Aterro do Flamengo (1961), os jardins da sede da Unesco, em Paris, e o famoso traçado do calçadão de Copacabana, em 1970, entre outras. SUSTENTABILIDADE E PAISAGISMO
Para outro modernista, o arquiteto e paisagista Orlando Busarello, que assina obras emblemáticas em Curitiba, a arquitetura paisagística projeta os espaços onde se modela a paisagem, seu meio ambiente físico, os ecossistemas das cidades e as áreas naturais, em um contexto que pode ser social, cultural, ambiental ou histórico. “O projeto da paisagem associa arte e ciência para criar lugares. Arte pelas formas, cores, texturas dos elementos construídos e
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da vegetação. Ciência na compreensão dos ecossistemas que compõem o espaço, através de disciplinas como geotecnia, topografia, hidrologia, climatologia, ecologia e botânica”, explica ele, que revela ter sido inspirado por Burle Marx e por Rosa Grena Kliass na escolha da formação acadêmica pela arquitetura da paisagem. A arquitetura paisagística não trata só de criar espaços artísticos, é preciso criar áreas para usar e viver. “Nossos projetos, na composição de ambientes e espaços de uso e contemplação, têm algumas características que quase sempre estão presentes: um certo minimalismo no uso da vegetação e materiais, geometria de linhas retas e curvas, simetria, ordem e simplicidade”, comenta o arquiteto. “Arquitetura e paisagismo são disciplinas intrinsecamente conectadas, tanto na concepção de uma edificação quanto na arquitetura de uma paisagem. Os aspectos estruturadores dos projetos são as características naturais e antrópicas do terreno e seu entorno. Cada terreno é único e o manejo adequado dessas características podem tornar o trabalho criativo mais comprometido com a sustentabilidade. Equilibrar áreas permeáveis e impermeáveis, usando vegetação nativa
e pisos drenantes, sempre que possível, reduzem os impactos sobre o meio ambiente, reduzindo o uso complementar de nutrientes, defensivos químicos e irrigação”, comenta ele, enquanto cita espécies nativas do bioma mata atlântica, um dos mais ricos do planeta em biodiversidade, como ipês, jacarandás, caesalpinaceae, tibouchinas, pitangueiras, gabirobeiras, jabuticabeiras, filodendros, monstera, para integrar propostas de paisagismo contemporâneo.
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PAISAGISTAS EM AÇÃO CINCO NOMES QUE ESTÃO ENTRE OS MAIORES DO PAISAGISMO NO MUNDO. ESTILOS, LINGUAGENS E PROPOSTAS DIVERSAS REFORÇAM A NATUREZA COMO SUPORTE MAIS PERFEITO PARA A CRIAÇÃO HUMANA.
ANDREA COCHRAN A paisagem é uma condição do espírito. Vai além do que se vê e contempla o que se sente. Talvez por isso, os jardins criados pela paisagista norte-americana Andrea Cochran sejam essenciais. Isso se traduz em formas simples, plantações em grandes massas, estrutura minimalista, elementos de destaque com potencial escultórico. Ela, que fez sua carreira na
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Califórnia, nos Estados Unidos, fundou por lá seu próprio escritório, se filiou à Sociedade Americana de Arquitetos Paisagistas e estabeleceu seus apreço pelas formas limpas, quase volumétricas, não fossem formadas por maciços de plantas. Seus projetos premiados seguem a linha e a doutrina minimalista.
BENEDITO ABBUD Desde que percebeu que os jardins ultrapassavam a cena natural e se desdobravam em espaços reais de bem-estar, Benedito Abbud passou a criar no mercado áreas verdes multifuncionais, para serem vivenciadas e aproveitadas. Seus projetos visam proporcionar lazer, convívio social, esporte, cultura, contemplação e educação ambiental.
Apaixonado pelo paisagismo desde a graduação, caso de amor que só aumentou quando foi titular da cadeira na FAU-USP, Abbud é autor do livro “Criando Paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística”, primeira publicação brasileira sobre o tema direcionada a estudantes, profissionais e interessados na área. O livro traz conceitos e ferramentas do paisagismo e mostra, de forma prática e acessível, como trabalhar espaços, escalas e perspectivas.
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LUCIANO GIUBBILEI O paisagista italiano, nascido em Siena, Luciano Giubbilei, é especialista em converter grandes jardins e casas particulares de todo o mundo em obras de arte, de atmosfera tranquila e texturas marcantes, que são um estímulo aos sentidos. O seu maior feito reside na sua capacidade de estudar o reflexo produzido pela luz que incide nas plantas quer durante o dia ou durante a noite.
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Seus jardins variados e premiados são feitos com grandes maciços coloridos e perfumados, de flores e plantas de natureza diferente e complementares. Suas criações na Inglaterra são famosas, especialmente nos jardins RHS Chelsea Flower Show e no famoso jardim de Gran Dixter em East Sussex, que pertenceu a Christopher Lloyd, um dos maiores jardineiros ingleses do século 20. Este último serviu de inspiração para o livro “The art of Making Gardens”.
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PETER WALKER É um dos principais arquitetos paisagistas no Movimento Modernista. Graças às formas simples e impactantes, ele foi escolhido para ajudar a projetar e construir o National 9/11 Memorial em Nova York. Nos anos 1999, foi apontado como um dos quatro arquitetos paisagistas representantes da nova geração. Walker projetou o jardim para o Centro de Escultura Nasher e, em 2013, se envolveu em uma dis-
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cussão pública com o arquiteto de um prédio vizinho, Torre do Museu, porque o brilho do vidro estava prejudicando a vegetação, o que Walker descreveu como “profanação pública”. Walker é co-autor do livro Jardins Invisíveis, em que aborda o movimento modernista na América e a comparação de outras paisagens com as da Europa.
ROSA KLIASS Ela não gosta do termo paisagismo. Prefere arquitetura da paisagem, que contempla o olhar paisagístico sobre qualquer projeto arquitetônico. É nisto que acredita e foi o que fez desde cedo na carreira. Rosa Kliass, por exemplo, participou, sob orientação do italiano Jorge Wilheim, do plano diretor e de zoneamento de 1965 para Curitiba, fazendo justamente o planejamento paisagístico de parques e praças – um projeto que iniciou a capital nos rumos do urbanismo consciente e da valorização das paisagens naturais.
Virou especialista e ficou famosa no segmento. São dela alguns grandes projetos paisagísticos nacionais, como o da revitalização da Avenida Paulista, em São Paulo, em 1973, o Parque do Anhangabaú e o Parque da Juventude Dom Paulo Evaristo, onde ficava o complexo penitenciário Carandiru e que foi premiado pela Bienal de Arquitetura de Quito em 2004.
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RECICLANDO A CIDADE E A HISTÓRIA ARTE SOB MEDIDA PERMANECE EM DESTAQUE ENTRE AS ENTREGAS DE VALOR QUE PROMETEM FOMENTAR A EXCLUSIVIDADE DE UM DOS MAIORES PROJETOS DE RETROFIT DA AMÉRICA LATINA POR THABATA MARTIN
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rago notícias da cidade mais próspera e plural do Brasil. Até o final de 2021, São Paulo deverá voltar às manchetes nacionais e internacionais com o maior projeto de reciclagem urbana de sua história, o Cidade Matarazzo, realização do empresário francês Alexandre Allard, responsável pelo desenvolvimento de grandes projetos no mercado imobiliário, experiente na revitalização de edifícios históricos, renascimento de marcas de luxo e investimento em grandes parcerias culturais. Há sete anos, seu projeto de empreendimento multiuso sem precedentes, com três icônicas construções tombadas pelo Patrimônio Histórico (Hospital Matarazzo, Maternidade Condessa Filomena Matarazzo e Capela Santa
Luzia) ganhou a atenção da mídia em publicações especializadas em arquitetura, design e cidades pela sua proposta de valor à memória do local, assim como pela burocracia de tamanho desafio junto aos órgãos competentes para ocupar esses espaços, mesmo que suas fachadas e estruturas sejam integralmente preservadas. No entanto, o destaque foi a grande Invasão Criativa que Allard propôs em resposta ao prefeito da época (Fernando Haddad) sobre o desejo de abrir as portas do Hospital Matarazzo à sociedade, onde nasceram mais de 500 mil paulistanos – após duas décadas fechado – antes de o empresário dar sequência ao projeto maximalista, com assinatura de Jean Nouvel (PritzKer Prize), um dos cinco maiores arquitetos do mundo. Coube ao curador Marc Pottier, com coordenação geral de Katia D´Avillez, uma entrega fora da curva, a apresentação, em quatro meses, de uma versão urbana do Instituto Inhotim (MG), maior museu a céu aberto do mundo, a 100 metros da Avenida Paulista. O evento de forte expressão cultural explodiu nas páginas sociais mais concorridas da metrópole artsy, que reuniu um público eclético e interessante, em torno de cerca de 100 site-specifics, produzidos por artistas brasileiros e estrangeiros. O assunto chegou até Curitiba pelo olhar original do artista visual paranaense Marcelo Conrado, coordenador
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da Clínica de Direito e Arte da Universidade Federal do Paraná, que prestigiou, em 2014, a exposição Made By...Feito por Brasileiros, ideia que reuniu um público de 120 mil pessoas, durante seis semanas, em torno das obras que despertaram poder magnético na equação local x projeto. “Foi uma experiência transcendental, de renascimento, como se aquela experiência nas ruínas do hospital marcasse um novo ciclo de vida para São Paulo”, divide Conrado. Foi por meio do Membro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas que chegamos até Pottier, convidado para dar uma palestra para a UFPR em maio deste ano. “Nosso ponto de partida para criação da Invasão Cultural foi celebrar a criatividade brasileira. A chave era celebrar o Brasil de norte a sul, que proporciona uma mistura cul-
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tural forte. Os artistas estrangeiros que entraram no elenco já conheciam ou tiveram alguma experiência relacionada ao país. Queríamos trazer vida ao antigo hospital. O endereço, apesar de envelhecido, mantinha a atmosfera chique natural com traços de um palácio italiano, com proporções de uma beleza sem igual, com um pé direito maravilhoso. Queríamos guardar aquele espírito e criar contrapontos às ruínas. A arte vinha com a missão de limpar o local para o novo momento que estava sendo criado pelo Grupo Allard. Neste sentido, nada como lembrar a nuvem de chuva de Arthur Lescher”, lembra o curador francês. O projeto desafiador, que transformou as ruínas de um hospital em uma das mais badaladas intervenções de arte para o Brasil, foi comandado pela produtora cultural
Marc Pottier e Katia D’Avillez foram os responsáveis pelo evento artístico no antigo Hospital Matarazzo
Katia D´Avillez, que orquestrou todas as partes envolvidas na missão especial e tinha, na época, realizações do calibre de SP-Arte e Design São Paulo em seu portfólio. “Meu trabalho harmoniza emoção e realização. Precisei adequar o budget à perfeição do que cada artista projetou, mesmo quando os pregos de uma determinada instalação deveriam chegar de outros países, apenas para exemplificar. Muitos duvidaram que o projeto fosse ter a magnitude proposta em paralelo com o acontecimento de uma Bienal, mas conseguimos fazer uma abertura apoteótica da exposição com 28 atrações. Ninguém nunca vai poder dizer que viu tudo. Cada um saiu com um recorte do evento”, revela. Segundo Katia, quem comprar a proposta do hotel de luxo, da área comercial, do espaço cultural e do maior parque privado da cidade da Cidade Matarazzo, levará a experiência da arte para suas histórias. “A arte agrega valor ao mercado imobiliário e demais estruturas urbanas num patamar internacional. Trata-se de um movimento muito positivo de arte compartilhada, especialmente pelos site-specifics, que representam uma linguagem contemporânea bastante apreciada na atualidade”, explica Katia.
NOVO SÍMBOLO DE SÃO PAULO
O projeto que demorou cerca de 10 anos para sua primeira entrega e representa a maior renovação de prédios históricos da história do Brasil (30 mil m²), também terá impacto positivo na natureza. De acordo com Allard, o complexo contará com o Hotel Rosewood – no lugar onde funcionava a maternidade - e a torre Mata Atlântica, concebida por Nouvel, com um total de 150 quartos e 122 suítes particulares com serviço do hotel e interiores assinado por Philippe Starck, que teve como desafio usar somente materiais e fornecedores brasileiros. “Trata-se de um projeto 100% sustentável, com reuso de água da chuva, 15 megawatts de produção solar e 10 mil árvores no meio do coração de São Paulo - seis vezes mais árvores que na Avenida Paulista inteira”, conta em um minidocumentário produzido por publicação especializada para divulgação da iniciativa. O complexo ainda abrigará um espaço comercial que reunirá marcas estrangeiras inéditas, pontos de gastronomia, a Casa Bradesco da Criatividade e casas de artesãos instaladas no jardim, com curadoria de artesanato proveniente dos quatro cantos do país. Mais de 2,5 bilhões já foram investidos nesse projeto revolucionário.
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HAUTE COUTURE
A parceria com Pottier segue o fluxo das realizações de Allard na Cidade Matarazzo. “Fui novamente convidado para trazer obras site-specifics para as áreas comuns do Hotel Rosewood São Paulo. Estrou trabalhando com 99% de artistas brasileiros para abordar essa cultura tão vasta”, acrescenta. Nomes como Juraci Dórea, para abordar a cultura do Cordel, e a Tribo HUNI KUIN, para falar das canções sagradas dos indígenas, estão confirmados para contar a história do Brasil de norte a sul. Os temas serão destacados desde o porte-cochère, lobby, elevadores e piscina, entre outros. “O público internacional terá oportunidade de conhecer tudo sobre a cultura brasileira, que estudo desde 1992. Demos carta branca para os artistas criarem e teremos belas obras para serem apreciadas em desenhos, afrescos, azulejos, entre outros. É o que chamamos de Haute Couture na França. Não serão quadros que poderão ser acessados comercialmente e levados para casa, mas um diálogo muito mais interessante e exclusivo para quem tiver o privilégio de circular por ali”, enaltece o curador francês.
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VIDA E ARGILA EM TRANSFORMAÇÃO COM A 1832 AMO, MARIALDA PEREIRA QUER MAIS É LEVAR A VIDA NOS TEMPOS E ENCANTOS DA CERÂMICA
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exer com argila nunca tinha passado pela cabeça da jornalista Marialda Pereira. Só que isso mudou há três anos, quando, literalmente, ela resolveu colocar a mão na massa. E não parou mais. Primeiro foram peças em placas (argila aberta em rolos, como o de abrir massa de pizza, por exemplo), depois peças no torno. O aprendizado dos tempos, da técnica e da química serão companheiros pelo resto da vida. Desde o início, seu impulso foi por algo diferente. A preferência é por peças utilitárias, porém com contrastes de cores, texturas e formatos. Mesmo sendo pratos, bowls, vasos, travessas, xícaras, canecas ou o que mais surgir como ideia no momento da modelagem da argila ou da porcelana. “Fui tomando gosto e criei a marca 1832 AMO. E a explicação é a seguinte: 1832 é um número presente na minha vida em várias situações e é o número da casa onde cresci. Casa construída pelos meus pais, no bairro Bigorrilho, em Curitiba, e onde me instalei desde então com argilas, moldes, rolos e vidrados (esmaltes). É lá que faço as peças e onde tenho como companhia o Gordo, nosso labrador querido e amado. AMO (o Ó tem este traço embaixo) é uma palavra em iorubá, idioma da região oeste da Nigéria, e que significa argila, cerâmica. E nesta área foram encontradas peças cerâmicas com cerca de 2.500 anos”, explica Mada.
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Assim, o nome 1832 AMO (o instagram da marca é @1832amo_ceramica) se tornou uma homenagem aos pais de Marialda e aos primeiros ceramistas subsaarianos dos quais se tem conhecimento. “E desde 2018 vem sendo assim, com meus dias entre o jornalismo, minha primeira profissão, e a cerâmica.”
1832 AMO (41) 99981-2358 | ceramica1832amo@gmail.com
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ARTE DO CANGAÇO A linha Cangaço dos Irmãos Campana homenageia o genuíno artesanato brasileiro, aqui representado pelo intrincado trabalho em couro do Mestre Espedito Seleiro, referência nacional na tradicional produção de couro nordestino, de selas a calçados. Ele, aliás, é conhecido por perpetuar a arte em couro usada pelos integrantes do cangaço, como Lampião e Maria Bonita. Esta coleção limitada é a mistura perfeita de contemporâneo e tradição, com um total de seis peças: um armário, um banco, um espelho, uma cadeira e uma prateleira. @estudiocampana
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HABITAT VITRINE
O RECONHECIMENTO DA ARTE E DA LUTA DE SEBASTIÃO SALGADO O fotógrafo Sebastião Salgado, que já registrou paisagens e pessoas de mais de 100 países, voltou à maior floresta tropical do mundo para realizar o seu livro Amazônia, publicado pela Taschen. A obra é uma ode à beleza da floresta e um grito por sua preservação. Foram seis anos de viagens à Amazônia para retratar árvores, rios, montanhas, pessoas, bichos em fotografias preto e brancas. Em meio aos eventos de lançamento, Salgado recebeu o título de doutor honoris causa em artes da Universidade de Harvard, por sua liderança na abordagem da desigualdade social e sustentabilidade. Em nota, a instituição apresentou o brasileiro como “conhecido por projetos ambiciosos que documentam a situação difícil de pessoas que vivem em meio a adversidades e contam histórias destinadas a chamar a atenção para os desafios urgentes da sociedade”. O fotógrafo mineiro, que atualmente mora na França,
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tem a carreira muito reconhecida no mundo todo. Ele é formado em Economia, cursou a graduação na Universidade do Espírito Santo e a pós-graduação nas Universidade de São Paulo, no mestrado, e Universidade de Paris, no doutorado. Como fotógrafo profissional, trabalha desde 1973. Pela carreira, que sempre conciliou arte e política, Sebastião Salgado foi eleito membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciência nos Estados Unidos e ganhou diversos prêmios de fotografia e artes, como o World Press Photo, a medalha de prata Art Directors Oub. E, no início deste ano, recebeu o Prêmio Crystal, do Fórum Econômico Mundial em Davos, pela liderança na abordagem de questões de desigualdade e sustentabilidade.
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RESSIGNIFICANDO MATERIAIS Bruno Jahara é um jovem designer carioca que já expôs em Milão, Paris, Tóquio, Amsterdam, Miami, Marselha e Nova York. Cidadão do mundo, tem uma visão ampla das tendências internacionais, mas a raiz brasileira está sempre presente nos seus trabalhos. Ele utiliza materiais reciclados como base para sua arte e valoriza processos pouco impactantes ao meio ambiente e trabalhos artesanais. Na linha Neorústica, ele ressignifica tiras de madeiras descartadas e com acabamentos não tóxicos.
DESIGN AGÊNERO Considerada uma das profissionais mais importantes do design e da arquitetura mundial, a designer Patricia Urquiola, uma espanhola que trocou Madri por Milão defende a representatividade feminina no ramo. Para ela, design bom não tem gênero e, por isso, mantém no escritório metade da equipe formada por mulheres e a outra metade por homens. Os trabalhos desenvolvidos por Patricia Urquiola vão desde peças de design até obras residenciais, hotéis, butiques, instalações, curadorias e direção de arte.
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HABITAT ARQUITETURA
A NOVA CAPITAL MUNDIAL DA ARQUITETURA Depois do Rio de Janeiro em 2020, Copenhague foi nomeada pela Unesco como Capital Mundial da Arquitetura para 2023 e sediará o Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos no mesmo ano. Em sua segunda edição, a iniciativa busca destacar o papel da arquitetura e do planejamento urbano na construção de um futuro sustentável e no enfrentamento dos desafios globais. Designada trienalmente, a cidade eleita Capital Mundial da Arquitetura se torna um fórum internacional
ILHA DE MUSEUS Naoshima, Teshima e Inujima são as três principais ilhas de um arquipélago no Mar Interior de Seto, no Japão. O que as diferencia dos demais arquipélagos japoneses – que são muitos, característica daquele país insular – é a concentração de obras de arquitetura de qualidade excepcional, projetadas por alguns dos maiores nomes da arquitetura mundial. Esses projetos fazem parte do Benesse Art Site Naoshima, um complexo dedicado às artes idealizado por Soichiro Fukutake nos anos 1980, composto por dezoito museus, galerias e instalações a céu aberto. Além de obras de Tadao Ando, o complexo conta também com projetos de Sou Fujimoto, Ryue Nishizawa,Kazuyo Sejima e da artista Yayoi Kusama, primeira mulher a receber o Praemium Imperiale, a maior honraria concebida a artistas no Japão.
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de debate em torno de questões relacionadas ao meio ambiente urbano. A capital dinamarquesa sediará o 28º Congresso Mundial da UIA, um fórum profissional que data de 1948. Sob o tema abrangente Futuros Sustentáveis - Não Deixe ninguém para Trás, Copenhague será o lar de uma série de eventos que exploram como a arquitetura e o planejamento urbano podem contribuir para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O título definirá a agenda cultural da cidade em 2023 por meio de iniciativas voltadas para aumentar a consciência pública sobre a arquitetura sustentável.
HABITAT ARQUITETURA
TECNOLOGIA SOCIAL Usando tecnologia de digitalização a laser 3D, o Senseable City Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em colaboração com a BRTech 3D e Washington Fajardo, secretário municipal de Planejamento Urbano do Rio de Janeiro, está conduzindo uma análise morfológica abrangente da Rocinha, a maior favela do Brasil, com cerca de 100 mil habitantes em 838 mil m² e quase 26 mil moradias. As imagens em 3D criadas pelo projeto Favelas 4D possibilitam o registro de dimensões, distâncias e elevações das ruas e construções. Esse resultado é obtido por meio da coleta feita via aérea, por aviões, somada ao levantamento realizado nas ruas por técnicos designados. Na sequência, dispositivos de escaneamento a laser chamados Lidar, produzem os dados do mapeamento, revelando padrões e a lógica da informalidade. A ideia é que a tecnologia facilite a identificação dos principais problemas de infraestrutura da Rocinha, como saneamento e segurança, possibilitando a sua mitigação, a inclusão das demandas da comunidade e a orientação de intervenções e políticas na área.
FLORESTA VERTICAL POPULAR O novo projeto de habitação social do arquiteto Stefano Boeri é o primeiro edifício deste tipo a integrar uma floresta vertical em uma torre residencial popular, oferecendo um espaço mais agradável para seus moradores. A estrutura verde, que será construída na cidade de Eidhoven, contará com 5.200 arbustos e 125 árvores plantadas ao longo de seus 75 metros de altura.
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O edifício conhecido como “Trudo Vertical Forest” abrigará 125 unidades para pessoas de baixa renda, especialmente famílias jovens. Cada unidade contará com uma varanda repleta de verde, árvores e arbustos construindo uma floresta ascendente em meio à cidade. A solução empregada no projeto é uma versão mais popular da usada por Stefano no Bosco Verticale, em Milão.
NOMAA HABITAT PUBLI
O TEMPO, O VENTO E NOMAA EM MOVIMENTO HOTEL BOUTIQUE COMEMORA SEIS ANOS COM EXPANSÃO, ARTE E DESIGN
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o completar seis anos, o Nomaa Hotel, o primeiro hotel boutique de Curitiba e um dos melhores do mundo, anuncia que vai crescer. Ao lado do atual, uma nova torre metálica, diferente da primeira, com estrutura aparente e ligações pontuais, vai mostrar que o tempo passou e tudo pode ficar melhor ainda. O anexo vai contar com projeto arquitetônico do escritório Smolka Arquitetura e interiores de Fernanda Cassou. Enquanto as obras não começam, a comemoração não para a empresária Carolina Nacli, que está à frente do empreendimento, revela que nos próximos dias começa a montagem de uma grande escultura cinética, assinada pelo artista argentino Cláudio Alvarez, que vai ficar em frente ao hotel, como um presente para Curitiba. “O Tempo e o Vento” funciona como um grande pêndulo, que se movimenta ao sabor do ar em movimento. O Nomaa Hotel cultiva uma forma contemporânea de receber, aconchegante e conectada com a cultura local. Para isso, se reinventa sempre. Arte nova e peças de mobiliário de designers consagrados chegaram há pouco tempo e remodelaram os espaços internos do hotel, criando uma atmosfera renovada e criativa, marcada por talentos nacionais e locais. Destaque para móveis de Sergio Rodrigues, Jader Almeida, Martin Eisler, acessórios em tapeçaria de Alex Rocca, Nani Chinelatto, lustre de Fernanda Cassou e quadros de Paolo Ridolfi e Hugo Mendes.
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HABITAT ARQUITETURA
PMR EM PORTUGAL A Casa da Arquitectura de Portugal, com sede em Matosinhos, vai apresentar no ano que vem duas exposições sobre o arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Desde 2020, a instituição é detentora do acervo do premiado arquiteto brasileiro. As mostras vão ocupar os dois espaços expositivos da instituição, a Nave Expositiva e a Galeria da Casa. A exposição maior, na Nave, terá curadoria do arquiteto e historiador de arquitetura Jean-Louis Cohen e de Vanessa Grossman, arquiteta brasileira sediada em Roterdã. Na Galeria da Casa, acontecerá a exposição com curadoria da arquiteta brasileira Marta Moreira e do engenheiro português Rui Furtado, com projeto de Ricardo Bak Gordon, que junto de Paulo Mendes da Rocha e Nuno Sampaio idealizaram o projeto do Museu dos Coches de Lisboa.
TIJOLOS LONDRINOS Antes importado da Europa, o tijolo inglês caiu no gosto de arquitetos renomados e ganhou fachadas de prédios importantes no Brasil, entre eles do Andáz Cabral, assinado pelo escritório franco-brasileiro Triptyque. A Olaria Galiotti&R.O de Cabreúva, no interior de São Paulo, se especializou nesses tijolos artesanais e virou referência neste mercado. Segundo o proprietário José Roberto de Oliveira, o tijolo inglês – nas cores londrino e tabaco – passa por um processo que torna cada peça diferente. As formas usadas para
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modelar os blocos recebem uma camada de areia, que cria texturas e desenhos únicos em cada um deles, tornando-os verdadeiras obras de arte. O Andáz Cabral será inteiramente revestido com os tijolos londrinos. Mais de 84 mil tijolos vão ser aplicados manualmente na fachada do empreendimento, proporcionando um efeito único, exclusivo, artesanal e inédito nas redondezas.
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HABITAT ECONOMIA
Casa Andrade Muricy, no Centro de Curitiba, vai receber o Palácio da Seda
NA ROTA DA SEDA
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cultura da seda é milenar. Espera o tempo da lagarta da mariposa se alimentar de folhas de amoreira e interromper sua metamorphose para tecer um casulo de fio contínuo. Este ciclo precioso e sustentável, que se mantém quase igual ao que era feito no tempo das grandes navegações, gera empregos e faz do Brasil um dos principais fornecedores do material em todo o mundo. A cadeia da seda contempla desde a agricultura, que planta as amoreiras, à produção do bicho da seda, passando pela indústria têxtil, com suas fiações, tecelagens e confecções e chegando à indústria da moda, da decoração, da beleza e à arte. No Paraná, 1,8 mil produtores de casulos
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PARANÁ É O MAIOR PRODUTOR DE SEDA DO PAÍS, UMA CULTURA SUSTENTÁVEL, LIMPA E GERADORA DE EMPREGOS de seda, de 176 municípios, que ocupam 4,7 mil hectares de plantação de amoreiras, trabalham com sericicultura como atividade principal, uma vez que o Estado é o principal produtor de seda do país e sua qualidade faz com que praticamente toda produção seja exportada para a Europa e para a Ásia. Aqui são produzidas 2,2 mil toneladas de seda por ano, o que representa 83% da produção nacional, e gerados pelo menos 8 mil empregos diretos e indiretos. Por isso tudo, o governo do Estado vem participando do programa Silkcities, que reúne 20 países que veem a seda como um agente para o desenvolvimento econômico e social, uma vez que se trata de um tipo de produção sustentável, limpo, sem agrotóxicos e que respeita as
Área de tear da Casulo Feliz, empresa de Maringá, que, desde 1988, trabalha com casulos de bicho da seda descartados, tingimento natural e estilo rústico
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HABITAT ECONOMIA
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relações humanas. “A indústria da seda atinge pelo menos 8 dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas na agenda 2030, cujo objetivo é erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento econômico e ambiental à escala global. Na sericicultura, há direitos iguais aos recursos, ela promove lideranças e mais de 80% dos trabalhadores do setor são mulheres”, comenta Ana Beatriz Karya, executiva da Abraseda. PROJETO
Como forma de estimular o setor, o governo do Estado, por meio da Universidade Estadual de Londrina (UEL), desenvolve o projeto Seda Brasil o Fio que Transforma, composto por professores de várias áreas e que busca fomentar uma rede econômica e produtiva, com o intuito de incentivar novos empreendedores para o desenvolvimento da cadeia da seda de forma sustentável. O projeto reúne pesquisadores de diversas áreas (Design, Biologia, Química e Zootecnia) e busca melhorar a qualidade da seda e ampliar a quantidade de produtores, a partir do entendimento genético do bicho-da-seda e do produto
final; a possibilidade de produzir entressafra, no inverno; o uso medicinal para tratar feridas crônicas e queimaduras; e a ampliação das áreas livres de defensivos agrícolas. PALÁCIO DA SEDA
O Paraná vai ganhar um importante polo agregador de design, moda, turismo e cultura aliado ao estímulo da produção da seda. Este será o Palácio da Seda, que vai ocupar a estrutura da Casa Andrade Muricy, um prédio eclético dos anos 1920, em Curitiba, com a proposta de se tornar um espaço cultural pulsante que reunirá arte, ciência, exposições e incentivo à criatividade do design com a seda. “O fio da seda produzido no Brasil tem alta qualidade, abastecendo o mercado de luxo europeu. Nada mais justo que tenhamos um espaço dedicado a essa cultura milenar, fazendo a relação entre o campo, onde tudo começa, e a transformação desse fio em obras de arte, roupas, objetos e acessórios extremamente interessantes e sustentáveis”, afirmou a superintendente-geral da Cultura no Estado, Luciana Casagrande Pereira.
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HABITAT PUBLI DENMARK
Varanda ampla permite iluminação natural e maior contato com a natureza
CASA CONECTADA, SUSTENTÁVEL E MAIS FELIZ 62
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O DENMARK, DA INCORPORADORA GT BUILDING, ABRAÇA CONCEITOS DE INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA AUMENTAR O BEMESTAR DOS MORADORES
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conceito de felicidade está em todos os espaços externos e internos do Denmark, empreendimento da GT Building, localizado no coração do Cabral, próximo ao Graciosa Country Club, em Curitiba. O conceito que norteia a arquitetura e estrutura do prédio, além de dar nome ao empreendimento, vem da cultura nórdica, mais especificamente da Dinamarca. A população que vive nos países nórdicos acredita que a felicidade está na simplicidade dos pequenos momentos e que as conexões sensoriais geradas pelo sentir, experimentar e vivenciar proporcionam momentos de alegria. Essa crença pode ser resumida em apenas uma palavra: hygge. A parceria da arquiteta Elaine Zanon com a designer Claudia Machado busca a inspiração nos pilares do hygge e no estilo de vida dos nórdicos para o projeto de interiores do Denmark. “O conceito hug house (casa que abraça, acolhe – em tradução livre) é bem interessante para quem mora em Curitiba, especialmente pelo clima da cidade. É bacana quando você mora em um apartamento que nos passa a sensação de acolhimento quando se está dentro dele. Todos os elementos foram pensados para as pessoas se sentirem bem e felizes, seja em um momento intimista ou com os amigos”, comenta Elaine. Em processo de certificação pelo selo GBG Brasil Condomínio, o Denmark também abraça o meio ambiente. Cada detalhe deste empreendimento foi pensado para priorizar o conforto dos moradores, ao mesmo tempo que garante a sustentabilidade do planeta. O projeto conta com aproveitamento inteligente de luz natural, reaproveitamento de água pluvial, redução de resíduos com correta destinação e utilização de materiais locais e recicláveis.
VISITE O DECORADO
Os potenciais moradores que quiserem conhecer mais sobre a planta do Denmark podem visitar o apartamento decorado na GT Building, localizada no bairro Seminário, em Curitiba. O público que visitar o local poderá, realmente, sentir-se em casa porque todas as funcionalidades do apartamento estão disponíveis entre eles recursos de automação, como o comando de voz, através do qual é possível trancar portas e janelas, abrir e fechar cortinas, ligar e desligar aparelhos e controlar as luzes da casa, por exemplo, apenas com o apoio de dispositivos como a Alexa, da Amazon, e o Google Home. O ambiente decorado apresenta espaços idênticos ao que estão na planta do apartamento. O edifício contará com duas torres, tendo dois apartamentos por andar de 226m² a 230m² privativos, apartamentos-jardim de 475 a 554m² privativos e coberturas de 366m² a 368m². Para visitar o apartamento decorado, agende sua visita.
APARTAMENTO DECORADO GT BUILDING – DENMARK Sede da GT Building: Av. N. Sra. Aparecida, 48 - Batel Localização do empreendimento a ser entregue: Cabral Contato: 41 2170-9000 www.denmark.com.br
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HABITAT ENTREVISTA
COM A PALAVRA, UM BRASILEIRO DE MINAS
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onaldo Fraga é um designer inventivo. Faz moda, artigos para casa, tem uma loja que é um hotel, revira o país atrás de inspiração. Está em busca do saber ancestral brasileiro. Parafraseando a arquiteta Lina Bo Bardi, ele sonha com o dia
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em que as cadeiras para se sentar, os talheres para comer, as casas para morar e as roupas para vestir desenhados por brasileiros tragam o mínimo da grandiosidade da cultura nacional. Este vai ser, na opinião dele, um bom começo para o crescimento justo, criativo e enriquecedor.
GOSTARIA QUE VOCÊ ME FALASSE SOBRE SEU OLHAR VOLTADO AO BRASIL. SEMPRE FOI ASSIM, DESDE O COMEÇO DA SUA CARREIRA? COMO O BRASIL O INSPIRA?
Sempre foi. Fui adolescente no fim da ditadura e, nesta época, encontrei o inventor do Brasil moderno, Mário de Andrade, meu mentor. Aquele livro Turista Aprendiz, em que ele conta que tirou dois anos e meio sabáticos, para percorrer o Nordeste e o Norte, me fez querer repetir esse percurso. Minhas coleções etnográficas são para cumprir os passos do mestre.
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HABITAT ENTREVISTA
COMO VOCÊ TRADUZ A BRASILIDADE NO SEU TRABALHO?
O Brasil é fonte inesgotável de inspiração, acho que, principalmente, pelo fato de sermos mestiços. Costumo dizer que o que me assombra e o que me alumbra é o que me estimula a falar sobre essa terra, o Brasil como um todo, com suas mazelas, riquezas, saberes e fazeres. Sou um homem do meu tempo, sou brasileiro de Minas, e isso não é pouco. Amigos estrangeiros
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olham o meu trabalho e comentam que ele é genuinamente brasileiro pela combinação de cores que eu faço. Só nós fazemos desse jeito. A brasilidade não está no meu trabalho só nos temas, até porque já falei de Pina Bausch (coreógrafa alemã) e China, mas pela narrativa.
DE SUL A NORTE, O BRASIL É GIGANTE, SÃO MUITAS REALIDADES E MUITAS REFERÊNCIAS. QUAIS SÃO NOSSAS PRINCIPAIS RIQUEZAS? QUAL É O PODER DA BRASILIDADE?
Nosso país é rico, continental, carrega vários brasis aqui dentro. Acho que o compromisso civil do designer é criar pontes neste Brasil. O Nordeste é, para mim, o epicentro da nossa formação cultural, ele guarda a fonte da mágica da cultura brasileira, nossa riqueza e a nossa mistura. E é isso que faz a nossa gastronomia ser como ela é, a música – nosso produto mais bem resolvido, ser como é. Parafraseando Lina Bo Bardi, sonho com o dia em que as cadeiras para se sentar, os talheres para comer, as casas para morar e as roupas para vestir desenhados por brasileiros tragam o mínimo da grandiosidade dessa cultura.
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HABITAT ENTREVISTA
OLHAR PARA DENTRO DE NÓS OU PARA DENTRO DA NOSSA CASA BRASILEIRA, PODE SER UMA GRANDE OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO, DE FAZER A NOSSA ECONOMIA GIRAR, DE MUDAR A VIDA DE MUITA GENTE. QUE HISTÓRIAS VOCÊ VIU DENTRO DO BRASIL QUE TOCARAM VOCÊ E TRANSFORMARAM O JEITO DE VER SUA VIDA, O SEU TRABALHO?
São tantas, mas gosto de como as rendas chegaram ao Brasil, da influência judaica no Nordeste e de seu encontro com os índios cariris e os escravizados do Norte da África. É deste encontro que saiu o baião, as cirandas de roda, o bode usado na gastronomia, a selaria feira em couro pespontado colorido. Você pega essas histórias e desvenda a alma e a formação do país. Em várias coleções falei disso, como Turista Aprendiz em Pernambuco, no Grão-Pará, na Terra de Gigantes do Cariri cearense.
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ECONOMIA CIRCULAR, ECONOMIA CRIATIVA, SUSTENTABILIDADE. O QUE ESSES TERMOS FALAM PARA VOCÊ?
MUITA GENTE AINDA IMPORTA REFERÊNCIAS. POR QUE SERÁ QUE AINDA NÃO OLHAMOS O TANTO QUANTO DEVERÍAMOS PARA NOSSA TERRA, NOSSOS TALENTOS?
Pela primeira vez, não podemos ir a lugar nenhum, nem à Europa ou ao Japão, para ver como se faz lá. As fórmulas não existem. Temos que nos resolver aqui e agora.
A economia criativa, que circula, a sustentabilidade dos ofícios dos saberes e das pessoas não têm que entrar na moda, porque o que entra, sai. E elas serão a base da reinvenção deste país. Eu não sei qual é o futuro, mas sei que há uma porta para o novo tempo, a sustentabilidade e a diversidade. A indústria da moda, por exemplo, é uma das mais poluentes e isso deixa um gosto amargo. Mas há como pensar na sustentabilidade de forma mais abrangente, considerando a humanização dos processos, consumindo dos pequenos, consumindo alimentos da época, ressignificando as coisas, reutilizando, pagando justo para quem gera empregos.
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HABITAT ENTREVISTA
MUITOS ARTISTAS, DESIGNERS E PROFISSIONAIS DE OUTRAS ÁREAS TRABALHAM COM COMUNIDADES PELO BRASIL PARA AJUDAR A DESENVOLVÊ-LAS. VOCÊ TEM UM HISTÓRICO DESSAS PARCERIAS. O QUE UMA PARTE ENSINA PARA A OUTRA?
As coleções etnográficas são vias de mão dupla e eu ganho mais do que deixo, e olha que deixo o máximo que sei. Por meio delas, me aproximo de grupos, da ancestralidade, da formação do nosso povo. Meu oxigênio vem dessa vontade de criar novos produtos, de gerar renda, de reconhecer o valor do ofício e da simplicidade sofisticada e tão difícil de ser conquistada.
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CONSTRUTORA CGL HABITAT PUBLI
CONECTADOS AO NOVO TEMPO A CGL CONSTRUTORA E INCORPORADORA COMEMORA 29 ANOS DE ATUAÇÃO COM EMPREENDIMENTOS ATUAIS E CONECTADOS COM AS NECESSIDADES DO MERCADO
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restes a cumprir 29 anos no mercado, a CGL Construtora e Incorporadora comemora o sucesso de venda de seus últimos empreendimentos, 100% comercializados na planta. Sinal de que, em quase três décadas, a empresa conquistou a confiança do seu público, com empreendimentos exclusivos, acabamento de qualidade, design atual, muito conforto e tecnologia de ponta. Com 26 empreendimentos lançados, a empresa hoje é líder no segmento de condomínios de casas e tem mais de dez residenciais em fase de criação e aprovação, gerando aproximadamente R$ 500 milhões em VGV. Comandada por Carlos Herrera, Ignacio Herrera e Tomás Herrera, a empresa hoje é administrada pela segunda geração de empresários e busca a constante evolução e o acompanhamento das tendências do mercado para se reinventar e garantir que seus empreendimentos continuem proporcionando grandes experiências e satisfação a seus clientes. A marca CGL é garantia de valor, solidez e diferenciação no mercado imobiliário curitibano.
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HABITAT CERTIFICAÇÕES SELOS
SUSTENTABILIDADE À PROVA
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CONHEÇA OS MAIS IMPORTANTES SELOS AMBIENTAIS, QUE ATESTAM SE OS EMPREENDIMENTOS PODEM OU NÃO SER CONSIDERADOS VERDES
difícios verdes não nascem como árvores, precisam ser planejados. Desde a ideia, o formato, o local onde serão construídos, as obras e a vida futura, absolutamente tudo deve ser pensado e cercado de cuidados para que esses empreendimentos provoquem o menor impacto possível no meio ambiente. Se antes qualquer construção seguia só uma ideia na cabeça, depois do Acordo de Paris, firmado durante a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em 2015, reduzir a emissão de gases do efeito estufa, com o objetivo de combater a crise climática, virou compromisso. Um dos desafios é construir cidades cada vez mais sustentáveis e ambientalmente eficientes. A sustentabilidade deixa de ser um conceito para virar uma realidade do mercado da construção civil, fazendo com que construtoras e incorporadoras se dediquem a desenvolver empreendimentos mais econômicos, mais planejados, mais eficientes, saudáveis e sustentáveis. E por isso, elas vêm correndo para serem certificadas pelos selos ambientais, que atestam se os empreendimentos apresentados podem ou não ser considerados sustentáveis.
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LEED — O LEADERSHIP IN ENERGY AND ENVIRONMENTAL
Design é o mais conhecido no Brasil e o país ocupa o 4º lugar no ranking entre os países onde a certificação é aplicada. Criado pelo United States Green Building Council, o USGBC, é focado, principalmente, na eficiência energética onde dentro da certificação existem requisitos como casa, condomínio e edifícios com zero energia. A organização, que promove a sustentabilidade e certifica edifícios e comunidades verdes em todo o mundo, acaba de anunciar o LLUM Batel, da Construtora Laguna, de Curitiba, como vencedor do prêmio LEED Homes Awards 2021, o que na prática o coloca como o edifício mais sustentável do mundo. Foram considerados critérios de impacto, design, sustentabilidade e saúde, e bem-estar.
PBEROCEL EDIFICA
O mesmo selo Procel, que identifica o gasto energético de aparelhos elétricos, tem uma versão que certifica também construções energeticamente sustentáveis, o programa PBE EDIFICA. E o Átman Cabral, da Incorporadora MDGP,
conta com o selo PBE Edifica, com nível A de eficiência em todos os apartamentos e área comum. O empreendimento faz parte de uma turma de edifícios residenciais a serem contemplados com a certificação, que identifica as construções que apresentam as melhores classificações de eficiência energética. O selo PBE Edifica garante que o empreendimento foi projetado de maneira eficiente e atende com segurança aos parâmetros máximos estabelecidos no Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações (PBE), com relação ao desempenho energético. SELO AQUA-HQE
O selo foi desenvolvido a partir da certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environnementale) e aplicado no Brasil exclusivamente pela Fundação Vanzolini. Impõe
diretrizes que precisam ser seguidas desde o planejamento até a execução dos empreendimentos voltados para alto padrão, a fim de garantir um produto final com menos impacto ambiental e maior conforto aos usuários; além de melhor desempenho da edificação. O Maison Legend Ecoville Curitiba, edifício residencial da A.Yoshii Engenharia, recebeu nota máxima em oito categorias do selo internacional de sustentabilidade AQUA-HQE. E os resultados são impactantes: economia de água de 22% e redução de quase 50% (49,53%) no consumo de energia. SELO CASA AZUL
O Selo Casa Azul é uma classificação socioambiental dos projetos habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal. É a forma que o banco encontrou de promover o uso racional de recursos naturais nas construções e a melhoria da qualidade da habitação. Um dos principais objetivos do selo é reconhecer projetos que integram soluções eficientes na construção, uso, manutenção e ocupação dos edifícios, e também realiza certificação de empreendimentos.
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HABITAT CIDADE
UM OÁSIS URBANO A PLAENGE AJUDOU A CONSTRUIR A HISTÓRIA DO ECOVILLE, BAIRRO QUE SERVIA ANTIGAMENTE DE ROTA PARA TROPEIROS E HOJE ATRAI A ATENÇÃO PELOS EMPREENDIMENTOS DE ALTO PADRÃO, POR SUA INFRAESTRUTURA E POR ABRIGAR A RUA MAIS BONITA DA CIDADE
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cada outono, uma peregrinação chega à Rua Deputado Heitor Alencar Furtado para fotografar, deitar e deleitar sobre as folhas avermelhadas caídas no chão da via do expresso, que liga o Centenário, do outro lado da cidade, ao Campo Comprido. E ali no Ecoville encontra o túnel formado por galhos e folhas de liquidâmbares, uma planta originária do México e dos Estados Unidos. A ideia de trazê-las para a região foi do engenheiro florestal Roberto Salgueiro, que cuida da coleta de sementes, plantios e cuidados das árvores em Curitiba. Queria um túnel verde para abraçar a rua e ganhou, por causa do tempo e do amadurecimento das plantas, um corredor multicolorido, indo do verde ao vermelho, seguindo os caprichos das estações.
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HABITAT CIDADE
Planejamento e apelo sustentável, aliás, sempre foram as diretrizes do Ecoville/Mossunguê, que se acerca do Bigorrilho, da Campina do Siqueira, do Campo Comprido e do Batel, uma área de natureza privilegiada e origem quase rural. Antes do crescimento imobiliário, a região servia de acesso ao Norte do Estado e a exploração mineral intensa nos arredores desse trajeto contribuiu para o seu desenvolvimento, atraindo armazéns e vendas, que serviam de entrepostos aos viajantes, tropeiros e aos primeiros moradores. Curitiba assistiu ao desenvolvimento do Ecoville nos últimos 20 anos, como quem constrói um oásis grudado na
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cidade, com boa infraestrutura, acesso fácil ao Centro da cidade, comércio e serviços de qualidade, e natureza por perto. Muito perto. Desses 20 anos, a Plaenge esteve presente nos últimos 17. Segundo Fernando Fabian, diretor da Plaenge, quando a construtora decidiu vir para Curitiba, escolheu a região do Ecoville para se instalar e investir por três motivos: por ser um bairro planejado, com vias largas bem estruturadas e trincheiras nos cruzamentos com a via do expresso; terrenos com mais de cinco mil metros quadrados disponíveis – o que já era raro em outras regiões da cidade; zoneamento que favorece
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recuos entre as edificações mais generosos da cidade; e grande potencial de crescimento. “Mas todo mundo dizia que essas vias, que nos chamaram a atenção, ligavam nada a lugar algum, pois a região não era ocupada ainda. O ParkShoppingBarigüi ainda estava em construção. Mas sabíamos que o vetor de crescimento de Curitiba era para esses lados”, conta. O maior diferencial do Ecoville foi o fato de a região nascer com infraestrutura urbana planejada para posterior ocupação. “Isso fez toda a diferença. A região cresceu e ainda tem espaço para crescer, com gabaritos mais baixos, nas quadras mais afastadas das vias estruturais. A definição dos espaços
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comerciais e residenciais estavam desenhados e definidos antes de qualquer empreendimento. Por isso, é uma região especial em Curitiba”, explica Fabian, apontando que a Plaenge já entregou 16 empreendimentos no Ecoville e está com outros três em fase de construção e lançamento: Dreams, View e Experience. “Pra mim, o nosso melhor empreendimento no Ecoville será o Experience, nosso próximo lançamento e que será o nosso empreendimento de mais alto luxo na região. Com uma unidade por andar, de 320 metros quadrados privativos, ele foi concebido seguindo o conceito hand made by Plaenge, para ser único e exclusivo em cada detalhe”, adianta.
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A SUÉCIA É AMIGA DO MEIO AMBIENTE A NAÇÃO, QUE HÁ 15 ANOS FOI ELEITA A QUE MAIS FEZ PARA SALVAR A TERRA, É RECONHECIDA AINDA HOJE PELOS AVANÇOS PARA CONTINUAR VERDE E APARECE COMO UM DOS DESTINOS MAIS SUSTENTÁVEIS DO PLANETA
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s ônibus de Estocolmo, capital da Suécia, são movidos a etanol e a maior parte do combustível é importada do Brasil. Quem não usa transporte público prefere andar de bicicleta. Na capital, a coleta de lixo se dá por um sistema alternativo, que funciona por tubos subterrâneos a vácuo. Além disso, trata 100% do esgoto. Em Linköping, outra grande cidade do país, a frota de ônibus, caminhões de lixo e alguns trens usam biogás proveniente do metano como combustível. A eletricidade no país tem origem hidrelétrica e nuclear. E, para o aquecimento doméstico, a Suécia passou a usar resíduos de madeira no lugar de petróleo e carvão. E isso tudo já tem tempo.
A nação, que há 15 anos foi eleita a que mais fez para salvar a terra, é reconhecida ainda hoje pelos avanços para continuar sendo amiga do meio ambiente. Recentemente, o país começou a aplicar a taxa ecológica sobre viagens aéreas, com o objetivo de minimizar a pegada de carbono dos aviões como consequência de um forte aumento das viagens de avião. E, segundo a ministra do Meio Ambiente e porta-voz do Partido Verde, Isabelle Lövin, eles reciclam mais de 1,5 bilhão de garrafas e latas por ano e apenas 1% dos 461 kg de lixo produzidos pelos suecos por ano vai parar nos aterros sanitários.
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A razão do sucesso, na opinião de especialistas, se dá pela participação da população. Os suecos contam com o incentivo do governo para realizar ações importantes, como a separação do lixo, que é coletado de forma seletiva em todas as regiões e encaminhado para reciclagem. Outra medida adotada por lá, para frear o consumo deliberado, é o estímulo ao reuso dos objetos e conserto de objetos como roupas, bicicletas e eletrodomésticos ao invés de substituí-los por novos. “Os consumidores estão mostrando que querem fazer a diferença e o que estamos fazendo como governo é ajudálos a agir, tornando mais fácil viver de forma sustentável”, diz Per Bolund, Ministro do Consumo e Finanças do país. O êxito sueco parece ter nascido durante a criação da taxa de carbono, em 1991. Para cada litro de combustível consumido pelo veículo, o usuário desembolsa uma taxa adicional. Embora muitas indústrias importantes consigam ressarcimento ou isenção desse gasto, o resultado é satisfatório e, provavelmente, as emissões de carbono seriam 20% mais altas sem a taxa. Embora o país já demonstrasse ter adquirido consciência do problema logo depois do primeiro
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HABITAT MUNDO
choque do petróleo, nos anos 1970, o peso da taxa no bolso fez a sociedade a procurar alternativas ambientalmente mais saudáveis. Hoje elas se multiplicam Suécia afora. Toda a eletricidade consumida no país tem origem hidrelétrica e nuclear. Desde 2007, os suecos têm um abatimento na compra de carros “verdes”, o que assegura desconto de 30% na taxa de registro, estacionamento grátis e isenção do imposto sobre congestionamento em Estocolmo, afinal, por lá quem quiser entrar ou sair da área central da cidade tem de pagar uma taxa. Os principais postos de gasolina são obrigados a oferecer pelo menos um tipo de combustível renovável, como etanol ou biogás. Sem contar que o país promove o transporte de carga por ferrovia, por ser mais seguro e sustentável. CAPITAL VERDE
Em 2010, Estocolmo foi nomeada a primeira “Capital Verde” da Europa e, três anos depois, a Unidade de Inteligência Econômica (EIU, em inglês), empresa de monitoria de investimentos mundiais, elencou Estocolmo na 14ª posição no ranking mundial que escolheu as 25 cidades que apresentaram os melhores índices nas áreas da saúde, meio ambiente, educação cultura e infraestrutura.
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HABITAT MUNDO
Entre seus feitos, está a criação de um bairro completamente sustentável, o Porto Real. Ele vai receber 200 mil novos moradores e deve ser finalizado em 2025. Uma das metas ambientais deste espaço é reduzir pela metade a emissão de CO2 per capita. Em 1990, a prefeitura se empenhou em recuperar também a área degradada pela construção da Avenida Hamarbyleden, nas margens do lago Hammarby Sjö, localizado no centro de Estocolmo, mas as adaptações e a construção do bairro sustentável de Hammarby Sjöstad começaram de verdade em 1993. O projeto, que se baseou em novas tecnologias na área da construção civil sustentável, foi financiado pelo Programa de Investimento Local (LIP) e pela Symbiocity – órgão de desenvolvimento urbano ligado ao governo –, em 1998.
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CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Quem procurar referências de prédios sustentáveis, encontrará o Kuggen, um edifício de Gutemburgo, construído pelos arquitetos da Wingårdh Arkitektkontor. O prédio colorido fica no complexo empresarial chamado de Lindholmen Science Park, na ilha de Hisingen Island. Seu formato circular foi inspirado nos traços do Renascimento Italiano e na roda dentada. Tudo nele é pensado para o melhor aproveitamento dos recursos, como as janelas triangulares e o formato circular, que ajudam na ventilação e na iluminação, sistemas de aquecimento e refrigeração interativos, painéis solares no telhado e uma iluminação natural eficaz.
em breve
Descubra uma nova perspectiva sobre o morar.
Rua Jerônimo Durski, 1557 Champagnat
Antecipe-se ao lançamento varandabarigui.com.br
HABITAT HABITAT TEMA PUBLI
ARTE
PREFEITURA DE CURITIBA INAUGURA
MAIOR JARDIM DE ESCULTURAS DO BRASIL MEMORIAL PARANISTA CONTA COM PARQUE DE ESCULTURAS EM ESCALA HEROICA, ACERVO DE OBRAS DE JOÃO TURIN E ESPAÇO PARA FOMENTO ARTÍSTICO
FOTOS: SMCS / PREFEITURA DE CURITIBA
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á quase cem anos, um movimento transformou os símbolos do Paraná em arte. No começo da República, os planos eram de modernização e, mais do que nunca, se fazia necessária a criação de uma identidade regional. Pinhão, pinha, pinheiro e erva-mate tiveram suas formas redesenhadas, desdobradas, estilizadas e aplicadas na arquitetura, em esculturas, pinturas, móveis e na moda. Por obra e graça do escultor
Memorial Paranista conta com obras do acervo de João Turin
João Turin (1878-1949), o pintor João Ghelfi (18901925) e do pintor-cientista Frederico Lange de Morretes (1892-1954), estava criado o Paranismo. Agora, os símbolos estampados nas nossas calçadas de peti-pavè, em detalhes de fachadas e obra de arte que fazem parte do nosso imaginário popular ganharam casa. A Prefeitura de Curitiba inaugurou o Memorial Paranista, um complexo cultural de 6 mil metros quadrados no Parque São Lourenço, que reúne
arte, turismo, meio ambiente e lazer, renova as convicções do movimento original e torna aberto ao público um acervo de obras de João Turin. No fim do ano passado, foi inaugurado o Jardim das Esculturas, composto de 13 obras, e que ocupa a área externa. Agora, depois de uma reforma completa do Centro de Criatividade, é a vez do novo complexo cultural em homenagem aos artistas da cidade e ao mestre das artes paranaenses, João Turin.
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HABITAT PUBLI
ARTE
COMPLEXO
O Memorial Paranista é constituído pelo Jardim das Esculturas e por outras três edificações interligadas por uma galeria com cobertura de vidro. De um lado estão os acessos para o Teatro Cleon Jacques e para as duas salas de exposições, e, de outro, o novo Ateliê de Esculturas, a Fundição, o Liceu das Artes e a loja #CuritibaSuaLinda, com produtos de artistas, designers e artesãos locais. Será realizada ainda a reforma do prédio do antigo ateliê de esculturas para abrigar a Casa da Leitura Augusto Stresser e uma cafeteria.
ESCULTURAS
O parque das esculturas, na parte externa, é composto de um jardim com elementos, fontes de água e 13 obras em escala heroica do acervo de João Turin. Todas as esculturas são feitas de bronze e a maior delas é a “Marumbi”, que representa dois grandes felinos com 3 metros de altura, quase 3 metros de largura, 1 metro de profundidade e aproximadamente 700 kg. Ao todo, são 100 esculturas, bustos e baixos-relevos em bronze.
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BAIXOS-RELEVOS
Na área interna, os espaços foram organizados para apresentar a arte escultórica e suas técnicas. Duas portas de aço e vidro com elementos paranistas se abrem para uma galeria onde estão dispostos 42 baixos-relevos com temas indígenas e retratos dos amigos de Turin – os artistas Theodoro de Bona, Alfredo Andersen, Zaco Paraná, o escritor Dario Vellozo, entre outros que também representam o movimento artístico do início do século 20. A galeria dá acesso às salas de exposições, onde estão duas das mais importantes obras de Turin, Homem Pinheiro e Pedagogia, entre outras esculturas que integram o acervo, painéis com textos sobre a trajetória de Turin, reprodução de desenhos, uma réplica em resina do busto de Turin, de autoria de Erbo Stenzel, e vídeos mostrando as diferentes fases do artista e demais obras. Neste espaço, foi concebida a Capela Paranista, um memorial em homenagem às vítimas de covid-19, onde estão as obras Pietá e Caridade.
Galerias internas apresentam a arte escultórica e suas técnicas. Ao lado, detalhe da obra Pietá, na Capela Paranista
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HABITAT PUBLI
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ARTE
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Ateliê de Esculturas e a Fundição
ATELIÊ
Como a ideia é que o espaço continue fomentando e inspirando a arte regional, o memorial ganhou um moderno Ateliê de Esculturas e a Fundição, com fornos e equipamentos para fundição também doados pelo ateliê Turin, de propriedade da família Lago. O ateliê do Memorial Paranista é equipado com fornos para derretimento do bronze, moldes para cera, máquinas de solda plasma, cabine de jato e um pórtico móvel para carregamento de obras de grandes dimensões.
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HABITAT HABITAT TEMA PUBLI
ARTE A escultura “Marumbi” tem 3 metros de altura, quase 3 metros de largura, 1 metro de profundidade e aproximadamente 700 kg
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O ateliê de esculturas do Parque São Lourenço sempre foi um local de referência nas técnicas escultóricas, porém, com a sua transferência para o novo espaço, ganhou um papel ainda mais relevante na formação de novos artistas e na transferência de conhecimento sobre a arte da fundição. Uma das grandes salas do Memorial abriga o Liceu das Artes, voltado à formação artística, com foco em técnicas de cerâmica, escultura em pedra, vidro e madeira. A proposta é que o espaço sirva para a realização de cursos e de intercâmbio com artistas nacionais e internacionais, e seja utilizado para ações de arte educação com alunos da rede municipal de ensino. TEATRO
O Teatro Cleon Jacques foi reformado, ganhou novos equipamentos de som e iluminação e foi adaptado para novos usos, podendo receber diversas performances de teatro, música e dança, lançamentos de livros, atos municipais, entre outras atividades e eventos.
MEMORIAL PARANISTA Rua Mateus Leme, 4.700, Parque São Lourenço (São Lourenço) - Curitiba - PR Visitas às obras expostas nas galerias de terça a domingo, das 10h às 17h, com agendamento no site www.agendamento-memorial-paranista.org/bookings-checkout/agendamento/book O Jardim das Esculturas funciona das 6h às 18h, de segunda a domingo. O agendamento para grupos deve ser feito pelo site: www.agendamento-memorial-paranista.org/bookings-checkout/agendamento-grupo/book
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HABITAT MERCADO
PIEMONTE COMEMORA MOMENTO DO MERCADO Pesquisas divulgadas nas últimas semanas mostram que o mercado imobiliário brasileiro está crescendo. Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), 2020 teve um crescimento de 57,5% nos valores financiados em comparação com o ano anterior. Segundo a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi), as vendas de apartamentos novos em Curitiba acumulam alta de 58% nos primeiros cinco meses do ano, comparado ao mesmo período em 2020, ou seja, estima-se que as construtoras comercializaram 2,5 mil imóveis entre janeiro e maio, uma média de 505 apartamentos/mês. Para Nelson Eugênio Silva, diretor da Construtora e Incorporadora Piemonte, a procura por empreendimentos maiores ou condomínios de terrenos e a queda nas taxas de juros foram as principais causas para o aquecimento do mercado. “Terminamos 2020 praticamente sem estoque de unidades à venda”, comenta. A Piemonte entregou dois empreendimentos em Curitiba em 2020 e um em Florianópolis. Para este ano, a empresa vai lançar outros dois empreendimentos, um no Juvevê e outro no Bacacheri.
LAGUNA PROMOVE CONVENÇÃO DE VENDAS DO BIOOS EM DRIVE IN A Construtora e Incorporadora Laguna reuniu corretores e convidados para um evento exclusivo para o lançamento do BIOOS. É o pontapé inicial de apresentação de um grande projeto, com uma série de características inéditas no país. Entre eles, a proposta de unificar saúde, bem-estar e medicina em um só lugar, para oferecer mais qualidade de vida para as pessoas. Em um terreno localizado entre as ruas Augusto
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Severo, Nicolau Maeder e João Gualberto, o BIOOS contará com duas torres: a BIOOS HEALTH, destinada à saúde, com consultórios médicos e offices, e, ao lado, a BIOOS HOME, com apartamentos para o público 60+. Os participantes da convenção puderam conhecer todos os detalhes do BIOOS em primeira mão anunciados por André Marin, Luiz Renato da Silva, Renato Castelo Branco e Felipe Sebben.
HABITAT MERCADO
CARROS ELÉTRICOS E O FUTURO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
O QUE TORNA UM PRÉDIO SAUDÁVEL? Prédios verdadeiramente saudáveis se preocupam com uma série de itens que, somados, funcionam como uma armadura imunológica para o corpo, impactando em qualidade de vida, anos vividos e doenças reduzidas. A ideia, então, é pensar em espaços que promovam mais saúde e condicionem comportamentos mais saudáveis, resultando em uma percepção de valor muito tangível para seus ocupantes. A médica e head de inovação da AG7, Andressa Gulin, destacou sete características essenciais dos healthy buildings. 1.Ventilação natural e seu impacto na produtividade e no bem-estar 2.Iluminação natural e o poder de olhar para fora 3.Conforto térmico 4.Conforto acústico 5.Qualidade da água registrada 6.Segurança e experiência 7.Prédios Comerciais também precisam ser saudáveis
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No novo empreendimento da Construtora Hugo Peretti, o edifício Weiss de Castilho, em construção no bairro Alto da Glória, a tendência dos carros elétricos ganha atenção especial. Nas garagens do prédio, cada morador terá toda a infraestrutura necessária para carregar seu veículo, com um sistema com software através do qual o usuário de carro elétrico poderá controlar e verificar informações de carga e consumo. Dessa forma, em uma parada para o almoço em casa, por exemplo, o morador poderá deixar seu carro carregando na garagem, enquanto acompanha o processo em tempo real, pelo celular. Segundo o engenheiro da construtora, Hugo Leonardo, todos os moradores terão direito a uma vaga para carro elétrico. Há no projeto, ainda, duas vagas reservas para eventuais necessidades. Ao todo, serão 20 vagas para esse tipo de veículo, com toda a infraestrutura preparada de eletrocalhas e quadros de energia.
HABITAT GENTE LA SERENA PLAZA ESPAÑA A Praça da Espanha acaba de ganhar seu primeiro empreendimento residencial de alto padrão, na rua Saldanha Marinho. O La Serena Plaza España é o terceiro da A.Yoshii Engenharia na capital paranaense e alia ineditismo, praticidade e um padrão de qualidade superior - uma tradição da construtora. O evento de entrega das chaves reuniu novos proprietários e alguns convidados - respeitando todos os protocolos de segurança. Na foto, Maria Fernanda Beneli Vicente, gerente de marketing, Leonardo Yoshii e Anita Yoshii.
NOITE DE CHEFS Convidados da construtora Plaenge e da Florense Carlos de Carvalho participaram do encontro virtual #ConexãoFlorense. A quarta edição do projeto ensinou aos ‘chefs’ amadores a prepararem o gnocchi de banana da terra com barreado e gremolata, uma receita assinada pelo chef Vitor Bourguignon, campeão do reality show gastronômico Masterchef – A Revanche. Cada convidado preparou a receita na sua casa, acompanhado, ao vivo, pelo chef que estava na cozinha do apartamento decorado Experience, um empreendimento da Plaenge. Na foto, o sócio da Florense Carlos de Carvalho, Nelson Calcagnotto, o gerente regional da Plaenge, Luiz Gustavo Salvático, o chef Vitor Bourguignon e o sócio da Florense Carlos de Carvalho, Eduardo Calcagnotto.
EXPERIENCE PORTOBELLO A Portobello Batel está em novo endereço, na Rua Alameda Dr. Carlos de Carvalho. Com mais de mil metros quadrados, a nova unidade conta com o design exclusivo da marca Portobello e oferece a conveniência de uma loja completa, com soluções e serviços exclusivos da maior rede especializada em revestimentos cerâmicos e lastras do país. A capital já conta com outra unidade no Alto da XV. A nova loja recebeu convidados do setor para conhecer a estrutura. Na foto, o arquiteto Javier Godino, Luciana Benevides, gerente da Portobello Batel, e Fabiana Freitas, coordenadora da Portobello Batel
PAISAGISMO O amor pela natureza levou o arquiteto Denis Gusmão da Rocha a se especializar em paisagismo. Com projetos em São Paulo, Curitiba e Santa Catarina, Denis acredita que a simbiose entre o ser humano e a natureza deixará de ser uma tendência e passará a fazer parte do cotidiano promovendo qualidade de vida ,bem estar e produtividade de diversas formas, entre elas melhorar a autoestima e relaxamento. Acreditando nesse conceito, Denis procura aliar a necessidade e uso dos clientes com o projeto paisagístico proposto.
MAIS PIZZA O chef Dudu Sperandio inaugura a segunda unidade da Funiculare, desta vez, no Portão. A pizzaria funciona em um espaço compartilhado com uma micro cervejaria. O local é amplo, aconchegante, com lareira, adega repleta de bons vinhos, forno à lenha e 40 sabores de pizza no cardápio. A pizzaria fica dentro do recém-inaugurado Paseo República, um espaço de convivência na Avenida República Argentina.
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VILLA BATEL Bate papo com Fátima Scarpa e lançamento da vitrine do arquiteto Rodolfo Fontana reuniu um grupo de arquitetos na Casa Villa Batel, em Curitiba. Na foto, Fátima Scarpa, Rodolfo Fontana, Manu Touma e Marcia Almeida.
HABITAT VINHOS
DEGUSTANDO A BORGONHA A FRANCESA BORGONHA É A REGIÃO DE ALGUNS DOS MAIS IMPECÁVEIS E COBIÇADOS VINHOS DO MUNDO. CONHEÇA OS EXEMPLARES DA MAISON MOILLARD, RECÉM-LANÇADOS NO BRASIL POR MELISSA CROCETTI
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s condições naturais fazem da França o cenário perfeito para a produção de alguns dos melhores vinhos do mundo e a Borgonha certamente reúne os principais terroirs do país. Dizem que a Borgonha define o rumo dos vinhos e não é exagero; poucas regiões vinícolas têm predicados tão especiais. Os vinhos da Borgonha ganham complexidade e elegância inigualáveis com o envelhecimento. Além disso, há uma aura especial e determinante para os fiéis apreciadores: nunca se sabe exatamente o que se irá encontrar ao abrir
um Borgonha. Parte dessa imprevisibilidade deve-se à localização geográfica: mesmo as áreas mais ao Sul estão muito ao Norte para que as uvas amadureçam de forma constante, todos os anos. Os produtores da Borgonha sempre tiveram um interesse maior pela terra e pelas plantas do que pela adega. Quer escolham a certificação orgânica, a prática da biodinâmica, o cultivo racional ou o retorno às práticas de seus antigos registros familiares, os borgonheses têm como objetivo atual devolver a terra toda a sua qualidade e traduzir séculos de conhecimento deste inimitável terroir.
MAISON MOILLARD: SAVOIR-FAIRE A Família Moillard possui vinhedos na Borgonha desde antes da Revolução Francesa e destaca-se na produção desde 1850. Hoje a propriedade abrange quase 20 hectares entre a Côte de Nuits e a Côte de Beaune, de Nuits-SaintGeorges a Volnay, sendo que metade dos vinhos são Premier Cru. Selecionamos rótulos impecáveis trazidos ao Brasil exclusivamente pelo e-commerce Grande Adega. Conheça também outros rótulos da Maison Moillard no site www.grandeadega.com.br.
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PULIGNY-MONTRACHET VIEILLES VIGNES Vinho branco elaborado com a Chardonnay na vila de Puligny-Montrachet, região produtora de grandes Borgonha; neste caso, do vinhedo Grand Cru Montrachet. A fermentação ocorre em barricas de carvalho e posteriormente o vinho estagia 10 meses em barrica para maior complexidade. Preço: R$ 894,00
CHABLIS COQUILLAGE Branco elaborado com a uva Chardonnay em Chablis. Estagia entre 8 e 10 meses em contato com as borras (sur lies), o que confere grande complexidade. Vinho muito equilibrado, com final fresco com notas de limão. Preço: R$ 269,90
CORTON GRAND CRU LES GRANDES LOLIÈRES ALOXE-CORTON LES AFFOUAGES Tinto de Pinot Noir elaborado na vila Aloxe-Corton, localizada na Côte de Beaune. Amadureceu por 12 meses em barricas de carvalho francês. Estruturado, poderoso e elegante. Preço: R$ 569,90
Corton é o único Grand Cru de vinho tinto na Côte de Beaune. As uvas Pinot Noir provêm de uma parcela chamada Les Grandes Lolières e o vinho amadurece em barrica francesa por 20 meses. Mostra toda a tipicidade de um Grand Cru da Borgonha. Preço: R$ 1.099,00
POMMARD PREMIER CRU LES CHARMOTS A vila de Pommard está localizada no coração da Côte de Beaune, na Borgonha. Les Charmots é o nome do vinhedo onde a Pinot Noir é produzida. Esse vinho complexo e de longa guarda amadurece entre 8 e 16 meses em barrica de carvalho. Preço: R$ 999,00
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COLUNA SOBRE MORAR POR PAULA CAMPOS
A CIDADE MUDA AS PESSOAS OU SÃO ELAS QUE MUDAM A CIDADE?
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ara Maria Eugenia, Maria Julia e Maria Teresa Fornea, sócias da Weefor, uma incorporadora cujo significado é ‘’de nós para todos ’’, uma das maneiras de transformar a cidade é o senso de coletividade. A mentalidade é o principal fator transformador e, para que seja acessado, é preciso que as empresas tenham em seu DNA a essência da mudança, tendo consciência do peso ecológico e social das suas escolhas e atitudes. O processo de mudança foi natural para as irmãs e sócias da WEEFOR, que vivenciaram desde sua infância o mundo da construção civil e, após 10 anos de experiência, resolveram arriscar e fazer diferente, suprir a necessidade das pessoas no presente sem afetar as gerações futuras, com um olhar inclusivo e o objetivo de construir uma cidade melhor para todos. Com este olhar coletivo, a incorporadora desenvolveu algumas iniciativas para contribuir com a sociedade, a região e a cidade como um todo. Entre eles, o Weefor Eco, um ecossistema de ideias, vivência e colaboração entre a incorporadora e os moradores da região; o Weefor Ecoa, um projeto que busca tornar a região mais viva, acolhedora e segura; e o Instituto Weefor, uma iniciativa que busca gerar impacto social, por meio da doação de um percentual das vendas da incorporadora e de parceiros interessados em colaborar com comunidades vulneráveis. O resultado de toda essa construção coletiva é o MUDA, o primeiro empreendimento lançado pela Weefor. O projeto do MUDA já começou de forma inovadora: foi o primeiro
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concurso aberto de arquitetura no Brasil, uma maneira democrática de dar a diversos escritórios de arquitetura a oportunidade de mostrarem seu trabalho e se inserirem em um mercado já estabelecido. Localizado no Água Verde, o empreendimento, com apartamentos de 53m² a 112m², conta com pontos que visam a construção de um futuro mais sustentável. O paisagismo naturalista composto por espécies nativas, hortas autônomas em todas as unidades, louças e metais que promovem a eficiência hídrica e o cuidado em selecionar materiais saudáveis com menos emissão de químicos nocivos à saúde são só alguns dos cuidados considerados em seu desenvolvimento. A Weefor busca mudanças, e o Muda veio com todos os requisitos para alcançá-las.
Paula Campos é arquiteta e atua no mercado imobiliário com o método de Home Hunting
Habitat opinião Alexandre Taleb
Como os outros veem você? por Alexandre Taleb
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estir-se bem pode até custar caro, mas vestir-se mal custa muito mais caro do que se imagina: você perde respeito, valor, oportunidades, conexões e, mesmo sem querer, trabalhos. A imagem que você transmite em menos de um segundo a uma pessoa que o vê pela primeira vez é suficiente para que ela tire várias impressões, baseando-se em sua aparência. Se positiva, ótimo. Mas, se esta imagem for negativa neste primeiro momento, a tendência será de recusa. A aparência pessoal - como os homens e as mulheres se vestem no dia-adia e em ocasiões específicas tem importância decisiva nas relações tanto profissionais quanto pessoais. No mundo de hoje, a imagem externa que projetamos exerce papel de destaque. Qual imagem você pensa que passa quando alguém o conhece? A impressão que os outros têm de você corresponde à maneira como você se vê? Essa percepção é gerada pela nossa aparência e comportamento? As roupas que vestimos são importantes? É com essas questões que os consultores de imagem trabalham. Afinal, a maneira como nos apresentamos é um dos canais mais fortes de comunicação, ativado antes mesmo que troquemos as primeiras palavras com nossos interlocutores. Estamos muito expostos e, mais do que nunca, a consultoria de imagem é um poderoso aliado das pessoas. Quando postamos selfies, fotos de viagens ou até mesmo nosso cotidiano somos analisados, para copiar ou para criticar.
Perdemos a privacidade e até o que fazemos dentro de casa passa a ser observado por pessoas que, em outro contexto, não teriam acesso à nossa vida pessoal. Isso inclui clientes, amigos e até concorrentes. Não que a preocupação com a imagem seja um fenômeno recente – a história mostra o quanto os imperadores da antiguidade, por exemplo, já estavam conscientes da necessidade da empatia de seus súditos e do temor por parte dos povos inimigos. O pensador Maquiavel escreveu ainda no século 16 o clássico O Príncipe, uma espécie de guia para governantes, no qual enfatiza a importância de ações condizentes com o discurso, salientando o peso que a percepção da imagem por seus governados têm na manutenção do poder de um dirigente político. Afinal, até hoje falamos em Júlio César, Cleópatra e Maria Antonieta, figuras de épocas em que nem se sonhava com as ferramentas atuais de comunicação. Séculos mais tarde, os estudos sobre imagem tanto no campo do branding quanto no da psicologia e da consultoria mostram que não temos controle sobre como ela é desenhada no imaginário de nossos colegas, clientes, amigos ou parentes. O que está, sim, ao nosso alcance, é o gerenciamento de como a nossa imagem é percebida. A boa aparência é fundamental, claro, mas não há terno de grife e relógios caros que compense um mau comportamento e atitudes inconvenientes.
*Alexandre Taleb é Consultor de Imagem, assessora pessoas e empresas a atingir autenticidade, credibilidade e autoconfiança através da imagem pessoal.
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Habitat opinião Gabriel Raad
Ser sustentável é ser responsável por Gabriel Raad*
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om 25 anos de atuação, a Construtora e Incorporadora Laguna acaba de receber um prêmio inédito que marca a nossa essência. O LLUM Batel foi eleito o edifício mais sustentável do mundo e é vencedor do LEED Homes Awards 2021. Esse prêmio é promovido pela US Green Building Council (USGBC) – organização sem fins lucrativos, criadora do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que promove a sustentabilidade e certifica edifícios e comunidades verdes em todo o mundo. Além de alegria, essa premiação evoca uma de nossas maiores responsabilidades. Muito antes de pensar em qualquer reconhecimento, trabalhamos para marcar a sociedade com projetos capazes de proporcionar mais conforto, eficiência energética e consumo consciente para nossos clientes, e gerar impacto positivo para a sociedade. Acreditamos e incentivamos a discussão sobre estas alternativas e edificações sustentáveis e mantivemos o compromisso de buscar soluções inovadoras em cada empreendimento com a intenção de aprimorar a relação do ser humano com as edificações. Foi assim que tivemos contato com a certificação WELL e, em 2019, nos tornamos membro do IWBI. Hoje, a Laguna é a primeira e única representante do país a fazer parte do “WELL Portfolio”, um seleto grupo com apenas 30 empresas de todo o mundo, comprometidas em desenvolver projetos [TRO1] que promovam qualidade de vida, saúde e bem-estar aos consumidores e comunidade. Nos tornamos uma empresa pioneira e líder em construção verde no mercado brasileiro, com o maior número de selos sustentáveis da região Sul do Brasil. Entendemos que ser sustentável é abraçar a qualidade de vida de toda a sociedade. Por isso, nossas práticas começam já no planejamento das obras, seguindo o padrão estabelecido pelo LEED, que é hoje o mais importante selo verde de certificação e orientação ambiental para edificações, presente em 143 países. Nossos esforços continuam no sentido de melhorar o conforto, as escolhas, a saúde, o bem-estar e, até mesmo, a felicidade dos moradores e frequentadores dos projetos da Laguna. Colocamos as pessoas como foco e, por isso, vamos além dos princípios de sustentabilidade. Selos e premiações são consequência do trabalho, cultura, princípios e valores da Laguna.
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Nossas certificações: LEED Gold – o LLUM Batel foi o primeiro residencial do país a receber a pré-certificação – a certificação LEED Gold veio em janeiro de 2020;[TRO2] LEED Homes Awards 2021; LEED Gold e Silver – para o Condomínio Industrial e Logístico São Carlos (SP). O empreendimento do Grupo Laguna, construído sob medida, atende a operações logísticas e industriais; LEED Gold – com o Iguaçu 2820; LEED Platinum – para o escritório Laguna no Iguaçu 2820; GBC Platina – em processo de certificação sustentável inédito no Brasil, para o ALMÁA Cabral e o MAI Terraces; GBC Ouro – em processo de certificação para o ROC Batel. WELL e GBC Ouro – em processo de certificação para o PINAH. WELL, LEED Gold e GBC Ouro para o BIOOS – em processo de certificação.
*Gabriel Raad é CEO da Construtora Laguna.
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