Limites da Correria - Mainline

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6 Conclusão

Nos últimos anos, várias regiões do mundo testemunharam um aumento no uso de estimulantes. Esses desenvolvimentos ressaltam a necessidade de estratégias efetivas para lidar com os danos relacionados ao uso de estimulantes. Boa parte da evidência e dos serviços de redução de danos disponíveis focam predominantemente nas pessoas que injetam (opioides). Em geral, as pessoas que usam estimulantes (PQUE), e especialmente aquelas que não injetam, têm acesso mais limitado a serviços disponíveis especificamente para elas, e frequentemente acessam os serviços de redução de danos em geral. Muitas PQUE experimentam diferentes danos e problemas relacionados à saúde, e não se identificam com o uso (problemático) de opiáceos e frequentemente pertencem a diferentes redes (sociais) de PQUD. Assim, elas podem perceber os serviços de redução de danos como irrelevantes ou inacessíveis a elas. Isso acontece apesar do fato de que as PQUE, e especialmente aquelas que vêm de condições socioeconômicas difíceis, são frequentemente marginalizadas e enfrentam uma gama diversificada de problemas sociais e de saúde. Da mesma forma que o conjunto recomendado de intervenções para prevenir, tratar e cuidar do HIV entre as PUDI, nenhuma intervenção exclusiva abordará as muitas questões vivenciadas pelas PQUE em todo o mundo. Qualquer pacote abrangente de intervenções para pessoas que usam estimulantes precisará considerar os efeitos de substâncias específicas, diferentes rotas de administração, grupos de usuários, tipos de intervenções e variações contextuais, tais como

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aspectos sociais, culturais, políticos, legislativos e religiosos. Este relatório apresenta o primeiro mapeamento abrangente de evidências e práticas para redução de danos para pessoas que usam estimulantes. O estudo oferece uma revisão da literatura sobre diferentes estimulantes e pessoas que os utilizam, com uma descrição detalhada de boas práticas de redução de danos para pessoas que usam estimulantes em diferentes partes do mundo. Nele, nós focamos predominantemente nas intervenções para pessoas que fumam metanfetamina e cocaína (crack, pasta base ou freebase). Embora inicialmente tivéssemos procurado abordar outras substâncias do tipo anfetaminas, as catinonas e o pó de cocaína, bem como outras vias de administração não relacionadas à injeção, a maioria das publicações e intervenções de redução de danos disponíveis tratava do uso fumado de metanfetamina e crack. As principais contribuições do presente estudo são duas. Primeiro, fornece uma revisão de literatura sobre as evidências de quais intervenções de redução de danos são eficazes para as PQUE. A literatura selecionada foi agrupada em 12 intervenções de redução de danos para as quais encontramos evidências de eficácia na redução dos danos do uso de drogas estimulantes. Essas estratégias são: kits para fumar com maior segurança, prevenção de riscos sexuais, intervenções focadas no gênero feminino, salas de consumo de drogas, estratégias de autorregulação, moradia em primeiro


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