A OBRA DO ARTISTA BRASILIENSE ANTONIO OBÁ É CONSTITUÍDA POR TRÊS PILARES: A REMEMORAÇÃO DE ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS – EM GERAL MARCOS DE VIOLÊNCIA E LUTA POR DIREITOS DE PESSOAS NEGRAS –, A ATRIBUIÇÃO DE NOVOS SIGNIFICADOS A ESSES EPISÓDIOS E O PROCESSO EDUCATIVO
O MENINO REI Há algum tempo, cresce a discussão que envolve autorias, temas e representações na cena artística contemporânea nacional e internacional. Artistas, pesquisadores e instituições repensam sobre sua existência, sobre a condição de seu grupo e seu público; eles reexaminam narrativas históricas, despertam ativismos e reafirmam experiências humanas. Alguns artistas mostram que a narrativa de mulheres e homens negros (não apenas como representados, mas como protagonistas) abrem perspectivas e contam novas histórias – esse é o caso de Antônio Obá (Ceilândia, 1983). Artista visual, arte-educador e professor, Obá tem apresentado proposições em meios e suportes diversos, tais como o desenho, a pintura, a fotografia, o objeto, a performance, o vídeo e a instalação. O nome escolhido, Obá, significa “rei” (chefe governante do povo edo Nigéria), mas também é o nome da que representa as águas revoltas – e, assim, sua produção artística tem sido pulsante. São memoráveis as primeiras performances que relacionam arte, corpo e religião, entre elas, as famosas: (2016), (2016) e (2017). De modo denso, Obá tem interesse em repensar a identidade dos corpos negros e/ou miscigenados e criar outras histórias. 14
Variação sobre Sankofa - Quem toma as rédeas abre caminhos, 2021. © Antonio Obá. Foto: Bruno Leão.
POR ALECSANDRA MATIAS DE OLIVEIRA