CAPÍTULO 2
A continuidade de um legado Não existe história sobre as raças zebuínas no Brasil que não esteja ligada, direta ou indiretamente à trajetória da família Machado Borges. Com 115 anos de seleção, os filhos de meu avô, Rodolfo Machado Borges, seguiram seus passos na criação de zebuínos. Em 1948, meu pai, Arnaldo Machado Borges, a segunda geração a dar continuidade a esse legado, por meio da Marca “R7”, fundou a seleção de Gir e Nelore da Fazenda Boa Vista. Nesta missão, contou com o total apoio da minha mãe Yeda Maria Borges. Como primogênito, sigo mantendo a qualidade e a tradição de nossos antepassados, juntamente com meus filhos, na Seleção da Fazenda Ipê Ouro, desde 1980. Meu irmão, José Rodolfo, que é formado em engenharia, também está dando sequência à pecuária de elite, selecionando Gir e Nelore PO, no Mato Grosso. Já as minhas irmãs
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Juliana, Cristiana e Candida Elvira seguiram na pecuária de corte e agricultura. Desde criança, meu pai levava eu e meu irmão José Rodolfo para a ExpoZebu. Ficávamos ali na cerca acompanhando o julgamento com meu pai. Tenho perfeita lembrança de vários campeões dos anos 60 pra cá, o que deixa muitos espantados, pois na época tinha apenas dez anos. Em uma conversa com o saudoso Mário de Almeida Franco Júnior, comentei o quanto o touro Marabá, que foi Grande Campeão da ExpoZebu 1962, chamou minha atenção. Ele achou que eu estava enganado, pois na época era um menino de 10 anos, mas me lembro perfeitamente desse dia. Estava lá com meu pai e o Marabá era um touro diferente dos outros, tinha uma carcaça impressionante, parecia o Mike Tayson, bem turbinado e também muito precoce.