VII
Uma Viagem à Rússia – Um Contrato Rompido
L
ogo após a minha primeira aparição no Folies-Bergère, um diretor russo, com o consentimento do meu diretor parisiense, o sr. Marchand, pediu para contratar-me, e assinei com ele para ir a São Petersburgo na primavera seguinte. Após o inverno, no mês de abril, no mesmo dia em que deveríamos viajar para a Rússia, minha mãe perdeu o equilíbrio e teria certamente caído se eu não estivesse lá para segurá-la. Perguntei-lhe o que tinha. Ela não sabia. Mas já há algum tempo que ela se sentia indisposta. Ao deitar-se, ela me disse: - Eu não posso ir. Você vai pegar o trem para não faltar com a palavra com as pessoas de lá, e amanhã de manhã viajo. No entanto, eu não queria deixá-la naquele estado. O diretor do Folies-Bergère, que serviu de intermediário entre mim e o diretor russo, foi à estação se despedir. Quando viu que eu tinha perdido o trem, foi até a minha casa e fez um alvoroço. Nesse meio-tempo, tive que chamar um médico da vizinhança, que não soube me dizer o que havia com minha mãe. De resto, como ele era francês, compreendi-o muito mal. O estado da minha mãe agravou-se. Resolvi, terminantemente, não abandoná-la. O sr. Marchand voltou no dia seguinte, e dessa vez acompanhado com representantes da polícia. Fui obrigada a me arrumar e levaram-me à estação, onde, quase à força, embarquei junto com meus eletricistas.