XI
Uma Visita a Rodin
A
maioria das pessoas não conhece o templo de arte de Meudon, que o grande escultor Auguste Rodin mandou construir ao lado da sua casa. O templo está situado no topo de uma colina, e a visão abarca uma das vistas mais belas dos arredores de Paris. O panorama que temos do Observatório de Flammarion, em Juvisy, como já disse, me impressionou. No entanto, a vista que temos de Meudon, embora menos grandiosa, me é mais sensível. Juvisy impressiona pela sua atmosfera de grandeza, de calma, pela evocação do seu passado. Já em Meudon tudo parece aspirar a uma vida nova, a novos tempos. A pessoa tem a sensação de saltar de alegria, como o cão que precede o visitante em busca do dono da casa. Essa é a impressão que se tem quando se chega ao portão, depois de ter caminhado ao longo de uma estreita aleia ladeada de árvores recém-plantadas. Você chega a uma cerca, uma cerca banal, que não fecha nada, e que só serve, acho, para evitar que animais vadios entrem e que os de casa saiam. Assim que você puxa a corda, que causará o ressoar de um sino ao longe, um cão surge alegremente da casa para dar-lhe as boas-vindas. Então Rodin aparece. E do seu corpo um tanto pesado, do seu semblante maciço, uma grande benevolência e uma singela ternura transparecem. Seus passos são suaves. Seus movimentos são suaves. Sua voz é suave, infinitamente suave. Tudo nele é suavidade. De mãos estendidas ele recebe a todos, com muita simplicidade e um sorriso amical. Por vezes, um movimento dos olhos e algumas pala-