# atualidade também em número são ainda notórias fragilidades em mais de dois terços das entidades gestoras, geralmente pequenos municípios rurais, com limitada capacidade financeira e técnica para responder adequadamente, mesmo quando essa vontade existe e existe na maioria dos casos. Por simplicidade tomarei por referência para a identificação dos desafios das EG o conjunto de prioridades 1 e apenas essas. 2.1. Reabilitação de infraestruturas A reabilitação de infraestruturas apresenta indicadores na grande maioria das EG muita inferiores ao necessário para assegurar um bom desempenho e conferir sustentabilidade futura com os atuais níveis de serviço. Ao contrário do que muitas vezes se pensa esta fragilidade vai afetar as áreas de maior densidade populacional, pois as infraestruturas nas áreas metropolitanas conheceram significativo incremento nos anos 70 e 80, realizados por promotores imobiliários e vieram à posse municipal sem custos.
APDA _ 2023 50 | REVISTA APDA_
Agora que se colocará na ordem do dia a sua renovação as EG serão confrontadas com investimentos muito significativos sem que para isso tenham constituído as necessárias reservas financeiras. Antecipo grandes dificuldades para a operação e um aumento dos custos de manutenção ao mesmo tempo dificuldade de encontrar meios para promover a renovação ao ritmo necessário. 2.2. Adaptação às alterações climáticas Os efeitos das alterações climáticas estão aí todos os dias para nos relembrar o quanto teremos de fazer para lidar com problemas de escassez, seja nos recursos superficiais ou reservas subterrâneas, muitas vezes a escassez coloca graves problemas de qualidade e consequente tratamento, mas também os episódios de precipitação intensa criam problemas de cheias sobretudo em ambiente urbano. Atualmente a grande maioria dos municípios são servidos com abastecimento de água em “alta” do grupo AdP – Águas de Portugal, o que tem minimizado os impactos e transferem para as empresas
do grupo os maiores desafios decorrentes das alterações climáticas. Nesse campo as entidades gestoras responsáveis por sistemas em “alta” vão ser centrais para a resiliência dos sistemas, sendo conhecidos muitos projetos já em curso que visam lidar com os desafios do futuro enunciados no PENSAARP 2030. Mas o uso mais eficiente da água estará seguramente nas preocupações de todas EG, sem exceção, independentemente da sua dimensão e localização. Já na área da drenagem urbana e das águas pluviais teremos de promover uma abordagem mais sofisticada em termos de opções técnicas e uma intervenção que em muitos casos levará à necessidade de grande articulação com proprietários dos imóveis e com a estrutura viária municipal. 2.3. Melhoria na qualidade das rejeições de AR Tendo Portugal conhecido uma trajetória de sucesso no tratamento de águas residuais urbanas, serão de esperar crescentes necessidades de tratamento decorrentes de