1882: Volume 2 PT | Symington Family Estates

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GARRA E RECOMPENSA VOLUME 2 · 2022

Bem-vindos à segunda edição de 1882, a revista da Symington Family Estates

Vindima na Quinta da Senhora da Ribeira, 1906. (Fotografia de Emílio Biel, um dos pioneiros da fotografia em Portugal).

DESTAQUES

CARTA DO CEO IN MEMORIAM

TODA UMA VIDA DEDICADA AO VINHO

UM ANO VERDADEIRAMENTE EXTRAORDINÁRIO

Roteiro que culminou no percurso notável de 2021

20 ANOS DE DOC DOURO NA SYMINGTON

Rupert Symington relembra as primeiras duas décadas na produção de vinhos tranquilos

QUINTA DO ATAÍDE

– UMA ADEGA PARA O FUTURO

Primeira adega certificada LEED (Líder em Energia e Design Ambiental) em Portugal

UM NOVO FÔLEGO PARA O ENOTURISMO

Uma das áreas estratégicas da empresa

MAIS QUE UMA HISTÓRIA DE MÁQUINAS,

UMA HISTÓRIA DE PESSOAS

Nova linha de engarrafamento de Stº António

UMA NOVA FORMA DE FALAR

SOBRE VINHO DO PORTO

O Primeiro Ano do School of Port

PORTFOLIO VINHOS

– PRIMEIRO ANO AO LEME

Testemunho de Diogo Melo e Castro

PORTO VINTAGE · UM VINHO, DUAS EXPRESSÕES

Resumo dos recentes Portos Vintage: Clássicos e Quinta Vintage

1882 N. 02
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INTRODUÇÃO 2SUMÁRIO

BREVES DA SYMINGTON

QUENTE E RÁPIDO, FRIO E LENTO

O VINHO COMO UMA FORÇA PARA O BEM

As famílias produtoras de vinho podem desempenhar um papel de liderança em relação aos desafios de sustentabilidade do século XXI

Quinta da Fonte Souto

Steve Rogerson – Um amigo e colega, lembrado Rewilding Portugal – Primeiro dia de voluntariado da Symington

Tom Symington – Membro da 5.ª geração na equipa Estamos na TV!

Jorge Nunes – 1.º português a vencer o prestigiado ‘The Vintner’s Cup’ São João Regata de barcos rabelos

Luís Martins – Até sempre a um colega e amigo estimado 2° Simpósio ClimWine, Bordeaux – SFE, I&D viticultura Desenvolvimentos no Enoturismo

NOVOS LANÇAMENTOS

Edição Altano Rewilding Tails of The Unexpected

Graham’s Porto – 1952 Platinum Jubilee

Comboio do Vesúvio DOC Douro

Graham’s Porto Ruby, ‘Blend Nº12’ Um par de rosés Graham’s Six Grapes Relançamento Quinta da Fonte Souto Alfrocheiro

Cockburn’s Portonic

Graham’s Portos Single Harvest Tawny Relançamento Portos Vintage 1994

RECONHECIMENTO

Quinta do Vesúvio 2018 & 2019 DOC Douro

Chryseia 2018 & 2019 DOC Douro

World’s 50 Most Admired Wine Brands 2021 & 2022

Casa dos Ecos – Best of Wine Tourism – Edição de 2021

Pedro Lemos Melhor Chef – Prémio Nacional de Turismo, 2022

Quinta do Bomfim World’s Best Vineyards, 2021

Wine Spectator — Vinhos ‘TOP 100’ de 2022

EY Entrepreneur of the year – Empresário do Ano, Portugal

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vindimas
Uma visão geral das
de 2020 e 2021
Reflorestação na
4 1882 N. 02 CARTA DO CEO

CARTA DO CEO

RUPERT SYMINGTON

Caros amigos e parceiros,

É com imenso prazer que venho apresentar a segunda edição da revista Symington Family Estates: 1882. Desde que a primeira edição foi lançada, em outubro de 2020, em plena pandemia da covid-19, o Mundo tem experimentado novas e graves convulsões, com problemas na cadeia de fornecimento que afetam múltiplas empresas a nível global, criando uma crescente escassez de mão de obra em indústrias-chave em quase todas as nações desenvolvidas, um conflito inútil e aparentemente irreconciliável na Ucrânia e agora o espectro de uma inflação galopante.

A título pessoal, em novembro de 2020 entristeceu-nos profundamente a perda de mais um membro sénior da família, com a morte do meu pai, James, de 85 anos. Contudo, a comunidade SFE conseguiu sobreviver e até prosperar, apesar de toda esta incerteza e dificuldade, dando passos cada vez mais importantes na linha da nossa missão a longo prazo, consolidando um negócio mais forte e mais sustentável do que aquele que nos foi confiado.

Os resultados das vendas em 2020 foram uma agradável surpresa para a Administração da Symington. Após a queda inicial dos negócios em março e abril, começámos a receber um número considerável de encomendas dos nossos clientes de todo o Mundo, refletindo a tendência dos que foram forçados a permanecer em casa para comprar e consumir mais bebidas do que normalmente teriam feito. Marcas de confiança como a Graham e a Cockburn, com uma forte presença em mercadoschave, estiveram particularmente bem neste cenário inesperado e sem precedentes. Os números de final de ano a nível financeiro não foram menos surpreendentes, não tendo havido qualquer dívida incobrável em consequência da pandemia, tal como tínhamos temido pudesse acontecer. Registámos apenas uma modesta quebra face aos resultados de 2019, mesmo levando em linha de conta que quase perdemos a atividade no enoturismo, juntamente com a maioria das nossas vendas de Vinho do Porto Premium em Portugal e no Travel Retail . A única grande desilusão em 2020, que nada teve que ver com a pandemia, foi o calor extremo do verão no Douro, que comprometeu uma parte significativa da produção potencial, originando uma das colheitas mais curtas alguma vez registadas.

Do ponto de vista das vendas, o ano de 2021 foi ainda melhor. Com a pandemia bem presente no dia a dia, apesar de um bem elaborado programa de vacinação, grande parte das pessoas ainda estava impedida de fazer refeições fora, continuando a comprar mais bebidas do que o normal para consumir em casa. As vendas da Symington conseguiram

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Rupert Symington Quinta do Bomfim Outubro 2022

atingir um novo recorde, mesmo com o aparecimento no segundo semestre do ano das primeiras ruturas de abastecimento de alguns materiais de engarrafamento. Em paralelo, diversos clientes começaram a relatar os graves atrasos nas entregas das encomendas à medida que a interrupção no transporte marítimo e logístico a nível global começou a fazer-se sentir.

Com a maior parte da empresa em teletrabalho, os escritórios da Symington estiveram quase desertos durante grande parte dos últimos dois anos. No entanto, a equipa de Produção (de vinho), chefiada pelo Charles, continuou a laborar nas instalações todos os dias, conseguindo preparar as quantidades necessárias de Vinho do Porto e vinhos do Douro e Alentejo de alta qualidade para satisfazer as encomendas que durante dois anos consecutivos foram consideravelmente superiores ao que se esperava. Também as nossas equipas de engarrafamento, sem outra opção que não fosse a presença física no local de trabalho, operando com máscaras e por turnos, deram um contributo notável para reduzir o risco de uma interrupção no serviço devido à pandemia da covid-19. Felizmente, devido à cautelosa gestão na compra de materiais e muito trabalho árduo, conseguimos produzir as quantidades necessárias, mesmo que as previsões iniciais apontassem para valores bastante mais reduzidos. As nossas equipas de viticultura continuaram a trabalhar normalmente, conseguindo levar a cabo um ambicioso programa de replantação, apesar da perturbação pandémica.

Para os colaboradores em teletrabalho, o departamento de Informática certificou-se de que estávamos todos adequadamente conectados, e o departamento de Recursos Humanos organizou reuniões sociais online para garantir que pudéssemos continuar a desfrutar da companhia dos nossos colegas. A equipa comercial manteve-se sempre em contacto com os clientes durante todo o período de confinamento, assegurando uma troca constante de informação essencial, garantindo que todas as vendas e embarques de encomendas tivessem lugar com sucesso. Foi extremamente gratificante ver a empresa readaptar-se às novas formas de trabalho e a atravessar o período de crise com tanto sucesso. Uma palavra particular de agradecimento ao grupo SFE-Covid-19, que nos orientou com bons conselhos sobre como manter os trabalhadores tão seguros quanto possível, e aos serviços médicos da SFE, que passaram inúmeros dias a realizar testes rápidos em Gaia e no Douro. Foi graças à sua ajuda que a Symington conseguiu, num contexto de pandemia, continuar a operar no mercado quase sem interrupções e fazer duas vindimas bem-sucedidas e sem incidentes.

Apesar de todas as perturbações, conseguimos manter um ritmo impressionante de desenvolvimento de novos projetos e conceitos. Concluímos a expansão da adega da Quinta de Roriz em tempo útil para a vindima de 2021 e o prolongamento da esplanada nas caves Graham’s 1890 foi finalizado no início deste ano. Foram

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CARTA DO CEO

igualmente concluídos no início do ano novos e espetaculares escritórios para o Departamento de Marketing. Os trabalhos de construção da nova adega da Quinta do Ataíde continuaram, esperando-se que estejam prontos para a vindima de 2023. Após duas épocas de grande sucesso, o restaurante pop-up da Casa dos Ecos, na Quinta do Bomfim, fechou temporariamente para permitir abrir, em junho, um novo restaurante num patamar ainda mais ambicioso, em parceria com o conceituado chef Pedro Lemos.

A Quinta do Bomfim assistiu a uma grande remodelação na sua infraestrutura, com estacionamento adicional e um novo espaço de escritórios ao lado do espetacular edifício do restaurante Bomfim 1896 with Pedro Lemos, concluído na primavera. Outro pop-up, a Casa da Bó, foi criado num espaço abandonado no centro da cidade do Porto para promover os Portos Cockburn’s junto de uma faixa etária mais jovem. A par destes projetos, conseguimos lançar alguns novos e excecionais vinhos, como, por exemplo, Altano Rewilding Edition, Comboio do Vesúvio, Quinta da Fonte Souto Alfrocheiro e a série Cockburn’s ‘Tails’. Foram feitos de igual forma bons progressos rumo aos objetivos de sustentabilidade, com toda a estrutura, nos seus vários níveis, a abraçar este importante desafio. Com a empresa a regressar, no que à pandemia respeita, a um ritmo mais normal em março de 2022, a gestão da Symington teve de enfrentar novos e importantes problemas: o aumento dos custos da energia causado pela guerra na Ucrânia e a subida dos preços acima dos dois dígitos por parte de muitos dos nossos fornecedores de materiais secos, resultante da rutura na cadeia de abastecimento devido à crise de saúde pública. A par disto, verifica-se aumentos de custos em quase todas as áreas de bens e serviços, não nos restando outra opção senão repercutir estes aumentos nos preços de venda aos nossos clientes à medida que a inflação mundial começa a escalar. O tempo dirá de que forma os nossos clientes reagirão à subida de preços e em que medida o consumo será afetado por esta realidade.

Esperamos que aprecie o conteúdo desta segunda edição da nossa revista 1882, onde tentámos transmitir parte do espírito positivo e camaradagem dos colaboradores da Symington. Estamos todos imensamente orgulhosos do trabalho que desenvolvemos e depositamos total confiança no nosso futuro - ‘Para a Próxima Geração.’

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Rupert Symington CEO - Symington Family Estates Produtor de Vinho do Porto e DOC Douro de 4.ª geração

IN MEMORIAM JAMES SYMINGTON

James Symington foi um dos membros da terceira geração da nossa família cuja firme dedicação e espírito de sacrifício garantiram a sobrevivência da empresa familiar em tempos difíceis. Juntamente com os seus primos, desempenhou um importante papel no desenvolvimento do negócio e no lançamento das bases sólidas da empresa de que hoje desfrutamos. Infelizmente, James faleceu em novembro de 2020, apenas a um mês de completar o seu 86.º aniversário.

James nasceu no Porto, em 1934. Era membro da terceira geração da família Symington a produzir Vinho do Porto. O seu avô, Andrew James Symington, veio para Portugal em 1882 e casou com Beatrice Leitão de Carvalhosa Atkinson, cuja família tinha há muito raízes no Vinho do Porto. O seu filho, Ron (pai de James), era um provador de Porto de renome e trabalhou com os seus irmãos na empresa familiar.

James foi primeiramente educado no Colégio britânico do Porto. Com o início da guerra, em 1939, contudo, a vida em Portugal, embora país neutro, tornou-se cada vez mais difícil. Em 1941, a Embaixada britânica aconselhou todos os seus cidadãos a deixarem o país. Juntamente com a sua mãe e irmãos, James viajou de Lisboa para o Canadá, via Nova Iorque, a bordo da linha de hidroaviões, Pan Am Clipper. James, então com seis anos, chegou a Manhattan segurando uma rã trazida do jardim de sua casa no Porto e o “sapo transatlântico” foi destaque no jornal “The New York Times” do dia seguinte.

Após dois anos a viver no Canadá, a família regressou a Portugal, em julho de 1943. James frequentou o colégio St. Julian’s, em Lisboa, até 1946, quando foi para o colégio de Ampleforth, em Inglaterra. Em 1952, conseguiu um lugar em St. Edmund Hall, Oxford, mas não pôde aceitá-lo por motivos financeiros, já que o negócio do Vinho do Porto passara por anos difíceis durante e depois da guerra.

Em 1954, James foi alistado no Exército britânico e serviu como segundo-tenente no King’s African Rifles, no Quénia, durante quase dois anos. Tornou-se fluente em suaíli e desenvolveu uma estreita amizade com os Askaris africanos. Durante a reforma, James visitou frequentemente o Quénia e encontrou-se com os antigos soldados com quem tinha servido. Ao longo da multifacetada e preenchida vida, apoiou projetos sociais e de vida selvagem no Quénia para ajudar as comunidades que tão bem conhecia.

Após uma longa quebra nas vendas de Porto a partir do início dos anos 30, 1960 trouxe os primeiros sinais de recuperação. Foi neste ano que James casou com Penny, juntando-se ao seu pai e primos na empresa familiar.

Começou a carreira profissional como provador e lotador, um ofício altamente especializado e crucial para a elaboração de excelente Vinho do Porto. James foi responsável pelo lote dos Portos Vintage Dow e Warre 1966 e 1970, bem como do Graham 1970. Estes são alguns dos vinhos mais conceituados do século XX e envelheceram de forma magnífica.

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1934 - 2020 IN MEMORIAM

Depois de passar o testemunho de provador ao seu primo Peter, em 1973, James começou a trabalhar na vertente comercial, desenvolvendo novos mercados nos EUA, Canadá e Escandinávia. James e os seus primos Michael e Ian criaram uma forte parceria que cimentou o negócio familiar ao longo de várias décadas turbulentas, numa fase em que muitas das históricas empresas familiares de Vinho do Porto foram vendidas ou simplesmente encerradas.

Em 1985, James fundou a Premium Port Wines, em São Francisco, a primeira empresa de distribuição de vinho estabelecida nos Estados Unidos por uma empresa de Vinho do Porto, hoje em dia responsável por uma percentagem significativa de todas as vendas de Vinho do Porto naquele país.

Com constante bom humor e inesgotável otimismo, James construiu muitas e boas relações em todo o mundo do vinho. Foi a sua amizade com Miguel Torres e Piero Antinori que levou a família Symington a tornar-se um dos membros fundadores da Primum Familiae Vini, em 1992. Desde então, a PFV tornou-se numa importante associação de 12 famílias produtoras de vinho empenhadas em defender os valores das empresas vitivinícolas familiares e em assegurar a sua continuidade nas gerações seguintes.

Tal como os seus antepassados, James tinha um amor profundo pelo Douro. Em 1987, adquiriu uma pequena propriedade semiabandonada chamada Quinta da Vila Velha. Juntamente com a sua esposa, Penny, transformou a quinta numa bem cuidada propriedade ribeirinha de 145 hectares, com 55 hectares de vinha. Atualmente, a quinta é responsável pela produção de alguns dos melhores vinhos da região.

James e Penny tiveram um filho, Rupert, e duas filhas, Clare e Miranda, e seis netos. Rupert é atualmente o CEO da Symington Family Estates e o seu filho mais velho, Hugh, está a trabalhar na Premium Port Wines nos EUA, promovendo os vinhos da família desde 2018. Clare também trabalha no negócio da família, mas baseada no Reino Unido.

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IN MEMORIAM
James recebeu o então Primeiro-ministro britânico, John Major, nas Caves da Graham’s e depois na Quinta dos Malvedos durante o verão de 1993.
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TODA UMA VIDA DEDICADA AO VINHO

DOMINIC SYMINGTON

Dominic Symington, produtor de Vinho do Porto de 4.ª geração, reformou-se no final de 2021, após 31 anos de atividade dinâmica e envolvimento no mundo dos vinhos do Porto e do Douro, durante os quais deu um contributo longo e duradouro à empresa familiar. Já sentimos a falta da sua energia, otimismo, convívio, jovialidade e irresistível sentido de humor.

Em 1990, Dominic juntou-se à empresa familiar em Portugal, como Diretor de Vendas, após um período de cinco anos de colaboração na Fells, o distribuidor britânico propriedade da família. Durante as últimas três décadas, ajudou a desenvolver a estratégia comercial da empresa e a aumentar significativamente as vendas dos nossos vinhos em todo o Mundo. Nenhum outro membro da família Symington viajou tão amplamente nem realizou tantos eventos e provas na sua carreira como o Dominic. A sua incrível energia e determinação não só reforçaram a posição da família nos mercados tradicionais do Vinho do Porto, tais como Portugal, Reino Unido e EUA, como contribuíram para estabelecer uma forte presença em novos mercados, como a Escandinávia, Alemanha, Rússia e Brasil, entre outros. O encanto natural e o elevado sentido de humor do Dominic fizeram com que ao longo da vida tenha estabelecido longas e fortes relações no setor do vinho.

Para além das vendas, Dominic foi igualmente responsável por áreas-chave do negócio. Geriu a nossa carteira de vinhos do Porto Vintage, colocando no mercado Portos Vintage antigos e raros. Dirigiu uma das nossas magníficas e mais icónicas propriedades no Douro, a Quinta do Vesúvio - produzindo vinhos do Porto Vintage e três vinhos tintos. Quando adquirimos a nossa primeira propriedade fora do Vale do Douro – a Quinta da Fonte Souto, no Alentejo – Dominic liderou o projeto de renovação da antiga adega e a comercialização dos primeiros vinhos da colheita de 2017. Dominic foi também presidente da Portfolio, o distribuidor de vinhos - empresa da Symington - em Portugal.

Nascido no Porto em 1956, Dominic frequentou o Ensino Primário em Portugal e o Secundário no Reino Unido. Começou a carreira no setor do vinho na Saccone & Speed, o então importador britânico do Porto Warre’s, uma das marcas da família. Mais tarde, em Londres, depois de se juntar a um distribuidor de vinhos independente da cidade especializado no on-trade (restauração/hotelaria), formou uma carteira de clientes junto de hotéis, bares e restaurantes, através de contactos diretos, porta a porta.

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Dominic na sala de provas da Quinta da Fonte Souto, Portalegre, em 2019.

(Esquerda) Dominic na sala de provas de Gaia no início da década de 1990.

(Em baixo) Na Quinta do Bomfim numa reunião de família em meados da década de 1990.

Em 1985, juntou-se ao distribuidor britânico pertencente à família, J.E. Fells, e ajudou a desenvolver a divisão de vinhos finos da empresa no Reino Unido. Na sequência de um convite do seu pai, Michael Symington, e dos seus tios, Dominic regressou ao Porto e juntou-se ao negócio da família em janeiro de 1990. Dominic é casado com Laura há 35 anos. Têm um filho, Anthony, que trabalha na Fells, gerindo os vinhos da família no Reino Unido desde 2018. As suas duas filhas vivem no Porto; Harriet é professora numa escola internacional, e Isabel é designer de interiores. Numa mensagem de despedida aos colegas de trabalho, Dominic, - ‘Dom’ - como é tratado pelos próximos, escreveu:

‘Estou particularmente orgulhoso de ver o meu filho Anthony juntar-se ao negócio ao lado de seis dos seus primos. Caber-lhes-á assegurar a continuidade na produção de vinhos excecionais nesta bela região e a integrar a próxima geração da família. Continuarei ativamente envolvido a desempenhar o meu papel enquanto desfruto da minha reforma e passo o meu tempo entre o Porto e o Douro.’

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TODA UMA VIDA DEDICADA AO VINHO

“Comecei a minha carreira profissional em setembro de 1976, ao serviço da Saccone & Speed, a divisão ‘Wines & Spirits’ da Courages Brewery. Eram os agentes da Warre no Reino Unido e ingressei no quadro de estagiários de gestão, tendo trabalhado em praticamente todos os departamentos operacionais. No meu segundo dia, disseramme para me apresentar às 7 horas e para “não me preocupar em usar gravata” - a primeira tarefa foi acompanhar os motoristas de entregas que repõem stocks nos bares de alguns dos bairros menos respeitáveis de Londres, o que constituiu para mim um grande abrir de olhos e me permitiu descobrir palavras do vocabulário inglês que nem sonhava que existiam!

Enquanto trabalhava na sala de provas como assistente júnior, tive contacto com um vinho extraordinário que me tornou apreciador do bom vinho para o resto da minha vidaainda hoje me lembro bem da marca: Château Ducru-Beaucaillou 1961 (um dos melhores anos de sempre de Bordéus). Foi também enquanto trabalhava na sala de provas que aprendi muito com Bill Warre sobre o Vinho do Porto. Bill era um membro da família Warre que tinha sido nosso parceiro em Portugal. Era um reconhecido especialista britânico de Vinho do Porto e dedicava tempo para provar comigo e explicar-me todos os Portos (na verdade, todos os vinhos). Foi com ele que aprendi essencialmente tudo o que sei sobre prova de Vinho do Porto e de vinhos em geral. Deixei a Saccone & Speed no final de 1979, passando sete meses a fazer trabalho de promoção de vendas para o nosso distribuidor da Graham’s no Norte da Califórnia, antes de regressar ao Reino Unido, mais concretamente a Londres, para assumir o cargo de vendedor numa pequena empresa independente de distribuição especializada no comércio on-trade (canal HORECA).

O contrato implicava ser pago à comissão, tendo-me sido dado um pequeno número de clientes, pelo que, na prática, tive de construir de raiz a minha própria carteira. Embora fosse um momento de enorme crescimento financeiro no Reino Unido, tive pela frente um trabalho muito árduo para elaborar uma base de clientes rentável. Depois de um início

muito difícil, em que fazia uma lista de todos os hotéis e restaurantes de uma zona de Londres e simplesmente andava pelas ruas a bater às portas, acabei por constituir uma carteira de clientes muito forte.

Em 1985, integrei a Fells, colaborando não só na vertente comercial, mas também dando os primeiros passos na criação de uma divisão especializada de vinhos finos. A Fells de hoje é uma empresa significativamente maior e melhor do que em meados da década de 1980.

Em finais de 1989, o meu pai e tios convidaramme a regressar ao Porto para ocupar um lugar na equipa de vendas, o que fiz em janeiro de 1990. Um dos momentos mais hilariantes da minha carreira aconteceu em São Francisco, durante o lançamento do Porto Vintage 1994, no fim de uma esgotante viagem de cinco dias a cinco cidades dos Estados Unidos. Num jantar pós-apresentação com alguns dos principais jornalistas, a certa altura levanteime para chegar a uma garrafa aberta de Porto Vintage velho, quando senti uma mão agarrar o meu traseiro. Para minha surpresa, era o homem que estava sentado ao meu lado! Soltei um palavrão e afastei a mão. A pessoa partiu e, mais tarde, para diversão dos meus primos, que estavam comigo, todos comentaram que eu deveria ter aceitado os avanços em nome do interesse do negócio da família!

Numa viagem à Rússia - durante tempos mais felizes - foi organizada uma apresentação e prova de vinhos numa importante loja de casacos de pele. É sempre bastante difícil fazer apresentações públicas na Rússia, pois estamos dependentes de um tradutor para manter o ritmo da conversa e manter a atenção da audiência não é nada fácil. Nesta ocasião, pouco depois de começar a apresentação, duas belas modelos apareceram e iniciaram um desfile em casacos de pele entre mim e o público. Quando estava prestes a virarme para falar com o meu distribuidor que se encontrava de pé ao meu lado, as duas modelos tiraram os casacos e ficaram de pé com saltos muito altos e roupa interior microscópica. Fiquei sem palavras, tal como a maioria da audiência, e não faço ideia do que disse a seguir, ou durante o resto da apresentação...”.

Algumas recordações, na primeira pessoa
DESTAQUE : UM ANO VERDADEIRAMENTE EXTRAORDINÁRIO 16

UM ANO VERDADEIRAMENTE EXTRAORDINÁRIO Roteiro que culminou no percurso notável

de 2021

O rio Douro na Quinta dos Malvedos. Euan Mackay

Enquanto aguardávamos ansiosamente o ano de 2022 e os desafios que iríamos enfrentar nos 12 meses seguintes (dos quais não menos importante a guerra na Ucrânia, que eclodiu poucos dias após a conclusão deste artigo), pensámos que era o momento certo para refletir não só sobre as extraordinárias conquistas de 2021, mas também relembrar a última década e destacar alguns dos momentos e decisões-chave que conduziram a este fantástico resultado.

Em 2012, embora a Symington produzisse aproximadamente o mesmo número de garrafas que em 2021, a nossa relação com a marca Cockburn’s era muito recente (tínhamos acabado de completar o primeiro ano comercial como proprietários da marca). A Graham’s encontrava-se numa posição muito diferente da atual, o nosso negócio de vinhos tranquilos (vinhos não fortificados) ainda era liderado pelo Altano e a nossa parceria com a família Prats (Chryseia) estava ainda no início.

Em termos de estrutura comercial, embora apoiados por uma pequena equipa profissional de vendas e marketing, os membros da quarta geração, incluindo Paul, Johnny, Rupert e Dominic Symington, estavam todos fortemente envolvidos na gestão diária dessa área, viajando regularmente para visitarem a nossa rede de distribuidores e clientes em todo o Mundo. Em 2012, a rede de clientes diretos da Symington Family Estates alargou-se a cerca de 200 empresas, em mais de 60 países.

Uma década mais tarde, a Symington exporta para mais de 75 países, com as nossas marcas de Vinho do Porto e de vinho tranquilo disponíveis em restaurantes, lojas de vinhos e em plataformas de comércio digital, abrangendo mais de 100 países. A pequena equipa comercial expandiu-se a 55 profissionais, que gerem vendas, marketing, comunicação, desenvolvimento comercial, incluindo cinco membros da quinta geração e mais dois membros diretamente envolvidos nas nossas empresas de distribuição no Reino Unido e nos EUA.

Durante esse tempo, a Cockburn’s reforçou a sua posição como o produtor número um de Vinho do Porto na categoria dos Reserva, com o Cockburn’s Special Reserve, e lançou-se na recuperarão da sua reputação como um dos grandes produtores de Vinho do

DESTAQUE : UM ANO VERDADEIRAMENTE EXTRAORDINÁRIO 18 1882 N. 02
O rio Douro na Quinta do Vale de Malhadas (Douro Superior).
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Porto Vintage. Ao mesmo tempo, através do lançamento da gama Tails of the Unexpected, procurou atrair e cativar os consumidores do futuro. Em 2011, a Graham iniciou um importante programa de inovação, que resultou no lançamento do primeiro Single Harvest Tawny, a mudança de toda a gama de Portos Tawnies com indicação de idade para garrafas de vidro transparente, o lançamento do primeiro vinho de gama superluxo: Graham’s Ne Oublie, seguido do primeiro Porto Vintage ultra restrito, Graham’s The Stone Terraces. Mais recentemente, é de realçar o lançamento do projeto blend series e o relançamento do Six Grapes.

Desde o lançamento do Dow’s Vintage 2007 e declarações subsequentes, incluindo o famoso 2011, a reputação da marca também disparou e está agora consistentemente a superar os seus pares, enquanto a Warre’s tem continuado a manter-se fiel ao seu perfil mais tradicional, ascendendo o Otima a novos patamares de sucesso.

Na vertente dos vinhos tranquilos, o nosso principal objetivo tem sido o desenvolvimento da distribuição das nossas principais marcas – Altano, Quinta do Vesúvio e P&S (Prats & Symington) –, não só em Portugal (o principal mercado de DOC Douro), mas também junto dos nossos parceiros e distribuidores em todo o Mundo. A decisão da Família, em 2017, de investir fora do Douro, na Quinta da Fonte Souto, na região de Portalegre no Alentejo, e a recente criação de uma equipa focada em novos projetos relacionados com o vinho, são o início de um novo capítulo na história da paixão da Symington pelos vinhos portugueses — pela sua autenticidade e fascinantes terroirs (especificidades definidas pela origens)

Apesar de tudo, torna-se difícil identificar com precisão quais entre as muitas decisões tomadas foram responsáveis pelo sucesso obtido ao longo do tempo. Decerto será a combinação de uma multiplicidade de fatores, muitos dos quais ligados a:

Qualidade: Não há dúvida de que é inquestionável a qualidade dos vinhos que Charles Symington e a sua equipa têm produzido consistentemente ao longo do tempo. E esta é uma das mais importantes razões para este sucesso. Quer se seja produtor, distribuidor, retalhista, escanção ou chef, é fundamental confiar totalmente na qualidade do produto. No nosso caso, esta confiança está fortemente associada à experiência e knowhow do Charles e da sua equipa, juntamente com o empenho inabalável da Symington nas suas vinhas, nas suas instalações de vinificação e no envelhecimento dos seus vinhos.

DESTAQUE : UM ANO VERDADEIRAMENTE EXTRAORDINÁRIO 20 1882 N. 02
O ‘dueto’ Blend Series da Graham’s: um Porto branco e um tinto, especialmente concebidos para preparar deliciosos aperitivos.

(Em cima) O Cockburn’s White Heights que compõe o trio: ‘Tails of The Unexpected.’

(Em baixo e à direita) A gama Single Harvest Tawny da Graham’s e o icónico Ne Oublie elevaram o perfil da marca a um novo patamar.

Não há dúvida que a qualidade dos vinhos produzidos por Charles Symington e pela sua equipa, de forma consistente ao longo das últimas décadas, constitui um dos grandes fatores do nosso sucesso.

DESTAQUE : UM ANO VERDADEIRAMENTE EXTRAORDINÁRIO 22 1882 N. 02

Parcerias/relacionamentos: Todos sabemos que no mundo dos vinhos o papel das relações pessoais, alicerçadas na confiança mútua dos intervenientes, é fundamental. Embora na última década este importante papel tenha sido gradualmente transferido para outros membros da equipa de vendas, a quarta geração da Família (seguindo o exemplo dos seus pais) tem estado ativamente empenhada na salvaguarda e continuidade destas importantes relações, seja com a nossa própria rede de empresas de distribuição (John E Fells & Sons, no Reino Unido, Premium Port Wines, nos EUA, ou Portfolio Vinhos, em Portugal) ou com os nossos parceiros em todo o Mundo.

Inovação: A inovação no setor dos vinhos é a chave para o sucesso de qualquer produtor. Sem ela, o risco de perder notoriedade é enorme. O ritmo da inovação na Symington, particularmente no desenvolvimento de novos produtos e storytelling ganhou um impulso significativo na última década, criando entusiasmo à volta do setor e, ao mesmo tempo, atraindo novos consumidores. A decisão da empresa de expandir a equipa de marketing e comunicação é, por si só, um sinal claro da necessidade de manter esta tendência.

Enoturismo: Embora tenha sido significativamente reduzido ao longo destes últimos dois anos devido às restrições da covid-19, o enoturismo tem desempenhado um papel muito importante na construção de relações duradouras tanto com profissionais do setor como com consumidores de todo o Mundo. Ter a capacidade de propiciar experiências autênticas, reais e pessoais, seja numa vinha, quinta ou restaurante no Vale do Douro, ou num restaurante ou caves de Vinho do Porto em Vila Nova de Gaia, tem proporcionado à empresa um conjunto de oportunidades inestimáveis para se dar a conhecer e atrair novos consumidores.

Os históricos números alcançados em 2021 são prova não só do trabalho extraordinário que foi feito na última década por todas as áreas da empresa, mas também da perseverança e empenho dos membros da Família e colaboradores das gerações anteriores.

A construção de marcas no negócio dos vinhos e das bebidas espirituosas é um processo lento e gradual e o retorno, geralmente, leva algum tempo a materializar-se.

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DESTAQUE : 20 ANOS DE DOC DOURO NA SYMINGTON 24

20 ANOS DE DOC DOURO

NA SYMINGTON Rupert Symington relembra as primeiras duas décadas na produção de vinhos tranquilos

Em 2020, as vendas de DOC Douro da Symington Family Estates (SFE) atingiram novos recordes. Duas décadas depois, acreditamos que este poderá ser um excelente momento para fazer uma pausa e refletir sobre o “porquê” e o “como” da entrada da Symington neste importante ramo de negócio. O “quando” é fácil, pois após mais de 200 anos de produção quase exclusiva de Vinhos do Porto de qualidade, foi em 1999 que embarcámos numa viagem ao território relativamente desconhecido de uma oferta séria de vinhos tranquilos de excelência produzidos a partir de uma combinação da produção das nossas próprias quintas com uvas provenientes de agricultores locais.

Antes de 1999, produzíamos uma certa quantidade de DOC como subproduto do nosso processo de compra de uvas para Vinho do Porto. Ao abrigo da Lei do Benefício, os agricultores entregavam a totalidade das uvas classificadas para a produção de Vinho do Porto até ao limite autorizado, sendo que aceitávamos o remanescente que, por lei, tinha de ser fermentado para

vinhos tranquilos. Uma pequena quantidade desta produção era engarrafada com a marca Vale do Bomfim para consumo interno e o restante vendido a granel pela melhor oferta, com um lucro modesto na maioria dos anos. Normalmente, as melhores uvas eram destinadas à produção de Vinho do Porto, e a segunda escolha transformada em DOC, em que utilizávamos a mesma capacidade para a fermentação dos Portos. O resultado era frequentemente vinhos com demasiada extração e taninos em excesso — não desagradáveis, mas sem muita sofisticação. Paralelamente ao que outras empresas tinham vindo a fazer com os seus DOC - Ramos Pinto e Sogrape - desde que a região recebeu, em 1982, a denominação em paralelo à já existente do Vinho do Porto, ponderámos durante toda a década de 1990 se devíamos investir na produção de vinhos DOC. Concluímos que seria melhor concentrarmo-nos no que sabíamos fazer melhor, naquilo em que tínhamos experiência e para o qual tínhamos equipamento e capacidade de continuar um negócio rentável: o Vinho do Porto.

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Os investimentos da família na vinha tinham crescido rapidamente nas décadas de 1980 e 1990 e, com os aparentes ganhos de produtividade, cedo se tornou evidente que estávamos a produzir quantidades cada vez maiores de uvas de primeira qualidade que, não estando abrangidas pelo Benefício, teriam de ser introduzidas no mercado a um preço que cobrisse os custos mais elevados de produção nas nossas quintas de topo. Em paralelo, e tendo a produtividade do Douro aumentado devido a novas plantações, verificou-se um acréscimo de produção de DOC na região. A consequente pressão para baixar os preços do vinho a granel fez mesmo com que o escoamento do excesso de produção se tornasse muito menos atrativo do ponto de vista financeiro. Numa reunião do Conselho de Administração em finais de 1998, foi finalmente decidido que a Symington lançaria uma marca de vinho DOC acessível a um mercado mais vasto, produzida a partir da melhor seleção de uvas dos agricultores da vindima de 1999. Pedro Correia foi recrutado para gerir a vertente enológica desse projeto, sob a direção de Charles Symington, e procedemos à construção de um armazém de barricas na Quinta do Sol. A gestão global do projeto foi confiada a Rupert Symington, apoiado inicialmente por Maria José Marques ao nível do planeamento.

Para lidar com a importante questão de comercializar a produção de topo das nossas quintas, que não podia ser transformada em Vinho do Porto, por sugestão de James Symington contactámos Bruno Prats, cuja família tinha vendido recentemente o Château Cos d’Estournel, em Bordéus, com uma proposta para trabalharmos em conjunto para produzir um vinho tinto no Douro feito a partir das nossas melhores uvas, que poderia, em última análise, vir a corresponder aos nossos Porto Vintage em termos de qualidade e reputação. Felizmente, Bruno Prats aceitou, e durante 1999 foi instalada uma nova unidade de fermentação especificamente para DOC de alta qualidade numa “adega dentro de uma adega”, na Quinta do Sol, e um enólogo francês, Stéphane Point, contratado para supervisionar a vinificação. Os primeiros vinhos experimentais foram produzidos na vindima de 1999, utilizando o fruto das quintas do Bomfim, Malvedos e Vesúvio e pequenos lotes de várias castas vinificadas separadamente. Foi então selado um acordo de cavalheiros com a família Prats de que só procederíamos a uma parceria formal se pudéssemos demonstrar desde cedo que era possível produzir vinhos de qualidade superior. Era claro para ambas as partes que a SFE tinha excelente matéria-prima nas suas vinhas para fazer tintos de alta qualidade, mas precisava da experiência de vinificação e a perícia de envelhecimento em barricas dos Prats para os poder transformar em vinhos a valer.

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Bruno Prats, com quem temos grande orgulho em produzir vinhos excecionais no vale do Douro.

“Foi então selado um acordo de cavalheiros com a família Prats de que só procederíamos a uma parceria formal se pudéssemos demonstrar desde cedo que era possível produzir vinhos de qualidade superior. Era claro para ambas as partes que a SFE tinha excelente matéria-prima nas suas vinhas para fazer tintos de alta qualidade, mas precisava da experiência de vinificação e a perícia de envelhecimento em barricas dos Prats para os poder transformar em vinhos a valer.”

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(Em baixo) O armazém de barricas da Quinta de Roriz. (Direita) A Quinta de Roriz, uma das melhores quintas do Douro e a casa da parceria Prats & Symington.

Paralelamente, negociámos em 1999 a compra de uma participação de controlo na Quinta de Roriz, que já tinha lançado um DOC de 1996. Por sua vez, o nosso parceiro João van Zeller estava interessado em afastar a propriedade do seu foco histórico na produção de Vinho do Porto para uma ênfase crescente nos DOC. Um Quinta de Roriz Reserva, com uma nova apresentação, foi lançado em 2001. Uma nova marca, Prazo de Roriz, foi criada como segundo vinho da Quinta e lançada em 2002.

Para entrar no segmento de vinho de maior volume (mas não de menor preço) registámos e lançámos, em 2000, a marca Altano, que se veio juntar à Tuella, comprada à empresa Beam, em 1996, e à nossa própria marca Vale do Bomfim. O Altano foi inicialmente lançado com apenas um vinho tinto e mais tarde a gama foi alargada para incluir um branco e um reserva tinto envelhecido em casco. Alguns anos mais tarde, de modo a responder à procura de um tinto de preço premium, desenvolvemos o Altano Bio com base na produção da vinha cultivada em modo de produção biológico na Quinta do Ataíde. O Altano começou com vendas anuais bastante modestas, mas teve um considerável incremento, uma vez que conseguimos que fosse listado na ‘moderna’ em Portugal (‘Moderna Distribuição’ e supermercados). O Tuella cedo beneficiou de uma listagem na Rewe na Alemanha, conseguida por Dominic Symington, que se tem fortalecido ao longo dos anos. O Vale do Bomfim foi lançado no mercado norte-americano para ser vendido aos clientes da PPW e aos monopólios canadianos sob a marca Dow.

Simultaneamente, a nossa entrada nos DOC coincidiu com o lançamento, também em 1999, de uma série de outros projetos importantes na região, incluindo a Quinta do Vale de Meão, a Quinta do Vallado e uma série de novos vinhos da Niepoort, num movimento que passou a chamar-se ‘O Novo Douro’. Pela primeira vez, a Imprensa internacional começou a interessarse seriamente pela qualidade dos vinhos DOC da região e muitos dos seus pioneiros, como a Quinta do Crasto, fizeram importantes investimentos na melhoria das suas instalações de produção, tendo sempre presente a qualidade.

O nosso primeiro verdadeiro sucesso com DOC surgiu com o lançamento do vinho tinto superpremium de estreia da recémformada parceria Prats & Symington, a que demos o nome de Chryseia, que significa ‘de ouro’ (D’ouro) em grego clássico. O Chryseia 2000, produzido em partes iguais a partir de Touriga Nacional e Touriga Franca e estagiado em barricas novas de 400 litros de carvalho francês, obteve um sucesso instantâneo quando lançado em 2002, com a procura em Portugal a disparar quando os compradores locais foram surpreendidos com o facto de termos vendido uma grande parte da produção a uma série de negociantes franceses para serem negociados no clássico “Place” de Bordeaux.

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O próximo lançamento, o Chryseia 2001, proporcionou manchetes como o primeiro vinho DOC Douro a entrar na cobiçada lista Top 100 da “Wine Spectator”. Um segundo vinho, Post Scriptum, foi lançado em 2004, e no mesmo ano, adquirimos uma vinha dedicada à P&S, Quinta da Perdiz, no vale do Rio Torto. Sempre foi intenção da P&S comprar a sua própria vinha, tendo já sido feitas naquela altura várias ofertas, sem sucesso, para a aquisição de quintas de relevo que tinham surgido para venda.

O Quinta de Roriz Reserva, elaborado pela equipa de vinificação da SFE, ganhou uma série de importantes prémios em Portugal pelos seus três primeiros lançamentos e, confiantes no sucesso deste vinho, transferimos a sua produção da Quinta do Sol para uma nova adega DOC que construímos na Quinta de Roriz, em 2004. Contudo, a distribuição em Portugal continuou a ser um problema, e a deceção com o desempenho das vendas levou a uma dissolução formal da parceria com João van Zeller em 2007, com a SFE a vender as suas ações no negócio a título definitivo. Felizmente, 18 meses mais tarde, no auge da crise financeira de 2008, o negócio Roriz foi-nos proposto novamente. Aproveitámos de imediato a oportunidade de reinvestir numa propriedade de tão alta reputação e qualidade, embora reconhecendo que ainda necessitávamos de vinha adicional e de uma adega própria para a P&S, decidimos propor à família Prats uma parceria de negócios sob a alçada da parceria P&S. O Chryseia é hoje produzido maioritariamente a partir de uvas da Quinta de Roriz, vinificadas na própria Quinta pela P&S sob a supervisão de Miguel Bessa. Miguel Ferreira tem sido responsável pelo desenvolvimento das vendas em Portugal e pelo apoio à equipa de exportação da SFE. A nomeação do Chryseia 2011 como o terceiro melhor vinho do Mundo em 2014 pelo “Wine Spectator” foi o culminar do sucesso comercial do projeto. Com as vendas a crescerem para além da capacidade das instalações existentes, uma expansão da adega encontrava-se em curso durante a preparação deste artigo para ficar pronta a tempo da vindima de 2021.

Em 2009, lançámos pela primeira vez um vinho DOC Douro da Quinta do Vesúvio. Tínhamos realizado várias experiências ao longo dos anos, mas só com o vinho de 2007 conseguimos atingir o nível a que aspirávamos. Tanto o Quinta do Vesúvio como o Pombal do Vesúvio são produzidos a partir das excelentes castas Touriga Nacional e Touriga Franca em diferentes proporções, mas acrescentando frequentemente cerca de 10% de Tinta Amarela, que confere ao vinho um perfil distinto. São utilizadas uvas colhidas em diferentes altitudes para combinar complexidade e frescura. Estas marcas, sendo relativamente mais recentes do que alguns dos seus pares, são ainda relativamente pequenas em volume comparativamente com o potencial da propriedade, mas tem-se verificado um crescimento encorajador. No final de 2021, acrescentaríamos um terceiro vinho à gama: o ‘Comboio do Vesúvio.’

Em 2016, lançámos pela primeira vez mais um conjunto de vinhos tintos premium sob a marca Quinta do Ataíde. A Quinta do Ataíde e as vinhas vizinhas, Macieira e Carrascal, representam de momento as nossas maiores plantações de vinhas dedicadas especialmente ao DOC, sendo grande parte dela gerida em Modo de Produção Biológico. Encontramo-nos atualmente a construir uma nova adega no Ataíde, que produzirá todos os nossos vinhos DOC Douro premium no futuro. Esta obra terá uma atenção muito especial ao fator sustentabilidade.

As várias marcas têm crescido de forma constante, passando a barreira das 50 mil caixas em 2007 e a marca das 100 mil em 2014. Com a adição de dois importantes contratos de marcas privadas, em 2020 a SFE vendeu mais de 238 mil caixas de vinhos DOC, das quais 182 mil foram comercializadas sob as próprias

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marcas da SFE. A fim de gerir este crescimento, expandimos, de igual modo, as equipas de vinificação e comerciais, e investimos significativamente na capacidade de fermentação das adegas e no armazenamento a granel. O complicado processo de planeamento de engarrafamento e a previsão das necessidades de produção de vinho é gerido com grande competência pelos membros da equipa DOC, Mariana Brito e Cátia Correia. O apoio à comercialização é prestado pela área do marketing pela mão da Patrícia Vale Lourenço, apoiada pela Cláudia Monteiro (Altano e outras marcas) e pelo André Almeida (vinhos de quinta). As nossas marcas tornaram-se respeitadas no mercado, principalmente por fornecerem qualidade bem acima do preço a que são comercializadas, continuando a ser alvo de excelentes comentários na Imprensa internacional.

Rob Symington e Pedro Leite conceberam recentemente um plano de desenvolvimento “Vinho 2025” para orientar o crescimento do projeto DOC Douro ao longo dos próximos anos, com algumas novas e arrojadas propostas para enriquecer a gama de vinhos. O Pedro é agora responsável pela execução do plano, com Rupert Symington a continuar a supervisionar o projeto, desempenhando o papel de Diretor responsável pelo DOC. Estamos confiantes de que com este enriquecimento da gama teremos uma oferta suficientemente abrangente a todos os níveis de preços para continuar o forte crescimento da categoria que a SFE tem experimentado ao longo dos últimos anos. Estamos também otimistas que, com uma forte liderança da SFE, conseguiremos potenciar a venda do DOC Douro Premium noutros mercados, onde, até à data, temos encontrado mais dificuldades na implantação de vendas significativas. Se, como é provável, o preço das uvas DOC Douro subir no futuro, aproximando-se das uvas para Vinho do Porto, com o posicionamento da nossa carteira de DOC Premium estaremos provavelmente mais bem colocados do que a maioria dos produtores para evitar que as nossas margens sejam ‘exprimidas’. Fazendo eco do seu extraordinário sucesso ao longo dos últimos 20 anos, temos toda a confiança de que o DOC Douro continuará a ser uma parte ainda mais importante da oferta global de vinho da SFE nas próximas duas décadas.

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“A Quinta do Ataíde e as vinhas vizinhas, Macieira e Carrascal, representam, de momento, as nossas maiores plantações de vinhas dedicadas especialmente ao DOC, sendo grande parte delas geridas em Modo de Produção Biológico.”
Rupert Symington
O pequeno solar da Quinta do Ataíde, século XVIII. Pedro Correia, enólogo responsável pelos vinhos DOC Douro e Alentejo.

QUINTA DO ATAÍDE – UMA ADEGA PARA O FUTURO

Primeira adega certificada LEED (Líder em Energia e Design Ambiental) em Portugal

DESTAQUE : QUINTA DO ATAÍDE – UMA ADEGA PARA O FUTURO 32
Imagem gerada por computador da nossa futura adega da Quinta do Ataíde. Rob Symington e Luís Loureiro

Em janeiro de 2021, começámos a construção de uma nova adega de baixo impacto ambiental na nossa propriedade da Quinta do Ataíde, no Vale da Vilariça, que juntamente com as suas vinhassatélite de Assares, Canada, Carrascal e Macieira constituem a maior área de vinha biológica certificada no Norte de Portugal. Tivemos de adiar o início da construção por um ano, devido à pandemia da covid-19. A adega da Quinta do Ataíde estará pronta a tempo da vindima de 2023.

O projeto da nova adega de última geração foi aprovado para atingir a certificação LEED (ver abaixo), e para tal foi avaliada em função dos mais elevados padrões de eficiência de recursos e responsabilidade ambiental. Será a primeira adega certificada LEED em Portugal e uma das primeiras no Mundo a atingir o nível abrangente LEED v4, que aborda questões relativas a eficiência energética, eficiência hídrica, utilização de materiais com reduzido impacto ambiental, estratégias de controlo de iluminação e climatização, mitigação de impactos exteriores, e redução de resíduos.

A construção desta avançada adega é inspirada pelo nosso compromisso a longo prazo com a sustentabilidade e inovação. Sendo a primeira empresa portuguesa de vinhos certificada pela B Corporation, estamos a implementar uma estratégia de sustentabilidade em todo o processo produtivo: da vinha à garrafa. A adega irá produzir os vinhos da Quinta do Ataíde e outros vinhos DOC Douro de primeira linha que fazem parte do portefólio da Symington.

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Imagem gerada por computador da nossa futura adega da Quinta do Ataíde

Vinhas com certificação biológica

Ao longo da última década e meia, fomos gradualmente criando um conjunto muito considerável de vinhas no Vale da Vilariça, uma área única dentro da sub-região mais oriental da demarcação do Douro – o Douro Superior. Ao contrário do Vale do Douro, que detém pouco mais de 50% do total mundial da área de vinha de encosta (de montanha), o Vale da Vilariça é, por contraste, caracterizado por um terreno levemente ondulado. O distrito é também o mais quente e seco das zonas produtoras de vinho no Douro e esta combinação de relevo suave, clima e solos presta-se à agricultura biológica.

A vinha de Assares foi a primeira a receber certificação biológica, em 2006, seguida por Ataíde e Canada, em 2010 e mais tarde pela Macieira. As parcelas do Carrascal, praticamente contíguas com Ataíde, estão em processo de certificação que, uma vez concluído, aumentará a área total de vinha cultivada de forma biológica dos atuais 127,5 para 158 hectares.

Com uma área de vinha biológica tão significativa concentrada no Vale da Vilariça, o eixo principal da nossa produção de vinho tranquilo do Douro deslocou-se em grande parte da sub-região de Cima Corgo para esta área remota do Douro. A nossa decisão de construir a nova adega neste local foi, portanto, natural e lógica, até porque constitui um elemento necessário e complementar das vinhas e corresponde à nossa procura ativa da sustentabilidade em todos os procedimentos nas operações de vinificação.

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(Em baixo) Imagem gerada por computador que ilustra uma das 24 claraboias que proporcionarão luz natural e a renovação de ar dentro do edifício. (Direita) Construção em curso, maio de 2022, da nave principal de vinificação.

Considerações geográficas e ambientais

A escolha do local da nova adega não foi deixada ao acaso. Foi feito um estudo exaustivo das várias propriedades da família Symington no Vale da Vilariça para escolher a melhor localização para a construção de uma adega com determinadas características particulares e específicas. O local selecionado é o ideal, tanto em termos de integração da adega na paisagem circundante como de viabilidade no que diz respeito à sua interação com as infraestruturas disponíveis na zona. Tiveram de ser levados em consideração aspetos tão diversos como o tipo e características do solo, acessibilidades e topografia, tirando partido do relevo do terreno, atendendo ao tipo de edifício de vários níveis que idealizamos.

O objetivo é aproveitar e utilizar a gravidade, tanto quanto possível, na movimentação das uvas, do mosto e dos lotes vinificados dentro da adega. Em suma, a ação por gravidade (também conhecida como fluxo gravitacional) terá um papel preponderante na disposição do edifício para diminuir o gasto de energia e reduzir a utilização de bombas a um mínimo absoluto, maximizando assim a qualidade do vinho. O plano desnivelado permite que a ação da gravidade seja aproveitada na movimentação das uvas para o nível seguinte – a sala principal de vinificação e, subsequentemente, para a zona onde os vinhos serão armazenados, concluída a sua produção.

A adega situa-se num ponto suavemente ascendente, completamente rodeada por parcelas de vinhas biológicas: tanto as vinhas da própria Quinta do Ataíde, mas também da Canada, Carrascal e Macieira. A adega é assim estrategicamente colocada num local de acesso rápido a todas estas vinhas, facilitando o transporte das uvas recém-colhidas para a adega durante a vindima. A adega encontrase perto de uma estrada municipal, com fácil acesso à principal rede rodoviária local e da vila de Vila Flor.

São múltiplos os benefícios qualitativos e ambientais na localização desta adega. O facto de as uvas serem vindimadas nas imediações da adega assegura que nenhuma da sua frescura se perca, o que terá um impacte positivo na qualidade dos vinhos produzidos. Além disso, esta proximidade também se traduz numa pegada de carbono mais baixa, uma vez que deixa de ser necessário o seu transporte para um outro local para serem vinificadas.

O considerável investimento canalizado para a construção da adega da Quinta do Ataíde reflete a ambição da nossa família em alargar os limites no que diz respeito à conservação ambiental. As soluções arquitetónicas escolhidas e implementadas na construção do edifício e a filosofia subjacente à própria produção de vinho nesta adega encarnam o desejo fundamental de reduzir as emissões de carbono, de otimizar a utilização eficiente de

Painéis fotovoltaicos constituirão uma pala em todo o perímetro da cobertura e fornecerão toda as necessidades energéticas da adega.

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energia, de diminuir a pressão sobre os limitados recursos hídricos e de harmonizar o edifício com a paisagem, de modo a minimizar o seu impacte ambiental.

Considerações arquitetónicas e de vinificação –a forma serve a função

A premissa arquitetónica subjacente à construção da adega procurou conciliar os aspetos puramente geométricos da construção e das funcionalidades do edifício com o espaço natural da paisagem em que se insere.

A partir de uma leitura da paisagem, procurámos primeiramente soluções para a localização da nave principal da adega, pretendendo-se assim a integração mais perfeita possível com o terreno. Tendo concluído este exercício, passámos então à escolha do melhor layout para os edifícios de apoio.

Felizmente encontrámos um local ideal para a construção da adega em desníveis tirando partido do relevo irregular do terreno. Este fator foi determinante dado o objetivo dos nossos enólogos de potenciar da melhor forma o uso do fluxo da gravidade com o intuito de aperfeiçoarem ainda mais as suas práticas de vinificação. A ausência de bombeamento mecânico nas várias fases da vinificação ajuda a preservar os aromas e sabores do vinho, bem como manter outras características qualitativas.

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Maio de 2022: colocação das vigas de suporte da cobertura (com curvaturas diferentes). Por cima destas foram depois colocados painéis de madeira que formam a camada base da cobertura.

(Em cima) Corte da adega, mostrando, à esquerda, a zona de receção de uvas, ao centro a nave principal de fermentação e, à direita, as zonas de armazenamento.

(Em baixo) Reunião de obra em junho de 2021 onde a equipa de engenharia da Symington recebeu alguns fornecedores e empreiteiros.

No nível mais elevado do local de construção da adega, onde o terreno apresenta um considerável desnível, localizar-se-á a zona de receção das uvas, e respetivo equipamento, incluindo os desengaçadores, a partir dos quais o sumo das uvas é preparado para ser transferido para as cubas de fermentação.

No piso intermédio, serão instalados os corredores de passagem sobre as cubas e no extremo oposto do edifício os laboratórios de apoio, os gabinetes dos enólogos e outros escritórios de apoio a atividades diversas, bem como as instalações do pessoal (vestiários, áreas de descanso, casas de banho, etc.).

A principal área de vinificação ficará localizada um andar abaixo, no nível inferior do edifício. Aí ficarão as cubas de fermentação e, numa zona separada, a sala de barricas e os grandes tanques de armazenamento em aço inoxidável, local onde os lotes finais serão envelhecidos/armazenados.

O piso superior terá uma sala de provas panorâmica, com acesso a uma ampla varanda, de vistas imponentes virada a sul ao longo do Vale da Vilariça, até ao ponto onde este se junta ao Rio Sabor e este, por seu turno, ao Rio Douro. Desta sala será possível ver, também, a grande nave de vinificação em baixo, a norte.

A adega terá uma cobertura verde com vegetação autóctone, que atua como regulador de temperatura no interior do edifício, pontuada por claraboias que controlam a luz natural no edifício e servem para renovar o ar naturalmente no interior da nave de vinificação.

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A NOVA ADEGA DA QUINTA DO ATAÍDE EM 10 PONTOS:

1. A NOVA CASA DOS DOC DOURO DE TOPO DA SYMINGTON:

A adega está desenhada para produzir vinhos de elevada qualidade e dimensionada para produzir 691.000 litros de vinho em 2023, com capacidade de expansão futura.

2. PRIMEIRA ADEGA COM CERTIFICAÇÃO LEED EM PORTUGAL:

O projeto pretende ser a primeira adega certificada LEED em Portugal e uma das primeiras no Mundo a atingir os mais elevados padrões LEED v4. O LEED ( Leadership in Energy and Environmental Design) é o sistema de classificação de edifícios ecológicos mais utilizado no Mundo. Proporciona um enquadramento para edifícios verdes, altamente eficientes e de custos controlados. A certificação LEED é um símbolo mundialmente reconhecido de liderança em sustentabilidade. Talvez a mais conhecida adega certificada LEED do Mundo seja a do polo de Davis, da Universidade da Califórnia.

3. INTEGRAÇÃO AMBIENTAL E PAISAGÍSTICA:

A forma do edifício, a sua localização e a cobertura vegetal foram pensadas para que o edifício ficasse integrado na paisagem natural, alinhado entre os vinhedos biológicos. Utiliza ao máximo os relevos inclinados para se encaixar no terreno, causando a menor perturbação paisagística. Um cuidadoso arranjo em redor do edifício, utilizando vegetação autóctone, ajudará a sua integração e a controlar a temperatura ambiente em torno da Adega.

4. ADEGA GRAVÍTICA:

Um desnível natural do terreno onde surge a adega permite que esta seja construída de forma a não se ter de recorrer à bombagem de massas na transformação da uva em vinho. A receção das uvas será num piso superior, de modo a aproveitar a gravidade para a transferência das massas para as cubas de vinificação num piso

inferior. Para além deste ponto, a enologia incorporará algumas inovações nas diversas etapas do processo.

5. EDIFÍCIO VERDE:

A impressionante cobertura curva de 2700 m2 será coberta com vegetação autóctone, refletindo a biodiversidade e o ecossistema da área circundante, o que ajudará a regular a temperatura no interior da adega. A vegetação foi selecionada no local, recolhida e mantida em viveiro para ser replantada, agora, na cobertura da Adega. As paredes exteriores também serão parcialmente cobertas com vegetação, para ajudar a integrar o edifício na paisagem.

6. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA:

A adega será um "edifício de energia positiva", produzindo mais eletricidade a partir dos seus próprios painéis solares (700 m2 –instalados na pala perimetral do edifício) do que aquela de que necessita – incluindo eletricidade para o processo. O excedente de energia alimentará a rede elétrica nacional durante todo o ano, exceto durante a vindima.

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A QUINTA E ADEGA DO ATAÍDE EM NÚMEROS

7. EFICIÊNCIA HÍDRICA:

A adega tem uma eficiência hídrica máxima e capta 100% dos créditos LEED associados a este tema. A adega terá abastecimento próprio de água e uma central de tratamento de águas para fornecer todas as suas necessidades. O processo produtivo integra soluções eficientes de utilização da água que, depois de devidamente tratada, será reutilizada para outros fins, nomeadamente na rega das áreas verdes circundantes à adega.

8. IMPACTO ZERO:

Nas escorrências de águas pluviais, a adega e o seu site de implantação foram concebidos de forma que as escorrências e águas pluviais não sofram qualquer aumento face a situação original do terreno. Os arranjos exteriores estão pensados para reter, ao máximo, a água da chuva através de bacias de retenção e de poços de infiltração de modo a beneficiar o solo do local.

9. CAPTURA DE CARBONO:

O projeto de construção da Adega da Quinta do Ataíde tem alavancado os estudos desenvolvidos pela Symington (no seio da sua equipa multidisciplinar e do departamento de I&D) para encontrar meios exequíveis de capturar o CO2 libertado durante a fermentação. Não se trata apenas de encontrar um método para evitar a libertação do CO2 para a atmosfera, mas também de o aprisionar e transformar num composto suscetível de ser usado nas vinhas como corretivo na subida do pH dos solos. A nível nacional, a Symington, juntamente com os seus parceiros, está na dianteira desta tecnologia.

10. SUSTENTABILIDADE E BEM-ESTAR:

Os materiais de construção e as técnicas utilizadas seguem todos parâmetros sustentáveis. Pontos de carregamento de automóveis elétricos estarão disponíveis no local e as áreas verdes circundantes, com espaços ajardinados, trilhos e pontos estratégicos, permitirão a observação de espécies locais (aves, etc.).

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Quinta do Ataíde Produção Uva 2025 1.150 Ton Olival 84 ha Vinha 150 ha Quinta do Ataíde 350 ha Produção Adega do Ataíde Número de Caixas 9L 76.800 un Produção Vínica 691.000 lts Transformação Total de Uva 1.270 Ton (156% ocupação) Capacidade Fermentiva 809 Ton Adega do Ataíde Arranjos Exteriores (Adega) 6.250 m2 Coberturas Verdes 2.700
Painéis
Área
m2
Fotovolt. 700 m2
Edifício 4.500 m2
Imagem gerada por computador da nave principal de fermentação.
DESTAQUE : UM NOVO FÔLEGO PARA O ENOTURISMO 42

UM NOVO FÔLEGO

PARA O ENOTURISMO

Uma das áreas estratégicas da empresa

Mourão A nova extensão do terraço e ‘lounge’ do restaurante Vinum (e das Caves Graham’s).
DESTAQUE : UM NOVO FÔLEGO PARA O ENOTURISMO 44 1882 N. 02
O Centro de Visitas da Quinta do Bomfim, inaugurado em 2015.

Na Symington, a aposta no Enoturismo começou em 2013, com a reformulação das Caves Graham’s e a reabertura do restaurante Vinum, um restaurante vínico com uma ligação umbilical a uma das caves de vinho do Porto mais emblemáticas de Gaia. Este foi o início de uma aventura!

Depois da Graham’s, seguiram-se a Quinta do Bomfim (2015) e as caves Cockburn’s (2017), todas elas apostadas em apresentar o que de melhor a Symington produz, servindo como uma excelente plataforma de aprendizagem e de marketing dos nossos produtos. Por estes locais já passaram ao longo dos anos mais de 1 milhão de visitantes que acreditamos passaram a ser embaixadores das nossas marcas, capazes de transmitir a emoção e os valores que caracterizam a Symington Family Estates. Os três centros de visitas e restaurantes receberam, entre outros, o reconhecimento pela Great Wine Capitals, com o prémio de Best of Wine tourism nas suas categorias, demonstando a qualidade das experiências que proporcionam.

O sucesso, reconhecimento e o alcance obtido pelos projetos fizeram-nos reflectir e, em 2020, redefinimos a estratégia para o Enoturismo, criando um plano de desenvolvimento ambicioso que visa, não só desenvolver os projetos atuais, mas também lançar novas bases que nos permitam tornar os projetos em experiências cada vez mais marcantes e diferenciadoras, onde a Excelência, Inovação, Sustentabilidade, Autenticidade e Exclusividade são os pilares que os caracterizam.

Pouco tempo depois, em março de 2020, fomos surpreendidos por um evento sem precedentes, a pandemia da COVID-19, que teve impactos profundos no turismo por todo o mundo, reduzindo significativamente o fluxo de turistas, ao mesmo tempo que impôs um conjunto de medidas que impediram o normal funcionamento das nossas experiências, em particular os dois períodos de lock-down (confinamento), no segundo trimestre de 2020 e primeiro trimestre de 2021.

Mas na Symington encarámos estes momentos desafiantes como oportunidades. E, como tal, não reduzimos a nossa ambição e nos anos 2020 e 2021 mantivemos o nosso plano e fomos mais longe, repensando algumas das nossas iniciativas de modo a irem de encontro ao “novo normal”.

Começando pelos centros de visita, quisemos marcar a diferença e focámo-nos em proporcionar aos nossos visitantes uma

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(Direita) O restaurante Bomfim 1896 with Pedro Lemos, inaugurado no dia 10 de junho (dia de Portugal), 2022.

O restaurante pop-up Casa dos Ecos no meio da vinha da Quinta do Bomfim foi e continua a ser um enorme êxito.

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sensação de segurança e conforto, com todas as medidas “COVID safe”. Lançámos ainda iniciativas que se direcionassem aos mercados de proximidade (em particular Portugal, mas também Espanha e França). Porque queríamos continuar a proporcionar momentos únicos, mesmo a quem estava por casa, decidimos lançar provas online, de maneira que as pessoas que estavam isoladas pudessem continuar a conhecer e a usufruir do melhor que podemos oferecer. Lançámos ainda visitas para toda a família, melhorámos a qualidade da nossa oferta gastronómica e criámos eventos enograstrómicos que potenciaram o casamento entre os nossos vinhos e a melhor gastronomia.

E não ficámos por aqui. Em 2020, em plena pandemia, lançámos um novo conceito pop-up no Douro, o “Casa dos Ecos”, um restaurante vínico no meio das vinhas, em parceria com o conceituado chef Pedro Lemos (chef galardoado com uma Estrela Michelin) e que ao fim de quatro meses foi reconhecido com o Best of Wine Tourism award como o melhor restaurante vínico do ano.

Mas 2021 teve igualmente novos lançamentos. Depois de termos decidido reabrir o Casa dos Ecos, com conceito semelhante, mas algumas novidades, lançámos mais três novas experiências.

Primeiro, a criação de uma nova experiência na Quinta do Vesúvio, umas das mais emblemáticas quintas do Douro, onde procurámos oferecer algo exclusivo e autêntico. Direcionado para casais ou pequenos grupos, trata-se de uma experiência imersiva, onde durante um dia os visitantes ficam a conhecer a história da marca, dos vinhos e da família Symington, bem como passear de jipe no meio das vinhas, usufruindo de locais perfeitos onde a combinação da vista sobre os socalcos e o rio são o expoente máximo que caracteriza a mais antiga região demarcada do mundo. Tratando-se de uma experiência enogastronómica, inclui uma prova premium dos melhores vinhos do Vesúvio, bem com um magnífico almoço na varanda da casa sobre o rio, um momento para desfrutar dos melhores vinhos, da comida tradicional e da melhor vista!

Em segundo lugar, lançámos um novo centro de visitas, na mais recente propriedade da Symington, a Quinta da Fonte Souto em Portalegre. Neste magnífico local que traduz a essência dos vinhedos de Portalegre, damos a conhecer um pouco da

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“Apenas quatro meses após a inauguração, o Casa dos Ecos foi galardoado com o ‘Best of Wine Tourism’ como melhor restaurante vínico do ano. Reabrimos o Casa dos Ecos em 2021 (após o fecho de inverno e o segundo confinamento), e introduzimos algumas melhorias num já bemsucedido conceito.”

DESTAQUE : UM NOVO FÔLEGO PARA O ENOTURISMO 48 1882 N. 02
Em 2020, em plena pandemia, lançámos um novo conceito pop-up no Douro, o restaurante Casa dos Ecos (uma parceria com o chef Pedro Lemos), rodeado pelas vinhas da Quinta do Bomfim.

história e da produção dos vinhos da marca, e realizamos provas comentadas sobre os vinhos que ali são produzidos. Para os amantes da natureza, convidamos ainda a saborearem um magnífico piquenique no meio da propriedade.

Por último, decidimos alargar a nossa oferta na Graham’s, com a criação de uma nova esplanada com vista privilegiada sobre o Rio Douro que vem proporcionar momentos únicos à volta do vinho na melhor companhia. Consideramos que será um ativo importante para aquela que é uma marca de excelência e um dos símbolos maiores da Symington: a marca Graham’s.

Foram dois anos desafiantes, com novas experiências, mas este será apenas o início desta viagem…mais projectos nas áreas de Hospitality e F&B, assim como o lançamento de novas experiências nos centros de visitas e quintas, permitirão à Symington alcançar um novo nível de ambição, reforçando o papel das experiências de enoturismo como porta-estandarte dos nossos vinhos. Já em 2022, iremos abrir um novo restaurante no Douro, mais propriamente na Quinta do Bomfim, mantendo a parceria de sucesso com o Chef Pedro Lemos (o ‘Bomfim 1896 with Pedro Lemos’ estava prestes a ser inaugurado durante a conclusão da fase de preparação desta revista). Acreditamos que será um marco importante para a região, com a criação de uma nova experiência enogastronomica que vai desafiar tudo aquilo que já se viu no Douro, numa combinação sem precendentes entre a gastronomia fina e os melhores vinhos do Porto e de mesa.

Portanto, o desafio e a responsabilidade são grandes, para colocar as experiências no nível de qualidade dos nossos vinhos, mas acreditamos que temos todos os ingredientes (em particular, a melhor equipa) para corresponder às espectativas, sempre com compromisso da Symington ser “A referência das experiências premium de Enoturismo”.

A nossa bem-sucedida parceria com Pedro Lemos na Casa dos Ecos proporcionou o trampolim perfeito para nos lançarmos no Restaurante Bomfim 1896 with Pedro Lemos.

MAIS QUE UMA HISTÓRIA DE UMAMÁQUINAS, HISTÓRIA DE PESSOAS.

Nova linha de engarrafamento de Stº António

António Marquez Filipe

DESTAQUE : MAIS QUE UMA HISTÓRIA DE MÁQUINAS, UMA HISTÓRIA DE PESSOAS 50

Quantas empresas no mundo, no setor de vinhos e bebidas, ousaram investir 5,5 milhões de euros, numa nova linha de engarrafamento, num cenário de pandemia como o mundo não conhecia há mais de 100 anos? Um investimento previsto e decidido em 2020 e executado em 2021, num intenso e atribulado período de 18 meses, em vários domínios, nomeadamente em termos de desafios acrescidos para as equipas de projeto e de implementação.

Os números são verdadeiramente impressionantes: 16 formatos de garrafas diferentes, com tempos de setup 25% inferiores aos anteriormente registados com a solução anterior. Velocidades máximas potenciais de 12.000 garrafas por hora. Capacidade de produção direta para produto acabado, para produto semiacabado e de produto semi-acabado para produto acabado. Um dos equipamentos mais avançados no mundo em termos de sincronização das diferentes máquinas necessárias ao processo de enchimento e de acabamento de produtos. Otimização da lubrificação dos tapetes transportadores de garrafas, com gestão integrada das respetivas velocidades, por forma a se maximizarem produtividades, com minimização de impactos entre as garrafas em linha. Um inovador sistema de Clean In Place de última geração, totalmente desenvolvido em Portugal. E, last but not least, com extensa utilização de equipamentos de controle em linha do processo e de visão artificial para controle de qualidade de garrafas vazias e de apresentação das garrafas cheias.

Com este relevante investimento, a Symington Family Estates prepara atempadamente o seu futuro, criando condições para responder a uma profunda alteração que se está a verificar no setor, quer em termos de crescimento relativo do segmento premium para os vinhos do Porto, como de aumento das vendas de DOC Douro, de cada vez maiores exigências em termos de segurança alimentar e de qualidade de apresentação dos produtos, a necessidade de poder acolher maiores desafios criativos, em termos de embalagem e a redução da dimensão média dos lotes de produção. Tudo isto, com preservação de postos de trabalho e de otimização do desempenho ambiental, em linha com os valores do Respeito e de Custódia que defendemos.

Mas sobretudo o que importa registar neste desafio foi o que conseguimos levar a cabo, como resultado de um esforço coletivo e organizado de pessoas, internas e externas à organização, de várias nacionalidades, de vários saberes e ofícios. Mais do que uma história de máquinas, uma história de pessoas.

DESTAQUE : MAIS QUE UMA HISTÓRIA DE MÁQUINAS, UMA HISTÓRIA DE PESSOAS 52 1882 N. 02
A nova linha de engarrafamento de Stº António é um dos equipamentos mais avançados do seu género em termos da sincronização dos sistemas integrados, necessários para encher, rolhar, rotular e embalar garrafas.
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Só possível, desde logo, pela Confiança e Visão de Futuro que a Administração da empresa colocou na equipa de projeto quando aprovaram o business case e o respetivo investimento.

Um longo, abrangente e minucioso planeamento de atividades realizado por uma equipa de projeto pequena, motivada e ágil permitiu que o ambicioso projeto se tivesse desenrolado sem sobressaltos, exaltando os nossos valores de Liderança e de Inovação, isto apesar dos desafios causados pela pandemia e medidas sanitárias na empresa, pelas quebras das cadeias logísticas e alterações inesperadas no perfil de encomendas.

Trabalhando com proximidade e em equipa com a Gestão de Património, a Enologia e os Aprovisionamentos, colocámos no terreno todas as peças estruturais necessárias para que este enorme puzzle tecnológico pudesse ser erguido.

Também nos orgulhamos muito do trabalho realizado com 13 empresas subcontratadas, nacionais e internacionais (de 4 países

diferentes). Não sendo possível, durante a maior parte destes 18 meses, efetuar viagens internacionais, soubemo-nos adaptar a esta nova realidade, mantendo um diálogo multilateral intenso e permanente com todas elas, num processo de aprendizagem de novas formas de relacionamento e de trabalho que, seguramente, perdurarão no futuro.

Por fim, e quando foi tempo de, contra o tempo, tudo pôr a funcionar, mais uma vez foram as pessoas que fizeram a diferença. E à frente de todas, a equipa da Symington, da Patrick Thompson, da Bertolaso, da PKS e da Perfinox que, ao longo de muitos meses de intenso trabalho, com prejuízo das suas vidas pessoais e familiares e muito para além do que o chamamento do dever impõe, puseram toda a sua Paixão e orgulho no seu trabalho, colocando em funcionamento e operação aquilo que hoje será uma referência internacional de Excelência em processos de engarrafamento. E já estamos a pensar no próximo projeto!

1882 N. 02 DESTAQUE : MAIS QUE UMA HISTÓRIA DE MÁQUINAS, UMA HISTÓRIA DE PESSOAS 54

(Esquerda) Foi impressionante o que conseguimos fazer em resultado do esforço coletivo de muitas pessoas, dentro e fora da empresa, oriundas de vários países e de várias especialidades.

(Em baixo) Quantas empresas no mundo, no setor de vinhos e bebidas, ousaram investir 5,5 milhões de euros, numa nova linha de engarrafamento, num cenário de pandemia como o mundo não conhecia há mais de 100 anos?

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UMA NOVA FORMA DE FALAR SOBRE VINHO DO PORTO

O Primeiro Ano do School of Port

DESTAQUE : UMA NOVA FORMA DE FALAR SOBRE VINHO DO PORTO 56
DESTAQUE : UMA NOVA FORMA DE FALAR SOBRE VINHO DO PORTO 58 1882 N. 02

Falar sobre Vinho do Porto nunca foi tarefa simples — o que não é o mesmo que dizer impossível. Criada em 2020, a School of Port (Escola do Vinho do Porto) – plataforma educativa do universo Symington, sem qualquer ligação comercial às marcas — já formou cerca de 1.570 pessoas, entre formações online e masterclasses presenciais, mostrando que é possível abordar de forma lúdica uma categoria complexa, com muito que se lhe diga sobre cada processo, estilo, classificação ou perfil de cada produtor.

Saber comunicar bem é uma arte e, no mínimo, devemos isso ao legado do Vinho do Porto. É importante comunicar com clareza e de forma apelativa e criar programas regulares de formação, quer para desconhecedores do tema, quer para profissionais. Tais programas devem estar alinhados com as expetativas das gerações mais novas e com o estilo de vida contemporâneo.

Ocasionalmente, deparamo-nos com comentários do género, ‘é muito doce’, ou ‘é um pouco forte.’ Alguns associam o Vinho do Porto com formalidade e tradição e, por vezes, exclusivamente com o Natal, enquanto outros encaram-no como bebida masculina — o que não podia estar mais longe da realidade. Estes são alguns dos lugares-comuns que urge desmontar.

Até para os profissionais da área dos vinhos e espirituosos, esta é uma categoria que podia ser mais bem compreendida. Podemos perdoar-lhes por talvez não dedicarem mais tempo a conhecer a categoria quando há, porventura, outras bebidas de mais fácil compreensão.

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(Esquerda) Isabel Monteiro, um dos carismáticos rostos da School of Port que ajuda a desmistificar as complexidades da categoria.
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A School of Port mostrou que é possível uma abordagem mais lúdica na comunicação de uma categoria complicada, caracterizada por inúmeros estilos de vinhos e de complexas hierarquias de vinhos e produtores.

O Douro é tão relevante pelo seu passado como pelo seu presente. Continua a ser o berço de alguns dos melhores vinhos do mundo, responsáveis pela maior fatia de valor das exportações de vinho do país, mantendo o papel preponderante como maior embaixador dos vinhos portugueses. A beleza arrebatadora do Douro e a sua riquíssima história continuam a gerar interesse e fascínio.

Há toda uma geração de novos consumidores – não só os mais jovens, mas também os que não se revêm num discurso marcadamente tradicionalista e conservador que ainda caracteriza a comunicação de algumas das instituições que pretendem defender e promover a imagem do vinho do Porto.

O sector precisa urgentemente de se modernizar, despir-se de formalidades e adaptar-se ao consumidor do séc. XXI. O repto é, naturalmente, fazê-lo sem renegar o imenso e valioso legado, mas mostrar que o vinho do Porto tem tudo para fazer parte do estilo de vida contemporâneo.

Foi nesta desafiante conjuntura e no particular contexto do começo da pandemia que a Symington (com a autoridade natural de quem reúne várias marcas bicentenárias — e até tricentenárias — e um legado de cinco gerações de história familiar), decidiu lançar um projecto aberto que aglutinasse todas estas preocupações e começasse a dar resposta às necessidades formativas do mercado.

Foi a partir desta premissa que nasceu a School of Port, uma ferramenta puramente educativa do universo Symington, com a missão de educar sobre o vinho do Porto e promover a valorização da Região Demarcada do Douro e do seu legado.

O público a quem nos dirigimos é mais um desafio a somar aos restantes. Se, por um lado quisemos tornar-nos a ferramenta que faltava àqueles já ligados profissionalmente ao sector, pessoas já com algumas noções básicas (comerciais, assistentes de loja, empregados de mesa, escanções, etc), por outro, não quisemos deixar ninguém de fora. Quisemos também ir ao encontro das pessoas com muito pouco ou mesmo nenhum conhecimento. A tarefa, em ambos os casos, passa não só por ensinarmos matéria nova como também por dedicar muito do nosso tempo a desconstruir os mal-entendidos, ou seja, a combater os preconceitos, estereótipos e generalizações que infelizmente perduram.

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Seria expectável que o consumidor português não passasse tão ao lado deste tesouro nacional. Nada mais errado, «em casa de ferreiro, espeto de pau»! Também cá dentro (sobretudo cá dentro?) encontramos exemplos recorrentes de chavões difíceis de contrariar.

Lançámos então mãos à obra. Criámos ferramentas distintas para profissionais, o que constituiu um veículo inovador de comunicação, entre a nossa equipa de vendas e os mercados, ao passo que disponibilizámos, livre e gratuitamente, conteúdos para os mais curiosos.

Em menos de um ano, a School of Port formou cerca de 1.570 pessoas online e organizou mais de 20 formações e masterclasses presenciais. Dado o crescente quadro de pedidos de formação, decidimos transpor o conteúdo nuclear destas sessões para um curso em vídeo – o «Essenciais» - que produzimos integralmente e que está agora disponível em schoolofport.com, de forma que qualquer um possa fazer o seu percurso formativo ao seu próprio ritmo. Este curso que, tal como o nome indica, reúne a informação essencial sobre a produção de Vinho do Porto e a Região Demarcada do Douro, já certificou mais de 1.000 pessoas desde o seu lançamento, em setembro de 2021. Em ambas modalidades, a esmagadora maioria dos inscritos (83%) está relacionada directamente com a área dos vinhos, o que comprova a emergente necessidade educativa destes profissionais, tal como havíamos diagnosticado.

A ‘Cocktail Series’ foi o primeiro segmento da School of Port, no qual diferentes mixologistas premiados da cidade do Porto foram convidados a compor cocktails originais de autor, sendo o Vinho do Porto um dos ingredientes destacados. Sem dúvida, a série estimulou a relação do Vinho do Porto com o mundo da ‘cockteleria’, mostrou que Vinho do Porto e a criatividade podem andar de mãos dadas e, acima de tudo, despoletou uma conversa que há muito devia ter sido iniciada.

Mais recentemente, como forma de dar resposta às perguntas mais procuradas na internet, criámos uma sequência de vídeos em jeito de tutoriais de YouTube: os ‘Portorials’. Nesta série, o espectador é levado numa viagem virtual pelos locais mais emblemáticos da cidade do Porto e do país, conhecendo a relação destes com o vinho. Esta jornada é conduzida por diferentes personalidades de destaque nas várias matérias.

DESTAQUE : UMA NOVA FORMA DE FALAR SOBRE VINHO DO PORTO 62 1882 N. 02

(Em cima) Vire a capa e entranhe-se em toda a sabedoria que a School of Port lhe pode proporcionar em relação a este fascinante vinho.

(Esquerda) Em menos de um ano, a School of Port qualificou cerca de 1570 pessoas online e organizou mais de 20 provas comentadas presenciais.

Continuamos com a partilha diária de conteúdos educativos de livre acesso como os infográficos, os posters e glossário da School of Port, que vão sendo atualizados periodicamente. As ‘expert Q&As’ (perguntas e respostas) de fim-de-semana são indubitavelmente um dos segmentos mais bem-sucedidos do projeto. Todos os sábados e domingos lançamos o repto para que os nossos seguidores no Instagram nos enviem as suas dúvidas sobre o Vinho do Porto e o Douro – quaisquer que elas sejam, até porque, there’s no such thing as a stupid question! (não existem perguntas estúpidas!). Já respondemos a mais de 200 perguntas, que podem ser consultadas nos destaques do Instagram ou no nosso website.

Mas as dúvidas ainda não estão todas desfeitas. Na verdade, este projeto tem um grande potencial para crescer. Tendo entrado em velocidade de cruzeiro no segundo ano de existência, há novas iniciativas na forja. Estejam atentos às novidades que irão surgir ao longo de 2022. Fiquem sintonizados à School of Port — brought to you by the port-mad people @symingtonfamilyestates (que vos é trazida pelos ‘doidos por vinho do Porto’ @symingtonfamilyestates).

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PORTFOLIO VINHOS – PRIMEIRO ANO AO LEME

Testemunho de Diogo Melo e Castro

Quando, às 00:01 horas do dia 1 de Janeiro de 2020, se abriram as garrafas de vinho do Porto, Champagne e espumante e, por esse Portugal fora, se ergueram as taças ao alto e com alegria se fizeram brindes de promessas e votos de sucesso, longe estávamos todos nós daquilo que o futuro imediato nos reservaria. De facto, o ano que então terminava, dava razões para acreditar, com um optimismo realista, de que os “anos de chumbo” da crise da dívida nacional, de 2011 a 2014, estavam definitivamente ultrapassados e pertenceriam apenas, de agora em diante, aos livros de História.

A crise inesperada provocada pela doença respiratória COVID-19, rapidamente declarada como pandemia, na qual Portugal embateu violentamente a partir de Março de 2020, veio trazer um travão abrupto à série de anos de crescimento das categorias de Vinho de Qualidade e Vinho do Porto, que o elevaram à liderança global no consumo per capita, na primeira e que revitalizaram energicamente a segunda. O País recolheu a casa, os hotéis, discotecas, restaurantes e cafés fecharam e o turismo evaporou-se. De um dia para o outro, as variáveis que tinham sido as principais alavancas de crescimento do nosso negócio, desapareceram. Restou-nos a forte dinâmica e capacidade de adaptação do Retalho, que com um enorme reforço dos seus

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(Em cima, direita) Bruno Prats e Diogo Melo e Castro brindam com jornalistas numa apresentação de vinhos da Prats & Symington, distribuídos em Portugal pela Portfolio Vinhos. A Portfolio Vinhos aproveita todas as oportunidades para tomar o contacto direto com os consumidores pelo país fora.

níveis de serviço online, manteve a cadeia de abastecimento sem disrupções de monta. No entanto, era notório que, por mais que o canal Off-trade (retalho) crescesse, era impossível que este viesse a cobrir todas as perdas inerentes ao encerramento a que o canal On-trade (hotelaria/restauração/bares) foi obrigado.

O forte impacto negativo no negócio, que os consecutivos confinamentos trouxeram ao longo do ano de 2020, levaramnos a questionar as bases da nossa estratégia de distribuição que, apesar de ter sido a razão por detrás de uma década de sucesso, demonstrou pouca robustez ao ‘teste de stresse’ que a pandemia representou, provando o seu esgotamento como fonte de crescimento. Assim, tornou-se imperativo redesenhar a abordagem ao Mercado e seguidamente dotar a Portfolio Vinhos dos meios necessários para a lançar numa segunda vaga de crescimento. A nossa visão de elevar a Companhia à posição de Empresa Referência em Portugal no sector, consentânea com a liderança que a nossa casa-mãe, “Symington Family Estates”, ocupa globalmente, assim o ditava.

Como ponto de partida da reconstrução do nosso ‘edifício’, começámos pelas suas fundações: definimos, então, os três pilares

onde a nossa estratégia assenta. Assim, de forma que a Portfolio Vinhos venha a ser um parceiro de negócio incontornável para o Trade e representante de marcas que os consumidores vão querer adoptar, teremos que:

1) GANHAR DIMENSÃO ter foco para construir uma distribuição ao mais alto nível

Servir o mercado, através de uma equipa especializada, motivada e capacitada, questionando e melhorando continuamente os nossos métodos e postura, de forma a atingir os resultados pretendidos, consumindo o mínimo de recursos possível e assegurando uma cadeia de valor equilibrada e sustentável no longo prazo.

2) GANHAR FINESSE ser a empresa de referência do sector

Representação de um leque, rico e complementar, de produtores reconhecidamente premium e super-premium para reforço

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e/ou construção da notoriedade e do valor das marcas que representamos.

3) GANHAR MÚSCULO construção de escala e de relevância para o Trade

Oferta de marcas líderes nos seus segmentos, de qualidade e notoriedade inquestionáveis que reforcem a posição da Portfolio Vinhos como um distribuidor incontornável para o Trade.

Seguidamente, identificamos quatro key-battlegounds (áreas de intervenção chave) onde queremos actuar e, para cada um, definimos os principais projectos onde aplicar as nossas energias, para a construção do ‘edifício’:

Key-Battleground

1:

Construção de distribuição de nível mundial. Lançámos várias iniciativas com vista a reestruturar a nossa operação e dotá-la dos meios e processos que o ambiente de negócio, crescentemente competitivo e predador, exige para se obter sucesso. Em linhas gerais, este plano passou por: redesenhar a estratégia de recursos humanos (equipa capacitada e motivada); criar um departamento de marketing de raiz (para aprofundar a proximidade ao mercado); alocar um recurso 100% dedicado à Riedel (gerou resultados excepcionais); formação específica para a equipa comercial (técnicas de venda e gestão de clientes); criação dos manuais de incentivos, de conduta e de concessão de crédito; estabelecimento do ciclo de planeamento anual, alinhado com o nosso accionista e restantes stakeholders;

reestruturação do serviço ao cliente (no intuito de atingir a cadeia de abastecimento perfeita); desenvolvimento de um sistema de gestão de desempenho (captação e retenção de talento).

Key-Battleground 2: Estratégia de distribuição – abordagem multicanal

Para ganhar relevância no On-trade, implementámos a New Way-of-Working, com a construção da rede nacional de Distribuidores Parceiros, apoiados pela nossa equipa de Ontrade e por alavancas de vendas, desenhadas à medida das especificidades regionais e das necessidades de cada marca. Para ganhar escala no Off-trade, a Portfolio Vinhos ainda precisa de reforçar a sua oferta com marcas que apresentem volumes de vendas significativos nos intervalos de preços que comandam o mercado (97,5% do vinho vendido em Portugal está posicionado abaixo de um PVP de 7,50€). Uma terceira área que mereceu a nossa atenção foi a abordagem DTC ( Direct To Consumer, ou direto ao consumidor), avaliámos a dimensão da oportunidade e o potencial risco e lançámos as bases para o projecto, cujo desenvolvimento decorrerá ao longo de 2022.

Key-Battleground 3: Gestão da carteira de marcas

Esta área passa essencialmente pela construção do valor (equity) das marcas que representamos, através da cuidada gestão de preços quer no On-trade quer no Off-trade e pela busca de novas marcas que complementem as que já representamos e por projetos familiares de destacada qualidade. Outros aspectos importantes passam pela melhoria da relação entre a Portfolio Vinhos e os produtores que esta representa (com a centralização

DESTAQUE : PORTFOLIO VINHOS – PRIMEIRO ANO AO LEME 68 1882 N. 02
As equipas da Portfolio e da Symington trabalham em estreita colaboração para alavancarem a notoriedade e distribuição dos vinhos da Symington Family Estates.

da relação no departamento de marketing); definição clara do que são as marcas estratégicas, de investimento, tácticas e de suporte; inovação em novas marcas e formatos (desafiando os produtores a saírem da sua zona de conforto); assegurar a eficiência da cadeia de abastecimento e gestão de stocks para garantir o melhor serviço aos clientes da Portfolio Vinhos.

Key-Battleground 4: Profitability

Num ambiente de negócio crescentemente competitivo, a via para sustentabilidade, a longo prazo, da nossa companhia tem forçosamente de passar por reforçar a cultura de rentabilidade de todos os negócios, de todas as operações e de todos os fluxos de trabalho que realizamos, diariamente. Dando apenas alguns exemplos, este processo passa por aspectos tão variados como: escrutínio sistemático e constante da cadeia de valor (de forma que todos os elos tenham margens saudáveis); elaboração de uma política comercial clara (saber exactamente o que não se quer fazer) e priorizar a cultura de premiumization, ou seja, a valorização de marcas premium — mais resistentes a guerras de preços.

Olhando, em retrospectiva para o ano que agora finda, enumerando todas as iniciativas que lançámos, que completámos e o tanto que ainda temos por fazer, quase que se torna difícil acreditar que apenas se passaram doze meses…

Mas de uma coisa temos todos a certeza na Portfolio Vinhos — o melhor ainda está para vir!!

A Portfolio Vinhos tem orgulho em ser o representante e distribuidor da Riedel, a referência mundial no fabrico de copos e outros acessórios para o vinho.

PORTO VINTAGE · UM VINHO, DUAS EXPRESSÕES

Resumo dos recentes Portos Vintage: Clássicos e Quinta Vintage

DESTAQUE : PORTO VINTAGE · UM VINHO, DUAS EXPRESSÕES 70
A Quinta da Senhora da Ribeira (Dow’s), um dos lugares mais isolados do Douro Superior.

O Vale do Douro é uma das regiões que reúnem algumas das características mais notáveis e desafiantes para a produção de vinho. Com grandes variações de altitude, exposição, solo e temperatura, o Douro tem variadíssimos microclimas que influenciam as características específicas de cada ano. Dado que as principais quintas de cada uma das nossas marcas de Vinho do Porto estão distribuídas por este terreno montanhoso, é necessária uma rara conjugação de fatores para que as condições imprescindíveis à produção de Porto Vintage clássico coincidam num mesmo ano.

A nossa abordagem é simples e define-se pelo que dispomos em cada ano. Apenas engarrafamos vinhos do Porto Vintage clássicos nos anos em que as condições na região duriense sejam consistentemente favoráveis ao longo do ciclo de crescimento e durante a vindima, conferindo maturações equilibradas que proporcionem vinhos de extraordinária complexidade. Este é o pináculo absoluto do que produzimos no Douro e o nosso compromisso passa por engarrafá-los somente em anos excecionais. Diz-nos a experiência, e a história, que tal acontece duas a três vezes por década.

Nos anos em que a qualidade é mais circunscrita ou limitada às melhores parcelas das nossas quintas, optamos por engarrafar pequenas quantidades de Porto Vintage de Quinta, ou seja a partir da produção de uma única propriedade. As nossas principais quintas, como a Quinta dos Malvedos da Graham’s, a Quinta da Senhora da Ribeira e a Quinta do Bomfim (da Dow’s), têm diversidade suficiente para proporcionar as características necessárias à produção de Porto Vintage de uma propriedade — individualmente. Em anos não declarados como Vintage, estes vinhos são do melhor que produzimos e representam a expressão máxima de terroirs específicos. Obviamente que nunca engarrafamos estes vinhos do Porto Vintage de quinta no mesmo ano em que anunciamos as nossas declarações clássicas de Porto Vintage, uma vez que aqueles representam os principais componentes destes últimos.

(Em cima) O profundo conhecimento das nossas vinhas ao longo do vale do Douro, permite-nos tomar as decisões mais acertadas no momento de decidir entre uma declaração ‘clássica’ e um engarrafamento Vintage Single Quinta.

(Direita) Cabe a cada geração consolidar a grande reputação que a nossa família possui como produtora de Portos Vintage excecionais.

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corresponde a apenas

compacto e talvez um pouco mais reservado comparativamente a outros Vintage de Quinta de 2018 que provei. Porém, gradualmente entranha-se e começa a revelar notas marinhas, de algas e ostras a insinuarem-se no fruto preto. No paladar é super macio no início com

Neal Martin, Vinous, junho de 2020 Dow’s Porto Vintage Quinta da Senhora da Ribeira 2018

2018 & 2019 PORTOS SINGLE QUINTA VINTAGE

Na sequência das declarações consecutivas — sem precedente na nossa história — de Porto Vintage clássico de 2016 e 2017, tivemos dois anos em que verificámos que a qualidade esteve localizada em determinadas quintas da nossa família.

2018 foi um ano em modo ‘montanha-russa’, turbulento, com seca de inverno, dilúvio na primavera e ondas de calor ao longo do período final de maturação. As equipas de viticultura enfrentaram os desafios ao longo do ano, mas foram recompensadas com bagos concentrados e excelentes maturações. Os rendimentos foram extremamente baixos, com apenas 950g por videira - 11% abaixo da média de 10 anos -, resultando em vinhos com uma impressionante concentração. Depois de analisar as melhores parcelas das nossas principais quintas, decidimos engarrafar pequenas quantidades de Porto Vintage das zonas de melhor produção. Refletindo o fantástico desempenho da Touriga Franca (casta tardia), que se distinguiu nos dias quentes da vindima, os vinhos caracterizam-se por aromas vivos e uma frescura e equilíbrio extraordinários.

DESTAQUE : PORTO VINTAGE · UM VINHO, DUAS EXPRESSÕES 74 1882 N. 02
“O Quinta da Senhora da Ribeira 2018
8% da produção da propriedade nesse ano. É mais
taninos saturados, apimentados e com uma estrutura assertiva que é a quintessência da Dow’s. Majestoso.”

2019 confirmou a incrível resiliência das castas do Douro em anos muito secos. A região confrontou-se com pouco mais de 50% da precipitação média expectável no período de inverno e quase nenhuma no verão. A capacidade de acompanhar de perto os ciclos variáveis de maturação e de ajustar o calendário da vindima permitiu potenciar o melhor das diferentes castas. Charles Symington e a sua equipa de viticultura demonstraram, mais uma vez, os seus conhecimentos, experiência e paciência para que se atingissem maturações equilibradas - resultando numa das mais longas vindimas dos últimos anos: seis semanas. A nossa recompensa foi um conjunto de castas com maturações bem conseguidas, proporcionando vinhos vigorosos e exuberantes.

Analisando a colheita de 2019, concluímos que a melhor expressão das castas provinha das nossas seis principais propriedades. Decidimos, por isso, engarrafar Porto Vintage a partir destas quintas —individualmente, na convicção de que não teríamos conseguido um resultado melhor se tivéssemos juntado os vários componentes em lotes de cada casa para declararmos um Porto Vintage clássico. Com um equilíbrio fabuloso entre os níveis de acidez e os teores de açúcar – refletindo a perfeita calendarização da vindima -, os vinhos mostram frescura e vivacidade notáveis, em contraste com a concentração de 2017 e 2018.

“Este vinho é mesmo intenso, com uma bela amplitude de notas de groselha preta, cereja, calda de mirtilo e redução de ameixa preta que vão desabrochando no palato, enquanto outras notas suculentas de alcaçuz, bolo inglês e chá compõem o pano de fundo. O longo final, de grande refinamento, sugere abundantes reservas para longa guarda. Uma das estrelas do ano.”

Vintage 2019

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2020 PORTOS VINTAGE DE EDIÇÃO LIMITADA

Após uma série de ciclos de crescimento e vindimas desafiantes com conjugações de condições sem precedentes, esperava-se um regresso à normalidade no Douro. O que 2020 mostrou, porém, foi que esta é a “nova normalidade”. O impacto das alterações climáticas já há muito que se faz sentir. As chuvas irregulares (geralmente níveis de precipitação inferiores, em termos absolutos) e as múltiplas vagas de calor ao longo dos meses de verão criam enormes desafios às equipas de viticultura e resultam em produções cada vez mais baixas. Felizmente, através do conhecimento multigeracional das nossas quintas, da experiência das nossas equipas no terreno e das múltiplas iniciativas de adaptação às mudanças do clima, somos capazes de trabalhar nestas condições para continuar a produzir vinhos de excelente qualidade, embora em volumes mais reduzidos.

‘Garra e recompensa’ foi a forma como caracterizámos a vindima de 2020, seguindo mais um ciclo de crescimento moldado por padrões climáticos recordes. Embora o inverno e o início da primavera ficassem próximos dos padrões de precipitação dessas épocas, as temperaturas foram mais elevadas do que o habitual. Todos os meses, com exceção de abril, foram

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consideravelmente mais quentes do que a média dos 30 anos. A vindima foi completamente diferente do que qualquer outra na nossa experiência. As castas, que normalmente amadurecem sequencialmente, tiveram de ser vindimadas ao mesmo tempo, o que nos obrigou a ser ainda mais seletivos, colhendo as uvas com grande precisão, em parcelas específicas e em função da altitude e localizações mais abrigadas do calor. As produções apresentaram-se incrivelmente baixas, mas em contrapartida fomos brindados com alguns vinhos de extraordinária complexidade com perfis únicos.

O facto de o terroir do Douro proporcionar uma tal variedade de microclimas constituiu uma enorme vantagem num ano como 2020. Depois de avaliar todos os melhores vinhos das nossas quintas em todo o Douro, ficou claro que a Sub-Região do Cima Corgo tinha produzido vinhos de qualidade extraordinária em quantidades mínimas, pelo que decidimos fazer um engarrafamento excecional, optando por produzir duas edições limitadas de vinhos do Porto Vintage da Graham’s e Warre’selaborados exclusivamente a partir de algumas das melhores parcelas das quintas do Cima Corgo. Estes Porto Vintage especiais registam os marcos históricos do 200.º aniversário da Graham’s e do 350.º aniversário da Warre’s.

Suckling, Jamessuckling.com, julho de 2022 Graham’s Porto Vintage 2020 Edição do Bicentenário

PORTO VINTAGE GRAHAM’S 2020 – EDIÇÃO DO BICENTENÁRIO

O Porto Vintage 2020 da Graham’s foi produzido a partir de vinhas de cotas elevadas, viradas a noroeste em três das quatro propriedades da Graham’s: Quinta dos Malvedos, Quinta da Vila Velha e Quinta do Tua. Este Porto Vintage é um lote único constituído por vinhos resultantes de fermentações conjuntas de Touriga Nacional e Touriga Franca; de Sousão com Touriga Nacional (proveniente dos ‘Stone Terraces’ - socalcos - da Quinta dos Malvedos); de vinhas velhas (mistura de castas) e de Alicante Bouschet.

O resultado é um Porto Vintage extraordinariamente opulento, intenso e fresco. Embora possua as marcas clássicas da Graham’s, o vinho é marcado por uma complexidade aromática única e camadas bem definidas de deliciosos sabores ricos e frutados.

Em 2022, lançámos apenas 3.000 garrafas (75cl) en primeur, numa edição especial comemorativa em caixas de madeira de 3x75cl. As garrafas replicaram o rótulo tradicional dos Portos Vintage Graham’s, usados em anos icónicos do século XX, como, por exemplo, 1963 e 1970.

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A Quinta dos Malvedos, um dos componentes de qualquer declaração clássica da Graham’s e um Porto Vintage de Quinta, em anos não declarados.
“Um Graham’s rico e suculento com muito iodo, ameixa preta e carácter de frutos silvestres. Também algumas especiarias e menta. Corpo entre meio porte e carregado, muito rico, pleno de sabores e com um final de boca interminável. Taninos finos e carácter muito refinado. Fresco e delicioso.”
James

(Direita) As parcelas de vinhas velhas da Quinta do Retiro da Warre’s, no vale do Rio Torto (afluente do Douro).

PORTO VINHAS VELHAS VINTAGE WARRE’S 2020EDIÇÃO DOS

350 ANOS

O Porto Vintage Warre Vinhas Velhas 2020 foi produzido exclusivamente a partir de um conjunto de vinhas com 80 a 100 anos de idade, com raízes bem fundas, cujas parcelas são lavradas com recurso a tração animal. Estas extraordinárias vinhas velhas localizam-se em duas quintas da Warre, a Quinta da Cavadinha e a Quinta do Retiro que produziram, respetivamente, apenas 380g e 240g por videira. Foi necessária a produção resultante de três videiras para produzir uma garrafa deste Porto Vintage, quando a produção de apenas uma é normalmente suficiente. As exposições mais frescas destas duas propriedades foram uma vantagem assinalável num ano tão quente como 2020 e mais uma vez as vinhas velhas provaram a sua incrível resistência.

Foi a primeira vez que produzimos um Porto Vintage Warre’s exclusivamente a partir das vinhas velhas destas duas propriedades. O vinho é intensamente frutado, com uma concentração e elegância inigualáveis que contrariam o que seria expectável, dadas as condições do ano.

Foram lançadas apenas 2.400 garrafas (75cl) en primeur em 2022, numa edição especial comemorativa em caixas de madeira de 3x75cl.

DESTAQUE : PORTO VINTAGE · UM VINHO, DUAS EXPRESSÕES 78 1882 N. 02

minúscula de apenas 2400 garrafas. Comemora os 350 anos da Warre’s.”

Jamessuckling.com,

Warre’s Porto Vintage 2020 Vinhas Velhas

2020 PORTOS VINTAGE DE QUINTA

A qualidade do Cima Corgo foi tal que também decidimos engarrafar e disponibilizar en primeur uma pequena quantidade de Dow’s Porto Vintage Quinta do Bomfim 2020. Também engarrafámos Dow’s Porto Vintage Quinta da Senhora da Ribeira e Cockburn’s Porto Vintage Quinta dos Canais 2020, que envelhecerão nas nossas caves para lançamento futuro. Decidimos não engarrafar Porto Vintage da Quinta do Vesúvio uma vez que a adega não funcionou em 2020 devido a restrições impostas pela covid-19. Este foi o primeiro ano desde que a adega foi construída – 1827 - em que nenhuma uva foi pisada nos nossos lagares de granito, decidindo-se por tal não produzir um Porto Vintage Quinta do Vesúvio, mantendo-nos assim fiéis à tradição.

OLHANDO PARA O FUTURO

Como resultado do impacto das alterações climáticas são esperados anos cada vez mais difíceis no Douro. Os ciclos de crescimento serão mais imprevisíveis; as vindimas ocorrerão provavelmente mais cedo e serão mais curtas; e as produções tenderão a ser mais baixas. No entanto, temos a nosso favor o facto de termos um conhecimento multigeracional das nossas vinhas, permitindo a sua boa gestão e de efetuar vindimas com precisão - assegurando que as uvas chegam às adegas na altura certa e nas melhores condições.

Os avanços introduzidos nas nossas vinhas e adegas capacitamnos para produzir excelentes Vinhos do Porto de forma mais consistente do que era possível aos nossos antepassados. E a pergunta mais frequente e óbvia é se tal significa declarações clássicas de Porto Vintage mais frequentes. Na nossa opinião, o patamar de qualidade subiu e continuaremos apenas a produzir Portos Vintage clássicos quando os vinhos em todas as nossas quintas se apresentarem uniformemente excecionais.

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“Aromas interessantes de grafite com violetas e amoras. Um Warre poderoso com taninos em primeiro plano, num estilo bastante seco para este produtor. Tem nervo e potência e um final muito longo. Complexo e fresco. Foram precisas três videiras para produzir uma garrafa. Vinhas velhas. Produção

QUENTE E RÁPIDO, FRIO E LENTO Uma visão geral das

vindimas de 2020 e 2021

DESTAQUE : QUENTE E RÁPIDO, FRIO E LENTO 80

A vindima de 2020: Determinação e recompensa

A vindima de 2020 foi marcada por dois desafios – um imediato e outro mais abrangente e, a prazo, muito mais preocupante. E, por falar em desafios, não podemos ignorar que as primeiras pessoas a plantar vinhas nas encostas do Vale do Douro fizeram-no com enorme determinação, esforço e garra. Não é surpresa, pois, que a atual geração de agricultores, trabalhadores agrícolas, técnicos de viticultura e enólogos no Douro tenham respondido ao desafio de se adaptarem às restrições da covid-19 serenos e resilientes. Ao mesmo tempo conduziram com sucesso mais uma vindima pautada pelas adversidades cada vez mais visíveis que a crise climática coloca no nosso caminho.

DESTAQUE : QUENTE E RÁPIDO, FRIO E LENTO 82 1882 N. 02

O impacto do coronavírus

Dado que a época de vindima é uma só, irrepetível, era essencial minimizar o risco de infeções provocadas pela covid. Implementámos um plano abrangente para criar bolhas de proteção em torno das equipas. Foram feitos testes a cada trabalhador nas adegas, introduzidas medidas de saúde e segurança no local, bem como proporcionado alojamento adicional e instalações para refeições, a fim de assegurar níveis elevados de distanciamento social.

Este foi o primeiro ano desde que adquirimos a Quinta do Vesúvio, em 1989 (e o primeiro desde que a adega foi construída, em 1827) em que nenhuma uva foi pisada nos nossos lagares de granito. Felizmente, pudemos recorrer aos nossos lagares modernos de pisa, por nós concebidos no final da década de 1990. Os dispositivos de pisar as uvas são equipados com almofadas de silicone, que efetivamente as pisam, simulando a ação dos pés humanos, proporcionando níveis fantásticos de cor, aroma e sabor. Só adotámos este método quando ficámos cabalmente convencidos de que (como demonstrado por exaustivas provas cegas comparativas) eram produzidos Portos pelo menos tão bons como aqueles produzidos pela pisa tradicional.

Um ciclo de crescimento precoce

Embora tenhamos estações meteorológicas em várias quintas do Douro Superior e Cima Corgo, usamos normalmente a Quinta do Bomfim, associada à Dow’s, no Pinhão, no coração da região, como barómetro das condições gerais no Douro. Este ano, os níveis de precipitação do inverno e do início da primavera foram mais ou menos conformes com a média. No entanto, temperaturas superiores ao normal (com um fevereiro particularmente quente, pelo menos 2°C mais alto do que a média dos últimos 30 anos) fizeram com que as vinhas saíssem do período de dormência três semanas mais cedo do que o habitual, com o abrolhamento a registar-se na Quinta do Bomfim a 3 de março. A floração também chegou duas semanas mais cedo do que o normal, começando a 5 de maio.

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(Esquerda) Vindima de 2020 - uma ‘rainha do Douro’? Na ‘Vinha Grande’ da Quinta da Senhora da Ribeira. (Em baixo, ao fundo) O cão do Charles Symington, Zimba, tenta convencer Carlos, caseiro da Quinta da Senhora da Ribeira, a partilhar o almoço.

Aquecimento: sinais preocupantes

Embora os níveis globais de precipitação para 2020 nos tenham tranquilizado, as temperaturas estiveram longe de o fazer. No Bomfim, todos os meses, exceto em abril, as temperaturas estiveram consideravelmente mais elevadas do que a tendência dos últimos 30 anos. O Douro teve o mês de julho mais quente de que há registo – 3,5°C acima da média da região. Também tivemos ondas de calor em junho, agosto e setembro, registandose picos durante vários dias com as temperaturas acima da média dos últimos 30 anos. Segundo o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), o período de janeiro a meados de setembro de 2020 foi o mais quente de que há registo. Globalmente, os climatologistas pensam que 2020 pode acabar por ser o ano mais quente de que há registo (16 dos 17 anos mais quentes desde que há registos – em 1850 – aconteceram

A boa notícia é que as nossas castas autóctones estão bem-adaptadas aos verões quentes e secos do Douro e demonstram uma diversidade de respostas naturais a condições difíceis (incluindo a

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desde 2000). (Esquerda) A roga na Quinta dos Canais a vindimar num dos anos mais quentes de que há memória. (Em baixo) A vindima na Quinta da Fonte Souto foi igualmente desafiante, mas habilmente gerida pelo Paulo Isidoro e toda a equipa.
“No Douro, estamos todos preocupados com as alterações climáticas. À medida que o clima mediterrânico se desloca para norte, enfrentamos um aumento das temperaturas médias, níveis de precipitação mais baixos e picos de temperatura mais frequentes.”
Charles Symington

redução do tamanho do bago e dos cachos e o abrandamento da maturação). Há também muito a ter em linha de conta – e estamos a fazê-lo – para nos adaptarmos a estas condições, desde técnicas básicas de gestão das copas (utilizando a armação das vinhas, a altitude e as exposições das vinhas a nosso favor) até inovações relativas a castas ancestrais, software de previsão climática, robôs de monitorização da vinha e estudos de stresse hídrico das vinhas. Contudo, temperaturas muito elevadas (acima dos 35°C) são, sem dúvida, um problema para a região.

Jogar com os planos de corte

Devido ao ciclo de crescimento avançado, tudo apontava para uma vindima antecipada. Sem praticamente qualquer chuva em junho ou julho, ficámos aliviados com a queda de 12,6 mm na Quinta do Bomfim, a 20 de agosto. No entanto, a chuva foi seguida de três vagas de altas temperaturas, que duraram até meados de setembro. Com o calor a neutralizar o benefício da água – e perante a ameaça de desidratação dos bagos –, começámos a vindimar uvas brancas (que

se encontravam em condições surpreendentemente boas) a partir do dia 25 de agosto, e as uvas tintas a partir do dia 1 de setembro.

Estas ondas de calor significaram que no início de setembro as produções estavam substancialmente abaixo das nossas previsões de julho (40% menos em algumas propriedades). Embora uma colheita mais pequena ajude na complicada logística da vindima no Douro (predominantemente manual e com frequentes carências de mão de obra), este ano as condições fizeram com que castas que geralmente amadurecem sequencialmente precisassem de ser colhidas ao mesmo tempo. Aconteceu com a Touriga Franca, tipicamente de maturação tardia, que decidimos vindimar ao mesmo tempo que a Touriga Nacional – situação raríssima. No entanto, as nossas experientes equipas no terreno adaptaramse excecionalmente bem, e as adegas receberam cada casta nas melhores condições possíveis.

O Douro é uma região de produções baixas, mesmo nos anos mais generosos, mas 2020 foi um ano particularmente curto. Em alguns locais do Douro Superior, registaram-se apenas 400 gramas por

videira. Os nossos rendimentos normais por hectare são quatro vezes inferiores aos de muitas outras regiões vinícolas. Quando se tem em conta os elevados custos de cultivo das nossas vinhas, não é de admirar que o único futuro viável e responsável para o Douro envolva o posicionamento premium na comercialização dos nossos fantásticos vinhos (Portos e DOC Douro).

O lado positivo

Felizmente, a contrapartida por termos navegado estes desafios foi que as produções incrivelmente baixas resultaram em alguns vinhos excecionalmente concentrados e retintos. As primeiras impressões – confirmadas por provas posteriores – foram de lagares particularmente promissores, com baumés equilibrados. Um ano comparável é 2009, que foi também um ano muito seco e quente, com baixas produções, que, no entanto, proporcionaram pequenas quantidades de vinhos intensos e bem-estruturados.

O destaque em 2020 vai para a Touriga Nacional, que produziu vinhos com excelente estrutura e boa acidez – notável, dadas as condições. O Sousão também teve muito bom desempenho. O Alicante Bouschet e a Touriga Franca foram castas ligeiramente mais afetadas pelas altas temperaturas, embora tenham apresentado muito boa qualidade a partir de encostas mais resguardadas e

(Em cima) Apesar do calor e da seca em 2020, as castas brancas, incluindo este Arinto na Quinta da Fonte Souto, produziram uvas em excelente condição.

(Direita) 2020 foi muito duro para as rogas; se vindimar uvas sob calor intenso não fosse suficiente, ter de o fazer com a obrigatoriedade do uso de máscara dificultou ainda mais.

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cotas mais elevadas. De realçar o impacto do Sousão e Alicante Bouschet nos nossos Vinhos do Porto de topo nos últimos anos, proporcionando bons níveis de cor, acidez e boa estrutura – o que tem sido especialmente importante em anos quentes e secos.

O facto de o terroir do Douro proporcionar uma grande variedade de microclimas é uma enorme vantagem num ano como 2020. É necessária uma rara conjugação de fatores para que a qualidade seja consistentemente excecional em toda a região (como foi o caso em 2011, 2016 e 2017). Os investimentos efetuados nas nossas vinhas e adegas nas últimas décadas significam que temos muito mais capacidade do que as gerações anteriores para produzir pequenas quantidades de Vinhos do Porto (e DOC Douro) de elevada qualidade, mesmo em condições tão desafiantes como as que tivemos de enfrentar em 2020.

Olhando para o futuro

No Douro, todos estão preocupados com as alterações climáticas. À medida que o clima mediterrânico se desloca para norte, enfrentamos um aumento das temperaturas médias, níveis de precipitação mais baixos e picos de temperatura mais frequentes. Embora as nossas castas sejam resistentes – e temos vindo a preparar-nos para as alterações climáticas há muitos anos –, é necessário fazer mais para que os viticultores se adaptem (incluindo ampla investigação sobre estratégias vitivinícolas, bem como políticas de irrigação responsáveis e sustentáveis).

ALENTEJO

Charles Symington

Quinta do Bomfim, Outubro 2020

Ao contrário da vindima veloz no Douro, na Quinta da Fonte Souto a vindima estendeu-se, surpreendentemente, por dois meses: de 19 de agosto a 14 de outubro.

O ano agrícola de 2020 pode ser descrito como bastante confuso – tivemos de estar muito atentos e no máximo das nossas capacidades para enfrentarmos sucessivos desafios. A primavera – muito húmida – foi complicada em termos de controlo de doenças e o verão – muito quente – colocou as vinhas sob grande pressão. Como se isto não fosse suficiente, as condições muito instáveis durante a vindima exigiram nervos de aço e grandes doses de paciência – tudo isto no contexto da pandemia em curso.

A partir de meados de setembro, com uma proporção substancial das uvas já vindimadas e devido a condições climáticas instáveis (chuva e queda brusca das temperaturas), tivemos de abrandar o ritmo da vindima e, no caso das castas que ainda não tinham completado o ciclo de maturação, interromper completamente o corte.

Lidámos bem com todos estes desafios, principalmente devido à resiliência e dedicação da nossa equipa, tanto no campo como

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2020 será por muitos lembrado como a ‘vindima covid’. Aqui, a equipa de adega da Senhora da Ribeira coloca as máscaras para iniciar novo turno.

(Esquerda) O ‘pantufa’, mascote da Quinta da Fonte Souto, incentiva os vindimadores.

(Em baixo) Em contraste com a vindima breve no Douro, na Quinta da Fonte Souto estendeuse ao longo de dois meses, entre 19 de agosto e 14 de outubro.

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na adega. A localização privilegiada da Fonte Souto, na Serra de São Mamede, foi outro fator muito influente, cujos enormes benefícios não podem deixar de ser enfatizados.

Este foi o ciclo de crescimento e a vindima mais exigentes desde a nossa chegada aqui, em 2017. Houve ocasiões em que foi necessário acelerar e muitas outras em que tivemos de abrandar, e ter boas doses de paciência. Dito isto, não poderíamos estar mais satisfeitos com os vinhos produzidos. Os brancos têm um perfil surpreendentemente fresco e vibrante e nos tintos a casta Syrah mostrou-se lindamente, enquanto a Alicante Bouschet (embora tenha entrado na adega ao cair do pano da vindima) também se apresentou muito promissora.

A Vindima de 2021: Um interlúdio fresco

Embora cada ano tenha características específicas definidas pelos caprichos do tempo, no Douro, durante a última década,

vivemos ciclos de crescimento tendencialmente quentes e secos e com vindimas difíceis de gerir. Por esta tendência, poderíamos cair na tentação de acreditar que cada ciclo e vindima sucessiva serão repetições do ciclo anterior. 2021 foi um claro indício de que a Natureza é imprevisível e que, apesar da trajetória que está, sem dúvida, a ser moldada pelas alterações climáticas, o Douro ainda tem a capacidade de surpreender e de nos afastar de qualquer sensação de complacência. Mostrou-nos também (o que nos anima) que a nossa região não está fadada a ter invariavelmente anos quentes e secos. O ano de 2021 lembrou-nos como os anos podem ter variações grandes no Douro e como isso nos dá vinhos com perfis interessantes e diversificados.

Após uma sucessão de anos muito quentes e secos, com colheitas mais curtas e produções bem mais baixas, 2021 acabou por ser como que um interlúdio neste padrão, com um dos ciclos de crescimento e uma das vindimas mais frescas de que há memória recente. Enquanto grandes extensões da Europa

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Contrastando com 2020, a vindima de 2021 no Douro teve um ritmo mais brando sob condições mais frescas e durou seis semanas.

experimentaram calor extremo (o mês de julho foi o mais quente alguma vez registado no continente), o Vale do Douro registou um verão invulgarmente fresco, sem quaisquer ondas de calor — que têm sido a norma na região nos últimos anos. Isto funcionou a nosso favor, uma vez que as condições mais moderadas encorajaram maturações mais lentas e graduais, com amadurecimento equilibrado em todas as castas. Noites surpreendentemente frescas, particularmente durante as fases iniciais do período de maturação, mas também durante a vindima, foram um benefício adicional que contribuiu para níveis de acidez excelentes e muito boa cor dos mostos – as duas características que mais impressionaram as equipas de viticultura e enologia em 2021.

Uma vindima em ritmo lento

As previsões meteorológicas que antecederam a vindima, e durante a mesma, revelaram-se menos fiáveis do que em anos anteriores, sendo frequentemente bastante enganadoras,

mudando constantemente num curto espaço de tempo. Isto obrigou-nos a estar em estado de alerta constante e preparados para rápidas tomadas de decisão, especialmente no início da vindima. No final de agosto, estava previsto que as condições climatéricas permanecessem quentes e secas, mas a partir dos primeiros dias de setembro o tempo tornou-se instável e tivemos chuva abundante nos dias 1 e 2. Isso foi em grande parte benéfico e abrandámos o ritmo no início da vindima para permitir que as vinhas aproveitassem ao máximo esta chuva. Felizmente, o céu limpo não tardou em voltar e tivemos boas condições para a progressão das maturações e assim cumprir o calendário da vindima.

Começámos a vindimar Sousão no dia 30 de agosto, seguida de perto pela Alicante Bouschet, duas castas que tiveram um desempenho particularmente bom. Alguns dos vinhos da Sousão mostraram-se incríveis e a Alicante Bouschet revelase cada vez melhor, especialmente agora que as plantações que temos vindo a fazer desta casta começam a atingir a

maturidade. Estamos satisfeitos por termos apostado nestas duas castas — temos liderado a sua reabilitação no Douro ao longo das últimas duas décadas.

Nos dias 13 e 14 de setembro, regressou a instabilidade do tempo, tendo-se registado mais alguma chuva abundante, variando entre os 20 mm nas nossas quintas do Cima Corgo até pouco mais de 30 mm no Douro Superior.

Apesar da chuva, a Touriga Nacional mostrou-se muito bem, aproximadamente a meio da vindima. Foi vindimada na altura certa, começando no dia 18, para permitir alguns dias de pausa após o segundo grande período de chuva do mês. Os vinhos produzidos com base nesta casta determinante mostraram-se muito promissores, com boas cores e aromas ligeiramente mais contidos que o habitual, mas com equilíbrio e elegância exemplares. As graduações Baumé, entre os 13° e 14°, apresentaram-se ideais, originando vinhos equilibrados.

A chuva e as temperaturas mais frescas ditaram um ritmo mais lento durante toda a vindima, facilitando a sua gestão (condições muito quentes impõem muita pressão no ritmo da vindima, muitas vezes forçando as equipas ao limite). No Cima Corgo, tivemos quase o dobro da média mensal de precipitação (Bomfim e Malvedos) e quase três vezes mais do que a média no Douro Superior (Canais, Vesúvio). Foi de facto uma vindima

longa, que se prolongou por mais de seis semanas, contrastando fortemente com a vindima curta do ano passado, que mal chegou a durar um mês.

As condições meteorológicas durante a vindima nem sempre se mostraram ideais, mas felizmente os períodos de chuva foram circunscritos a curtos intervalos de 24-36 horas e eventuais consequências adversas foram bem inferiores ao que o volume de chuva faria prever.

Tourigas sobrepostas

Pouco antes da vindima, as previsões apontavam para a possibilidade de uma sobreposição no corte da Touriga Nacional e da Touriga Franca, quando normalmente toda a Nacional é vindimada antes de começar a Franca. Este ano, era provável que a Touriga Franca (casta de maturação tardia) amadurecesse mais cedo, porque, embora o ciclo de crescimento fosse mais fresco, ele começou mais cedo (o abrolhamento deu-se três semanas mais cedo do que a média). Além disso, devido à ausência de ondas de calor, não houve interrupções na progressão das maturações.

As previsões confirmaram-se e começámos de facto a vindimar, nalgumas propriedades, Touriga Franca em simultâneo com Touriga Nacional. Esta provou ser, porventura, uma das melhores decisões que tomámos, porque ao anteciparmos a vindima desta

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(Em cima e à esquerda) Na Quinta da Fonte Souto, 2021 foi um ano de elegância, com os níveis de acidez e exuberância aromática que se esperam de um ano fresco.

(Esquerda, 1ª imagem) Bernardo Nápoles, enólogo responsável pela adega dos Malvedos, pousa para a câmara com a sua equipa, junto à entrada da pequena adega.

(Em baixo) A roga entra pelos bardos de vinha velha nas parcelas de socalcos (muros de suporte em pedra) na Quinta do Retiro durante a vindima de 2021.

(Direita) A chuva que caiu em meados de setembro, até 30 mm no Douro Superior, abrandou o ritmo da vindima, aqui na Quinta dos Canais.

(Página ao lado) Uma vindimadora nos muros de pedra (Stone Terraces) na Quinta dos Malvedos.

casta nas melhores parcelas garantimos que chegasse às adegas em muito boas condições – antes do 3º período de chuva do mês. Alguma da Touriga Franca ficou por vindimar e mais para o final da vindima foi afetada pelas condições mais húmidas.

Produzimos alguns vinhos muito bons – tanto Portos como DOC Douro. Se tivéssemos de destacar as estrelas da vindima, seriam a Touriga Nacional (uniformemente excelente) e a Sousão (da qual fizemos alguns lotes fora de série). A Touriga Franca que colhemos em boa hora foi também excelente, com ótima acidez e muito boa cor, apesar das graduações um pouco abaixo de outros anos.

Embora as produções (kg/vinha) nas nossas quintas tenham sido 10% inferiores à média de 11 anos, a produção total foi 24% superior à do ano passado — que foi um ano bastante curto.

Homens e máquinas

A dificuldade crescente em encontrar pessoas em número suficiente para vindimar continuou e, mais uma vez, ficou claro que a demografia do Douro reflete um rápido envelhecimento da população. Tal como em anos anteriores, não conseguimos reunir trabalhadores suficientes para a vindima em cada uma das nossas propriedades, mas felizmente a situação foi mitigada pelo ritmo mais lento da mesma, o que aliviou a pressão sobre as nossas equipas no terreno.

As nossas máquinas de vindimar Symington-Hoffmann, tiveram um desempenho melhor do que nunca. Agora no seu sexto ano de utilização (na maioria dos quais em fase de desenvolvimento), sentimos que tanto as máquinas como os seus operadores deram realmente o seu melhor durante esta vindima, com os problemas inerentes a novos sistemas largamente ultrapassados. Sem dúvida que as condições de tempo mais frescas influenciaram positivamente a fiabilidade e produtividade das máquinas.

As robustas medidas de contenção da covid-19 (incluindo testes regulares) funcionaram tão eficazmente como em 2020. O facto de todo o nosso pessoal estar vacinado fez obviamente a diferença. Infelizmente, ainda não estavam totalmente reunidas as condições necessárias para voltar a pisar a pé nos lagares de granito da Quinta do Vesúvio. Esperamos voltar ao normal na vindima de 2022.

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ALENTEJO

Charles Symington

Quinta do Bomfim, Outubro 2021

A vindima na Quinta da Fonte Souto, em Portalegre, foi ainda mais longa do que no Douro, começando a 17 de agosto e terminando a 8 de outubro. A primeira casta a ser vindimada foi a Verdelho, seguida de perto pela Aragonês, o primeiro corte desta especificamente programado para o nosso novo vinho rosé. O Arinto foi vindimado a partir do final de agosto, de forma faseada a fim de produzir vinhos (brancos) com perfis diferenciados, embora a partir do mesmo material-base. Durante a primeira quinzena de setembro, vindimámos um segundo lote de Aragonês (desta vez para os vinhos tintos) e começámos a vindimar o Alfrocheiro.

Um julho fresco criou boas condições para excelentes níveis de acidez nas uvas brancas, que entraram na adega com aromas frescos e expressivos. Durante meados de agosto, uma subida considerável das temperaturas provocou um rápido avanço nas maturações e — não obstante o julho fresco — pensámos que adiantaria a vindima, mas não foi o caso. As temperaturas mais baixas e a chuva voltaram no final do mês, atrasando as maturações e levando-nos a pausar a vindima, que só foi retomada a partir de 16 de setembro — para os tintos restantes: Alicante Bouschet, Syrah, Touriga Nacional e Trincadeira.

Este foi um ano de elegância, com a acidez e a exuberância aromática que se esperaria de um ano fresco, complementando a textura muito fina e equilíbrio irrepreensível revelados pelos vinhos.

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Temperatura e precipitação: desvio da média (%) no Pinhão (Quinta do Bomfim) 1980 – 2021.

Precipitação mensal em comparação com a média, estação meteorológica da Quinta do Bomfim, anos de 2020 e 2021.

Temperaturas médias mensais comparadas com a média de 30 anos (Estação meteorológica da Quinta do Bomfim).

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2019
precipitação
2020
precipitação (mm) Precipitação: média
anos. 2019
médias mensais (°C) 2020
médias mensais (°C) Médias mensais (média
anos) Desvio médio da temperatura da média de 30 anos 2.0ºC 1.5ºC 1.0ºC 0.5ºC 0.0ºC -0.5ºC -1.0ºC -1.5ºC -2.0ºC 2017 1995 1982 2012 1981 2008 1994 1980 1992 1983 2015 2011 2002 1999 2018 2014 2013 2006 2000 2007 1988 1986 1985 1984 1993 1996 2016 2010 1987 2009 2004 1997 2019 2021 2020 2005 Precipitação: Percentagem de desvio da média no período 1980 - 2021 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 140% 160% 180% 200% dry dry wet wet warm warm cold cold 30ºC 25ºC 20ºC 15ºC 10ºC 5ºC 0ºC 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Mês (mm) NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT 91.4 59.2 70.0 139.8 53.4 99.2 61.4 53.0 84.1 3.4 140.6 87.0 64.2 0.2 84.6 65.4 71.8 46.9 25.6 18.8 45.8 1.0 21.4 27.7 2.6 0.2 12.2 15.6 0.2 11.7 13.4 60.6 34.3 92.6 50.6 54.5
- 2020
(mm)
- 2021
de 30
– 2020:
– 2021:
dos 30
A Quinta dos Malvedos da Graham’s: a parcela de muros de pedra, virada a norte.

O VINHO COMO UMA FORÇA PARA O BEM

As famílias produtoras de vinho

podem desempenhar um papel de liderança em relação aos desafios de sustentabilidade do século XXI

DESTAQUE : O VINHO COMO UMA FORÇA PARA O BEM 98
Rob Symington

Após uma década a trabalhar e a cimentar um negócio em Londres, foi-me dada a oportunidade de regressar a Portugal e de me juntar à empresa de vinhos familiar, a Symington Family Estates. Para muitos, esta seria uma oportunidade irresistível, mas eu tinha uma preocupação – e grande! Interrogava-me sobre se a organização compreendia os desafios ambientais que enfrentamos? E estariam motivados para lidar com eles? Temia que ingressar no setor (do Vinho do Porto) pudesse ser como recuar no tempo, para uma era em que a luta com questões complexas como a sustentabilidade não estivesse na agenda.

Na Symington, há aspetos do que fazemos que são tradicionais (o Vinho do Porto não é produzido numa fábrica e muitos dos nossos processos de produção, da vinha à adega, seriam reconhecidos mesmo pelo meu bisavô). No entanto, quando regressei ao Porto, fiquei aliviado. A equipa tinha os olhos postos no enorme desafio das alterações climáticas, estando seriamente empenhada nas questões sociais da nossa região. Compreendia que a saúde da empresa é indissociável da saúde do ambiente que nos rodeia e das comunidades que vivem e trabalham nas regiões onde atuamos.

A zona de conforto de um produtor de vinho é falar da beleza das suas vinhas, da especificidade do seu terroir e da qualidade dos seus vinhos. Até muito recentemente, a maioria das discussões sobre sustentabilidade era vista como mero exercício de relações públicas, fazendo passar mensagens seguras e previsíveis, tipo “cuidamos da nossa terra” ou “trabalhamos em estreita colaboração com a comunidade local”. O vinho tem beneficiado ser visto como um produto natural, com uma leve pegada ambiental, e tem conseguido evitar as críticas apontadas a outros setores. Como resultado, as empresas de vinho familiares não estão habituadas a falar sobre questões sociais ou ambientais (além de assegurarem que é cumprida toda a legislação e de dizerem as coisas certas nas alturas certas).

Contudo, em muitos aspetos, as empresas produtoras de vinho, especialmente as familiares, estão bem posicionadas para desempenhar um papel de liderança em matéria de sustentabilidade. Como agricultores, estamos completamente dependentes dos caprichos dos deuses da chuva e da temperatura. Quer queiramos quer não, estamos na linha da frente da luta contra as alterações climáticas. O forte sentido de comunidade em muitas regiões vinícolas faz com que o setor do vinho possa apontar o caminho das boas práticas empresariais neste enquadramento. Além disso, a nossa mentalidade empresarial é geracional: sim, precisamos de gerir negócios viáveis, mas as empresas familiares tendem a ser motivadas pela sustentabilidade económica a longo prazo e não pelos lucros a curto prazo.

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“Felizmente, nos últimos anos assistimos a uma rápida mudança na consciência pública sobre a crise climática, assim como a uma maior procura de produtos sustentáveis e éticos por parte dos consumidores e a uma resposta correspondente por parte das empresas.”

Alterações climáticas – produtores de vinho na linha da frente

Como quaisquer agricultores, tem sido impossível aos produtores de vinho ignorar as alterações climáticas das últimas décadas. Atendendo a importância do terroir e à extrema sensibilidade das vinhas às condições climáticas, o setor do vinho é altamente influenciado pelas perturbações causadas pela crise climática. Somos um ‘canário na mina de carvão’ para a comunidade agrícola global.

Temos também a boa fortuna de produzir um produto com o qual as pessoas têm fortes ligações. O vinho é emocional – representa cultura, história e geografia – e os melhores vinhos contam histórias fantásticas sobre locais específicos. Isto dá-nos bases para falarmos sobre as alterações climáticas – o que estamos a fazer para nos adaptar, bem como demonstrar o nosso trabalholíder para reduzir as nossas próprias emissões. Isto não é tratar a sustentabilidade como um mero exercício de relações públicas –será, antes, responder de forma decisiva a uma ameaça existente.

O Vale do Douro (onde a minha família gere a maior área de vinha de letra ‘A’) é uma região de extremos – caraterizada por invernos frios e verões quentes e secos. Estas condições criam um microclima perfeito para a produção de vinhos do Porto, bem como de vinhos tintos de grande estatura. A orografia montanhosa permitiu também a uma nova geração de viticultores produzir uma gama de elegantes vinhos brancos tirando partido das cotas mais elevadas. No entanto, este terroir de frágil equilíbrio está a ser perturbado pelas alterações climáticas – com os sinais de alerta a aumentar nos últimos anos e a sensação de que a próxima década vai precipitar a aceleração dos desafios a enfrentar.

Em 2012, o nosso responsável de I&D em viticultura, Fernando Alves, foi coautor de um artigo com o Professor Gregory Jones (da Universidade do Sul do Oregon), intitulado “Impact of climate change on wine production: a global overview and regional

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(Em cima e direita) As nossas coleções de castas na Quinta do Bomfim, Quinta do Ataíde e Quinta da Tapadinha, estão a dar-nos importantes dados sobre quais as castas mais resistentes à seca e ao calor.

assessment in the Douro Valley of Portugal”. Utilizando dados das estações meteorológicas de Vila Real, Régua e Pinhão, demonstrou-se que, entre 1967 e 2010, o Vale do Douro registou um aumento de 1,3°C na temperatura média, enquanto o aumento médio ao longo de todo o ciclo vegetativo, desde o abrolhamento até à vindima, foi de 1,7°C. Entre estas datas, em média, há um incremento de 16 dias por ano em que as temperaturas ultrapassam os 35°C, aumentando assim a incidência da ocorrência de ondas de calor.

Na década desde que este artigo foi publicado, assistimos a uma aceleração destas tendências. Em 2020 foi registado o mês de julho mais quente de sempre no Vale do Douro, +3,5°C acima da temperatura média do referido mês para a região. Ao longo de 2020, assistimos a ondas de calor em junho, agosto e setembro, com picos de vários dias acima da média das temperaturas máximas em 30 anos (para cada mês). Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o período de janeiro a meados de setembro de 2020 foi o mais quente de que há registo. Enfrentamos atualmente em Portugal uma grave seca desde o inverno, com mais de 90% do país a viver condições de seca “elevada” ou “muito elevada”.

A videira é uma planta extremamente resiliente e pode sobreviver a grandes alterações das condições. Além disso, as castas autóctones portuguesas adaptam-se bem a condições secas e quentes. Mas uma coisa é a videira sobreviver a grandes privações, outra coisa é sobreviver e conseguir continuar a produzir fruto da qualidade exigível para a produção de vinhos de elevada qualidade. Durante as ondas de calor dos últimos anos, verificamos que as nossas vinhas se defendem nas condições mais extremas, sacrificando (ou diminuindo) a produção do seu fruto. Isto significa que a fotossíntese é interrompida, o que provoca atrasos e perturbações nas maturações, podendo, no limite, condicionar a qualidade.

condições. Além

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“A videira é uma planta extremamente resiliente e pode sobreviver a grandes alterações das
disso, as castas autóctones portuguesas adaptam-se bem a condições secas e quentes. Mas uma coisa é a videira sobreviver a grandes privações, outra coisa é sobreviver e conseguir continuar a produzir fruto da qualidade exigível para a produção de vinhos de elevada qualidade.”

Adaptação ao novo normal

Na Symington, temos vindo a investigar o impacto das alterações climáticas nas nossas vinhas há muitos anos. Em 2014, plantámos a primeira de três coleções de castas para estudarmos a capacidade de as variedades ancestrais produzirem uvas de alta qualidade em condições quentes e secas. Muitas destas castas (com nomes curiosos, como Cornifesto, Bastardo e Malvasia Preta) saíram do grupo de preferências dos viticultores portugueses, devido ao seu baixo rendimento em comparação com outras castas. Mas acreditamos que algumas das cerca de 50 castas que estamos a estudar possam ter grande potencial para produzir vinhos de alta qualidade mesmo num futuro dominado pelas alterações climáticas. Partilharemos as nossas últimas conclusões no Congresso Internacional Terroir – Simpósio ClimWine, em Bordéus, em julho de 2022 (ver página 130).

Somos também parceiros num consórcio a nível da UE que desenvolveu um robô de monitorização autónomo da vinha, VineScout, que nos permite recolher dados em tempo real sobre as condições climáticas na vinha, de forma muito precisa e detalhada. Proporciona-nos uma visão raio-x do impacto das alterações climáticas em parcelas muito específicas da vinha – e ajuda a orientar intervenções, como a rega gota a gota ou a escolha para a localização de uma nova vinha. Numa linha semelhante, temos participado num outro projeto da UE denominado VISCA. Foi elaborado um software de previsão climática de longo alcance para os viticultores compreenderem o impacto provável das alterações climáticas nas suas vinhas daqui a 10, 20 e 30 anos.

Reduzir o nosso contributo para o problema

Durante muitos anos, o setor do vinho andou com a cabeça enterrada na areia no que respeita a alterações climáticas. Penso que isto se devia à falta de conhecimento e compreensão sobre a gravidade da ameaça combinada com uma falta de confiança de falar em público sobre como e porquê os produtores poderiam reduzir as suas próprias emissões. Além disso, é compreensível que os pequenos e médios produtores (que constituem a maioria dentro do setor) possam sentir que, embora a crise climática fosse

John Simpson, respeitado veterano jornalista da BBC, disse: ‘Quando a crise provocada pelo coronavírus acabar, lembrar-nos-emos de que há algo infinitamente pior e mais destrutivo a pairar sobre nós: a ameaça ao planeta. Se conseguimos parar o Mundo por causa de uma doença, não poderemos trabalhar juntos para fazer o que é necessário para nos salvarmos do desastre que se avizinha’? É a pergunta mais acertada.

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profundamente preocupante, não lhes cabia falar sobre o assunto ou assumir a responsabilidade pelas suas pegadas de carbono.

Felizmente, nos últimos anos assistimos a uma rápida mudança na consciência pública sobre a crise climática, assim como a uma maior procura de produtos sustentáveis e éticos por parte dos consumidores e a uma resposta correspondente por parte das empresas. No setor do vinho surgiram vozes mais fortes – de interlocutores experientes, como Miguel Torres Senior (Família Torres) a líderes mais jovens, como Katie Jackson (Jackson Family Wines). Em 2019, a Jackson e a Torres fundaram uma organização associativa, a International Wineries for Climate Action (IWCA), que lidera agora a resposta do setor à crise climática, com um quadro rigoroso de objetivos de redução de CO2, diretamente ligados às metas de emissões — com base científica — da ONU.

A nossa empresa foi das primeiras a aderir à IWCA, em 2020. Hoje em dia, o número de membros aumentou, e inclui produtores de todo o Mundo, incluindo Spottswoode (Califórnia), VSPT Group (Chile) e Yealands (Nova Zelândia). Os novos membros candidatos incluem Champagne Lanson (França), Famille Perrin (França), Ridge Vineyards (Califórnia), Sula Vineyards (Índia) e Yalumba (Austrália).

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Durante as três últimas vindimas, temos estado a testar um equipamento que captura o CO2 dentro das cubas de fermentação, com vista à sua transformação em carbonato de cálcio, utilizado para corrigir o pH do solo das nossas vinhas. Esta é apenas uma das muitas medidas que estamos a tomar para reduzir a pegada de carbono – desde a redução do peso das garrafas de vidro, passando por iniciativas de reflorestação e de repovoação de espécies selvagens (rewilding) em zonas de mata natural dentro das nossas propriedades no Douro e Alto Alentejo.

No setor do vinho persiste alguma resistência nas empresas para se responsabilizarem pelas suas pegadas de carbono. É a realidade, apesar de fazer parte das boas práticas empresariais assumidas há anos por grandes empresas mundiais — privadas e públicas. Um CEO de uma conhecida empresa vitivinícola disse-me recentemente que nenhum Conselho de Administração assinaria metas de redução de emissões de carbono se não soubesse que as conseguiria cumprir. De facto, os produtores que aderiram a objetivos de redução das emissões de carbono com base científica estão a fazê-lo porque demonstra a liderança necessária para exercer uma pressão positiva ao longo de toda a cadeia de fornecimento no setor – desde fabricantes de garrafas a empresas de transporte –, sendo cada vez mais um pré-requisito para uma estratégia de sustentabilidade credível.

Do paradigma de ver a sustentabilidade como um simples exercício de relações públicas, infelizmente ainda há muitas pessoas ligadas ao vinho dispostas a encetar debates, mas não a tomar medidas concretas. Na Symington, estamos longe de ser perfeitos. Temos muito por fazer para reduzir a nossa pegada ambiental e aumentar o impacto positivo da nossa atividade empresarial no que ao ambiente e à sociedade diz respeito. Precisamos de redobrar esforços na mudança de mentalidades e investir em novas tecnologias. No entanto, temos um firme compromisso para colocar a sustentabilidade no âmago da nossa atividade. Não a encaramos como um exercício de comunicação corporativa, vemo-la antes como um propulsor estratégico fundamental. É um catalisador para traçar o caminho futuro da nossa empresa e de assegurar que teremos a resiliência para enfrentar os desafios vindouros.

(Em cima) Na Quinta da Cavadinha temos algumas parcelas de vinhas seculares, mas é também aqui que, desde 1997, temos vindo a desenvolver estudos importantes numa vinha experimental, nomeadamente no que se refere às melhores combinações entre porta-enxertos e castas.

(Em baixo) As vinhas ‘Stone Terraces’ (socalcos) com exposição nascente na Quinta dos Malvedos. Existem também parcelas com exposição poente e norte. A extraordinária variedade de terroirs no Douro constitui uma enorme mais-valia para as estratégias de adaptação às alterações climáticas.

DESTAQUE : O VINHO COMO UMA FORÇA PARA O BEM 106 1882 N. 02

A evolução de uma empresa no século XXI

À medida que a consciência dos nossos desafios ambientais aumentou, surgiu um debate público mais amplo: qual é o papel das empresas face às grandes ameaças sistémicas? Será que o modelo capitalista requer reforma? Não se trata de idealismo nem extremismo; é amplamente aceite que o modelo de progresso do século XX necessita de uma urgente reformulação, para evitar impactos ambientais devastadores — mesmo durante a duração de vida daqueles que hoje habitam o planeta.

Lionel Barber, diretor do ‘Financial Times’, escreveu recentemente que ‘o modelo capitalista liberal tem proporcionado paz, prosperidade e progresso tecnológico nos últimos 50 anos, reduzindo dramaticamente a pobreza e elevando o nível de vida em todo o Mundo’. Mas na década desde a crise financeira global o modelo tem estado sob pressão, particularmente o enfoque na maximização dos lucros e do valor para os acionistas. Estes princípios de bons negócios são necessários, mas não suficientes. Chegou, pois, a altura dum reset — dum reiniciar.”

John Simpson, respeitado veterano jornalista da BBC, disse: ‘Quando a crise provocada pelo coronavírus acabar, lembrar-nos-emos de que há algo infinitamente pior e mais destrutivo a pairar sobre nós: a ameaça ao planeta. Se conseguimos parar o Mundo por causa de uma doença, não poderemos trabalhar juntos para fazer o que é necessário para nos salvarmos do desastre que se avizinha’? É a pergunta mais acertada.

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Temos um compromisso social, económico e ambiental nas regiões onde operamos. O nosso Fundo de Impacto proporciona financiamento a instituições de beneficência locais e a outras entidades tais como as corporações de bombeiros voluntários, às quais temos vindo a fazer doações, anualmente, de ambulâncias e equipamentos para o combate aos incêndios.

Um compromisso para com as pessoas e o planeta

Na minha opinião, o melhor catalisador para uma empresa transformar a sua perspetiva de sustentabilidade - enquanto apenas marketing - num motor de mudança, é contratar auditores externos que a obriguem a cumprir certas normas e objetivos e a ser regularmente auditada, para assegurar que as metas são atingidas. Compromissos assumidos publicamente são uma forma eficaz de uma organização não recear o escrutínio neste domínio.

Em 2018, pouco depois de ter ingressado na nossa empresa familiar, foi-me pedido que organizasse o dia dos nossos Gestores Sénior, em torno do tema da sustentabilidade. A minha empresa anterior ( Escape the City) tinha sido uma das primeiras no Reino Unido a receber a certificação B Corporation — a certificação de sustentabilidade empresarial mais abrangente do Mundo, englobando governação, ética, ambiente, equipa,

comunidade e cadeia de fornecimento. Convidei o Luís Amado, gestor da B Corp em Portugal, para se dirigir à nossa equipa e explicar a lógica do enquadramento e a necessidade urgente de mais empresas aderirem a este tipo de padrões empresariais.

Nessa altura, não tinha expetativas de que a liderança da empresa concordasse com um compromisso tão rigoroso. Fiquei agradavelmente surpreendido quando o nosso CEO, Rupert Symington, no final do dia, me transmitiu que ‘este era exatamente o tipo de enquadramento que devíamos seguir’. Estou orgulhoso por termos sido a primeira empresa de vinhos em Portugal a obter o Certificado B-Corp (em julho de 2019), juntando-se a um movimento global de empresas empenhadas em cumprir os mais elevados padrões de desempenho social e ambiental e práticas empresariais responsáveis e éticas.

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Tornar-se uma B Corp não é apenas uma boa certificação de sustentabilidade: passa também pela alteração dos estatutos legais da empresa, para obrigar os seus diretores a colocar as considerações sociais e ambientais no mesmo patamar das considerações financeiras. O modelo B Corp foi concebido como um roteiro, com recertificação de três em três anos, para obrigar as empresas a adotar um programa de melhoria contínua.

Claro que existe um benefício de reputação em ser uma B Corp (verão o logótipo “B” nos contrarrótulos de todas as nossas garrafas), mas existe também um risco de reputação: ninguém quer perder esse estatuto. Quem o possui, está a subscrever normas de comportamento empresarial muito mais rigorosas do que as leis que regem os negócios normais. O grau de exigência é superior.

Tornar-se uma B Corp foi um passo natural para uma empresa de vinho familiar que já possuía fortes valores ambientais e sociais. Mas também mudou a nossa identidade de formas subtis, mas não menos importantes. Será normal agora ouvir os colaboradores da Symington dizerem ‘Bem, como uma B Corp, penso que a forma correta de procedermos é...’ Não nos estamos a apresentar como um modelo de virtude nem pensamos que podemos resolver sozinhos os inúmeros desafios sociais e ambientais que enfrentamos, mas dar este passo assegurou que estamos a trazer rigor, estrutura e responsabilização a uma área que tem estado repleta de opacidade, confusão e grandes afirmações de ação, mas por vezes sem conteúdo.

Empresa ativista

Como acima mencionei, é desconfortável para uma empresa pronunciar-se sobre questões sociais e ambientais. Não podemos ser todos tão audazes como a Patagonia, a Innocent Smoothies ou a Ben & Jerry’s. Os líderes empresariais tendem, compreensivelmente, a afastar-se de quaisquer comunicações que sejam políticas ou tendenciosas.

No entanto, o Mundo mudou drasticamente nos últimos anos. A consciência da sociedade (e a preocupação do público) relativamente à crise ambiental é muito elevada. Quer queiramos quer não, as pessoas que compram os nossos produtos querem saber se somos uma empresa responsável, com um forte plano de sustentabilidade. Dois terços dos consumidores dizem escolher determinadas marcas devido à sua posição em questões sociais (segundo Alain Jope, CEO da Unilever) e 66% das pessoas estão preparadas para pagar mais por marcas sustentáveis (estudo da Nielsen de 30 mil consumidores em 60 países). Esta pressão está a chegar até nós, como produtores de vinho, ao longo de toda a cadeia – desde os consumidores finais aos retalhistas, importadores e jornalistas. Saúdo-a, porque pode funcionar como uma alavanca de mudança positiva para o setor do vinho.

Na Symington, lançámos recentemente um Fundo de Impacto que proporciona o financiamento de subvenções a causas sociais e ambientais na nossa região. Fizemo-lo porque sentimos que é correto devolver às comunidades onde operamos, mas também acreditamos que é do nosso próprio interesse que a nossa região seja financeira, social e ambientalmente viável. Não se trata de ‘ficarmos bem na fotografia’ (temos comunicado pouco em torno desta iniciativa). Trata-se de investir no futuro da nossa região.

Os parceiros no nosso Fundo de Impacto incluem os bombeiros voluntários da região do Douro, que prestam um serviço essencial às comunidades locais, fornecendo cobertura de ambulância e combatendo os incêndios florestais (15 ambulâncias doadas até à data). Somos financiadores a longo prazo da Rewilding Portugal , uma organização sem fins lucrativos que trabalha num ambicioso programa de conservação ambiental num corredor de 120 mil hectares de vida selvagem, no Vale do Grande Côa. Recentemente, lançámos um vinho - Rewilding Edition -cujas vendas contribuem diretamente para o apoio financeiro aos esforços de conservação da nossa região.

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(Esquerda, página ao lado e em cima) A nossa colaboração com a Rewilding Portugal inclui dias de voluntariado, nos quais colaboradores da Symington podem participar em atividades como a limpeza de terrenos, onde a organização está a intervir no corredor de renaturalização no nordeste de Portugal.

(Em baixo) As nossas iniciativas ambientais estendem-se à nossa propriedade no Alto Alentejo, a Quinta da Fonte Souto, onde pusemos em marcha um ambicioso programa de aumento da área florestada (já de si bastante extensa).

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“Somos financiadores a longo prazo da Rewilding Portugal, uma organização sem fins lucrativos que trabalha num ambicioso programa de conservação ambiental num corredor de 120 mil hectares de vida selvagem, no Vale do Grande Côa. Recentemente, lançámos um vinho - Rewilding Edition - cujas vendas contribuem diretamente para o apoio financeiro aos esforços de conservação na nossa região.”

Temos também apelado à reforma do sistema regulador (ultrapassado) que controla a produção de uvas no Douro. Esta é uma questão complexa, que está a ter um impacto negativo nos preços que os agricultores recebem pelas uvas destinadas aos vinhos tranquilos (em oposição aos preços mais elevados que podem receber para uvas de Vinho do Porto). Seria para nós certamente mais confortável mantermo-nos calados, –o sistema atual beneficia-nos (de algumas formas não intencionais) –, mas se os 21 mil lavradores da região não tiverem um futuro económico sustentável, nós também não.

Trabalho significativo no século XXI

No passado, as pessoas que levantavam questões ambientais e sociais num contexto empresarial podiam ser apelidadas de hippies ou sonhadores. Hoje em dia, a sustentabilidade é um tema transversal. Os urgentes desafios ambientais que enfrentamos são globalmente compreendidos e é amplamente aceite que as tarefas que as gerações atuais herdaram são de assumir a responsabilidade de corrigir muitos dos impactos não intencionais (mas devastadores) da atividade económica moderna.

Pode ser fácil sentir-nos esmagados pela enormidade e complexidade da tarefa ou manter-nos em silêncio, receosos de não estar à altura ou de sermos criticados. Tenho 38 anos e

duas filhas pequenas. Espero ainda estar a trabalhar em pleno na década de 2050. O consenso científico global é que, até essa data, enfrentaremos severos níveis de perturbação do clima, a menos que as emissões globais caiam drasticamente ao longo dos próximos anos. Se não o conseguirmos fazer, a própria viabilidade da região produtora de vinho que amo está posta em causa.

Tenho a sorte de fazer parte da quinta geração de Symingtons a produzir vinhos no Norte de Portugal e quero que as minhas filhas tenham a oportunidade de fazer parte da sexta geração. No meio de todas as dificuldades, tentar transformar as operações de uma empresa produtora de vinhos para funcionar de acordo com as melhores práticas de custódia ambiental e de descarbonização é o pensamento que me guia.

Tratar a sustentabilidade somente como um exercício simpático da nossa atividade como empresa de vinhos já não é uma opção. Temos a obrigação de salvaguardar o que temos para as gerações futuras. É tão simples quanto isso! Estou confiante de estarmos num processo de mudança cultural e sistémico, que vai acelerar nos próximos anos. Se os produtores de todo o Mundo continuarem a arregaçar as mangas, como muitos estão a fazer, e a adotar estratégias de sustentabilidade realmente ambiciosas, acredito que coletivamente poderemos olhar para trás e dizer com orgulho que o setor do vinho foi verdadeiramente uma força para o bem.

Este artigo foi publicado pela primeira vez sob o título “Um canário na mina de carvão”, na edição da primavera/verão de 2022, na revista Berry Bros. & Rudd: N.º 3.

DESTAQUE : O VINHO COMO UMA FORÇA PARA O BEM 112 1882 N. 02
(Direita) Três membros da 3.ª geração, Rob, Charlotte e Vicky, desfrutam de um cálice de Porto na Quinta dos Malvedos. (Página ao lado) Três gerações da família Symington na Quinta do Bomfim no inverno de 2022. Charles, à esquerda e Rob, direita, escutam os ensinamentos sobre viticultura no Douro, da boca de Peter Symington.
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BREVES DA SYMINGTON

Síntese de notícias da empresa

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Quinta da Fonte Souto Portalegre (Alto Alentejo).

REFLORESTAÇÃO NA QUINTA DA FONTE SOUTO

Fevereiro 2021

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Quase a metade exata da nossa propriedade no Alentejo, a Quinta da Fonte Souto (102 hectares), corresponde a área florestada, sendo as principais árvores plantadas sobreiros e pinheiros-bravos, seguido de castanheiros e eucaliptos.

Durante o mês de fevereiro de 2021 replantámos uma área de cerca de seis hectares, numa zona de encosta da propriedade, com 700 castanheiros, que substituíram os pinheiros-bravos que os anteriores proprietários tinham abatido.

Optámos por suplementar a área já ocupada por castanheiros (os soutos, que estão na origem do nome da quinta), quer pelas castanhas que proporcionam (cuja procura mundial tem aumentado), quer pela resistência que esta árvore tem ao fogo e também pelo contributo à biodiversidade.

Esta iniciativa de reflorestação faz parte do nosso percurso para a descarbonização e integra uma das nossas dez metas que constituem o nosso roteiro de sustentabilidade: ‘Missão 2025’.

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De uma área total de 204 hectares na Quinta da Fonte Souto, 102 hectares correspondem a área florestada, 45 hectares a vinha e o restante é constituído por cerejal, olival, etc.
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STEVE ROGERSON

Um amigo e colega, lembrado

O falecimento do nosso colega e amigo, Steve Rogerson, foi uma pesada e muito sentida perda para todos nós. A sua partida tão prematura deixa também uma grande lacuna no campo do trabalho de enorme valor que o Steve tinha vindo a desenvolver na empresa nestes últimos anos em áreas da enologia e da viticultura.

Pelo seu incrível conhecimento científico e intelecto vivo e curioso, os quais revelava na paixão e entusiasmo com que se entregava ao extraordinário trabalho que desenvolvia, a sua ausência deixa um enorme vazio. Nos seus quase 20 anos de casa (entrou na Symington em setembro de 2002), o Steve desenvolveu com êxito uma série de trabalhos de investigação que se traduziram em mais-valias bem concretas, nomeadamente na área da vinificação de Vinho do Porto.

Entre alguns dos seus trabalhos de maior relevo, podemos realçar o Estudo de Leveduras Autóctones (com impacto no perfil aromático do Vinho do Porto); o Estudo de Aguardentes Vínicas (caracterização e seleção de aguardentes vínicas diferenciadoras para diferentes vinhos do Porto) e o mapeamento da vinha em 2D (através de fotografia aérea por infravermelhos e UV) como importante ferramenta na viticultura de precisão.

Em cada vindima, o Steve era também um elemento imprescindível da equipa, fazendo o acompanhamento e controlo das maturações — um trabalho de grande importância na definição da calendarização da vindima, casta por casta, de modo a assegurar que cada uma fosse vindimada na altura certa.

Maio 2021

REWILDING PORTUGAL

Primeiro dia de voluntariado da Symington

Novembro 2021

Uma das três áreas de foco da nossa colaboração de longo prazo com a Rewilding Portugal passa por proporcionar aos colaboradores da Symington a oportunidade de participarem em trabalhos de voluntariado com a instituição. A nossa primeira iniciativa do género realizou-se em novembro de 2021 quando uma equipa de 22 colaboradores (maioritariamente do departamento comercial) passou um dia numa propriedade da Rewilding Portugal, a Quinta de Santa Margarida, perto de Vilar Formoso e da fronteira com Espanha.

Esta isolada propriedade de 300 hectares, adquirida para a Rewilding Portugal em setembro de 2021, foi durante muitos anos uma mina a céu aberto, cuja atividade tinha cessado 15 anos antes da aquisição. A atividade de mineração envolveu extensas escavações por toda a propriedade durante muitos anos, o que criou inúmeros lagos artificiais. À medida que a atividade mineira diminuía, a área abandonada foi gradualmente devolvida à natureza, tornando-se num ponto de passagem de aves migratórias, atraídas pelas abundantes charcas — longe de zonas povoadas.

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(Em cima) A equipa da Symington, reunida atrás de todo o lixo que conseguiu juntar durante o dia de voluntariado na Quinta de Santa Margarida da Rewilding Portugal.

(Esquerda, página ao lado) Equipas da Symington e da Rewilding Portugal visitaram a Quinta do Vale de Malhadas e a Quinta do Vesúvio para aferir a exequibilidade de as integrar no corredor de renaturalização do Grande Vale do Côa.

A visão da Rewilding Portugal passa por transformar a propriedade num oásis de biodiversidade nesta remota zona no extremo ocidental da Meseta Ibérica. A Quinta de Santa Margarida foi deixada praticamente ao abandono desde a partida dos anteriores proprietários e grande parte do lixo e equipamento abandonado, associado à infraestrutura da mina, nunca tinha sido removido. O nosso dia de voluntariado foi dedicado a auxiliar a Rewilding Portugal a varrer o terreno e remover todo o lixo e outro material diverso. Foi incrível ver a imensa quantidade de material abandonado e lixo que a nossa equipa conseguiu juntar em apenas um dia. Dias de voluntariado com mais equipas da Symington (oriundas de vários departamentos da empresa) deram continuidade a este importante trabalho ao longo de 2022.

Estamos atualmente a trabalhar com a Rewilding Portugal no sentido de incluir as extensas áreas de mata da Quinta do Vale de Malhadas e da Quinta do Vesúvio no corredor de renaturalização do Grande Vale do Côa. Numa futura edição desta revista, esperamos dar-vos conta de novos desenvolvimentos nesta matéria.

TOM SYMINGTON Membro da 5.ª geração na equipa

Trabalho desde o outono de 2019 na John E. Fells, subsidiária e importadora/distribuidora da Symington Family Estates no Reino Unido. Um ano depois, trabalhei uma vindima no Douro, onde participei nos exaustivos ensaios da nossa nova máquina de vindimar na Quinta do Vesúvio.

Tendo crescido entre as vinhas, adegas e armazéns de Vinho do Porto, seria natural o meu interesse pela empresa da família. Ao trabalhar durante as férias de verão do colégio/universidade, cresceu em mim a paixão pela azáfama do entusiasmante trabalho nas adegas no Douro.

Em 2016, após a conclusão da minha licenciatura em Biologia na Universidade de Exeter no Reino Unido, tive a felicidade de me ser atribuída uma bolsa de estudos e um lugar no Mestrado de Enologia e Viticultura na Universidade de Montpellier, SupAgro, em França. Este trajeto abriu-me muitas portas e, desde então, já fiz vinhos nos seguintes lugares: Languedoc-Roussillon, Alentejo, Barossa, Tasmania, Mornington Peninsula, Marlborough, Burgundy, Bordéus e Sussex. Estas experiências proporcionaramme muitos conhecimentos em relação a diferentes tipos de enologia, tecnologias sustentáveis, e técnicas agrícolas, além da hipótese de criar muitas fortes amizades pelo mundo fora.

Foi um prazer regressar a Londres, onde adquiri a minha primeira experiência no setor do vinho nas empresas Berry Bros. & Rudd e Hedonism Wines. Na Fells, sou atualmente responsável pelo marketing no Reino Unido dos vinhos da família e sinto um grande privilégio em ter uma ligação tão próxima com os excecionais vinhos produzidos pela geração do meu pai, do meu avô e mesmo a do meu bisavô. Sinto que é algo único e incrivelmente especial.

Fora do trabalho, tenho grande interesse pelas áreas da ecologia e dos biossistemas. Podem encontrar-me amiúde nas margens do Douro com um velho par de binóculos do meu avô à procura de lontras, tartarugas, raposas e javalis, além da grande variedade de avifauna.

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Tom, fotografado no armazém da Dow’s durante o verão de 2022.

ESTAMOS NA TV!

Ao longo do ano de 2021, a Symington entrou em vários programas dos canais: BBC

World, Channel 4 (Reino Unido) e Imagens de Marca (SIC – Portugal)

Ao longo de 2021, fomos alvo de muita atenção por parte de vários canais de televisão do Reino Unido e de Portugal. Em julho, recebemos no Douro (Quinta do Bomfim e Quinta do Ataíde) uma equipa de reportagem da BBC para preparar um dos documentários da série Follow The Food (3ª temporada), o qual foi transmitido na cadeia mundial BBC World no início de 2022. Johnny e Vicky gravaram uma entrevista na Quinta do Bomfim, onde falaram sobre as raízes da família no Douro e de como a família se prepara para os desafios futuros com a ajuda de avanços tecnológicos na viticultura. O Pedro Leal da Costa e o Fernando Alves fizeram depois uma demonstração do robô de monitorização da vinha, VineScout, na coleção de castas da Quinta do Ataíde.

Dois meses depois, durante a vindima, Harry recebeu o conhecido chef e popular apresentador do programa ‘Food Unwrapped’ (Channel 4) — Matt Tebbutt — que tem grandes audiências no Reino Unido. O cartão de visita da série refere: ‘A Food Unwrapped viaja pelo mundo para explorar os segredos que estão detrás dos nossos alimentos favoritos.’

Inicialmente, Harry recebeu o Matt nas Caves 1890 da Graham’s, e depois na Quinta dos Malvedos, onde explicou as origens do Vinho do Porto, como é produzido e as diferentes categorias — sempre num estilo informal para apelar aos telespetadores. O episódio em que a Symington entrou foi emitido na primeira semana de dezembro de 2021 e foi para o ar em horário nobre, com as maiores audiências: 20h00.

Também durante a vindima de 2021, Frederico Mourão e Marta Mendes receberam uma equipa do ‘Imagens de Marcas’ da SIC Notícias, série que dá destaque às empresas, marcas, tendências de consumo, etc. O apresentador, Fernando Paula, conversou com o Frederico sobre o nosso crescimento no enoturismo e com a Marta sobre as nossas ambiciosas iniciativas de sustentabilidade.

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(Em cima) Vicky e Johnny Symington receberam o apresentador da série da BBC, ’Follow The Food’, James Wong, na Quinta do Bomfim. (Direita) A Marta Mendes gravou uma entrevista para o programa ‘Imagens de Marca’, na Quinta do Bomfim. (Esquerda, em baixo) O Harry deu as boas-vindas a Matt Tebbutt na Quinta dos Malvedos onde gravaram um episódio do popular programa ‘Food Unwrapped.’

JORGE NUNES

1.º português a vencer o prestigiado ‘The Vintner’s Cup’

A WSET - Wine and Spirit Education Trust – é a maior escola de vinho do mundo com mais de 100,000 estudantes em 70 países, dos quais 23% na China, 22% nos EUA, 20% na Europa, 17% no Reino Unido e 18% nos restantes países.

O nível mais elevado do WSET — e uma das mais respeitadas habilitações sobre vinho no mundo — é o Diploma. Cada ano, o estudante com a nota mais elevada em todo o mundo — no conjunto das seis unidades que constituem o WSET Diploma in Wine and Spirits — é premiado com: The Vintners’ Cup.

O vencedor do ‘The Vintners’ Cup’ de 2021 foi o nosso colega: Jorge André Pais Vaz Nunes. Este galardão tem especial significado, dado que foi a primeira vez que um português foi contemplado.

O Jorge nasceu em Vila Nova de Gaia em 1982 e estudou enologia na UTAD em Vila Real, tendo sido admitido na Symington Family Estates em 2007 como enólogo, desempenhando também funções na área de enoturismo. Passado pouco tempo, passou a integrar a equipa comercial e em 2012 mudou-se para Hong Kong para assumir a responsabilidade de promoção e venda do conjunto de marcas de vinhos e de vinhos do Porto da família Symington nas regiões da Ásia e Ásia-Pacifico — nas quais tem alcançado assinalável crescimento. Entretanto, mudou a sua base para Singapura onde continua a desenvolver valioso trabalho para a nossa empresa.

‘Fiquei surpreendido, mas muito orgulhoso por ter recebido o The Vintner’s Cup de 2021 e por ser o primeiro português contemplado com este prémio, desde que foi criado em 1946. Sinto que tem particular importância para o meu país, para a minha região e para a minha família.’ (Jorge Nunes).

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Abril 2022

SÃO JOÃO REGATA DE BARCOS RABELOS

Após um intervalo de dois anos (fruto das restrições impostas pela covid-19), pudemos retomar a nossa participação na regata anual de barcos rabelos, integrada nos festejos de São João. À medida que os 13 barcos se ordenavam na linha de partida, muito perto da barra do Douro, o tempo apresentava-se instável, mas havia vento suficiente e do quadrante certo para termos uma boa largada. Enquanto se manobrava as embarcações para se conseguir posicionamentos mais favoráveis, não havia grande distância entre os participantes, até que o rabelo da Fonseca começou a desprender-se do grupo, conseguindo um avanço que parecia difícil anular. Contudo, pouco depois da passagem sob o arco da Ponte da Arrábida, o vento tornou-se inconstante, com frequentes mudanças de direção, o que originou o caos entre os rabelos que iam, desgovernados, chocando uns contra os outros — ao som de protestos com linguagem bastante ‘colorida’. Em determinada altura, o vento fez uma viragem de 180° e os rabelos começaram a velejar em marcha-atrás! Pouco depois, o vento pura e simplesmente desapareceu e a frota de barcos ficou sem rumo, à deriva. Os juízes da regata tiveram de tomar a única decisão acertada nas circunstâncias: cancelar a regata. Oxalá consigamos ventos mais favoráveis no São João de 2023!

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Junho 2022 O rabelo da Cockburn’s, com a sua distintiva vela vermelha, fotografado a partir do rabelo da Graham’s, ‘Quinta dos Malvedos’, próximo da linha de partida onde os ventos, de início, pareciam de feição.

LUÍS MARTINS

Até sempre a um colega e amigo estimado

Junho

No dia 27 de junho (2022) despedimo-nos do Luís Martins durante uma festa de reforma que organizámos para ele no lindíssimo relvado da nossa sede, em Vila Nova de Gaia. Celebrámos a notável carreira de 43 anos que teve no setor do Vinho do Porto, que iniciou na Cockburn’s em 1979, e que depois continuou na Symington quando a nossa família adquiriu aquela Casa em 2006.

No seu discurso de agradecimento, Johnny Symington enumerou as muitas qualidades do Luís, qualidades que fizeram dele um diretor respeitado e um colega estimado. No entanto, deu particular relevo a um aspeto, recordando a todos os presentes o enorme passo que a integração da Cockburn’s representou para a SFE e, em especial, o salto para o desconhecido que certamente tinha sido para todos os colaboradores que então trabalhavam na Cockburn’s.

O Luís foi excecional na forma como facilitou o processo de integração, não só do ponto de vista do negócio, mas muito mais do que isso, pela vertente humana. Foi incansável no apoio aos colaboradores da Cockburn’s no período em que se ajustaram a uma nova realidade. Ajudou-os a encontrar o seu lugar na Symington e a canalizarem a sua experiência, competência e capacidades dentro

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(Em cima e em baixo) O Luís na festa surpresa que teve lugar no lindíssimo relvado da sede em Vila Nova de Gaia.

do seu novo ambiente de trabalho. O êxito deste processo refletiu-se no facto de, passado pouco tempo, haver uma sensação de unidade, sem distinções entre aqueles que já estavam na Symington e os novos colegas vindos da Cockburn’s.

Mais recentemente, o Luís liderou o grupo de trabalho especial covid-19 que realizou um trabalho notável ao ajudar a empresa a navegar as águas difíceis de um dos períodos mais desafiantes da sua história. Estamos imensamente gratos ao Luís por ter conduzido este processo com tanto profissionalismo e com tanto êxito.

Nas suas palavras de despedida, o Luís referiu o privilégio que foi trabalhar em duas empresas que têm sido e continuam a ser referências no setor; excecionais na sua cultura empresarial, na sua visão estratégica e liderança em muitas áreas e no ênfase colocado no bem-estar dos colaboradores. ‘Tenho enorme orgulho nisto’, concluiu.

Desejamos ao Luís uma reforma muito feliz e fazemos votos para que se revele tão compensadora e gratificante quanto foi o seu contributo ao setor do Vinho do Porto e à nossa empresa.

(Em baixo) Com o belo quadro da cidade do Porto em fundo, colaboradores da Symington convivem durante a festa do Luís antes de brindarem à sua saúde e a uma reforma feliz.

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2° SIMPÓSIO CLIMWINE, BORDEAUX

SFE I&D viticultura

A ClimWine, organizada pela primeira vez em 2016, é uma ramificação do International Terroir Congress, que, desde 1996, junta a cada dois anos em Bordéus cientistas de todo o mundo para apresentar e partilhar estudos relacionados com viticultura e os seus terroirs. A ClimWine foi instituída para dar enfoque aos impactos das alterações climáticas e das estratégias de adaptação.

A Symington Family Estates foi uma das poucas entidades fora do meio académico a ser convidada para este prestigiado e influente simpósio, onde o Fernando Alves e a Joana Valente apresentaram estudos relacionados com o trabalho de investigação que temos levado a cabo desde o estabelecimento da nossa primeira vinha experimental de pesquisa na Quinta da Cavadinha em 1997.

O estudo apresentado pelo Fernando centra-se na relação entre quatro porta-enxertos e cinco castas diferentes enxertadas naqueles e nas suas interações com índices climáticos durante um período de estudo que se prolongou entre 2001 e 2020. A influência do clima e a escolha do porta-enxerto sobre a qualidade da produção (das diferentes castas alvo do estudo) demonstraram a importância da escolha das plantas —em particular a escolha do porta-enxerto — como fio condutor para definir estratégias de adaptação no contexto das alterações climáticas. Uma das áreas mais importantes observadas foi a da tolerância a períodos de seca.

A Joana apresentou o estudo desenvolvido desde 2017 nas nossas duas principais coleções de castas (no Ataíde e no Bomfim); os resultados do qual apontam significativas diferenças no comportamento das castas ao longo das várias fases do ciclo vegetativo e dos níveis de maturação dos bagos. Este estudo tem como objetivo alcançar um melhor entendimento sobre quais as castas mais indicadas para determinados terroirs ao longo do vale do Alto Douro, num cenário de alterações climáticas que veio para ficar e para o qual devemos estar preparados.

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A Joana Valente e o Fernando Alves foram ao pódio apresentar os estudos que levaram a cabo para ajudar a traçar estratégias de adaptação às alterações climáticas. Julho 2022

DESENVOLVIMENTOS NO ENOTURISMO

Restaurante pop-up Casa dos Ecos: no início do verão de 2020, as regras do 1° período de confinamento, resultantes da pandemia do coronavírus, começavam a ser relaxadas e as pessoas ansiavam sair da prisão das suas casas. Foi com este pano de fundo que abordámos o talentoso chef com Estrela Michelin, Pedro Lemos, com uma proposta para abrir um restaurante pop-up no meio das nossas vinhas na Quinta do Bomfim, num antigo armazém de vinhos ali existente e que a família desde sempre chamou a ‘Casa dos Ecos.’ Incrivelmente, em menos de um mês, o projeto estava de pé com a abertura do restaurante que cedo criou um grande número de fãs, não só entre os locais, mas também entre pessoas do Porto e outras cidades do Norte e outras regiões de Portugal. A conjugação de pratos tradicionais do Douro, confecionados a partir de produção local e preparados com recurso a métodos ancestrais, como o uso de fogões de lenha, servidos num ambiente relaxado e descontraído com vistas espetaculares sobre a vinha, rapidamente tornou o Casa os Ecos num êxito. O restaurante fechou durante o inverno de 2020/21, mas reabriu na primavera de 2021 e novamente em 2022.

Experiência Quinta do Vesúvio: A partir de maio 2021, abrimos pela primeira vez as portas da Quinta do Vesúvio a visitas, embora só para grupos reduzidos (mínimo de duas e máximo de seis pessoas) e com o requisito de marcação prévia. À chegada, os visitantes são recebidos no jardim onde são servidos alimentos e bebidas ligeiras. Segue-se uma visita guiada à vinha e à adega onde se preserva a longa tradição da pisa a pé. Depois, os visitantes fazem uma prova dos afamados Portos Vintage ao lado dos também excelentes vinhos DOC Douro da propriedade. Após a prova, são servidos aperitivos no magnífico terraço coberto entre a casa e capela, a partir do qual se usufrui de uma magnífica vista sobre o rio Douro e a margem oposta.

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2020, 2021, 2022 Pedro Lemos e a sua equipa, fotografados durante a inauguração do restaurante pop-up Casa dos Ecos na Quinta do Bomfim (julho, 2020).

Centro de Visitas da Quinta da Fonte Souto: inaugurámos um centro de visitas na nossa propriedade no Alto Alentejo em setembro de 2021, com oferta de visitas guiadas à vinha, adega, armazém de barricas, bem como provas de vinho comentadas. Os vinhos da propriedade podem ser bebidos na acolhedora sala e bar do centro, acompanhados por uma seleção de queijos e outros produtos locais. Os visitantes podem também adquirir a gama de vinhos tintos, brancos e rosé da quinta. Existe também a possibilidade de marcar passeios a pé pela vinha ou de bicicleta. Esta é a 1ª fase da oferta de enoturismo da Quinta da Fonte Souto e esperamos poder partilhar numa futura edição desta revista mais novidades.

Reabertura do Centro de visitas da Cockburn’s: Após um longo período e fecho, em virtude da pandemia, foi com enorme satisfação que reabrimos as Caves da Cockburn’s a visitas em março de 2022. A nossa equipa de guias viu com imensa satisfação uma boa afluência de visitantes logo após a reabertura do espaço e os números chegaram a igualar os que se registavam no período pré-pandemia. Os piqueniques no pátio ao ar livre continuam a ser muito procurados e este espaço também tem servido para a realização de eventos muito participados como, por exemplo, uma festa de São João com o tradicional jantar de sardinhas assadas, seguido de uma festa animada por uma banda ao vivo. Os bilhetes rapidamente esgotaram e os presentes dançaram e divertiram-se pela noite dentro.

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A loja e bar do Centro de Visitas da Quinta da Fonte Souto, inaugurado em setembro de 2021.

Extensão do terraço do Vinum / Caves 1890 da Graham’s: Em junho de 2022, inaugurámos o novo terraço e lounge do restaurante Vinum e das Caves 1890 da Graham’s. O ´lounge’ ao ar livre, frente ao Vinum, é servido por um bar. É um excelente local para relaxar com familiares ou amigos, com uma das melhores vistas sobre a cidade do Porto. Estes novos espaços conferiram uma nova dimensão, quer para os clientes do restaurante Vinum, quer para os visitantes das Caves 1890.

Inauguração do restaurante Bomfim 1896 with Pedro Lemos: Em 2022, decidimos levar a nossa muito bem-sucedida colaboração com o chef Pedro Lemos para um novo patamar ao abrirmos um novo restaurante de topo na Quinta do Bomfim: o ‘Bomfim 1896 with Pedro Lemos’. Foi inaugurado no dia de Portugal (10 de junho), mesmo a tempo da abertura da movimentada época do verão que trouxe grande afluência de visitantes a Portugal, ávidos de viajar novamente e deixar a pandemia para trás. Enquanto a Casa dos Ecos tinha um registo mais informal com pratos baseados no receituário tradicional português, o Bomfim 1896 with Pedro Lemos subiu o nível de exigência, oferecendo uma cozinha sofisticada, com serviço irrepreensível e uma carta de vinhos impressionante. Mantêm-se entre as escolhas pratos da cozinha tradicional portuguesa, mas com uma confeção mais sofisticada e cosmopolita. Faremos uma peça mais exaustiva sobre este novo restaurante de excelência no próximo número desta revista.

(Em cima) A extensão do terraço e o novo lounge exterior do restaurante Vinum

(Em baixo) O acolhedor interior do novo Restaurante Bomfim 1896 with Pedro Lemos conjuga decoração tradicional e contemporânea e dispõe de vistas lindíssimas sobre o rio Douro.

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NOVOS LANÇAMENTOS

NOVOS LANÇAMENTOS
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EDIÇÃO ALTANO REWILDING

Criado no início de 2021 e resultante da nossa colaboração com a Rewilding Portugal, o vinho tinto Altano Rewilding foi lançado em dois formatos: em garrafa convencional de vidro e num ‘bag-in-tube.’ Uma parte da receita das vendas deste vinho é canalizada para a Rewilding Portugal para apoiar o trabalho desta organização sem fins lucrativos nos ambiciosos projetos que desenvolve no Grande Vale do Côa.

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“O Altano Rewilding é um vinho fantástico — com uma relação preço-qualidade muito boa, um propósito muito válido em prol da renaturalização, além do grande prazer que dá ao beber-se.”
Julia Harding MW (JancisRobinson.com), Julho 2022

TAILS OF THE UNEXPECTED

Um lugar onde os rituais formais do Vinho do Porto são substituídos por uma cacofonia de ideias, criatividade e espontaneidade.

Celebrando novos mixes e novas ocasiões de consumo.

Uma nova geração na Cockburn’s desafiou os nossos enólogos a produzir uma gama de Portos experimentais, recorrendo a alguns dos melhores lotes reservados aos melhores vinhos. Vinhos do Porto frescos, vibrantes e que valem por si, independentemente de como são consumidos: simples ou misturados. Portos sem limitações.

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Balões referência aos balões de São João, a maior festa do Porto e um surfista das praias da cidade.

Luís de Camões considerado um dos maiores poetas portugueses.

John Smithes , lendário enólogo da Cockburn’s observa o cocktail Tawny & Gengibre na asa do galo.

Dançarina burlesca inspirada na noite Londrina de Soho e na bebida icónica de Porto com limão, popular em tempos naquela ‘movida’.

Um dos icónicos elétricos do Porto com ’INVICTA’ a ‘alcunha’ da cidade’ grafitada num dos lados.

Hortelã e limão uma alusão aos ingredientes usados no cocktail de assinatura do White Heights

Relógio de cuco para referenciar a passagem do tempo e a evolução de bebidas com Porto e ocasiões.

Copo de tawny e um medidor de cocktails para mostrar que o Tawny Eyes pode degustar-se simples ou misturado.

Livro de receitas referenciando o lote original que inspirou o Ruby Soho.

Canhão explosivo como metáfora dos explosivos sabores de frutos maduros.

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GRAHAM’S PORTO

1952 PLATINUM JUBILEE

Em 2012 tivemos a honra de engarrafar uma série limitada do Graham’s Porto Single Harvest Tawny de 1952 para celebrar o Jubileu de Diamante da Rainha Isabel II, que assinalou os 60 anos desde a ascensão da monarca ao trono (no dia 6 de fevereiro de 1952).

Dez anos depois, foi com muito orgulho que voltámos a engarrafar uma nova edição limitada deste mesmo Porto de 1952 (que continua a envelhecer maravilhosamente), desta vez na celebração do Jubileu de Platina da Rainha. Foi o nosso pequeno contributo para prestar homenagem ao notável reinado da Rainha Isabel II — a monarca que mais tempo reinou na história do Reino Unido (de fevereiro de 1952 até à sua morte, no dia 8 de setembro de 2022).

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Um dos retratos oficiais da Rainha realizados em 1952, ano em que Sua Majestade ascendeu ao trono.

COMBOIO DO VESÚVIO

DOC DOURO

Em setembro de 2021, ampliámos a gama de vinhos tranquilos da nossa magnífica propriedade da Quinta do Vesúvio com um novo vinho tinto: Comboio do Vesúvio — inspirado na longa coexistência desta vinha com o caminho de ferro do Douro que ali chegou em 1887. A estação do Vesúvio continua em funcionamento.

O Comboio do Vesúvio complementa o 1º vinho da propriedade, Quinta do Vesúvio DOC Douro Tinto, e a 2ª marca, Pombal do Vesúvio. Em contraponto a estes, é um vinho sem estágio em madeira, pensado para ser consumido enquanto novo e em momentos mais informais.

NOVOS LANÇAMENTOS 140

GRAHAM’S PORTO RUBY, ‘BLEND Nº12’

O Porto Ruby ‘Blend Nº12’ segue o bem-sucedido lançamento do Porto Branco ‘Blend Nº5’ em 2019 e assinala a extensão da gama Blend Series da Graham’s, concebida para desafiar os lugares-comuns sobre como o Vinho do Porto deve ser consumido. O objetivo é atrair novos consumidores ao Vinho do Porto, particularmente na ‘noite’, ou seja, nos bares, servido ‘puro’ ou como base de deliciosos cocktails.

O nome deste Vinho do Porto deriva do facto de ser produzido com base em uvas vindimadas à noite, em parcelas situadas nas cotas mais elevadas, o que favorece a frescura dos vinhos. As uvas são fermentadas em frio para preservar os aromas primários e a intensidade. Não estagia em madeira, de modo a conservar a concentração e de realçar o sabor frutado.

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UM PAR DE ROSÉS

Durante o verão de 2021, lançámos o nosso primeiro vinho rosé de sempre, e não foi do Douro, mas da nossa propriedade no Alentejo: a Quinta da Fonte Souto. O vinho de estreia, de 2020, foi um grande êxito e rapidamente esgotou nos pontos de venda. É vinificado 100% a partir da casta Aragonez (Tinta Roriz, no Douro), ideal para o perfil fresco e os aromas e sabores elegantes de frutos vermelhos.

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Aproximadamente um ano após lançarmos o nosso primeiro vinho rosé, estreamos outro, desta vez do Douro — o Altano Rosé Biológico de 2021. Trata-se do nosso 4º vinho com origem em vinhas com certificação biológica.

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GRAHAM’S SIX GRAPES RELANÇAMENTO

O icónico Six Grapes — um dos Portos da Graham’s mais apreciados. Pedimos à nossa designer, Alexandra Sousa Ribeiro, para focar a sua criatividade no refinamento da apresentação do vinho, sem, no entanto, sacrificar o motivo gráfico inconfundível da marca — os seis bagos, que fazem deste um dos Portos clássicos mais imediatamente reconhecíveis.

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QUINTA DA FONTE SOUTO ALFROCHEIRO

É o primeiro do que esperamos que venha a ser uma série de lançamentos de vinhos monocasta da Quinta da Fonte Souto, que apenas serão produzidos naqueles anos em que uma casta tenha sobressaído, como foi o caso com o Alfrocheiro em 2019.

O grande carácter e identidade única deste vinho não tardaram a ser reconhecidos, tendo poucos meses após a sua estreia sido distinguido no Concurso Vinhos de Portugal (Maio, 2022) com o prémio: Melhor Vinho Tinto Varietal. Esta edição do concurso reuniu um número recorde de participantes (1 450 vinhos). O painel de juízes, constituído por 109 especialistas, atribuiu 291 medalhas de prata, 106 de ouro e, a partir do lote de medalhados com ouro, elegeu 36 vinhos ‘Grande Ouro’. A partir deste lote restrito escolheram os oito melhores vinhos em outras tantas categorias, tendo cabido ao Alfrocheiro o galardão acima referido.

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COCKBURN’S PORTONIC

Desde sempre conhecida pelo seu espírito progressivo e pioneiro, a Cockburn’s foi uma das primeiras a lançar um Porto branco aperitivo, pronto-a-beber, convenientemente embalado numa lata, juntando Porto e água tónica.

“A Cockburn’s tem um histórico de fazer as coisas à sua maneira, desde a produção de vinhos a famosas campanhas de televisão, e foi com grande entusiasmo que lançámos o nosso primeiro Vinho do Porto branco com água tónica em lata.

Tem sido gratificante ver uma nova geração de consumidores de Vinho do Porto interessarse pelo Porto branco nestes últimos anos e como o têm usado para preparar aperitivos. Acreditamos que este Portonic da Cockburn’s, em lata, reforçará esta tendência e abrirá novos momentos de consumo.”

Rob Symington, produtor de Vinho do Porto de 5.ª geração, Symington Family Estates.

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GRAHAM’S PORTOS SINGLE HARVEST TAWNY

Lançados sob a designação Trilogia Cellar Master da Graham’s (inicialmente constituída pelo 1940, The Master ; o 1963, The Artisan e pelo 1994, The Apprentice), esta série limitada de Portos Single Harvest Tawny (colheitas) tem vindo a ser substituída ao longo deste último ano, respetivamente, pelo 1950, 1974 e 1997.

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RELANÇAMENTO

PORTOS VINTAGE 1994

A partir de outubro de 2021, relançámos quantidades restritas dos Portos Vintage 1994 da Dow’s, Graham’s e Warre’s, a partir dos nossos próprios stocks, envelhecidos integralmente nas nossas garrafeiras. O 1994 é considerado um dos melhores Vintage da segunda metade do século XX e tem ainda uma longa vida pela frente.

Os rótulos destes vinhos indicam que foram envelhecidos exclusivamente nas nossas próprias garrafeiras, o que lhes confere uma proveniência impecável — algo que muitos apaixonados da categoria Vintage apreciam fortemente por ser um garante de os vinhos terem sido envelhecidos nas melhores condições possíveis.

Antes de ser colocada no mercado, cada garrafa foi individualmente examinada para assegurarmos a sua boa condição, e novamente rolhada com uma rolha nova garantido assim a qualidade de cada garrafa antes de sair das nossas garrafeiras.

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“Ao provar hoje estes Portos Vintage, vem-me à memória essa intensidade inicial de juventude, que nos suscitou tanta confiança na longevidade destes vinhos. Após 25 anos em garrafa, começam agora a entrar numa fase muito interessante da sua evolução.
Embora a cor vermelho-escura indique contínua juventude, os sabores elegantes e sedosos descortinam a idade e maturidade que advém da gradual evolução em garrafa. São irresistíveis para beber agora, mas têm ainda décadas pela frente.”
Charles Symington, outubro de 2021
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RECONHECIMENTO PRÉMIOS E TESTEMUNHOS

QUINTA DO VESÚVIO 2018

DOC DOURO (97/100)

José Augusto Moreira, Público, Dezembro, 2020

“Um Douro imponente, intenso e elegante… num padrão que agora o atira para o patamar das referências maiores dos vinhos portugueses.”

QUINTA DO VESÚVIO 2019

DOC DOURO (96/100)

José Augusto Moreira, Público, Dezembro, 2021

“No patamar dos melhores da região, um vinho que abre as portas da glória para os DOC da Quinta do Vesúvio.”

QUINTA DO VESÚVIO 2019

DOC DOURO (18.5/20)

Nuno Oliveira Garcia, Grandes Escolhas, Novembro, 2021

“Aroma com muita complexidade, fruto encarnado e perceção de polimento habituais na marca. Barrica impecável e frescura aromática assinaláveis, com ótima textura e alguma tensão no final de boca — fantástico!”

RECONHECIMENTO 152 1882 N. 02

CHRYSEIA 2018 DOC DOURO (19+/20)

Matthew Dukes, 50 Melhores Vinhos de 2021

Novembro, 2021

“As primeiras palavras que escrevi no meu caderno de provas foram: ‘O melhor Chryseia até aqui.’ Este é um vinho incrível, com tanto carácter e precisão — impressionante. Visitei esta propriedade e sente-se a aura que emana destas vinhas históricas [...] sinto que este vinho começa a mostrar o seu pleno potencial e, com este 2018, alcançou o panteão dos verdadeiramente grandes tintos do mundo.”

CHRYSEIA 2019 DOC DOURO (96/100)

Wine Spectator TOP 100, 2022

Alison Napjus, Wine Spectator, 2022

“Vigoroso e focado, pleno no paladar com taninos muito polidos e deliciosos sabores onde sobressaem ameixa preta, amora e algumas notas de alcaçuz com um final de boca firme, bem-definido e com especiarias.”

CHRYSEIA 2019 DOC DOURO (97/100)

José Augusto Moreira, Público, Outubro, 2021

‘Elegante e poderoso, este é um Chryseia exemplar. Duas décadas depois do início da sua produção, o Chryseia é já um dos vinhos icónicos do Douro e, talvez, aquele de maior projeção e reconhecimento internacional.’

CHRYSEIA 2019 DOC DOURO

Revista Grandes Escolhas · Março 2022

TOP 30 – Os Vinhos de Sonho de 2021

Revista de Vinhos · Fevereiro 2022

TOP 30 –Vinhos de Excelência de 2021

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2022 FOI O TERCEIRO

ANO CONSECUTIVO EM QUE

A DRINKS INTERNATIONAL ATRIBUIU ESTE GALARDÃO

À SYMINGTON

Os organizadores deste prestigiado prémio anual escreveram: “Este guia dos produtores de vinho mais admirados no mundo, proporciona uma visão fascinante das opiniões coletivas dos mais influentes peritos e especialistas do setor do vinho em todo o mundo. Auscultámos compradores, sommeliers, empresários de restauração, jornalistas, Masters of Wine, educadores/ formadores e outros especialistas de todos os continentes, antes de compilarmos esta lista.”

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CASA DOS ECOS BEST OF WINE TOURISM EDIÇÃO DE 2021

No seu ano de estreia, o restaurante popup Casa dos Ecos venceu o prémio de melhor restaurante (‘Best of Wine Tourism Restaurant’) — referente às regiões do Porto e do Douro — no concurso anual: Best of Wine Tourism Competition

RECONHECIMENTO 156 1882 N. 02

PEDRO LEMOS MELHOR CHEF PRÉMIO NACIONAL DE TURISMO 2022

Na primeira edição do concurso Prémio Nacional de Turismo — que agrega 10 categorias —, Pedro Lemos foi contemplado com o prémio Melhor Chef, em reconhecimento do seu trabalho no restaurante pop-up Casa dos Ecos na Quinta do Bomfim.

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QUINTA DO BOMFIM

WORLD’S BEST VINEYARDS

2021

Repetindo o prémio que já tinha alcançado em 2019, o Centro de Visitas da Quinta do Bomfim foi contemplado com este galardão atribuído pelo ‘World’s Best Vineyards Academy’, que distingue anualmente os 50 melhores enoturismos para visitar (em todo o mundo).

RECONHECIMENTO 158

WINE SPECTATOR

VINHOS ‘TOP 100’ DE 2022

Cada ano, os críticos de vinhos da conceituada revista norte-americana, Wine Spectator, revêm os vinhos provados ao longo do ano e elegem os 100 melhores. Esta lista anual destaca os melhores anos, bem como os produtores e as regiões mais bemsucedidas — de todos os cantos do mundo.

Em 2022, os críticos da Wine Spectator avaliaram, em provas cegas, mais de 8,800 vinhos. Quase 60% destes obtiveram 90 ou mais pontos (escala de 0 a 100) e, a partir destes, elegeram os 100 melhores, com base nos seguintes critérios: qualidade (aferida pela pontuação); valor (baseado no preço); disponibilidade (total de caixas produzidas, ou total importado para os Estados Unidos) e, o mais importante de todos, a paixão e a história por detrás dos vinhos — o que designam de ‘fator X’.

A lista do TOP 100 (os 100 melhores vinhos do mundo segundo a revista) de 2022 foi anunciada quase em cima do fecho desta revista. Este ano, dois vinhos de Portugal foram classificados na lista, ambos do Douro e ambos produzidos pela nossa família: Quinta do Vesúvio Porto Vintage 2019 e Chyrseia Douro 2019 (este produzido em parceria com a família Prats).

Cada vinho obteve a pontuação de 96 pontos na escala de 100 pontos da revista. Os vinhos que a Wine Spectator pontua com 95 ou mais pontos são conotados como ‘clássicos’.

RECONHECIMENTO 160 1882 N. 02
161

EY ENTREPRENEUR OF THE YEAR Empresário do Ano · Portugal

Em abril de 2021, numa cerimónia que teve lugar em Lisboa, Rupert Symington foi contemplado no âmbito dos Prémios de Empresa Anuais organizados pela Ernst & Young, com a distinção: International Entrepreneur of the Year (empresário internacional do ano). O painel de juízes (constituído por pessoas do mundo empresarial e académico), sublinhou o muito significativo contributo de Rupert Symington e da empresa familiar, “no aumento da perceção de qualidade dos vinhos portugueses nos mercados internacionais”, além de reconhecer o crescimento sustentado da empresa e as qualidades de empreendedorismo de Rupert Symington.

RECONHECIMENTO 162 1882 N. 02

1882

PARA A PRÓXIMA GERAÇÃO

Edição 2 · 2022

GARRA E RECOMPENSA

PUBLICADO POR

Symington Family Estates www.symington.com

Symington Family Estates, Vinhos, SA

Travessa Barão de Forrester, 86 4400-034 Vila Nova de Gaia

Portugal

T. + 351 223 776 300

E. symington@symington.com

Insta. @SymingtonFamilyEstates

Director

Rob Symington

Coordenador editorial

Miguel Potes

Conteúdos

Rob Symington / Harry Symington/ Miguel Potes

DESIGN

Direção de Arte, Design Gráfico e Paginação

Alexandra Sousa Ribeiro / Carla Oliveira

GSA Design

“Lettering” (Capa)

Xesta Studio

IMPRESSÃO

Consultoria Pré-Impressão

Forward Consulting

Impressão Greca Artes Gráficas

Tiragem 4000 - Inglês 1500 - Português

Depósito Legal

476162/20

Nº de registo ERC

127860

Paper Stock

Symbol Tatami White - Fedrigoni

Completamente biodegradável e reciclável

CONTRIBUIRAM PARA ESTA EDIÇÃO

Textos

Rupert Symington

Dominic Symington

Charles Symington

Rob Symington

Harry Symington

Euan Mackay

António Marquez Filipe

Luís Loureiro

Frederico Mourão

Diogo Melo e Castro

Miguel Potes

Nicole Santos

Fotografia

Adriano Ferreira Borges, António Chaves, António Luís Campos, Cláudio Capone, Callum McInerneyRiley, Emílio Biel, Filipe Braga, Francisco Soares, João Margalha, Miguel Potes, Pedro Nogueira, Sam Legg.

Revista de Vinhos

Fotografias na página 26, amavelmente cedidas pela Revista de Vinhos.

Fotografia da capa

Vindimadores nos socalcos (‘Stone Terraces’) da Quinta dos Malvedos. As parcelas de vinha velha em socalcos nos Malvedos são conhecidas como ‘Port Arthur’.

Fotografia da contracapa

A fachada da casa da Quinta do Vesúvio, vista através do túnel que atravessa o talude da linha férrea.

Novembro 2022

© Symington Family Estates

Em fevereiro de 2021, replantámos 700 castanheiros em seis hectares da nossa Quinta da Fonte Souto no Alentejo. Esta iniciativa compensará o impacto ambiental desta revista, quer em termos de papel, quer em termos de emissões de carbono. Conjuntamente com outras iniciativas de reflorestação, constituirá um fator mitigante em relação à nossa pegada de carbono geral como empresa. C015523

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RECONHECIMENTO PRÉMIOS E TESTEMUNHOS

4min
pages 154-156, 158-160, 162, 164, 166

RELANÇAMENTO

0
pages 152-153

QUINTA DA FONTE SOUTO ALFROCHEIRO

1min
pages 149-151

COMBOIO DO VESÚVIO

1min
pages 142-143, 145, 147

EDIÇÃO ALTANO REWILDING

1min
pages 137-140

DESENVOLVIMENTOS NO ENOTURISMO

3min
pages 133-135

2° SIMPÓSIO CLIMWINE, BORDEAUX

1min
page 132

LUÍS MARTINS Até sempre a um colega e amigo estimado

1min
pages 130-131

SÃO JOÃO REGATA DE BARCOS RABELOS

0
page 129

JORGE NUNES 1.º português a vencer o prestigiado ‘The Vintner’s Cup’

1min
page 128

ESTAMOS NA TV!

1min
pages 126-127

TOM SYMINGTON Membro da 5.ª geração na equipa

1min
page 124

REWILDING PORTUGAL

1min
pages 122-123

STEVE ROGERSON Um amigo e colega, lembrado

1min
page 121

REFLORESTAÇÃO NA QUINTA DA FONTE SOUTO

0
pages 118-119

O VINHO COMO UMA FORÇA PARA O BEM

16min
pages 100, 102-114

QUENTE E RÁPIDO, FRIO E LENTO Uma visão geral das

14min
pages 82, 84-88, 90-99

PORTFOLIO VINHOS – PRIMEIRO ANO AO LEME

13min
pages 67-74, 76-81

UMA NOVA FORMA DE FALAR SOBRE VINHO DO PORTO

5min
pages 58, 61-65

Nova linha de engarrafamento de Stº António

3min
pages 52, 54, 56-57

UM NOVO FÔLEGO

4min
pages 45-51

A QUINTA E ADEGA DO ATAÍDE EM NÚMEROS

1min
page 43

QUINTA DO ATAÍDE – UMA ADEGA PARA O FUTURO

7min
pages 34, 36-38, 40-42

20 ANOS DE DOC DOURO

9min
pages 27-33

UM ANO VERDADEIRAMENTE EXTRAORDINÁRIO Roteiro que culminou no percurso notável

4min
pages 19-20, 22-25

TODA UMA VIDA DEDICADA AO VINHO

5min
pages 15-17

IN MEMORIAM JAMES SYMINGTON

3min
pages 10, 12

CARTA DO CEO RUPERT SYMINGTON

5min
pages 7-9
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